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<p>PATOLOGIA</p><p>Hérnia: é o deslocamento de material nuclear (núcleo) do disco vertebral além dos</p><p>limites normais dos anéis.</p><p>Prolapso discal: abaulamento discal. O núcleo sofre deslocamento, mas fica</p><p>contido pelas camadas externas (anéis).</p><p>Hérnia extrusa: o núcleo sofre deslocamento, mas ultrapassou camadas externas</p><p>(anéis), e o núcleo ainda está em contato com o disco.</p><p>Hérnia sequestrada: o núcleo sofre deslocamento total e se desliga do disco ou</p><p>anéis.</p><p>Retro listese: escorregamento da vertebra para trás.</p><p>Antero listese: escorregamento da vértebra para frente.</p><p>SINAIS NEUROLÓGICOS:</p><p>Quando há pressão contra a medula espinhal ou as raízes nervosas, há sinais</p><p>e sintomas neurológicos. Sendo eles verdadeiros:</p><p>1. Fraqueza muscular, correspondente a inervação (miótomo).</p><p>Ex.: compressão nervosa de L2 = fraqueza de flexores de quadril (iliopsoas).</p><p>2. Alterações sensitivas específicas do dermátomo, ou seja, alteração sensorial na</p><p>área inervada pelo segmento acometido.</p><p>DEFINIÇÃO E CARACTERÍSTICAS DE DOR IRRADIADA</p><p>A dor irradiada é definida como uma dor que se estende da origem para outras</p><p>estruturas inervadas pela mesma raiz nervosa acometida.</p><p>As características são: ardor e formigamento na região de dermátomos, além</p><p>disso pode vir acompanhada de uma sensação de fraqueza muscular no miótomo</p><p>referente à raiz acometida. O paciente com dor irradiada por uma herniação lombar</p><p>pode apresentar mobilidade nervosa limitada ao fazer a elevação da perna estendida</p><p>(normalmente entre 30° e 60°)</p><p>INDICAÇÕES PARA UM TRATAMENTO CIRÚRGICO:</p><p>Radiculopatias de membro superior ou inferior (irritação nervosa) nos quais as</p><p>medidas conservadoras falharam, incluindo fisioterapia, medicamentos e injeções de</p><p>esteróides.</p><p>TIPOS DE CIRURGIA INDICADAS PARA AS HÉRNIAS DE DISCO.</p><p>A laminectomia parcial ou hemilaminectomia é a remoção de apenas uma parte</p><p>da lâmina;</p><p>A laminectomia completa é a remoção da lâmina inteira, do processo espinhoso e</p><p>do ligamento amarelo inserido na lâmina.</p><p>O procedimento é indicado para pacientes com uma pequena protrusão discal</p><p>unilateral.</p><p>Vantagem: da cirurgia é que os pacientes retêm a mobilidade segmentar e ao mesmo</p><p>tempo têm os sintomas aliviados.</p><p>Desvantagem: da laminectomia completa é que o segmento cirúrgico perde sua</p><p>estabilidade anatômica.</p><p>A fusão (artrodese) é indicada quando o paciente se apresenta com dor axial</p><p>combinada com instabilidade, alterações degenerativas artríticas graves ou dor</p><p>periférica que não pode ser controlada de outra maneira. A cirurgia consiste na</p><p>remoção de parte ou total de um disco herniado entre duas vértebras, seguida de</p><p>fusão, utilizando enxerto de osso ou substituto de enxerto ósseo.</p><p>Vantagem: reduz ou elimina a mobilidade do segmento, reduz a carga mecânica na</p><p>área degenerada do disco e reduz a incidência de herniações adicionais no local</p><p>afetado do disco.</p><p>Desvantagem: podem ocorrer com a aceleração dos processos degenerativos,</p><p>hipermobilidade nos segmentos vertebrais adjacentes e alteração da mecânica geral</p><p>da coluna vertebral.</p><p>Na microdiscectomia lombar é feita uma pequena incisão na pele e a musculatura</p><p>da região lombar é afastada para propiciar o acesso ao espaço que existe entre as</p><p>vértebras. Após a ressecção de alguns ligamentos, é possível descomprimir a raiz</p><p>nervosa comprimida, mobilizá-la e retirar o disco herniado que causa a compