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<p>Indaial – 2023</p><p>Áreas Diversas</p><p>Prof. Jheferson Guimarães</p><p>1a Edição</p><p>ContabiliDaDe</p><p>Elaboração:</p><p>Prof. Jheferson Guimarães</p><p>Copyright © UNIASSELVI 2023</p><p>Revisão, Diagramação e Produção:</p><p>Equipe Desenvolvimento de Conteúdos EdTech</p><p>Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI</p><p>Ficha catalográfica elaborada pela equipe Conteúdos EdTech UNIASSELVI</p><p>Impresso por:</p><p>C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI.</p><p>Núcleo de Educação a Distância. GUIMARÃES, Jheferson.</p><p>Contabilidade Áreas Diversas. Jheferson Guimarães. - SC: Arqué, 2023.</p><p>196p.</p><p>ISBN 978-65-5646-644-6</p><p>ISBN Digital 978-65-5646-640-8</p><p>“Graduação - EaD”.</p><p>1. Contabilidade 2. Áreas 3. Cálculos</p><p>CDD 657</p><p>Bibliotecário: João Vivaldo de Souza CRB- 9-1679</p><p>Olá, acadêmico! Bem-vindo à disciplina de Contabilidade Áreas Diversas. A</p><p>contabilidade é a ciência responsável pelo estudo do patrimônio. Entende-se como</p><p>patrimônio tudo o que se acumula ao longo de um período. Esse acúmulo se iniciou</p><p>quando o homem deixou de ser nômade e passou a ser sedentário (com habitação fixa),</p><p>ou seja, quando ele se estabeleceu em regiões, fazendo-se necessário o acúmulo para</p><p>garantir sua sobrevivência. Logo, a história do ser humano está diretamente ligada com</p><p>a história da contabilidade.</p><p>Apesar da amplitude e importância da contabilidade, faz-se necessário</p><p>considerar que cada área de produção e mercado possuem especificidades, fazendo-se</p><p>também necessário o direcionamento contábil para focos que se diferem um dos outros.</p><p>Por exemplo, a contabilidade comercial terá meandros diferentes da contabilidade de</p><p>prestação de serviços. A contabilidade de instituições financeiras possuirá nuances</p><p>diferentes da contabilidade aplicada a empresas públicas.</p><p>A unidade 1 desta disciplina tratará da contabilidade aplicada à atividade</p><p>imobiliária da construção civil. Entende-se que “construção civil” é o ato de edificação</p><p>através de uma obra; enquanto “imobiliária” é a entidade responsável por negociação</p><p>da edificação, ou seja, a contabilidade atua tanto no momento de edificação quanto na</p><p>negociação dela.</p><p>Apesar de se tratar de fatos e operações contábeis que se assemelham a</p><p>outros mercados, a contabilidade voltada para a construção civil deve observar algumas</p><p>situações, como: quando cada obra deve ser escriturada e quando deve ser dividida</p><p>entre obras em andamentos e obras acabadas, para que então seja possível, através</p><p>das demonstrações contábeis, entender a situação financeira e patrimonial da entidade.</p><p>Na unidade 2, trataremos de um dos setores da contabilidade que mais cresce</p><p>no Brasil, denominado terceiro setor. Empresas do terceiro setor são assim chamadas</p><p>porque são instituições privadas, porém, sem fins lucrativos, exercendo atividades</p><p>de profundo interesse social. Quando definimos a ciência contábil como a ciência</p><p>responsável pelo estudo do patrimônio, não estamos falando sobre lucro e sim situação</p><p>patrimonial. Essa situação patrimonial, quando voltada para o terceiro setor, é utilizada</p><p>em prol de benefícios sociais para a população e, ao invés de gerar lucro, gera resultados</p><p>para a sociedade.</p><p>Já na unidade 3, trataremos sobre a contabilidade rural e, nessa contabilidade,</p><p>muitas vezes, o patrimônio são seres vivos, o que na contabilidade chamamos de ativos</p><p>e passivos biológicos. Essa classe de ativos e passivos requer uma atenção especial por</p><p>se tratar de seres e não objetos, portanto o desafio contábil é ainda maior, contudo, o</p><p>Brasil possui predominantemente o agronegócio como principal atividade econômica.</p><p>APRESENTAÇÃO</p><p>Assim sendo, a contabilidade precisa ser capaz de evidenciar de forma correta a situação</p><p>patrimonial do agronegócio, além de definir parâmetros de tributação e mensuração.</p><p>Nota-se que serão três unidades com entidades voltadas para áreas que</p><p>requerem que a contabilidade se molde à realidade que a empresa está inserida e essa é</p><p>uma das principais caraterísticas contábil, inclusive fazendo parte dos seus postulados,</p><p>que são eles: entidade e continuidade, sendo que o postulado da entidade garante que a</p><p>contabilidade é guardiã da empresa a tornando inviolável, e o postulado da continuidade</p><p>garante que a contabilidade não medirá esforços para garantir que a empresa não deixe</p><p>de existir no futuro.</p><p>Diante do exposto, também serão apresentados conceitos contábeis que são</p><p>comuns para todos os setores, evidenciando desse modo a importância dos números e</p><p>demonstrações contábeis para o meio em que a instituição está inserida.</p><p>No mais, sintam-se motivados a embarcar em uma viagem cativante, motivadora</p><p>e importantíssima nas mais diversas áreas da contabilidade!</p><p>Prof. Jheferson Guimarães</p><p>Olá, acadêmico! Para melhorar a qualidade dos materiais ofertados a você – e</p><p>dinamizar, ainda mais, os seus estudos –, nós disponibilizamos uma diversidade de QR Codes</p><p>completamente gratuitos e que nunca expiram. O QR Code é um código que permite que você</p><p>acesse um conteúdo interativo relacionado ao tema que você está estudando. Para utilizar</p><p>essa ferramenta, acesse as lojas de aplicativos e baixe um leitor de QR Code. Depois, é só</p><p>aproveitar essa facilidade para aprimorar os seus estudos.</p><p>GIO</p><p>QR CODE</p><p>Olá, eu sou a Gio!</p><p>No livro didático, você encontrará blocos com informações</p><p>adicionais – muitas vezes essenciais para o seu entendimento</p><p>acadêmico como um todo. Eu ajudarei você a entender</p><p>melhor o que são essas informações adicionais e por que você</p><p>poderá se beneficiar ao fazer a leitura dessas informações</p><p>durante o estudo do livro. Ela trará informações adicionais</p><p>e outras fontes de conhecimento que complementam o</p><p>assunto estudado em questão.</p><p>Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos</p><p>os acadêmicos desde 2005, é o material-base da disciplina.</p><p>A partir de 2021, além de nossos livros estarem com um</p><p>novo visual – com um formato mais prático, que cabe na</p><p>bolsa e facilita a leitura –, prepare-se para uma jornada</p><p>também digital, em que você pode acompanhar os recursos</p><p>adicionais disponibilizados através dos QR Codes ao longo</p><p>deste livro. O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura</p><p>interna foi aperfeiçoada com uma nova diagramação no</p><p>texto, aproveitando ao máximo o espaço da página – o que</p><p>também contribui para diminuir a extração de árvores para</p><p>produção de folhas de papel, por exemplo.</p><p>Preocupados com o impacto de ações sobre o meio ambiente,</p><p>apresentamos também este livro no formato digital. Portanto,</p><p>acadêmico, agora você tem a possibilidade de estudar com</p><p>versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador.</p><p>Preparamos também um novo layout. Diante disso, você</p><p>verá frequentemente o novo visual adquirido. Todos esses</p><p>ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos</p><p>nas pesquisas institucionais sobre os materiais impressos,</p><p>para que você, nossa maior prioridade, possa continuar os</p><p>seus estudos com um material atualizado e de qualidade.</p><p>ENADE</p><p>LEMBRETE</p><p>Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma</p><p>disciplina e com ela um novo conhecimento.</p><p>Com o objetivo de enriquecer seu conheci-</p><p>mento, construímos, além do livro que está em</p><p>suas mãos, uma rica trilha de aprendizagem,</p><p>por meio dela você terá contato com o vídeo</p><p>da disciplina, o objeto de aprendizagem, materiais complementa-</p><p>res, entre outros, todos pensados e construídos na intenção de</p><p>auxiliar seu crescimento.</p><p>Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que</p><p>preparamos para seu estudo.</p><p>Conte conosco, estaremos juntos nesta caminhada!</p><p>Acadêmico, você sabe o que é o ENADE? O Enade é um</p><p>dos meios avaliativos dos cursos superiores no sistema federal de</p><p>educação superior. Todos os estudantes estão habilitados a participar</p><p>do ENADE (ingressantes e concluintes das áreas e cursos a serem</p><p>avaliados). Diante disso, preparamos um conteúdo simples e objetivo</p><p>para complementar a sua compreensão acerca do ENADE. Confi ra,</p><p>acessando o QR Code a seguir. Boa leitura!</p><p>SUMÁRIO</p><p>UNIDADE 1 - A CONTABILIDADE IMOBILIÁRIA NA CONSTRUÇÃO CIVIL ............................ 1</p><p>TÓPICO 1 - CONCEITOS</p><p>contribuinte optar pela inclusão do custo orçado no custo do</p><p>imóvel vendido, as apurações e apropriações de custo, a apuração</p><p>e o reconhecimento do lucro bruto e as modificações no valor do</p><p>orçamento serão feitos com observância das normas constantes das</p><p>divisões do presente subitem.</p><p>12.2.1 — Inicialmente, será apurado o custo da unidade vendida, na</p><p>data da efetivação da venda, mediante distribuição proporcional, por</p><p>todas as unidades do empreendimento, dos custos pagos, incorridos</p><p>ou contratados e dos custos orçados para a conclusão das obras ou</p><p>melhoramentos a que o contribuinte se obrigou.</p><p>12.2.2 — Uma vez conhecido o custo da unidade vendida, de</p><p>conformidade com o disposto na divisão de subitem 12.2.1, o lucro</p><p>bruto deverá ser apurado e, em seguida, computado integralmente</p><p>no resultado do exercício social, na data em que se efetivar a venda.</p><p>12.2.3 — Os valores referentes à atualização monetária e a alterações</p><p>nas especificações do orçamento da unidade vendida, sempre</p><p>apurados mediante rateio de custos do empreendimento, terão o</p><p>seguinte tratamento:</p><p>1 — Quando ocorridos entre a data do reconhecimento do lucro bruto</p><p>e o final do período-base em que esse fato acontecer, constituirão</p><p>ajuste da conta de controle do custo orçado e serão computados no</p><p>resultado do exercício social como custo adicional da venda;</p><p>2 — Quando ocorridos em período-base posterior ao mencionado na</p><p>alínea precedente, constituirão ajuste da conta de controle do custo</p><p>orçado e serão computados no resultado desse exercício social como</p><p>custo de exercícios anteriores, representando, em consequência,</p><p>parcela redutora do lucro bruto em vendas desse período-base</p><p>posterior (BRASIL, 1979, s.p.).</p><p>É necessário trazer esse trecho na íntegra? A resposta é: sim! Nesta parte é</p><p>necessário, pois, percebe-se que a norma toma o cuidado de citar todos os casos de</p><p>venda e, a partir do reconhecimento da venda, determinar o lucro bruto. Neste momento,</p><p>você deve se perguntar: por que isso acontece?</p><p>A maior preocupação da norma é encontrar a base de cálculo correta para a</p><p>aplicação das alíquotas de impostos, pois, a aplicação da alíquota é relativamente fácil,</p><p>agora definir a base de cálculo pode ser complexo no ramo da construção civil. Imagine</p><p>a seguinte situação:</p><p>A venda de um imóvel foi feita a vista, contudo, o imóvel ainda se encontra na</p><p>planta. Qual valor devo reconhecer na venda e qual valor devo reconhecer como custo?</p><p>27</p><p>É nesse quesito que entra a figura do custo orçado que será explicado em outro</p><p>momento nesta unidade, porém, esse termo possui grande importância para a apuração</p><p>dos tributos. Outro fator é a atualização monetária, pois, todo e qualquer valor adicional</p><p>que não estava previsto no custo orçado devem ser reconhecidos no momento de sua</p><p>ocorrência de como que a base de cálculo para a apuração dos tributos seja a mais</p><p>fidedigna possível.</p><p>São várias as considerações feitas no que tange tributos e por quê?</p><p>Toda norma que envolve a parte tributária precisa possuir amarras</p><p>robustas que evitem brechas para a chamada contabilidade criativa,</p><p>ou gerenciamento de resultado, você sabe o que esses termos</p><p>significam? Contabilidade criativa é o ato de, através da contabilidade</p><p>usar de criatividade para tirar vantagem de algo e, gerenciamento de</p><p>resultado visa utilizar brechas nas legislações para moldar o resultado</p><p>líquido encontrado de acordo com as necessidades da entidade. Para</p><p>entender mais, acesse: https://contadores.contaazul.com/blog/riscos-</p><p>da-contabilidade-criativa.</p><p>NOTA</p><p>Nota-se que a Instrução Normativa nº 84 de 1979 teve sua relevância para definir</p><p>conceitos que antes eram obscuros e subjetivos. Contudo, é notório a necessidade</p><p>de aprofundarmos ainda mais na contabilidade voltada à construção civil, haja vista</p><p>que, normativas não visam o controle patrimonial e sim proteção legal aos envolvidos.</p><p>A Ciência Contábil deve seguir, evidenciar e controlar seu objeto de estudo, que é o</p><p>patrimônio.</p><p>Portanto, no próximo tema de aprendizagem iremos abordar lançamentos</p><p>contábeis que irão evidenciar a situação patrimonial da instituição. Também</p><p>aprenderemos os principais códigos de pronunciamentos contábeis que nos direcionam.</p><p>https://contadores.contaazul.com/blog/riscos-da-contabilidade-criativa</p><p>https://contadores.contaazul.com/blog/riscos-da-contabilidade-criativa</p><p>28</p><p>RESUMO DO TÓPICO 2</p><p>Neste tema de aprendizagem, você estudou:</p><p>• Apesar da existência da Lei nº 6.404/76 evidenciar e direcionar vários fatores</p><p>contábeis, não havia quase nenhuma menção ao ramo da construção civil, deixando</p><p>o setor à mercê das legislações que regiam outros segmentos.</p><p>• A Instrução Normativa nº 84/79, que foi um marco para a construção civil, pois,</p><p>através dela foi possível traçar os parâmetros para balizamento dos procedimentos</p><p>contábeis necessários a serem adotados nesses casos para fins de apuração do lucro</p><p>tributável na construção civil.</p><p>• A receita federal entende como contribuinte no que tange ao ramo da construção</p><p>civil e imobiliárias, pois a expressão "contribuinte" abrange, além da pessoa jurídica</p><p>que se dedicar a qualquer das atividades descritas no subitem anterior, a pessoa</p><p>física considerada empresa individual por promover a Incorporação de prédios em</p><p>condomínio ou o loteamento de terrenos.</p><p>• Apesar dos esforços trazidos pela normativa, a contabilidade aplicada à construção</p><p>civil sofria com a falta de critérios contábeis em sua apuração, acarretando um</p><p>distanciamento das melhores formas de evidência do patrimônio e se aproximando</p><p>somente das melhores formas de apuração de tributos.</p><p>29</p><p>RESUMO DO TÓPICO 2 AUTOATIVIDADE</p><p>1 Considere a seguinte situação:</p><p>João decide adquirir um apartamento e, para isso, ele vai até a uma imobiliária. A</p><p>negociação ocorre da forma esperada e João vai embora com um contrato verbal feito</p><p>com o corretor de que o imóvel já é seu e que a assinatura do contrato de compra e</p><p>venda é apenas um detalhe.</p><p>No que tange ao reconhecimento contábil da venda, assinale a alternativa correta:</p><p>( ) A venda deve ser reconhecida pois o contrato verbal pode ser considerado um</p><p>documento comprobatório, pois, em juízo, ele possui valor de prova e além do quesito</p><p>legal, o contrato verbal obedece ao princípio contábil da oportunidade.</p><p>( ) A venda deve ser reconhecida pois o contrato verbal pode ser considerado um</p><p>documento comprobatório, pois, em juízo, ele possui valor de prova e além do quesito</p><p>legal, o contrato verbal obedece ao princípio contábil da competência.</p><p>( ) A venda não será reconhecida pois ainda não há um documento comprobatório que</p><p>gere o fato gerador, conforme orientado pelo princípio contábil da oportunidade.</p><p>( ) A venda não será reconhecida pois ainda não há um documento comprobatório que</p><p>gere o fato gerador, conforme orientado pelo princípio contábil da competência.</p><p>2 Independente da vontade, todos nós devemos pagar tributos. O Brasil apresenta uma</p><p>complicada estrutura tributária focada em bens em consumo, ou seja, você paga</p><p>uma alta quantidade de tributos quando compra algo e o consome, caracterizando</p><p>assim uma carga tributária indireta. No que tange às formas de tributo, analise as</p><p>assertivas a seguir:</p><p>I- Os tributos podem ser apresentados no formato de impostos e taxas, sendo que</p><p>impostos se caracterizam por subsidiar as operações dos entes federativos no geral,</p><p>enquanto as taxas visam financiar determinada operação específica.</p><p>II- As taxas são geralmente cobradas em operações de bens e consumo, por exemplo: ao</p><p>adquirir um tênis, automaticamente pagamos valores de taxas que estão embutidos</p><p>no valor do produto.</p><p>III- Existem algumas formas de financiamento da máquina pública, a mais comum</p><p>é através do recolhimento de tributos e, o fato gerador dos tributos são atos ilícitos</p><p>cometidos pelos cidadãos como por exemplo o atraso na renovação da carteira de</p><p>habilitação.</p><p>30</p><p>Assinale a alternativa CORRETA:</p><p>a) ( ) As sentenças I e II estão corretas.</p><p>b) ( ) Somente a sentença I está correta.</p><p>c)</p><p>( ) As sentenças I e III estão corretas.</p><p>d) ( ) As sentenças II e III estão corretas.</p><p>3 A principal discussão na demonstração de resultado de uma imobiliária está na</p><p>composição dos seus valores de faturamento e apuração dos custos, pois, muitos</p><p>estabelecimentos são comercializados sem estarem prontos, ou, são financiados por</p><p>longuíssimos prazos, o que acarreta o surgimento do fato gerador, contudo, não há o</p><p>pagamento na íntegra e, muitas vezes, nem o estabelecimento concluído. Quanto às</p><p>apurações do custo, do lucro bruto e da relação entre este e a receita bruta da venda,</p><p>classifique V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas:</p><p>(    ) inicialmente, será apurado o custo da unidade vendida, na data da efetivação da</p><p>venda, mediante distribuição proporcional, por todas as unidades do empreendimento,</p><p>dos custos pagos, incorridos ou contratados e dos custos orçados para a conclusão</p><p>das obras ou melhoramentos a que o contribuinte se obrigou.</p><p>(    ) uma vez conhecido o custo da unidade vendida, de conformidade com o disposto</p><p>na alínea precedente, será determinada a relação entre o lucro bruto apurado e a</p><p>receita bruta da venda.</p><p>(        ) as transferências parciais do lucro bruto, do grupo de resultados de exercícios</p><p>futuros para o resultado de cada exercício social, serão feitas sempre com base na</p><p>relação atualizada entre o lucro bruto e a receita bruta da venda.</p><p>Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:</p><p>a) (    ) V – V – F.</p><p>b) (    ) V – F – V.</p><p>c) (    ) F – V – F.</p><p>d) (    ) F – F – V.</p><p>4 Imagine a seguinte situação: um determinado apartamento na planta é vendido para</p><p>o cliente, contudo, durante o decorrer da obra percebe-se que o orçamento será</p><p>extrapolado em 10%, ou seja, o apartamento terá um aumento de 10% no custo final.</p><p>Levando em consideração os ensinamentos trazidos nos temas de aprendizado,</p><p>responda a seguinte pergunta: qual deve ser o tratamento contábil referente ao</p><p>adicional percebido durante a execução e conclusão do imóvel?</p><p>5 O ramo da construção civil possui vários segmentos, haja vista que, todo o processo</p><p>entre construção e venda, envolvem vários tipos de entidade. Essas entidades</p><p>são divididas em três grandes grupos, sendo eles: construtoras, empreiteiras e</p><p>imobiliárias. Levando em conta o que foi exposto nos temas de aprendizagem, defina</p><p>cada um dos grupos que compõem o setor da construção civil.</p><p>31</p><p>TÓPICO 3 -</p><p>RECONHECIMENTO E EVIDENCIAÇÃO</p><p>CONTÁBIL NA CONSTRUÇÃO CIVIL</p><p>1 INTRODUÇÃO</p><p>Até o presente momento, apresentamos os principais conceitos normativos e</p><p>teóricos da contabilidade. Agora, efetuaremos os lançamentos contábeis que, de fato,</p><p>representam a mensuração da atividade empresarial.</p><p>Quando falamos da construção civil, várias especificidades devem ser</p><p>consideradas no ato de mensuração, contudo, a essência contábil se mantém. Neste</p><p>tema de aprendizagem continuaremos abordando as normativas. Contudo, por quê?</p><p>Cada grupo de contas é regido por amarras que visam a proteção ao usuário da</p><p>contabilidade. É claro que, em determinados momentos, a legislação pode tornar moroso</p><p>o processo ou ambíguo, mas, um bom contador deve estar ciente de que, ler normas faz</p><p>parte de sua vida profissional, pois, a contabilidade ocorre em três momentos:</p><p>• primeiro: ocorre o fato, sendo esse fato algo dissertativo;</p><p>• a contabilidade o analisa e transforma em número;</p><p>• esse número é utilizado para tomadas de decisão.</p><p>É preciso decorar todas as leis e normas? A resposta é não! Não é dever do</p><p>contador saber todas as legislações, contudo, ele deve saber de sua existência e onde</p><p>consultá-las, além de estar disposto a uma aprendizagem contínua, haja vista que o</p><p>patrimônio se modifica ao longo do tempo. O que era considerado patrimônio há 10</p><p>anos, pode não ser mais importante, assim como novos valores são criados diariamente.</p><p>Patrimônio engloba recursos e obrigações de uma entidade. É comum algumas</p><p>pessoas entenderem como patrimônio somente os recursos por ela controlados, mas,</p><p>as obrigações presentes também fazem parte do seu conjunto patrimonial, portanto, a</p><p>seguir, abordaremos a diferença entre custos e despesas, pois, para uma empresa ter</p><p>real controle sobre a sua lucratividade e até mesmo estratégias de precificação, essas</p><p>definições devem ser claras para que se alcance a tão sonhada eficiência operacional.</p><p>2 RECONHECIMENTOS CONTÁBEIS</p><p>Os reconhecimentos contábeis são extremamente importantes para uma</p><p>empresa, pois eles servem como base para a elaboração dos relatórios financeiros,</p><p>que por sua vez são utilizados para a tomada de decisões importantes e para a</p><p>avaliação da saúde financeira da empresa. Além disso, os lançamentos contábeis</p><p>UNIDADE 1</p><p>32</p><p>também são importantes para cumprir obrigações fiscais e tributárias, e para atender a</p><p>regulamentações contábeis e financeiras.</p><p>Os lançamentos contábeis também são utilizados para identificar tendências</p><p>financeiras e para avaliar o desempenho da empresa ao longo do tempo. Eles permitem</p><p>que os gestores identifiquem áreas onde é necessário cortar despesas, aumentar</p><p>receitas ou fazer investimentos para melhorar a saúde financeira da empresa.</p><p>No geral, os lançamentos contábeis são uma parte fundamental da gestão</p><p>financeira de uma empresa e são essenciais para o sucesso a longo prazo. Eles fornecem</p><p>informações valiosas para a tomada de decisões e para a avaliação do desempenho</p><p>financeiro – e ajudam a garantir a transparência e a integridade das informações</p><p>financeiras da empresa.</p><p>2.1 DE CUSTOS, DESPESAS E RECEITAS</p><p>Quando se trata de recursos financeiros, a definição mais fácil de ser entendida</p><p>é a receita, pois, todo recurso que entra no caixa de uma entidade, ou é uma receita ou</p><p>uma contribuição dos sócios. Caso o recurso não tenha sido aportado pelos sócios, a</p><p>única explicação plausível é a de que se trata de uma receita (considero aqui os possíveis</p><p>empréstimos como aporte dos sócios, apesar de serem lançados em contas separadas,</p><p>é um recurso levantado pelos sócios).</p><p>Contudo, a partir do momento que o recurso está disponível, ele é utilizado e,</p><p>ao utilizar esse recurso nasce o gasto. Gasto é todo e qualquer desembolso, e, esse</p><p>desembolso se subdivide em: Custo, despesa e investimento.</p><p>De acordo com Marion (2015), custo é todo valor gasto diretamente na</p><p>transformação, ou, aquisição do produto. Exemplificando, a aquisição de matéria prima</p><p>se caracteriza como custo, pois está diretamente ligada ao produto final.</p><p>Já a despesa trata-se do gasto que não está diretamente ligada ao produto final,</p><p>mas possui grande importância para a entidade. Um exemplo é o gasto com marketing,</p><p>apesar de não estar diretamente ligado ao produto final, o marketing é essencial para o</p><p>alcance dos produtos.</p><p>No que tange investimentos, são os gastos no qual se busca algum benefício</p><p>econômico futuro com sua aquisição, um bom exemplo é quando uma empresa adquire</p><p>uma máquina buscando aumentar a sua produção.</p><p>Quando levamos esses conceitos para a construção civil, Ribas (2020, p. 22),</p><p>afirma que:</p><p>33</p><p>“O custo de construção é elemento essencial do ponto de vista do</p><p>POC, não pode ser desconsiderado desse estudo, apesar de seguir</p><p>a regra contábil geral para constituição do custo e mensuração há</p><p>outros pontos relevantes para serem considerados.</p><p>O custo de construção é elemento essencial do ponto de vista do</p><p>POC, não pode ser desconsiderado desse estudo, apesar de seguir</p><p>a regra contábil geral para constituição do custo e mensuração há</p><p>outros pontos relevantes para serem considerados”.</p><p>Vamos ver um exemplo na prática? Imagine a construção de um empreendimento</p><p>com 10 apartamentos, sendo que, até agora, os custos incorridos foram de R$</p><p>400.000,00, contudo, o valor de custo orçado para toda a obra é de R$ 2.000.000,00.</p><p>Hoje, ocorreu a venda do primeiro apartamento, à vista, no valor de R$ 110.000,00.</p><p>Como contabilizar esse fato ?</p><p>Quadro 2 – Lançamento Contábil de receitas e custos</p><p>Ativo Conta de Resultado e Passivo</p><p>Caixa/banco R$</p><p>110.000,00</p><p>Débito</p><p>Receita c/</p><p>vendas</p><p>R$</p><p>22.000,00</p><p>Crédito</p><p>Adianta-</p><p>mento de</p><p>clientes</p><p>R$</p><p>88.000,00</p><p>Crédito</p><p>Conta de Resultado Ativo</p><p>Custo da</p><p>Mercadoria</p><p>Vendida</p><p>R$</p><p>40.000,00</p><p>Débito Estoque</p><p>de Imóveis</p><p>Concluídos</p><p>R$</p><p>40.000,00</p><p>Crédito</p><p>Fonte: o autor</p><p>Ficou difícil compreender? Calma, nós vamos ajudar você. O registro contábeis</p><p>baseou-se no custo incorrido. Se o custo orçado da obra é de R$ 2.000.000,00 e o</p><p>custo incorrido é de R$ 400.000,00, iremos fazer a divisão do custo incorrido pelo curso</p><p>orçado e, dessa forma, encontrar o valor de 0,2, que transformado em porcentagem</p><p>será 20%.</p><p>Devemos então aplicar 20% sobre o valor pago pelo apartamento de R$</p><p>110.000,00. O que resultará em um valor de R$ 22.000,00. Também devemos encontrar</p><p>quanto do custo incorrido será atribuído a cada apartamento. E como fazemos isso? É</p><p>simples, basta dividirmos R$ 400.000,00 pelo número de apartamentos em produção,</p><p>que nesse caso é 10. O valor será de R$ 40.000.</p><p>Pronto! Agora temos todos os valores necessários para realizar nossa</p><p>contabilização, basta colocarmos nas contas corretas. Primeiramente iremos debitar na</p><p>conta caixa/banco do ativo, o valor cheio de R$ 110.000,00, Entretanto, por quê?</p><p>34</p><p>Independente do quanto de obra já foi concluída, o valor foi pago pelo cliente</p><p>e agora compõe o patrimônio da entidade, entretanto para que esse patrimônio seja</p><p>referenciado da forma correta, os créditos deste lançamento serão feitos da seguinte</p><p>forma: R$ 22.000,00 em Receita C/vendas, ou seja, minha receita representará somente</p><p>a equivalência entre o valor recebido e o índice do custo orçado. O valor restante de</p><p>R$ 88.0000,00 irá ser creditado na conta adiantamento de clientes no passivo, pois, a</p><p>entidade agora possui uma obrigação presente com o cliente de entregar as etapas do</p><p>empreendimento nas datas estabelecidas.</p><p>Para refrescar a sua memória sobre os conceitos contábeis de débito</p><p>e crédito, acesse:</p><p>http://www.ebracon.com.br/questoes-tecnicas/203/teoria-das-</p><p>partidas-dobradas.</p><p>NOTA</p><p>2.1 ATIVIDADES DA CONSTRUÇÃO CIVIL</p><p>No que tange às áreas da construção civil, temos todo o processo de produção</p><p>até a conclusão de um empreendimento. Dentro deste processo existem vários</p><p>profissionais e áreas envolvidas e cada uma interfere diretamente no produto final.</p><p>No entanto, é realmente relevante falarmos sobre áreas da construção civil ?</p><p>Sim, haja vista que, após a definição da área de atuação de uma entidade. O</p><p>próximo passo é formalizar essa escolha na Receita Federal, através do que chamamos de</p><p>Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE), o registro correto da atividade</p><p>econômica é vital na hora de escolher o regime de tributação. Caso o registro não esteja</p><p>de acordo com a atividade, o contador, assim como toda a entidade, terão problemas</p><p>com a Receita Federal que podem gerar multas ou pagamentos desnecessários de</p><p>tributos.</p><p>Apesar da fiscalização por parte da Receita Federal, a lista de CNAEs é mantida</p><p>pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A lista é extensa e composta</p><p>por 21 seções que definem de forma macro a atividade no qual a empresa deseja atuar,</p><p>após escolher a seção, é necessário especificar cada vez mais o que será realizado</p><p>pela empresa a fim de encontrar o CNAE ideal. São as seções F e L da lista a serem</p><p>consideradas no que tange à contabilidade imobiliária e da construção civil. Ao entrar</p><p>nas seções citadas temos os seguintes CNAEs:</p><p>http://www.ebracon.com.br/questoes-tecnicas/203/teoria-das-partidas-dobradas</p><p>http://www.ebracon.com.br/questoes-tecnicas/203/teoria-das-partidas-dobradas</p><p>35</p><p>412040001 – Construção de Edifícios;</p><p>412040002 – Reformas em Apartamentos, Casas, Conjuntos</p><p>Habitacionais;</p><p>421110101 – Construção de Rodovias e Ferrovias;</p><p>421110102 – Manutenção de Rodovias e Ferrovias;</p><p>421380001 – Obras de Urbanização de Ruas, Praças e Calcadas;</p><p>421380002 – Reforma de Ruas, Praças e Calçadas;</p><p>422190101 – Construção de Barragens e Represas;</p><p>422190201 – Construção de Estações e Redes de Distribuição de</p><p>Energia Elétrica;</p><p>422270101 – Construção de Redes de Abastecimento de Água e</p><p>Esgoto;</p><p>429100001 – Obras Portuárias, Marítimas e Fluviais;</p><p>429280101 – Montagem de Estruturas Metálicas;</p><p>429280201 – Obras de Montagem Industrial;</p><p>429950101 – Construção de Instalações Esportivas e Recreativas;</p><p>429950102 – Manutenção de Instalações Esportivas (exceto</p><p>Edificações);</p><p>429959901 – Obras de Açudes;</p><p>429959902 – Obras de Contenção de Encostas;</p><p>431180101 – Demolição de Edifícios e Outras Estruturas;</p><p>431180201 – Preparação de Canteiro e Limpeza de Terreno;</p><p>432230101 – Instalações Hidráulicas, Sanitárias e de Gás;</p><p>432919999 – Outras Obras de Instalações em Construções;</p><p>433040101 – Impermeabilização em Obras de Engenharia Civil;</p><p>433040401 – Serviços de Pintura de Edifícios em Geral;</p><p>429959999 – Outras Obras de Engenharia Civil Não Especificadas</p><p>Anteriormente;</p><p>433049904 – Tratamento de Trincas e Fissuras em Paredes;</p><p>439160001 – Obras de Fundações;</p><p>439910101 – Administração de Obras;</p><p>439910301 – Obras de Alvenaria;</p><p>439910501 – Perfuração e Construção de Poços de Água;</p><p>439919901 – Construção de Plantas Industriais (infraestrutura);</p><p>439919902 – Serviços de Concretagem;</p><p>711200001 – Serviços de Engenharia;</p><p>711200002 – Serviços de Fiscalização de Obras;</p><p>711200003 – Elaboração de Projetos de Engenharia</p><p>6810-2/01 – Compra e venda de imóveis próprios</p><p>6810-2/02 – Aluguel de imóveis próprios</p><p>6810-2/03 – Loteamento de imóveis próprios (IBGE, 2023, s.p.).</p><p>Percebe-se a gama de atividades imobiliárias e da construção civil. E por que</p><p>tantas atividades sendo até muitas parecidas?</p><p>Quando falamos de atividade econômica não estamos falando somente de</p><p>como a empresa irá maximizar seus lucros, mas da responsabilidade que a empresa</p><p>assume frente à sociedade de que atuará em uma atividade buscando fins lucrativos,</p><p>porém buscando agregar valor para a população.</p><p>Quando uma empresa possui como atividade econômica o CNAE 711200002</p><p>– Serviços de Fiscalização de Obras, espera-se que ela aja em prol da segurança do</p><p>empreendimento, garantindo o máximo possível que nenhum dano será causado para</p><p>a sociedade por um empreendimento haja vista que a sua fiscalização será feita e</p><p>executada com maestria.</p><p>36</p><p>Ao mesmo tempo, ao possuir essa atividade econômica bem definida, a empresa</p><p>está protegida de acusações infundadas. Imagine a seguinte situação: em determinada</p><p>cidade se descobre um escândalo de corrupção envolvendo licitações de empresas</p><p>com atividade econômica de Perfuração e Construção de Poços de Água.</p><p>Uma empresa com outra atividade econômica não pode ser acusada de</p><p>participar, ou corroborar com o fato ocorrido, preservando assim sua legitimidade.</p><p>Entender essas funções é importante para situar o profissional contábil das</p><p>partes técnicas que envolvem a construção civil. Uma das principais características do</p><p>bom contador é a capacidade de entender toda a atividade fim da empresa e o motivo</p><p>de sua existência.</p><p>Para acessar a lista completa de CNAEs, acesse:</p><p>https://concla.ibge.gov.br/busca-online-cnae.html.</p><p>NOTA</p><p>Já falamos que um dos postulados da contabilidade é a continuidade e,</p><p>esse postulado visa garantir que a contabilidade servirá como artefato</p><p>para garantir que a empresa não venha a falência e, para garantir tal</p><p>fato, faz-se necessário que o profissional contábil esteja alinhado com</p><p>o ramo de negócio que se propôs a atuar.</p><p>IMPORTANTE</p><p>2.2 CONDOMÍNIOS EM EDIFICAÇÕES E INCORPORAÇÕES</p><p>IMOBILIÁRIAS</p><p>Uma importante legislação que o contador da construção civil deve conhecer é</p><p>a Lei n° 4.591 de 1964, que dispõe sobre o condomínio em edificações e as incorporações</p><p>imobiliárias. Aqui segue alguns importantes artigos desta legislação:</p><p>“Art. 1º As edificações ou conjuntos de edificações, de um ou mais</p><p>pavimentos, construídos sob a forma de unidades isoladas entre</p><p>si, destinadas a fins residenciais ou não-residenciais, poderão ser</p><p>alienados, no todo ou em parte, objetivamente considerados, e</p><p>constituirá, cada unidade, propriedade autônoma sujeita</p><p>às limitações</p><p>desta Lei.</p><p>§ 1º Cada unidade será assinalada por designação especial, numérica</p><p>ou alfabética, para efeitos de identificação e discriminação.</p><p>https://concla.ibge.gov.br/busca-online-cnae.html</p><p>37</p><p>§ 2º A cada unidade caberá, como parte inseparável, uma fração</p><p>ideal do terreno e coisas comuns, expressa sob forma decimal ou</p><p>ordinária”.</p><p>Percebe-se que a preocupação deste artigo é nos orientar sobre a as edificações</p><p>que, apesar de produzidas como um único empreendimento a ser entregue, podem ter</p><p>várias fatias vendidas separadamente. Imagine a seguinte situação: uma construtora</p><p>entrega um conjunto de 10 torres, cada uma contendo 30 apartamentos, ou seja,</p><p>ao todo temos 300 apartamentos que podem ser comercializados individualmente</p><p>ou em conjunto, contudo, a contabilidade deve-se ater que a venda individual deve</p><p>ser reconhecida individualmente – e o que isso quer dizer? Quer dizer que a cada</p><p>apartamento vendido o mesmo deve ser reconhecido no momento do fato gerador, ou</p><p>seja, não precisa e não deve aguardar a venda dos demais para reconhecer a venda.</p><p>A contabilidade de condomínios é uma área que cresce</p><p>exponencialmente no Brasil, devido suas peculiaridades e crescimento,</p><p>torna-se uma atrativa área para novos profissionais. Para saber mais</p><p>acesse: https://www.contabeis.com.br/artigos/7216/contabilidade-</p><p>para-condominios-guia-pratico/.</p><p>NOTA</p><p>Gostaria de abordar ainda outro artigo da Lei n° 4.591 de 1964, que diz:</p><p>Art. 12. Cada condômino concorrerá nas despesas do condomínio,</p><p>recolhendo, nos prazos previstos na Convenção, a quota-parte que</p><p>lhe couber em rateio.</p><p>§ 1º Salvo disposição em contrário na Convenção, a fixação da quota</p><p>no rateio corresponderá à fração ideal de terreno de cada unidade.</p><p>§ 2º Cabe ao síndico arrecadar as contribuições competindo-lhe</p><p>promover, por via executiva, a cobrança judicial das quotas atrasadas.</p><p>§ 3º O condômino que não pagar a sua contribuição no prazo fixado na</p><p>Convenção fica sujeito ao juro moratório de 1% ao mês, e multa de até</p><p>20% sobre o débito, que será atualizado, se o estipular a Convenção,</p><p>com a aplicação dos índices de correção monetária levantados pelo</p><p>Conselho Nacional de Economia, no caso da mora por período igual</p><p>ou superior a seis meses.</p><p>§ 4º As obras que interessarem à estrutura integral da edificação ou</p><p>conjunto de edificações, ou ao serviço comum, serão feitas com o</p><p>concurso pecuniário de todos os proprietários ou titulares de direito</p><p>à aquisição de unidades, mediante orçamento prévio aprovado em</p><p>assembleia-geral, podendo incumbir-se de sua execução o síndico,</p><p>ou outra pessoa, com aprovação da assembleia.</p><p>§ 5º A renúncia de qualquer condômino aos seus direitos, em caso</p><p>algum valerá como escusa para exonerá-lo de seus encargos.</p><p>https://www.contabeis.com.br/artigos/7216/contabilidade-para-condominios-guia-pratico/</p><p>https://www.contabeis.com.br/artigos/7216/contabilidade-para-condominios-guia-pratico/</p><p>38</p><p>Nota-se que cada condomínio pode ser comparado com uma cidade e, a taxa</p><p>de condomínio, comparada a demais taxas que são cobradas em serviços de comum</p><p>uso pelos habitantes de uma cidade. A lógica é a seguinte: é instituído um valor</p><p>necessário para manter a estrutura do condomínio, o coproprietário efetua o pagamento</p><p>mensalmente e o síndico atua como figura de um prefeito que irá receber aquele recurso</p><p>e aplicar nos serviços que manterão a estrutura funcionando.</p><p>Essa circulação e transferência de serviços e recursos financeiros deve ser</p><p>detalhada através de prestação de contas que são realizadas pela contabilidade do</p><p>condomínio. Nesse quesito, devemos refletir sobre essa expressão:</p><p>O que é a prestação de contas ?</p><p>Prestar contas é o ato de reportar aos interessados como essa transferência</p><p>entre recursos e serviços ocorreu, contudo, para que ela seja efetiva, deve haver uma</p><p>responsabilização. Surge, então, outra dúvida:</p><p>O que é a responsabilização ?</p><p>A palavra responsabilidade é bastante citada em nosso meio, entretanto sua</p><p>aplicação é incompleta, pois, só a responsabilização, caso o ente responsável seja</p><p>bonificado ou punido por suas ações. Caso o ato seja cumprido, a bonificação pode vir</p><p>através de feedback positivo, a reeleição como síndico, o respeito dos condôminos etc.</p><p>Quando o ato não for cumprido deve haver penalidades.</p><p>Leia com atenção as partes da legislação disponibilizadas, caso</p><p>haja dúvida sobre algum termo, pesquise e busque exemplos e</p><p>palavras similares, dessa forma você estará por dentro das principais</p><p>características técnicas que rege a construção civil.</p><p>IMPORTANTE</p><p>39</p><p>55% dos brasileiros preferem comprar casa em vez de apartamento. Uma pesquisa com 1200</p><p>pessoas espalhadas pelas cinco regiões do país traçou um perfi l da relação do brasileiro com</p><p>os imóveis – do desejo pela compra aos aspectos levados em conta para morar. O resultado</p><p>do levantamento da Brain Inteligência Estratégica aponta as preferências</p><p>gerais, com algumas particularidades de acordo com a localidade. Ao</p><p>todo, 60% dos que responderam à pesquisa buscam o primeiro</p><p>imóvel. Entre os motivos da intenção de compra, 30% deles é</p><p>para sair do aluguel. Trocar por uma residência maior e deixar a</p><p>casa dos pais/morar sozinhos empatam com 14%. Outros 10%</p><p>pensam em adquirir como investimento, enquanto 9% querem</p><p>uma moradia mais nova. Casa ou sobrado têm preferência</p><p>sobre apartamentos – 55% a 48%, respectivamente, na média</p><p>geral. Pelo Brasil, 15% cogitam comprar um terreno – número</p><p>que despenca para apenas 2% no Norte/Centro Oeste (as</p><p>duas regiões tiveram os dados reunidos na elaboração</p><p>fi nal). Texto de Jonathan Pereira de 2022. Para entender</p><p>mais, acesse o material citado na íntegra:</p><p>https://casavogue.globo.com/casa-vogue-estate/</p><p>noticia/2022/11/55percent-dos-brasileiros-preferem-</p><p>comprar-casa-em-vez-de-apartamento-revela-pesquisa.</p><p>ghtml.</p><p>INTERESSANTE</p><p>Nesta unidade, trabalhamos especifi cidades técnicas da área imobiliária e da</p><p>construção civil a fi m de nos familiarizarmos com elas. Como já foi citado, entender</p><p>o ramo e atividade econômica no qual a entidade está inserida é vital para que a</p><p>contabilidade contribua para a continuidade da entidade.</p><p>No próximo tópico iremos abordar a apuração de tributos na construção</p><p>civil e nas atividades imobiliárias, pois, até o momento, buscamos aprofundar nos</p><p>conceitos estratégicos e técnicos do setor, agora, faz-se necessário assimilarmos a</p><p>complexidade tributária que o cerca.</p><p>2.3 APURAÇÃO DE TRIBUTOS NA CONSTRUÇÃO CIVIL</p><p>Sabemos que o regime de tributação brasileiro é um dos mais complexos do</p><p>mundo. São várias siglas de impostos de âmbito municipal, estadual e federal de um</p><p>país com dimensões continentais no qual cada estado é soberano para decidir suas</p><p>regras (aqui estamos falando claro dos tributos estaduais, mas esses sem dúvidas são</p><p>os mais complexos.</p><p>40</p><p>Figura 3 – Tributos</p><p>Fonte: https://fiepi.com.br/media/uploads/2022/04/18/economia-industria.jpg. Acesso em: 4 abr. 2023.</p><p>Quando falamos de tributos, não conseguimos fugir das legislações que regem</p><p>esses tributos. É pessoal, o profissional contábil, apesar do senso comum dizer o</p><p>contrário, é um profissional que deve ler muito, pois temos várias legislações e normas</p><p>que regem a nossa tão querida ciência contábil, logo, a leitura faz parte da rotina do bom</p><p>profissional.</p><p>Uma outra característica fundamental do ramo da construção civil se dá pelo</p><p>seguinte fato: a contabilidade se caracteriza pelo regime de competência, sendo este</p><p>um dos seus principais princípios, contudo, a apuração de impostos da construção civil</p><p>se dá pelo regime de caixa. Ribas (2020, p. 37), diz que:</p><p>“As tributações no ramo da incorporação são realizadas por regime de</p><p>caixa, diferente da grande massa das contabilidades brasileiras este</p><p>setor necessita dessa manobra em virtude do modelo de registro da</p><p>receita, dito POC. A partir da edição da Lei 11.638/07, onde passamos</p><p>a conviver com um cenário que é: (i) Aplicação das normas contábeis</p><p>editadas pelo CPC – Comitê de Pronunciamentos Contábeis; (ii)</p><p>Convivência das “duas contabilidades”, a partir da criação do RTT –</p><p>Regime Tributário de Transição, que veio com a edição da Lei 11.941/09,</p><p>a qual criou mecanismos para que as empresas não tenham qualquer</p><p>reflexo fiscal de aumento ou mesmo de redução da carga tributária</p><p>a partir da adoção do CPC na sua contabilidade societária. Na</p><p>prática existem a contabilidade de resultados e a contabilidade fiscal</p><p>dentro das incorporadoras, uma para o societário da companhia,</p><p>onde fala-se em competência e outra para fins fiscais anotada em</p><p>regime de caixa. A contabilidade societária é a que viemos tratando</p><p>e esclarecendo até aqui, é nela onde são demonstrados valores</p><p>para acionistas, investidores, bancos e outros interessados. Essa</p><p>41</p><p>é a contabilidade que deve seguir e onde deve-se aplicar os CPCs,</p><p>além é claro de aderir a Lei 11.941, acima citada, para promover o</p><p>registro dos eventos seguindo as instruções mais próximas possível</p><p>da contabilidade internacional. A contabilidade fiscal ou de caixa</p><p>é de uso exclusivo do fisco e deve ter as contas de base para a</p><p>apuração nomeadas e mapeadas com esse fim no balancete, pois</p><p>em declaração específica pode ser analisada por auditores e também</p><p>por auditorias independentes quanto a qualidade das apurações</p><p>que estão sendo realizadas para a companhia em questão. Apesar</p><p>da necessidade de manter duas contabilidades é preciso conciliar</p><p>as duas informações em um só balanço, não podendo deixar de</p><p>evidenciar efeitos tributários na contabilidade societária, por exemplo</p><p>reconhecer Pis, Cofins, IRPJ e outros tributos devidos no regime de</p><p>competência. As incorporadoras tendem a criar mecanismos de</p><p>contabilização que permitam o trânsito dos valores entre societário</p><p>e fiscal a fim de conseguir evidenciar em detalhes a operação que</p><p>está anotando, pensando também nas melhores práticas e na</p><p>necessidade de prestar contas de eventos constantes no balanço</p><p>da companhia a auditores e outros. Da mesma forma que o POC é</p><p>determinante para a apuração do resultado ele também interfere nos</p><p>tributos e na apuração dos dividendos dos acionistas, visto que seu</p><p>cálculo parte necessariamente do lucro contábil do exercício”.</p><p>Nota-se que há uma preocupação com uma “dupla contabilidade” uma para</p><p>atender o fisco e outra às necessidades societárias. Esse com certeza não é o melhor</p><p>cenário, pois, é um retrabalho para a contabilidade que deve se desdobrar em atender</p><p>à necessidade de informação dos usuários interessados e, em paralelo, atender às</p><p>necessidades fiscais.</p><p>Quando se trata de planejamento (escolha tributária), os empreendimentos</p><p>imobiliários seguem o Regime Especial Tributário do Patrimônio de Afetação (RET).</p><p>Lembre-se que, no artigo 31 da lei n° 4.591 de 1964, tratamos sobre</p><p>patrimônio de afetação. Contudo, vale relembrar que, patrimônio de</p><p>afetação é a possibilidade de que o empreendimento se desvincule</p><p>totalmente da imobiliária, ou seja, mesmo se ela for à falência, o</p><p>empreendimento pode continuar em outra atividade específica.</p><p>IMPORTANTE</p><p>Ribas (2020, p. 18) reafirma que:</p><p>“O Regime Especial Tributário Do Patrimônio De Afetação, ou RET, está</p><p>inicialmente previsto na Lei 4.591/64, e tem normatização mais atual</p><p>na Lei 10.931/2004 prevendo que as incorporadoras podem fazer</p><p>uma tributação exclusiva por regime de caixa com apuração tributária</p><p>através de alíquota simplificada, onde são cobrados atualmente 4%</p><p>sobre o valor das vendas recebidas e este percentual compõem a</p><p>tributação total do empreendimento”.</p><p>42</p><p>Contudo, o modelo de regime especial não é o único que pode ser utilizado</p><p>pelas imobiliárias, inclusive, seu uso requer estudo prévio (como já foi citado) muita</p><p>leitura por parte do contador haja vista que, a Receita Federal COSIT N° 99001 (BRASIL,</p><p>2021, s.p.), traz, em seu texto, que:</p><p>ASSUNTO: Normas Gerais de Direito Tributário</p><p>EMENTA: incorporação imobiliária. Regime especial de tributação.</p><p>Obra concluída.</p><p>Não se submetem ao RET as receitas decorrentes das vendas de</p><p>unidades imobiliárias realizadas após a conclusão da respectiva</p><p>edificação.</p><p>São submetidas ao RET as receitas recebidas referentes às unidades</p><p>vendidas antes da conclusão da obra, as quais compunham a</p><p>incorporação afetada, mesmo que essas receitas sejam recebidas</p><p>após a conclusão da obra ou a entrega do bem</p><p>REFORMA A SOLUÇÃO DE CONSULTA Nº 7.045 – SRRF07/DISIT, DE 11</p><p>DE DEZEMBRO DE 2014.</p><p>Solução de consulta vinculada à solução de consulta COSIT nº 244,</p><p>de 12 de setembro de 2014.</p><p>DISPOSITIVOS LEGAIS: Lei nº 4.591, 1964, arts. 31-A a 31-E e 44; Lei</p><p>nº 10.931, de 2004, arts. 1º a 10; Instrução Normativa RFB nº 1.435, de</p><p>2013.</p><p>Fica claro que, essa opção é a mais vantajosa desde que seja na integridade</p><p>da obra, tanto no momento de elaboração quanto da conclusão, pois, ao final da obra a</p><p>opção pelo regime de tributação especial é revogado e as imobiliárias e incorporadoras</p><p>devem aderir aos famosos Lucro real e Lucro presumido, elevando sua carga tributária.</p><p>Você sabe o que é lucro real e presumido? Caso sim, vamos relembrar,</p><p>caso não, fique atento: Lucro real é uma das formas de regime</p><p>tributário, no qual o Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) e a</p><p>Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) são apurados com</p><p>base no confronto REAL entre Receitas, custos e despesas, sendo</p><p>que, algumas despesas podem passar pelo processo de exclusão ou</p><p>inclusão na base de cálculo final.</p><p>NOTA</p><p>Já o lucro presumido, também é um regime tributário que visa a apuração do</p><p>Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) e a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido</p><p>(CSLL), contudo isso é feito de forma diferente. São pré-determinadas alíquotas de</p><p>presunção de lucro, ou seja, a base de cálculo se dá ao presumir o lucro de cada setor.</p><p>De acordo com a receita federal as atividades imobiliárias relativas à loteamento</p><p>de terrenos, incorporação imobiliária, construção de prédios destinados à venda, bem</p><p>43</p><p>como a venda de imóveis construídos ou adquiridos para revenda aplicam um percentual</p><p>de 8% sobre o seu faturamento. Exemplo:</p><p>Imagine que uma imobiliária apresentou um faturamento de R$ 120.000,00, a</p><p>base de cálculo para IRPJ e CSLL será R$ 120.000,00 vezes 8% que dará um total de: R$</p><p>9.600,00, no qual será aplicado a alíquota de impostos sobre esta base.</p><p>De acordo com a Receita Federal (2021):</p><p>O imposto de renda com base no lucro presumido é determinado por</p><p>períodos de apuração trimestrais, encerrados em 31 de março, 30 de</p><p>junho, 30 de setembro e 31 de dezembro de cada ano-calendário. Via</p><p>de regra, a opção é manifestada com o pagamento da primeira quota</p><p>ou quota única do imposto devido correspondente ao primeiro período</p><p>de apuração de cada ano calendário, sendo considerada definitiva</p><p>para todo o ano-calendário. As pessoas jurídicas que tenham iniciado</p><p>suas atividades a partir do segundo trimestre do ano-calendário</p><p>manifestaram a sua opção por meio do pagamento da primeira ou</p><p>única quota do imposto devido relativa ao período de apuração do</p><p>início de atividade. Não poderá optar pelo regime de tributação com</p><p>base no lucro presumido as pessoas jurídicas resultantes de evento</p><p>de incorporação ou fusão enquadradas nas disposições contidas no</p><p>art. 59 da IN RFB nº 1.700, de 2017, ainda que qualquer incorporada</p><p>ou fusionada fizesse jus ao referido regime antes da ocorrência do</p><p>evento, não se lhes aplicando o disposto no art. 4º da Lei nº 9.964, de</p><p>10 de abril de 2.000, salvo no caso em que a incorporadora estivesse</p><p>submetida ao Programa de Recuperação Fiscal (Refis) antes do</p><p>evento de incorporação. Podem optar as pessoas jurídicas:</p><p>a) cuja receita total no ano-calendário anterior tenha sido igual ou</p><p>inferior a R$ 78.000.000,00 (setenta e oito milhões de reais) ou a R$</p><p>6.500.000,00 (seis milhões e quinhentos mil reais) multiplicado pelo</p><p>número de meses em atividade no ano calendário anterior, quando</p><p>inferior a 12 (doze) meses.</p><p>b) que não estejam obrigadas à tributação pelo lucro real em função</p><p>da atividade exercida ou da sua constituição societária ou</p><p>natureza</p><p>jurídica.</p><p>Nota-se que, há um limite de faturamento para se poder utilizar o lucro presumido,</p><p>ou seja, a partir do momento em que a empresa que exerce atividade de imobiliária e</p><p>construção civil atinge determinado faturamento, ela deve obrigatoriamente optar pelo</p><p>lucro real, contudo, nem sempre uma empresa menor deve optar pelo lucro presumido,</p><p>haja vista que, no ramo da construção civil há uma gama de despesas muito grande,</p><p>caso a empresa possua muitas despesas e opte pelo lucro presumido, ela pode pagar um</p><p>imposto maior do que pagaria com o confronto real entre receitas, custos e despesas,</p><p>por isso a importância de um bom planejamento estratégico e tributário sendo que um</p><p>bom planejamento só advém com muito estudo prévio.</p><p>A tributação sobre o lucro real no Brasil tem sua origem na década de 1930,</p><p>durante o governo de Getúlio Vargas. Na época, foi criado o Imposto de Renda sobre o</p><p>Lucro Líquido das Empresas (IRLE), que era cobrado sobre o lucro líquido apurado pelas</p><p>empresas.</p><p>44</p><p>No entanto, a tributação sobre o lucro real, como é conhecida hoje, foi instituída</p><p>com a criação da Lei n° 7.713, de 22 de dezembro de 1988, que regulamentou o Imposto</p><p>de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ) e a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL).</p><p>Essas duas leis estabeleceram as regras para a apuração e cobrança do imposto sobre o</p><p>lucro real das empresas no Brasil.</p><p>Desde então, a tributação sobre o lucro real vem sendo aplicada de maneira</p><p>mais rigorosa no Brasil, com o objetivo de arrecadar receitas para o governo e incentivar</p><p>a competitividade e a eficiência das empresas.</p><p>A legislação que regula o lucro real para as empresas no Brasil é composta</p><p>principalmente pelas seguintes leis:</p><p>• Lei n° 9.430, de 27 de dezembro de 1996: esta lei estabelece as regras para a apuração</p><p>do lucro real das empresas, incluindo as deduções permitidas, as formas de acerto e</p><p>a base de cálculo do imposto.</p><p>• Lei n° 9.249, de 26 de dezembro de 1995: esta lei regulamenta a cobrança da</p><p>Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) e estabelece as alíquotas e as regras</p><p>para o pagamento desse imposto.</p><p>• Lei n° 11.638, de 28 de dezembro de 2007: esta lei traz algumas alterações na</p><p>legislação tributária, incluindo as regras para a apuração do lucro real, e revoga a Lei</p><p>n° 9.430 de 1996.</p><p>• Lei n° 9.718, de 27 de novembro de 1998: esta lei estabelece as regras para o Imposto</p><p>de Renda Retido na Fonte (IRRF) aplicável aos pagamentos realizados por pessoas</p><p>jurídicas a pessoas físicas, incluindo a tributação sobre os lucros distribuídos por</p><p>sociedades anônimas.</p><p>• Estas leis, junto às instruções normativas e regulamentos da Receita Federal do Brasil,</p><p>formam a legislação que regulamenta a tributação sobre o lucro real das empresas</p><p>no Brasil.</p><p>Percebe-se que a forma de tributação de uma empresa pode literalmente</p><p>decidir e influenciar em sua continuidade. A responsabilidade do contador perante o</p><p>planejamento tributário estratégico é de suma importância para que a empresa possa</p><p>tomar as melhores decisões.</p><p>45</p><p>Figura 4 – Reunião Estratégica</p><p>Fonte: https://images.squarespace-cdn.com/content/v1/6162bcebcd669300bb94fb2d/</p><p>1634545422203-NVU45KEKYOQ535N4I4K3/meeting-corporate-success-business-brainstorming-t-H-</p><p>ZX69BV.jpg. Acesso em: 4 abr. 2023.</p><p>É necessário que as legislações postadas sejam lidas na íntegra, para</p><p>facilitar a compreensão, é colocado apenas alguns trechos, mas,</p><p>pensando em atuação profissional, faz-se necessário a leitura da</p><p>legislação que rege o mecanismo tributário.</p><p>IMPORTANTE</p><p>A Instrução Normativa RFB n° 1.701, de 2017, conhecida como OCPC 01 (R1) –</p><p>Entidades de Incorporação Imobiliária, é um regulamento da Receita Federal do Brasil que</p><p>trata da tributação de entidades de incorporação imobiliária. A OCPC 01 (R1) estabelece</p><p>as regras para a apuração e a cobrança do Imposto de Renda e da Contribuição Social</p><p>sobre o Lucro Líquido dessas entidades.</p><p>46</p><p>Os principais pontos da OCPC 01 (R1) incluem:</p><p>• Definição de entidade de incorporação imobiliária: a OCPC 01 (R1) define entidade</p><p>de incorporação imobiliária como uma pessoa jurídica que tem como objetivo</p><p>principal a incorporação imobiliária, incluindo a construção, venda e administração</p><p>de edificações.</p><p>• Base de cálculo: a OCPC 01 (R1) estabelece que a base de cálculo do Imposto de</p><p>Renda e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido das entidades de incorporação</p><p>imobiliária será o lucro real apurado.</p><p>• Dedutibilidade de despesas: a OCPC 01 (R1) define quais despesas são dedutíveis na</p><p>apuração do lucro real, incluindo despesas com vendas, comercialização, publicidade,</p><p>despesas financeiras etc.</p><p>• Lucro presumido: a OCPC 01 (R1) permite que as entidades de incorporação imobiliária</p><p>optem pelo lucro presumido como base de cálculo do Imposto de Renda, desde que</p><p>atendam aos requisitos previstos na legislação tributária.</p><p>• Prestação de contas: a OCPC 01 (R1) estabelece as obrigações de prestação de contas</p><p>das entidades de incorporação imobiliária, incluindo a apresentação de balanços e</p><p>demonstrações financeiras, e o cumprimento de obrigações fiscais.</p><p>• Esses são alguns dos principais pontos da OCPC 01 (R1), que busca regular a</p><p>tributação das entidades de incorporação imobiliária e garantir a arrecadação correta</p><p>dos impostos devidos.</p><p>Imagine a seguinte situação: determinado empreendimento imobiliário é vendido</p><p>e, nesse momento ocorre o pagamento da comissão de venda, contudo, muitas vezes o</p><p>empreendimento é comercializado sem estar finalizado, logo, esse pagamento deve ser</p><p>tratado como um pagamento antecipado representando um direito da imobiliária e, será</p><p>registrado como despesas na demonstração de resultado na medida que os custos e</p><p>receitas do empreendimento são apropriados.</p><p>De acordo com a OCPC 01 de 2017 (p. 10):</p><p>“Despesa com propaganda, marketing, promoção e outras atividades</p><p>correlatas</p><p>As despesas com propaganda, marketing, promoções e outras</p><p>atividades correlatas, mesmo que diretamente relacionadas a um</p><p>empreendimento imobiliário específico, não fazem parte do custo de</p><p>construção do imóvel.</p><p>Essas despesas devem ser reconhecidas no resultado, em uma</p><p>De acordo com o CFC, O Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC)</p><p>regula as normas contábeis e pode emitir Orientações Técnicas (OCPC),</p><p>Interpretações Técnicas (ICPC), e Pronunciamentos Técnicos (PT CPC).</p><p>IMPORTANTE</p><p>47</p><p>rubrica específica relacionada a despesas com vendas (não afetando,</p><p>dessa forma, o resultado bruto das atividades de incorporação</p><p>imobiliária), quando efetivamente incorridas, respeitando-se o</p><p>regime de competência contábil dos exercícios, de acordo com seu</p><p>respectivo período de veiculação, não podendo ser diferidas para</p><p>futuro reconhecimento até a entrega das unidades imobiliárias”.</p><p>Este item é interessante pois, apesar de, alguns itens da contabilidade aplicada</p><p>à construção civil só serem apropriados no momento da entrega das unidades</p><p>imobiliárias, a despesa com propaganda e marketing segue os conceitos tradicionais</p><p>da contabilidade, sendo apropriadas como despesa quando surge o fato gerador, ou</p><p>seja, obedecendo o regime de competência. Exemplo: determinada imobiliária gastou</p><p>R$ 50.000,00 a vista com marketing do seu novo empreendimento. Como fica esse fato</p><p>contábil?</p><p>Quadro 3 – Lançamento contábil de despesa com marketing</p><p>Ativo Conta de Resultado (despesa)</p><p>Disponível R$</p><p>50.000,00</p><p>Crédito Despesas</p><p>com Marke-</p><p>ting</p><p>R$</p><p>50.000,00</p><p>Débito</p><p>Fonte: o autor</p><p>O setor da construção civil apresenta algumas curiosidades, dentre</p><p>elas: o setor da construção civil no Brasil é um dos maiores do mundo</p><p>e tem uma importante contribuição para a economia do país.</p><p>DICAS</p><p>• O Brasil é responsável por muitos dos arranha-céus mais altos da América Latina,</p><p>incluindo o Edifício Itália, o Edifício Copan e o Edifício Nobile.</p><p>• O setor da construção civil tem sido afetado por diversos problemas, como a falta de</p><p>investimento, a corrupção e a falta de mão de obra qualificada.</p><p>• Em 2018, foi lançado o "Programa de Parcerias</p><p>de Investimentos" (PPI), visando</p><p>aumentar o investimento privado na construção de infraestruturas no Brasil.</p><p>• O uso de tecnologias inovadoras, como construção modular e impressão 3D,</p><p>tem crescido na construção civil no Brasil, tornando o processo mais eficiente e</p><p>sustentável.</p><p>• O setor da construção civil é responsável por muitos empregos no Brasil e tem um</p><p>papel importante na geração de renda e desenvolvimento econômico.</p><p>• O Brasil tem vários exemplos de construções verdes e sustentáveis, como o Edifício</p><p>Ideal, que é considerado um dos prédios mais sustentáveis da América Latina.</p><p>• Apesar de alguns desafios, o setor da construção civil no Brasil tem um potencial</p><p>enorme para crescer e se desenvolver ainda mais nos próximos anos.</p><p>48</p><p>Sobre gastos relacionados à estrutura necessária para venda dos</p><p>estabelecimentos a OCPC (2017, p. 15) diz que:</p><p>“Gastos diretamente relacionados com a construção do estande</p><p>de vendas e do apartamento-modelo, bem como aqueles para</p><p>aquisição das mobílias e da decoração do estande de vendas e do</p><p>apartamento modelo do empreendimento imobiliário. Os gastos</p><p>incorridos e diretamente relacionados com a construção de estande</p><p>de vendas e do apartamento-modelo, bem como aqueles para</p><p>aquisição das mobílias e da decoração dos estandes de vendas e do</p><p>apartamento-modelo de cada empreendimento, possuem natureza</p><p>de caráter prioritariamente tangível e, dessa forma, devem ser</p><p>registrados em rubrica de ativo imobilizado, e depreciados de acordo</p><p>com o respectivo prazo de vida útil estimada desses itens. Vida útil</p><p>é o período durante o qual se espera que o ativo seja usado pela</p><p>entidade de incorporação imobiliária. Quando a vida útil estimada for</p><p>inferior a 12 meses, os gastos devem ser reconhecidos diretamente</p><p>ao resultado como despesa de vendas. A despesa de depreciação</p><p>desses ativos deve ser reconhecida em rubrica de despesas com</p><p>vendas, sem afetar o lucro bruto. Esse reconhecimento não deve</p><p>causar impacto na determinação do percentual de evolução</p><p>financeira dos empreendimentos imobiliários. Eventuais parcelas</p><p>recuperadas com a venda das mobílias ou das partes do estande</p><p>de vendas devem ser registradas como redutoras do custo desses</p><p>itens. A entidade de incorporação imobiliária deve avaliar, no mínimo,</p><p>no fim de cada exercício social, se há alguma indicação de que um</p><p>ativo possa ter sofrido desvalorização. Se houver alguma indicação,</p><p>a entidade deve estimar o valor recuperável do ativo. Por exemplo,</p><p>consideram-se desvalorizados os estandes de vendas quando parte</p><p>substancial das unidades estiverem vendidas ou por ocasião do</p><p>término de seu uso”.</p><p>Um apartamento modelo é um imóvel de construção nova que é</p><p>montado e decorado com o objetivo de ser mostrado aos potenciais</p><p>compradores como exemplo do que eles poderiam esperar em</p><p>termos de acabamento e design. É comumente usados como uma</p><p>forma de venda de imóveis, onde os compradores podem visualizar e</p><p>experimentar o espaço antes de decidir se eles gostariam de comprar</p><p>um apartamento semelhante. O apartamento modelo é geralmente</p><p>decorado e equipado com móveis e aparelhos de última geração,</p><p>iluminação e outros acabamentos para mostrar o potencial do espaço</p><p>e atrair compradores.</p><p>NOTA</p><p>Quando a norma diz que o caráter do apartamento modelo é prioritariamente</p><p>tangível quer dizer que é um item corpóreo físico e que segue os conceitos e definições</p><p>de ativo imobilizado, se um item se caracteriza como ativo imobilizado ele deve passar</p><p>por depreciação. Imagine a seguinte situação:</p><p>49</p><p>Um apartamento modelo possui um custo total de R$ 100.000,00 reais. Esse</p><p>valor será pago a prazo. Como ficará esse lançamento contábil?</p><p>Quadro 4 – Lançamento contábil de gastos com apartamento modelo e similar</p><p>Ativo Passivo</p><p>Ativo Imobi-</p><p>lizado</p><p>R$</p><p>100.000,00</p><p>Débito Fornecedo-</p><p>res</p><p>R$</p><p>100.000,00</p><p>Crédito</p><p>Fonte: o autor</p><p>No ano seguinte, o apartamento modelo apresentou um valor de depreciação</p><p>de R$ 10.000,00. Como ficará esse lançamento contábil?</p><p>Quadro 5 – Lançamento contábil de depreciação do apartamento modelo e similar</p><p>Ativo Contas de resultado (despesa)</p><p>Depreciação R$</p><p>10.000,00</p><p>Crédito Depreciação R$</p><p>10.000,00</p><p>Débito</p><p>Fonte: o autor</p><p>A depreciação de ativos é um conceito financeiro que se refere ao</p><p>processo de reconhecer a perda de valor de um ativo ao longo do</p><p>tempo devido ao desgaste, obsolescência ou outras causas. É uma</p><p>forma de medir o custo de uso de um ativo e refletir sua deterioração</p><p>ou perda de valor.</p><p>NOTA</p><p>Esse elemento contábil é geralmente calculado usando métodos de amortização,</p><p>como o método linear ou o método da taxa constante, e é registrada como uma despesa</p><p>no balanço patrimonial da empresa. Isso afeta o lucro líquido da empresa e pode ser</p><p>usado como uma forma de alocar o custo de um ativo ao longo de sua vida útil.</p><p>A depreciação é importante porque ajuda as empresas a entender o custo real</p><p>de seus ativos e a tomar decisões informadas sobre sua alocação de recursos. Além</p><p>disso, a depreciação é um elemento-chave para determinar o valor de uma empresa e</p><p>pode ser usada como base para avaliar a saúde financeira de uma empresa.</p><p>Sobre gastos relacionados à estrutura necessária para venda dos</p><p>estabelecimentos OCP (2017, p. 5) diz que:</p><p>50</p><p>“Provisão para garantia</p><p>O custo do imóvel vendido deve compreender os gastos com as</p><p>garantias existentes relativas ao período posterior à entrega das</p><p>chaves das unidades imobiliárias, a ser estimada com base em</p><p>dados técnicos disponíveis de cada imóvel e no histórico de gastos</p><p>incorridos pela entidade de incorporação imobiliária.</p><p>A contrapartida do valor apurado, conforme item 24, deve ser</p><p>contabilizada a título de provisão para garantias no passivo circulante</p><p>ou não circulante, conforme aplicável, considerando-se apenas as</p><p>unidades imobiliárias vendidas e o percentual de evolução dos</p><p>empreendimentos imobiliários, bem como deve ser, eventualmente,</p><p>revertida apenas em sua extinção por completo, quando se</p><p>prescrevem as cláusulas contratuais ou legais que geraram tal</p><p>obrigação e/ou compromisso. O efeito da provisão para garantias não</p><p>deve impactar o cálculo da evolução da obra para fins de apropriação</p><p>da receita.</p><p>Na existência de seguros contratados e/ou terceiros envolvidos com a</p><p>responsabilidade pelos custos relacionados a garantias (por exemplo,</p><p>empreiteiras contratadas para a construção do empreendimento,</p><p>empresas responsáveis pela produção e instalação de bens como</p><p>elevadores etc.), o registro de provisão deve estar fundamentado por</p><p>avaliação da probabilidade de uma saída de recursos”.</p><p>Imagine a seguinte situação: uma imobiliária vendeu um apartamento novo</p><p>com garantia de um ano. Nos últimos 10 anos, essa imobiliária vendeu cerca de 1.000</p><p>apartamentos, sendo que a média gasta anualmente com reparos cobertos pela garantia</p><p>é de R$ 15.000,00. Como ficará esse lançamento contábil?</p><p>Quadro 6 – Lançamento contábil de provisão</p><p>Passivo Circulante Contas de resultado (despesa)</p><p>Provisão</p><p>para Garan-</p><p>tia</p><p>R$</p><p>15.000,00</p><p>Crédito Constituição</p><p>de Provisão</p><p>para Garan-</p><p>tia</p><p>R$</p><p>15.000,00</p><p>Débito</p><p>Fonte: o autor</p><p>Nota-se que o valor de R$ 15.000,00 foi considerado como valor do lançamento</p><p>devido uma estimativa baseada em uma média histórica. Essa é uma das principais</p><p>características da provisão.</p><p>51</p><p>A provisão é registrada quando uma empresa tem uma obrigação presente e</p><p>existe a possibilidade de que seja necessário um pagamento futuro para cumprir essa</p><p>obrigação. Por exemplo, uma empresa pode registrar uma provisão para cobrir uma</p><p>possível perda futura devido a uma ação judicial ou para cobrir o custo de um recall de</p><p>produtos.</p><p>O valor da provisão é baseado em estimativas e incertezas, e pode ser ajustado</p><p>ao longo do tempo conforme novas informações forem disponibilizadas. A provisão é</p><p>registrada como uma despesa no período em que é reconhecida, reduzindo o lucro</p><p>líquido da empresa.</p><p>Outro ponto importante são as operações de cessão de recebíveis imobiliários</p><p>que são transações financeiras nas quais</p><p>o proprietário de um ou mais recebíveis</p><p>imobiliários (geralmente empréstimos hipotecários ou financiamentos imobiliários)</p><p>transfere os direitos sobre esses recebíveis para outra parte, geralmente uma instituição</p><p>financeira ou investidor institucional.</p><p>Nessas operações, o vendedor (ou cedente) de recebíveis transfere a propriedade</p><p>dos recebíveis para o comprador (ou cessionário), que passa a ter direito aos pagamentos</p><p>futuros dos devedores. Em troca, o cedente recebe uma quantia imediata ou ajustada</p><p>pelo valor dos recebíveis.</p><p>As operações de cessão de recebíveis imobiliários podem trazer alguns</p><p>problemas para a empresa que as realiza, especialmente se não forem bem planejadas</p><p>e executadas. Alguns dos principais problemas incluem:</p><p>• Risco de crédito: ao ceder os direitos sobre os recebíveis, a empresa está transferindo</p><p>o risco de crédito para o cessionário. Se um dos devedores não pagar, a empresa</p><p>pode sofrer perdas significativas.</p><p>• Complexidade: as operações de cessão de recebíveis são geralmente complexas,</p><p>e a empresa precisa ter conhecimento e recursos adequados para realizá-las com</p><p>sucesso.</p><p>• Mudança na gestão dos recebíveis: ao ceder os direitos sobre os recebíveis, a empresa</p><p>também transfere a responsabilidade pela gestão desses ativos para o cessionário.</p><p>Isso pode afetar a qualidade dos dados e a eficiência da gestão de cobranças.</p><p>No contexto contábil, uma provisão é um registro contábil que</p><p>representa uma despesa futura esperada ou uma perda potencial. É</p><p>usado para registrar um passivo contingente, ou seja, uma obrigação</p><p>presente decorrente de eventos passados, cuja existência é incerta e</p><p>depende da ocorrência ou não de um ou mais eventos futuros.</p><p>NOTA</p><p>52</p><p>• Redução da rentabilidade: ao ceder os recebíveis, a empresa pode receber uma</p><p>quantia menor do que o valor nominal dos recebíveis. Isso pode resultar em uma</p><p>redução da rentabilidade para a empresa.</p><p>Um exemplo prático de operação de cessão de recebíveis imobiliários seria</p><p>o seguinte: uma instituição financeira que emprestou dinheiro para a compra de</p><p>imóveis pode optar por ceder os direitos sobre esses empréstimos para um investidor</p><p>institucional. O investidor paga uma quantia imediata à instituição financeira e passa a</p><p>ter direito aos pagamentos futuros dos devedores. Dessa forma, a instituição financeira</p><p>recebe uma quantia imediata e o investidor adquire ativos financeiros para sua carteira.</p><p>Uma das maiores crises que o mundo já viu ocorreu em 2008 e foi</p><p>chamada de crise do subprime. Um dos principais motivos que gerou</p><p>a crise do subprime foi a antecipação de recebíveis imobiliários. Para</p><p>entender mais assista o vídeo e escute o podcast.</p><p>https://www.youtube.com/watch?v=0Kq_20Oww1w&t=286s.</p><p>https://open.spotify.com/episode/5EyMSybXhHYLVAkxTsOMXI?si=ZSl4</p><p>ep74QhK5-IRBUy8XDg.</p><p>DICA</p><p>Ao citarmos as operações de cessão de recebíveis imobiliários, devemos</p><p>compreender o valor do dinheiro no tempo, esse conceito refere-se à perda de poder</p><p>aquisitivo do dinheiro ao longo do tempo devido à inflação. A inflação é uma elevação</p><p>geral e persistente dos preços de bens e serviços, o que significa que a mesma quantia</p><p>de dinheiro compra menos coisas ao longo do tempo.</p><p>O valor do dinheiro no tempo é uma das principais preocupações financeiras</p><p>das pessoas e das empresas, pois afeta o poder de compra de suas economias e seus</p><p>investimentos. Por exemplo, se você tem uma quantia de dinheiro hoje e o guarda por 10</p><p>anos, é provável que, devido à inflação, essa quantia valha menos em 10 anos.</p><p>Por isso, o valor do dinheiro no tempo é uma consideração importante na hora</p><p>de tomar decisões financeiras, como escolher a melhor forma de poupar ou investir.</p><p>Alguns dos fatores que afetam o valor do dinheiro no tempo incluem a taxa de juros, a</p><p>inflação, a economia global e a política econômica dos governos.</p><p>A noção de valor do dinheiro no tempo também é importante na contabilidade</p><p>financeira, onde é necessário ajustar o valor de ativos e passivos futuros para refletir o</p><p>efeito da inflação e do tempo. Por exemplo, um empréstimo a ser recebido em 10 anos</p><p>pode ser avaliado hoje com base em sua capacidade de gerar receita futura, levando em</p><p>conta o valor do dinheiro no tempo.</p><p>https://www.youtube.com/watch?v=0Kq_20Oww1w&t=286s</p><p>https://open.spotify.com/episode/5EyMSybXhHYLVAkxTsOMXI?si=ZSl4ep74QhK5-IRBUy8XDg</p><p>https://open.spotify.com/episode/5EyMSybXhHYLVAkxTsOMXI?si=ZSl4ep74QhK5-IRBUy8XDg</p><p>53</p><p>Diante desse cenário, quando temos um recebível ou dívida datada no futuro e</p><p>queremos saber quanto devemos pagar na data atual, devemos fazer o ajuste a valor</p><p>presente, ou VP como é conhecido.</p><p>Vp é um conceito financeiro que se refere ao valor atual de uma quantia futura</p><p>de dinheiro, descontada de acordo com uma taxa de juros específica. É uma ferramenta</p><p>útil para avaliar o valor de fluxos de caixa futuros, como receitas ou despesas, em termos</p><p>de valor presente.</p><p>A fórmula para calcular o valor presente é a seguinte:</p><p>VP = FV / (1 + r)^t</p><p>Onde:</p><p>VP = é o valor presente.</p><p>FV = é o valor futuro.</p><p>r = é a taxa de juros.</p><p>t = é o número de períodos futuros (geralmente anos).</p><p>Por exemplo, digamos que você tenha uma quantia futura de 1.000 reais que</p><p>será recebida daqui a dois anos, e a taxa de juros seja de 5% ao ano. O valor presente</p><p>desse fluxo de caixa seria de:</p><p>VP = 1.000 / (1 + 0,05)^2 = 1.000 / 1,1025 = 907,50 reais</p><p>Sendo assim, se você tivesse a opção de receber 1.000 reais daqui a dois anos ou</p><p>907,50 reais hoje, a escolha certa seria receber 907,50 reais hoje, porque o dinheiro tem</p><p>mais valor no presente do que no futuro devido ao efeito da inflação e da taxa de juros.</p><p>Em resumo, o ajuste a valor presente é uma técnica financeira que permite</p><p>avaliar o valor atual de um fluxo futuro de caixa descontando-o a uma taxa de juros</p><p>específica. A fórmula para calcular o valor presente é VP = FV / (1 + r)^t, onde FV é o valor</p><p>futuro, r é a taxa de juros e t é o número de períodos futuros.</p><p>Bom, ao longo das unidades buscamos entender as nuances da contabilidade</p><p>aplicada ao setor imobiliário e da construção civil, sendo considerada fundamental para</p><p>uma gestão financeira eficiente e um melhor controle dos recursos e atividades das</p><p>empresas do setor. Alguns dos principais pontos abordados foram:</p><p>• Controle financeiro: a contabilidade permite acompanhar as receitas, despesas</p><p>e investimentos da empresa, possibilitando a identificação de pontos de melhoria</p><p>e ajustes no orçamento. Isso permite uma gestão mais eficiente dos recursos</p><p>financeiros, o que é fundamental para o sucesso de qualquer empresa.</p><p>54</p><p>• Tomada de decisões: a contabilidade fornece informações precisas e confiáveis sobre</p><p>a situação financeira da empresa, o que permite aos gestores tomar decisões mais</p><p>acertadas, tanto a curto como a longo prazo.</p><p>• Planejamento tributário: a contabilidade é uma ferramenta importante para o correto</p><p>planejamento tributário, permitindo a maximização dos benefícios fiscais e a redução</p><p>de riscos de cobranças indevidas.</p><p>• Conformidade regulatória: o setor imobiliário e da construção civil está sujeito a uma</p><p>série de regulamentações, como a Lei das Licitações, a Lei das Sociedades por Ações,</p><p>entre outras. A contabilidade é essencial para garantir a conformidade regulatória,</p><p>evitando penalidades e garantindo a transparência e integridade das informações.</p><p>• Transparência: a contabilidade permite a transparência nas operações financeiras da</p><p>empresa, tornando os dados financeiros disponíveis e confiáveis para investidores,</p><p>credores e reguladores.</p><p>Em resumo, a contabilidade é fundamental para o setor imobiliário e da</p><p>construção civil, permitindo uma gestão financeira eficiente, tomada de decisões</p><p>acertadas, planejamento tributário, conformidade regulatória e transparência nas</p><p>operações. Tudo isso é fundamental para o sucesso e a competitividade das empresas</p><p>do setor.</p><p>55</p><p>ABRAINC Explica: a importância da Construção Civil para impulsionar a</p><p>economia brasileira</p><p>Redação ABRAINCO</p><p>A relevância e o potencial do setor</p><p>da construção civil para impulsionar o</p><p>crescimento econômico e a geração de empregos no Brasil será tema do terceiro texto</p><p>da série ABRAINC Explica.</p><p>Quando a construção civil vai bem, a economia brasileira acompanha o ritmo.</p><p>A maior parte do que é investido no setor retorna como PIB, emprego, tributos e renda</p><p>à população. A construção possui ampla capacidade de produção e de gerar milhares</p><p>de postos de trabalho de forma rápida, fatores essenciais para a retomada econômica</p><p>brasileira pós-pandemia da COVID-19.</p><p>O setor movimenta uma grande cadeia produtiva. Desde o canteiro de obras</p><p>até a fabricação de insumos, são milhões de pessoas empregadas diretamente na</p><p>construção civil, com grande potencial de crescimento para os próximos anos.</p><p>Indicadores atuais mostram que:</p><p>• 10% dos trabalhadores brasileiros são empregados da construção civil.</p><p>• 9% de todos os tributos são gerados pelo setor.</p><p>• 7% do PIB Nacional é oriundo da construção civil.</p><p>• 62 atividades econômicas da indústria nacional são movimentadas pelo setor.</p><p>Empregos</p><p>Para se ter uma ideia da dimensão do setor na geração de empregos, em 2020</p><p>o Brasil criou 142 mil vagas de trabalho formais (CLT), das quais 112 mil foram oriundas</p><p>da construção civil, segundo dados do Caged divulgados pelo Ministério da Economia.</p><p>Neste ano, de janeiro a abril, o Caged aponta que já foram abertos até agora</p><p>mais de 957 mil postos do trabalho no País, sendo mais de 134 mil na construção civil,</p><p>demonstrando o grande potencial e a resiliência do setor para superar crises.</p><p>LEITURA</p><p>COMPLEMENTAR</p><p>56</p><p>PIB</p><p>O IBGE divulgou recentemente os dados do PIB do 1º Trimestre de 2021, e o PIB</p><p>da Construção cresceu 2,1% em relação ao último trimestre do ano passado, sendo um</p><p>dos setores com maior elevação. O PIB Brasil cresceu 1,2% no período.</p><p>Fica claro que o PIB da construção civil tem forte relação com o desempenho</p><p>econômico do Brasil, e indica que o setor será essencial para a recuperação e o</p><p>crescimento sustentado da economia brasileira.</p><p>Na prática, a melhora do PIB da construção civil tem impacto em diversos</p><p>outros campos da atividade econômica. Os investimentos em obras impulsionam áreas</p><p>importantes para o desenvolvimento urbano. A construção de mais moradias diminui o</p><p>déficit habitacional, a ampliação do saneamento básico melhora as condições de saúde</p><p>da população e a expansão da mobilidade urbana oferece praticidade ao cotidiano,</p><p>trazendo mais qualidade de vida.</p><p>Indicadores ABRAINC-Fipe do 1° trimestre de 2021</p><p>Mesmo em meio à segunda onda da pandemia da COVID-19, os lançamentos e</p><p>as vendas de imóveis nos três primeiros meses de 2021 tiveram alta.</p><p>De acordo com dados de 18 empresas associadas à ABRAINC, os lançamentos</p><p>somaram 26.384 unidades, com um crescimento de 39% em relação ao mesmo período</p><p>do ano passado. Se considerado o período de 12 meses, encerrado em março de 2021,</p><p>o número de imóveis lançados totalizou 128.445 unidades novas, superando em 10,6% a</p><p>quantidade registrada no levantamento anterior.</p><p>As vendas também registraram um bom desempenho no primeiro trimestre</p><p>deste ano. Foram comercializadas 34.823 unidades, o que representa uma alta de 21%</p><p>em relação ao volume vendido no mesmo período de 2020. Já no acumulado dos últimos</p><p>12 meses, encerrados em março, as 144.688 unidades comercializadas superaram em</p><p>27,1% o volume de transações do período precedente.</p><p>O bom ritmo de lançamentos e vendas neste primeiro trimestre demonstra que</p><p>a confiança dos empreendedores no bom desempenho do setor permanece inalterada,</p><p>assim como os consumidores seguem interessados na aquisição da casa própria.</p><p>O ambiente de negócios continua propício, com grande atratividade para o</p><p>investimento em imóveis, em relação às aplicações financeiras tradicionais. Também</p><p>são favoráveis as perspectivas para quem busca a primeira moradia, por conta das taxas</p><p>de juros acessíveis, o que sinaliza que o mercado deve se manter aquecido ao longo dos</p><p>próximos meses.</p><p>57</p><p>Crédito imobiliário</p><p>A Abecip (Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança)</p><p>divulgou no fim de maio que os financiamentos imobiliários com recursos da poupança</p><p>atingiram R$ 16,7 bilhões em abril de 2021, com crescimento de 149,2% em relação ao</p><p>mesmo mês do ano passado.</p><p>O aumento do crédito imobiliário nos primeiros quatro meses de 2021 também</p><p>ficou evidente, com montante financiado de R$ 59,9 bilhões, o que representa uma alta</p><p>de 122,3% em relação ao 1º quadrimestre de 2020.</p><p>No acumulado de 12 meses, entre maio de 2020 e abril de 2021, o montante</p><p>financiado somou R$ 156,9 bilhões, alta de 85,5% em relação ao período anterior.</p><p>Mesmo com a recente elevação da taxa de juros (Selic) para 4,25% ao ano, as</p><p>taxas de crédito imobiliário seguem em patamares atrativos, mantendo as condições</p><p>favoráveis para a aquisição da casa própria, fator fundamental para redução do déficit</p><p>habitacional.</p><p>Déficit habitacional</p><p>Em 2019, o déficit habitacional no Brasil era de 7,8 milhões de unidades. Desse</p><p>montante, 4,5 milhões (57%) se referem ao déficit restrito, que totaliza o número de</p><p>famílias que vive em condições precárias. O Nordeste é a região que possui a maior</p><p>participação no déficit: 2,4 milhões de famílias.</p><p>A implementação de programas habitacionais foi fundamental para a redução</p><p>do déficit restrito, que caiu de 6,4 milhões de famílias em 2004 para 4,4 milhões em</p><p>2019. Apenas no Nordeste, 844 mil famílias deixaram de morar em condições precárias</p><p>ao longo desses 15 anos, demonstrando o sucesso dos programas Minha Casa, Minha</p><p>Vida e Casa Verde e Amarela.</p><p>Até 2030, a estimativa é que esse número chegue a 11,4 milhões de unidades. E</p><p>desse total, 65% está concentrado nas faixas de renda de até 3 salários-mínimos. Essa</p><p>necessidade se dá, além da formação de novas famílias, por condições inapropriadas de</p><p>moradias, como má estrutura para habitação familiar ou ônus excessivo com aluguel,</p><p>isto é, pagar mais do que pode em uma moradia alugada.</p><p>A construção civil tem grande potencial para combater esse déficit e ampliar</p><p>ainda mais sua participação na economia brasileira. Não faltará comprometimento e</p><p>garra do setor para superação dessa crise. Mãos à obra!</p><p>Fonte: https://www.abrainc.org.br/abrainc-explica/2021/06/28/abrainc-</p><p>explica-a-importancia-da-construcao-civil-para-impulsionar-a-economia-brasileira/.</p><p>Acesso em: 4 abr. 2023.</p><p>58</p><p>RESUMO DO TÓPICO 3</p><p>Neste tema de aprendizagem, você estudou:</p><p>• Compreender as diferenças entre custos e despesas que se originam dos gastos.</p><p>Essas definições são importantes para a percepção, até mesmo, da receita, haja</p><p>vista que a receita considerada a proporcionalidade do custo orçado no que tange ao</p><p>reconhecimento oriundo de empreendimento não finalizado.</p><p>• Assimilar o conceito e prática da provisão por garantia. A provisão é um grande</p><p>desafio para a contabilidade por se tratar de uma estimativa. Essas estimativas são</p><p>feitas seguindo metodologias válidas e aceitas que, quando se trata de empresa com</p><p>capital aberto, deve ser evidenciada em notas explicativas.</p><p>• As despesas com propaganda e marketing, apesar de relevantes, não fazem parte</p><p>do produto final da construção civil, haja vista que, as despesas com propaganda</p><p>e marketing são necessárias para a venda do produto, contudo, sua existência não</p><p>interfere na produção do estabelecimento.</p><p>• Entender que a tributação na construção civil se dá pelo regime de caixa diferente da</p><p>grande massa das contabilidades brasileiras este setor necessita dessa manobra em</p><p>virtude do modelo de registro da receita, dito POC.</p><p>59</p><p>RESUMO DO TÓPICO 3 AUTOATIVIDADE</p><p>1 Imagine a seguinte situação: uma imobiliária vendeu um apartamento novo com</p><p>garantia de um ano. Nos últimos 10 anos, essa imobiliária vendeu certa de 2.000</p><p>apartamentos, sendo que a média gasta anualmente com reparos cobertos pela</p><p>garantia é de R$ 20.000,00. Como ficará esse lançamento contábil?</p><p>a) ( ) Quadro – lançamento contábil de provisão.</p><p>Ativo Circulante Contas de resultado (despesa)</p><p>Provisão</p><p>para</p><p>Garan-</p><p>tia</p><p>R$</p><p>20.000,00</p><p>Crédito Constitui-</p><p>ção de Pro-</p><p>visão para</p><p>Garantia.</p><p>R$</p><p>20.000,00</p><p>Débito</p><p>b) ( ) Quadro – lançamento contábil de provisão.</p><p>Passivo Circulante Ativo Circulante</p><p>Provisão</p><p>para Garan-</p><p>tia</p><p>R$</p><p>20.000,00</p><p>Crédito Constitui-</p><p>ção de Pro-</p><p>visão para</p><p>Garantia.</p><p>R$</p><p>20.000,00</p><p>Débito</p><p>c) ( ) Quadro – lançamento contábil de provisão.</p><p>Passivo Circulante Contas de resultado (despesa)</p><p>Provisão</p><p>para Garan-</p><p>tia</p><p>R$</p><p>20.000,00</p><p>Crédito Constitui-</p><p>ção de Pro-</p><p>visão para</p><p>Garantia.</p><p>R$</p><p>20.000,00</p><p>Débito</p><p>d) ( ) Quadro – lançamento contábil de provisão.</p><p>Patrimônio Líquido Contas de resultado (despesa)</p><p>Provisão</p><p>para Garan-</p><p>tia</p><p>R$</p><p>15.000,00</p><p>Crédito Constitui-</p><p>ção de Pro-</p><p>visão para</p><p>Garantia.</p><p>R$</p><p>15.000,00</p><p>Débito</p><p>60</p><p>2 Operações de cessão de recebíveis imobiliários são transações financeiras utilizadas</p><p>como uma forma de captação de recursos para financiamento de empreendimentos</p><p>imobiliários e também como uma alternativa de investimento, pois costumam ter alta</p><p>rentabilidade e baixo risco. Sobre estas operações, analise as sentenças a seguir:</p><p>I- As operações de cessão de recebíveis imobiliários envolvem a transferência dos</p><p>direitos de cobrança de dívidas relacionadas a bens imóveis.</p><p>II- O cessionário de um recebível imobiliário pode exercer ações para cobrar a dívida</p><p>apenas se for titular da propriedade do imóvel.</p><p>III- A cessão de recebíveis imobiliários é uma forma de captação de recursos para</p><p>financiamento de empreendimentos imobiliários.</p><p>Assinale a alternativa CORRETA:</p><p>a) ( ) As sentenças I e II estão corretas.</p><p>b) ( ) Somente a sentença I e III está correta.</p><p>c) ( ) As sentenças I, II e III estão corretas</p><p>d) ( ) Somente a sentença III está correta.</p><p>3 O valor do dinheiro no tempo é a noção de que o valor de uma quantia de dinheiro</p><p>muda ao longo do tempo, devido à inflação e à taxa de juros. Em outras palavras, o</p><p>mesmo montante de dinheiro terá um valor diferente dependendo do momento em</p><p>que for gasto. Sobre ajuste a valor presente é correto afirmar que:</p><p>(    ) O ajuste de valor presente não é relevante para avaliar investimentos de longo prazo.</p><p>(    ) O ajuste de valor presente pode ser usado para avaliar a viabilidade financeira de</p><p>projetos futuros.</p><p>(    ) O ajuste de valor presente não leva em consideração a taxa de juros na avaliação</p><p>dos fluxos de caixa futuros.</p><p>Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:</p><p>a) (    ) V – F – F.</p><p>b) (    ) F – V – F.</p><p>c) (    ) V – V – F.</p><p>d) (    ) F – F – V.</p><p>61</p><p>4 De acordo com a OCPC 01 (2017), as despesas com propaganda e marketing no setor</p><p>imobiliário devem ser reconhecidas como despesas no período em que ocorrerem, a</p><p>menos que sejam identificáveis como despesas relacionadas a contratos futuros e</p><p>possam ser registradas como um ativo. Nesses casos, as despesas com propaganda</p><p>e marketing são registradas como ativos e amortizadas ao longo do período de tempo</p><p>previsto para a realização das vendas relacionadas. Determinada imobiliária gastou</p><p>R$ 70.000,00 a vista com marketing do seu novo empreendimento. Demonstre como</p><p>ficará esse lançamento contábil e justifique o porquê de sua escolha.</p><p>Fonte: http://static.cpc.aatb.com.br/Documentos/251_</p><p>CPC%2017%20(R1)%2019102012.pdf. Acesso em: 4 abr. 2023.</p><p>5 As atividades da construção civil engloba todas as atividades relacionadas à construção,</p><p>reforma, ampliação ou manutenção de edifícios, estruturas, equipamentos, rodovias,</p><p>pontes, portos, entre outras obras. Estas atividades incluem o planejamento, projeto,</p><p>aquisição de materiais, mão de obra, execução e conclusão das obras profissionais.</p><p>Qual é a importância das atividades da construção civil para o desenvolvimento</p><p>econômico e social de um país?</p><p>62</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>BONIZIO, R. C. Um estudo sobre os aspectos relevantes da contabilidade e o seu</p><p>uso em empresas do setor de construção civil. 2001. Dissertação (Mestrado em</p><p>Controladoria e Contabilidade: Contabilidade) – Faculdade de Economia, Administração</p><p>e Contabilidade, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto.</p><p>BRASIL. Lei n° 4.591, de 16 de dezembro de 1964. Dispõe sobre o condomínio em</p><p>edificações e as incorporações imobiliárias. Brasília-DF, 1964. Disponível em: https://</p><p>www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l4591.htm. Acesso em: 4 abr. 2023.</p><p>BRASIL. Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976. Dispõe sobre as Sociedades por</p><p>Ações. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L6404consol.htm.</p><p>Acesso em: 4 abr. 2023.</p><p>BRASIL. Instrução normativa SRF nº 84, de 20 de dezembro de 1979.</p><p>Disponível em: http://normas.receita.fazenda.gov.br/sijut2consulta/link.</p><p>action?visao=anotado&idAto=109581. Acesso em: 4 abr. 2023.</p><p>BRASIL. Lei n° 7.713, de 22 de dezembro de 1988. Brasília. Disponível em: https://</p><p>www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l7713.htm. Acesso em: 4 abr. 2023.</p><p>BRASIL. Lei n° 8.541 de 23 de Dezembro de 1992. Altera a legislação do Imposto</p><p>de Renda e dá outras providências. Brasília, DF, 1992. Disponível em: https://www.</p><p>planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8541.htm. Acesso em: 4 abr. 2023.</p><p>BRASIL. Lei n° 9.249, de 26 de dezembro de 1995.  Disponível em: planalto.gov.br/</p><p>ccivil_03/leis/l9249.htm.htm. Acesso em: 4 abr. 2023.</p><p>BRASIL. Lei n° 9.430, de 27 de dezembro de 1996.  Disponível em: https://www.</p><p>planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9430.htm. Acesso em: 4 abr. 2023.</p><p>BRASIL. Lei nº 9.718, de 27 de novembro de 1998.  Disponível em: http://www.</p><p>planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9718.htm. Acesso em: 4 abr. 2023.</p><p>BRASIL. Lei nº 11.638, de 28 de dezembro de 2007.  Disponível em: planalto.gov.</p><p>br/ccivil_03/leis/l9249.htm.htmhttps://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-</p><p>2010/2007/lei/l11638.htm. Acesso em: 4 abr. 2023.</p><p>COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS (CPC). Pronunciamento Técnico CPC</p><p>00 (R1): Estrutura Conceitual para Elaboração e Divulgação de relatório Contábil-</p><p>Financeiro. Brasília: CPC, 2011. Disponível em: http://static.cpc.mediagroup.com.br/</p><p>Documentos/147_CPC00_R1.pdf. Acesso em: 20 ago. 2022.</p><p>https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l4591.htm</p><p>https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l4591.htm</p><p>https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8541.htm</p><p>https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8541.htm</p><p>http://static.cpc.mediagroup.com.br/Documentos/147_CPC00_R1.pdf</p><p>http://static.cpc.mediagroup.com.br/Documentos/147_CPC00_R1.pdf</p><p>63</p><p>REFERÊNCIAS COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS (CPC). Pronunciamento Técnico CPC</p><p>17 (R1): Contratos de Construção. Brasília: CPC, 2012. Disponível em: http://static.cpc.</p><p>aatb.com.br/Documentos/251_CPC%2017%20(R1)%2019102012.pdf . Acesso em: 15</p><p>dez. 2022.</p><p>COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS (CPC). Pronunciamento Técnico CPC</p><p>25 (R1): Provisões, Passivos Contingentes e Ativos Contingentes. Brasília: CPC, 2019.</p><p>Disponível em: http://static.cpc.aatb.com.br/Documentos/304_CPC_25_rev%2019.pd</p><p>. Acesso em: 20 ago. 2022.</p><p>COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS (CPC). Pronunciamento Técnico CPC 47</p><p>(R1): Receita de Contrato com Cliente. Brasília: CPC, 2016. Disponível em: http://</p><p>static.cpc.aatb.com.br/Documentos/527_CPC_47_Rev%2021.pdf . Acesso em: 20</p><p>ago. 2022.</p><p>IBGE. Comissão Nacional de Classificação. 2023. Acesso em: 13/02/2023.</p><p>Disponível em: https://concla.ibge.gov.br/busca-online-cnae.html</p><p>MARION, J.C. Contabilidade Básica. São Paulo: Atlas, 2015.</p><p>ORIENTAÇÃO COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS (OCPC) 01 (R1). Entidades</p><p>de incorporação imobiliárias. Brasília-DF. OCPC, 2017: Disponível em: http://static.</p><p>cpc.aatb.com.br/Documentos/126_OCPC_01_R1.pdf. Acesso em: 4 abr. 2023.</p><p>RECEITA FEDERAL. COSIT, n° 99001, de Março de 2021. Imposto de renda retido</p><p>na fonte – IRRF. Receita federal, publicado em DOU de 06/04/2021. Brasília-DF,</p><p>2021. Disponível em: http://normas.receita.fazenda.gov.br/sijut2consulta/link.</p><p>action?visao=anotado&idAto=116528. Acesso em: 4 abr. 2023.</p><p>RESOLUÇÃO CFC n° 750/93. Dispõe sobre os Princípios de Contabilidade (PC).</p><p>Brasília-DF. 1993.Disponível em: http://www.oas.org/juridico/portuguese/res_750.pdf.</p><p>Acesso em: 4 abr. 2023.</p><p>RIBAS, G.C.</p><p>INICIAIS E CONTABILIDADE DE CONTRATO ................................3</p><p>1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................................3</p><p>2 DEFINIÇÕES CONTÁBEIS ..................................................................................................4</p><p>2.1 BALANÇO PATRIMONIAL E DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADO ................................................. 6</p><p>2.2 HISTÓRICO DA CONTABILIDADE APLICADO À CONSTRUÇÃO CIVIL ........................................7</p><p>2.3 CONTABILIDADE DE CONTRATOS (LEGISLAÇÃO DA CONSTRUÇÃO CIVIL) ........................... 9</p><p>RESUMO DO TÓPICO 1 ......................................................................................................... 13</p><p>AUTOATIVIDADE ..................................................................................................................14</p><p>TÓPICO 2 - O ANTES E O DEPOIS DA ADOÇÃO ÀS NORMAS INTERNACIONAIS DE</p><p>CONTABILIDADE .................................................................................................................. 17</p><p>1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 17</p><p>2 A ADOÇÃO ÀS NORMAS INTERNACIONAIS DE CONTABILIDADE .................................. 17</p><p>2.1 DIVERGÊNCIAS ENTRE NORMAS INTERNACIONAIS E LEGISLAÇÕES NACIONAIS ............. 18</p><p>2.2 ITERPRETAÇÃO DA NORMATIVA ANTERIOR ÀS NORMAS INTERNACIONAIS DE</p><p>CONTABILIDADE .................................................................................................................................. 19</p><p>2.3 CUSTOS E VENDAS NAS INCORPORAÇÕES NO QUE TANGE ÀS LEIS ...................................22</p><p>RESUMO DO TÓPICO 2 ........................................................................................................ 28</p><p>AUTOATIVIDADE ................................................................................................................. 29</p><p>TÓPICO 3 - RECONHECIMENTO E EVIDENCIAÇÃO CONTÁBIL NA CONSTRUÇÃO CIVIL 31</p><p>1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 31</p><p>2 RECONHECIMENTOS CONTÁBEIS .................................................................................. 31</p><p>2.1 DE CUSTOS, DESPESAS E RECEITAS ............................................................................................32</p><p>2.1 ATIVIDADES DA CONSTRUÇÃO CIVIL ...........................................................................................34</p><p>2.2 CONDOMÍNIOS EM EDIFICAÇÕES E INCORPORAÇÕES IMOBILIÁRIAS ..................................36</p><p>2.3 APURAÇÃO DE TRIBUTOS NA CONSTRUÇÃO CIVIL...................................................................39</p><p>LEITURA COMPLEMENTAR ................................................................................................ 55</p><p>RESUMO DO TÓPICO 3 ........................................................................................................ 58</p><p>AUTOATIVIDADE ..................................................................................................................59</p><p>REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 62</p><p>UNIDADE 2 — CONTABILIDADE DO TERCEIRO SETOR ..................................................... 65</p><p>TÓPICO 1 — CONCEITOS INICIAIS SOBRE O TERCEIRO SETOR ........................................67</p><p>1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................................67</p><p>2 TIPOS DE ENTIDADES DO TERCEIRO SETOR ................................................................. 68</p><p>2.1 ASSOCIAÇÕES ....................................................................................................................................68</p><p>2.2 FUNDAÇÕES .......................................................................................................................................71</p><p>2.3 PARTIDOS POLÍTICOS ....................................................................................................................... 73</p><p>2.4 FUNDO PARTIDÁRIO .......................................................................................................................... 75</p><p>3 ORGANIZAÇÕES RELIGIOSAS ..........................................................................................76</p><p>3.1 ABERTURA DE ORGANIZAÇÕES RELIGIOSAS .............................................................................. 77</p><p>3.2 TIPOS DE ORGANIZAÇÕES RELIGIOSAS .......................................................................................78</p><p>RESUMO DO TÓPICO 1 .........................................................................................................81</p><p>AUTOATIVIDADE ................................................................................................................. 82</p><p>TÓPICO 2 - LEGISLAÇÃO E REGULAMENTAÇÃO DAS ENTIDADES SEM FINS</p><p>LUCRATIVOS ....................................................................................................................... 85</p><p>1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 85</p><p>2 IMUNIDADE TRIBUTÁRIA ................................................................................................ 85</p><p>2.1 IMPOSTOS CONTEMPLADOS PELA ISENÇÃO ...............................................................................86</p><p>2.2 ISENÇÃO TRIBUTÁRIA VERSUS IMUNIDADE TRIBUTÁRIA .......................................................90</p><p>2.3 ISENÇÃO DE CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS ...................................................................................... 91</p><p>2.3.2 PROGRAMA DE INTEGRAÇÃO SOCIAL (PIS) ....................................................................... 91</p><p>3 DEMAIS OBRIGAÇÕES .................................................................................................... 93</p><p>3.1 OBRIGAÇÕES TRABALHISTAS E PREVIDENCIÁRIAS .................................................................93</p><p>3.2 OBRIGAÇÕES FISCAIS E CONTÁBEIS ............................................................................................94</p><p>3.3 OBRIGAÇÕES ESPECÍFICAS DAS ORGANIZAÇÕES DO TERCEIRO SETOR ..........................95</p><p>RESUMO DO TÓPICO 2 .........................................................................................................97</p><p>AUTOATIVIDADE ................................................................................................................. 98</p><p>TÓPICO 3 - PROCEDIMENTOS CONTÁBEIS ...................................................................... 101</p><p>1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 101</p><p>2 NORMA CONTÁBIL .......................................................................................................... 101</p><p>2.1 REGISTRO DE RECEITAS ..................................................................................................................102</p><p>2.2 REGISTRO DE DESPESAS ..............................................................................................................102</p><p>2.3 SUPERÁVIT OU DÉFICT ..................................................................................................................102</p><p>3 DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS ................................................................................... 104</p><p>3.1 BALANÇO PATRIMONIAL ................................................................................................................105</p><p>3.2 DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADO ................................................................................................114</p><p>3.2 DEMONSTRAÇÃO DE FLUXO DE CAIXA .......................................................................................118</p><p>LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................... 121</p><p>Contabilidade imobiliária e de construtoras. 2020. Monografia</p><p>(Especialização) – Universidade Federal do Paraná, Paraná, 2020. Disponível em:</p><p>https://acervodigital.ufpr.br/handle/1884/72023. Acesso em: 4 abr. 2023.</p><p>http://static.cpc.aatb.com.br/Documentos/304_CPC_25_rev 19.pd</p><p>https://concla.ibge.gov.br/busca-online-cnae.html</p><p>http://static.cpc.aatb.com.br/Documentos/126_OCPC_01_R1.pdf</p><p>http://static.cpc.aatb.com.br/Documentos/126_OCPC_01_R1.pdf</p><p>http://normas.receita.fazenda.gov.br/sijut2consulta/link.action?visao=anotado&idAto=116528</p><p>http://normas.receita.fazenda.gov.br/sijut2consulta/link.action?visao=anotado&idAto=116528</p><p>http://www.oas.org/juridico/portuguese/res_750.pdf</p><p>64</p><p>65</p><p>CONTABILIDADE DO</p><p>TERCEIRO SETOR</p><p>UNIDADE 2 —</p><p>OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM</p><p>PLANO DE ESTUDOS</p><p>A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:</p><p>• compreender o conceito do terceiro setor;</p><p>• entender como a contabilidade atua em sociedades sem fi ns lucrativos;</p><p>• compreender a Legislação que rege as sociedades sem fi ns lucrativos;</p><p>• entender a transparência cobrada no que se refere às sociedades sem fi ns lucrativos.</p><p>A cada tema de aprendizagem desta unidade, você encontrará autoatividades com o</p><p>objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 1 – CONCEITOS INICIAIS SOBRE O TERCEIRO SETOR</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 2 – LEGISLAÇÃO E REGULAMENTAÇÃO DAS ENTIDADES SEM</p><p>FINS LUCRATIVOS</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 3 – PROCEDIMENTOS CONTÁBEIS DO TERCEIRO SETOR</p><p>Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure</p><p>um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações.</p><p>CHAMADA</p><p>66</p><p>CONFIRA</p><p>A TRILHA DA</p><p>UNIDADE 2!</p><p>Acesse o</p><p>QR Code abaixo:</p><p>67</p><p>TÓPICO 1 —</p><p>CONCEITOS INICIAIS SOBRE O TERCEIRO</p><p>SETOR</p><p>UNIDADE 2</p><p>1 INTRODUÇÃO</p><p>Quando se trata da Ciência Contábil, o senso comum nos leva a imaginar que,</p><p>somente empresas com fins lucrativos são o foco, haja vista a apuração do lucro e a</p><p>maximização do patrimônio seriam os pontos chave da contabilidade. Contudo, existem</p><p>vários tipos de entidades, e independente do ramo, todas possuem patrimônio.</p><p>As empresas podem possuir fins lucrativos, ou não, e nem por isso deixam</p><p>de ser empresas ou deixam de possuir patrimônio e estrutura organizacional. Sendo</p><p>assim, todas as entidades são objetos da contabilidade sendo que ela enxerga o terceiro</p><p>setor como entidades sem fins lucrativos no qual a riqueza gerada é o bem-estar social</p><p>naquele ramo específico que se propusera a ajudar.</p><p>Ao longo da unidade, será notado que a contabilidade possui o cuidado de alterar</p><p>nomenclaturas clássicas para abarcar da melhor forma as especificidades do terceiro</p><p>setor, dentre elas estão a mudança de lucros ou prejuízos para déficits ou superávits,</p><p>capital social será denominado de patrimônio social. Apesar dessas mudanças, esse</p><p>setor possui normas contábeis específicas, além de atender a Lei nº 6.404/1976.</p><p>A norma contábil se denomina ITG 2002 (R1) de 2015 – Entidade sem fins lucrativos</p><p>e estabelece critérios e procedimentos específicos de avaliação, de reconhecimento</p><p>das transações e variações patrimoniais, de estruturação das demonstrações contábeis</p><p>e as informações mínimas a serem divulgadas em notas explicativas de entidade sem</p><p>finalidade de lucros.</p><p>Outra questão bastante debatida é sobre a isenção de alguns tributos por parte</p><p>destas entidades. Entende-se que o bem-estar social gerado por elas já é o suficiente,</p><p>mas, há discussão é corriqueira. Será que somente empresas com fins lucrativos devem</p><p>estar sujeitas ao regime completo de tributação? A resposta para essa pergunta está</p><p>longe de ser um consenso, entretanto, cabe a nós entender melhor como funciona o</p><p>terceiro setor e fazer as cobranças necessárias para que o bem-estar social prometido</p><p>aconteça e seja amparado pela contabilidade de modo que a sociedade realmente colha</p><p>os benefícios gerados.</p><p>Levando o exposto em consideração, indicamos que você, acadêmico, não</p><p>se limite apenas ao Livro didático, mas se permita entender cada vez mais esse ramo</p><p>da contabilidade, que está entre os que mais crescem no Brasil e no mundo, trazendo</p><p>68</p><p>grandes oportunidades aos contadores que possuem conhecimento e entendimento</p><p>sobre o terceiro setor.</p><p>2 TIPOS DE ENTIDADES DO TERCEIRO SETOR</p><p>O terceiro setor é composto por organizações sem fins lucrativos que atuam em</p><p>diversas áreas, como saúde, educação, meio ambiente, assistência social, entre outros.</p><p>Essas entidades são formadas por pessoas que buscam contribuir para a sociedade e</p><p>atender as suas necessidades, sem aspirar o lucro financeiro.</p><p>Entre os tipos de entidades do terceiro setor, encontramos as Organizações Não</p><p>Governamentais (ONGs), que atuam em diversas áreas, como saúde, meio ambiente,</p><p>direitos humanos, entre outras. Essas entidades têm como objetivo promover a mudança</p><p>social e contribuir para o bem-estar da comunidade.</p><p>Também temos as Associações de Bem-Estar Social, que se dedicam a prestar</p><p>ajuda e apoio a grupos vulneráveis, como idosos, crianças, pessoas com necessidades</p><p>especiais, entre outros. As Fundações são outro tipo de entidade do terceiro setor que</p><p>atuam em diversas áreas, como saúde, meio ambiente, educação, entre outras, e têm</p><p>como objetivo promover o desenvolvimento social e contribuir para o bem-estar da</p><p>comunidade.</p><p>As Organizações de Voluntariado reúnem voluntários para trabalhar em projetos</p><p>sociais e contribuir para o bem-estar da comunidade, enquanto as Cooperativas são</p><p>entidades sem fins lucrativos formadas por pessoas que se unem para atender às suas</p><p>necessidades econômicas e sociais, como por exemplo, cooperativas de crédito, de</p><p>produção, de consumo, entre outras.</p><p>Apesar de sua importância para a sociedade, o terceiro setor enfrenta diversos</p><p>desafios, como a falta de recursos financeiros, a falta de transparência e a falta de</p><p>regulamentação adequada. Além disso, as entidades do terceiro setor também enfrentam</p><p>a concorrência de outras organizações sem fins lucrativos e a falta de reconhecimento</p><p>da sociedade.</p><p>Para superar esses desafios, é importante que as entidades do terceiro setor</p><p>invistam em transparência e governança, além de buscarem parcerias com empresas</p><p>e outras organizações. Também é fundamental que a sociedade reconheça e valorize o</p><p>papel importante desempenhado pelo terceiro setor na promoção do desenvolvimento</p><p>social e econômico do país.</p><p>2.1 ASSOCIAÇÕES</p><p>As associações sem fins lucrativos são organizações que buscam atender</p><p>às necessidades da sociedade, sem buscar lucro financeiro. Em vez disso, o objetivo</p><p>69</p><p>principal dessas associações é prestar serviços à comunidade, promover o bem-estar</p><p>social ou contribuir para o desenvolvimento da sociedade em geral.</p><p>Essas associações são formadas por pessoas que compartilham interesses</p><p>e valores comuns e que se unem para trabalhar em prol de um objetivo comum. As</p><p>associações sem fins lucrativos podem ser formadas por voluntários ou por profissionais</p><p>contratados para realizar suas atividades.</p><p>Entre os tipos de associações sem fins lucrativos, podemos citar as organizações</p><p>não governamentais (ONGs), que atuam em diversas áreas, como saúde, meio ambiente,</p><p>direitos humanos, entre outras; as associações de bem-estar social, que prestam</p><p>ajuda e apoio a grupos vulneráveis, como idosos, crianças, pessoas com necessidades</p><p>especiais, entre outros; e as organizações de voluntariado, que reúnem voluntários para</p><p>trabalhar em projetos sociais e contribuir para o bem-estar da comunidade.</p><p>As associações sem fins lucrativos são financiadas por doações, subvenções</p><p>governamentais, eventos beneficentes, entre outras fontes. O dinheiro arrecadado é</p><p>usado para cobrir as despesas da associação e para financiar seus projetos e atividades.</p><p>Em resumo, as associações sem fins lucrativos são organizações importantes</p><p>para a sociedade, pois contribuem para o desenvolvimento social e econômico do</p><p>país e prestam serviços à comunidade. Essas associações são formadas por pessoas</p><p>que compartilham</p><p>interesses e valores comuns e que trabalham juntas em prol de um</p><p>objetivo comum, sem buscar lucro financeiro.</p><p>O contador deve saber que a abertura de uma associação sem fins lucrativos</p><p>envolve alguns passos importantes, incluindo a elaboração do estatuto, a escolha dos</p><p>dirigentes da associação e o registro da associação em cartório. A seguir, detalharemos</p><p>cada passo desse processo:</p><p>• Elaboração do estatuto: o estatuto é o documento que define os objetivos, as</p><p>atividades e as regras da associação. Ele deve ser redigido com clareza e precisão,</p><p>para evitar possíveis problemas futuros.</p><p>• Escolha dos dirigentes: é importante escolher os dirigentes da associação, incluindo</p><p>o presidente, o vice-presidente, o secretário e o tesoureiro. É importante escolher</p><p>pessoas confiáveis e comprometidas com os objetivos da associação.</p><p>• Assembleia de constituição: uma assembleia de constituição deve ser realizada para</p><p>aprovar o estatuto e escolher os dirigentes da associação. Nessa assembleia, devem</p><p>estar presentes pelo menos dois terços dos associados fundadores da associação.</p><p>• Registro da associação em cartório: após a aprovação do estatuto e a escolha dos</p><p>dirigentes, a associação deve ser registrada em cartório. Para isso, é necessário</p><p>apresentar a seguinte documentação:</p><p>• Cópia autenticada do estatuto da associação.</p><p>70</p><p>• Ata da assembleia de constituição, contendo a aprovação do estatuto e a escolha</p><p>dos dirigentes.</p><p>• Identifi cação dos associados fundadores, incluindo nome completo, número de</p><p>identidade e endereço.</p><p>• Declaração de que a associação não tem fi ns lucrativos.</p><p>• Comprovante de pagamento da taxa de registro.</p><p>Após o registro da associação em cartório, a associação está ofi cialmente</p><p>constituída e pode começar suas atividades. É importante lembrar que, além do registro</p><p>em cartório, a associação também pode precisar se registrar em outros órgãos, como</p><p>o Ministério Público e a Receita Federal, dependendo da natureza das atividades da</p><p>associação.</p><p>Nesse contexto, o processo de abertura de uma associação sem fi ns lucrativos</p><p>envolve a elaboração do estatuto, a escolha dos dirigentes, a realização de uma</p><p>assembleia de constituição e o registro da associação em cartório. É importante seguir</p><p>esses passos com atenção.</p><p>Existem muitas associações sem fi ns lucrativos que são conhecidas e respeitadas em todo</p><p>o mundo por sua dedicação e trabalho em diversas áreas, como saúde, meio ambiente,</p><p>direitos humanos, entre outras. Algumas dessas associações são:</p><p>• Médicos Sem Fronteiras: fundada em 1971, essa associação presta assistência</p><p>médica em áreas de confl ito, emergências humanitárias e zonas afetadas por</p><p>desastres naturais.</p><p>• Amnistia Internacional: fundada em 1961, essa associação defende</p><p>os direitos humanos e luta contra a tortura, a pena de morte</p><p>e a discriminação.</p><p>• Oxfam: fundada em 1942, essa associação trabalha</p><p>para erradicar a pobreza e a injustiça em todo o mundo,</p><p>prestando assistência em emergências, promovendo o</p><p>desenvolvimento e lutando contra a desigualdade.</p><p>• Unicef: fundado em 1946, esse órgão das Nações</p><p>Unidas trabalha para proteger e melhorar a vida de</p><p>crianças e adolescentes em todo o mundo, prestando</p><p>assistência em emergências, promovendo a saúde e a</p><p>educação e lutando contra a discriminação.</p><p>• Greenpeace: fundada em 1971, essa associação</p><p>trabalha para proteger o meio ambiente e</p><p>promover a justiça climática, lutando contra a</p><p>poluição, a destruição de fl orestas e a exploração</p><p>de recursos naturais.</p><p>INTERESSANTE</p><p>71</p><p>• Médicos Sem Fronteiras: fundada em 1971, essa associação presta assistência médica</p><p>em áreas de conflito, emergências humanitárias e zonas afetadas por desastres</p><p>naturais.</p><p>• Amnistia Internacional: fundada em 1961, essa associação defende os direitos</p><p>humanos e luta contra a tortura, a pena de morte e a discriminação.</p><p>• Oxfam: fundada em 1942, essa associação trabalha para erradicar a pobreza e a</p><p>injustiça em todo o mundo, prestando assistência em emergências, promovendo o</p><p>desenvolvimento e lutando contra a desigualdade.</p><p>• Unicef: fundado em 1946, esse órgão das Nações Unidas trabalha para proteger e</p><p>melhorar a vida de crianças e adolescentes em todo o mundo, prestando assistência</p><p>em emergências, promovendo a saúde e a educação e lutando contra a discriminação.</p><p>• Greenpeace: fundada em 1971, essa associação trabalha para proteger o meio</p><p>ambiente e promover a justiça climática, lutando contra a poluição, a destruição de</p><p>florestas e a exploração de recursos naturais.</p><p>Essas são apenas algumas das muitas associações sem fins lucrativos famosas</p><p>em todo o mundo. Cada uma dessas associações têm um papel importante na promoção</p><p>do bem-estar social e da justiça, e todas são reconhecidas por sua dedicação e trabalho</p><p>incansável em prol de uma causa importante.</p><p>2.2 FUNDAÇÕES</p><p>A principal diferença entre associações e fundações está na reunião de um</p><p>grupo de pessoas em prol de um objetivo social em comum, as fundações não possuem</p><p>necessariamente um grupo de pessoas por trás de sua criação, mas também há um</p><p>patrimônio.</p><p>Existem muitas fundações sem fins lucrativos que atuam em diversas áreas,</p><p>como saúde, educação, meio ambiente, cultura, entre outras. Alguns exemplos de</p><p>fundações sem fins lucrativos incluem:</p><p>• Fundação Bill e Melinda Gates: fundada em 2000, essa fundação trabalha para</p><p>melhorar a saúde e o bem-estar das pessoas em todo o mundo, investindo em</p><p>pesquisas e programas que visam erradicar doenças, melhorar a educação e promover</p><p>o desenvolvimento.</p><p>• Fundação Roberto Marinho: fundada em 1975, essa fundação trabalha para promover</p><p>a educação, a cultura e o desenvolvimento social no Brasil, investindo em projetos e</p><p>programas que visam melhorar a qualidade de vida das pessoas.</p><p>• Fundação Ford: fundada em 1936, essa fundação trabalha para promover a justiça</p><p>social, a democracia e o desenvolvimento econômico em todo o mundo, investindo</p><p>em projetos e programas que visam melhorar a vida das pessoas.</p><p>• Fundação Calouste Gulbenkian: fundada em 1956, essa fundação trabalha para</p><p>promover a arte, a cultura e a ciência em Portugal e no mundo, investindo em projetos</p><p>e programas que visam preservar e difundir a cultura e a ciência.</p><p>72</p><p>• Fundação Rockefeller: fundada em 1913, essa fundação trabalha para promover o</p><p>desenvolvimento econômico, a saúde e o bem-estar das pessoas em todo o mundo,</p><p>investindo em pesquisas e programas que visam melhorar a qualidade de vida das</p><p>pessoas.</p><p>A abertura de uma fundação sem fins lucrativos e de uma associação sem fins</p><p>lucrativos envolve processos distintos, apesar de compartilharem algumas similaridades.</p><p>A seguir, apresentamos as principais diferenças entre as duas formas de abertura:</p><p>• Documentação: para abrir uma fundação, é necessário apresentar uma série de</p><p>documentos, incluindo o estatuto da fundação, o ato constitutivo, o registro no órgão</p><p>competente, entre outros. Já para abrir uma associação, é necessário apresentar</p><p>documentos como o estatuto, a ata da assembleia de fundação, o registro no órgão</p><p>competente, entre outros.</p><p>• Processo de registro: o processo de registro de uma fundação é mais demorado e</p><p>requer uma série de procedimentos, incluindo a apresentação de documentos, a</p><p>realização de assembleias, a eleição da diretoria, entre outros. Já o processo de registro</p><p>de uma associação é mais simples e rápido, pois envolve apenas a apresentação de</p><p>documentos e a realização de uma assembleia de fundação.</p><p>• Custos: o processo de abertura de uma fundação é mais caro do que o processo de</p><p>abertura de uma associação, pois requer a contratação de profissionais especializados</p><p>e a realização de assembleias.</p><p>• Estrutura: a estrutura de uma fundação é mais rígida do que a estrutura de uma</p><p>associação, pois possui uma diretoria e um conselho fiscal. Já a estrutura de uma</p><p>associação é mais flexível, pois não possui uma diretoria e um conselho fiscal.</p><p>• Em resumo, as principais diferenças entre a abertura de uma fundação sem fins</p><p>lucrativos e de uma associação</p><p>sem fins lucrativos incluem a documentação, o</p><p>processo de registro, os custos e a estrutura. Cada tipo de organização tem suas</p><p>próprias características e exigências, e é importante que os interessados em abrir</p><p>uma organização sem fins lucrativos conheçam essas diferenças antes de tomar</p><p>uma decisão.</p><p>Infelizmente, existem muitos casos de escândalos envolvendo</p><p>fundações sem fins lucrativos. É importante destacar que, apesar</p><p>de algumas fundações terem sido envolvidas em escândalos,</p><p>a maioria das fundações sem fins lucrativos é composta</p><p>por organizações sérias e comprometidas com a causa que</p><p>defendem.</p><p>NOTA</p><p>73</p><p>Um exemplo de escândalo envolvendo uma fundação sem fins lucrativos é o</p><p>caso da Fundação Bill, Hillary e Chelsea Clinton, criada pelo ex-presidente dos Estados</p><p>Unidos Bill Clinton. A fundação foi alvo de investigações por suspeita de conflito de</p><p>interesses, o que levou a críticas sobre sua gestão financeira e sua relação com empresas</p><p>e governos estrangeiros.</p><p>Este é apenas um exemplo de escândalo envolvendo uma fundação sem</p><p>fins lucrativos. É importante destacar que esses casos são raros e que a maioria das</p><p>fundações sem fins lucrativos é composta por organizações sérias e comprometidas com</p><p>a causa que defendem. Além disso, é importante que as fundações sejam submetidas</p><p>a rigorosos controles e auditorias para garantir a transparência e a integridade de suas</p><p>atividades.</p><p>2.3 PARTIDOS POLÍTICOS</p><p>A origem dos partidos políticos remonta ao início da democracia moderna,</p><p>quando as pessoas começaram a lutar por seus direitos políticos e a participar ativamente</p><p>do processo político. A primeira forma de organização política surgiu na Grécia Antiga,</p><p>onde os cidadãos se reuniam para discutir questões políticas e sociais e tomar decisões</p><p>coletivas.</p><p>Na Inglaterra, durante o século XVII, surgiram as primeiras organizações políticas</p><p>que poderiam ser consideradas partidos políticos. Essas organizações, conhecidas</p><p>como "clubes políticos", eram grupos de pessoas com interesses políticos semelhantes</p><p>que se reuniam para discutir questões políticas e influenciar o processo político.</p><p>Ao longo dos séculos XVIII e XIX, os partidos políticos se desenvolveram</p><p>rapidamente em todo o mundo, com a criação de partidos políticos organizados em</p><p>países como França, Estados Unidos, Alemanha e Reino Unido. Esses partidos políticos</p><p>representavam diferentes ideologias políticas e econômicas, como o liberalismo, o</p><p>conservadorismo, o socialismo e o comunismo.</p><p>No século XX, os partidos políticos se tornaram uma parte fundamental da</p><p>democracia, sendo responsáveis por representar os interesses e as opiniões das</p><p>pessoas e por influenciar a política pública. Atualmente, os partidos políticos são uma</p><p>parte fundamental da vida política em todo o mundo, desempenhando um papel crucial</p><p>na democracia e na participação cidadã.</p><p>No, a origem dos partidos políticos remonta aos primórdios da democracia</p><p>moderna, quando as pessoas começaram a se organizar para participar ativamente do</p><p>processo político. Ao longo dos séculos, os partidos políticos se desenvolveram e se</p><p>tornaram uma parte fundamental da democracia, sendo responsáveis por representar</p><p>os interesses e as opiniões das pessoas e influenciar a política pública.</p><p>74</p><p>A estrutura de um partido político é composta por vários elementos que</p><p>trabalham em conjunto para garantir o funcionamento eficiente e eficaz do partido.</p><p>Esses elementos incluem a direção nacional, a direção estadual, as filiações, as seções,</p><p>as comissões e as assembleias.</p><p>A direção nacional é o órgão máximo de decisão do partido e é composta por um</p><p>presidente, vice-presidentes, secretários e tesoureiros. A direção nacional é responsável</p><p>por tomar decisões estratégicas, definir políticas e programas e garantir a unidade e a</p><p>coesão do partido.</p><p>A direção estadual é responsável por liderar o partido em cada estado e é</p><p>composta por um presidente, vice-presidentes, secretários e tesoureiros. A direção</p><p>estadual é responsável por definir políticas e programas locais, organizar atividades e</p><p>eventos e representar o partido nas eleições.</p><p>As filiações são os membros individuais do partido, que pagam uma taxa de</p><p>filiação e têm direito a participar das atividades e decisões do partido. As seções são</p><p>grupos de filiados que se reúnem regularmente para discutir questões políticas e sociais</p><p>e tomar decisões coletivas.</p><p>As comissões são grupos de filiados que têm responsabilidades específicas, como</p><p>organizar eventos, gerenciar finanças e lidar com questões técnicas. As assembleias</p><p>são reuniões regulares de filiados e dirigentes do partido, onde são discutidas questões</p><p>políticas e tomadas decisões importantes.</p><p>Os partidos políticos são instituições sem fins lucrativos porque sua principal</p><p>missão é representar os interesses e as opiniões da sociedade e influenciar a política</p><p>pública – em vez de gerar lucro. Os partidos políticos são formados por pessoas que</p><p>compartilham ideologias e valores semelhantes e que se unem para alcançar objetivos</p><p>políticos comuns.</p><p>A principal fonte de receita dos partidos políticos é o financiamento público.</p><p>Em muitos países, o governo fornece recursos financeiros aos partidos políticos para</p><p>garantir que eles tenham os recursos necessários para desempenhar suas funções e</p><p>influenciar a política pública. Além disso, os partidos políticos também podem receber</p><p>doações de pessoas físicas e jurídicas e podem arrecadar fundos através de atividades</p><p>como jantares beneficentes, rifas e eventos.</p><p>No entanto, a fonte de receita varia de país para país e alguns países têm leis</p><p>rigorosas que regulam o financiamento de partidos políticos para garantir a transparência</p><p>e a integridade do processo político. Em geral, a fonte de receita dos partidos políticos é</p><p>um aspecto importante da vida política, pois afeta a forma como os partidos são capazes</p><p>de desempenhar suas funções e influenciar a política pública.</p><p>75</p><p>2.4 FUNDO PARTIDÁRIO</p><p>O Fundo partidário é um programa criado pelo governo brasileiro com o objetivo</p><p>de financiar as campanhas eleitorais dos partidos políticos e dos candidatos. Ele foi criado</p><p>com o objetivo de garantir a igualdade de condições entre os partidos e os candidatos</p><p>durante as eleições e de promover a democracia e a transparência no processo eleitoral.</p><p>Este programa surgiu no Brasil em 1995, com a promulgação da Lei nº 9.096,</p><p>que estabeleceu o financiamento público de campanhas eleitorais como uma forma</p><p>de garantir a igualdade de condições entre os partidos e os candidatos. Desde então,</p><p>o Fundo Eleitoral tem sido uma fonte importante de financiamento para as campanhas</p><p>eleitorais no Brasil.</p><p>O Fundo Eleitoral é alimentado pelo Orçamento da União e os recursos são distribuídos</p><p>aos partidos políticos e aos candidatos de acordo com critérios estabelecidos em lei, como o</p><p>número de votos obtidos nas últimas eleições e o número de filiados ao partido.</p><p>De acordo com a Lei 9.096 de 1995, o dinheiro do fundo eleitoral é repartido</p><p>entre os partidos políticos e coligações proporcionalmente ao número de votos obtidos</p><p>nas últimas eleições para a Câmara dos Deputados ou para o Senado Federal.</p><p>A lei estabelece que o montante total do fundo eleitoral é dividido entre os</p><p>partidos políticos e coligações de acordo com a seguinte fórmula: o número de votos</p><p>válidos obtidos pelo partido ou coligação é dividido pelo número total de votos válidos</p><p>na eleição e multiplicado pelo montante total do fundo eleitoral.</p><p>Além disso, a lei prevê que o montante total do fundo eleitoral seja revisado</p><p>periodicamente, a fim de garantir que o dinheiro seja distribuído de forma equitativa e</p><p>justa entre os partidos políticos e coligações.</p><p>Vamos imaginar a seguinte situação: supomos que o montante total do fundo</p><p>eleitoral para uma eleição seja de R$ 10 milhões e que existam três partidos políticos</p><p>concorrendo: Partido A, Partido B e Partido C.</p><p>O Partido A obteve 40% dos votos válidos na eleição, o Partido B obteve 30% e</p><p>o Partido C obteve 30%.</p><p>A fórmula para</p><p>calcular a repartição do dinheiro do fundo eleitoral é a seguinte:</p><p>Partido A: (40% dos votos válidos) / (100% dos votos válidos) x R$ 10 milhões =</p><p>R$ 4 milhões</p><p>Partido B: (30% dos votos válidos) / (100% dos votos válidos) x R$ 10 milhões =</p><p>R$ 3 milhões</p><p>76</p><p>Partido C: (30% dos votos válidos) / (100% dos votos válidos) x R$ 10 milhões =</p><p>R$ 3 milhões</p><p>Neste exemplo hipotético, o Partido A receberia R$ 4 milhões do fundo eleitoral,</p><p>o Partido B receberia R$ 3 milhões e o Partido C receberia R$ 3 milhões. A repartição do</p><p>dinheiro do fundo eleitoral é feita de acordo com a proporção dos votos válidos obtidos</p><p>pelos partidos políticos na eleição.</p><p>É importante destacar que a legislação eleitoral brasileira é complexa e pode</p><p>sofrer mudanças frequentes, por isso é sempre recomendável consultar o Tribunal</p><p>Superior Eleitoral (TSE) ou um advogado especializado em direito eleitoral para obter</p><p>informações atualizadas e precisas sobre a repartição do dinheiro do fundo eleitoral no</p><p>Brasil.</p><p>3 ORGANIZAÇÕES RELIGIOSAS</p><p>As organizações religiosas sem fins lucrativos são uma presença importante</p><p>na sociedade brasileira, oferecendo uma ampla gama de serviços e atividades aos</p><p>seus membros e à comunidade em geral. Essas organizações são reconhecidas pela</p><p>legislação brasileira como instituições sem fins lucrativos, o que significa que não têm</p><p>como objetivo a geração de lucro, mas sim a promoção de valores, crenças e ações</p><p>filantrópicas.</p><p>Estas organizações não possuem fins lucrativos no Brasil. Elas desempenham</p><p>um papel importante na vida social, política e cultural do país. Muitas dessas organizações</p><p>oferecem serviços comunitários, tais como alimentação, assistência médica, abrigo para</p><p>moradores de rua e programas de educação. Além disso, muitas igrejas e templos têm</p><p>programas de caridade e ajuda a comunidades carentes, o que é uma forma importante</p><p>de apoio às pessoas em necessidade.</p><p>As organizações religiosas sem fins lucrativos também desempenham um papel</p><p>importante na vida espiritual das pessoas, oferecendo orientação e aconselhamento</p><p>aos seus membros. Muitas dessas organizações têm programas de formação religiosa</p><p>para crianças, jovens e adultos, o que é uma forma valiosa de preservar e transmitir as</p><p>tradições religiosas de uma comunidade.</p><p>No entanto, as organizações religiosas sem fins lucrativos também enfrentam</p><p>desafios e questões éticas e legais. Algumas organizações religiosas são acusadas de</p><p>promover práticas discriminatórias ou de não cumprir as leis trabalhistas e fiscais. Além</p><p>disso, existe a questão da isenção fiscal, que é concedida a essas organizações como</p><p>reconhecimento pelo papel importante que desempenham na sociedade. No entanto,</p><p>a isenção fiscal também pode ser vista como uma forma de subvenção indevida a</p><p>instituições religiosas, especialmente em um contexto de escassez de recursos públicos</p><p>para atender às necessidades da sociedade.</p><p>77</p><p>3.1 ABERTURA DE ORGANIZAÇÕES RELIGIOSAS</p><p>A abertura de uma organização religiosa no Brasil envolve a apresentação de</p><p>certos documentos e cumprimento de regras específicas estabelecidas pela legislação</p><p>brasileira. Algumas das principais exigências incluem:</p><p>• Escrituração: é necessário redigir uma escritura pública de constituição da</p><p>organização religiosa, que deve ser registrada em cartório de registro de pessoas</p><p>jurídicas. A escritura deve conter informações sobre o objeto da organização, sua</p><p>estrutura administrativa, regras internas e condições para a eleição e destituição de</p><p>seus dirigentes.</p><p>• Estatuto: a organização religiosa deve ter um estatuto que estabeleça suas finalidades,</p><p>atividades e regras de funcionamento. O estatuto deve ser aprovado na assembleia</p><p>de seus membros e registrado em cartório.</p><p>• Documentação pessoal: é necessário apresentar cópias dos documentos pessoais</p><p>dos dirigentes da organização religiosa, incluindo RG e CPF.</p><p>• Certidão negativa: é necessário apresentar uma certidão negativa de débitos fiscais</p><p>e tributários, comprovando que a organização não tem pendências com o Estado.</p><p>• Requerimento: é necessário apresentar um requerimento ao cartório de registro de</p><p>pessoas jurídicas, solicitando o registro da organização religiosa.</p><p>Estas são algumas das principais exigências para abrir uma organização religiosa</p><p>no Brasil. É importante destacar que a legislação brasileira é complexa e pode sofrer</p><p>mudanças frequentes, por isso é sempre recomendável consultar um advogado ou um</p><p>escritório de contabilidade especializado em registro de pessoas jurídicas para obter</p><p>informações atualizadas e precisas sobre o processo de abertura de uma organização</p><p>religiosa no Brasil.</p><p>78</p><p>Há muitas curiosidades interessantes sobre o surgimento de várias organizações religiosas</p><p>ao redor do mundo. Algumas incluem:</p><p>• Igreja Católica: a Igreja Católica é uma das mais antigas organizações religiosas</p><p>do mundo, tendo sido fundada no ano 33 d.C. Ela é a maior denominação cristã</p><p>do mundo e tem sido uma presença importante na história europeia e mundial.</p><p>• Igreja Ortodoxa: a Igreja Ortodoxa é uma das mais antigas organizações cristãs</p><p>do mundo, tendo sido fundada no século IV. Ela é a principal</p><p>denominação cristã na Rússia, na Grécia e em outros países</p><p>da Europa Oriental.</p><p>• Igreja Mórmon: a Igreja Mórmon, também conhecida</p><p>como Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos</p><p>Dias, foi fundada nos Estados Unidos em 1830. A igreja</p><p>é conhecida por sua enfática fé na Bíblia e no Livro de</p><p>Mórmon, e tem uma presença global, com mais de 16</p><p>milhões de membros em todo o mundo.</p><p>• Budismo: o budismo é uma das mais antigas religiões</p><p>do mundo, tendo sido fundada na Índia há mais de</p><p>2.500 anos. A religião é centrada na fi gura do Buda,</p><p>que ensinou aos seus seguidores a busca pelo</p><p>conhecimento e pela iluminação espiritual.</p><p>• Hinduísmo: o hinduísmo é uma das mais antigas</p><p>religiões do mundo, tendo sido fundada na Índia</p><p>há mais de 3.000 anos. A religião é centrada na</p><p>adoração de diversos deuses e é conhecida por</p><p>sua diversidade de práticas e crenças.</p><p>INTERESSANTE</p><p>Estes são apenas alguns exemplos das curiosidades sobre o surgimento de</p><p>algumas das mais importantes organizações religiosas do mundo. Cada uma tem uma</p><p>história rica e única, e todas contribuíram para a formação da cultura, da sociedade e</p><p>da história mundial.</p><p>3.2 TIPOS DE ORGANIZAÇÕES RELIGIOSAS</p><p>As organizações religiosas sem fi ns lucrativos são uma presença importante em</p><p>muitas sociedades em todo o mundo. Essas instituições são reconhecidas pela legislação</p><p>como organizações sem fi ns lucrativos, o que signifi ca que não têm como objetivo a</p><p>geração de lucro, mas sim a promoção de valores, crenças e ações fi lantrópicas.</p><p>Existem vários tipos de organizações religiosas sem fi ns lucrativos, incluindo</p><p>igrejas, templos, sinagogas, mesquitas, e centros budistas. Cada tipo de organização</p><p>religiosa sem fi ns lucrativos pode ter fi nalidades e objetivos diferentes, mas todos</p><p>compartilham o mesmo compromisso com a promoção de valores e crenças espirituais.</p><p>As igrejas são o tipo mais comum de organização religiosa sem fi ns lucrativos, e</p><p>podem ser encontradas em todo o mundo. Essas instituições são geralmente centradas</p><p>79</p><p>em uma doutrina específi ca, como o cristianismo, e oferecem serviços religiosos,</p><p>programas de formação espiritual e atividades comunitárias.</p><p>Os templos são outro tipo comum de organização religiosa sem fi ns lucrativos.</p><p>Essas instituições são encontradas principalmente em culturas orientais, como a</p><p>hinduísta e a budista, e são centradas em práticas espirituais, meditação e refl exão.</p><p>As sinagogas são instituições religiosas sem fi ns lucrativos encontradas em</p><p>comunidades judaicas, e são centradas na prática da fé judaica. Essas instituições</p><p>oferecem serviços religiosos, programas de formação espiritual e atividades comunitárias.</p><p>As mesquitas são instituições religiosas sem fi ns lucrativos encontradas</p><p>em comunidades muçulmanas. Elas são centradas na prática da fé islâmica. Essas</p><p>instituições oferecem serviços religiosos, programas</p><p>de formação espiritual e atividades</p><p>comunitárias.</p><p>Por fi m, os centros budistas são instituições religiosas sem fi ns lucrativos</p><p>encontradas em comunidades budistas, e são centradas na prática da fé budista. Essas</p><p>instituições oferecem serviços religiosos, programas de formação espiritual e atividades</p><p>comunitárias.</p><p>Há muitas curiosidades interessantes sobre templos de diferentes religiões ao redor do</p><p>mundo. Algumas incluem:</p><p>• Templo de Angkor Wat: o Templo de Angkor Wat, localizado na Cambóia, é</p><p>o maior templo hindu e budista do mundo. Ele foi construído no século XII e é</p><p>conhecido por sua arquitetura elaborada e detalhada.</p><p>• Templo de Karnak: o Templo de Karnak, localizado no Egito, é uma das maiores</p><p>estruturas religiosas já construídas. Ele foi construído ao longo de</p><p>mais de 1.500 anos e é conhecido por suas enormes colunas,</p><p>estátuas e outros elementos arquitetônicos.</p><p>• Templo de Machu Picchu: o Templo de Machu Picchu,</p><p>localizado no Peru, é uma das estruturas religiosas mais</p><p>famosas da América do Sul. Ele foi construído pelos</p><p>incas no século XV e é conhecido por sua localização de</p><p>alta montanha e arquitetura avançada.</p><p>• Templo de Borobudur: o Templo de Borobudur,</p><p>localizado na Indonésia, é um dos maiores templos</p><p>budistas do mundo. Ele foi construído no século</p><p>IX e é conhecido por sua arquitetura elaborada e</p><p>por seus painéis de pedra que contêm imagens e</p><p>textos budistas.</p><p>• Templo de Shwedagon: o Templo de Shwedagon,</p><p>localizado na Birmânia, é um dos mais</p><p>importantes templos budistas do mundo. Ele</p><p>é conhecido por sua enorme estufa dourada e</p><p>por sua rica história e tradição.</p><p>INTERESSANTE</p><p>80</p><p>Nota-se o quão é vasto o campo de atuação relacionado ao terceiro setor. É</p><p>de suma importância que o contador saiba o segmento e o tipo de organização que</p><p>a entidade sem fins lucrativos se encaixa, para dessa forma exercer a contabilidade</p><p>de forma relevante e fidedigna. No próximo tema de aprendizado abordaremos as</p><p>legislações que regulamentam o terceiro setor e suas especificidades.</p><p>81</p><p>RESUMO DO TÓPICO 1</p><p>Neste tema de aprendizagem, você estudou:</p><p>• Assimilar os conceitos de terceiro setor e ONGs, além de compreender a origem</p><p>histórica do termo que, apesar de recente, serviu para nomear uma atividade</p><p>econômica existente desde os anos de 1500 no Brasil.</p><p>• Compreender os diferentes tipos de entidades sem fins lucrativos. No que se refere</p><p>às associações, foi possível entender o conceito e tipos de associações presentes no</p><p>país.</p><p>• Entender os tipos de fundações existentes, além de assimilar as diferenças entre</p><p>associação e fundação.</p><p>• Compreender o que são partidos políticos e como eles se enquadram no quesito</p><p>entidades do terceiro setor.</p><p>82</p><p>AUTOATIVIDADE</p><p>1 Um partido político é uma organização política formada com o objetivo de concorrer e</p><p>participar do processo político, buscando eleger seus representantes e implementar</p><p>suas ideologias e propostas para a sociedade. Sobre a regulamentação dos partidos</p><p>políticos, é CORRETO dizer que um dos principais objetivos da Lei n° 9.096/95 é:</p><p>a) ( ) Criar a figura do tesoureiro do partido, sendo este o profissional responsável pela</p><p>assinatura das demonstrações contábeis partidárias.</p><p>b) ( ) Estabelecer regras no que tange ao número de ministérios que cada partido pode</p><p>ocupar.</p><p>c) ( ) Garantir que o partido eleito para determinado cargo público possa ter uma</p><p>oposição forte, a fim de estimular o crescimento baseado na concorrência.</p><p>d) ( ) Regulamentar a arrecadação e o uso de recursos financeiros pelos partidos</p><p>políticos.</p><p>2 Organizações religiosas sem fins lucrativos são entidades religiosas que buscam</p><p>promover suas crenças e valores, sem aspirar a obtenção de lucro financeiro. Com</p><p>base nas definições de organizações religiosas, analise as sentenças a seguir:</p><p>I- Elas são formadas com o objetivo de obter lucro financeiro.</p><p>II- Elas podem realizar atividades comerciais para manter suas atividades.</p><p>III- Elas não precisam pagar impostos sobre suas atividades.</p><p>Assinale a alternativa CORRETA:</p><p>a) ( ) As sentenças I e II estão corretas.</p><p>b) ( ) Somente a sentença II está correta.</p><p>c) ( ) As sentenças II e III estão corretas.</p><p>d) ( ) As sentenças I e III estão corretas.</p><p>3 Fundações sem fins lucrativos são organizações sem fins comerciais, que buscam</p><p>promover causas sociais, culturais, científicas ou educacionais, sem visar a obtenção</p><p>de lucro financeiro. De acordo com as definições de fundação, classifique V para as</p><p>sentenças verdadeiras e F para as falsas:</p><p>(    ) Elas podem distribuir lucros entre seus membros ou administradores.</p><p>(    ) Elas precisam destinar parte de sua receita para fins sociais, culturais, científicos ou</p><p>educacionais.</p><p>(    ) Elas não precisam apresentar contas ou prestação de contas sobre suas atividades.</p><p>83</p><p>Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:</p><p>a) (    ) V – F – F.</p><p>b) (    ) V – F – V.</p><p>c) (    ) F – V – F.</p><p>d) (    ) F – F – V.</p><p>4 Associações são organizações formadas por pessoas que se unem com o objetivo</p><p>de alcançar uma finalidade comum, sem fins lucrativos. Elas podem ter finalidades</p><p>variadas, como sociais, culturais, esportivas, de defesa de direitos, entre outras. As</p><p>associações podem ser registradas e reconhecidas legalmente, o que lhes permite</p><p>realizar atividades e buscar recursos financeiros para atingir seus objetivos. Discuta as</p><p>implicações da falta de registro legal de associações no Brasil. Analise as dificuldades</p><p>e obstáculos enfrentados pelas associações não registradas, tais como a busca de</p><p>recursos financeiros, a realização de atividades, a responsabilidade dos membros e</p><p>administradores, a transparência nas atividades e a relação com o poder público. Além</p><p>disso, considere dissertar sobre a importância do registro legal para o fortalecimento</p><p>da sociedade civil e da participação cidadã.</p><p>5 O fundo partidário é uma fonte de recursos financeiros destinada aos partidos políticos</p><p>no Brasil. Ele é formado por contribuições públicas e doações de pessoas físicas</p><p>e jurídicas, e tem como objetivo garantir a viabilidade financeira dos partidos e a</p><p>realização de suas atividades. A lei n° 9.096/95, que regulamenta os partidos políticos</p><p>no Brasil, estabelece as regras para a arrecadação e uso do fundo partidário. Como</p><p>funciona o cálculo da divisão do fundo partidário de acordo com a lei n° 9.096/95?</p><p>Análise das variáveis consideradas na divisão do fundo, tais como o número de votos</p><p>obtidos nas eleições, a representatividade dos partidos na sociedade, a quantidade</p><p>de deputados eleitos, entre outros fatores. Além disso, avalie a importância da lei</p><p>9.096/95 para a democracia e a pluralidade política no Brasil.</p><p>84</p><p>85</p><p>LEGISLAÇÃO E REGULAMENTAÇÃO DAS</p><p>ENTIDADES SEM FINS LUCRATIVOS</p><p>1 INTRODUÇÃO</p><p>A Lei nº 9.790/1999, conhecida como a Lei das Organizações da Sociedade Civil</p><p>de Interesse Público (OSCIPs), é a principal norma que regulamenta o terceiro setor</p><p>no Brasil. Essa lei define as regras para a constituição e funcionamento das OSCIPs,</p><p>incluindo a obrigatoriedade de elaboração de estatuto, prestação de contas e auditorias.</p><p>Além disso, a lei estabelece que as OSCIPs devem destinar, pelo menos, 1% de sua</p><p>receita bruta anual para ações de interesse público.</p><p>Outra legislação importante é a Lei nº 13.019/2014, que regulamenta o terceiro</p><p>setor em geral, incluindo as OSCIPs, associações e fundações. Essa lei estabelece</p><p>normas para a captação de recursos, prestação de contas e fiscalização das entidades.</p><p>Além disso, a lei cria o Cadastro Nacional de Entidades do Terceiro Setor, que tem como</p><p>objetivo centralizar informações sobre as entidades do terceiro setor no Brasil.</p><p>Em linhas gerais, a legislação no terceiro setor do Brasil é fundamental para</p><p>garantir a transparência, responsabilidade e eficiência das atividades desenvolvidas</p><p>por essas organizações. Além disso, a legislação busca estimular a participação da</p><p>sociedade na elaboração e execução de políticas públicas e garantir a efetividade dos</p><p>objetivos sociais</p><p>dessas entidades.</p><p>2 IMUNIDADE TRIBUTÁRIA</p><p>O Artigo 150 da Constituição Federal é uma norma que trata da imunidade</p><p>tributária das entidades sem fins lucrativos. Esse artigo estabelece que as instituições</p><p>públicas de ensino e as organizações religiosas, filantrópicas, de saúde, de assistência</p><p>social, desportivas, culturais, políticas, sindicais e de defesa dos direitos humanos, entre</p><p>outras, são imunes ao pagamento de impostos sobre renda e patrimônio.</p><p>A imunidade tributária é uma forma de incentivar a atuação dessas entidades</p><p>na sociedade e garantir que elas possam dedicar a maior parte de suas receitas para o</p><p>desenvolvimento de suas atividades sociais e sem fins lucrativos. Além disso, a imunidade</p><p>tributária é uma forma de proteger o patrimônio dessas entidades, garantindo que ele</p><p>não seja prejudicado por impostos que possam comprometer a capacidade de realizar</p><p>as suas atividades.</p><p>UNIDADE 2 TÓPICO 2 -</p><p>86</p><p>No entanto, é importante destacar que a imunidade tributária estabelecida pelo</p><p>Artigo 150 não é absoluta e pode ser revogada em casos específicos. Por exemplo, se</p><p>uma entidade sem fins lucrativos passar a realizar atividades lucrativas, ela pode perder</p><p>a sua imunidade tributária. Além disso, a imunidade tributária pode ser revogada caso</p><p>a entidade se utilize de seu patrimônio para fins contrários aos seus objetivos sociais.</p><p>Nesse contexto, o Artigo 150 da Constituição Federal é uma norma que</p><p>reconhece a importância das entidades sem fins lucrativos na sociedade e garante a</p><p>sua imunidade tributária para incentivar a sua atuação. No entanto, vale ressaltar que</p><p>essa imunidade pode ser revogada em casos específicos, buscando sempre garantir a</p><p>responsabilidade e transparência dessas entidades.</p><p>2.1 IMPOSTOS CONTEMPLADOS PELA ISENÇÃO</p><p>De acordo com o Conselho Regional de Contabilidade do Rio Grande do Sul,</p><p>os impostos federais, nos quais as entidades sem fins lucrativos são contempladas no</p><p>artigo 150 da constituição, são:</p><p>- Imposto sobre a Renda e Proventos de qualquer Natureza (IR);</p><p>- Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS);</p><p>- Imposto sobre Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU);</p><p>- Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI);</p><p>- Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA);</p><p>- Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS);</p><p>- Imposto Territorial Rural (ITR);</p><p>- Imposto sobre Transmissão Causa Mortis ou Doação de Bens e</p><p>Direitos (ITCD);</p><p>- Imposto sobre Transmissão Inter Vivos de Bens Imóveis (ITBI);</p><p>- Imposto sobre Importação (II);</p><p>- Imposto sobre Exportação (IE) (CONSELHO REGIONAL DE</p><p>CONTABILIDADE DO RIO GRANDE DO SUL, 2018, p. 36).</p><p>Agora, citaremos exemplos práticos de como esses impostos deixam de ser</p><p>cobrados para as entidades do terceiro setor. Utilizaremos a mesma suposição em</p><p>casos diferentes, veja:</p><p>• Imunidade tributária de Imposto sobre a Renda e Proventos de Qualquer</p><p>Natureza (IR) para uma entidade sem fins lucrativos – Imagine que uma</p><p>associação sem fins lucrativos, cujo objetivo é preservar e proteger o meio ambiente,</p><p>receba uma doação de uma empresa. Essa doação seria considerada renda para a</p><p>associação e, normalmente, estaria sujeita ao pagamento de IR. No entanto, como</p><p>a associação é uma entidade sem fins lucrativos, ela está imune ao pagamento</p><p>desse imposto, de acordo com o Artigo 150 da Constituição Federal. Dessa forma, a</p><p>associação poderá utilizar a doação integralmente para o desenvolvimento de suas</p><p>atividades de preservação e proteção do meio ambiente, sem ter que destinar parte</p><p>da receita para o pagamento de IR. Isso incentiva as empresas a realizarem doações</p><p>para entidades sem fins lucrativos, já que elas sabem que a associação receberá a</p><p>doação integralmente, sem ter que destinar parte dela para o pagamento de impostos.</p><p>87</p><p>• Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) – Imagine que</p><p>uma organização da sociedade civil de interesse público (OSCIP), cujo objetivo é</p><p>promover a cultura e o desenvolvimento artístico, realize uma feira de arte. Nessa</p><p>feira, a OSCIP vende obras de arte e produtos relacionados à arte. Normalmente, as</p><p>vendas estariam sujeitas ao pagamento de ICMS. No entanto, como a OSCIP é uma</p><p>entidade sem fins lucrativos, ela está imune ao pagamento desse imposto, de acordo</p><p>com o Artigo 150 da Constituição Federal. Dessa forma, a OSCIP poderá utilizar a</p><p>receita obtida na feira integralmente para o desenvolvimento de suas atividades de</p><p>promoção da cultura e do desenvolvimento artístico, sem ter que destinar parte da</p><p>receita para o pagamento de ICMS. Isso incentiva a realização de eventos culturais</p><p>por entidades sem fins lucrativos, já que elas sabem que receberão a receita</p><p>integralmente, sem ter que destinar parte dela para o pagamento de impostos.</p><p>• Imposto sobre Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU) – Imagine</p><p>que uma fundação sem fins lucrativos, cujo objetivo é promover a educação e o</p><p>desenvolvimento humano, possua uma propriedade imóvel em que funciona sua</p><p>sede administrativa. Normalmente, a propriedade estaria sujeita ao pagamento de</p><p>IPTU. No entanto, como a fundação é uma entidade sem fins lucrativos, ela está</p><p>imune ao pagamento desse imposto, de acordo com o Artigo 150 da Constituição</p><p>Federal. Dessa forma, a fundação poderá utilizar a receita obtida com a propriedade</p><p>integralmente para o desenvolvimento de suas atividades de promoção da educação</p><p>e do desenvolvimento humano, sem ter que destinar parte da receita para o</p><p>pagamento de IPTU. Isso incentiva a aquisição de propriedades por entidades sem fins</p><p>lucrativos, já que elas sabem que não precisarão destinar recursos para o pagamento</p><p>de impostos sobre a propriedade.</p><p>• Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) – Imagine que uma organização</p><p>sem fins lucrativos, cujo objetivo é auxiliar pessoas com deficiências físicas, adquira</p><p>equipamentos médicos para suas atividades. Normalmente, esses equipamentos</p><p>estariam sujeitos ao pagamento de IPI. No entanto, como a organização é uma</p><p>entidade sem fins lucrativos, ela está imune ao pagamento desse imposto, de</p><p>acordo com o Artigo 150 da Constituição Federal. Dessa forma, a organização</p><p>poderá utilizar a receita obtida com a aquisição dos equipamentos integralmente</p><p>para o desenvolvimento de suas atividades de auxílio às pessoas com deficiências</p><p>físicas, sem ter que destinar parte da receita para o pagamento de IPI. Isso incentiva</p><p>a aquisição de bens e equipamentos por entidades sem fins lucrativos, já que elas</p><p>sabem que não precisarão destinar recursos para o pagamento de impostos sobre os</p><p>produtos adquiridos.</p><p>• Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) – Imagine que</p><p>uma organização sem fins lucrativos, cujo objetivo é prestar assistência a idosos,</p><p>adquira um veículo para transportar seus assistidos. Normalmente, esse veículo</p><p>estaria sujeito ao pagamento de IPVA. No entanto, como a organização é uma</p><p>entidade sem fins lucrativos, ela está imune ao pagamento desse imposto, de acordo</p><p>88</p><p>com o Artigo 150 da Constituição Federal. Dessa forma, a organização poderá utilizar</p><p>a receita obtida com a aquisição do veículo integralmente para o desenvolvimento de</p><p>suas atividades de assistência a idosos, sem ter que destinar parte da receita para</p><p>o pagamento de IPVA. Isso incentiva a aquisição de veículos por entidades sem fins</p><p>lucrativos, já que elas sabem que não precisarão destinar recursos para o pagamento</p><p>de impostos sobre o veículo adquirido.</p><p>• Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS) – Imagine que uma</p><p>organização sem fins lucrativos, cujo objetivo é prestar assistência a pessoas com</p><p>necessidades especiais, contrate uma empresa para fornecer serviços de consultoria</p><p>para aprimorar suas atividades. Normalmente, esses serviços estariam sujeitos</p><p>ao pagamento de ISS. No entanto, como a organização é uma entidade sem fins</p><p>lucrativos, ela está imune ao pagamento desse imposto, de acordo com o Artigo</p><p>150 da Constituição Federal. Dessa forma, a organização poderá utilizar a receita</p><p>obtida</p><p>com o pagamento dos serviços integralmente para o desenvolvimento de</p><p>suas atividades de assistência a pessoas com necessidades especiais, sem ter que</p><p>destinar parte da receita para o pagamento de ISS. Isso incentiva a contratação de</p><p>serviços por entidades sem fins lucrativos, já que elas sabem que não precisarão</p><p>destinar recursos para o pagamento de impostos sobre os serviços contratados.</p><p>• Imposto Territorial Rural (ITR) – Imagine que uma organização sem fins lucrativos,</p><p>cujo objetivo é preservar a biodiversidade e o meio ambiente, possua uma propriedade</p><p>rural para desenvolver suas atividades. Normalmente, essa propriedade estaria sujeita</p><p>ao pagamento de ITR. No entanto, como a organização é uma entidade sem fins</p><p>lucrativos, ela está imune ao pagamento desse imposto, de acordo com o Artigo 150</p><p>da Constituição Federal. Dessa forma, a organização poderá utilizar a receita obtida</p><p>com a propriedade rural integralmente para o desenvolvimento de suas atividades</p><p>de preservação da biodiversidade e do meio ambiente, sem ter que destinar parte da</p><p>receita para o pagamento de ITR. Isso incentiva a aquisição de propriedades rurais</p><p>por entidades sem fins lucrativos, já que elas sabem que não precisarão destinar</p><p>recursos para o pagamento de impostos sobre a propriedade.</p><p>• Imposto sobre Transmissão Causa Mortis ou Doação de Bens e Direitos (ITCD)</p><p>– Imagine que uma organização sem fins lucrativos, cujo objetivo é promover a</p><p>saúde e o bem-estar da população, receba uma doação de uma propriedade imóvel.</p><p>Normalmente, essa doação estaria sujeita ao pagamento de ITCD. No entanto, como</p><p>a organização é uma entidade sem fins lucrativos, ela está imune ao pagamento</p><p>desse imposto, de acordo com o Artigo 150 da Constituição Federal. Dessa forma, a</p><p>organização poderá utilizar a propriedade integralmente para o desenvolvimento de</p><p>suas atividades de promoção da saúde e do bem-estar da população, sem ter que</p><p>destinar parte da receita para o pagamento de ITCD. Isso incentiva a doação de bens</p><p>e propriedades para entidades sem fins lucrativos, já que os doadores sabem que a</p><p>organização receberá a propriedade integralmente, sem ter que destinar parte dela</p><p>para o pagamento de impostos.</p><p>89</p><p>• Imposto sobre Transmissão Inter Vivos de Bens Imóveis (ITBI) – Imagine que</p><p>uma organização sem fins lucrativos, cujo objetivo é apoiar projetos educacionais</p><p>na comunidade, adquira uma propriedade imóvel para desenvolver suas atividades.</p><p>Normalmente, essa propriedade estaria sujeita ao pagamento de ITBI. No entanto,</p><p>como a organização é uma entidade sem fins lucrativos, ela está imune ao pagamento</p><p>desse imposto, de acordo com o Artigo 150 da Constituição Federal. Dessa forma,</p><p>a organização poderá utilizar a propriedade integralmente para o desenvolvimento</p><p>de suas atividades de apoio a projetos educacionais, sem ter que destinar parte</p><p>da receita para o pagamento de ITBI. Isso incentiva a aquisição de propriedades</p><p>imobiliárias por entidades sem fins lucrativos, já que elas sabem que não precisarão</p><p>destinar recursos para o pagamento de impostos sobre a propriedade adquirida.</p><p>• Imposto sobre Importação (II) – Imagine que uma organização sem fins lucrativos,</p><p>cujo objetivo é fornecer equipamentos médicos para hospitais públicos, importe</p><p>um equipamento médico para atender às necessidades de um hospital local.</p><p>Normalmente, essa importação estaria sujeita ao pagamento de II. No entanto, como</p><p>a organização é uma entidade sem fins lucrativos, ela está imune ao pagamento</p><p>desse imposto, de acordo com o Artigo 150 da Constituição Federal. Dessa forma,</p><p>a organização poderá utilizar a receita obtida com a importação integralmente para</p><p>fornecer equipamentos médicos para outros hospitais públicos, sem ter que destinar</p><p>parte da receita para o pagamento de II. Isso incentiva a importação de equipamentos</p><p>médicos por entidades sem fins lucrativos, já que elas sabem que não precisarão</p><p>destinar recursos para o pagamento de impostos sobre as importações realizadas.</p><p>• Imposto sobre Exportação (IE) – Imagine que uma organização sem fins</p><p>lucrativos, cujo objetivo é fornecer alimentos para comunidades carentes em países</p><p>em desenvolvimento, exporte alimentos para atender às necessidades de uma</p><p>comunidade local. Normalmente, essa exportação estaria sujeita ao pagamento</p><p>de IE. No entanto, como a organização é uma entidade sem fins lucrativos, ela está</p><p>imune ao pagamento desse imposto, de acordo com o Artigo 150 da Constituição</p><p>Federal. Dessa forma, a organização poderá utilizar a receita obtida com a exportação</p><p>integralmente para fornecer alimentos para outras comunidades carentes em países</p><p>em desenvolvimento, sem ter que destinar parte da receita para o pagamento de IE.</p><p>Isso incentiva a exportação de alimentos por entidades sem fins lucrativos, já que</p><p>elas sabem que não precisarão destinar recursos para o pagamento de impostos</p><p>sobre as exportações realizadas.</p><p>Em resumo, essa imunidade tributária é importante para garantir que entidades</p><p>sem fins lucrativos possam desenvolver suas atividades de forma mais eficiente e efetiva,</p><p>sem serem prejudicadas por impostos que possam comprometer sua capacidade</p><p>financeira.</p><p>90</p><p>2.2 ISENÇÃO TRIBUTÁRIA VERSUS IMUNIDADE TRIBUTÁRIA</p><p>A imunidade tributária e a isenção tributária são conceitos que se referem à</p><p>exclusão de pagamento de impostos por parte de entidades sem fi ns lucrativos. No</p><p>entanto, eles diferem entre si em alguns aspectos importantes:</p><p>• Imunidade tributária: a imunidade tributária é a situação em que uma entidade sem</p><p>fi ns lucrativos está completamente isenta de pagar impostos. Em outras palavras,</p><p>a entidade não precisa pagar impostos porque a legislação reconhece que sua</p><p>atividade é de interesse público e não tem fi ns lucrativos.</p><p>• Isenção tributária: a isenção tributária é a situação em que uma entidade sem fi ns</p><p>lucrativos está isenta de pagar impostos apenas em determinadas situações ou em</p><p>relação a determinados impostos. Em outras palavras, a entidade só está isenta de</p><p>pagar impostos em situações específi cas, que são determinadas pela legislação.</p><p>Em linhas gerais, a principal diferença entre imunidade tributária e isenção</p><p>tributária é que a imunidade tributária signifi ca a completa exclusão do pagamento de</p><p>impostos, enquanto a isenção tributária signifi ca a exclusão parcial do pagamento de</p><p>impostos, em situações específi cas.</p><p>Uma curiosidade sobre imunidade tributária em organizações sem fi ns lucrativos na China</p><p>é que, em geral, as entidades sem fi ns lucrativos na China são submetidas a uma série de</p><p>restrições e regulamentos rigorosos. Além disso, a imunidade tributária é limitada e não</p><p>inclui impostos como o Imposto Sobre a Propriedade de Empresas, o Imposto Sobre a</p><p>Propriedade de Veículos e o Imposto sobre o Valor Adicionado (VAT).</p><p>No entanto, em 2018, o governo chinês anunciou uma série de medidas para apoiar as</p><p>entidades sem fi ns lucrativos na China, incluindo a imunidade tributária para as organizações</p><p>sem fi ns lucrativos que realizam atividades de caridade. Dessa forma, as entidades sem</p><p>fi ns lucrativos na China que realizam atividades de caridade são isentas</p><p>de pagar impostos, incluindo o Imposto Sobre a Renda, o Imposto</p><p>Sobre a Propriedade e o Imposto Sobre a Venda de Bens.</p><p>Já nos Estados Unidos possui uma das leis mais fl exíveis e</p><p>abrangentes sobre imunidade tributária para entidades sem</p><p>fi ns lucrativos do mundo. As entidades sem fi ns lucrativos nos</p><p>Estados Unidos podem ser isentas de pagamento de vários</p><p>impostos, incluindo Imposto Sobre a Renda, Imposto Sobre</p><p>Propriedade, Imposto Sobre Venda de Bens e Imposto sobre</p><p>Doações.</p><p>Além disso, as entidades sem fi ns lucrativos nos Estados</p><p>Unidos podem ser elegíveis para receber doações</p><p>dedutíveis do imposto de renda, o que incentiva os</p><p>doadores a apoiarem essas organizações. Isso é uma</p><p>curiosidade importante, já que incentiva o apoio</p><p>fi nanceiro às entidades sem fi ns lucrativos e ajuda a</p><p>garantir que elas possam desenvolver suas atividades</p><p>de forma mais</p><p>efi ciente e efetiva.</p><p>INTERESSANTE</p><p>91</p><p>2.3 ISENÇÃO DE CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS</p><p>A Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, estabelecem as contribuições sociais que</p><p>são passíveis de isenção. Esses artigos são importantes porque definem as contribuições</p><p>sociais que as entidades sem fins lucrativos estão isentas de pagar.</p><p>De acordo com o a Lei nº 8.212 de 1991, as entidades sem fins lucrativos</p><p>estão isentas do pagamento da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), da</p><p>Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS) e da Contribuição</p><p>para o PIS/PASEP.</p><p>A legislação também estabelece que as entidades sem fins lucrativos estão</p><p>isentas do pagamento de outras contribuições sociais que não as mencionadas no artigo</p><p>22, desde que cumpram determinadas condições, como a manutenção de atividades</p><p>de assistência social, a proibição de distribuição de receitas e bens, a obrigação de</p><p>manter escrituração adequada e a apresentação de prestação de contas.</p><p>Um exemplo de contribuição social passível de isenção de acordo com a Lei</p><p>nº 8.212, de 24 de julho de 1991, pode ser a ONG "Crianças Felizes", que atua no Brasil</p><p>prestando assistência social a crianças carentes.</p><p>De acordo com a Lei nº 8.212 de 1991, a ONG "Crianças Felizes" está isenta do</p><p>pagamento da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), da Contribuição para</p><p>o Financiamento da Seguridade Social (COFINS) e da Contribuição para o PIS/PASEP, já</p><p>que ela é uma entidade sem fins lucrativos.</p><p>E também estabelece que a ONG "Crianças Felizes" também está isenta de</p><p>outras contribuições sociais que não as mencionadas no artigo 22, desde que ela cumpra</p><p>determinadas condições, como manter atividades de assistência social continuadas e</p><p>sem fins lucrativos, não distribuir entre seus associados, dirigentes ou prestadores de</p><p>serviço qualquer parcela de suas receitas ou bens, manter escrituração de suas receitas</p><p>e despesas em livros revestidos das formalidades legais e apresentar, anualmente,</p><p>prestação de contas aos seus associados e à autoridade fiscal competente.</p><p>2.3.2 PROGRAMA DE INTEGRAÇÃO SOCIAL (PIS)</p><p>Apesar de não haver uma isenção clara do PIS para o terceiro setor, a forma de</p><p>cobrança é diferente, ao invés de ser sobre o faturamento, ela ocorre sobre a folha de</p><p>pagamento. Imagine a seguinte situação:</p><p>A Associação Cultural "Arte para Todos" tem cinco funcionários que recebem</p><p>um salário mensal de R$ 2.000,00 cada. Isso significa que a associação deve pagar a</p><p>contribuição sobre a folha de salários de R$ 10.000,00 por mês (5 funcionários x R$</p><p>2.000,00).</p><p>92</p><p>De acordo com o artigo 9, a Associação Cultural "Arte para Todos" é contribuinte</p><p>do PIS/Pasep incidente sobre a folha de salários, o que signifi ca que ela deve pagar esse</p><p>imposto. No entanto, de acordo com o artigo 15 da Lei nº 9.532, de 1997, a Associação</p><p>Cultural "Arte para Todos" pode ser desconsiderada do pagamento desse imposto se</p><p>preencher certas condições e requisitos, como a manutenção de atividades de caráter</p><p>fi lantrópico, a proibição de distribuição de receitas e bens, a obrigação de manter</p><p>escrituração adequada e a apresentação de prestação de contas.</p><p>Em resumo, esse exemplo hipotético ilustra como a Associação Cultural "Arte</p><p>para Todos" é considerada como contribuinte do PIS/Pasep incidente sobre a folha de</p><p>salários, mas pode ser desconsiderada do pagamento desse imposto se preencher as</p><p>condições estabelecidas pelo artigo 15 da Lei nº 9.532, de 1997.</p><p>Existem vários programas similares ao Programa de Integração Social (PIS) em diferentes</p><p>países ao redor do mundo, com o objetivo de promover a integração social e a inclusão de</p><p>determinados grupos na sociedade. Alguns exemplos incluem:</p><p>• Seguridad Social en España: este programa em Espanha é responsável por garantir</p><p>a proteção social aos trabalhadores, incluindo aposentadoria,</p><p>saúde, maternidade, desemprego e outros benefícios.</p><p>• National Insurance Scheme (NIS) na Jamaica: este</p><p>programa na Jamaica tem como objetivo fornecer</p><p>proteção social aos trabalhadores registrados, incluindo</p><p>aposentadoria, desemprego, maternidade, morte e</p><p>outros benefícios.</p><p>• Social Security System (SSS) nas Filipinas: este</p><p>programa nas Filipinas é responsável por fornecer</p><p>proteção social aos trabalhadores fi lipinos, incluindo</p><p>aposentadoria, desemprego, maternidade, morte e</p><p>outros benefícios.</p><p>• National Pension System (NPS) na Índia: este</p><p>programa na Índia é responsável por garantir a</p><p>aposentadoria segura para os trabalhadores</p><p>registrados, fornecendo uma renda mensal para</p><p>a idade avançada.</p><p>INTERESSANTE</p><p>Esses são apenas alguns exemplos de programas similares ao Programa de</p><p>Integração Social (PIS) em diferentes países. É importante destacar que cada país</p><p>tem sua própria legislação social e sistema de proteção social, por isso as políticas e</p><p>benefícios podem variar bastante.</p><p>93</p><p>3 DEMAIS OBRIGAÇÕES</p><p>De acordo com o Conselho Federal do Rio Grande do Sul, em material publicado</p><p>em 2018, página 46, as organizações do terceiro setor devem se ater aos seguintes</p><p>fatos:</p><p>As pessoas jurídicas equiparadas perante a legislação comercial, a</p><p>Receita Federal do Brasil, o Ministério do Trabalho e a Previdência</p><p>Social, independentemente do seu enquadramento jurídico ou da</p><p>forma de tributação perante o Imposto de Renda, estão obrigadas</p><p>a cumprir com várias obrigações acessórias e principais. Além das</p><p>obrigações acessórias inerentes às demais empresas, relacionam-se</p><p>as principais obrigações acessórias desse setor:</p><p>- obrigações trabalhistas e previdenciárias;</p><p>- obrigações fiscais;</p><p>- obrigações contábeis;</p><p>- Sistema Público de Escrituração Digital (SPED);</p><p>- obrigações específicas das organizações do Terceiro Setor.</p><p>Nos próximos subtópicos iremos apresentar cada uma dessas obrigações e</p><p>mencionar suas especificidades.</p><p>3.1 OBRIGAÇÕES TRABALHISTAS E PREVIDENCIÁRIAS</p><p>As organizações do terceiro setor, assim como outras empresas, estão sujeitas</p><p>a uma série de obrigações trabalhistas estabelecidas pela legislação brasileira. Algumas</p><p>dessas obrigações incluem:</p><p>• RAIS: a Relação Anual de Informações Sociais é uma obrigação anual que as empresas</p><p>devem cumprir para informar ao Ministério do Trabalho sobre suas atividades</p><p>empregatícias no ano anterior. A RAIS inclui informações sobre os empregados, como</p><p>salários, admissões, demissões e outras informações relevantes.</p><p>• CAGED: o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados é um sistema eletrônico</p><p>mantido pelo Ministério do Trabalho que registra informações sobre admissões,</p><p>demissões e mudanças de função dos trabalhadores. As organizações devem</p><p>informar mensalmente ao CAGED sobre essas atividades.</p><p>• GFIP: a Guia de Recolhimento do FGTS e Informações à Previdência Social é uma</p><p>guia mensal que as empresas devem preencher e pagar para o FGTS e à Previdência</p><p>Social. A GFIP inclui informações sobre salários, contribuições previdenciárias e</p><p>outras informações relevantes.</p><p>• DCTF: a Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais é uma declaração</p><p>mensal que as empresas devem preencher e pagar para informar à Receita Federal</p><p>sobre as contribuições federais.</p><p>• DIRF: a Declaração do Imposto de Renda Retido na Fonte é uma declaração anual</p><p>que as empresas devem preencher e pagar para informar à Receita Federal sobre o</p><p>Imposto de Renda retido dos trabalhadores.</p><p>94</p><p>• eSocial: o eSocial é um sistema eletrônico que centraliza as informações trabalhistas,</p><p>previdenciárias e fiscais das empresas. As organizações devem informar mensalmente</p><p>ao eSocial sobre os empregados, incluindo salários, admissões, demissões e outras</p><p>informações relevantes.</p><p>3.2 OBRIGAÇÕES FISCAIS E CONTÁBEIS</p><p>As obrigações fiscais e contábeis do terceiro setor, assim como de várias</p><p>empresas dos demais setores se concentram nos envios das escriturações digitais,</p><p>também conhecidas como SPEDs. Utilizaremos a mesma suposição em diferentes</p><p>exemplos. Nesse quesito, temos:</p><p>• Escrituração Fiscal Digital (EFD): é um conjunto de informações fiscais e</p><p>tributárias que as empresas, incluindo</p><p>as organizações sem fins lucrativos, são</p><p>obrigadas a enviar ao governo federal, com o objetivo de acompanhar a arrecadação</p><p>de tributos e contribuições sociais, além de fornecer informações para a fiscalização</p><p>e o combate à sonegação fiscal. Quando uma entidade sem fins lucrativos deve enviar</p><p>a Escrituração Fiscal Digital é quando ela tem funcionários registrados em carteira,</p><p>pagando salários e fazendo retenções de impostos e contribuições sociais. Neste</p><p>caso, a entidade é obrigada a enviar a EFD, que inclui informações sobre retenções</p><p>de impostos e contribuições sociais, pagamentos e outras informações fiscais. Por</p><p>exemplo, imagine que uma entidade sem fins lucrativos pagou R$ 10.000,00 em</p><p>salários a seus funcionários em um mês. Neste caso, a entidade deveria retirar o valor</p><p>correspondente ao INSS e ao IRRF e depositá-los em conta bancária designada pelo</p><p>governo. Além disso, a entidade deveria enviar a EFD, incluindo informações sobre</p><p>o valor pago em salários, o valor retido de impostos e contribuições sociais, entre</p><p>outras informações fiscais.</p><p>• Escrituração Contábil Digital (ECD): É uma obrigação fiscal para as empresas,</p><p>incluindo as organizações sem fins lucrativos, que têm a obrigação de enviar</p><p>informações contábeis ao governo federal. A ECD inclui informações sobre o registro</p><p>contábil, como lançamentos de receitas e despesas, compras e vendas, entre outros,</p><p>que são utilizados para fins fiscais e tributários. Quando uma entidade sem fins</p><p>lucrativos deve enviar a Escrituração Contábil Digital é quando ela tem movimentações</p><p>financeiras registradas em seu livro contábil durante o ano, como vendas, compras,</p><p>pagamentos de salários, pagamentos de fornecedores, entre outros. Neste caso, a</p><p>entidade deveria enviar a ECD, incluindo informações sobre essas movimentações</p><p>financeiras, para fins de acompanhamento da arrecadação de tributos e para fins de</p><p>fiscalização. Por exemplo, imagine que uma entidade sem fins lucrativos vendeu R$</p><p>5.000,00 em produtos durante um mês. Neste caso, a entidade deveria registrar a</p><p>venda em seu livro contábil e incluir essa informação na Escrituração Contábil Digital.</p><p>Além disso, se a entidade pagou ao fornecedor R$ 2.000,00 pelos produtos vendidos,</p><p>ela também deveria incluir essa informação na ECD, para fins de acompanhamento</p><p>da arrecadação de tributos e para fins de fiscalização.</p><p>95</p><p>• Escrituração Contábil Fiscal (ECF) – É uma obrigação fiscal para as empresas,</p><p>incluindo as organizações sem fins lucrativos, que têm a obrigação de enviar</p><p>informações contábeis ao governo federal. A ECF inclui informações sobre o registro</p><p>contábil, como lançamentos de receitas e despesas, compras e vendas, entre outros,</p><p>que são utilizados para fins fiscais e tributários. Quando uma entidade sem fins</p><p>lucrativos deve enviar a Escrituração Contábil Fiscal é quando ela tem movimentações</p><p>financeiras registradas em seu livro contábil durante o ano, como vendas, compras,</p><p>pagamentos de salários, pagamentos de fornecedores, entre outros. Neste caso, a</p><p>entidade deveria enviar a ECF, incluindo informações sobre essas movimentações</p><p>financeiras, para fins de acompanhamento da arrecadação de tributos e para fins de</p><p>fiscalização. Por exemplo, imagine que uma entidade sem fins lucrativos vendeu R$</p><p>5.000,00 em produtos durante um mês. Neste caso, a entidade deveria registrar a</p><p>venda em seu livro contábil e incluir essa informação na Escrituração Contábil Fiscal.</p><p>Além disso, se a entidade pagou ao fornecedor R$ 2.000,00 pelos produtos vendidos,</p><p>ela também deveria incluir essa informação na ECF, para fins de acompanhamento da</p><p>arrecadação de tributos e para fins de fiscalização.</p><p>3.3 OBRIGAÇÕES ESPECÍFICAS DAS ORGANIZAÇÕES DO</p><p>TERCEIRO SETOR</p><p>A principal obrigação específica de uma entidade dum sistema criado pela Receita</p><p>Federal do Brasil para registro e fiscalização de entidades do terceiro setor, incluindo</p><p>organizações sem fins lucrativos. O SICAP é utilizado para garantir a transparência e a</p><p>responsabilidade financeira dessas entidades.</p><p>O setor no SICAP é uma categoria que agrupa entidades do terceiro setor com</p><p>objetivos similares, como organizações sem fins lucrativos que trabalham na área de</p><p>saúde, educação, assistência social, entre outras. Ao se registrar no SICAP, uma entidade</p><p>deve escolher o setor ao qual pertence, para que a Receita Federal possa monitorar suas</p><p>atividades e movimentações financeiras de maneira mais eficiente.</p><p>O registro e a prestação de contas no SICAP são obrigatórios para entidades</p><p>do terceiro setor que recebem doações de pessoas físicas ou jurídicas, ou que prestam</p><p>serviços públicos de interesse social. A não adesão ao SICAP pode resultar em sanções</p><p>e multas para a entidade.</p><p>A seguir, veja um exemplo com informações hipotéticas que simulam o envio</p><p>do SICAP:</p><p>Identificação da Entidade</p><p>• Nome: Associação de Ajuda à Comunidade.</p><p>• Endereço: Rua das Flores, 123, Bairro Jardim, Cidade A, Estado B, CEP 12345-678.</p><p>• Número de Identificação Fiscal: 01.234.567/0001-89.</p><p>• Setor: Assistência Social.</p><p>96</p><p>Informações sobre a Administração e Conselho</p><p>• Presidente: João Silva.</p><p>• Vice-Presidente: Maria Santos.</p><p>• Tesoureiro: José Oliveira.</p><p>• Conselho Fiscal: Ana Paula, Carlos Albuquerque, David Souza, Elisa Costa.</p><p>Atividades e Movimentações Financeiras</p><p>• Doações Recebidas: R$ 50.000,00 (Janeiro); R$ 40.000,00 (Fevereiro); R$ 60.000,00</p><p>(Março).</p><p>• Despesas: R$ 15.000,00 (Aluguel de espaço para atividades); R$ 10.000,00 (Compra</p><p>de material para atividades); R$ 25.000,00 (Salários dos funcionários).</p><p>• Receitas: R$ 5.000,00 (Venda de produtos); R$ 2.000,00 (Doações de pessoas físicas)</p><p>• Saldo Final: R$ 112.000,00.</p><p>Este é apenas um exemplo hipotético de um SICAP enviado por uma entidade</p><p>do terceiro setor. O conteúdo e as informações incluídas no SICAP variam de acordo com</p><p>as atividades, receitas e despesas de cada entidade. É importante que as informações</p><p>incluídas no SICAP sejam precisas e verdadeiras, e que a entidade mantenha registros</p><p>contábeis completos e precisos para comprovar as informações incluídas no SICAP.</p><p>RESUMO DO TÓPICO 2</p><p>97</p><p>RESUMO DO TÓPICO 2</p><p>Neste tema de aprendizagem, você estudou:</p><p>• As imunidades tributárias que regem o terceiro setor, assim como suas especificidades</p><p>e, através de exemplos práticos, foi possível simular situações reais na qual as</p><p>imunidades ocorrem.</p><p>• As isenções tributárias, além de compreender a diferença entre isenção e imunidade,</p><p>haja vista que a isenção é específica sobre determinada situação, enquanto a</p><p>imunidade é constitucional.</p><p>• As obrigações trabalhistas obrigatórias para o terceiro setor, haja vista que, apesar</p><p>das imunidades, o governo necessita do controle das informações dos trabalhadores</p><p>que atuam no terceiro setor.</p><p>• As obrigações contábeis e fiscais que cercam o terceiro setor. Foi visto que</p><p>essas obrigações garantem o controle por parte do governo da situação fiscal e</p><p>conformidades destas entidades.</p><p>98</p><p>AUTOATIVIDADE</p><p>1 A imunidade tributária é um benefício concedido por lei a certas entidades, incluindo</p><p>organizações sem fins lucrativos, que se dedicam a atividades de interesse social,</p><p>cultural, recreativo, científico ou filantrópico. A imunidade tributária permite que</p><p>essas entidades fiquem isentas de pagar alguns tributos, como o Imposto de Renda,</p><p>o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços e outros. Sobre a imunidade,</p><p>assinale a alternativa CORRETA:</p><p>a) ( ) A imunidade tributária é concedida apenas a entidades que se dedicam a atividades</p><p>de interesse social.</p><p>b) ( ) A imunidade tributária é concedida apenas a entidades que se dedicam a atividades</p><p>de interesse cultural.</p><p>c) ( ) A imunidade tributária é concedida apenas a entidades que se dedicam a atividades</p><p>de interesse econômico.</p><p>d) ( ) A imunidade tributária é concedida a entidades que se dedicam a atividades de</p><p>interesse social, cultural, recreativo, científico ou filantrópico.</p><p>2 A isenção tributária é um benefício concedido por lei a entidades que se dedicam a</p><p>atividades</p><p>de interesse social, cultural, recreativo, científico ou filantrópico. A isenção</p><p>tributária permite que essas entidades paguem menos tributos do que seria cobrado</p><p>normalmente. Com base nas definições sobre isenção tributária, analise as sentenças</p><p>a seguir:</p><p>I- A isenção tributária é concedida apenas a entidades que se dedicam a atividades</p><p>de interesse econômico.</p><p>II- A isenção tributária permite que as entidades paguem o mesmo valor de tributos</p><p>que seria cobrado normalmente.</p><p>III- A isenção tributária é concedida a entidades que se dedicam a atividades de</p><p>interesse social, cultural, recreativo, científico ou filantrópico.</p><p>Assinale a alternativa CORRETA:</p><p>a) ( ) As sentenças I e II estão corretas.</p><p>b) ( ) Somente a sentença II está correta.</p><p>c) ( ) As sentenças I e III estão corretas.</p><p>d) ( ) Somente a sentença III está correta.</p><p>99</p><p>3 Os SPEDs (Sistema Público de Escrituração Digital) são obrigações fiscais que as</p><p>empresas e entidades sem fins lucrativos devem cumprir para a Receita Federal do</p><p>Brasil. Eles incluem a Escrituração Fiscal Digital (EFD), Escrituração Contábil Digital</p><p>(ECD) e Escrituração Contábil Fiscal (ECF). Esses SPEDs permitem que a Receita</p><p>Federal tenha uma visão mais clara das atividades econômicas e financeiras dessas</p><p>entidades. De acordo com o que foi apresentado neste tema de aprendizagem,</p><p>classifique V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas:</p><p>(    ) As entidades sem fins lucrativos não precisam cumprir os SPEDs.</p><p>(        ) Os SPEDs são obrigações fiscais que visam o controle sobre as informações</p><p>contábeis, fiscais e trabalhistas das entidades, sendo obrigadas inclusive todos os</p><p>SPEDs para entidades do terceiro setor.</p><p>(    ) A Receita Federal não tem acesso às informações financeiras dessas entidades sem</p><p>a obrigatoriedade dos SPEDs.</p><p>Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:</p><p>a) (    ) V – F – F.</p><p>b) (    ) V – F – V.</p><p>c) (    ) F – V – F.</p><p>d) (    ) F – F – V.</p><p>4 O Sistema de Cadastro e Prestação de Contas (SICAP) é um sistema eletrônico criado</p><p>pela Receita Federal do Brasil para monitorar as atividades financeiras e contábeis</p><p>das entidades sem fins lucrativos. O SICAP é obrigatório para todas as entidades que</p><p>recebem recursos públicos e deve ser preenchido anualmente. Explique a importância</p><p>do Sistema de Cadastro e Prestação de Contas (SICAP) para o terceiro setor e como</p><p>ele auxilia na transparência dessas entidades. Além disso, descreva as principais</p><p>informações e documentos que devem ser apresentados no SICAP.</p><p>5 O PROGRAMA DE INTEGRAÇÃO SOCIAL (PIS) é um programa de segurança social criado</p><p>pelo governo brasileiro com o objetivo de complementar a renda dos trabalhadores</p><p>formais do país. Ele é financiado por contribuições mensais dos trabalhadores e das</p><p>empresas, e é destinado a cobrir despesas como aposentadoria, saúde, assistência</p><p>social e outros benefícios previdenciários. Explique como o PROGRAMA DE</p><p>INTEGRAÇÃO SOCIAL (PIS) afeta as entidades sem fins lucrativos no Brasil e discuta</p><p>sua importância para o desenvolvimento do setor.</p><p>100</p><p>101</p><p>TÓPICO 3 -</p><p>PROCEDIMENTOS CONTÁBEIS</p><p>1 INTRODUÇÃO</p><p>Os procedimentos contábeis são de extrema importância para o terceiro setor,</p><p>pois permitem o registro e a análise dos dados financeiros das organizações sem fins</p><p>lucrativos. Além disso, eles são ferramentas essenciais para a gestão financeira e a</p><p>transparência das atividades desenvolvidas.</p><p>As organizações sem fins lucrativos possuem um papel fundamental na</p><p>sociedade, pois atuam em diversas áreas, como saúde, educação, cultura e meio</p><p>ambiente, buscando promover ações de caráter social. Por isso, é de grande importância</p><p>que elas mantenham rigor e transparência nos registros contábeis, para que possam</p><p>comprovar a destinação correta dos recursos recebidos, sejam eles públicos ou privados.</p><p>A escrituração contábil permite a elaboração de balanços, demonstrações</p><p>financeiras e relatórios gerenciais, que são de grande importância para o planejamento</p><p>estratégico e para a gestão financeira da entidade. Além disso, ela é uma ferramenta</p><p>importante para a prestação de contas aos órgãos fiscalizadores e aos doadores.</p><p>No terceiro setor, os procedimentos contábeis são ainda mais relevantes, pois as</p><p>entidades sem fins lucrativos recebem incentivos fiscais, como imunidades e isenções,</p><p>que dependem da comprovação da destinação dos recursos para finalidades sociais.</p><p>Além disso, é necessário estar em dia com as obrigações trabalhistas e fiscais, para</p><p>evitar sanções e multas.</p><p>Diante do exposto, a relevância dos procedimentos contábeis no terceiro setor</p><p>reside na necessidade de garantir a transparência e a eficiência nas ações desenvolvidas</p><p>pelas organizações sem fins lucrativos. Além disso, eles são fundamentais para a</p><p>prestação de contas e para a manutenção dos incentivos fiscais recebidos.</p><p>2 NORMA CONTÁBIL</p><p>A Interpretação Técnica Geral (ITG) número 2002 (R1) de 2015 é a norma</p><p>vigente que serve de referência para os lançamentos contábeis do terceiro setor. A ITG</p><p>2002 de 2015 (R1) é importante porque estabelece as regras para a classificação das</p><p>entidades sem fins lucrativos, estabelecendo as condições para que estas organizações</p><p>possam ser reconhecidas como tais e, consequentemente, usufruir de benefícios</p><p>fiscais e tributários. Além disso, a ITG 2002 (R1) de 2015 também regulamenta aspectos</p><p>relacionados à prestação de contas e à escrituração contábil dessas entidades,</p><p>garantindo a transparência e a confiabilidade dessas informações.</p><p>UNIDADE 2</p><p>102</p><p>Outra importância da ITG 2002 (R1) de 2015 é que ela contribui para a melhoria</p><p>da gestão financeira das entidades sem fins lucrativos, uma vez que elas precisam</p><p>seguir as normas e padrões estabelecidos pela Receita Federal do Brasil para se</p><p>manterem enquadradas como tal e usufruir dos benefícios previstos. Isso ajuda a</p><p>garantir a sustentabilidade financeira dessas organizações, permitindo que elas possam</p><p>desenvolver suas atividades de forma adequada e eficiente.</p><p>2.1 REGISTRO DE RECEITAS</p><p>De acordo com a ITG 2002 (R1) (2012, p. 5), “as receitas em entidades do terceiro</p><p>setor devem ser registradas em contas próprias, segregadas das demais contas da</p><p>instituição”. Isso significa que cada fonte de receita deve ser identificada e registrada</p><p>de maneira específica, permitindo que sejam acompanhados os fluxos financeiros de</p><p>maneira mais clara e objetiva.</p><p>Um exemplo hipotético de registro de receitas em uma entidade do terceiro</p><p>setor é o seguinte: suponha que a entidade receba uma doação de R$ 10.000,00 para</p><p>aplicação específica em um projeto de educação infantil. Neste caso, a receita deve ser</p><p>registrada em uma conta própria, identificada como "Doação para Projeto de Educação</p><p>Infantil". De forma semelhante, as despesas relacionadas a este projeto também devem</p><p>ser registradas nesta conta, garantindo a segregação dos dados financeiros.</p><p>2.2 REGISTRO DE DESPESAS</p><p>De acordo com a ITG 2002 (R1) (2012, p. 6), “as despesas das entidades do</p><p>terceiro setor devem ser registradas de forma clara e precisa, identificando os recursos</p><p>aplicados e as respectivas finalidades”. Isso inclui registrar despesas como salários,</p><p>pagamento de fornecedores, manutenção de equipamentos, entre outras.</p><p>Por exemplo, imagine que uma entidade sem fins lucrativos tenha recebido R$</p><p>10.000,00 de doações para a realização de um projeto específico. Esses recursos devem</p><p>ser registrados em uma conta separada, identificando o projeto e as despesas aplicadas</p><p>nesse projeto. Por exemplo, R$ 3.000,00 podem ter sido gastos com pagamento de</p><p>salários, R$ 2.000,00 com compra de materiais e R$ 5.000,00 com aluguel de espaço</p><p>para realização do projeto.</p><p>O registro de despesas deve ser feito de forma clara e precisa, permitindo que</p><p>a entidade possa acompanhar e controlar o uso dos recursos recebidos, garantindo a</p><p>transparência e a prestação de contas aos doadores e parceiros.</p><p>2.3 SUPERÁVIT OU DÉFICT</p><p>O déficit e o superávit são conceitos importantes na contabilidade das empresas,</p><p>RESUMO DO TÓPICO 3 .......................................................................................................125</p><p>AUTOATIVIDADE ................................................................................................................126</p><p>REFERÊNCIAS ....................................................................................................................128</p><p>UNIDADE 3 — CONTABILIDADE RURAL ............................................................................ 131</p><p>TÓPICO 1 — FUNDAMENTOS DO AGRONEGÓCIO .............................................................133</p><p>1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................133</p><p>2 DEFINIÇÃO DE AGRICULTURA E AGRONEGÓCIO ..........................................................134</p><p>2.1 SEGMENTOS DO AGRONEGÓCIO .................................................................................................. 137</p><p>2.2 LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA APLICADA AO AGRONEGÓCIO ......................................................141</p><p>2.3 LEI N° 12.973 DE 13 DE MAIO DE 2014 E A TRIBUTAÇÃO PESSOA FÍSICA E JURÍDICA .. 143</p><p>3 IMPOSTOS SOBRE A PROPRIEDADE TERRITORIAL (ITR) ............................................145</p><p>3.1 FATO GERADOR DE ITR E QUEM ESTÁ IMUNE E ISENTO. ........................................................ 145</p><p>3.2 REFORMA AGRÁRIA ........................................................................................................................148</p><p>3.3 PAGAMENTO DO ITR ........................................................................................................................151</p><p>RESUMO DO TÓPICO 1 .......................................................................................................154</p><p>AUTOATIVIDADE ................................................................................................................155</p><p>TÓPICO 2 - APLICAÇÃO DAS NORMAS DE CONTABILIDADE AO AGRONEGÓCIO .......... 157</p><p>1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 157</p><p>2 NORMAS INTERNACIONAIS DE CONTABILIDADE APLICADAS AO AGRONEGÓCIO ...158</p><p>2.1 CPC 29 E SEUS PRINCIPAIS ASPECTOS ..................................................................................... 159</p><p>2.2 - APRESENTAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS ........................................................161</p><p>2.3 BALANÇO PATRIMONIAL NO AGRONEGÓCIO ........................................................................... 162</p><p>2.4 DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADO NO AGRONEGÓCIO .......................................................... 163</p><p>3 LANÇAMENTOS CONTÁBEIS NO AGRONEGÓCIO .........................................................164</p><p>3.1 LANÇAMENTOS NA PRÁTICA ......................................................................................................... 165</p><p>3.2 RECONHECIMENTO DE ATIVOS BIOLÓGICOS ............................................................................167</p><p>3.3 PRINCIPAIS EVIDENCIAÇÕES CONTÁBEIS ANTES DA CONVERGÊNCIA ÀS NORMAS</p><p>INTERNACIONAIS DE CONTABILIDADE ....................................................................................... 169</p><p>RESUMO DO TÓPICO 2 ........................................................................................................171</p><p>AUTOATIVIDADE ................................................................................................................ 172</p><p>TÓPICO 3 - ATIVOS BIOLÓGICOS ESPECÍFICOS .............................................................. 175</p><p>1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 175</p><p>2 DEGENERAÇÃO DE ATIVOS BIOLÓGICOS ..................................................................... 176</p><p>2.1 DEGENERAÇÃO PELO MÉTODO DE MENSURAÇÃO DO CUSTO .............................................177</p><p>2.2 DEPRECIAÇÃO DE ATIVOS BIOLÓGICOS .................................................................................... 178</p><p>2.3 PERDA DE VALOR DO ATIVO BIOLÓGICO DECORRENTE DE AJUSTE DO VALOR JUSTO .... 179</p><p>3 EXAUSTÃO E EXTRAÇÃO DE RECURSOS NATURAIS .................................................. 181</p><p>3.1 CÁLCULO DA EXAUSTÃO ................................................................................................................182</p><p>3.2 COMMODITIES ...................................................................................................................................184</p><p>O BRASIL GASTA MUITO COM SUA AGROPECUÁRIA?.....................................................187</p><p>LEITURA COMPLEMENTAR ...............................................................................................187</p><p>RESUMO DO TÓPICO 3 .......................................................................................................192</p><p>AUTOATIVIDADE ................................................................................................................193</p><p>REFERÊNCIAS ....................................................................................................................195</p><p>1</p><p>UNIDADE 1 -</p><p>A CONTABILIDADE</p><p>IMOBILIÁRIA NA</p><p>CONSTRUÇÃO CIVIL</p><p>OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM</p><p>PLANO DE ESTUDOS</p><p>A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:</p><p>• compreender o conceito de imobiliária e de construção civil;</p><p>• entender como a contabilidade pode atuar no ramo imobiliário e na construção civil;</p><p>• compreender a tributação sobre as imobiliárias e sobre a construção civil;</p><p>• entender o planejamento contábil e tributário das empresas deste setor.</p><p>A cada tema de aprendizagem desta unidade, você encontrará autoatividades com o</p><p>objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 1 – CONCEITOS INICIAIS E CONTABILIDADE DE CONTRATO</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 2 – O ANTES E O DEPOIS DA ADOÇÃO ÀS NORMAS</p><p>INTERNACIONAIS DE CONTABILIDADE</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 3 – RECONHECIMENTO E EVIDENCIAÇÃO CONTÁBIL NA</p><p>CONSTRUÇÃO CIVIL</p><p>Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure</p><p>um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações.</p><p>CHAMADA</p><p>2</p><p>CONFIRA</p><p>A TRILHA DA</p><p>UNIDADE 1!</p><p>Acesse o</p><p>QR Code abaixo:</p><p>3</p><p>CONCEITOS INICIAIS E CONTABILIDADE DE</p><p>CONTRATO</p><p>1 INTRODUÇÃO</p><p>A contabilidade é a ciência responsável pelo estudo do patrimônio. Essa</p><p>premissa coloca a ciência contábil como centro do estudo financeiro e econômico de</p><p>uma entidade, sendo caracterizado como entidade a organização que dirige e exerce</p><p>atividades. Contudo, uma entidade só exerce atividades quando interage com outra</p><p>entidade, surgindo, dessa interação, os principais conceitos contábeis.</p><p>Abordaremos neste momento os principais conceitos e definições contábeis,</p><p>além de evidenciar como os contratos se relacionam e interagem entre si. Em teoria,</p><p>uma entidade ou firma se caracteriza por um contrato que interage com outros contratos</p><p>para fins de produção, sendo essa produção classificada em primária e secundária, onde</p><p>a primária é caracterizada pela transformação de matéria prima em produto final e a</p><p>secundária pela comercialização de produtos já finalizados entre A e B.</p><p>Nesse contexto, a contabilidade está inserida como a guardiã do patrimônio</p><p>que surge dessas relações. Os postulados contábeis apontam que a contabilidade</p><p>deve proteger a entidade de ser violada e garantir sua continuidade nos negócios. Já</p><p>os princípios contábeis irão trazer uma série de premissas nas quais a contabilidade é</p><p>regida, dentre elas temos o princípio da prudência, que irá sempre alertar o contador</p><p>que a ciência contábil preza pela cautela e conservadorismo no que tange aos números.</p><p>Quando colocamos a contabilidade como uma das guardiãs da continuidade da</p><p>empresa, levamos em consideração vários mecanismos contábeis que permitem que se</p><p>escreva a vida de uma entidade em números e que se evidencie essa vida através das</p><p>demonstrações contábeis.</p><p>Quando falamos de entidade, falamos também do ramo</p><p>incluindo as organizações sem fins lucrativos do terceiro setor. O déficit ocorre quando</p><p>103</p><p>as despesas são superiores aos rendimentos ou receitas, ou seja, quando a empresa</p><p>está gastando mais do que está arrecadando. Já o superávit acontece quando as</p><p>receitas são maiores do que as despesas, ou seja, a empresa está arrecadando mais do</p><p>que está gastando.</p><p>No terceiro setor, é fundamental que as organizações mantenham equilíbrio</p><p>financeiro e gerem superávits, pois isso assegura a continuidade de seus projetos e</p><p>atividades. Além disso, é importante que as entidades do terceiro setor apresentem</p><p>prestação de contas e transparência financeira, para que possam manter a confiança</p><p>de seus doadores e parceiros.</p><p>Um exemplo hipotético de superávit em uma entidade do terceiro setor seria</p><p>a arrecadação de R$ 100.000,00 em doações, enquanto as despesas somaram R$</p><p>80.000,00. Neste caso, a entidade teria um superávit de R$ 20.000,00, que pode ser</p><p>reinvestido em novos projetos ou destinado a uma reserva financeira para momentos</p><p>de crise.</p><p>Um exemplo detalhado de déficit no terceiro setor pode ser uma entidade</p><p>sem fins lucrativos que atua na área da saúde, cuja receita proveniente de doações</p><p>e subvenções é insuficiente para cobrir todas as despesas necessárias para o</p><p>funcionamento da instituição.</p><p>Por exemplo, imagine que a entidade tem uma receita mensal de R$ 20.000,00,</p><p>mas suas despesas mensais incluem salários de funcionários, aluguel de imóvel,</p><p>pagamento de fornecedores e outros gastos, totalizando R$ 25.000,00. Isso significa</p><p>que há um déficit mensal de R$ 5.000,00, ou seja, a entidade está gastando mais do</p><p>que está arrecadando.</p><p>Nesse caso, a entidade precisa buscar formas de aumentar sua receita ou</p><p>reduzir suas despesas para equilibrar suas contas e evitar o endividamento.</p><p>Os custos envolvidos na operação de uma entidade do terceiro</p><p>setor incluem despesas com pessoal, materiais e serviços,</p><p>aluguel, manutenção de equipamentos, entre outros. Além disso,</p><p>é preciso levar em consideração os custos administrativos, tais</p><p>como contabilidade, departamento jurídico, departamento</p><p>financeiro, entre outros.</p><p>NOTA</p><p>104</p><p>Além dos custos diretos, as entidades do terceiro setor também precisam levar</p><p>em consideração os custos indiretos, tais como os custos de oportunidade, que são</p><p>aqueles que não são registrados diretamente nas contas da entidade, mas que afetam</p><p>o seu desempenho fi nanceiro.</p><p>O gerenciamento adequado dos custos é fundamental para o sucesso fi nanceiro</p><p>de uma entidade do terceiro setor. É importante que a entidade estabeleça orçamentos</p><p>e faça um acompanhamento rigoroso das suas despesas, garantindo que estejam</p><p>dentro do planejado e que os recursos estejam sendo utilizados de forma efi ciente.</p><p>Em resumo, o gerenciamento dos custos é uma parte importante da gestão</p><p>fi nanceira de uma entidade do terceiro setor. É preciso ter um conhecimento profundo</p><p>dos custos envolvidos na operação da entidade, para que possam ser gerenciados de</p><p>forma adequada e efi ciente, garantindo o sucesso fi nanceiro da entidade e a realização</p><p>de suas atividades.</p><p>Infelizmente, há muitos exemplos de organizações sem fi ns lucrativos (ONGs) que tiveram</p><p>que fechar suas portas devido à falta de recursos. Alguns exemplos incluem:</p><p>• The Humane Society of the United States: uma das maiores</p><p>organizações de proteção aos animais nos Estados Unidos,</p><p>teve que fechar várias fi liais e demitir funcionários devido</p><p>à falta de fi nanciamento.</p><p>• The National Museum of the Philippines: este museu</p><p>nacional nas Filipinas enfrentou uma crise fi nanceira</p><p>devido à falta de verbas governamentais e doações.</p><p>• The National Organization for Women (NOW): a</p><p>organização americana líder na luta pelos direitos das</p><p>mulheres enfrentou uma crise fi nanceira devido à</p><p>falta de doações e recursos.</p><p>• Esses são apenas alguns exemplos de muitas</p><p>organizações sem fi ns lucrativos que tiveram que</p><p>fechar suas portas devido à falta de recursos. É</p><p>importante destacar que a falta de fi nanciamento</p><p>pode ter um impacto signifi cativo na realização</p><p>de suas missões e na capacidade de ajudar as</p><p>comunidades que servem.</p><p>INTERESSANTE</p><p>3 DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS</p><p>As principais demonstrações contábeis para o terceiro setor são o balanço</p><p>patrimonial, demonstração de resultado e demonstração de fl uxo de caixa. Estas</p><p>demonstrações contábeis são importantes para que a entidade possa apresentar uma</p><p>visão clara e precisa da sua situação fi nanceira e para que os stakeholders possam</p><p>tomar decisões informadas sobre a entidade.</p><p>105</p><p>3.1 BALANÇO PATRIMONIAL</p><p>O balanço patrimonial é uma das principais demonstrações financeiras utilizadas</p><p>para medir a posição financeira de uma empresa, seja ela uma organização sem fins</p><p>lucrativos ou não. Ele foi desenvolvido na Europa durante o século XV e foi adotado</p><p>como uma ferramenta padrão de avaliação financeira na década de 1950.</p><p>A composição do balanço patrimonial é determinada pelas normas internacionais</p><p>de contabilidade (IFRS). De acordo com estas normas, o balanço patrimonial é composto</p><p>pelos seguintes elementos:</p><p>• Ativos: um recurso controlado pela entidade como resultado de eventos passados, do</p><p>qual se espera obter benefícios econômicos futuros.</p><p>• Passivos: uma obrigação presente da entidade resultante de eventos passados, do</p><p>qual exige transferência futura de recursos econômicos, consumo de recursos ou</p><p>prestação de serviços.</p><p>• Patrimônio Líquido : a diferença entre o total dos ativos e o total dos passivos da</p><p>entidade. Em outras palavras, é o montante resultante da subtração das obrigações</p><p>da entidade pelos seus recursos.</p><p>Iremos, agora, ilustrar por partes as principais contas no balanço patrimonial de</p><p>uma entidade do terceiro setor. A conta com maior liquidez dessas entidades são:</p><p>• Banco C/Movimento – Recursos sem Restrição.</p><p>• Banco C/Movimento – Recursos com Restrição.</p><p>• Aplicações Financeiras – Recursos sem Restrição.</p><p>Vamos supor que uma entidade sem fins lucrativos tenha um saldo inicial de</p><p>R$10.000 na conta Banco C/Movimento – Recursos sem Restrição. Em um determinado</p><p>mês, a entidade recebeu uma doação de R$2.000 e gastou R$1.500 com despesas</p><p>administrativas. O saldo atualizado na conta ficaria da seguinte forma:</p><p>• Saldo inicial: R$10.000.</p><p>• Receita (Doação): + R$2.000.</p><p>• Despesa (Despesas administrativas): – R$1.500.</p><p>• Saldo atual: R$10.500.</p><p>Neste exemplo hipotético, podemos ver que o saldo na conta Banco C/</p><p>Movimento – Recursos sem Restrição aumentou em R$500, devido à receita recebida e</p><p>à despesa menor do que a receita. Este saldo pode ser utilizado para cobrir as despesas</p><p>da entidade e para investimentos que contribuam para a realização de suas atividades.</p><p>A conta Banco C/Movimento – Recursos com Restrição representa o valor de</p><p>recursos financeiros disponíveis em uma conta bancária, que estão sujeitos a algum</p><p>106</p><p>tipo de restrição, como por exemplo, a destinação para um projeto específico. Por</p><p>exemplo, uma ONG de assistência social recebeu uma doação de R$ 100.000,00 para</p><p>a construção de um novo abrigo para crianças. Nesta situação, o valor seria registrado</p><p>na conta Banco C/Movimento – Recursos com Restrição, já que está destinado a um</p><p>projeto específico e não pode ser utilizado para outros fins.</p><p>Um exemplo hipotético de conta Aplicações Financeiras – Recursos sem</p><p>Restrição de uma entidade do terceiro setor pode ser o seguinte:</p><p>Em janeiro de 2023, uma entidade sem fins lucrativos, que atua no setor social,</p><p>recebeu uma doação de R$ 10.000,00 de um grupo de empresários que desejam apoiar</p><p>suas atividades. Essa doação foi destinada a ser aplicada em investimentos financeiros</p><p>para gerar rendimentos e ampliar suas ações.</p><p>A contabilização desta operação seria da seguinte forma:</p><p>• Débito na conta Caixa/Banco: R$ 10.000,00.</p><p>• Crédito na conta Aplicações Financeiras – Recursos sem Restrição: R$ 10.000,00.</p><p>Ao longo do ano, a entidade irá registrar as receitas obtidas com a aplicação</p><p>financeira, bem como as despesas relacionadas a esses investimentos,</p><p>como por</p><p>exemplo, taxas e impostos. No final do ano, o saldo da conta Aplicações Financeiras –</p><p>Recursos sem Restrição será a base para a apuração dos rendimentos obtidos, que serão</p><p>destinados às suas atividades sociais. Agora, citaremos o seguinte grupo de contas:</p><p>• Mensalidades de Terceiros.</p><p>• Atendimentos Realizados.</p><p>• Recursos de Parcerias em Projetos.</p><p>• Tributos a Recuperar.</p><p>• Despesas Antecipadas.</p><p>A conta "Mensalidades de Terceiros a receber" registra os valores devidos pela</p><p>entidade que ainda não foram recebidos. Por exemplo, uma entidade sem fins lucrativos</p><p>que oferece cursos de formação pode ter a seguinte situação:</p><p>• 1º de janeiro: Inscrição de 100 alunos para o curso de março, com uma mensalidade</p><p>de R$ 100,00 cada. O valor total a ser recebido é de R$ 10.000,00.</p><p>• 15 de janeiro: Recebimento de 50% das mensalidades, ou seja, R$ 5.000,00.</p><p>• 31 de janeiro: o saldo a receber seria de R$ 5.000,00, que seria registrado na conta</p><p>"Mensalidades de Terceiros a receber".</p><p>Esta conta permite ao terceiro setor ter uma visão sobre os valores que ainda</p><p>devem ser recebidos, possibilitando uma gestão mais eficiente dos recursos financeiros.</p><p>107</p><p>Para ilustrar a conta "Atendimentos Realizados a Receber", vamos considerar o</p><p>seguinte exemplo hipotético:</p><p>Uma entidade sem fins lucrativos que presta serviços sociais realizou</p><p>atendimentos a 100 pessoas em um mês, com valor de R$ 50 cada. No final do</p><p>mês, apenas 80 pessoas pagaram, e a entidade ainda aguarda o pagamento de 20</p><p>atendimentos. Nesse caso, a conta "Atendimentos Realizados a Receber" ficaria com o</p><p>valor de R$ 1.000, representando os 20 atendimentos que ainda não foram pagos.</p><p>A conta "Atendimentos Realizados a Receber" deve ser registrada de forma a</p><p>refletir as receitas não realizadas, mas esperadas de serem recebidas no futuro. Essa</p><p>conta pode ser utilizada para acompanhar o recebimento dos serviços prestados e</p><p>ajudar na gestão financeira da entidade.</p><p>Agora, imagine a seguinte situação: No dia primeiro de janeiro, a entidade sem</p><p>fins lucrativos "Projeto Sustentável" firma uma parceria com a empresa "EcoEnergia"</p><p>para realizar um projeto de energia renovável em uma comunidade local. A empresa</p><p>"EcoEnergia" compromete-se a doar R$ 50.000,00 para o projeto, sendo que R$</p><p>20.000,00 serão destinados para a compra de material e R$ 30.000,00 para o pagamento</p><p>de mão de obra.</p><p>A conta de Recursos de Parcerias em Projetos a receber na entidade "Projeto</p><p>Sustentável" ficaria assim:</p><p>• Data – Descrição – Valor (R$).</p><p>• 01/01 – Doação da empresa "EcoEnergia" para o projeto de energia renovável – R$</p><p>50.000,00.</p><p>A entidade "Projeto Sustentável" deve registrar essa conta na categoria de</p><p>Recursos de Parcerias em Projetos a receber, pois trata-se de um recurso que ainda não</p><p>foi recebido e está destinado para uma aplicação específica. Além disso, é importante</p><p>destacar que esses recursos devem ser registrados em contas próprias e segregadas</p><p>das demais contas da instituição, conforme determinado pela ITG 2002 (R1) de 2015.</p><p>Considere uma entidade sem fins lucrativos chamada "Projeto Solidário", que foi</p><p>cobrada indevidamente pelo Imposto de Renda (IR) em um determinado mês. O valor</p><p>cobrado foi de R$ 1.000,00.</p><p>Neste caso, a conta "Tributos a Recuperar" seria registrada com o valor de R$</p><p>1.000,00, representando o montante que a entidade tem direito a recuperar do governo.</p><p>Essa conta seria registrada na categoria "Ativo", pois representa um direito futuro da</p><p>entidade.</p><p>Exemplo hipotético de registro:</p><p>108</p><p>• Data: 31/12/2022.</p><p>• Conta: Tributos a Recuperar.</p><p>• Débito: R$ 1.000,00.</p><p>Esse registro demonstra que a entidade tem um direito a recuperar R$ 1.000,00</p><p>de tributos cobrados indevidamente. O valor será contabilizado na categoria "Ativo" até</p><p>que seja efetivamente recuperado.</p><p>Agora imagine que uma ONG, chamada "Ajuda ao Próximo", que tem como</p><p>objetivo ajudar pessoas em situação de rua. Em janeiro, a ONG fez uma antecipação</p><p>de despesas para comprar roupas e alimentos para distribuir aos sem-teto. O valor da</p><p>compra foi de R$ 5.000,00.</p><p>De acordo com o ITG 2002 (2015, p. 7), a conta "Despesas Antecipadas" seria</p><p>usada para registrar este tipo de transação. O registro na conta seria o seguinte:</p><p>• Débito: Despesas Antecipadas R$ 5.000,00.</p><p>• Crédito: Caixa/Banco R$ 5.000,00.</p><p>Isso significa que a ONG tem uma obrigação de gastar R$ 5.000,00, que foi</p><p>antecipada e registrada na conta "Despesas Antecipadas". Quando a ONG realmente</p><p>gastar esse valor, a conta será zerada e as despesas serão registradas em uma conta</p><p>específica, como "Despesas com Alimentos" ou "Despesas com Roupas".</p><p>Agora iremos trabalhar as seguintes contas:</p><p>• Produtos Próprios para Venda.</p><p>• Produtos Doados para Venda.</p><p>• Almoxarifado / Material de Expediente.</p><p>Imaginemos que uma entidade sem fins lucrativos tenha produzido 1000</p><p>camisetas para serem vendidas. O valor de produção de cada camiseta foi de R$ 10,</p><p>totalizando R$ 10.000 em despesas. O valor de venda previsto para cada camiseta é de</p><p>R$ 20.</p><p>Nesse caso, a conta "Produtos Próprios para Venda" seria registrada com o valor</p><p>de R$ 20.000 (1000 camisetas x R$ 20 de venda prevista). Esse valor seria classificado</p><p>como um ativo circulante, já que está previsto que será vendido e convertido em caixa</p><p>em um curto espaço de tempo.</p><p>Quando as camisetas forem vendidas, o valor arrecadado será registrado na</p><p>conta de "Caixa" e a conta "Produtos Próprios para Venda" seria reduzida em R$ 20.000.</p><p>109</p><p>Agora, supomos que uma organização sem fins lucrativos de caridade,</p><p>conhecida como "Ajuda aos Necessitados", recebeu uma doação de mercadorias para</p><p>serem vendidas com o objetivo de arrecadar fundos para suas atividades sociais. No</p><p>livro-razão dessa entidade, a conta "Produtos doados para Venda" seria registrada com</p><p>o valor de R$ 10.000,00. Esse valor seria representado na demonstração contábil como</p><p>um ativo, pois representa bens que podem ser vendidos e convertidos em dinheiro.</p><p>Ao longo do tempo, a entidade vende parte desses bens e registra as vendas</p><p>na conta "Produtos doados para Venda". Por exemplo, se forem vendidos R$ 5.000,00</p><p>em mercadorias, a conta "Produtos doados para Venda" seria debitada em R$ 5.000,00</p><p>e a conta "Caixa" seria creditada em R$ 5.000,00, representando a entrada de recursos</p><p>para a entidade.</p><p>No final do período contábil, o saldo da conta "Produtos doados para Venda" seria</p><p>o valor residual dos bens não vendidos. Por exemplo, se ainda houvesse R$ 2.000,00</p><p>em mercadorias não vendidas, o saldo da conta "Produtos doados para Venda" seria de</p><p>R$ 2.000,00.</p><p>Agora imaginemos que a entidade recebeu uma doação de uma empresa de</p><p>papelaria, no valor de R$ 5.000,00, para compra de material de expediente para suas</p><p>atividades. O valor seria registrado na conta "Almoxarifado / Material de Expediente".</p><p>Quando o material for utilizado, a entidade registraria a saída do valor na conta "Despesas</p><p>com Material de Escritório".</p><p>Ao final do mês, o saldo da conta "Almoxarifado / Material de Expediente" seria</p><p>de R$ 5.000,00 e a conta "Despesas com Material de Escritório" teria um valor menor,</p><p>dependendo da quantidade de material utilizado.</p><p>Neste momento trabalharemos as contas</p><p>• Ativo imobilizado sem restrição.</p><p>• Ativo imobilizado com restrição.</p><p>• (-) Depreciação Acumulada.</p><p>Um exemplo hipotético de uma entidade do terceiro setor registrando o ativo</p><p>imobilizado sem restrição seria:</p><p>A entidade X possui um prédio avaliado em R$ 500.000,00 que não possui</p><p>nenhuma restrição para uso ou venda. Ela registra esse ativo imobilizado como Ativo</p><p>Imobilizado sem Restrição na conta "Prédio" no valor de R$ 500.000,00.</p><p>Nessa conta serão registrados todos os valores relacionados a esse bem, como</p><p>gastos com manutenção, depreciação, entre outros.</p><p>110</p><p>Contudo agora imagine que uma entidade sem fins lucrativos, de nome</p><p>"Associação X", tenha adquirido um imóvel para ser utilizado como sede da instituição,</p><p>com valor de compra de R$ 500.000,00. Esse imóvel foi adquirido com recursos</p><p>provenientes de uma doação,</p><p>com restrição para ser utilizado apenas como sede da</p><p>entidade.</p><p>Dessa forma, na contabilidade da Associação X, a conta "Ativo Imobilizado com</p><p>Restrição" seria lançada com o valor de R$ 500.000,00. Isso significa que esse valor</p><p>está registrado como ativo da instituição, porém, está vinculado a uma determinada</p><p>finalidade, neste caso, para ser utilizado como sede.</p><p>A conta "Ativo Imobilizado com Restrição" deve ser registrada de forma</p><p>separada da conta "Ativo Imobilizado sem Restrição", pois os recursos que compõem</p><p>essa conta são vinculados a determinadas finalidades, diferentes das demais aplicações</p><p>da instituição.</p><p>Agora vamos supor que uma entidade do terceiro setor, a ONG Amor pelo</p><p>Próximo, adquiriu um imóvel no valor de R$500.000,00 para sediar suas atividades.</p><p>De acordo com a ITG 2002, esse imóvel deve ser registrado como Ativo Imobilizado</p><p>– Imóvel de Sedes, com restrição, e a depreciação desse ativo deve ser registrada na</p><p>conta Depreciação Acumulada – Imóvel de Sedes.</p><p>Ao longo do ano, a ONG Amor pelo Próximo registra uma depreciação anual</p><p>de R$50.000,00 para esse imóvel. Portanto, no final do ano, a conta Depreciação</p><p>Acumulada – Imóvel de Sedes deve apresentar o valor de R$50.000,00.</p><p>Esse é um exemplo hipotético de como a conta Depreciação Acumulada pode</p><p>ser registrada em uma entidade do terceiro setor.</p><p>Analisaremos agora os seguintes grupos de contas:</p><p>• PASSIVO.</p><p>• Circulante.</p><p>• Fornecedores de bens e serviços.</p><p>• Obrigações com Empregados.</p><p>• Obrigações Tributárias.</p><p>• Empréstimos e Financiamentos a Pagar.</p><p>• Recursos de Projetos em Execução.</p><p>• Recursos de Convênios em Execução.</p><p>• Subvenções e Assistências Governamentais a Realizar.</p><p>Exemplificando as contas, imagine que a entidade em questão é uma organização</p><p>sem fins lucrativos que presta serviços sociais para a comunidade. Ela tem uma série de</p><p>fornecedores que lhe fornecem bens e serviços, como alimentos para os beneficiários</p><p>111</p><p>que atendem, material de escritório, serviços de manutenção, entre outros. De acordo</p><p>com a ITG 2002 (2015, p. 6), “esses fornecedores estariam registrados em sua conta de</p><p>passivo circulante, pois são obrigações a curto prazo que precisam ser pagas dentro de</p><p>um período inferior a um ano”.</p><p>Imagine agora que a entidade tem uma crise financeira e não consegue pagar</p><p>seus fornecedores dentro do prazo acordado. Isso pode prejudicar sua relação com</p><p>os fornecedores e prejudicar sua capacidade de continuar a receber bens e serviços</p><p>importantes para suas atividades. Além disso, isso pode afetar negativamente sua</p><p>reputação e sua credibilidade perante outros fornecedores e parceiros.</p><p>Nesse cenário, a entidade precisaria encontrar uma solução para seus</p><p>problemas financeiros o mais rapidamente possível, por exemplo, através de doações</p><p>ou empréstimos, a fim de evitar maiores danos em sua reputação e em sua capacidade</p><p>de continuar a prestar serviços para a comunidade.</p><p>Vamos supor agora que a entidade em questão é uma organização sem fins</p><p>lucrativos que presta serviços sociais para a comunidade. Ela tem uma equipe de</p><p>funcionários dedicados e altamente motivados, que trabalham duro para alcançar seus</p><p>objetivos e ajudar a comunidade. De acordo com a ITG 2002 (2015, p. 8) “as obrigações</p><p>com os empregados, como salários, benefícios, férias, entre outros, estariam registrados</p><p>em sua conta de passivo circulante, pois são obrigações a curto prazo que precisam ser</p><p>pagas dentro de um período inferior a um ano”.</p><p>Suponha que a entidade tem uma crise financeira e não consegue pagar</p><p>seus empregados dentro do prazo acordado. Isso pode prejudicar sua relação com os</p><p>funcionários e prejudicar sua capacidade de atrair e reter talentos em sua equipe. Além</p><p>disso, isso pode afetar negativamente sua reputação e sua credibilidade perante outros</p><p>funcionários e potenciais novos empregados.</p><p>Nesse cenário, a entidade precisaria encontrar uma solução para seus</p><p>problemas financeiros o mais rapidamente possível, por exemplo, através de doações</p><p>ou empréstimos, a fim de evitar maiores danos em sua reputação e em sua capacidade</p><p>de continuar a prestar serviços para a comunidade. Além disso, seria importante ter</p><p>uma comunicação clara e honesta com os funcionários sobre a situação financeira da</p><p>organização e trabalhar em conjunto com eles para encontrar soluções.</p><p>No que tange à conta Recursos de Projetos em Execução, imagine que a</p><p>entidade em questão é uma organização sem fins lucrativos, que presta serviços sociais</p><p>para a comunidade. Ela está atualmente executando vários projetos importantes, como</p><p>a construção de uma escola em uma área carente ou a implementação de um programa</p><p>de saúde pública para a comunidade. De acordo com a ITG 2002 (2015, p. 5) “os recursos</p><p>destinados a esses projetos estariam registrados em sua conta de passivo circulante,</p><p>pois são obrigações a curto prazo que precisam ser usadas dentro de um período inferior</p><p>a um ano”.</p><p>112</p><p>Suponha que a entidade tem uma crise financeira e não consegue obter os</p><p>recursos necessários para continuar a executar seus projetos. Isso pode prejudicar sua</p><p>capacidade de alcançar seus objetivos e ajudar a comunidade, e pode prejudicar sua</p><p>reputação e sua credibilidade perante outros parceiros e doadores.</p><p>Nesse cenário, a entidade precisaria encontrar uma solução para seus</p><p>problemas financeiros o mais rapidamente possível, por exemplo, através de doações ou</p><p>empréstimos, a fim de evitar maiores danos em sua reputação e em sua capacidade de</p><p>continuar a prestar serviços para a comunidade. Além disso, seria importante priorizar</p><p>os projetos mais importantes e buscar parcerias e doações de outras organizações e</p><p>indivíduos para garantir que esses projetos possam ser concluídos.</p><p>Sobre a conta Recursos de Convênios em Execução, suponha que a entidade</p><p>em questão é uma organização sem fins lucrativos que presta serviços sociais para</p><p>a comunidade. Ela tem vários convênios em execução com diferentes parceiros,</p><p>como governos, empresas e outras organizações sem fins lucrativos. Esses convênios</p><p>permitem que a entidade tenha acesso a recursos importantes para suas atividades</p><p>e projetos. De acordo com a ITG 2002 de 2015, p.4, os recursos destinados a esses</p><p>convênios estariam registrados em sua conta de passivo circulante, pois são obrigações</p><p>a curto prazo que precisam ser usadas dentro de um período inferior a um ano.</p><p>Imagine agora que a entidade tem uma crise financeira e não consegue obter</p><p>os recursos necessários para cumprir seus convênios. Isso pode prejudicar sua relação</p><p>com seus parceiros e prejudicar sua capacidade de obter recursos em futuros convênios.</p><p>Além disso, isso pode afetar negativamente sua reputação e sua credibilidade perante</p><p>outros parceiros e doadores.</p><p>Nesse cenário, a entidade precisaria encontrar uma solução para seus</p><p>problemas financeiros o mais rapidamente possível, por exemplo, através de doações</p><p>ou empréstimos, a fim de evitar maiores danos em sua reputação e em sua capacidade</p><p>de continuar a prestar serviços para a comunidade. Além disso, seria importante ter</p><p>uma comunicação clara e honesta com os parceiros sobre a situação financeira da</p><p>organização e trabalhar em conjunto com eles para encontrar soluções.</p><p>Com relação à conta Subvenções e Assistências Governamentais a Realizar,</p><p>Suponha que a entidade em questão é uma organização sem fins lucrativos que</p><p>presta serviços sociais para a comunidade. Ela depende de subvenções e assistências</p><p>governamentais para financiar suas atividades e projetos. De acordo com a ITG 2002</p><p>(2015, p. 7) “essas subvenções e assistências estariam registradas em sua conta de</p><p>passivo circulante, pois são obrigações a curto prazo que precisam ser recebidas dentro</p><p>de um período inferior a um ano”.</p><p>Imagine agora que o governo enfrenta uma crise financeira e não consegue</p><p>fornecer as subvenções e assistências prometidas à entidade. Isso pode prejudicar</p><p>113</p><p>gravemente sua capacidade de continuar a prestar serviços para a comunidade e pode</p><p>prejudicar sua reputação e sua credibilidade perante</p><p>outros parceiros e doadores.</p><p>Nesse cenário, a entidade precisaria encontrar uma solução para sua situação</p><p>financeira o mais rapidamente possível, por exemplo, através de doações ou empréstimos,</p><p>a fim de evitar maiores danos em sua reputação e em sua capacidade de continuar a</p><p>prestar serviços para a comunidade. Além disso, seria importante ter uma comunicação</p><p>clara e honesta com o governo sobre a situação financeira da organização e trabalhar</p><p>em conjunto com ele para encontrar soluções.</p><p>E para encerrar o Balanço Patrimonial, analisaremos as contas de Patrimônio</p><p>Líquido:</p><p>• Patrimônio Social.</p><p>• Outras Reservas.</p><p>• Ajustes de Avaliação Patrimonial.</p><p>• Superávit ou Déficit Acumulado.</p><p>Sobre o patrimônio social, suponha que a entidade em questão é uma</p><p>organização sem fins lucrativos que presta serviços sociais para a comunidade. Ela tem</p><p>uma conta de patrimônio líquido chamada "patrimônio social", que representa o valor</p><p>residual de suas atividades após o pagamento de todas as suas dívidas e obrigações. De</p><p>acordo com a ITG 2002 (2015, p. 8), “o patrimônio social é uma parte importante de sua</p><p>situação financeira e pode ser usado para financiar suas atividades futuras”.</p><p>Imagine agora que a entidade tem uma crise financeira e precisa usar o patrimônio</p><p>social para cobrir suas despesas. Isso pode prejudicar sua capacidade de continuar a</p><p>prestar serviços para a comunidade no futuro, pois pode ficar sem recursos disponíveis.</p><p>Além disso, isso pode afetar negativamente sua reputação e sua credibilidade perante</p><p>outros parceiros e doadores.</p><p>Nesse cenário, a entidade precisaria encontrar uma solução para seus</p><p>problemas financeiros o mais rapidamente possível, por exemplo, através de doações</p><p>ou empréstimos, a fim de evitar maiores danos em sua reputação e em sua capacidade</p><p>de continuar a prestar serviços para a comunidade. Além disso, seria importante revisar</p><p>suas estratégias financeiras e procurar formas de aumentar sua receita e reduzir suas</p><p>despesas para evitar futuras crises financeiras.</p><p>Agora, imagine que a entidade em questão é uma organização sem fins lucrativos</p><p>que presta serviços sociais para a comunidade. Ela tem uma conta de patrimônio líquido</p><p>chamada "Ajustes de Avaliação Patrimonial", que representa as diferenças entre o valor</p><p>contábil e o valor de mercado de seus ativos e passivos. De acordo com a ITG 2002</p><p>(2015, p. 6) “esses ajustes são importantes para refletir a situação financeira real da</p><p>entidade e para garantir a precisão de suas demonstrações financeiras”.</p><p>114</p><p>Suponha que a entidade precisa fazer ajustes significativos em sua conta</p><p>de ajustes de avaliação patrimonial. Isso pode indicar que sua situação financeira é</p><p>mais fraca do que o indicado anteriormente, o que pode prejudicar sua reputação e</p><p>sua credibilidade perante outros parceiros e doadores. Além disso, isso pode afetar</p><p>negativamente sua capacidade de obter recursos adicionais para financiar suas</p><p>atividades.</p><p>Nesse cenário, a entidade precisaria ter uma comunicação clara e honesta com</p><p>seus parceiros e doadores sobre sua situação financeira e trabalhar em conjunto com</p><p>eles para encontrar soluções. Além disso, seria importante revisar suas estratégias</p><p>financeiras e procurar formas de aumentar sua receita e reduzir suas despesas para</p><p>evitar futuras crises financeiras. A transparência e a integridade são fundamentais para</p><p>manter a confiança dos parceiros e doadores na entidade e para garantir que ela possa</p><p>continuar a prestar serviços para a comunidade.</p><p>Em resumo, o balanço patrimonial é uma ferramenta fundamental para avaliar</p><p>a situação financeira da entidade e para garantir a transparência e integridade de suas</p><p>demonstrações financeiras. No próximo tópico trataremos sobre a demonstração de</p><p>resultado aplicada ao terceiro setor.</p><p>3.2 DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADO</p><p>A demonstração de resultado é uma das demonstrações financeiras mais</p><p>importantes para as entidades do terceiro setor, pois fornece informações sobre a receita</p><p>e as despesas da entidade durante um período específico. A demonstração de resultado</p><p>permite avaliar se a entidade está gerando lucro ou prejuízo e, consequentemente, se</p><p>sua situação financeira está se fortalecendo ou enfraquecendo.</p><p>Para as entidades do terceiro setor, a demonstração de resultado é ainda mais</p><p>importante, pois elas dependem de doações e subvenções para financiar suas atividades</p><p>e projetos. A demonstração de resultado permite avaliar se a entidade está utilizando</p><p>de forma eficiente os recursos que recebe e se está gerando resultados positivos para</p><p>a comunidade.</p><p>A ITG 2002 de 2015 traz um esboço em sobre várias contas que compõem a</p><p>demonstração de resultado do terceiro setor, aqui citaremos as principais, que são as</p><p>receitas.</p><p>• Receitas Operacionais.</p><p>• Com Restrição.</p><p>• Programa (Atividades) de Educação.</p><p>• Programa (Atividades) de Saúde.</p><p>• Programa (Atividades) de Assistência Social.</p><p>• Programa (Atividades) de Direitos Humanos.</p><p>115</p><p>• Programa (Atividades) de Meio Ambiente.</p><p>• Trabalho Voluntário.</p><p>• Rendimentos Financeiros.</p><p>Sobre receitas do Programa (Atividades) de Educação, Imagine que a entidade</p><p>em questão é uma organização sem fins lucrativos que presta serviços sociais para</p><p>a comunidade, incluindo programas de educação. De acordo com a ITG 2002 (2015,</p><p>p. 5) “As receitas operacionais geradas por esses programas de educação estariam</p><p>registradas na demonstração de resultado da entidade”.</p><p>Suponha agora que o governo decide reduzir ou cortar completamente os</p><p>recursos para programas de educação. Isso pode prejudicar a capacidade da entidade</p><p>de continuar a oferecer programas de educação e pode afetar negativamente sua</p><p>reputação e sua credibilidade perante outros parceiros e doadores. Além disso, isso</p><p>pode ter um impacto significativo na demonstração de resultado da entidade, pois pode</p><p>resultar em uma queda significativa nas suas receitas operacionais.</p><p>Nesse cenário, a entidade precisaria encontrar uma solução para compensar a</p><p>perda de receitas, por exemplo, através de doações ou empréstimos. Além disso, seria</p><p>importante ter uma comunicação clara e honesta com o governo sobre a importância</p><p>dos programas de educação para a comunidade e trabalhar em conjunto com ele para</p><p>encontrar soluções. A transparência e a integridade são fundamentais para manter a</p><p>confiança dos parceiros e doadores na entidade e para garantir que ela possa continuar</p><p>a prestar serviços para a comunidade.</p><p>No que tange à conta Programa (Atividades) de Saúde, imagine que a entidade</p><p>em questão é uma organização sem fins lucrativos que presta serviços sociais para a</p><p>comunidade, incluindo programas de saúde. De acordo com a ITG 2002 (2015, p. 3) “as</p><p>receitas operacionais geradas por esses programas de saúde estariam registradas na</p><p>demonstração de resultado da entidade”.</p><p>Suponha que há uma epidemia ou surto de uma doença na região e que a entidade</p><p>precisa intensificar seus programas de saúde para atender à demanda crescente. Isso</p><p>pode resultar em uma aumento significativo nas suas despesas, incluindo a contratação</p><p>de mais profissionais de saúde e a compra de equipamentos e medicamentos. Além</p><p>disso, isso pode ter um impacto significativo na demonstração de resultado da entidade,</p><p>pois pode resultar em uma queda significativa nas suas margens de lucro.</p><p>Nesse cenário, a entidade precisaria encontrar uma solução para cobrir suas</p><p>despesas adicionais, por exemplo, através de doações ou empréstimos. Além disso,</p><p>seria importante ter uma comunicação clara e honesta com a comunidade sobre a</p><p>importância dos programas de saúde para a saúde pública e trabalhar em conjunto com</p><p>ela para encontrar soluções. A transparência e a integridade são fundamentais para</p><p>manter a confiança dos parceiros e doadores na entidade e para garantir que ela possa</p><p>continuar a prestar serviços para a comunidade.</p><p>116</p><p>Sobre o Programa (Atividades) de Direitos Humanos, suponha que a entidade</p><p>em questão é uma organização sem fins lucrativos que presta serviços sociais para a</p><p>comunidade,</p><p>incluindo programas de defesa de direitos humanos. De acordo com a ITG</p><p>2002 (2015, p. 4), “as receitas operacionais geradas por esses programas de direitos</p><p>humanos estariam registradas na demonstração de resultado da entidade”.</p><p>Imagine agora que há uma escalada da violência e da repressão contra grupos</p><p>vulneráveis e que a entidade precisa intensificar seus programas de defesa de direitos</p><p>humanos para proteger esses grupos. Isso pode resultar em um aumento significativo</p><p>nas suas despesas, incluindo a contratação de mais advogados e a realização de</p><p>campanhas de conscientização. Além disso, isso pode ter um impacto significativo na</p><p>demonstração de resultado da entidade, pois pode resultar em uma queda significativa</p><p>nas suas margens de lucro.</p><p>Nesse cenário, a entidade precisaria encontrar uma solução para cobrir suas</p><p>despesas adicionais, por exemplo, através de doações ou empréstimos. Além disso, seria</p><p>importante ter uma comunicação clara e honesta com a sociedade sobre a importância</p><p>dos direitos humanos e trabalhar em conjunto com ela para encontrar soluções. A</p><p>transparência e a integridade são fundamentais para manter a confiança dos parceiros</p><p>e doadores na entidade e para garantir que ela possa continuar a prestar serviços para</p><p>a comunidade.</p><p>No que tange ao Programa (Atividades) de Meio Ambiente, imagine que a</p><p>entidade em questão é uma organização sem fins lucrativos que presta serviços sociais</p><p>para a comunidade, incluindo programas de proteção ao meio ambiente. De acordo com</p><p>a ITG 2002 (2015, p. 4), as receitas operacionais geradas por esses programas de meio</p><p>ambiente estariam registradas na demonstração de resultado da entidade.</p><p>Suponha que há uma crise ambiental na região, como derramamento de petróleo</p><p>ou poluição do ar e da água, e que a entidade precisa intensificar seus programas de</p><p>proteção ao meio ambiente para proteger a população e o meio ambiente. Isso pode</p><p>resultar em um aumento significativo nas suas despesas, incluindo a contratação de</p><p>mais profissionais e a realização de campanhas de conscientização. Além disso, isso</p><p>pode ter um impacto significativo na demonstração de resultado da entidade, pois pode</p><p>resultar em uma queda significativa nas suas margens de lucro.</p><p>Nesse cenário, a entidade precisaria encontrar uma solução para cobrir suas</p><p>despesas adicionais, por exemplo, através de doações ou empréstimos. Além disso, seria</p><p>importante ter uma comunicação clara e honesta com a sociedade sobre a importância</p><p>da proteção ao meio ambiente e trabalhar em conjunto com ela para encontrar soluções.</p><p>A transparência e a integridade são fundamentais para manter a confiança dos parceiros</p><p>e doadores na entidade e para garantir que ela possa continuar a prestar serviços para</p><p>a comunidade.</p><p>117</p><p>Sobre trabalho voluntário, imagine que a entidade em questão é uma organização</p><p>sem fins lucrativos que presta serviços sociais para a comunidade, com a ajuda de</p><p>trabalho voluntário. De acordo com a ITG 2002 (2015, p. 5) “as receitas operacionais</p><p>geradas por esse trabalho voluntário não estariam registradas na demonstração de</p><p>resultado da entidade, pois o trabalho voluntário é considerado uma contribuição não</p><p>remunerada e, portanto, não é registrado como uma receita”.</p><p>No entanto, o trabalho voluntário é fundamental para a entidade, pois permite</p><p>que ela amplie sua capacidade de atender às necessidades da comunidade sem ter que</p><p>gastar recursos adicionais em salários ou benefícios. Além disso, o trabalho voluntário é</p><p>uma forma importante de envolver a comunidade na prestação de serviços sociais e de</p><p>construir relacionamentos positivos com ela.</p><p>Imagine agora que há uma crise na região e que a entidade precisa intensificar suas</p><p>atividades para atender a demanda crescente. Isso pode resultar em uma necessidade</p><p>ainda maior de trabalho voluntário, mas ao mesmo tempo pode ser mais difícil atrair</p><p>voluntários devido à crise. Nesse cenário, a entidade precisaria encontrar uma solução</p><p>para atrair mais voluntários, por exemplo, através de campanhas de conscientização ou</p><p>de incentivos. Além disso, seria importante reconhecer e valorizar o trabalho voluntário</p><p>e garantir que os voluntários sejam tratados com respeito e integridade.</p><p>Com relação aos Rendimentos Financeiros, suponha que a entidade em questão</p><p>é uma organização sem fins lucrativos que presta serviços sociais para a comunidade</p><p>e possui recursos financeiros, tais como aplicações em ações ou títulos de renda fixa,</p><p>para apoiar suas atividades. De acordo com a ITG 2002 (2015, p. 7) “os rendimentos</p><p>financeiros gerados por essas aplicações estariam registrados na demonstração de</p><p>resultado da entidade como receitas operacionais”.</p><p>Imagine agora que há uma crise financeira global e que os mercados financeiros</p><p>estão altamente voláteis. Isso pode resultar em uma queda significativa nos valores</p><p>das aplicações da entidade e, portanto, em uma queda significativa em suas receitas</p><p>financeiras. Além disso, isso pode ter um impacto significativo na demonstração de</p><p>resultado da entidade, pois pode resultar em uma queda significativa nas suas margens</p><p>de lucro.</p><p>Nesse cenário, a entidade precisaria encontrar uma solução para cobrir suas</p><p>despesas adicionais, por exemplo, através de doações ou empréstimos. Além disso,</p><p>seria importante avaliar sua estratégia financeira e considerar a diversificação de suas</p><p>aplicações para minimizar o risco de perda financeira. A transparência e a integridade</p><p>são fundamentais para manter a confiança dos parceiros e doadores na entidade e para</p><p>garantir que ela possa continuar a prestar serviços para a comunidade.</p><p>118</p><p>3.2 DEMONSTRAÇÃO DE FLUXO DE CAIXA</p><p>A demonstração de fluxo de caixa é um relatório financeiro que apresenta as</p><p>entradas e saídas de caixa da entidade ao longo de um período determinado, geralmente</p><p>um ano fiscal. É um importante indicador da saúde financeira da entidade e pode ser</p><p>usado para avaliar sua capacidade de gerar caixa e de pagar suas obrigações financeiras.</p><p>Em entidades do terceiro setor, a demonstração de fluxo de caixa é</p><p>operacionalizada da mesma forma que em outras empresas, mas pode ter algumas</p><p>particularidades devido às suas características únicas. Por exemplo, as entidades do</p><p>terceiro setor geralmente dependem de doações e outros tipos de contribuições para</p><p>financiar suas atividades, o que pode afetar a sua entrada de caixa. Além disso, as</p><p>entidades do terceiro setor geralmente têm despesas específicas, como programas de</p><p>assistência social ou de proteção ambiental, que podem afetar a sua saída de caixa.</p><p>A demonstração de fluxo de caixa é composta por três seções principais: fluxo</p><p>de caixa das atividades operacionais, fluxo de caixa das atividades de investimento e</p><p>fluxo de caixa das atividades de financiamento. A seção de fluxo de caixa das atividades</p><p>operacionais inclui as entradas e saídas de caixa relacionadas às operações diárias</p><p>da entidade, como receitas e despesas. A seção de fluxo de caixa das atividades de</p><p>investimento inclui as entradas e saídas de caixa relacionadas ao investimento em</p><p>ativos, como imóveis ou equipamentos. A seção de fluxo de caixa das atividades de</p><p>financiamento inclui as entradas e saídas de caixa relacionadas ao financiamento da</p><p>entidade, como empréstimos ou doações.</p><p>Ao longo do período, a demonstração de fluxo de caixa permite que a entidade</p><p>avalie sua capacidade de gerar caixa, pagamento de obrigações financeiras e investir</p><p>em novos ativos. Isso é particularmente importante para as entidades do terceiro setor,</p><p>que geralmente não têm como objetivo maximizar lucros, mas precisam garantir que</p><p>tenham recursos suficientes para realizar suas atividades e atender às necessidades da</p><p>comunidade.</p><p>A seguir, apresento um exemplo hipotético de demonstração de fluxo de caixa</p><p>de uma entidade do terceiro setor:</p><p>• Seção 1: fluxo de caixa das atividades operacionais.</p><p>Entradas de caixa:</p><p>• Receita de programas sociais: R$ 500.000.</p><p>• Doações: R$ 200.000.</p><p>119</p><p>Saídas de caixa:</p><p>• Despesas com programas sociais:</p><p>R$ 400.000.</p><p>• Salários e encargos sociais: R$ 100.000.</p><p>• Fluxo líquido de caixa das atividades operacionais: R$ 300.000.</p><p>Seção 2: Fluxo de caixa das atividades de investimento</p><p>Entradas de caixa:</p><p>• Venda de ativos fixos: R$ 50.000.</p><p>Saídas de caixa:</p><p>• Aquisição de ativos fixos: R$ 30.000.</p><p>• Fluxo líquido de caixa das atividades de investimento: R$ 20.000.</p><p>Seção 3: Fluxo de caixa das atividades de financiamento</p><p>Entradas de caixa:</p><p>• Empréstimos: R$ 50.000.</p><p>• Saídas de caixa.</p><p>• Amortização de empréstimos: R$ 20.000.</p><p>• Fluxo líquido de caixa das atividades de financiamento: R$ 30.000.</p><p>Saldo de caixa no final do período: R$ 350.000</p><p>Este exemplo hipotético apresenta uma entidade do terceiro setor que gerou</p><p>receitas de programas sociais e doações no valor de R$ 700.000, teve despesas com</p><p>programas sociais, salários e encargos sociais no valor de R$ 500.000, e obteve um fluxo</p><p>líquido de caixa das atividades operacionais de R$ 300.000. A entidade também vendeu</p><p>ativos fixos e obteve um fluxo líquido de caixa das atividades de investimento de R$</p><p>20.000. Por fim, a entidade obteve empréstimos e amortizou dívidas, resultando em um</p><p>fluxo líquido de caixa das atividades de financiamento de R$ 30.000. Como resultado, a</p><p>entidade teve um saldo de caixa de R$ 350.000 no final do período.</p><p>Ao longo da unidade vimos a importância e especificidades do terceiro setor, além</p><p>de entender como estas entidades contribuem para um mundo melhor, mas possuem</p><p>complexidades que devem ser bem tratadas pela contabilidade. Vimos também que as</p><p>demonstrações contábeis são uma importante ferramenta para garantir a transparência</p><p>das entidades do terceiro setor. Elas apresentam uma visão clara e detalhada das</p><p>receitas, despesas, ativos, passivos e patrimônio líquido da entidade, permitindo que</p><p>120</p><p>stakeholders, tais como doadores, voluntários, reguladores e a sociedade em geral,</p><p>tenham uma compreensão precisa da saúde financeira da entidade e de como seus</p><p>recursos estão sendo utilizados.</p><p>A transparência nas demonstrações contábeis também incentiva a confiança</p><p>dos doadores e parceiros da entidade, pois eles podem ver como seus recursos estão</p><p>sendo utilizados para atingir os objetivos da entidade. Além disso, as demonstrações</p><p>contábeis também são importantes para garantir que as entidades do terceiro setor</p><p>estejam cumprindo as normas contábeis e regulatórias aplicáveis, o que pode ajudar a</p><p>evitar questões éticas e legais.</p><p>Em resumo, as demonstrações contábeis são uma parte fundamental da</p><p>transparência das entidades do terceiro setor, permitindo que stakeholders tenham</p><p>uma visão clara da saúde financeira da entidade e de como seus recursos estão sendo</p><p>utilizados. Isso ajuda a construir confiança e credibilidade da entidade, o que pode ser</p><p>crucial para o sucesso de suas atividades e para a realização de seus objetivos sociais.</p><p>121</p><p>ENTENDA A DIFERENÇA ENTRE PRESTAÇÃO DE CONTAS PARTIDÁRIA E</p><p>ELEITORAL</p><p>Tribunal Superior Eleitoral</p><p>Os partidos políticos, embora sejam entidades autônomas, devem cumprir</p><p>algumas obrigações junto à Justiça Eleitoral, por exemplo, a prestação anual das suas</p><p>contas. Além de prestar contas anualmente, as legendas também são obrigadas a</p><p>apresentar à Justiça Eleitoral (JE) sua movimentação financeira relativa às campanhas</p><p>eleitorais. De acordo com a legislação, cabe à JE fiscalizar as contas das legendas para</p><p>verificar a origem e a aplicação dos recursos declarados em suas prestações de contas.</p><p>A entrega da prestação de contas anual pelos partidos é determinada pela</p><p>Constituição Federal e pela Lei nº 9.096/1995 (Lei dos Partidos Políticos) com a redação</p><p>dada pela Lei nº 13.877/2019, que alterou o prazo de entrega para o dia 30 de junho do</p><p>ano seguinte. Antes, o balanço contábil do exercício finalizado deveria ser enviado à JE</p><p>até o dia 30 de abril do ano seguinte.</p><p>O prazo vale para todos os diretórios nacionais, estaduais, distritais (no Distrito</p><p>Federal, equivalentes aos diretórios estaduais), municipais e zonais (no DF, equivalentes</p><p>aos diretórios municipais). A não apresentação dos dados pode levar a agremiação a</p><p>sofrer várias sanções, como a suspensão de repasses das cotas do Fundo Partidário.</p><p>As siglas devem utilizar dois sistemas diferentes da Justiça Eleitoral para enviar</p><p>as prestações de contas: o Sistema de Prestação de Contas Anual (SPCA), utilizado</p><p>para a elaboração da prestação de contas e o Processo Judicial Eletrônico (PJe) para a</p><p>tramitação e julgamento da prestação de contas.</p><p>Cabe à Justiça Eleitoral analisar e julgar, no prazo de até cinco anos, as</p><p>prestações de contas anuais dos partidos políticos. No TSE, antes de serem julgadas,</p><p>as contas são examinadas pelo corpo de servidores e colaboradores da Assessoria de</p><p>Exame de Contas Eleitorais e Partidárias (Asepa), que verificam a regularidade quanto à</p><p>origem e à aplicação dos recursos declarados pelos diretórios nacionais.</p><p>Após o batimento das informações de relatórios de gastos, extratos bancários,</p><p>notas fiscais eletrônicas, recibos de doação, cheques e demais documentos, os técnicos</p><p>elaboram um parecer conclusivo, que, somado ao parecer do Ministério Público Eleitoral,</p><p>pode servir de fundamento para a decisão do ministro relator.</p><p>LEITURA</p><p>COMPLEMENTAR</p><p>122</p><p>Ao verificar a regularidade das contas, o órgão competente da Justiça Eleitoral</p><p>pode tomar uma das seguintes decisões: pela aprovação das contas; pela aprovação</p><p>com ressalvas; pela desaprovação; e pela não prestação, este último, no caso de</p><p>certificada a ausência das contas.</p><p>No caso de inadimplência do dever de prestar contas à Justiça Eleitoral, nos</p><p>termos do artigo 30 da Resolução TSE nº 23.604/2019, o partido poderá, a qualquer</p><p>momento, apresentar as contas, para regularizar a omissão, até o prazo do julgamento.</p><p>Caso as contas sejam julgadas como contas não prestadas, o partido terá de peticionar</p><p>pela regularização, mas, da mesma forma, apresentando todos os documentos que</p><p>integram a prestação.</p><p>Prestação de contas eleitorais</p><p>A prestação de contas eleitoral, por sua vez, é o ato pelo qual os candidatos e os</p><p>partidos políticos, em todas as suas, apresentam suas contas à Justiça Eleitoral, com a</p><p>indicação detalhada dos valores arrecadados e aplicados durante a campanha.</p><p>O objetivo é garantir a transparência e a legitimidade dos recursos utilizados</p><p>para o financiamento das campanhas eleitorais, com o objetivo de coibir o abuso de</p><p>poder econômico e os desvios de finalidade na utilização dos recursos acumulados,</p><p>bem como preservando a igualdade de condições na disputa eleitoral.</p><p>• Todos os candidatos – incluindo vices, suplentes e aqueles que desistirem da</p><p>candidatura – e os órgãos partidários nacionais, estaduais e municipais devem</p><p>prestar contas dos recursos empenhados nas campanhas eleitorais. As regras de</p><p>arrecadação, gastos de recursos e prestação de contas eleitorais em 2020 estão</p><p>previstas na Resolução TSE nº 23.607/2019.</p><p>A Lei nº 9.504/1997 exige que candidatos e partidos políticos encaminhem à</p><p>Justiça Eleitoral, relatórios financeiros de campanha a cada 72 horas, contados da data</p><p>de recebimento de doação financeira. Nessa oportunidade, além da doação recebida, o</p><p>TSE divulga os gastos que estejam registrados na prestação de contas por ocasião do</p><p>recebimento do relatório financeiro. Por sua vez, os órgãos partidários em todas as suas</p><p>esferas, sem prejuízo da prestação de contas anual, devem prestar contas dos recursos</p><p>arrecadados e aplicados exclusivamente em campanha, ou da sua ausência. O órgão</p><p>partidário municipal deve encaminhar a prestação de contas à respectiva zona eleitoral;</p><p>o estadual ou distrital, ao respectivo tribunal regional eleitoral; e o órgão nacional, ao TSE.</p><p>Os partidos políticos e os candidatos devem apresentar à Justiça Eleitoral,</p><p>por meio do Sistema de Prestação de Contas Eleitorais (SPCE), os dados relativos aos</p><p>recursos financeiros recebidos para financiamento de sua campanha eleitoral em até 72</p><p>horas contadas do recebimento.</p><p>123</p><p>Para as Eleições 2020, de 21 a 25</p><p>de outubro, partidos e candidatos deverão</p><p>entregar os relatórios parciais, contendo o registro da movimentação financeira ou</p><p>estimável em dinheiro desde o início da campanha até o dia 20 de outubro. A obrigação</p><p>também se aplica para candidatos e partidos que não arrecadaram recursos ou</p><p>realizaram gastos eleitorais.</p><p>Já as prestações de contas finais referentes ao primeiro e ao segundo turno</p><p>de todos os candidatos e partidos políticos deverão ser entregues até 15 de dezembro</p><p>de 2020.Todos os prazos de entrega das contas eleitorais estão previstos no novo</p><p>Calendário Eleitoral de 2020.</p><p>Após a apresentação das contas finais, a Justiça Eleitoral disponibilizará os</p><p>dados no Sistema de Divulgação de Candidaturas e de Prestação de Contas Eleitorais</p><p>(DivulgaCandContas) e determinará a imediata publicação em edital. Após a publicação,</p><p>qualquer partido político, candidato, coligação ou o Ministério Público pode impugnar as</p><p>contas prestadas, no prazo de três dias.</p><p>As prestações de contas são analisadas pelo respectivo órgão da Justiça Eleitoral</p><p>e após o parecer conclusivo, os autos são submetidos a parecer do Ministério Público</p><p>Eleitoral. Concluída a análise, a Justiça Eleitoral realizará o julgamento da prestação</p><p>de contas, decidindo pela aprovação, quando estiverem regulares; pela aprovação com</p><p>ressalvas, caso sejam verificadas falhas que não comprometam a regularidade; pela</p><p>desaprovação, quando forem constatadas falhas que comprometam sua regularidade;</p><p>ou pela não prestação, se houver omissão ou não forem apresentadas as informações</p><p>e os documentos obrigatórios, entre outros. As decisões sobre os julgamentos das</p><p>prestações de contas devem ocorrer até 12 de fevereiro de 2021.</p><p>Ao candidato, as contas eleitorais julgadas como não prestadas acarretarão</p><p>o impedimento de obter a certidão de quitação eleitoral até o fim da legislatura,</p><p>impossibilitando que o eleito seja diplomado pela Justiça Eleitoral.</p><p>Já o partido político poderá perder o direito ao recebimento da cota do Fundo</p><p>Partidário e do FEFC, além da suspensão do registro ou anotação do órgão partidário,</p><p>após decisão com trânsito em julgado.</p><p>Em caso de desaprovação, a Justiça Eleitoral abrirá vista dos autos ao Ministério</p><p>Público, para os fins previstos no artigo 22 da Lei Complementar n° 64/1990, que trata</p><p>da abertura de investigação judicial para apurar uso indevido, desvio ou abuso do</p><p>poder econômico ou do poder de autoridade, ou ainda utilização indevida dos meios de</p><p>comunicação social, em benefício de candidato ou de partido político.</p><p>No caso de haver indício de apropriação – pelo candidato, pelo administrador</p><p>financeiro da campanha ou por quem de fato exerça essa função – de bens, recursos</p><p>ou valores destinados ao financiamento eleitoral, em proveito próprio ou alheio, uma</p><p>124</p><p>cópia dos autos deve ser encaminhada ao Ministério Público para apuração da prática</p><p>do crime, cuja pena é de reclusão de dois a seis anos e multa.</p><p>Fonte: https://www.tre-mt.jus.br/comunicacao/noticias/2020/Novembro/</p><p>entenda-as-diferencas-entre-prestacao-de-contas-partidaria-e-eleitoral. Acesso em:</p><p>27 fev. 2023.</p><p>RESUMO DO TÓPICO 3</p><p>125</p><p>RESUMO DO TÓPICO 3</p><p>Neste tema de aprendizagem, você estudou:</p><p>• A importância das demonstrações contábeis nas entidades do terceiro setor, haja</p><p>vista que o terceiro setor precisa ser legitimado e as demonstrações contábeis</p><p>fornecem os números necessários para essa ação.</p><p>• A relevância do balanço patrimonial para as entidades sem fins lucrativos e suas</p><p>especificidades, haja vista a diferença do terceiro setor para os demais.</p><p>• O porquê a demonstração de resultado colabora para o crescimento do terceiro setor,</p><p>além de compreender as diferenças nas contas de receita com exemplos práticos.</p><p>• A demonstração de fluxo de caixa e foi capaz de analisar um exemplo prático sobre</p><p>uma DFC aplicada ao terceiro setor.</p><p>126</p><p>AUTOATIVIDADE</p><p>1 O balanço patrimonial é uma ferramenta financeira que surgiu na Europa no século XV,</p><p>com o objetivo de auxiliar os comerciantes na gestão de suas empresas. Ele consiste</p><p>em uma representação quantitativa do patrimônio de uma empresa, listando seus</p><p>ativos, passivos e patrimônio líquido. Sobre a relevância do Balanço patrimonial em</p><p>empresas sem fins lucrativos é correto afirmar que:</p><p>a) ( ) É uma ferramenta irrelevante, já que as entidades do Terceiro Setor não precisam</p><p>se preocupar com a gestão financeira.</p><p>b) ( ) É importante para garantir a transparência e a responsabilidade financeira das</p><p>entidades do Terceiro Setor perante seus stakeholders.</p><p>c) ( ) É uma obrigação legal, mas não tem nenhum impacto real na gestão financeira</p><p>das entidades do Terceiro Setor.</p><p>d) ( ) É uma forma de garantir a viabilidade financeira das entidades do Terceiro Setor,</p><p>mas não é importante para sua transparência ou responsabilidade financeira.</p><p>2 O Patrimônio Líquido é uma das contas presentes no balanço patrimonial de uma</p><p>empresa, e representa a diferença entre os seus ativos e passivos. É uma medida</p><p>importante da solvência e saúde financeira da empresa. No Terceiro Setor, existe uma</p><p>conta específica chamada Patrimônio Social, que representa os recursos financeiros</p><p>e materiais destinados ao desenvolvimento de ações e projetos sociais. Com relação</p><p>ao patrimônio social das entidades do terceiro setor, analise as sentenças a seguir:</p><p>I- Patrimônio social e Patrimônio líquido são sinônimas e representam as mesmas</p><p>contas, porém, em setores diferentes.</p><p>II- O Patrimônio Social é uma medida importante da solvência e saúde financeira</p><p>das entidades do Terceiro Setor.</p><p>III- O Patrimônio Social representa apenas os recursos financeiros destinados ao</p><p>desenvolvimento de ações e projetos sociais.</p><p>Assinale a alternativa CORRETA:</p><p>a) ( ) As sentenças I e II estão corretas.</p><p>b) ( ) Somente a sentença II está correta.</p><p>c) ( ) As sentenças I e III estão corretas.</p><p>d) ( ) As sentenças II e III estão corretas.</p><p>127</p><p>3 O controle dos ativos é fundamental no terceiro setor, pois permite garantir a</p><p>transparência e a eficiência na utilização dos recursos destinados a projetos sociais.</p><p>Além disso, o controle dos ativos ajuda a manter a integridade das informações</p><p>financeiras e contábeis, o que é fundamental para a confiança dos doadores e</p><p>parceiros. De acordo com a conta do ativo Recursos de Parcerias em Projetos,</p><p>classifique V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas:</p><p>(    ) A conta Recursos de Parcerias em Projetos refere-se aos recursos financeiros que</p><p>são doados por empresas e indivíduos para projetos sociais.</p><p>(    ) A conta Recursos de Parcerias em Projetos refere-se aos recursos financeiros que</p><p>são destinados a projetos sociais, mas que ainda não foram utilizados.</p><p>(        ) A conta Recursos de Parcerias em Projetos refere-se aos recursos financeiros</p><p>que já foram utilizados em projetos sociais, mas que ainda não foram devolvidos aos</p><p>doadores ou parceiros.</p><p>Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:</p><p>a) (    ) V – F – F.</p><p>b) (    ) V – V – F.</p><p>c) (    ) F – V – F.</p><p>d) (    ) F – F – V.</p><p>4 A demonstração de fluxo de caixa é um documento financeiro que apresenta as</p><p>entradas e saídas de caixa de uma empresa durante um período determinado.</p><p>Ela permite visualizar como a empresa está gerando e utilizando seus recursos</p><p>financeiros, e é uma ferramenta importante para avaliar a solvabilidade e a liquidez da</p><p>empresa. Como a demonstração de fluxo de caixa pode ser aplicada a entidades sem</p><p>fins lucrativos e como ela pode contribuir para a gestão financeira destas entidades?</p><p>Descreva, com exemplos, as principais informações que podem ser obtidas a partir</p><p>da demonstração de fluxo de caixa neste contexto.</p><p>5 A demonstração de resultado, também conhecida como DRE, é um documento</p><p>financeiro que apresenta o desempenho financeiro de uma empresa ou entidade</p><p>durante um período determinado. No terceiro setor, a demonstração de resultado é</p><p>importante para avaliar o desempenho financeiro das entidades sem fins lucrativos,</p><p>que têm como objetivo</p><p>realizar projetos sociais e não visam o lucro financeiro. Explique</p><p>como a demonstração de resultado pode ser utilizada para avaliar a efetividade das</p><p>ações de uma entidade sem fins lucrativos do terceiro setor e quais são as informações</p><p>podem ser obtidas a partir da demonstração de resultado neste contexto.</p><p>128</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>BRASIL. Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976. Dispõe sobre as Sociedades por</p><p>Ações. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6404consol.htm.</p><p>Acesso em: 6 abr. 2023.</p><p>BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília: Presidência da</p><p>República, [1988].  Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/</p><p>constituicao.htm. Acesso em: 15 mar. 2023.</p><p>BRASIL. Lei nº 9.790, de 23 de março de 1999. Dispõe sobre a qualificação de pessoas</p><p>jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, como Organizações da Sociedade Civil</p><p>de Interesse Público, institui e disciplina o Termo de Parceria, e dá outras providências.</p><p>Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9790.htm. Acesso em: 6 abr.</p><p>2023.</p><p>BRASIL. Lei das Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIPs).</p><p>Brasília: Presidência da República, [1999]. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/</p><p>ccivil_03/leis/l9790.htm. Acesso em: 05/02/2023</p><p>BRASIL. Lei da Seguridade Social. Brasília: Presidência da República, [1991]. Disponível</p><p>em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9790.htm. Acesso em: 20/02/2023.</p><p>BRASIL. Lei nº 9.096, de 19 de setembro de 1995. Dispõe sobre partidos políticos,</p><p>regulamenta os Arts. 17 e 14, § 3º, inciso V, da Constituição Federal. Disponível em: http://</p><p>www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9096.htm. Acesso em: 6 abr. 2023.</p><p>BRASIL. Altera a legislação tributária federal e dá outras providências.. Brasília,</p><p>DF: Presidência da República, [1997].  Disponível em: https://www.planalto.gov.br/</p><p>ccivil_03/leis/l9532.htm. Acesso em: 6 abr. 2023.</p><p>BRASIL. Lei das parcerias entre a administração pública e organizações da sociedade</p><p>civil (OSCIPs). Brasília, DF: Presidência da República, [2014]. Disponível em: https://www.</p><p>planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2014/lei/l13019.htm. Acesso em: 6 abr. 2023.</p><p>BRASIL. Lei dos Partidos Políticos. Brasília, DF: Presidência da República, [2016]. Disponível</p><p>em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9096.htm. Acesso em: Acesso em: 6</p><p>abr. 2023.</p><p>CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. ITG 2002 (R1).Entidade sem fins lucrativos.</p><p>Brasília. 2015. Disponível em: https://www2.cfc.org.br/sisweb/sre/detalhes_sre.</p><p>aspx?Codigo=2015/ITG2002(R1). Acesso em: 6 abr. 2023.</p><p>129</p><p>CONSELHO REGIONAL DE CONTABILIDADE DO RIO GRANDE DO SUL. Terceiro Setor</p><p>Guia de orientação para o profissional da Contabilidade. Porto Alegre. 2018.</p><p>Disponível em: https://www.crcrs.org.br/arquivos/livros/livro_3setor.pdf. Acesso em: 6</p><p>abr. 2023.</p><p>130</p><p>131</p><p>CONTABILIDADE RURAL</p><p>UNIDADE 3 —</p><p>OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM</p><p>PLANO DE ESTUDOS</p><p>A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:</p><p>• compreender os principais conceitos da contabilidade voltada para o agronegócio;</p><p>• assimilar o que é ativo biológico e suas diferenças para os demais ativos;</p><p>• entender os tipos de atividades rurais;</p><p>• compreender a importância da contabilidade para a continuidade das atividades</p><p>rurais.</p><p>A cada tópico desta unidade você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar</p><p>o conteúdo apresentado.</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 1 – FUNDAMENTOS DO AGRONEGÓCIO</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 2 – APLICAÇÃO DAS NORMAS DE</p><p>CONTABILIDADE AO AGRONEGÓCIO</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 3 – DEGENERAÇÃO DE ATIVOS BIOLÓGICOS E COMMODITIES</p><p>Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure</p><p>um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações.</p><p>CHAMADA</p><p>132</p><p>CONFIRA</p><p>A TRILHA DA</p><p>UNIDADE 3!</p><p>Acesse o</p><p>QR Code abaixo:</p><p>133</p><p>TÓPICO 1 —</p><p>FUNDAMENTOS DO AGRONEGÓCIO</p><p>UNIDADE 3</p><p>1 INTRODUÇÃO</p><p>O agronegócio é uma área ampla e complexa que engloba todas as atividades</p><p>relacionadas à produção agrícola, pecuária, florestal, aquícola e agroindustrial. É um</p><p>setor estratégico para a economia de muitos países, já que é responsável por fornecer</p><p>alimentos e matérias-primas para a sociedade.</p><p>Os fundamentos do agronegócio incluem a gestão de terras, recursos hídricos,</p><p>tecnologias de produção, logística e comercialização. A gestão de terras envolve a</p><p>escolha do local adequado para a produção, a avaliação dos solos e o planejamento da</p><p>utilização das terras. A gestão de recursos hídricos inclui a captação, armazenamento e</p><p>distribuição de água para a produção agrícola.</p><p>As tecnologias de produção incluem o uso de sementes, adubos, pesticidas e</p><p>outros insumos, além da adoção de técnicas de produção mais eficientes e sustentáveis.</p><p>A logística inclui o transporte, armazenagem e distribuição de produtos agrícolas,</p><p>enquanto a comercialização envolve a negociação de preços, a definição de estratégias</p><p>de vendas e a criação de canais de distribuição.</p><p>Além disso, o agronegócio é afetado por fatores externos, como a variação dos</p><p>preços dos insumos e dos produtos agrícolas, a regulamentação governamental e as</p><p>mudanças climáticas. Por isso, é importante que os players do setor estejam atentos a</p><p>esses fatores e estejam preparados para lidar com eles de maneira eficiente.</p><p>A contabilidade é uma ferramenta fundamental para o sucesso do agronegócio,</p><p>pois permite aos gestores da empresa ter uma visão clara e precisa das suas operações</p><p>financeiras e da sua situação econômica. A contabilidade aplicada ao agronegócio</p><p>envolve a registro, análise e interpretação das informações financeiras relacionadas à</p><p>produção agrícola, pecuária, florestal, aquícola e agroindustrial.</p><p>Além disso, a contabilidade é fundamental para a conformidade com as</p><p>regulamentações fiscais e financeiras aplicáveis ao setor agrícola, incluindo a</p><p>apresentação de declarações fiscais, a demonstração de resultados e a apresentação</p><p>de balanços patrimoniais. Isso garante a transparência e a confiança dos investidores</p><p>e credores na empresa. Portanto, veremos ao longo do Tema de Aprendizado 1 os</p><p>fundamentos do agronegócio e como a contabilidade potencializa esse que é o principal</p><p>segmento nacional no que tange proporcionalidade de riqueza produzida.</p><p>134</p><p>2 DEFINIÇÃO DE AGRICULTURA E AGRONEGÓCIO</p><p>Agricultura consiste no conjunto de atividades humanas que têm como objetivo</p><p>produzir alimentos, matérias-primas e outros produtos agrícolas a partir da terra e dos</p><p>recursos naturais. É uma prática antiga que remonta aos primórdios da civilização e</p><p>que tem evoluído ao longo dos séculos para se adaptar às necessidades e desafi os da</p><p>sociedade.</p><p>A agricultura envolve a preparação do solo, a escolha das sementes e outros</p><p>insumos, a aplicação de técnicas de cultivo, a colheita e a comercialização dos produtos</p><p>agrícolas. Além disso, a agricultura também inclui a gestão dos recursos naturais, como</p><p>a água, o solo e as fl orestas, e a preservação do meio ambiente.</p><p>Hoje em dia, a agricultura é uma atividade altamente tecnológica e orientada</p><p>para a efi ciência e a sustentabilidade, com a utilização de práticas agrícolas modernas e</p><p>inovações tecnológicas para melhorar a produção e a qualidade dos produtos agrícolas.</p><p>Aqui estão algumas curiosidades sobre a agricultura em diferentes países pelo</p><p>mundo:</p><p>• Índia: a Índia é o segundo maior produtor de alimentos do mundo, com</p><p>uma agricultura diversifi cada que inclui arroz, trigo, milho, frutas, legumes</p><p>e outros produtos agrícolas. Uma curiosidade é que a Índia é conhecida</p><p>por sua agricultura tradicional, com técnicas antigas de cultivo que são</p><p>passadas de geração em geração.</p><p>• China: a China é o maior produtor de alimentos do mundo, com uma</p><p>agricultura diversifi cada que inclui arroz, trigo, milho, frutas, legumes e</p><p>outros produtos agrícolas. Uma curiosidade é que a China é conhecida por</p><p>sua agricultura intensiva, com grandes fazendas e a utilização intensiva de</p><p>tecnologia para aumentar a efi ciência</p><p>e a produção.</p><p>• EUA: a agricultura nos EUA é altamente diversifi cada e inclui uma ampla</p><p>gama de produtos agrícolas, desde grãos, frutas e legumes até pecuária e</p><p>produção de alimentos processados. Uma curiosidade é que a agricultura</p><p>nos EUA é altamente tecnológica, com a utilização de drones, inteligência</p><p>artifi cial e outras tecnologias avançadas para melhorar a efi ciência e a</p><p>produção.</p><p>INTERESSANTE</p><p>135</p><p>A agricultura no Brasil teve sua origem com a chegada dos portugueses em</p><p>1500, que trouxeram com eles as técnicas de cultivo e as plantas cultivadas na Europa.</p><p>No início, a agricultura era limitada à região da Bahia, mas com o tempo se expandiu</p><p>para outras regiões do país.</p><p>Durante o período colonial, a agricultura no Brasil era principalmente destinada</p><p>à produção de produtos para exportação, como o açúcar, o tabaco e o algodão. Esses</p><p>produtos eram produzidos com mão de obra escrava e eram destinados ao mercado</p><p>europeu.</p><p>Após a independência do Brasil, a agricultura continuou a ser uma atividade</p><p>importante, mas passou a se concentrar também na produção de alimentos para a</p><p>população local. Na década de 1960, houve uma intensificação da agricultura no país,</p><p>com a introdução de novas técnicas de cultivo e a ampliação da fronteira agrícola.</p><p>A seguir, estão os principais pontos da evolução da agricultura no Brasil de 1900</p><p>até os anos atuais:</p><p>• Início do século XX: na primeira metade do século XX, a agricultura no Brasil</p><p>continuou a se concentrar na produção de produtos para exportação, como o café,</p><p>o açúcar e o algodão. Nesta época, houve também um aumento da produção de</p><p>alimentos para o mercado interno.</p><p>• Década de 1960: na década de 1960, houve uma intensificação da agricultura no</p><p>Brasil, com a introdução de novas técnicas de cultivo e a ampliação da fronteira</p><p>agrícola. Além disso, houve um aumento na produção de alimentos para o mercado</p><p>interno e uma diversificação da produção agrícola, com a introdução de novos</p><p>produtos, como frutas, verduras e outros.</p><p>• Década de 1970: na década de 1970, a agricultura no Brasil continuou a evoluir, com</p><p>o aumento da produção agrícola e a ampliação da fronteira agrícola para regiões</p><p>mais ao sul do país. Além disso, houve uma intensificação da pesquisa agrícola e o</p><p>uso de tecnologias avançadas para melhorar a eficiência e a qualidade da produção</p><p>agrícola.</p><p>• Década de 1980: na década de 1980, a agricultura no Brasil continuou a evoluir,</p><p>com a ampliação da produção de grãos, como soja e milho, e a intensificação da</p><p>produção de alimentos para o mercado interno e internacional. Além disso, houve</p><p>um aumento na produção de carnes e outros produtos pecuários, tornando o Brasil</p><p>um dos maiores produtores de proteína animal do mundo.</p><p>• Anos 2000: na primeira década dos anos 2000, a agricultura no Brasil continuou a</p><p>evoluir, com a ampliação da produção de grãos, carnes e outros produtos agrícolas.</p><p>Além disso, houve uma intensificação da pesquisa agrícola e o uso de tecnologias</p><p>avançadas, como a agricultura de precisão e a biotecnologia, para melhorar a</p><p>eficiência e a qualidade da produção agrícola.</p><p>No que tange ao agronegócio, podemos defini-lo como o conjunto de atividades</p><p>econômicas que envolvem a produção, transformação, comercialização e distribuição</p><p>de bens e serviços relacionados à agricultura, pecuária, silvicultura e pesca. É uma</p><p>atividade econômica ampla que engloba toda a cadeia produtiva e de valor da agricultura,</p><p>da produção até a comercialização dos produtos agrícolas e pecuários.</p><p>136</p><p>O agronegócio, como é conhecido hoje em dia, surgiu na década de 1970, com</p><p>o crescimento da produção agrícola e pecuária e a intensificação da pesquisa agrícola.</p><p>Neste período, começou a surgir uma cadeia produtiva e de valor da agricultura, com a</p><p>produção, transformação, comercialização e distribuição de bens e serviços relacionados</p><p>à agricultura, pecuária, silvicultura e pesca.</p><p>A seguir estão as principais fases do desenvolvimento do agronegócio no Brasil</p><p>de 1970 até 2020:</p><p>• Década de 1970: a primeira fase do desenvolvimento do agronegócio no Brasil foi</p><p>marcada pela intensificação da produção agrícola e pecuária, com o crescimento</p><p>da produção de grãos, carnes e outros produtos agrícolas. Além disso, houve uma</p><p>intensificação da pesquisa agrícola e o uso de tecnologias avançadas, como a</p><p>agricultura de precisão, para melhorar a eficiência e a qualidade da produção agrícola.</p><p>• Década de 1980: na década de 1980, o agronegócio no Brasil continuou a evoluir, com</p><p>o aumento da produção de grãos, carnes e outros produtos agrícolas e pecuários.</p><p>Além disso, houve uma intensificação da pesquisa agrícola e o uso de tecnologias</p><p>avançadas para melhorar a eficiência e a qualidade da produção agrícola.</p><p>• Década de 1990: na década de 1990, o agronegócio no Brasil experimentou um</p><p>crescimento acelerado, com a ampliação da produção agrícola e pecuária, a</p><p>intensificação da pesquisa agrícola e o uso de tecnologias avançadas. Além disso,</p><p>houve uma intensificação da comercialização de produtos agrícolas e pecuários,</p><p>tanto no mercado interno quanto internacional.</p><p>• Desde os anos 2000, o principal produto comercializado no agronegócio brasileiro</p><p>tem sido a soja. O Brasil é um dos principais produtores e exportadores de soja do</p><p>mundo, com uma produção anual de mais de 120 milhões de toneladas. A soja é</p><p>cultivada principalmente nas regiões Centro-Oeste, Sul e Sudeste do país e é destinada</p><p>tanto ao mercado interno quanto internacional.</p><p>Um fato relevante sobre a soja é que é uma das principais fontes de proteína</p><p>vegetal do mundo. A soja é rica em proteínas, gorduras saudáveis e outros</p><p>nutrientes importantes, e é amplamente utilizada como ingrediente em muitos</p><p>alimentos, como leites vegetais, carnes vegetais e outros. Além disso, a soja</p><p>é uma importante fonte de alimento para o gado, ajudando a alimentar a</p><p>crescente população mundial.</p><p>NOTA</p><p>A soja também é uma cultura de grande importância econômica em muitos</p><p>países, incluindo o Brasil, que é um dos principais produtores e exportadores de soja</p><p>do mundo. A produção de soja contribui significativamente para a economia de muitos</p><p>países, gerando empregos e renda para milhões de pessoas.</p><p>A diferença entre o agronegócio e a agricultura é que o agronegócio é o conjunto</p><p>de atividades econômicas que envolvem a produção, transformação, comercialização</p><p>137</p><p>e distribuição de bens e serviços relacionados à agricultura, pecuária, silvicultura e</p><p>pesca. Já a agricultura é a atividade humana que tem como objetivo produzir alimentos,</p><p>matérias-primas e outros produtos agrícolas a partir da terra e dos recursos naturais.</p><p>Um exemplo que explica a diferença entre agronegócio e agricultura é a</p><p>produção de frutas em uma pequena fazenda familiar. A agricultura na fazenda familiar</p><p>envolve a produção de frutas, como maçãs, pêssegos e outros, a partir da terra e dos</p><p>recursos naturais. Isso inclui o cultivo de plantas, a colheita, o armazenamento e a venda</p><p>dos frutos produzidos.</p><p>Já o agronegócio nessa mesma fazenda familiar pode incluir não apenas a</p><p>produção de frutas, mas também a transformação dessas frutas em outros produtos,</p><p>como sucos, compotas e outros, a comercialização e a distribuição desses produtos,</p><p>tanto no mercado interno quanto internacional, bem como a pesquisa agrícola para</p><p>melhorar a eficiência e a qualidade da produção agrícola.</p><p>2.1 SEGMENTOS DO AGRONEGÓCIO</p><p>O agronegócio é composto por vários segmentos interdependentes que</p><p>trabalham juntos para produzir, transformar, comercializar e distribuir produtos agrícolas</p><p>e pecuários. Alguns dos principais segmentos do agronegócio são:</p><p>• Produção agrícola: esse é o segmento responsável pela produção de grãos, frutas,</p><p>verduras, carnes, laticínios e outros produtos agrícolas e pecuários. Isso inclui a</p><p>cultivação da terra, o plantio, a colheita e o manejo de animais de produção.</p><p>• Transformação: esse segmento é responsável por transformar os produtos agrícolas e</p><p>pecuários em formas mais elaboradas, como sucos, compotas,</p><p>carnes processadas e</p><p>outros. Isso inclui a indústria de alimentos, a indústria de bebidas e outras indústrias</p><p>que transformam os produtos agrícolas e pecuários.</p><p>• Comercialização: esse segmento é responsável pela comercialização de produtos</p><p>agrícolas e pecuários, tanto no mercado interno quanto internacional. Isso inclui</p><p>a atividade de compra e venda de produtos agrícolas e pecuários, a logística e a</p><p>armazenagem de produtos.</p><p>• Distribuição: esse segmento é responsável por distribuir os produtos agrícolas</p><p>e pecuários para os consumidores finais, sejam eles pessoas físicas ou empresas.</p><p>Isso inclui a distribuição de produtos para supermercados, restaurantes e outros</p><p>estabelecimentos que vendem produtos agrícolas e pecuários.</p><p>• Pesquisa agrícola: esse segmento é responsável por conduzir pesquisas agrícolas</p><p>para melhorar a eficiência e a qualidade da produção agrícola. Isso inclui a pesquisa</p><p>sobre novas tecnologias agrícolas, novas variedades de plantas e animais, novos</p><p>métodos de cultivo e outros.</p><p>A produção agrícola no Brasil é uma atividade de grande importância econômica</p><p>e social, com uma ampla gama de especificidades que a tornam única em relação a</p><p>outros países. Algumas dessas especificidades incluem:</p><p>138</p><p>• Vasto território: o Brasil possui um território extenso e diversificado, o que permite a</p><p>produção de uma ampla gama de produtos agrícolas, desde frutas tropicais até grãos,</p><p>passando por hortaliças e outros.</p><p>• Tecnologia avançada: a produção agrícola no Brasil é apoiada por uma ampla gama</p><p>de tecnologias avançadas, como sistemas de irrigação, sistemas de monitoramento</p><p>climático e tecnologias de precisão agrícola. Isso permite aos agricultores produzir</p><p>alimentos de alta qualidade com eficiência e produtividade.</p><p>• Mercado interno e externo: o Brasil possui um mercado interno robusto para a</p><p>produção agrícola, além de ser um dos principais exportadores de produtos agrícolas</p><p>do mundo. Isso significa que os agricultores no Brasil têm acesso a mercados amplos</p><p>e diversificados para vender seus produtos.</p><p>• Cooperativas agrícolas: as cooperativas agrícolas no Brasil são uma importante força</p><p>na produção agrícola, fornecendo aos agricultores acesso a insumos, tecnologias e</p><p>outros recursos que podem ajudá-los a produzir alimentos de alta qualidade.</p><p>• Sustentabilidade: a produção agrícola no Brasil está cada vez mais voltada para a</p><p>sustentabilidade, incluindo práticas agrícolas sustentáveis, conservação de recursos</p><p>naturais e proteção do meio ambiente.</p><p>A transformação de produtos agrícolas no Brasil é uma atividade importante</p><p>para a economia e a sociedade do país, pois permite a produção de alimentos e outros</p><p>produtos elaborados a partir de matérias-primas agrícolas. Algumas das especificidades</p><p>da transformação de produtos agrícolas no Brasil incluem:</p><p>• Indústria de alimentos: a indústria de alimentos no Brasil é uma das mais importantes</p><p>do mundo, produzindo uma ampla gama de alimentos elaborados a partir de matérias-</p><p>primas agrícolas, como frutas, verduras, grãos, carnes e outros.</p><p>• Indústria de bebidas: a indústria de bebidas no Brasil é também importante,</p><p>produzindo sucos, refrigerantes, cervejas e outras bebidas a partir de matérias-primas</p><p>agrícolas, como frutas e cereais.</p><p>A fiscalização de alimentos pelo Ministério da Agricultura se concentra em</p><p>questões relacionadas à segurança alimentar e à proteção do consumidor.</p><p>Algumas das maneiras pelas quais o Ministério da Agricultura fiscaliza os</p><p>alimentos incluem: Regulamentos sanitários: O Ministério da Agricultura</p><p>estabelece regulamentos sanitários para a produção, processamento,</p><p>armazenamento, transporte e venda de alimentos, a fim de garantir que eles</p><p>sejam seguros para o consumo humano. Inspeções: O Ministério da Agricultura</p><p>realiza inspeções regulares em estabelecimentos de produção, processamento</p><p>e venda de alimentos para verificar se eles estão cumprindo os regulamentos</p><p>sanitários e de segurança alimentar. Análises de laboratório: O Ministério da</p><p>Agricultura também realiza análises de laboratório para verificar a segurança</p><p>e a qualidade dos alimentos, incluindo análises de pesticidas, contaminação</p><p>por microrganismos e outros riscos. Investigações de riscos: O Ministério da</p><p>Agricultura realiza investigações de riscos em casos de problemas de saúde</p><p>pública relacionados a alimentos, a fim de identificar a fonte do problema e</p><p>tomar medidas corretivas para proteger o consumidor.</p><p>NOTA</p><p>139</p><p>A comercialização de produtos agrícolas é uma atividade fundamental para a</p><p>economia de muitos países, incluindo o Brasil. A importação e exportação de produtos</p><p>agrícolas são duas das maneiras pelas quais os países podem se envolver nessa</p><p>atividade.</p><p>A importação de produtos agrícolas permite que os países tenham acesso a</p><p>uma ampla variedade de alimentos e outros produtos agrícolas, mesmo quando eles</p><p>não são produzidos localmente. Isso pode ser benéfi co para a segurança alimentar de</p><p>um país, já que permite ao consumidor ter acesso a alimentos de diferentes regiões do</p><p>mundo. Além disso, a importação de produtos agrícolas pode ser uma oportunidade</p><p>para os agricultores locais, já que eles podem ter acesso a novas técnicas e tecnologias</p><p>que podem melhorar a efi ciência e a qualidade de sua produção.</p><p>Por outro lado, a importação de produtos agrícolas também pode ter efeitos</p><p>negativos. Por exemplo, a importação de produtos agrícolas pode ser um desafi o para</p><p>os agricultores locais, já que eles podem ter difi culdade em competir com preços</p><p>mais baixos de produtos importados. Além disso, a importação de produtos agrícolas</p><p>pode levar ao aumento da dependência de outros países e ao aumento dos riscos de</p><p>interrupções no fornecimento de alimentos.</p><p>A exportação de produtos agrícolas é outra maneira pelas quais os países</p><p>podem se envolver na comercialização de produtos agrícolas. A exportação de produtos</p><p>agrícolas permite que os países aproveitem sua produção agrícola para expandir seus</p><p>mercados e aumentar sua presença global. Além disso, a exportação de produtos</p><p>agrícolas pode ser uma fonte importante de receita para os agricultores locais, já que</p><p>eles podem vender seus produtos para outros países.</p><p>No entanto, a exportação de produtos agrícolas também pode ter efeitos</p><p>negativos. Por exemplo, a exportação de produtos agrícolas pode levar ao aumento</p><p>dos preços dos alimentos no mercado interno, o que pode ser um desafi o para os</p><p>consumidores de baixa renda. Além disso, a exportação de produtos agrícolas pode</p><p>levar ao aumento.</p><p>O produto agrícola mais importado pelo Brasil é o arroz. Embora o Brasil seja</p><p>um grande produtor de grãos e outros produtos agrícolas, a produção de</p><p>arroz ainda não é sufi ciente para atender à demanda interna do país. Portanto,</p><p>é necessário importar arroz de outros países para complementar a oferta. A</p><p>maioria do arroz importado pelo Brasil vêm de países da América Latina, como</p><p>Paraguai e Uruguai, mas também é importado de outros países, como Vietnã,</p><p>Índia e Tailândia. A importação de arroz é importante para garantir a segurança</p><p>alimentar do Brasil e para atender à demanda dos consumidores por este</p><p>importante alimento básico.</p><p>INTERESSANTE</p><p>140</p><p>A distribuição de produtos agrícolas é um processo complexo que envolve</p><p>várias etapas, desde a colheita dos produtos até sua chegada ao consumidor final.</p><p>Algumas das principais etapas da distribuição de produtos agrícolas incluem a colheita,</p><p>o armazenamento, o transporte, a classificação, a embalagem e a comercialização.</p><p>No Brasil, a distribuição de produtos agrícolas é afetada por vários desafios,</p><p>incluindo:</p><p>• Infraestrutura: a falta de infraestrutura adequada, como estradas, pontes e portos, é</p><p>um desafio importante para a distribuição de produtos agrícolas no Brasil.</p><p>• Logística: a logística de transporte de produtos agrícolas é complexa e cara no Brasil,</p><p>o que pode levar a perdas de produtos e a aumento dos preços para o consumidor</p><p>final.</p><p>• Armazenamento: a falta de instalações de armazenamento adequadas é</p><p>de atividade que ela</p><p>exerce, cada segmento irá exigir esforços distintos da contabilidade. No que tange à</p><p>construção civil, a complexidade é latente, haja vista que, o ramo imobiliário movimenta</p><p>uma quantia considerável do PIB nacional, além de ser o responsável por empregar</p><p>milhões de pessoas e realizar o sonho de milhões de pessoas no quesito moradia.</p><p>É notório que esse setor não se assemelha a outros, basta pensar na forma</p><p>na qual as pessoas adquirem imóveis atualmente. A grande maioria é comprada com</p><p>financiamentos bancários, ou seja, se adquire assumindo uma dívida de longo prazo.</p><p>Quase nunca a imobiliária irá receber de seu cliente o valor à vista, logo, cada operação</p><p>de compra e venda de imóveis envolve um terceiro bastante interessado nas condições</p><p>de venda – esse terceiro são as instituições financeiras.</p><p>TÓPICO 1 - UNIDADE 1</p><p>4</p><p>Levando em conta todo o exposto, indica-se que o leitor não se limite ao que será</p><p>exposto neste tema de aprendizagem e sim busque ler e entender como a contabilidade</p><p>atua de forma homogênea em setores tão distintos e com especificidades tão gritantes.</p><p>Adiante, trataremos das definições contábeis, haja vista que, antes de entrarmos</p><p>nos lançamentos práticos, faz-se necessário entender os conceitos e definições. A</p><p>ciência contábil deve seguir um importante passo a passo, sendo ele: a assimilação de</p><p>conceitos, entendimento das principais normas e aplicação prática.</p><p>2 DEFINIÇÕES CONTÁBEIS</p><p>Antes de qualquer esforço, faz-se necessário apresentar os principais conceitos</p><p>contábeis para o entendimento do conteúdo como um todo. As principais definições</p><p>contábeis encontram-se no Código de Pronunciamento Contábil (CPC-00, 2019). Esse</p><p>CPC trata da estrutura conceitual dos relatórios contábeis/financeiros.</p><p>De acordo com o CPC 00 (2019, p. 4):</p><p>O objetivo do relatório financeiro para fins gerais é fornecer</p><p>informações financeiras sobre a entidade que reporta que sejam</p><p>úteis para investidores, credores por empréstimos e outros credores,</p><p>existentes e potenciais, na tomada de decisões referente à oferta de</p><p>recursos à entidade. Essas decisões envolvem decisões sobre: (a)</p><p>comprar, vender ou manter instrumento de patrimônio e de dívida;</p><p>(b) conceder ou liquidar empréstimos ou outras formas de crédito;</p><p>ou (c) exercer direitos de votar ou de outro modo influenciar os atos</p><p>da administração que afetam o uso dos recursos econômicos da</p><p>entidade.</p><p>Nota-se que a informação contábil deve ser útil para o usuário final tomar suas</p><p>decisões. Contudo, quais são os principais usuários da contabilidade?</p><p>De acordo com o CPC 00 (2019, p. 10), os principais usuários da contabilidade</p><p>são os investidores, credores e credores por empréstimo. Aí você pode perguntar,</p><p>mas o dono da empresa e os funcionários internos não são os principais usuários da</p><p>contabilidade?</p><p>A norma parte do pressuposto que esse grupo de usuário já possuem as</p><p>informações que precisam, pois, a contabilidade interna, também conhecida como</p><p>contabilidade gerencial, já fornece o que é necessário para a tomada de decisão. Já</p><p>o público externo depende da publicação dos relatórios para decidir, por exemplo, em</p><p>quem investir ou para quem empresas recursos.</p><p>5</p><p>Para avaliar uma empresa, os investidores, credores por empréstimos e</p><p>outros credores, existentes e potenciais, precisam de informações sobre:</p><p>(a) os recursos econômicos da entidade, reivindicações contra a entidade e</p><p>alterações nesses recursos e reivindicações; e (b) a eficiência e eficácia da</p><p>administração e do órgão de administração da entidade no cumprimento de</p><p>suas responsabilidades sobre o uso dos recursos econômicos da entidade.</p><p>NOTA</p><p>Além da definição exposta, o CPC 00 (2019, p. 20) ainda traz outras importantes</p><p>definições, como por exemplo a definição de ativo, passivo, patrimônio líquido, receita e</p><p>despesa. De acordo com o CPC 00:</p><p>• Ativo: trata-se de um recurso econômico, oriundo de eventos passados no qual se</p><p>espera benefício econômico futuro.</p><p>• Passivo: trata-se de uma obrigação presente, provavelmente, oriundo de eventos</p><p>passados, no qual para sua liquidação espera-se que haja a saída de recurso</p><p>econômico da entidade.</p><p>• Patrimônio Líquido: trata-se do valor residual entre ativos e passivos.</p><p>• Receita: é o aumento de recurso econômico, ou redução nas obrigações presentes</p><p>que resultam em um aumento no patrimônio líquido final da empresa, contudo, esse</p><p>aumento não deve vir dos sócios.</p><p>• Despesas são as saídas de recursos econômicos, ou aumento nas obrigações</p><p>presentes, que resultem em diminuição no patrimônio líquido final da empresa,</p><p>contudo, não leva em consideração as retiradas realizadas pelo sócio da empresa.</p><p>Figura 1 – Conceito Imobiliário</p><p>Fonte: https://c.pxhere.com/images/ce/79/2483ec5d2be8e7b4ad6db3461eae-1584873.jpg!d. Acesso</p><p>em: 6 mar. 2023.</p><p>6</p><p>Percebe-se que, ativo é considerado um recurso econômico de acordo com o</p><p>CPC 00 (2019, p.17) um conceito muito mais amplo do que somente bens e direitos. Essa</p><p>foi uma das principais mudanças trazidas pelas normas internacionais de contabilidade.</p><p>Já o passivo se caracteriza por uma obrigação presente e provável, contudo,</p><p>qual a diferença entre provável e possível?</p><p>Imagine a seguinte situação: um empregado decide entrar na justiça contra</p><p>determinada empresa alegando que ela não pagou os reajustes salariais devidos e</p><p>impostos pelas convenções coletivas. Ao entrar com a ação, o funcionário é alertado</p><p>que o juiz tramitará e julgará o caso somente em 2023. A empresa possui um grande</p><p>grau de certeza que perderá a causa, haja vista que, outros colaboradores, ano passado,</p><p>entraram na justiça contra nossa instituição e ganharam um valor de R$ 20.000,00. As</p><p>demonstrações contábeis da empresa serão encerradas dia 31 de dezembro de 2022 e,</p><p>o contador sabendo dessa ação decidiu reconhecê-la como passivo, haja vista que, é</p><p>quase certa a perda da ação.</p><p>Esse lançamento está correto?</p><p>Não, este lançamento está incorreto. A prova necessária para o reconhecimento</p><p>do ativo é a sentença fi nal do juiz, antes disso, é apenas possível que a empresa perderá,</p><p>não se caracterizando como provável. Portanto, a empresa não deve reconhecer esse</p><p>passivo em balanço patrimonial.</p><p>Receitas e despesas são os elementos das demonstrações contábeis</p><p>que se referem ao desempenho fi nanceiro da entidade. Os usuários</p><p>das demonstrações contábeis precisam de informações tanto</p><p>sobre a posição fi nanceira da entidade como de seu desempenho</p><p>fi nanceiro. Assim, embora receitas e despesas sejam defi nidas em</p><p>termos de mudanças em ativos e passivos, informações sobre</p><p>receitas e despesas são tão importantes como informações sobre</p><p>ativos e passivos.</p><p>ATENÇÃO</p><p>2.1 BALANÇO PATRIMONIAL E DEMONSTRAÇÃO DE</p><p>RESULTADO</p><p>As principais demonstrações contábeis são o balanço patrimonial e a</p><p>demonstração de resultado, que obedecem às seguintes defi nições:</p><p>• Balanço patrimonial evidencia a situação econômica e fi nanceira de uma entidade em</p><p>determinado período.</p><p>7</p><p>• A demonstração de resultado é a demonstração responsável pela apuração do</p><p>resultado da empresa, ou seja, a apuração do lucro ou prejuízo.</p><p>O balanço patrimonial é capaz de predizer o valor das entidades, pois todo o</p><p>seu patrimônio está nessa demonstração. Para tanto, o balanço patrimonial deve ser</p><p>analisado com calma e, através dessa análise, predizer o futuro da instituição.</p><p>A demonstração de resultado talvez seja a demonstração mais importante no</p><p>que tange o usuário externo. Investidores, credores e credores por empréstimo focam</p><p>bastante na demonstração de resultado a fi m de identifi car a capacidade de geração de</p><p>lucro de uma entidade.</p><p>De acordo com o CPC 26 (2011, p. 16), as demonstrações contábeis são uma representação</p><p>estruturada da posição patrimonial e fi nanceira e do desempenho da entidade. O objetivo</p><p>das demonstrações contábeis é o de fornecer informação acerca da posição patrimonial</p><p>e fi nanceira, do desempenho e dos fl uxos de caixa da entidade que seja útil a um grande</p><p>número de usuários</p><p>outro desafio</p><p>para a distribuição de produtos agrícolas no Brasil. O armazenamento inadequado</p><p>pode levar a perdas de produtos e a redução da qualidade dos alimentos.</p><p>• Concorrência: a concorrência de países estrangeiros que oferecem preços mais baixos</p><p>para os mesmos produtos é outro desafio para a distribuição de produtos agrícolas</p><p>no Brasil.</p><p>• Regulamentação: a regulamentação complexa e mudanças frequentes nas leis e</p><p>regulamentos também podem desafiar a distribuição de produtos agrícolas no Brasil.</p><p>Nota-se que os desafios da distribuição agrícola são inúmeros, até mesmo pelo tamanho</p><p>do nosso país. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as</p><p>dimensões do território brasileiro em 2020 são as seguintes:</p><p>• Extensão territorial: o Brasil possui uma área territorial de 8.515.767 km², tornando-se</p><p>o quinto maior país do mundo em termos de área territorial.</p><p>• Comprimento: a extensão do território brasileiro de norte a sul é de aproximadamente</p><p>4.000 km.</p><p>Agora, no que tange pesquisas, ou mais precisamente pesquisas agrícolas,</p><p>essas caracterizam uma área crucial para o desenvolvimento e a modernização da</p><p>agricultura, tanto no Brasil quanto no mundo. A pesquisa agrícola tem como objetivo</p><p>encontrar novas soluções para os desafios enfrentados pelos agricultores, incluindo a</p><p>produção de alimentos em quantidade suficiente para atender à crescente demanda da</p><p>população global, bem como a produção de alimentos de alta qualidade e sustentáveis.</p><p>Atualmente, a pesquisa agrícola está em um estágio avançado, tanto no Brasil</p><p>quanto no mundo. A pesquisa agrícola está sendo realizada em níveis nacionais e</p><p>internacionais, envolvendo universidades, institutos de pesquisa e empresas privadas.</p><p>O objetivo é aprimorar as técnicas de produção agrícola, incluindo a utilização de</p><p>tecnologias como sementes melhoradas, fertilizantes, defensivos agrícolas, bem como</p><p>a utilização de práticas agrícolas sustentáveis.</p><p>No Brasil, a pesquisa agrícola está avançada, com o país sendo reconhecido</p><p>como um dos principais produtores de grãos e outros produtos agrícolas do mundo. O</p><p>141</p><p>país tem um sólido histórico de inovação na pesquisa agrícola, com várias instituições</p><p>de pesquisa e universidades dedicadas ao desenvolvimento de novas tecnologias e</p><p>técnicas agrícolas.</p><p>pesquisa sobre a utilização de sementes melhoradas. Essa pesquisa tem como</p><p>objetivo desenvolver variedades de plantas que produzam mais alimentos de alta</p><p>qualidade e sejam mais resistentes a doenças e condições adversas, como secas e</p><p>mudanças climáticas.</p><p>As sementes melhoradas são variedades de plantas que foram modificadas</p><p>geneticamente para apresentarem características desejadas, como maior produtividade,</p><p>resistência a doenças e adaptabilidade a condições adversas. A utilização de sementes</p><p>melhoradas tem sido amplamente debatida, com argumentos tanto a favor quanto</p><p>contra. Entre os benefícios das sementes melhoradas, destacam-se:</p><p>• Maior produtividade: as sementes melhoradas produzem mais alimentos por hectare,</p><p>o que significa maiores lucros para os agricultores.</p><p>• Resistência a doenças: as sementes melhoradas são mais resistentes a doenças, o que</p><p>significa que os agricultores precisam usar menos defensivos agrícolas e, portanto,</p><p>reduzir o impacto ambiental.</p><p>• Adaptabilidade a condições adversas: às sementes melhoradas são mais adaptáveis</p><p>a condições adversas, como secas e mudanças climáticas, o que significa que os</p><p>agricultores podem cultivar em regiões com condições climáticas adversas.</p><p>Entre os malefícios das sementes melhoradas, destacam-se:</p><p>• Preocupações éticas: algumas pessoas consideram a modificação genética de plantas</p><p>eticamente questionável.</p><p>• Impacto ambiental: alguns estudiosos argumentam que a utilização de sementes</p><p>melhoradas pode ter um impacto negativo no meio ambiente, como a erosão do solo</p><p>e a perda de biodiversidade.</p><p>• Dependência de empresas: a dependência dos agricultores em relação às empresas</p><p>que produzem sementes melhoradas pode resultar em preços mais elevados e uma</p><p>perda de autonomia para os agricultores.</p><p>Em resumo, os segmentos do agronegócio trabalham juntos para produzir,</p><p>transformar, comercializar e distribuir produtos agrícolas e pecuários para os</p><p>consumidores finais. Cada segmento tem sua própria função e importância no</p><p>processo, e a cooperação e o trabalho em conjunto são fundamentais para o sucesso</p><p>do agronegócio.</p><p>2.2 LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA APLICADA AO AGRONEGÓCIO</p><p>A legislação tributária aplicada ao agronegócio inclui impostos como o Imposto</p><p>sobre Produtos Industrializados (IPI), o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e</p><p>Serviços (ICMS), o Imposto de Renda (IR) e a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido</p><p>(CSLL). Além disso, a legislação tributária também inclui a tributação de vendas de</p><p>142</p><p>produtos agrícolas, como a tributação sobre a venda de grãos, frutas, verduras e outros</p><p>produtos agrícolas.</p><p>A legislação tributária aplicada ao agronegócio também inclui medidas para</p><p>incentivar a produção agrícola, como isenções fiscais e incentivos fiscais. Essas medidas</p><p>são projetadas para ajudar os agricultores a obter maior rentabilidade e para estimular o</p><p>crescimento e desenvolvimento do setor agrícola.</p><p>Para tratarmos da legislação na atividade rural, devemos citar que a Lei n°</p><p>8.023, de 12 de abril de 1990 (BRASIL, 1990), é uma lei federal brasileira que regulamenta</p><p>as atividades agropecuárias, incluindo a produção, comercialização e industrialização</p><p>de produtos agrícolas. Essa lei é conhecida como a “Lei do Agronegócio” e é uma das</p><p>principais referências para o setor agrícola no Brasil. Aqui estão alguns dos principais</p><p>pontos da Lei n° 8.023:</p><p>• Definição de produtos agrícolas: a lei define o que são produtos agrícolas e inclui</p><p>frutos, hortaliças, sementes, fibras, madeiras e outros produtos agrícolas.</p><p>• Regulamentação da produção agrícola: estabelece regras e regulamentos para a</p><p>produção agrícola, incluindo a utilização de insumos, tecnologias e práticas agrícolas</p><p>adequadas.</p><p>• Comercialização de produtos agrícolas: a lei regulamenta a comercialização de</p><p>produtos agrícolas, incluindo a forma como os produtos são vendidos, armazenados</p><p>e transportados.</p><p>• Industrialização de produtos agrícolas: a lei regulamenta a industrialização de</p><p>produtos agrícolas, incluindo a forma como os produtos são transformados em</p><p>outros produtos agrícolas.</p><p>• Incentivos fiscais: a lei oferece incentivos fiscais para empresas agrícolas que investem</p><p>em tecnologias agrícolas e empresas que realizam pesquisas e desenvolvimento.</p><p>• Proteção ambiental: a lei estabelece regras para a proteção ambiental na produção</p><p>agrícola, incluindo a preservação da biodiversidade, a gestão dos recursos naturais e</p><p>a prevenção da poluição.</p><p>• Responsabilidade social: a lei estabelece regras para a responsabilidade social na</p><p>produção agrícola, incluindo a proteção dos direitos trabalhistas dos agricultores e a</p><p>promoção da igualdade de gênero.</p><p>Contudo, essa legislação se tornou desfasada, fazendo-se necessário atualizações que</p><p>vieram com a Lei nº 9.249, de 26 de dezembro de 1995 (BRASIL, 1995), estabelece regras</p><p>específicas para o Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ) e a Contribuição Social</p><p>sobre o Lucro Líquido (CSLL) para empresas que atuam na lavoura temporária. Aqui</p><p>estão alguns dos principais pontos da lei no que diz respeito ao IRPJ e à CSLL:</p><p>• Alíquota do IRPJ: a lei estabelece uma alíquota reduzida de 15% para o IRPJ para</p><p>empresas que atuam na lavoura temporária. Essa alíquota é menor do que a alíquota</p><p>padrão de 15% a 25% para outras empresas.</p><p>• Base de cálculo do IRPJ: a lei estabelece que a base de cálculo para o IRPJ das</p><p>empresas de lavoura temporária é a receita bruta.</p><p>• Alíquota da CSLL: a lei estabelece uma alíquota reduzida de 9% para a CSLL para</p><p>empresas que atuam na lavoura temporária. Essa alíquota é menor do que a alíquota</p><p>padrão de 9% para outras empresas.</p><p>• Base de cálculo da CSLL: a lei estabelece que a base de cálculo</p><p>para a CSLL das</p><p>empresas de lavoura temporária é a receita bruta.</p><p>143</p><p>2.3 LEI N° 12.973 DE 13 DE MAIO DE 2014 E A TRIBUTAÇÃO</p><p>PESSOA FÍSICA E JURÍDICA</p><p>A Lei nº 12.973, de 13 de maio de 2014 (BRASIL, 2014), estabelece regras</p><p>específicas para a tributação de empresas de agroindústria no Brasil. Aqui estão alguns</p><p>dos principais pontos da lei no que diz respeito à tributação:</p><p>• Regime Tributário: a lei estabelece que as empresas de agroindústria podem optar</p><p>por seguir o regime tributário de lucro real ou o regime tributário de lucro presumido.</p><p>• Alíquotas: a lei estabelece alíquotas específicas para o Imposto de Renda da Pessoa</p><p>Jurídica (IRPJ) e a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) para empresas de</p><p>agroindústria que optam pelo regime tributário de lucro real.</p><p>• Base de cálculo: a lei estabelece a base de cálculo para o IRPJ e a CSLL de acordo com</p><p>o regime tributário escolhido pela empresa.</p><p>A tributação da renda do produtor rural pessoa física no Brasil é regulada</p><p>pela legislação tributária federal. A Receita Federal do Brasil é responsável por fazer a</p><p>cobrança dos impostos devidos pelos produtores rurais.</p><p>Os produtores rurais pessoas físicas estão sujeitos a pagar o Imposto de Renda</p><p>sobre sua renda obtida com a atividade agrícola. A alíquota varia de acordo com o</p><p>montante de renda obtido e pode ser de até 27,5%. Além disso, os produtores rurais</p><p>também estão sujeitos a pagar a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL).</p><p>A Receita Federal do Brasil também exige que os produtores rurais mantenham</p><p>registros contábeis precisos e detalhados de suas atividades agrícolas, incluindo</p><p>vendas, despesas e outras receitas. Esses registros são importantes para determinar a</p><p>renda bruta e a renda líquida, que é usada para calcular o imposto devido.</p><p>Além disso, a Receita Federal oferece incentivos fiscais para os produtores rurais</p><p>que investem em tecnologia agrícola e empresas agrícolas que realizam pesquisas e</p><p>desenvolvimento. Esses incentivos incluem isenções fiscais, deduções fiscais e outras</p><p>medidas destinadas a estimular o crescimento e desenvolvimento do setor agrícola.</p><p>As regras do Imposto de Renda para pessoas jurídicas em atividades agrícolas</p><p>que seguem o regime de lucro real são reguladas pela legislação tributária federal do</p><p>Brasil. De acordo com essas regras, as empresas agrícolas são tributadas com base em</p><p>sua renda líquida, ou seja, a diferença entre suas receitas e despesas.</p><p>As empresas agrícolas que optam pelo regime de lucro real devem apresentar</p><p>suas demonstrações financeiras e contábeis de maneira precisa e detalhada, incluindo</p><p>vendas, despesas, investimentos e outras receitas. Esses registros são importantes para</p><p>determinar a renda bruta e a renda líquida, que é usada para calcular o imposto devido.</p><p>A alíquota do Imposto de Renda para empresas agrícolas que seguem o regime</p><p>de lucro real varia de acordo com o montante de renda líquida obtido e pode ser de até</p><p>144</p><p>15%. Além disso, as empresas agrícolas também estão sujeitas a pagar a Contribuição</p><p>Social sobre o Lucro Líquido (CSLL).</p><p>Um exemplo de Imposto de Renda para pessoas jurídicas em atividades</p><p>agrícolas que seguem o regime de lucro real é uma empresa agrícola que produz grãos</p><p>e vende seus produtos para indústrias de alimentos. A empresa tem uma receita anual</p><p>de R$ 5 milhões e despesas totais de R$ 4 milhões, resultando em uma renda líquida de</p><p>R$ 1 milhão.</p><p>Nesse caso, a empresa agrícola está sujeita a pagar o Imposto de Renda sobre</p><p>sua renda líquida de R$ 1 milhão. A alíquota do Imposto de Renda para empresas agrícolas</p><p>que seguem o regime de lucro real pode ser de até 15%, dependendo do montante de</p><p>renda líquida.</p><p>Além disso, a empresa agrícola também está sujeita a pagar a Contribuição</p><p>Social sobre o Lucro Líquido (CSLL). A Receita Federal do Brasil verifica os registros</p><p>contábeis da empresa para garantir que a renda líquida esteja corretamente apurada e</p><p>que todos os impostos devidos estejam sendo pagos.</p><p>No que tange o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS),</p><p>é um imposto cobrado sobre a circulação de mercadorias e serviços no Brasil. Esse</p><p>imposto é cobrado em todas as etapas da cadeia produtiva, desde a produção até a</p><p>venda ao consumidor final. A alíquota do ICMS varia de estado para estado e de produto</p><p>para produto.</p><p>No caso dos produtos agrícolas, o ICMS é cobrado sobre o valor de venda do</p><p>produto. A alíquota pode variar de 7% a 18%, dependendo do estado e do produto em</p><p>questão. Além disso, alguns estados podem ter incentivos fiscais para a produção</p><p>agrícola, o que pode levar a uma alíquota mais baixa de ICMS para os produtores.</p><p>A cobrança do ICMS sobre os produtos agrícolas é importante para arrecadar</p><p>receitas para o governo e para financiar programas sociais e de desenvolvimento</p><p>econômico. No entanto, a alta carga tributária pode ser um desafio para os produtores</p><p>agrícolas, especialmente para aqueles que já enfrentam altos custos de produção e</p><p>baixos preços de venda.</p><p>Imaginemos que um produtor agrícola esteja vendendo 100 sacos de soja com</p><p>um valor unitário de R$ 50,00 cada. O valor total da venda seria de R$ 5.000,00. Se a</p><p>alíquota de ICMS para esse produto for de 17%, então o valor total de ICMS a ser cobrado</p><p>seria de R$ 850,00 (17% de R$ 5.000,00). Esse valor seria cobrado sobre o valor total da</p><p>venda e incluído no preço final a ser pago pelo comprador.</p><p>145</p><p>Esse lançamento contábil seria:</p><p>Crédito: Receita com vendas: R$ 5.000,00</p><p>Débito: Clientes: R$ 5.000,00</p><p>Débito: ICMS (conta redutora de receita) R$ 850,00</p><p>Crédito: ICMS a pagar: R$ 850,00</p><p>Em geral, a legislação tributária aplicada ao agronegócio é uma importante</p><p>ferramenta para regulamentar o setor e garantir que os agricultores possam produzir</p><p>e comercializar seus produtos de maneira eficiente e rentável. Ao mesmo tempo, a</p><p>legislação tributária também é importante para garantir que os agricultores cumpram</p><p>suas obrigações fiscais e contribuam para o desenvolvimento econômico do país.</p><p>3 IMPOSTOS SOBRE A PROPRIEDADE TERRITORIAL (ITR)</p><p>O Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (ITR) é um imposto cobrado</p><p>sobre a propriedade de terras rurais no Brasil. Ele é cobrado anualmente pelo governo</p><p>federal e é destinado a financiar programas sociais e de desenvolvimento econômico.</p><p>O ITR é cobrado com base na área da propriedade rural e na renda bruta obtida</p><p>pelo proprietário. A alíquota varia de 0,2% a 2% e pode ser ajustada anualmente. Além</p><p>disso, existem incentivos fiscais para a produção agrícola, o que pode resultar em uma</p><p>alíquota mais baixa de ITR para os produtores agrícolas.</p><p>A cobrança do ITR é importante para arrecadar receitas para o governo e para</p><p>financiar programas sociais e de desenvolvimento econômico. No entanto, a alta carga</p><p>tributária pode ser um desafio para os proprietários de terras rurais, especialmente para</p><p>aqueles que já enfrentam altos custos de manutenção e baixos preços de venda.</p><p>No geral, o ITR é um imposto cobrado sobre a propriedade de terras rurais no</p><p>Brasil e é importante para arrecadar receitas para o governo e financiar programas</p><p>sociais e de desenvolvimento econômico. No entanto, a alta carga tributária pode ser</p><p>um desafio para os proprietários de terras rurais.</p><p>3.1 FATO GERADOR DE ITR E QUEM ESTÁ IMUNE E ISENTO.</p><p>A lei n° 9.393 de 19 de dezembro de 1996 (BRASIL, 1996) dispõe sobre o ITR, e já</p><p>em sua primeira seção trata do fato gerador do ITR, esse conceito é importante pois, o</p><p>que literalmente dita a contabilidade é o fato gerador dos fatos. Logo a lei diz que:</p><p>146</p><p>Do Fato Gerador do ITR</p><p>Defi nição</p><p>Art. 1º O Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural - ITR, de</p><p>apuração anual, tem como fato gerador a propriedade, o domínio útil</p><p>ou a posse de imóvel por natureza, localizado fora da zona urbana do</p><p>município, em 1º de janeiro de cada ano.</p><p>§ 1º O ITR incide inclusive sobre o imóvel declarado de interesse social</p><p>para fi ns de reforma agrária, enquanto não transferida a propriedade,</p><p>exceto se houver imissão</p><p>prévia na posse.</p><p>§ 2º Para os efeitos desta Lei, considera-se imóvel rural a área</p><p>contínua, formada de uma ou mais parcelas de terras, localizada na</p><p>zona rural do município.</p><p>§ 3º O imóvel que pertencer a mais de um município deverá ser</p><p>enquadrado no município onde fi que a sede do imóvel e, se esta não</p><p>existir, será enquadrado no município onde se localize a maior parte</p><p>do imóvel.</p><p>Um exemplo de fato gerador do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (ITR)</p><p>seria a propriedade de uma fazenda de 100 hectares de terras rurais. Se o proprietário</p><p>da fazenda é uma pessoa física e a renda bruta obtida pela fazenda é de R$ 200.000,00</p><p>por ano, então ele seria obrigado a pagar o ITR sobre essa propriedade.</p><p>A alíquota do ITR é estabelecida anualmente e pode variar de 0,2% a 2% do valor</p><p>venal da propriedade rural. No exemplo acima, se a alíquota for de 1%, então o valor a ser</p><p>pago de ITR seria de R$ 2.000,00 (1% de R$ 200.000,00). Esse lançamento contábil seria:</p><p>Crédito: ITR a pagar: R$ 2.000,00</p><p>Débito: Despesa com ITR: R$ 2.000,00</p><p>Existem muitas curiosidades interessantes sobre proprietários de terras em</p><p>todo o mundo. Aqui estão algumas delas:</p><p>• Propriedade de terras concentrada: Em muitos países, incluindo o Brasil,</p><p>a propriedade de terras é concentrada em poucas mãos. Isso signifi ca</p><p>que uma pequena porcentagem da população controla uma grande</p><p>porcentagem da terra.</p><p>• Propriedade de terras por mulheres: Em muitos países, as mulheres</p><p>enfrentam barreiras para acessar e controlar a terra, incluindo leis e</p><p>tradições discriminatórias. No entanto, há também muitos exemplos</p><p>de mulheres proprietárias de terras bem-sucedidas e líderes em todo o</p><p>mundo.</p><p>• Propriedade de terras por comunidades indígenas: Em muitos países, as</p><p>comunidades indígenas enfrentam desafi os para preservar e proteger</p><p>suas terras e recursos naturais. No entanto, há também exemplos de</p><p>comunidades indígenas bem-sucedidas na gestão de suas terras e</p><p>recursos.</p><p>INTERESSANTE</p><p>147</p><p>No que tange a imunidade a Lei n° 9.393 de 19 de dezembro de 1996 diz que:</p><p>Imunidade</p><p>Art. 2º Nos termos do art. 153, § 4º, in fine, da Constituição, o imposto</p><p>não incide sobre pequenas glebas rurais, quando as explore, só ou</p><p>com sua família, o proprietário que não possua outro imóvel.</p><p>Parágrafo único. Para os efeitos deste artigo, pequenas glebas rurais</p><p>são os imóveis com área igual ou inferior a :</p><p>I - 100 ha, se localizado em município compreendido na Amazônia</p><p>Ocidental ou no Pantanal mato-grossense e sul-mato-grossense;</p><p>II - 50 ha, se localizado em município compreendido no Polígono das</p><p>Secas ou na Amazônia Oriental;</p><p>III - 30 ha, se localizado em qualquer outro município.</p><p>Seção II</p><p>Da Isenção</p><p>Art. 3º São isentos do imposto:</p><p>I - o imóvel rural compreendido em programa oficial de reforma agrária,</p><p>caracterizado pelas autoridades competentes como assentamento,</p><p>que, cumulativamente, atenda aos seguintes requisitos:</p><p>a) seja explorado por associação ou cooperativa de produção;</p><p>b) a fração ideal por família assentada não ultrapasse os limites</p><p>estabelecidos no artigo anterior;</p><p>c) o assentado não possua outro imóvel.</p><p>II - o conjunto de imóveis rurais de um mesmo proprietário, cuja área</p><p>total observe os limites fixados no parágrafo único do artigo anterior,</p><p>desde que, cumulativamente, o proprietário:</p><p>a) o explore só ou com sua família, admitida ajuda eventual de</p><p>terceiros;</p><p>b) não possua imóvel urbano (BRASIL, 1996).</p><p>Qual a diferença entre imune e isento no que tange a cobrança de tributos?</p><p>A diferença entre “imune” e “isento” no que diz respeito à cobrança de tributos</p><p>é que “imune” significa que uma pessoa ou entidade não precisa pagar</p><p>determinado tributo, enquanto “isento” significa que uma pessoa ou entidade</p><p>tem direito a uma dispensa parcial ou total de pagamento de um tributo.</p><p>NOTA</p><p>Em outras palavras, a imunidade tributária é uma isenção absoluta e permanente</p><p>do pagamento de tributos, enquanto a isenção tributária é uma dispensa temporária</p><p>ou parcial do pagamento de tributos. Além disso, a imunidade tributária é geralmente</p><p>concedida por lei ou tratado internacional, enquanto a isenção tributária pode ser</p><p>concedida por lei ou por regulamentos administrativos.</p><p>Por exemplo, instituições financeiras internacionais, como o Banco Mundial e</p><p>o Fundo Monetário Internacional, geralmente são consideradas imunes aos tributos</p><p>de outros países, enquanto determinados tipos de renda, como doações para fins</p><p>filantrópicos, podem ser isentos de impostos de renda.</p><p>148</p><p>Voltando ao que foi comentado na legislação, precisamos entender alguns</p><p>termos como as glebas rurais são extensões de terra destinadas à agricultura, pecuária</p><p>ou outra atividade rural. Elas podem ser propriedades particulares ou pertencer ao</p><p>Estado e são usadas para a produção de alimentos, madeira, entre outros recursos</p><p>naturais.</p><p>As glebas rurais podem ser de diversos tamanhos, desde pequenos lotes de terra até</p><p>grandes propriedades. Elas são importantes para a economia de muitos países, especialmente</p><p>em regiões agrícolas, onde a agricultura é uma das principais fontes de renda.</p><p>No Brasil, a legislação que regulamenta as glebas rurais é a Lei de Terras, que</p><p>define regras para a aquisição, uso e posse de terras no campo. Essa lei visa garantir a</p><p>regularização fundiária no meio rural, proteger os direitos dos agricultores e fomentar o</p><p>desenvolvimento agrícola do país.</p><p>3.2 REFORMA AGRÁRIA</p><p>A Reforma Agrária é um processo político e social que tem como objetivo</p><p>corrigir as desigualdades na distribuição de terra e promover a justiça social no meio</p><p>rural. O processo envolve a reforma da estrutura fundiária, a redistribuição de terras</p><p>para agricultores sem-terra ou com pouca terra e o desenvolvimento de políticas para</p><p>o setor agrícola.</p><p>No Brasil, a Reforma Agrária é regulamentada por leis e regulamentos, como</p><p>o Decreto n° 91.766 de 1985 (BRASIL, 1985), também conhecido como o “Decreto da</p><p>Reforma Agrária”. Esse decreto regulamentou a reforma agrária no Brasil, estabelecendo</p><p>regras para a aquisição, posse e uso de terra no campo. Além disso, o decreto criou</p><p>o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA), responsável por</p><p>implementar e fiscalizar a reforma agrária no país.</p><p>O Decreto n° 91.766 de 1985 foi uma importante medida para promover a</p><p>justiça social no meio rural, mas ainda hoje há desafios e limitações na implementação</p><p>da Reforma Agrária no Brasil. Alguns dos principais desafios incluem a falta de terra</p><p>disponível para reforma, a resistência de proprietários de terra, a falta de recursos</p><p>financeiros e a falta de políticas eficazes para o desenvolvimento rural.</p><p>Apesar desses desafios, a Reforma Agrária continua sendo uma importante</p><p>pauta política e social no Brasil e em muitos outros países, com o objetivo de garantir a</p><p>justiça social no meio rural e promover o desenvolvimento econômico e social da região.</p><p>O Decreto n° 91.766 de 1985, também conhecido como o “Decreto da Reforma</p><p>Agrária”, estabeleceu as regras para a Reforma Agrária no Brasil e estabeleceu os</p><p>seguintes pontos principais (BRASIL, 1985):</p><p>149</p><p>• Criação do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA): o</p><p>decreto criou o INCRA, responsável por implementar e fi scalizar a Reforma</p><p>Agrária no Brasil.</p><p>• Distribuição de terras para agricultores sem-terra: o decreto estabeleceu a</p><p>obrigatoriedade de distribuição de terras para agricultores sem-terra ou com</p><p>pouca terra, com o objetivo de corrigir as desigualdades na distribuição de terra</p><p>no meio rural.</p><p>• Regularização fundiária: o decreto estabeleceu regras para a regularização</p><p>fundiária de glebas rurais, incluindo a defi nição de critérios para identifi cação de</p><p>áreas passíveis de reforma agrária e a obrigatoriedade de registro e regularização</p><p>das terras.</p><p>• Desapropriação de terras improdutivas: o decreto estabeleceu a possibilidade</p><p>de desapropriação de terras improdutivas ou mal utilizadas, com o objetivo de</p><p>destiná-las à Reforma Agrária.</p><p>• Fomento do desenvolvimento rural: o decreto</p><p>estabeleceu medidas para o</p><p>fomento do desenvolvimento rural, incluindo o apoio ao agricultor, a promoção</p><p>de investimentos no setor agrícola e o desenvolvimento de infraestrutura e</p><p>serviços públicos na região.</p><p>Vários países também possuem políticas de reforma agrária, uns mais</p><p>agressivos que outros, por exemplo A Reforma Agrária na China foi um</p><p>processo político e social que ocorreu a partir da década de 1950, com o</p><p>objetivo de modernizar a agricultura e corrigir as desigualdades na distribuição</p><p>de terra. A Reforma Agrária na China foi dividida em duas fases: a primeira</p><p>fase, que ocorreu a partir de 1950, enfatizou a coletivização da agricultura e a</p><p>criação de cooperativas agrícolas; e a segunda fase, a partir de 1978, enfatizou</p><p>a privatização da terra e o incentivo à produção individual.</p><p>INTERESSANTE</p><p>Na primeira fase da Reforma Agrária, as terras foram confi scadas dos</p><p>proprietários de terras e dadas a cooperativas agrícolas, que eram responsáveis por</p><p>cultivar e distribuir os alimentos. No entanto, esta primeira fase foi marcada por desafi os,</p><p>como a falta de incentivo para a produção agrícola e a inefi ciência das cooperativas</p><p>agrícolas.</p><p>Na segunda fase da Reforma Agrária, a China começou a incentivar a produção</p><p>individual, permitindo que os agricultores tenham propriedade sobre as terras que</p><p>cultivavam. Esta segunda fase da Reforma Agrária foi marcada por um aumento na</p><p>produção agrícola e no bem-estar dos agricultores, e ajudou a transformar a China em</p><p>uma das maiores potências agrícolas do mundo.</p><p>150</p><p>Voltando ao contexto nacional, vale ressaltarmos qual a composição do Instituto</p><p>Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) sendo ela:</p><p>• Diretoria-Geral: a Diretoria-Geral é o órgão máximo de administração do</p><p>INCRA, responsável por coordenar as atividades da instituição e garantir a</p><p>implementação da Reforma Agrária no país.</p><p>• Secretaria Executiva: a Secretaria Executiva é responsável por prestar apoio</p><p>administrativo e técnico à Diretoria-Geral e aos demais órgãos do INCRA.</p><p>• Superintendência de Desenvolvimento Rural: a Superintendência de</p><p>Desenvolvimento Rural é responsável por fomentar o desenvolvimento rural,</p><p>incluindo o apoio ao agricultor, a promoção de investimentos no setor agrícola e</p><p>o desenvolvimento de infraestrutura e serviços públicos na região.</p><p>• Superintendência de Regularização Fundiária: a Superintendência de</p><p>Regularização Fundiária é responsável por regularizar a situação fundiária de</p><p>glebas rurais, incluindo a identificação de áreas passíveis de reforma agrária e o</p><p>registro e regularização das terras.</p><p>• Superintendência de Proteção ao Meio Ambiente: a Superintendência de Proteção</p><p>ao Meio Ambiente é responsável por garantir a preservação e conservação do</p><p>meio ambiente e a utilização sustentável das terras.</p><p>• Superintendência de Pesquisa e Desenvolvimento: a Superintendência de</p><p>Pesquisa e Desenvolvimento é responsável por conduzir pesquisas e desenvolver</p><p>tecnologias para melhorar a produção agrícola e promover o desenvolvimento</p><p>rural.</p><p>Essa é apenas uma amostra das unidades e órgãos que compõem o INCRA.</p><p>A instituição também inclui outros órgãos e unidades responsáveis por diferentes</p><p>atividades e funções, todos trabalhando em conjunto para implementar e fiscalizar a</p><p>Reforma Agrária no Brasil.</p><p>Uma das realizações mais importantes da Reforma Agrária no Brasil foi a distribuição</p><p>de terras para agricultores sem-terra ou com pouca terra. Desde a criação do Instituto</p><p>Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) em 1965, muitas glebas rurais foram</p><p>identificadas e distribuídas para agricultores sem-terra, ajudando a corrigir as desigualdades</p><p>na distribuição de terra e a promover o desenvolvimento econômico e social da região.</p><p>Outro avanço importante da Reforma Agrária foi a regularização fundiária de</p><p>glebas rurais. O INCRA tem trabalhado para identificar áreas passíveis de reforma agrária</p><p>e regularizar a situação fundiária dessas áreas, garantindo a posse da terra para os</p><p>agricultores e promovendo o desenvolvimento agrícola.</p><p>Em resumo, a Reforma Agrária no Brasil tem alcançado resultados significativos</p><p>na correção das desigualdades na distribuição de terra, no desenvolvimento agrícola</p><p>e no bem-estar dos agricultores. Embora ainda haja desafios a serem enfrentados, a</p><p>Reforma Agrária tem sido uma importante iniciativa para promover a justiça social no</p><p>151</p><p>meio rural e o desenvolvimento econômico e social da região.</p><p>3.3 PAGAMENTO DO ITR</p><p>No que tange o pagamento do ITR, a Lei n° 9.393 de 19 de dezembro de 1996 diz que:</p><p>Valor do Imposto</p><p>Art. 11. O valor do imposto será apurado aplicando-se sobre o Valor</p><p>da Terra Nua Tributável - VTNt a alíquota correspondente, prevista</p><p>no Anexo desta Lei, considerados a área total do imóvel e o Grau de</p><p>Utilização - GU.</p><p>Prazo</p><p>Art. 12. O imposto deverá ser pago até o último dia útil do mês fixado</p><p>para a entrega do DIAT.</p><p>Parágrafo único. À opção do contribuinte, o imposto a pagar poderá</p><p>ser parcelado em até três quotas iguais, mensais e consecutivas,</p><p>observando-se que:</p><p>I - nenhuma quota será inferior a R$ 50,00 (cinqüenta reais);</p><p>II - a primeira quota ou quota única deverá ser paga até a data fixada</p><p>no caput</p><p>Pagamento Fora do Prazo</p><p>Art. 13. O pagamento do imposto fora dos prazos previstos nesta Lei</p><p>será acrescido de:</p><p>I - multa de mora calculada à taxa de 0,33% (zero vírgula trinta e</p><p>três por cento), por dia de atraso, não podendo ultrapassar 20% (vinte</p><p>por cento), calculada a partir do primeiro dia subseqüente ao do</p><p>vencimento do prazo previsto para o pagamento do imposto até o</p><p>dia em que ocorrer o seu pagamento;</p><p>II - juros de mora calculados à taxa a que se refere o art. 12, parágrafo</p><p>único, inciso III, a partir do primeiro dia do mês subseqüente ao</p><p>vencimento do prazo até o mês anterior ao do pagamento, e de 1%</p><p>(um por cento) no mês do pagamento (BRASIL, 1996).</p><p>Vamos criar um cenário hipotético para ilustrar o cálculo do imposto e eventuais</p><p>acréscimos por atraso no pagamento, com base no trecho da lei fornecido. Suponhamos</p><p>que temos as seguintes informações:</p><p>• Valor da Terra Nua Tributável (VTNt): R$ 100.000,00</p><p>• Alíquota: 2%</p><p>• Grau de Utilização (GU): não mencionado (não afeta o cálculo neste exemplo)</p><p>• Área total do imóvel: não mencionado (não afeta o cálculo neste exemplo)</p><p>• Prazo para pagamento do imposto: 30 de abril</p><p>• Data de pagamento efetuado: 20 de maio</p><p>• Cálculo do imposto:</p><p>• Imposto = VTNt x Alíquota = R$ 100.000,00 x 2% = R$ 2.000,00</p><p>O contribuinte decide parcelar o imposto em três quotas iguais:</p><p>152</p><p>Quota = Imposto / 3 = R$ 2.000,00 / 3 = R$ 666,67 (arredondado)</p><p>A primeira quota deveria ser paga até o último dia útil do mês fixado para a</p><p>entrega do DIAT, ou seja, 30 de abril. Porém, o pagamento foi efetuado em 20 de maio,</p><p>com 20 dias de atraso.</p><p>Cálculo da multa de mora:</p><p>Multa de mora = 0,33% x Dias de atraso x Valor da quota = 0,33% x 20 x R$</p><p>666,67 = R$ 43,99</p><p>Como a multa de mora não ultrapassou 20% do valor da quota, ela será aplicada.</p><p>Cálculo dos juros de mora:</p><p>Juros de mora = 1% x Valor da quota = 1% x R$ 666,67 = R$ 6,67</p><p>Total a pagar na primeira quota com acréscimos:</p><p>Total = Valor da quota + Multa de mora + Juros de mora = R$ 666,67 + R$ 43,99</p><p>+ R$ 6,67 = R$ 717,33</p><p>Lançamentos contábeis:</p><p>Reconhecimento do imposto a pagar</p><p>Débito: Despesa com Imposto (Conta de Resultado) - R$ 2.000,00</p><p>Crédito: Impostos a Pagar (Passivo Circulante) - R$ 2.000,00</p><p>Pagamento da primeira quota com acréscimos (20 de maio)</p><p>Débito: Impostos a Pagar (Passivo Circulante) - R$ 666,67</p><p>Débito: Multa e Juros por Atraso (Conta de Resultado) - R$ 50,66 (R$ 43,99 de</p><p>multa de mora + R$ 6,67 de juros de mora)</p><p>Crédito: Caixa/Banco (Ativo Circulante) - R$ 717,33</p><p>Pagamento da segunda quota (último dia útil do mês subsequente)</p><p>Débito: Impostos a Pagar (Passivo Circulante) - R$ 666,67</p><p>Crédito: Caixa/Banco (Ativo Circulante) - R$ 666,67</p><p>Pagamento da terceira quota (último dia útil do segundo mês</p><p>subsequente)</p><p>153</p><p>Débito: Impostos a Pagar (Passivo Circulante)</p><p>- R$ 666,66</p><p>Crédito: Caixa/Banco (Ativo Circulante) - R$ 666,66</p><p>Resumo dos lançamentos:</p><p>• O imposto total a pagar foi reconhecido como uma despesa e registrado no</p><p>passivo como uma obrigação a ser paga.</p><p>• Ao pagar a primeira quota com acréscimos, o valor foi reduzido do passivo e a</p><p>despesa com multa e juros por atraso foi registrada na conta de resultado.</p><p>• O pagamento da segunda e terceira quotas foi realizado dentro do prazo, sem</p><p>acréscimos, e os valores foram deduzidos do passivo e registrados como saída</p><p>de recursos do caixa ou banco.</p><p>• Ao final desse processo, o valor total do imposto e seus acréscimos foi registrado</p><p>e pago, e a conta “Impostos a Pagar” no passivo circulante foi zerada.</p><p>• É importante lembrar que o pagamento do ITR é obrigatório e a falta de</p><p>pagamento pode resultar em sanções e multas. Portanto, é importante que os</p><p>proprietários de glebas rurais estejam atentos às obrigações fiscais e garantam</p><p>o pagamento correto e em dia do ITR.</p><p>Ao longo deste tema de aprendizagem, exploramos diversos tópicos essenciais</p><p>para a compreensão do setor e sua complexidade. Iniciamos com as definições de</p><p>agricultura e agronegócio, onde aprendemos sobre a importância destas atividades e</p><p>como elas impactam a economia e a sociedade. Em seguida, analisamos os segmentos</p><p>do agronegócio, identificando os diferentes elos da cadeia produtiva e suas inter-relações.</p><p>Aprofundamos nossos conhecimentos sobre a legislação tributária aplicada</p><p>ao agronegócio, com destaque para a Lei nº 12.973 de 13 de maio de 2014 (BRASIL,</p><p>2014), que estabelece as regras de tributação para pessoas físicas e jurídicas no setor.</p><p>Discutimos também o Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (ITR), seu fato</p><p>gerador, e os casos de imunidade e isenção.</p><p>Adicionalmente, abordamos a Reforma Agrária, um tema relevante e controverso</p><p>que envolve a distribuição de terras e questões sociais. Por fim, estudamos o pagamento</p><p>do ITR, que é crucial para a manutenção e desenvolvimento de políticas públicas</p><p>voltadas ao setor agropecuário.</p><p>No próximo tema, “Aplicação das Normas de Contabilidade ao Agronegócio”,</p><p>iremos unir os conhecimentos adquiridos neste curso com os princípios e práticas</p><p>contábeis aplicáveis ao setor. Essa integração é fundamental para entender como</p><p>a contabilidade contribui para a gestão financeira e estratégica dos negócios no</p><p>agronegócio, garantindo o cumprimento das obrigações fiscais e a geração de</p><p>informações relevantes para a tomada de decisões.</p><p>154</p><p>RESUMO DO TÓPICO 1</p><p>Neste tópico, você aprendeu:</p><p>• Compreendeu a importância de assimilar os fundamentos do agronegócio, haja vista</p><p>que entender os fundamentos de um setor é o mesmo que entender a dinâmica</p><p>no setor, sendo este passo de suma importância para a contabilidade aplicada ao</p><p>segmento.</p><p>• Entendeu sobre as legislações que regem o agronegócio no que tange à tributação.</p><p>Sabemos que a carga tributária no Brasil é elevada, além de suas legislações</p><p>serem complexas, porém, faz-se necessário que o contador compreenda quais os</p><p>principais pontos tributários do segmento para que o planejamento tributário saia</p><p>de forma eficiente.</p><p>• Assimilou sobre o Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural - ITR e seu impacto</p><p>nas atividades rurais, além de entender a diferença entre pessoas jurídicas que são</p><p>imunes das que são isentas.</p><p>• Compreendeu sobre a reforma agrária e seu contexto no Brasil. Sabemos que</p><p>esta discussão é complexa, nosso intuito foi apresentar o que realmente foi feito e</p><p>como isso impacta na atividade da contabilidade, independente de viés político e</p><p>ideológico.</p><p>155</p><p>AUTOATIVIDADE</p><p>1. A atividade rural é importante por sua contribuição para a segurança alimentar, o</p><p>desenvolvimento econômico, a conservação do meio ambiente e a integração social. Por</p><p>isso, é fundamental que sejam investidos recursos e esforços para garantir a viabilidade</p><p>e sustentabilidade desta atividade no futuro.</p><p>Sobre a diferença entre agricultura e agronegócio, assinale a alternativa CORRETA:</p><p>a) ( ) A agricultura é uma atividade econômica voltada para a produção de alimentos,</p><p>enquanto o agronegócio é o conjunto de atividades econômicas relacionadas à</p><p>produção agrícola.</p><p>b) ( ) O agronegócio é uma atividade econômica voltada para a produção de</p><p>alimentos, enquanto a agricultura é o conjunto de atividades econômicas</p><p>relacionadas à produção agrícola.</p><p>c) ( ) A agricultura é uma atividade econômica voltada para a produção de bens</p><p>de consumo, enquanto o agronegócio é o conjunto de atividades econômicas</p><p>relacionadas à produção agrícola.</p><p>d) ( ) O agronegócio é uma atividade econômica voltada para a produção de bens</p><p>de consumo, enquanto a agricultura é o conjunto de atividades econômicas</p><p>relacionadas à produção agrícola.</p><p>2. O acúmulo de terras refere-se ao processo pelo qual pequenos agricultores são</p><p>expulsos de suas terras ou ficam sem acesso a elas, enquanto grandes extensões</p><p>de terra são concentradas nas mãos de poucas pessoas ou empresas. Este processo</p><p>é uma consequência da globalização e da liberalização dos mercados agrícolas,</p><p>que incentivam a produção agrícola em larga escala para atender às demandas</p><p>de exportação. Com base no acúmulo de terras e na reforma agrária, analise as</p><p>sentenças a seguir:</p><p>I- A reforma agrária no Brasil foi iniciada na década de 1960.</p><p>II- A reforma agrária no Brasil teve como objetivo principal a distribuição de terras para</p><p>os agricultores sem-terra.</p><p>III- A reforma agrária no Brasil não teve sucesso em atingir seus objetivos.</p><p>Assinale a alternativa CORRETA:</p><p>a) ( ) Somente a sentença I está correta.</p><p>b) ( ) Somente a sentença I e III está correta.</p><p>c) ( ) As sentenças I e II estão corretas.</p><p>d) ( ) Somente a sentença III está correta.</p><p>156</p><p>3. O Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (ITR) é uma taxa cobrada sobre a</p><p>propriedade de terras rurais no Brasil. Ele foi criado em 1963 como uma forma de</p><p>arrecadar receita para o governo federal, visando financiar projetos agrícolas e rurais,</p><p>além de promover a reforma agrária. Sobre o ITR, classifique V para as sentenças</p><p>verdadeiras e F para as falsas:</p><p>(    ) O ITR é cobrado apenas de propriedades rurais.</p><p>(    ) O ITR é cobrado semestralmente.</p><p>(    ) O valor do ITR é determinado pela área da propriedade rural.</p><p>Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:</p><p>a) (    ) V – F – F.</p><p>b) (    ) V – F – V.</p><p>c) (    ) F – V – F.</p><p>d) (    ) F – F – V.</p><p>4. Ao longo dos anos, o ITR tem sido alvo de debates e críticas, especialmente quanto</p><p>à sua eficiência na arrecadação de recursos e na promoção da reforma agrária. No</p><p>entanto, ele continua a ser uma fonte importante de receita para o governo federal</p><p>e é considerado um dos principais instrumentos para regulamentar a propriedade</p><p>de terras rurais no Brasil. Disserte sobre pessoas jurídicas imunes e isentas de</p><p>pagamento de Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (ITR).</p><p>5. Agora, no que tange pesquisas, ou mais precisamente pesquisas agrícolas que se</p><p>caracteriza como uma área crucial para o desenvolvimento e a modernização da</p><p>agricultura, tanto no Brasil quanto no mundo. A pesquisa agrícola tem como objetivo</p><p>encontrar novas soluções para os desafios enfrentados pelos agricultores, incluindo</p><p>a produção de alimentos em quantidade suficiente para atender à crescente</p><p>demanda da população global, bem como a produção de alimentos de alta qualidade</p><p>e sustentáveis.</p><p>Neste contexto, disserte sobre os benefícios e malefícios das pesquisas agrícolas e uso</p><p>da tecnologia no agronegócio.</p><p>157</p><p>APLICAÇÃO DAS NORMAS DE</p><p>CONTABILIDADE AO AGRONEGÓCIO</p><p>UNIDADE 3 TÓPICO 2</p><p>1 INTRODUÇÃO</p><p>Acadêmico, no Tema de Aprendizagem 2, abordaremos a aplicação das normas</p><p>de contabilidade ao agronegócio, haja vista que a contabilidade é uma ferramenta</p><p>fundamental para o sucesso de qualquer empresa, incluindo o agronegócio.</p><p>As normas de contabilidade são um conjunto de regras e princípios que orientam</p><p>a forma como as informações financeiras de uma empresa são registradas, consolidadas</p><p>e apresentadas.</p><p>A aplicação dessas normas é fundamental para que as informações</p><p>financeiras sejam confiáveis, comparáveis e úteis para a tomada de decisões.</p><p>No agronegócio, a contabilidade é ainda mais importante, pois é uma atividade</p><p>com características específicas, como a temporalidade das operações, a complexidade</p><p>dos insumos e a interação com o meio ambiente. As normas de contabilidade permitem</p><p>que as informações financeiras sejam registradas de forma adequada e que a empresa</p><p>possa avaliar sua situação financeira, identificar pontos de melhoria e tomar decisões</p><p>estratégicas.</p><p>Além disso, as normas de contabilidade também são importantes para a</p><p>transparência e a prestação de contas. A aplicação dessas normas garante que as</p><p>informações financeiras sejam claras e confiáveis, o que é fundamental para a confiança</p><p>dos investidores e para a manutenção da credibilidade da empresa.</p><p>Por fim, é importante destacar que a aplicação das normas de contabilidade</p><p>no agronegócio também é fundamental para a conformidade legal. As empresas</p><p>são obrigadas a apresentar as informações financeiras de acordo com as normas</p><p>estabelecidas, o que é importante para evitar sanções e garantir a legalidade da atividade.</p><p>No geral, a aplicação das normas de contabilidade é fundamental para o sucesso e</p><p>a sustentabilidade do agronegócio. As normas garantem a confiabilidade e a transparência</p><p>das informações financeiras, além de assegurar a conformidade legal da atividade. A</p><p>contabilidade é, portanto, uma ferramenta importante para o sucesso e a competitividade</p><p>do agronegócio e aprofundaremos mais neste assunto ao decorrer da unidade.</p><p>158</p><p>2 NORMAS INTERNACIONAIS DE CONTABILIDADE</p><p>APLICADAS AO AGRONEGÓCIO</p><p>A principal norma que rege a atividade agrícola é o Código de Pronunciamento</p><p>Contábil 29 - O CPC 29 “Ativo Biológico e Produto Agrícola” é uma parte importante</p><p>do Conjunto de Procedimentos Contábeis (CPC) que regulamenta a contabilização de</p><p>ativos biológicos e produtos agrícolas para pequenas e médias empresas no Brasil. Esse</p><p>CPC foi desenvolvido pela Comissão de Pronunciamentos Contábeis (CPC) para fornecer</p><p>diretrizes claras e precisas para a contabilização de ativos biológicos, como plantações,</p><p>rebanhos e colônias de animais, e produtos agrícolas, como frutas, verduras, grãos e</p><p>leite.</p><p>A origem do CPC 29 “Ativo Biológico e Produto Agrícola” está relacionada à</p><p>necessidade de padronizar as práticas contábeis para a contabilização desse tipo de</p><p>ativo. Antes da criação desse CPC, as empresas rurais enfrentavam dificuldades para</p><p>apresentar suas informações financeiras de forma clara e confiável, o que prejudicava a</p><p>transparência e a confiabilidade das informações financeiras do setor agrícola.</p><p>O CPC 29 foi desenvolvido a partir da tradução da norma internacional IAS 41</p><p>“Agricultura”, que regulamenta a contabilização de ativos biológicos e produtos agrícolas</p><p>em nível internacional. A norma IAS 41 foi traduzida e adaptada ao contexto brasileiro</p><p>pela CPC, resultando na criação do CPC 29 “Ativo Biológico e Produto Agrícola”.</p><p>Esse CPC regulamenta a contabilização de ativos biológicos e produtos</p><p>agrícolas desde a fase de cultivo ou criação até a venda, incluindo a avaliação dos</p><p>ativos e a contabilização das receitas e despesas relacionadas à produção agrícola.</p><p>Além disso, o CPC 29 também regulamenta a apresentação das informações financeiras</p><p>relacionadas aos ativos biológicos e produtos agrícolas, incluindo o balanço patrimonial,</p><p>a demonstração de resultados e o fluxo de caixa.</p><p>Em geral, o CPC 29 “Ativo Biológico e Produto Agrícola” é uma norma fundamental</p><p>para a contabilização de ativos biológicos e produtos agrícolas no Brasil, que garante a</p><p>confiabilidade e a transparência das informações financeiras do setor agrícola (COMITÊ</p><p>DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS, 2009b).</p><p>159</p><p>2.1 CPC 29 E SEUS PRINCIPAIS ASPECTOS</p><p>O CPC 29 “Ativo Biológico e Produto Agrícola” de 2009 (COMITÊ DE</p><p>PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS, 2009b) traz as seguintes definições:</p><p>• Ativo Biológico: é definido como qualquer organismo vivo ou material biológico</p><p>que seja controlado pelo empreendedor e que tenha a capacidade de produzir</p><p>bens ou serviços futuros. Exemplos incluem plantações, rebanhos, colônias de</p><p>animais etc.</p><p>• Produto Agrícola: é definido como qualquer bem produzido por atividades</p><p>agrícolas ou pecuárias, incluindo frutas, verduras, grãos, leite etc.</p><p>• Produção Agrícola: é definida como o processo de cultivo, criação ou extração</p><p>de bens agrícolas ou pecuários.</p><p>• Receita Agrícola: é definida como a receita obtida a partir da venda de bens</p><p>agrícolas ou pecuários.</p><p>• Despesa Agrícola: é definida como as despesas relacionadas à produção agrícola,</p><p>incluindo insumos, mão de obra etc.</p><p>• Valor Contábil: é definido como o valor pelo qual um ativo biológico ou produto</p><p>agrícola é registrado na contabilidade.</p><p>Alguns exemplos de ativos biológicos incluem:</p><p>• Plantas cultivadas, como árvores frutíferas, flores, cana-de-açúcar etc.</p><p>• Rebanhos de animais, como gado bovino, suíno, ovino etc.</p><p>• Colônias de animais, como abelhas, galinhas etc.</p><p>• Pesca, como peixes, crustáceos, moluscos etc.</p><p>• Criação de animais, como cavalo, cachorro, gato etc.</p><p>• Sementes, mudas, brotos etc.</p><p>• Produtos florestais, como madeira, fibras, resinas etc.</p><p>• Produtos agrícolas, como frutas, verduras, grãos, leite etc.</p><p>Os códigos de pronunciamentos contábeis (CPCs) são traduções das normas</p><p>internacionais de contabilidade feitas pela Comissão de Pronunciamentos</p><p>Contábeis (CPC), órgão ligado ao Conselho Federal de Contabilidade (CFC) no</p><p>Brasil. A CPC tem como objetivo traduzir e adaptar as normas internacionais</p><p>de contabilidade para o contexto brasileiro, visando fornecer diretrizes claras</p><p>e precisas para a contabilização e apresentação das informações financeiras</p><p>pelas empresas.</p><p>NOTA</p><p>160</p><p>É importante destacar que essa norma é aplicável a todos os tipos de ativos</p><p>biológicos, independentemente do tamanho ou natureza da empresa. O reconhecimento</p><p>e a mensuração de ativos biológicos envolvem a identificação e avaliação dos ativos</p><p>biológicos e produtos agrícolas em questão. Aqui estão dois exemplos hipotéticos de</p><p>reconhecimento e mensuração de ativos biológicos com valores incluídos.</p><p>Reconhecimento de Plantas Cultivadas: Imagine que uma empresa tenha</p><p>plantado 100 árvores frutíferas há 2 anos. A empresa estima que as árvores valem</p><p>R$100 cada, levando em conta sua espécie, idade e condições climáticas da região.</p><p>Assim, o valor total do ativo biológico seria de R$10.000 (100 árvores x R$100 cada). O</p><p>lançamento contábil seria:</p><p>Crédito: caixa/banco: R$ 10.000,00</p><p>Débito: Árvores frutíferas em ativos biológicos: R$ 10.000,00</p><p>Mensuração de Rebanhos de Animais: Imagine que uma empresa possua 200</p><p>animais de gado bovino, com uma média de peso de 500 kg cada. A empresa estima</p><p>que cada animal vale R$1.500, levando em conta sua idade, peso, raça e condições de</p><p>saúde. Assim, o valor total do ativo biológico seria de R$300.000 (200 animais x R$1.500</p><p>cada), se a empresa adquiriu esses animais a vista, o lançamento contábil seria:</p><p>Crédito: Caixa/banco – R$ 300.000,00</p><p>Débito: Rebanho gado bovino Ativo biológico – R$ 300.000,00</p><p>Outro fato relevante é que os ativos biológicos podem ser classificados como</p><p>maduros ou imaturos. Um ativo biológico é considerado maduro quando está pronto para</p><p>ser vendido ou colhido. Por exemplo, uma plantação de frutas madura é considerada um</p><p>ativo biológico maduro.</p><p>Por outro lado, um ativo biológico é considerado imaturo quando ainda está</p><p>em desenvolvimento e não está pronto para ser vendido ou colhido. Por exemplo, uma</p><p>plantação de frutas em fase de crescimento é considerada um ativo biológico imaturo.</p><p>A classificação de ativos biológicos como maduros ou imaturos tem implicações</p><p>importantes para a contabilidade e a apresentação das demonstrações financeiras, já</p><p>que os ativos biológicos maduros devem ser mensurados a valor justo, enquanto os</p><p>ativos biológicos imaturos devem ser mensurados ao custo de produção.</p><p>No que</p><p>tange a mensuração ao valor justo, o mesmo é determinado com base</p><p>em fatores como a oferta e a procura, as condições do mercado, a qualidade dos bens</p><p>e a situação econômica geral. Um exemplo de mensuração a valor justo de um ativo</p><p>biológico seria uma empresa que tenha criado 500 colônias de abelhas. A empresa</p><p>estima que cada colônia vale R$100, levando em conta a produção de mel e outros</p><p>produtos da colmeia. No entanto, após uma avaliação a valor justo, a empresa descobre</p><p>161</p><p>que o preço de mercado dessas colônias é de R$150 cada, devido a uma alta procura</p><p>por mel orgânico e outros produtos da apicultura. Assim, o valor justo do ativo biológico</p><p>seria de R$75.000 (500 colônias x R$150 cada).</p><p>Esse exemplo ilustra como a mensuração a valor justo pode diferir do valor</p><p>estimado inicialmente pela empresa, e como é importante avaliar periodicamente os</p><p>ativos biológicos e produtos agrícolas para garantir que as informações financeiras</p><p>sejam precisas e confiáveis.</p><p>Essas informações financeiras são divulgadas por meio das demonstrações</p><p>contábeis e abordaremos este assunto no próximo tópico.</p><p>2.2 - APRESENTAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS</p><p>O CPC 26 é o Código de Pronunciamentos Contábeis que regulamenta as</p><p>demonstrações contábeis obrigatórias para as empresas no Brasil. Este código é</p><p>importante porque estabelece padrões claros e uniformes para a apresentação das</p><p>informações financeiras, garantindo que as demonstrações sejam precisas, confiáveis</p><p>e comparáveis.</p><p>As demonstrações contábeis obrigatórias incluem o balanço patrimonial, a</p><p>demonstração de resultados, a demonstração de fluxo de caixa e a nota explicativa. O</p><p>balanço patrimonial apresenta a posição financeira da empresa em uma data específica,</p><p>mostrando seus ativos, passivos e patrimônio líquido. A demonstração de resultados</p><p>apresenta as receitas, despesas e lucro ou prejuízo da empresa durante um período</p><p>de tempo. A demonstração de fluxo de caixa apresenta as entradas e saídas de caixa</p><p>da empresa durante o período, mostrando como o dinheiro entra e sai da empresa.</p><p>A nota explicativa fornece informações adicionais e detalhes sobre as demonstrações</p><p>contábeis, incluindo políticas contábeis, métodos de avaliação e outros aspectos</p><p>relevantes.</p><p>O CPC 26 é importante porque permite aos investidores, credores e outras</p><p>partes interessadas avaliarem a saúde financeira e a performance de uma empresa.</p><p>Além disso, as demonstrações contábeis obrigatórias fornecem informações valiosas</p><p>para a tomada de decisões internas, incluindo a gestão de risco, a alocação de recursos</p><p>e o planejamento estratégico.</p><p>No geral, o CPC 26 é uma norma fundamental para a contabilidade no Brasil,</p><p>que estabelece padrões claros e uniformes para a apresentação das informações</p><p>financeiras. As demonstrações contábeis obrigatórias, incluindo o balanço patrimonial, a</p><p>demonstração de resultados, a demonstração de fluxo de caixa e a nota explicativa, são</p><p>162</p><p>importantes para a avaliação da saúde financeira e da performance de uma empresa.</p><p>2.3 BALANÇO PATRIMONIAL NO AGRONEGÓCIO</p><p>O balanço patrimonial é uma das principais demonstrações financeiras utilizadas</p><p>para apresentar a posição financeira de uma empresa em uma data específica. Embora</p><p>a estrutura básica do balanço patrimonial seja comum a todos os setores, há algumas</p><p>diferenças importantes entre o balanço patrimonial de uma empresa do agronegócio e</p><p>o de outros setores.</p><p>Algumas dessas diferenças incluem:</p><p>• Tipos de ativos: Empresas do agronegócio frequentemente têm ativos</p><p>específicos, como terras, animais, sementes e insumos agrícolas, que não são</p><p>comuns em outros setores.</p><p>• Valorização dos ativos: A valorização dos ativos biológicos, como plantações</p><p>e animais, pode ser muito diferente da valorização de ativos como imóveis ou</p><p>equipamentos, exigindo uma abordagem diferente na mensuração e registro</p><p>dos valores.</p><p>• Ciclos sazonais: As empresas do agronegócio frequentemente enfrentam ciclos</p><p>sazonais que afetam suas receitas e despesas, o que pode ter um impacto</p><p>significativo em seu balanço patrimonial.</p><p>• Incerteza: As condições climáticas e outras incertezas podem afetar a produção</p><p>agrícola e, consequentemente, a posição financeira da empresa.</p><p>Diante disso, é importante que as empresas do agronegócio sejam cuidadosas</p><p>ao apresentar suas demonstrações financeiras, considerando as particularidades do</p><p>setor e as implicações dessas diferenças na apresentação de seu balanço patrimonial.</p><p>Aqui está um exemplo hipotético que ilustra a diferença entre o balanço</p><p>patrimonial de uma empresa do agronegócio e o de outro setor:</p><p>Balanço Patrimonial - Empresa do Agronegócio:</p><p>Ativos:</p><p>Terras (ativo permanente) R$100.000</p><p>Animais (ativo biológico) R$150.000</p><p>Insumos agrícolas (ativo circulante) R$50.000</p><p>Conta bancária (ativo circulante) R$50.000</p><p>Passivos:</p><p>163</p><p>Empréstimos bancários (passivo circulante) R$100.000</p><p>Patrimônio líquido:</p><p>Capital social (patrimônio líquido) R$250.000</p><p>Balanço Patrimonial - Empresa de Outro Setor:</p><p>Ativos:</p><p>Imóveis (ativo permanente) R$100.000</p><p>Equipamentos (ativo permanente) R$100.000</p><p>Estoque (ativo circulante) R$50.000</p><p>Conta bancária (ativo circulante) R$50.000</p><p>Passivos:</p><p>Empréstimos bancários (passivo circulante) R$100.000</p><p>Patrimônio líquido:</p><p>Capital social (patrimônio líquido) R$200.000</p><p>Esse exemplo ilustra que as empresas do agronegócio têm ativos específicos,</p><p>como terras e animais, que não são comuns em outros setores. Além disso, a valorização</p><p>dos ativos biológicos pode ser muito diferente da valorização de outros ativos, o que</p><p>pode afetar a posição financeira da empresa.</p><p>2.4 DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADO NO AGRONEGÓCIO</p><p>A demonstração de resultados, também conhecida como DRE, é uma</p><p>demonstração financeira importante que apresenta as receitas, despesas e lucro ou</p><p>prejuízo de uma empresa durante um período determinado. Embora a estrutura básica</p><p>da demonstração de resultados seja comum a todos os setores, há algumas diferenças</p><p>importantes entre a demonstração de resultados de uma empresa do agronegócio e a</p><p>de outros setores. A principal delas é a flutuação de preço, pois o preço dos produtos</p><p>agrícolas pode flutuar significativamente devido a fatores como oferta e demanda,</p><p>condições climáticas e políticas governamentais. Isso pode afetar as receitas da</p><p>empresa e, consequentemente, sua demonstração de resultados.</p><p>Aqui está um exemplo hipotético que ilustra a diferença entre a demonstração</p><p>de resultados de uma empresa do agronegócio e a de outro setor:</p><p>Demonstração de Resultados - Empresa do Agronegócio:</p><p>164</p><p>Receitas:</p><p>Venda de produtos agrícolas R$200.000</p><p>Venda de animais R$100.000</p><p>Despesas:</p><p>Custo de produção (insumos agrícolas e mão de obra) R$100.000</p><p>Despesas gerais (energia, água, manutenção) R$50.000</p><p>Lucro Bruto: R$250.000</p><p>Demonstração de Resultados - Empresa de Outro Setor:</p><p>Receitas:</p><p>Venda de produtos R$200.000</p><p>Serviços prestados R$100.000</p><p>Despesas:</p><p>Custo de produção (matérias-primas e mão de obra) R$100.000</p><p>Despesas gerais (energia, água, manutenção) R$50.000</p><p>Lucro Bruto: R$250.000</p><p>Esse exemplo ilustra que, apesar da estrutura básica da demonstração de</p><p>resultados ser comum a todos os setores, as empresas do agronegócio possuem</p><p>receitas e despesas diferenciadas, como a venda de produtos agrícolas e animais, que</p><p>podem afetar o seu desempenho financeiro.</p><p>3 LANÇAMENTOS CONTÁBEIS NO AGRONEGÓCIO</p><p>As empresas do agronegócio realizam os mesmos lançamentos contábeis que</p><p>outras empresas, como vendas, compras, pagamentos de despesas, recebimentos,</p><p>entre outros. No entanto, há algumas transações específicas ao setor agrícola que</p><p>precisam ser consideradas e registradas adequadamente.</p><p>165</p><p>3.1 LANÇAMENTOS NA PRÁTICA</p><p>Agora chegou a hora de realizarmos na prática os lançamentos que envolvem</p><p>empresas rurais. Imagine que a empresa comprou insumos agrícolas, como sementes,</p><p>adubos e defensivos, no valor de R$ 10.000,00. O débito foi registrado na conta de compra</p><p>de insumos agrícolas, enquanto o crédito foi registrado na conta de fornecedores.</p><p>Ficando desta forma:</p><p>Conta Débito: Compra de insumos agrícolas</p><p>Conta Crédito: Fornecedores</p><p>Valor: R$ 10.000,00</p><p>Outro exemplo pode ser uma empresa que vendeu sua produção de mel, no</p><p>valor de R$ 20.000,00. O débito foi registrado na conta de estoque de mel, enquanto o</p><p>crédito foi registrado na conta de receita de vendas de mel. Ficando desta forma:</p><p>Conta Débito: Estoque de mel</p><p>Conta Crédito: Receita de vendas de mel</p><p>Valor: R$ 20.000,00</p><p>Houve vários escândalos contábeis envolvendo empresas do agronegócio ao</p><p>longo dos anos. Alguns exemplos incluem:</p><p>• JBS : em 2017, a JBS, uma das maiores empresas de carnes do mundo,</p><p>admitiu ter realizado pagamentos ilegais a políticos e funcionários públicos</p><p>para obter benefícios fi nanceiros e fi scais. A empresa também foi acusada</p><p>de manipulação de balanços contábeis para ocultar dívidas e aumentar o</p><p>lucro líquido.</p><p>• Monsanto - Em 2002, a Monsanto, uma das maiores empresas de</p><p>sementes e agrotóxicos do mundo, foi acusada de manipulação de</p><p>balanços contábeis para aumentar artifi cialmente o lucro líquido e atrair</p><p>investidores.</p><p>• Archer Daniels Midland (ADM): em 1996, a ADM, uma das maiores empresas</p><p>de processamento de grãos do mundo, foi acusada de manipulação de</p><p>preços e conduta anticompetitiva em suas operações de comércio de soja.</p><p>A empresa também foi acusada de manipulação de balanços contábeis</p><p>para ocultar despesas e aumentar o lucro líquido.</p><p>Esses são apenas alguns exemplos de escândalos contábeis envolvendo</p><p>empresas do agronegócio. Eles ilustram a importância da transparência e da</p><p>integridade das demonstrações fi nanceiras dessas empresas, bem como a</p><p>importância da regulamentação e fi scalização contábil para prevenir práticas</p><p>ilegais e fraudulentas.</p><p>INTERESSANTE</p><p>166</p><p>Agora, imagine que a empresa teve despesas com o cultivo de frutas imaturas,</p><p>no valor de R$ 5.000,00. O débito foi registrado na conta de ativo biológico – frutas</p><p>imaturas, enquanto o crédito foi registrado na conta de despesas com cultivo de frutas</p><p>imaturas. Ficando desta forma:</p><p>Conta Débito: Ativo Biológico - Frutas Imaturas</p><p>Conta Crédito: Despesas com cultivo de frutas imaturas</p><p>Valor: R$ 5.000,00</p><p>Outro exemplo que vale destacar é se a empresa vendeu sua produção de frutas</p><p>maduras, no valor de R$ 10.000,00. O débito foi registrado na conta de receita de vendas</p><p>de frutas maduras, enquanto o crédito foi registrado na conta de ativo biológico - frutas</p><p>maduras. Como ficará este lançamento contábil ?</p><p>Conta Débito: Receita de vendas de frutas maduras</p><p>Conta Crédito: Ativo Biológico - Frutas Maduras</p><p>Valor: R$ 10.000,00</p><p>GIO NOTA</p><p>Algumas empresas do agronegócio possuem capital aberto no Brasil e divulgam</p><p>demonstrações contábeis ao público, podemos citar:</p><p>• JBS S.A.</p><p>• Marfrig Global Foods S.A.</p><p>• Minerva S.A.</p><p>• BRF S.A.</p><p>• SLC Agrícola S.A.</p><p>• Cosan Limited</p><p>• Suzano S.A.</p><p>• Raízen S.A.</p><p>• Fibria Celulose S.A.</p><p>• Louis Dreyfus Company B.V.</p><p>A Fibria Celulose S.A. é uma empresa brasileira com sede em São Paulo, Brasil,</p><p>especializada na produção de celulose de eucalipto. Foi fundada em 2006 com</p><p>a união das empresas Aracruz Celulose S.A. e Votorantim Celulose e Papel S.A.</p><p>Em termos de faturamento, a Fibria tem apresentado resultados positivos ao</p><p>longo dos anos. Em 2020, por exemplo, a empresa obteve um faturamento de</p><p>aproximadamente R$ 10,4 bilhões. A Fibria é uma das maiores produtoras de</p><p>celulose do mundo e exporta seus produtos para mais de 50 países.</p><p>NOTA</p><p>167</p><p>Aqui está um exemplo hipotético e contextualizado de lançamento contábil</p><p>envolvendo celulose, explicando o que a empresa fez para chegar a esses valores:</p><p>Compra de matéria-prima (eucalipto)</p><p>A empresa comprou 100 hectares de eucalipto a um fornecedor por R$</p><p>500.000,00.</p><p>Conta Débito: Matéria-prima (eucalipto)</p><p>Conta Crédito: Fornecedores</p><p>Valor: R$ 500.000,00</p><p>Transformação da matéria-prima em celulose</p><p>A empresa processou e vendeu a matéria-prima adquirida, transformando-a</p><p>em celulose. O custo total da produção foi de R$ 250.000,00, incluindo mão de obra,</p><p>energia elétrica e outros gastos operacionais.</p><p>Conta Débito: Custo da produção</p><p>Conta Crédito: Matéria-prima (eucalipto)</p><p>Valor: R$ 250.000,00</p><p>Venda da celulose para um cliente internacional</p><p>A empresa vendeu a celulose produzida a um cliente estrangeiro por US$</p><p>1.000.000,00, equivalente a R$ 5.000.000,00 na cotação do dia da venda.</p><p>Conta Débito: Clientes (estrangeiros)</p><p>Conta Crédito: Receita de vendas</p><p>Valor: US$ 1.000.000,00 (equivalente a R$ 5.000.000,00)</p><p>Observe que este é apenas um exemplo hipotético e pode variar de acordo com</p><p>as práticas contábeis e as leis fiscais de cada país. Além disso, é importante destacar que</p><p>a conversão de moedas pode afetar o valor dos lançamentos contábeis. É importante</p><p>consultar um contador ou um especialista em contabilidade para garantir a precisão e a</p><p>conformidade dos lançamentos contábeis.</p><p>3.2 RECONHECIMENTO DE ATIVOS BIOLÓGICOS</p><p>Os seguintes requisitos são necessários para reconhecer um ativo biológico:</p><p>• Possibilidade de obtenção de benefícios econômicos futuros: o ativo biológico</p><p>deve ser capaz de gerar benefícios econômicos futuros, como a venda de</p><p>168</p><p>produtos agrícolas ou a produção de madeira.</p><p>• Controle sobre o ativo: a empresa deve ter controle sobre o ativo biológico, ou</p><p>seja, deve ser capaz de direcionar o uso desse ativo e obter seus benefícios</p><p>econômicos futuros.</p><p>• Medição confiável do valor: o valor do ativo biológico deve ser mensurável de</p><p>forma confiável, com base em informações disponíveis e previsões precisas</p><p>sobre a produção e as vendas futuras.</p><p>• Regularidade dos benefícios econômicos futuros: os benefícios econômicos</p><p>futuros do ativo biológico devem ser previsíveis e ocorrer de forma regular.</p><p>• Não deve haver restrições que impeçam o uso ou a venda do ativo: o ativo</p><p>biológico não deve estar sujeito a restrições legais ou regulatórias que impeçam</p><p>o uso ou a venda dele.</p><p>Esses requisitos são aplicáveis a todos os ativos biológicos, independentemente</p><p>da natureza da atividade agrícola ou florestal envolvida. É importante destacar que o</p><p>reconhecimento de um ativo biológico é uma questão de julgamento, e que as empresas</p><p>precisam avaliar cuidadosamente se estes requisitos são atendidos antes de reconhecer</p><p>um ativo biológico em seus livros contábeis.</p><p>Imagine a seguinte situação: A empresa X comprou 100 hectares de terra para</p><p>cultivo de eucalipto com o objetivo de produzir madeira para exportação. No entanto, a</p><p>terra adquirida está sujeita a restrições ambientais que impedem o corte de árvores na</p><p>área.</p><p>Nesse caso, a empresa X não pode reconhecer a terra como um ativo biológico,</p><p>pois não atende ao requisito nº 5 da norma, que exige que não haja restrições que</p><p>impeçam o uso ou a venda do ativo.</p><p>A empresa X deve avaliar cuidadosamente se os requisitos para reconhecimento</p><p>de um ativo biológico estão sendo atendidos antes de registrar o item em seus livros</p><p>contábeis. Se não for possível atender a todos os requisitos, a terra não pode ser</p><p>reconhecida como um ativo biológico.</p><p>Um outro exemplo é: a empresa Y comprou 100 hectares de terra para cultivo</p><p>de frutas. No entanto, a empresa não tem controle sobre a terra, pois a mesma está</p><p>alugada por um período limitado de 5 anos.</p><p>Nesse caso, a empresa Y não pode reconhecer a terra como um ativo biológico,</p><p>pois não atende ao requisito nº 2, que exige que a empresa tenha controle sobre o ativo.</p><p>A empresa Y deve avaliar cuidadosamente se os requisitos para reconhecimento</p><p>de um ativo biológico estão sendo atendidos antes de registrar o item em seus livros</p><p>contábeis. Se não for possível atender a todos os requisitos, a terra não pode ser</p><p>reconhecida como um ativo biológico.</p><p>169</p><p>3.3 PRINCIPAIS EVIDENCIAÇÕES CONTÁBEIS ANTES</p><p>DA CONVERGÊNCIA ÀS NORMAS INTERNACIONAIS DE</p><p>CONTABILIDADE</p><p>Antes do surgimento do CPC 29 (Comitê de Pronunciamentos Contábeis 29),</p><p>as normas contábeis brasileiras não possuíam diretrizes claras e específicas para o</p><p>reconhecimento de ativos biológicos. Dessa forma, a contabilização desses</p><p>ativos</p><p>dependia de uma análise subjetiva e de julgamento por parte das empresas, o que poderia</p><p>levar a diferenças na contabilização de ativos similares entre diferentes empresas.</p><p>Com o surgimento do CPC 29, as normas contábeis brasileiras passaram</p><p>a possuir diretrizes claras e específicas para o reconhecimento de ativos biológicos,</p><p>tornando a contabilização desses ativos mais objetiva e consistente. Além disso, o CPC</p><p>29 estabeleceu critérios claros para o reconhecimento de ativos biológicos, incluindo</p><p>requisitos como a possibilidade de obtenção de benefícios econômicos futuros, o</p><p>controle sobre o ativo, a medição confiável do valor e a regularidade dos benefícios</p><p>econômicos futuros.</p><p>Um exemplo real de como o CPC 29 afetou o reconhecimento de ativos</p><p>biológicos é a empresa de celulose X. Antes do CPC 29, a empresa registrava as florestas</p><p>plantadas como ativos biológicos com base em estimativas subjetivas dos benefícios</p><p>econômicos futuros. No entanto, após o surgimento do CPC 29, a empresa teve que</p><p>seguir os critérios claros e específicos estabelecidos pelo comitê para o reconhecimento</p><p>de ativos biológicos, o que resultou em uma contabilização mais precisa e confiável dos</p><p>ativos.</p><p>Ao concluir o tema de aprendizado, é possível afirmar que o CPC 29 é de grande</p><p>importância para o setor do agronegócio. Ela estabelece critérios e diretrizes específicas</p><p>para a mensuração, reconhecimento e divulgação de informações relacionadas aos</p><p>ativos biológicos e aos produtos agrícolas.</p><p>Ao longo da matéria, exploramos os principais conceitos e definições do CPC 29,</p><p>como a distinção entre ativos biológicos e produtos agrícolas, as etapas de transformação</p><p>e as diferentes categorias de ativos, como plantas e animais. Aprendemos sobre os</p><p>critérios para reconhecimento e mensuração desses ativos, bem como a importância</p><p>do justo valor como base para a mensuração.</p><p>Estudamos também a forma de apresentação das informações nos relatórios</p><p>financeiros, com ênfase na divulgação das mudanças no justo valor, bem como os</p><p>ganhos e perdas decorrentes de eventos específicos. Discutimos a necessidade de se</p><p>considerar as particularidades do setor agrícola e os riscos associados, como questões</p><p>170</p><p>climáticas e doenças que podem afetar a produção e, consequentemente, os ativos e</p><p>resultados.</p><p>Em suma, o estudo do CPC 29 permitiu-nos compreender melhor a contabilidade</p><p>no setor do agronegócio, reconhecendo as especificidades desse segmento e a</p><p>importância de uma norma contábil que reflita adequadamente sua realidade. Dessa</p><p>forma, o CPC 29 contribui para o aprimoramento das práticas contábeis, a transparência</p><p>e a comparabilidade das informações financeiras no setor, auxiliando na tomada</p><p>de decisões por parte dos diversos stakeholders e promovendo o desenvolvimento</p><p>sustentável do agronegócio.</p><p>171</p><p>RESUMO DO TÓPICO 2</p><p>Neste tópico, você aprendeu:</p><p>• Entendeu a importância das normas internacionais de contabilidade para a atividade</p><p>agrícola, principalmente no que tange a padronização para evidenciação dos fatos.</p><p>• Assimilou os principais lançamentos contábeis do setor, além de entender as</p><p>diferenças de um ativo biológico para as demais classes de ativos.</p><p>• Compreendeu como o CPC 29 trabalha em relação ao reconhecimento de um ativo</p><p>biológico que, não basta ser um ativo com vida, ou extraído de ser vivo, o mesmo</p><p>deve atender outros requisitos para ser caracterizado como um ativo.</p><p>• Entendeu como as atividades do agronegócio dependem da contabilidade para</p><p>se legitimar perante o mercado, além de controlar seu patrimônio e maximizar seu</p><p>valor.</p><p>172</p><p>AUTOATIVIDADE</p><p>1. O surgimento do CPC 29 trouxe maior clareza e objetividade à contabilização de</p><p>ativos biológicos, o que permitiu uma melhor comparação entre diferentes empresas</p><p>e um aumento na confiança dos investidores e dos usuários das demonstrações</p><p>contábeis. De acordo com a norma, acerca do que é necessário para que um ativo</p><p>biológico seja reconhecido, assinale a alternativa CORRETA:</p><p>a) ( ) Possibilidade de obtenção de benefícios econômicos futuros e medição confiável</p><p>do valor.</p><p>b) ( ) Controle sobre o ativo e não haver restrições que impeçam o uso ou a venda do</p><p>mesmo.</p><p>c) ( ) Regularidade dos benefícios econômicos futuros e não haver restrições que</p><p>impeçam o uso ou a venda do mesmo.</p><p>d) ( ) Possibilidade de obtenção de benefícios econômicos futuros, controle sobre o</p><p>ativo, medição confiável do valor e regularidade dos benefícios econômicos futuros.</p><p>2. Ativo Biológico é um termo utilizado na contabilidade que se refere a um tipo de ativo</p><p>que é resultado de atividades agrícolas ou pecuárias, como plantações florestais ou</p><p>rebanhos de animais. Com base nas definições trazidas ao longo da unidade, analise</p><p>as sentenças a seguir:</p><p>I- O objetivo principal do CPC 29 (Comitê de Pronunciamentos Contábeis 29) é fornecer</p><p>diretrizes claras e específicas para a contabilização de ativos biológicos e produtos</p><p>agrícolas, tornando a contabilização mais objetiva e consistente.</p><p>II- Um dos objetivos do CPC 29 (Comitê de Pronunciamentos Contábeis 29) é eliminar</p><p>a contabilização de ativos biológicos e produtos agrícolas nas demonstrações</p><p>contábeis.</p><p>III- Um dos objetivos do CPC 29 (Comitê de Pronunciamentos Contábeis 29) é trazer</p><p>a forma sobre a essência para os ativos biológicos de modo que através de uma</p><p>legislação rigorosa, a formalidade atinja o objetivo necessário.</p><p>Assinale a alternativa CORRETA:</p><p>a) ( ) As sentenças I e II estão corretas.</p><p>b) ( ) Somente a sentença I está correta.</p><p>c) ( ) As sentenças I e III estão corretas.</p><p>d) ( ) Somente a sentença II está correta.</p><p>173</p><p>3. A mensuração de ativos é uma tarefa importante na contabilidade, pois permite uma</p><p>representação precisa da situação financeira de uma empresa. Existem várias formas</p><p>de mensuração de ativos, cada uma com suas próprias vantagens e desvantagens.</p><p>De acordo com as formas de mensuração do ativo biológico, classifique V para as</p><p>sentenças verdadeiras e F para as falsas:</p><p>(    ) O CPC 29 estabelece que a forma de mensuração do ativo biológico deve ser feita</p><p>exclusivamente pelo custo histórico.</p><p>(    ) O CPC 29 permite a mensuração do ativo biológico pelo valor justo, desde que as</p><p>informações sejam suficientes para permitir uma medição confiável.</p><p>(    ) O CPC 29 não permite a mensuração do ativo biológico pelo custo histórico, já que</p><p>esse método não é preciso o suficiente.</p><p>Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:</p><p>a) (    ) V – F – F.</p><p>b) (    ) V – F – V.</p><p>c) (    ) F – V – F.</p><p>d) (    ) F – F – V.</p><p>4. As demonstrações contábeis são uma parte fundamental da contabilidade e</p><p>desempenham um papel vital no processo de tomada de decisões. Elas fornecem</p><p>informações financeiras valiosas aos usuários, incluindo investidores, credores,</p><p>reguladores e gerentes de empresas. Disserte sobre como a demonstração de</p><p>resultado é importante para as empresas do setor agrícola e pecuário, destacando</p><p>os principais itens que devem ser incluídos na demonstração e sua relevância para a</p><p>avaliação da situação financeira da empresa.</p><p>5. Várias análises financeiras são realizadas a partir da visão patrimonial da instituição.</p><p>Nesse contexto, explique como o balanço patrimonial é importante para as empresas</p><p>do setor agrícola e pecuário e destaque os principais itens que devem ser incluídos</p><p>no balanço patrimonial e sua relevância para a avaliação da situação financeira da</p><p>empresa.</p><p>174</p><p>175</p><p>TÓPICO 3 -</p><p>ATIVOS BIOLÓGICOS ESPECÍFICOS</p><p>UNIDADE 3</p><p>1 INTRODUÇÃO</p><p>Como já vimos anteriormente, os ativos biológicos são aqueles que são</p><p>produzidos ou criados a partir de seres vivos, como plantações, rebanhos ou florestas.</p><p>Esses ativos apresentam uma série de desafios para a contabilidade, devido à sua</p><p>natureza complexa e a dificuldade de se medir e avaliar seu valor.</p><p>Um dos ativos biológicos mais específicos e difíceis de se trabalhar pela</p><p>contabilidade são as florestas. Elas são compostas por uma ampla variedade de</p><p>espécies de árvores, cada uma com sua</p><p>própria dinâmica de crescimento e produção</p><p>de madeira. Além disso, a floresta é afetada por uma série de fatores externos, como</p><p>incêndios florestais, pragas e doenças, mudanças climáticas e atividades humanas.</p><p>Tudo isso torna difícil para a contabilidade avaliar o valor de uma floresta de maneira</p><p>precisa e confiável.</p><p>Outro ativo biológico difícil de se trabalhar pela contabilidade são os rebanhos de</p><p>animais. Eles são compostos por indivíduos que têm suas próprias taxas de crescimento,</p><p>reprodução e mortalidade, e o valor de cada animal pode variar amplamente dependendo</p><p>de sua idade, saúde e raça. Além disso, o rebanho é afetado por fatores externos, como</p><p>mudanças nas condições climáticas e variações nos preços dos alimentos. Tudo isso torna</p><p>difícil para a contabilidade avaliar o valor de um rebanho de maneira precisa e confiável.</p><p>Por fim, as plantações também são ativos biológicos difíceis de se trabalhar</p><p>pela contabilidade. Elas são compostas por culturas que têm suas próprias taxas de</p><p>crescimento e produção, e o valor de cada cultura pode variar amplamente dependendo</p><p>de sua idade, saúde e condições climáticas. Além disso, as plantações são afetadas por</p><p>fatores externos, como pragas e doenças, mudanças climáticas e atividades humanas,</p><p>tornando difícil para a contabilidade avaliar o valor de uma plantação de maneira precisa</p><p>e confiável.</p><p>Ao longo do tema de aprendizado aprofundaremos em ativos biológicos</p><p>específicos e apontaremos os desafios que os mesmos trazem a contabilidade,</p><p>principalmente no que tange mensuração e controle.</p><p>176</p><p>2 DEGENERAÇÃO DE ATIVOS BIOLÓGICOS</p><p>A degradação de ativos biológicos é o processo pelo qual o valor econômico de</p><p>um ativo biológico diminui devido a fatores internos ou externos. Os ativos biológicos</p><p>são altamente sensíveis a fatores ambientais e climáticos, bem como a atividades</p><p>humanas, e podem ser afetados por uma série de fatores que levam à sua degradação.</p><p>Por exemplo, uma floresta pode sofrer degradação devido a incêndios florestais,</p><p>pragas e doenças, mudanças climáticas e atividades humanas, como a exploração</p><p>madeireira ou a expansão urbana. Quando isso acontece, a floresta pode perder parte</p><p>de sua biodiversidade e produção de madeira, o que leva a uma redução em seu valor</p><p>econômico.</p><p>Da mesma forma, os rebanhos de animais também podem sofrer degradação</p><p>devido a fatores como mudanças nas condições climáticas, variações nos preços dos</p><p>alimentos e doenças. Quando isso acontece, a produção e a qualidade dos animais</p><p>podem diminuir, o que leva a uma redução em seu valor econômico.</p><p>As plantações também podem sofrer degradação devido a fatores como</p><p>pragas e doenças, mudanças climáticas e atividades humanas, como a construção de</p><p>infraestruturas. Quando isso acontece, a produção e a qualidade das culturas podem</p><p>diminuir, o que leva a uma redução em seu valor econômico.</p><p>Um exemplo real de degradação de ativos biológicos que impactou o PIB do</p><p>Brasil é a degradação do Pantanal. O Pantanal é uma importante região de vida</p><p>selvagem e é considerado um dos mais importantes ativos biológicos do país,</p><p>abrigando uma ampla variedade de espécies de plantas e animais, além de ser</p><p>uma importante fonte de renda para muitas comunidades locais através da</p><p>pesca e turismo.</p><p>NOTA</p><p>No entanto, o Pantanal tem sofrido com a degradação devido à expansão</p><p>agrícola, pecuária e mineração, além de incêndios florestais e a construção de barragens</p><p>e canais. A degradação do Pantanal tem impactado negativamente o PIB do Brasil, pois</p><p>a região é uma importante fonte de renda e emprego para muitas comunidades locais,</p><p>além de ser um importante destino turístico.</p><p>Além disso, a degradação do Pantanal tem impactado negativamente a</p><p>biodiversidade e a qualidade do ar e da água, o que tem consequências negativas para a</p><p>177</p><p>saúde humana e para o meio ambiente. O desmatamento e a poluição têm prejudicado a</p><p>produção de peixes e outros animais, o que tem impactado negativamente a economia</p><p>local.</p><p>Em resumo, a degradação de ativos biológicos é um processo que pode levar</p><p>à perda do valor econômico de um ativo devido a uma série de fatores ambientais,</p><p>climáticos e humanos. Para evitar ou minimizar a degradação, é importante implementar</p><p>medidas de gestão e conservação adequadas para proteger e preservar os ativos</p><p>biológicos.</p><p>2.1 DEGENERAÇÃO PELO MÉTODO DE MENSURAÇÃO DO</p><p>CUSTO</p><p>A degeneração por este método é comumente conhecida como depreciação.</p><p>A depreciação é um conceito importante na contabilidade e se refere à perda de valor</p><p>de um ativo ao longo do tempo devido ao desgaste natural, obsolescência ou ao uso</p><p>excessivo. De acordo com o Código de Pronunciamento Contábil 27 de 2009 (COMITÊ</p><p>DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS, 2009a), a depreciação é um processo contábil que</p><p>visa registrar a perda de valor dos ativos fixos ao longo do tempo.</p><p>O CPC 27 de 2009 estabelece que a depreciação deve ser registrada como</p><p>despesa no período em que ocorre, a fim de refletir o desgaste dos ativos fixos e a perda</p><p>de valor ao longo do tempo. A depreciação é calculada com base em estimativas do</p><p>tempo de vida útil dos ativos e do valor residual, que é o valor estimado dos ativos no</p><p>final de sua vida útil.</p><p>Além disso, o CPC 27 de 2009 estabelece que a depreciação deve ser registrada</p><p>com base em métodos consistentes e precisos, a fim de refletir de maneira fiel e precisa</p><p>a perda de valor dos ativos ao longo do tempo. Os métodos mais comuns de depreciação</p><p>incluem o método straight-line, o método de taxa variável e o método de unidades</p><p>produzidas. Imagine a seguinte situação.</p><p>Um empresário compra uma máquina por R$ 100.000, com uma expectativa de</p><p>vida útil de 5 anos e um valor residual de R$ 10.000. De acordo com o CPC 27, a empresa</p><p>deve registrar a depreciação da máquina ao longo dos 5 anos.</p><p>A depreciação anual pode ser calculada da seguinte maneira:</p><p>Depreciação anual = (Valor original - Valor residual) / Vida útil</p><p>Depreciação anual = (R$ 100.000 - R$ 10.000) / 5 anos</p><p>Depreciação anual = R$ 18.000</p><p>178</p><p>Portanto, a empresa deve registrar uma despesa de R$ 18.000 por ano como</p><p>depreciação da máquina durante os próximos 5 anos. Essa despesa pode ser registrada</p><p>mensalmente ou anualmente, dependendo do método de contabilização da empresa.</p><p>Em resumo, a depreciação é um conceito importante na contabilidade que</p><p>visa registrar a perda de valor dos ativos fixos ao longo do tempo. De acordo com o</p><p>CPC 27 de 2009 (COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS, 2009a), a depreciação</p><p>deve ser registrada como despesa no período em que ocorre, com base em métodos</p><p>consistentes e precisos, a fim de refletir de maneira fiel e precisa a perda de valor dos</p><p>ativos ao longo do tempo.</p><p>2.2 DEPRECIAÇÃO DE ATIVOS BIOLÓGICOS</p><p>A depreciação de ativos biológicos funcionam da mesma maneira que a</p><p>depreciação de outros tipos de ativos, visando registrar a perda de valor dos ativos ao</p><p>longo do tempo. A depreciação é calculada com base em estimativas da vida útil dos</p><p>ativos e do valor residual, que é o valor estimado dos ativos no final de sua vida útil.</p><p>Aqui estão alguns exemplos hipotéticos de cálculo da depreciação de ativos</p><p>biológicos:</p><p>Depreciação de uma floresta: Uma empresa compra uma floresta por R$</p><p>1.000.000, com uma expectativa de vida útil de 50 anos e um valor residual de R$</p><p>100.000. A depreciação anual pode ser calculada da seguinte maneira:</p><p>Depreciação anual = (Valor original - Valor residual) / Vida útil</p><p>Depreciação anual = (R$ 1.000.000 - R$ 100.000) / 50 anos</p><p>Depreciação anual = R$ 16.000</p><p>Portanto, a empresa deve registrar uma despesa de R$ 16.000 por ano como</p><p>depreciação da floresta durante os próximos 50 anos.</p><p>Depreciação de uma fazenda de gado: Uma empresa compra uma fazenda de</p><p>gado por R$ 500.000, com uma expectativa de vida útil de 15 anos e um valor residual</p><p>de R$ 50.000. A depreciação anual pode ser calculada da seguinte maneira:</p><p>Depreciação anual = (Valor original - Valor residual) / Vida útil</p><p>Depreciação anual = (R$ 500.000 - R$ 50.000) / 15 anos</p><p>Depreciação</p><p>em suas avaliações e tomada de decisões econômicas. As</p><p>demonstrações contábeis também objetivam apresentar os resultados da</p><p>atuação da administração, em face de seus deveres e responsabilidades</p><p>na gestão diligente dos recursos que lhe foram confi ados. Para satisfazer</p><p>a esse objetivo, as demonstrações contábeis proporcionam informação</p><p>da entidade acerca do seguinte:</p><p>(a) ativos;</p><p>(b) passivos;</p><p>(c) patrimônio líquido;</p><p>(d) receitas e despesas, incluindo ganhos e perdas;</p><p>(e) alterações no capital próprio mediante integralizações dos</p><p>proprietários e distribuições a eles; e</p><p>(f) fl uxos de caixa.</p><p>Essas informações, junto a outras informações constantes das notas</p><p>explicativas, ajudam os usuários das demonstrações contábeis a</p><p>prever os futuros fl uxos de caixa da entidade e, em particular, a</p><p>época e o grau de certeza de sua geração.</p><p>ATENÇÃO</p><p>2.2 HISTÓRICO DA CONTABILIDADE APLICADO À</p><p>CONSTRUÇÃO CIVIL</p><p>Um importante fato que defi ne várias situações contábeis gira em torno do ciclo</p><p>operacional. De acordo com Bonizio (2001), o ciclo operacional de uma empresa refl ete</p><p>o tempo no qual o produto é adquirido e vendido, ou transformado e vendido.</p><p>A grande maioria das empresas, tanto comerciais quanto prestadoras de</p><p>serviços, possuem um ciclo operacional geralmente de um ano. Entretanto, a construção</p><p>civil possui um ciclo operacional de longo prazo. Bonizio (2001, p. 16), diz que:</p><p>8</p><p>Atividades cujo ciclo seja de longo prazo, como a da construção</p><p>civil, quando se pretende reconhecer, mensurar e evidenciar os</p><p>resultados obtidos em um determinado período, surgem problemas</p><p>pelo fato de o ciclo não ser compreendido dentro dos períodos</p><p>focados pela contabilidade, causando dúvidas quanto ao momento</p><p>de reconhecimento do lucro, tais como:</p><p>• o lucro deve ser reconhecido no momento da venda?</p><p>• O lucro deve ser reconhecido no momento da entrega do imóvel? ou</p><p>• O lucro deve ser reconhecido durante o processo de construção,</p><p>que pode levar mais de um ano (período convencionado pela</p><p>contabilidade como foco de informações – exercício social)?</p><p>Nota-se que o contador tradicional possui dificuldades em entender as nuances</p><p>da construção civil, devido ao seu ciclo contábil quase que único. Bonizio (2001, p. 32)</p><p>reforça:</p><p>Imagine um usuário externo que analisa demonstrações contábeis</p><p>de uma construtora que atua como incorporadora imobiliária,</p><p>interessado em conhecer a capacidade da empresa em cobrir juros e</p><p>amortizações de um financiamento a ser feito. O analista conhece o</p><p>fato de que a empresa tem empreendimentos em construção e que</p><p>parte das unidades já foram comercializadas. Caso a empresa tenha</p><p>reconhecido o lucro total obtido com as vendas quando aconteceram,</p><p>ou caso deixe para reconhecer esse lucro na conclusão e entrega</p><p>das unidades vendidas, a dúvida será: a capacidade de cobertura do</p><p>financiamento evidenciada nas demonstrações contábeis é um bom</p><p>indicador para esse usuário? Em uma situação em que o usuário é</p><p>o agente arrecadador dos impostos incidentes sobre o lucro, qual</p><p>deverá ser a forma de apuração mais justa para fins de tributação?</p><p>Contudo, vários órgãos notaram a importância de criar normativas e notas</p><p>técnicas, dentre elas estão o CPC 17 de 2012 – Contratos de Construção, que foi</p><p>posteriormente substituído pelo CPC 47 de 2016 – Receita de Contrato com cliente e a</p><p>nota técnica da CVM (Comissão de Valores Imobiliários) IPC 02 de 2013.</p><p>Figura 2 – Indústria imobiliária</p><p>Fonte: https://c.pxhere.com/images/2a/8c/da45ceb05c532e3bbdbc6f87fc8d-1434845.jpg!d. Acesso em:</p><p>6 mar. 2023.</p><p>9</p><p>2.3 CONTABILIDADE DE CONTRATOS (LEGISLAÇÃO DA</p><p>CONSTRUÇÃO CIVIL)</p><p>Quando falamos da contabilidade, possuímos um forte viés a normativa, leis</p><p>e notas técnicas que coloquem todos os envolvidos nos limites que levem o êxito e a</p><p>proteção de todos. Conforme o CPC 47 (2016, p. 2):</p><p>“O objetivo deste pronunciamento é estabelecer os princípios que a</p><p>entidade deve aplicar para apresentar informações úteis aos usuários</p><p>de demonstrações contábeis sobre a natureza, o valor, a época e a</p><p>incerteza de receitas e fluxos de caixa provenientes de contrato com</p><p>cliente.</p><p>O princípio básico deste pronunciamento consiste em que a entidade</p><p>deve reconhecer receitas para descrever a transferência de bens ou</p><p>serviços prometidos a clientes no valor que reflita a contraprestação</p><p>à qual a entidade espera ter direito em troca desses bens ou serviços.</p><p>A entidade deve considerar os termos do contrato e todos os fatos</p><p>e circunstâncias relevantes ao aplicar este pronunciamento. A</p><p>entidade deve aplicar este pronunciamento, incluindo o uso de</p><p>expedientes práticos, de forma consistente com contratos que</p><p>tenham características similares e em circunstâncias similares”.</p><p>10</p><p>O CPC 47 (2016, p. 25), nos traz importantes sobre a contabilidade aplicada à construção</p><p>civil, são elas:</p><p>• Ativo de contrato – Direito da entidade à contraprestação em troca de</p><p>bens ou serviços que a entidade transferiu ao cliente quando esse direito está</p><p>condicionado a algo além da passagem do tempo (por exemplo, desempenho</p><p>futuro da entidade).</p><p>• Cliente – Parte que contratou com a entidade a obtenção de bens ou serviços,</p><p>que constituem um produto das atividades normais da entidade, em troca de</p><p>contraprestação.</p><p>• Contrato – Acordo entre duas ou mais partes que cria direitos e obrigações</p><p>executáveis.</p><p>• Obrigação de performance – Promessa em contrato com cliente para a</p><p>transferência ao cliente de:</p><p>• bem ou serviço (ou grupo de bens ou serviços) que seja distinto; ou</p><p>• série de bens ou serviços distintos que sejam praticamente os mesmos</p><p>e que tenham o mesmo padrão de transferência para o cliente.</p><p>• Passivo de contrato – Obrigação da entidade de transferir</p><p>bens ou serviços ao cliente, em relação aos quais a entidade</p><p>recebeu contraprestação do (ou o valor é devido pelo)</p><p>cliente. Preço da transação (para contrato com cliente)</p><p>– Valor da contraprestação à qual a entidade espera ter</p><p>direito em troca da transferência de bens ou serviços</p><p>prometidos ao cliente, excluindo valores cobrados</p><p>em nome de terceiros.</p><p>• Preço de venda individual (de bem ou</p><p>serviço) – Preço pelo qual a entidade venderia</p><p>um bem ou serviço prometido separadamente</p><p>ao cliente.</p><p>• Receita – Aumento nos benefícios econômicos</p><p>durante o período contábil, originado no curso</p><p>das atividades usuais da entidade, na forma de</p><p>fluxos de entrada ou aumentos nos ativos ou</p><p>redução nos passivos que resultam em aumento no</p><p>patrimônio líquido, e que não sejam provenientes de</p><p>aportes dos participantes do patrimônio.</p><p>IMPORTANTE</p><p>Um tópico bastante debatido dentro da contabilidade na construção civil é o</p><p>Percentual de Conclusão da Obra (POC-Percentage of Conclusion). O POC serve para</p><p>identificar o reconhecimento de receita, pois, na contabilidade segue-se o regime da</p><p>competência. De acordo com a Resolução CFC nº 750/93:</p><p>“Art. 9º O Princípio da Competência determina que os efeitos das</p><p>transações e outros eventos sejam reconhecidos nos períodos a</p><p>que se referem, independentemente do recebimento ou pagamento.</p><p>Parágrafo único. O Princípio da Competência pressupõe a</p><p>simultaneidade da confrontação de receitas e de despesas correlatas</p><p>(REDAÇÃO DADA PELA RESOLUÇÃO/CFC, 2010, s.p.)”</p><p>11</p><p>De acordo com Ribas (2020, p. 20) “Para apurar as receitas, verifica-se o</p><p>andamento de uma obra através dos custos incorridos até o fechamento contábil frente</p><p>ao custo orçado para sua execução total e entrega do empreendimento”.</p><p>Exemplificando, imagine a seguinte situação:</p><p>• Um empreendimento vendido por R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais), no qual a</p><p>obra está com 30% do custo orçado gasto, terá apenas 300.000,00 da sua receita</p><p>reconhecida.</p><p>Por que isso acontece? Não faz sentido contabilmente reconhecer uma</p><p>receita total, no qual o custo orçado ainda não foi executado, portanto, nessa forma</p><p>de contabilidade, a receita irá garantir que se respeite a fidedignidade da informação</p><p>contábil, a tornando útil para o usuário final e, para uma informação contábil ser útil, ela</p><p>deve respeitar</p><p>anual = R$ 28.333</p><p>Portanto, a empresa deve registrar uma despesa de R$ 28.333 por ano como</p><p>depreciação da fazenda de gado durante os próximos 15 anos.</p><p>179</p><p>Depreciação de uma lavoura de soja: Uma empresa compra uma lavoura de soja</p><p>por R$ 800.000, com uma expectativa de vida útil de 10 anos e um valor residual de R$</p><p>80.000. A depreciação anual pode ser calculada da seguinte maneira:</p><p>Depreciação anual = (Valor original - Valor residual) / Vida útil</p><p>Depreciação anual = (R$ 800.000 - R$ 80.000) / 10 anos</p><p>Depreciação anual = R$ 68.000</p><p>Portanto, a empresa deve registrar uma despesa de R$ 68.000 por ano como</p><p>depreciação da lavoura de soja durante os próximos 10 anos.</p><p>Depreciação de uma lavoura de milho: Uma empresa compra uma lavoura de</p><p>milho por R$ 500.000, com uma expectativa de vida útil de 8 anos e um valor residual</p><p>de R$ 50.000. A depreciação anual pode ser calculada da seguinte maneira:</p><p>Depreciação anual = (Valor original - Valor residual) / Vida útil</p><p>Depreciação anual = (R$ 500.000 - R$ 50.000) / 8 anos</p><p>Depreciação anual = R$ 56.250</p><p>Portanto, a empresa deve registrar uma despesa de R$ 56.250 por ano como</p><p>depreciação da lavoura de milho durante os próximos 8 anos.</p><p>Esses são apenas alguns exemplos hipotéticos de cálculo da depreciação de</p><p>uma lavoura, que é um ativo biológico. É importante lembrar que os valores reais podem</p><p>variar dependendo de uma série de fatores, incluindo a vida útil estimada, o valor residual</p><p>e as condições específicas da lavoura.</p><p>2.3 PERDA DE VALOR DO ATIVO BIOLÓGICO DECORRENTE DE</p><p>AJUSTE DO VALOR JUSTO</p><p>A perda de valor de um ativo biológico pode ocorrer quando há um ajuste do seu</p><p>valor justo. O valor justo é o valor de mercado de um ativo, ou seja, o preço que o ativo</p><p>poderia ser vendido no mercado. Se o valor justo de um ativo biológico é revisado para</p><p>baixo, isso pode resultar em uma perda de valor do ativo.</p><p>A revisão do valor justo pode ser necessária em diferentes momentos, como</p><p>mudanças nas condições do mercado, mudanças nas condições climáticas ou</p><p>variações nos preços dos alimentos. Além disso, as avaliações periódicas do valor justo</p><p>são uma prática comum para garantir que os ativos biológicos estejam sendo avaliados</p><p>corretamente.</p><p>180</p><p>Se o valor justo de um ativo biológico é revisado para baixo, a diferença entre o</p><p>valor antigo e o novo valor justo é registrada como perda de valor. Essa perda de valor</p><p>deve ser registrada como uma despesa no período em que ocorre, a fim de refletir a</p><p>perda de valor do ativo. Aqui está um exemplo hipotético de perda de valor de um ativo</p><p>biológico decorrente de ajuste do valor justo:</p><p>Uma empresa comprou uma lavoura de soja por R$ 800.000 em janeiro de</p><p>2022. Em dezembro de 2022, a empresa realiza uma avaliação periódica do valor justo</p><p>da lavoura e descobre que o valor justo da lavoura foi reduzido para R$ 700.000 devido</p><p>às condições adversas do mercado.</p><p>Como resultado, a empresa registra uma perda de valor de R$ 100.000, que é a</p><p>diferença entre o valor antigo de R$ 800.000 e o novo valor justo de R$ 700.000. Essa</p><p>perda de valor é registrada como uma despesa no período em que ocorre, ou seja, no</p><p>quarto trimestre de 2022.</p><p>Outro exemplo seria uma empresa que adquiriu uma fazenda de gado por R$</p><p>500.000 em janeiro de 2022. Em agosto de 2022, a empresa realiza uma avaliação</p><p>periódica do valor justo da fazenda e descobre que o valor justo da fazenda foi reduzido</p><p>para R$ 450.000 devido à mudança nos preços dos alimentos para gado.</p><p>Como resultado, a empresa registra uma perda de valor de R$ 50.000, que é a</p><p>diferença entre o valor antigo de R$ 500.000 e o novo valor justo de R$ 450.000. Essa</p><p>perda de valor é registrada como uma despesa no período em que ocorre, ou seja, no</p><p>segundo trimestre de 2022.</p><p>Um outro exemplo é uma empresa que comprou uma vinícola por R$ 1.200.000</p><p>em janeiro de 2022. Em novembro de 2022, a empresa realiza uma avaliação periódica</p><p>do valor justo da vinícola e descobre que o valor justo da vinícola foi reduzido para R$</p><p>1.100.000 devido à mudança nas condições do mercado para vinhos.</p><p>Como resultado, a empresa registra uma perda de valor de R$ 100.000, que é a</p><p>diferença entre o valor antigo de R$ 1.200.000 e o novo valor justo de R$ 1.100.000. Essa</p><p>perda de valor é registrada como uma despesa no período em que ocorre, ou seja, no</p><p>quarto trimestre de 2022.</p><p>181</p><p>Em resumo, a perda de valor de um ativo biológico decorrente de ajuste do</p><p>valor justo ocorre quando há uma revisão do valor de mercado do ativo para baixo. Essa</p><p>perda de valor deve ser registrada como uma despesa no período em que ocorre, a fim</p><p>de refletir a perda de valor do ativo. No próximo tópico veremos sobre a exaustão de</p><p>recursos naturais e como esse fato interfere no valor dos ativos de uma empresa.</p><p>3 EXAUSTÃO E EXTRAÇÃO DE RECURSOS NATURAIS</p><p>A exaustão é um fenômeno que afeta muitas empresas que exploram recursos</p><p>naturais, como minerais e florestas. É a perda de valor de um ativo natural decorrente</p><p>da exploração do mesmo, devido ao fato de que há um limite para a exploração desses</p><p>recursos. Quando um ativo natural é explorado, seu valor vai diminuindo ao longo do</p><p>tempo, e essa perda de valor é conhecida como exaustão.</p><p>Esse é um assunto importante para a contabilidade, pois impacta diretamente</p><p>na avaliação do valor dos ativos de uma empresa. Quando uma empresa explora um</p><p>recurso natural, como uma jazida de minério ou uma floresta, ela precisa registrar essa</p><p>exploração em suas demonstrações financeiras. Isso significa que a empresa precisa</p><p>estimar o valor residual do recurso e o valor que será retirado dele ao longo do tempo.</p><p>Além disso, a contabilidade também precisa registrar a perda de valor de um</p><p>ativo natural devido à exaustão. Isso é feito através da contabilização de despesas de</p><p>exaustão, que são registradas como despesas no período em que ocorreram. Essas</p><p>Um exemplo real de perda de valor de uma safra que impactou diretamente</p><p>a economia é a safra de soja na Argentina em 2016. A Argentina é um dos</p><p>maiores produtores de soja do mundo e a safra de soja é uma das mais</p><p>importantes para a economia do país. Em 2016, a Argentina enfrentou uma</p><p>série de adversidades climáticas, incluindo secas e inundações, que afetaram</p><p>a produção de soja. Como resultado, a safra de soja da Argentina em 2016</p><p>foi menor do que o esperado e o valor das lavouras de soja foi afetado. Essa</p><p>perda de valor da safra de soja teve um impacto significativo na economia</p><p>da Argentina, já que a soja é uma das principais exportações do país e uma</p><p>importante fonte de renda para muitos agricultores. A redução na produção</p><p>de soja resultou em menos exportações e, consequentemente, uma queda na</p><p>renda do país. Além disso, a perda de valor da safra de soja também afetou a</p><p>inflação e a taxa de câmbio da Argentina. Este exemplo ilustra como a perda</p><p>de valor de uma safra pode ter um impacto significativo na economia de um</p><p>país, especialmente se a safra é uma importante fonte de renda e exportação.</p><p>NOTA</p><p>182</p><p>despesas representam a perda de valor de um ativo natural e ajudam a refletir a realidade</p><p>da situação financeira da empresa.</p><p>Logo, a exaustão é uma questão importante para a contabilidade, pois afeta</p><p>diretamente a avaliação do valor dos ativos de uma empresa. A contabilidade precisa</p><p>registrar a exploração de recursos naturais e a perda de valor de um ativo natural devido</p><p>à exaustão, para que as demonstrações financeiras reflitam a realidade da situação</p><p>financeira da empresa. É importante que as empresas sejam conscientes dos limites da</p><p>exploração dos recursos naturais e dos impactos da exaustão em suas atividades e em</p><p>sua situação financeira.</p><p>3.1 CÁLCULO DA EXAUSTÃO</p><p>Imagine a seguinte situação: Uma empresa de mineração possui uma jazida de</p><p>minério com um valor inicial de R$ 10 milhões. A empresa planeja explorar 20% da jazida</p><p>ao longo dos próximos 5 anos, com uma estimativa de que o valor residual da jazida será</p><p>de R$ 1 milhão.</p><p>Na primeira ano, a empresa explora 5% da jazida e registra uma despesa</p><p>e seguir as características qualitativas fundamentais que segundo o CPC</p><p>00 (2011, p. 10), são:</p><p>“As características qualitativas fundamentais são relevância e</p><p>representação fidedigna.</p><p>Relevância: informações financeiras relevantes são capazes de</p><p>fazer diferença nas decisões tomadas pelos usuários. Informações</p><p>podem ser capazes de fazer diferença em uma decisão ainda que</p><p>alguns usuários optem por não tirar vantagem delas ou já tenham</p><p>conhecimento delas a partir de outras fontes. Informações financeiras</p><p>são capazes de fazer diferença em decisões se tiverem valor</p><p>preditivo ou valor confirmatório, ou ambos. Informações financeiras</p><p>têm valor preditivo se podem ser utilizadas como informações em</p><p>processos empregados pelos usuários para prever resultados futuros.</p><p>Informações financeiras não precisam ser previsões ou prognósticos</p><p>para ter valor preditivo. Informações financeiras com valor preditivo</p><p>são empregadas por usuários ao fazer suas próprias previsões.</p><p>Informações financeiras têm valor confirmatório se fornecem</p><p>feedback sobre (confirmam ou alteram) avaliações anteriores.</p><p>Os valores preditivo e confirmatório das informações financeiras</p><p>estão inter-relacionados. Informações que possuem valor preditivo</p><p>Adota-se essa metodologia para reconhecer uma venda já efetuada</p><p>de uma unidade imobiliária, ou seja, o POC decide literalmente o</p><p>reconhecimento de receita.</p><p>IMPORTANTE</p><p>O registro dos fatos contábeis na construção civil através do POC no que tange</p><p>reconhecimento de receita ocorre desde 2012, ou seja, antes da adoção das normas</p><p>internacionais de contabilidade pela construção civil.</p><p>12</p><p>frequentemente possuem também valor confirmatório. Por exemplo,</p><p>informações sobre receitas para o ano corrente, que podem ser</p><p>utilizadas como base para prever receitas em anos futuros, também</p><p>podem ser comparadas às previsões de receitas para o ano corrente</p><p>que tenham sido feitas em anos anteriores. Os resultados dessas</p><p>comparações podem ajudar o usuário a corrigir e a melhorar os</p><p>processos que foram utilizados para fazer essas previsões anteriores.</p><p>Para ser representação perfeitamente fidedigna, a representação</p><p>tem três características. Ela é completa, neutra e isenta de erros.</p><p>Obviamente, a perfeição nunca ou raramente é atingida. O objetivo é</p><p>maximizar essas qualidades tanto quanto possível”.</p><p>Dessa forma, percebe-se a importância de evidenciar os fatos de acordo com</p><p>características qualitativas fundamentais, garantindo assim a utilidade da informação.</p><p>Nota-se que vários conceitos são definidos através de normas e leis. Sabemos</p><p>que a leitura de normas nem sempre é fácil, pode ser cansativo, exaustivo e até mesmo</p><p>desmotivador, contudo, para ser um bom contador, faz-se necessário entender todas</p><p>as nuances das legislações para que a informação contábil, independente do setor, seja</p><p>fidedigna e relevante e, dessa forma ser plausível de tomada de decisão. Espero que este</p><p>tópico de aprendizagem tenha sido capaz de ajudar a compreender esses importantes</p><p>conceitos para que possamos no tópico seguinte aprofundar ainda mais nas nuances</p><p>legais e estratégicas da contabilidade imobiliária.</p><p>13</p><p>Neste tema de aprendizagem, você estudou:</p><p>• A importância das definições contábeis, haja vista que, esses conceitos irão embasar</p><p>a prática contábil, fazendo com que teoria e prática caminhem lado a lado, além de</p><p>elucidar complexos preceitos no qual a contabilidade se baseia.</p><p>• Os conceitos e o que significa as principais demonstrações contábeis, sendo elas</p><p>o balanço patrimonial e a demonstração de resultado, de modo que, a partir desta</p><p>unidade, o aluno foi capaz de verificar cada componente patrimonial e como esses</p><p>componentes se relacionam entre si.</p><p>• O Código de Pronunciamento Contábil (CPC) 17, que lida com a mensuração de receitas</p><p>em contratos de construção, e, a partir dessa norma, assimilar que a contabilidade</p><p>e os órgãos normatizadores dão uma atenção especial para a receita na construção</p><p>civil que, muitas vezes, não segue a lógica tradicional de mercado.</p><p>• Foi possível assimilar a utilização de um termo importante na construção civil, o</p><p>POC (Percentage of Conclusion), e, através do que foi exposto, é possível identificar,</p><p>operacionalmente, a hora correta de reconhecer as receitas na construção civil,</p><p>além de entender que esse conhecimento depende de quanto do custo orçado já foi</p><p>executado.</p><p>RESUMO DO TÓPICO 1</p><p>14</p><p>AUTOATIVIDADE</p><p>1 Os postulados contábeis apontam que a contabilidade deve proteger a entidade de</p><p>ser violada e garantir sua continuidade nos negócios. Já os princípios contábeis irão</p><p>trazer uma série de premissas nas quais a contabilidade é regida. No que tange aos</p><p>princípios e postulados, assinale a alternativa CORRETA:</p><p>a) ( ) O princípio da oportunidade, que sempre alertará o contador que a ciência contábil</p><p>preza pela cautela e conservadorismo no que tange aos números.</p><p>b) ( ) O princípio da prudência, que sempre alertará o contador que a ciência contábil</p><p>preza pela cautela e conservadorismo no que tange aos números.</p><p>c) ( ) O princípio da entidade, que sempre alertará o contador que a ciência contábil</p><p>preza pela cautela e conservadorismo no que tange aos números.</p><p>d) ( ) O princípio da continuidade, que sempre alertará o contador que a ciência contábil</p><p>preza pela cautela e conservadorismo no que tange aos números.</p><p>2 Os Códigos de Pronunciamentos Contábeis são procedimentos técnicos sobre a</p><p>contabilidade e principalmente a sua divulgação correta para seus usuários. O</p><p>CPC 47, Receita de contratos com clientes, nos traz importantes definições para</p><p>que possamos entender a contabilidade aplicada à construção civil. Sobre estas</p><p>definições, avalie as sentenças a seguir:</p><p>I- Cliente é a parte que contratou com a entidade a obtenção de bens ou serviços, que</p><p>constituem um produto das atividades normais da entidade, em troca de contraprestação.</p><p>II- O objetivo do relatório financeiro para fins gerais é fornecer informações</p><p>financeiras sobre a entidade que reporta que sejam úteis para investidores, credores</p><p>por empréstimos e outros credores, existentes e potenciais, na tomada de decisões</p><p>referente à oferta de recursos à entidade. Exemplos de modalidades tradicionais de</p><p>Engenharia são a Engenharia Ambiental e a Engenharia Mecatrônica.</p><p>III- Preço de venda individual (de bem ou serviço) – Preço pelo qual a entidade venderia</p><p>um bem ou serviço prometido separadamente ao cliente.</p><p>Assinale a alternativa CORRETA:</p><p>a) ( ) As sentenças I e II estão corretas.</p><p>b) ( ) Somente a sentença II está correta.</p><p>c) ( ) As sentenças I e III estão corretas.</p><p>d) ( ) Somente a sentença III está correta.</p><p>3 É notório as especificidades do setor imobiliário com relação a outros setores</p><p>estudados e evidenciados pela contabilidade. Um tópico bastante debatido dentro</p><p>da contabilidade na construção civil é o POC (Percentage of Conclusion), classifique</p><p>V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas:</p><p>15</p><p>(    ) O POC serve para identificar o reconhecimento de receita.</p><p>(    ) Adota-se essa metodologia para reconhecer uma venda ainda não efetuada e com</p><p>promessa de venda de uma unidade imobiliária, ou seja, o POC decide literalmente o</p><p>reconhecimento de receita.</p><p>(        ) O registro dos fatos contábeis na construção civil através do POC no que tange</p><p>reconhecimento de receita ocorre desde 2012, ou seja, antes da adoção das normas</p><p>internacionais de contabilidade pela construção civil.</p><p>Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:</p><p>a) (    ) V – F – F.</p><p>b) (    ) V – F – V.</p><p>c) (    ) F – V – F.</p><p>d) (    ) F – F – V.</p><p>4 De acordo com Ribas (2020, p. 20), “Para apurar as receitas, verifica-se o andamento</p><p>de uma obra através dos custos incorridos até o fechamento contábil frente ao custo</p><p>orçado para sua execução total, e entrega do empreendimento”. Um apartamento</p><p>vendido por R$ 150.000,00, com apenas 28% da obra concluída, irá gerar quanto de</p><p>receita, neste exato momento para a entidade? Justifique os cálculos.</p><p>5 De acordo com</p><p>o CPC 00 (2011, p. 10) ,as características qualitativas fundamentais são</p><p>relevância e representação fidedigna. Relevância: Informações financeiras relevantes</p><p>são capazes de fazer diferença nas decisões tomadas pelos usuários. Informações</p><p>podem ser capazes de fazer diferença em uma decisão ainda que alguns usuários</p><p>optem por não tirar vantagem delas ou já tenham conhecimento delas a partir de</p><p>outras fontes. Informações financeiras são capazes de fazer diferença em decisões</p><p>se tiverem valor preditivo ou valor confirmatório, ou ambos. Explique o que é valor</p><p>confirmatório e valor preditivo.</p><p>16</p><p>17</p><p>O ANTES E O DEPOIS DA ADOÇÃO ÀS NORMAS</p><p>INTERNACIONAIS DE CONTABILIDADE</p><p>1 INTRODUÇÃO</p><p>A contabilidade possui como uma das principais qualidades a capacidade de</p><p>mensuração, ou seja, transformar itens não numéricos em número e narrar uma história</p><p>através desses números. A construção civil sempre recebeu atenção especial da</p><p>contabilidade devido a características quase únicas, se comparadas a outros mercados.</p><p>Antes mesmo da harmonização às normas internacionais de contabilidade, o</p><p>Brasil já possuía um grande arcabouço de normas, técnicas e legislações que buscavam</p><p>evidenciar, da melhor maneira possível, o patrimônio das empresas deste setor.</p><p>Contudo, a contabilidade sofre naturalmente com o viés normativo, esse</p><p>viés leva a ciência contábil para uma perigosa via no qual prevalece a forma sobre a</p><p>essência. Quando pensamos em contabilidade aplicada à construção civil, antes das</p><p>normas internacionais de contabilidade, o principal fator era o orçamento, no qual a</p><p>peça orçamentária da obra era o item monetário mais importante.</p><p>Com a elucidação, através da criação dos CPCs a contabilidade aplicada à</p><p>construção civil ganhou mais essência e menos forma. Entretanto, faz-se necessário</p><p>entender como era antes dessa convergência, haja vista que, ainda existem muitos</p><p>conceitos válidos e nem todos são ultrapassados.</p><p>Dito isso, essa parte da unidade tem a missão de elucidar sobre o passado</p><p>de modo que esclarece e auxilia o presente, no que tange o momento contábil da</p><p>contabilidade aplicada à construção civil.</p><p>2 A ADOÇÃO ÀS NORMAS INTERNACIONAIS DE</p><p>CONTABILIDADE</p><p>A adoção das normas internacionais de contabilidade (International Financial</p><p>Reporting Standards – IFRS) no Brasil representou um marco importante na evolução</p><p>da contabilidade no país, trazendo novos desafios e oportunidades.</p><p>Antes da adoção das normas internacionais, o Brasil tinha suas próprias</p><p>normas contábeis, conhecidas como "Princípios Contábeis Brasileiros" (PCBs), que</p><p>eram diferentes das normas internacionais. Isso criava dificuldades para a comparação</p><p>UNIDADE 1 TÓPICO 2 -</p><p>18</p><p>de demonstrações financeiras entre empresas brasileiras e empresas estrangeiras,</p><p>prejudicando a integração das empresas brasileiras no mercado internacional.</p><p>Com a adoção das normas internacionais, as empresas brasileiras passaram a ter</p><p>uma base contábil comum com empresas de outros países, facilitando a comparação de</p><p>informações financeiras e aumentando a transparência e a confiança dos investidores.</p><p>Além disso, as normas internacionais trazem uma abordagem mais padronizada e</p><p>coerente para a contabilidade, o que ajuda a melhorar a qualidade das informações</p><p>financeiras e a confiabilidade dos relatórios contábeis.</p><p>Outra vantagem da adoção das normas internacionais é que elas são atualizadas</p><p>regularmente para refletir as mudanças nas condições econômicas e financeiras do</p><p>mundo, garantindo que as empresas estejam sempre seguindo as melhores práticas</p><p>contábeis. Além disso, as normas internacionais promovem a consistência na aplicação</p><p>da contabilidade, o que é fundamental para a confiabilidade dos relatórios financeiros.</p><p>No entanto, a adoção das normas internacionais também trouxe desafios para</p><p>as empresas brasileiras. O processo de transição para as normas internacionais exigiu</p><p>uma grande quantidade de tempo, esforço e recursos financeiros para se adaptar aos</p><p>novos requisitos contábeis. Além disso, a falta de conhecimento e treinamento sobre as</p><p>normas internacionais pode levar a aplicações incorretas ou incompletas, prejudicando</p><p>a qualidade das informações financeiras.</p><p>Nesse contexto, a adoção das normas internacionais de contabilidade no Brasil</p><p>trouxe muitos benefícios, incluindo uma base contábil comum com outros países, uma</p><p>abordagem padronizada e coerente para a contabilidade, além de uma possibilidade de</p><p>seguir as melhores práticas.</p><p>2.1 DIVERGÊNCIAS ENTRE NORMAS INTERNACIONAIS E</p><p>LEGISLAÇÕES NACIONAIS</p><p>Antes das normas internacionais de contabilidade, a base da contabilidade</p><p>aplicada à construção civil era a mesma legislação que regia as demais áreas contábeis,</p><p>que é a Lei nº 6.404/76. No entanto, em nenhum ponto esta legislação aborda</p><p>especificidades da área imobiliária. De acordo com Bonizio (2001, p. 61):</p><p>“A Secretaria da Receita Federal determinou, por meio da Instrução</p><p>Normativa número 84/79, os parâmetros para balizamento dos</p><p>procedimentos contábeis necessários a serem adotados nesses</p><p>casos para fins de apuração do lucro tributável. Essa Instrução, apesar</p><p>de ainda vigorar, apresenta pontos de divergência com as práticas</p><p>baseadas na teoria da contabilidade, nos princípios fundamentais de</p><p>contabilidade e na legislação societária vigente”.</p><p>O autor ainda apresenta o seguinte quadro para apontar as divergências que,</p><p>até então, eram desafios para a contabilidade.</p><p>19</p><p>Quadro 1 – Divergências na contabilidade aplicada à construção civil</p><p>PONTO DE DI-</p><p>VERGÊNCIA</p><p>IN-SRF 84/79 TEORIA DA</p><p>CONTABILI-</p><p>DADE</p><p>CONTABILI-</p><p>DADE</p><p>LEGISLAÇÃO</p><p>SOCIETÁRIA</p><p>Reconheci-</p><p>mento do lucro</p><p>No momento</p><p>em que a re-</p><p>ceita é recebi-</p><p>da (reconhe-</p><p>cimento dos</p><p>custos propor-</p><p>cionais).</p><p>No momen-</p><p>to em que é</p><p>gerado.</p><p>No momento</p><p>da entrega,</p><p>mas nesse</p><p>caso deve</p><p>ser durante a</p><p>construção.</p><p>Segundo os</p><p>princípios con-</p><p>tábeis geral-</p><p>mente aceitos.</p><p>Confronto</p><p>de receitas e</p><p>custos..</p><p>Receitas</p><p>recebidas e</p><p>custos orçados</p><p>proporcionais.</p><p>Receitas e cus-</p><p>tos incorridos</p><p>ou gerados.</p><p>Receitas e cus-</p><p>tos incorridos</p><p>ou gerados.</p><p>Segundo os</p><p>princípios con-</p><p>tábeis geral-</p><p>mente aceitos.</p><p>Uso de conta</p><p>de resultado</p><p>de exercícios</p><p>futuros.</p><p>Deve ser usada</p><p>para o reco-</p><p>nhecimento</p><p>de todas as</p><p>vendas, tendo</p><p>como contra-</p><p>partida as con-</p><p>tas a receber</p><p>(ativo).</p><p>Não deve ser</p><p>utilizada para</p><p>lucros que</p><p>possam não se</p><p>realizar.</p><p>Não deve ser</p><p>utilizada para</p><p>lucros que</p><p>possam não se</p><p>realizar.</p><p>Segundo os</p><p>princípios con-</p><p>tábeis geral-</p><p>mente aceitos.</p><p>Praticas exclu-</p><p>sivas para fins</p><p>fiscais.</p><p>Nesse caso,</p><p>devem ser</p><p>adotadas na</p><p>escrituração</p><p>digital</p><p>Não trata.. Não tratam. Devem ser</p><p>apontadas em</p><p>registros auxi-</p><p>liares.</p><p>Fonte: Bonizio (2001, p. 16)</p><p>Percebe-se que o grande desafio da construção civil sempre foi entender em</p><p>qual momento se reconhece a receita, haja vista que, os recebimentos da venda de um</p><p>empreendimento não seguem os recebimentos tradicionais de uma empresa de outro</p><p>segmento.</p><p>2.2 ITERPRETAÇÃO DA NORMATIVA ANTERIOR ÀS NORMAS</p><p>INTERNACIONAIS DE CONTABILIDADE</p><p>De acordo com a Receita Federal (2021), a Instrução Normativa nº 84 de 1979</p><p>pode ser considerada um marco para o setor da construção civil, haja vista a falta de</p><p>20</p><p>conceitos e definições sobre o tema, posteriormente vieram outras normativas que</p><p>buscaram complementar, contudo, as definições trazidas na Instrução Normativa nº</p><p>84 de 1979 ainda valem e traz questões importantes em seu texto. Importante lembrar</p><p>que nem sempre tivemos as normas internacionais, logo, essas normativas cumpriam</p><p>o papel de nortear os profissionais contábeis a agirem da melhor maneira. A instrução</p><p>dizia que:</p><p>“SEÇÃO I</p><p>INTRODUÇÃO</p><p>1. Contribuinte</p><p>1.1 — O contribuinte que comprar imóvel para venda ou empreender</p><p>desmembramento ou loteamento de terrenos, incorporação</p><p>imobiliária ou construção de prédio destinado à venda deverá, para</p><p>efeito de determinar o lucro real, obedecer às condições constantes</p><p>desta Instrução Normativa.</p><p>1.2 — A expressão "contribuinte" abrange,</p><p>além da pessoa jurídica que</p><p>se dedicar a qualquer das atividades descritas no subitem anterior,</p><p>a pessoa física considerada empresa individual por promover a</p><p>Incorporação de prédios em condomínio ou o loteamento de terrenos,</p><p>nos termos dos Decretos-leis nº 1.381/74 e 1.510/76.</p><p>1.3 — As disposições desta Instrução Normativa não alcançam as</p><p>pessoas físicas consideradas empresas individuais por alienarem</p><p>imóveis a empresa a que estejam vinculadas, nas condições previstas</p><p>na legislação pertinente, nem as que praticarem, em nome individual,</p><p>a comercialização de imóveis com habitualidade, a não ser que já</p><p>tenham sido equiparadas a pessoas jurídicas em face da hipótese</p><p>prevista no subitem 1.2.</p><p>2. Unidade Imobiliária</p><p>A expressão "unidade" utilizada nesta Instrução Normativa</p><p>compreende:</p><p>1 — o terreno adquirido para venda, com ou sem construção;</p><p>2 — cada lote oriundo de desmembramento de terreno;</p><p>3 — cada terreno decorrente de loteamento;</p><p>4 — cada unidade distinta resultante de incorporação imobiliária;</p><p>5 — o prédio construído para venda como unidade isolada ou</p><p>autônoma (BRASIL, 1979, s.p.).</p><p>Nota-se que a legislação se preocupa em conceituar o que é contribuinte,</p><p>haja vista que, nesses termos, trata-se do contribuinte e, além da pessoa jurídica, a</p><p>pessoa física. Esse trecho mostra que pessoas que decidem comprar algum imóvel, ou</p><p>similar, para fins de venda, desmembramento ou atividades que se caracterizam como</p><p>incorporadoras, também são contempladas pela lei no que tange direitos e obrigações.</p><p>Contudo, existem outras definições além de incorporadoras, são elas: construtora,</p><p>empreiteira e incorporadora. Vamos analisar com calma a diferença entre elas.</p><p>A construtora, como o próprio nome já diz, é responsável pela construção</p><p>do imóvel. As principais preocupações da construtora são com a qualidade da obra,</p><p>eficiência operacional e maximização de matéria prima, ou seja, ela foca na operação</p><p>física do imóvel.</p><p>Já a incorporadora entra em cena após a construção do imóvel, se caracterizando</p><p>como uma intermediária e articuladora do negócio imobiliário. Uma observação</p><p>21</p><p>interessante é que a lei que rege, reconhece e conceitua as incorporadoras, além de</p><p>apontar várias outras questões é a Lei nº 4.591/64, que também pode ser considerada</p><p>um marco na área.</p><p>A empreiteira também está relacionada com a obra, contudo, podemos dizer</p><p>que se trata de uma subordinada da construtora, sendo que a empreiteira é responsável</p><p>por uma parte específica da obra, logo, as empreiteiras possuem importante função na</p><p>missão final das construtoras.</p><p>Outro ponto importante para a construção civil são as definições e regras sobre</p><p>estoque. A Instrução Normativa nº 84 de 1979 diz que:</p><p>“SEÇÃO II</p><p>ESTOQUE</p><p>3. Registro Permanente de Estoque</p><p>3.1 — O contribuinte deverá manter registro permanente de estoque,</p><p>para determinar o custo dos imóveis vendidos.</p><p>3.2 — O registro permanente de estoque de imóveis será feito em</p><p>livro, fichas, mapas ou formulários contínuos emitidos por sistema de</p><p>processamento de dados, a critério do contribuinte” (BRASIL, 1979,</p><p>s.p.).</p><p>Para entender este trecho da legislação, devemos compreender o que é registro</p><p>permanente de estoque. Essa expressão é utilizada para o controle e acompanhamento</p><p>de cada tipo de produto em estoque em longo prazo. Como estamos falando de</p><p>incorporadoras, o estoque serão os imóveis disponíveis para venda. Pode parecer</p><p>confuso ou adverso, mas não é. Essa forma de registro de estoque busca garantir a</p><p>fidedignidade do estoque através de fichas de estoque mantidas para cada item, com</p><p>seu movimento em quantidade, preço unitário e valor total.</p><p>Para entender a situação atual do mercado das incorporadoras,</p><p>acesse: https://www.moneytimes.com.br/se-setor-imobiliario-tiver-</p><p>seu-segundo-melhor-ano-em-2022-sera-uma-conquista-e-tanto/.</p><p>DICA</p><p>Sabemos da relevância do estoque, contudo, a conta custo do imóvel vendido</p><p>ganha notória relevância na atividade da construção civil, e, mais à frente, abordaremos</p><p>os custos e suas nuances nas incorporadoras.</p><p>https://www.moneytimes.com.br/se-setor-imobiliario-tiver-seu-segundo-melhor-ano-em-2022-sera-uma-conquista-e-tanto/</p><p>https://www.moneytimes.com.br/se-setor-imobiliario-tiver-seu-segundo-melhor-ano-em-2022-sera-uma-conquista-e-tanto/</p><p>22</p><p>2.3 CUSTOS E VENDAS NAS INCORPORAÇÕES NO QUE TANGE</p><p>ÀS LEIS</p><p>É notório que o custo ganha relevância central na construção civil, mas,</p><p>atenção: custos sempre será o tema mais delicado da construção civil, portanto esta</p><p>parte da legislação é um pouco maior e mais densa, mas calma, caso o entendimento</p><p>não ficar claro, ao fim da citação da lei, o professor irá explicar cada passo para facilidade</p><p>a absorção do conhecimento sobre este item a Instrução Normativa SRF nº 84, de 20 de</p><p>dezembro de 1979 afirma que:</p><p>SEÇÃO III</p><p>CUSTO</p><p>6. Formação do Custo</p><p>6.1 — O custo dos Imóveis vendidos compreenderá, obrigatoriamente:</p><p>1 — o custo de aquisição de terrenos ou prédios, inclusive os tributos</p><p>devidos na aquisição e as despesas de legalização; e</p><p>2 — os custos de estudo, planejamento, legalização e execução dos</p><p>planos ou projetos de desmembramento, loteamento, incorporação,</p><p>construção e quaisquer obras ou melhoramentos.</p><p>6.2 — As atividades descritas na alínea 2 do subitem anterior</p><p>correspondem à atividade de produção de bens a que se refere o §</p><p>1.° do art. 13 do Decreto-lei nº 1.598/77, e os custos a elas pertinentes</p><p>deverão, portanto, compreender:</p><p>1 — o custo de aquisição de materiais e quaisquer outros bens</p><p>aplicados ou consumidos na produção, inclusive os custos de</p><p>transporte e seguro até o estabelecimento do contribuinte e os</p><p>tributos devidos na aquisição ou importação desses insumos;</p><p>2 — o custo dos serviços aplicados ou consumidos na produção,</p><p>inclusive os tributos sobre eles devidos que onerem o contribuinte;</p><p>3 — o custo do pessoal aplicado na produção, inclusive de supervisão</p><p>direta, manutenção e guarda das instalações de produção;</p><p>4 — os custos de locação, manutenção e reparo e os encargos de</p><p>depreciação dos bens aplicados na produção;</p><p>5 — os encargos de amortização diretamente relacionados com a</p><p>produção;</p><p>6 — os encargos de exaustão dos recursos naturais utilizados na</p><p>produção.</p><p>6.3 — Os custos mencionados no subitem precedente deverão</p><p>guardar relação direta com a realização das atividades de estudo,</p><p>planejamento, legalização e execução</p><p>dos planos ou projetos de desmembramento, loteamento,</p><p>Incorporação, construção e quaisquer obras ou melhoramentos.</p><p>6.4 — As despesas com as vendas, as despesas financeiras, as</p><p>despesas gerais e administrativas e quaisquer outras, operacionais e</p><p>não operacionais, não poderão ser computadas no custo dos imóveis</p><p>vendidos, sob nenhum pretexto.</p><p>7. Custos Pagos ou Incorridos</p><p>7.1 — Os custos pagos, admitidos na formação do custo do imóvel</p><p>vendido, aos quais se reporta o artigo 28 do Decreto-lei nº 1.598/77,</p><p>são apenas aqueles que, além de estarem pagos, se refiram a bens</p><p>ou serviços adquiridos ou contratados para específica aplicação no</p><p>empreendimento de que a unidade negociada faça parte.</p><p>7.2 — Os bens adquiridos para estocagem, sem destinação específica,</p><p>portanto, deverão ser debitados a uma conta de almoxarifado e</p><p>23</p><p>somente serão apropriáveis ao custo de qualquer empreendimento</p><p>quando nele aplicados.</p><p>7.3 — Além dos valores pagos, a que se refere o subitem 7.1, integrarão</p><p>o custo do imóvel vendido, como custos incorridos, todos aqueles</p><p>fatores de produção de que tratam as alíneas 1 a 6 do subitem 6.2.</p><p>7.4 — Todos os custos pagos ou incorridos serão primeiramente</p><p>debitados a uma conta representativa das obras em andamento,</p><p>classificável no ativo circulante, para depois serem considerados na</p><p>formação do custo de cada unidade vendida.</p><p>7.5 — Os custos pagos ou incorridos referentes a empreendimento</p><p>que compreenda duas ou mais unidades deverão ser apropriados, a</p><p>cada uma delas, mediante rateio baseado em critério usual no tipo de</p><p>empreendimento imobiliário.</p><p>8. Custos Contratados</p><p>8.1 — O contribuinte poderá também computar,</p><p>na formação do custo</p><p>do imóvel vendido, os custos contratados para a realização das obras</p><p>ou melhoramentos a que estiver obrigado.</p><p>8.2 — Os custos contratados relativos a empreendimento que</p><p>compreenda duas ou mais unidades deverão ser apropriados, a cada</p><p>uma delas, mediante rateio baseado em critério usual no tipo de</p><p>empreendimento imobiliário (BRASIL, 1979, s.p.).</p><p>A Instrução Normativa, na seção III, já no seu início, se preocupa em narrar</p><p>a composição do custo de uma incorporadora. Além dos custos de incorporação</p><p>tradicionais, a norma cita os custos de contratos, portanto, logo surge a dúvida: o que</p><p>seria custos de contrato?</p><p>A definição dos custos de contrato pode ser entendida como os custos</p><p>contratuais que a incorporadora precisa arcar para que o imóvel seja transferido para</p><p>seu cliente. Temos vários exemplos destes custos, o mais comum é que sejam em</p><p>torno de 4% do valor do imóvel, ou seja, é um valor relevante que, segundo a Instrução</p><p>Normativa nº 84 de 1979 incorporam o custo do imóvel vendido.</p><p>No que tange às vendas, a construção civil sempre é alvo de especulação, tanto</p><p>da sociedade como de clientes e investidores. A venda das incorporadoras não segue</p><p>um padrão linear como em outros setores, sendo, portanto, necessário o constante</p><p>monitoramento contábil. A Instrução Normativa nº 84 de 1979, aponta que:</p><p>SEÇÃO IV</p><p>VENDA</p><p>10. Efetivação ou Realização da Venda</p><p>10.1 — Considera-se efetivada ou realizada a venda de uma unidade</p><p>imobiliária quando contratada a operação de compra e venda, ainda</p><p>que mediante instrumento de promessa, carta de reserva com</p><p>princípio de pagamento ou qualquer outro documento representativo</p><p>de compromisso, ou quando implementada a condição suspensiva a</p><p>que estiver sujeita essa venda (BRASIL, 1979, s.p.).</p><p>Devemos refletir sobre este ponto. A efetivação da venda só ocorre quando</p><p>há um documento de compromisso firmado. Esse conceito é oriundo do regime de</p><p>competência contábil que preza pelo registro do ato no momento do fato gerador.</p><p>Vamos exemplificar:</p><p>24</p><p>Imagine que um casal decide comprar um apartamento. Após várias pesquisas,</p><p>eles resolveram adquirir o imóvel ainda na planta. No dia primeiro de dezembro de 2022,</p><p>o casal foi até a imobiliária e deixou tudo firmado com o corretor, de modo que, só faltou</p><p>a confecção e assinatura do contrato. O casal se encontra extremamente feliz com a</p><p>decisão tomada e o corretor também com a comissão sobre a venda.</p><p>No dia 31 de dezembro de 2022, o contador precisa fechar as demonstrações</p><p>contábeis e fica ciente desse acordo realizado no dia primeiro de dezembro de 2022.</p><p>Ao procurar informações sobre o ocorrido, descobre que a venda está fechada com um</p><p>contrato verbal e não há contrato escrito. Logo, surge a dúvida: essa venda deve ser</p><p>reconhecida?</p><p>A resposta é não. Apesar da verbalização da venda, não há o fato gerador que</p><p>seria o contrato, impedindo que a receita com vendas seja reconhecida na demonstração</p><p>de resultado e faça parte para a apuração do resultado líquido.</p><p>Os princípios contábeis foram originalmente criados pela Resolução</p><p>do Conselho Federal de Contabilidade de 1993 e atualizada</p><p>pela Resolução do Conselho Federal de Contabilidade de 2010.</p><p>Contudo, essas normas foram revogadas deixando a seguinte</p><p>dúvida. Os princípios contábeis deixaram de existir? Ao todo, os</p><p>princípios são: continuidade, oportunidade, registro pelo valor</p><p>original, competência e prudência. Nenhum deles deixou de existir</p><p>e sim tiveram seus conceitos diluídos dentro dos códigos de</p><p>pronunciamentos contábeis. Para saber mais sobre eles, acesse a</p><p>resolução na íntegra através do link:</p><p>https://www.afixcode.com.br/blog/principios-contabeis-revogacao-</p><p>resolucao-750-1993/.</p><p>NOTA</p><p>Quando se fala em contabilidade uma das primeiras situações que vem em</p><p>mente é a apuração dos tributos, mas antes precisamos esclarecer alguns conceitos</p><p>como a diferença entre impostos, taxas e tributos.</p><p>Importante definirmos primeiro tributos, haja vista que impostos e taxas são</p><p>subdivisões dos tributos, pois, tributos é tudo aquilo que se arrecadado pelos entes</p><p>públicos e que não são oriundos de atos ilícitos ou que ferem alguma legislação</p><p>específica. Vamos exemplificar para facilitar o entendimento.</p><p>Imagine que determinada empresa adquira uma matéria prima necessária para</p><p>fabricação do produto. O valor pago foi de R$ 10.000,00, contudo, somente R$ 9.000,00</p><p>foi para o fornecedor, os outros R$ 1.000,00 vão para os cofres públicos. Esse valor é</p><p>chamado de tributo, haja vista não se tratar de uma violação de lei ou ato ilícito que</p><p>https://www.afixcode.com.br/blog/principios-contabeis-revogacao-resolucao-750-1993/</p><p>https://www.afixcode.com.br/blog/principios-contabeis-revogacao-resolucao-750-1993/</p><p>25</p><p>gerou um ônus com penalidade fi nanceira para a empresa e sim um pagamento exigido</p><p>pelo ente público.</p><p>O tributo pode ser uma taxa ou imposto. Taxas são tributos com a fi nalidade</p><p>específi ca de fi nanciar alguma entidade pública. Por exemplo, a taxa de esgoto paga na</p><p>conta de água é um valor destinado para a manutenção do serviço de tratamento de</p><p>esgoto.</p><p>Já o imposto busca fi nanciar a máquina pública como um todo, mas vale uma</p><p>ressalva, cada tipo de imposto irá para determinado ente da federação. Por exemplo, PIS</p><p>e COFINS são impostos que visam fi nanciar as operações da União. O ICMS visa fi nanciar</p><p>as operações estaduais e o IPTU visa fi nanciar as operações municipais.</p><p>Você sabia que há vários impostos, no mínimo, diferentes pelo mundo ?</p><p>Por exemplo, alguns países da União Europeia cobram impostos sobre</p><p>a fl atulência (gases) emitidos pelas vacas. Para saber mais acesse o link:</p><p>https://www.bbc.com/portuguese/geral-48753054.</p><p>INTERESSANTE</p><p>Agora que sabemos as defi nições e especifi cidades dos tributos, veremos o que</p><p>a Instrução Normativa nº 84 de 1979 diz de mais relevante sobre o assunto. Em sua</p><p>redação está escrito que:</p><p>SEÇÃO V TRIBUTAÇÃO</p><p>Subseção I Resultados das Vendas à Vista</p><p>11. Venda à Vista de Unidade Concluída</p><p>Na venda à vista de unidade concluída, o lucro bruto será apurado</p><p>e reconhecido, no resultado do exercício social, na data em que se</p><p>efetivar a transação.</p><p>12. Venda à Vista de Unidade não Concluída</p><p>12.1 — No caso de venda à vista de unidade não concluída, quando o</p><p>contribuinte não se interessar pela inclusão do custo orçado no custo</p><p>do Imóvel vendido, as apurações e apropriações de custo, a apuração</p><p>e o reconhecimento do lucro bruto e as atualizações monetárias</p><p>dos custos contratados serão feitos com observância das normas</p><p>constantes das divisões do presente subitem.</p><p>12.1.1 — Inicialmente, será apurado o custo da unidade vendida, até o</p><p>dia da efetivação da venda, mediante distribuição proporcional, por</p><p>todas as unidades do empreendimento, dos custos pagos, incorridos</p><p>ou contratados até a data mencionada.</p><p>12.1.2 — Uma vez conhecido o custo da unidade vendida, de</p><p>conformidade com o disposto na divisão de subitem 12.1-1, o lucro</p><p>bruto deverá ser apurado e, em seguida, computado integralmente</p><p>no resultado do exercício social, na data em que se efetivar a venda.</p><p>12.1.3 — Os custos respectivos à unidade vendida pagos, incorridos ou</p><p>contratados após a data do reconhecimento do lucro bruto, sempre</p><p>apurados mediante rateio de custos do empreendimento, terão o</p><p>seguinte tratamento:</p><p>26</p><p>1 — a parte apurada entre a data do reconhecimento do lucro bruto e</p><p>o final do período-base em que esse fato acontecer será computada</p><p>no resultado do exercício social como custo adicional da venda;</p><p>2 — a parte apurada em período-base posterior ao mencionado na</p><p>alínea precedente será computada no resultado desse exercício</p><p>social como custo de exercício anterior, e representará parcela</p><p>redutora do lucro bruto em vendas desse período-base posterior.</p><p>12.1.4 — As atualizações monetárias dos custos contratados</p><p>respectivos à unidade vendida terão o mesmo tratamento previsto</p><p>nas alíneas 1 e 2 da divisão de subitem 12.1.3.</p><p>12.2 — No caso de venda à vista de unidade não concluída, quando</p><p>o</p>

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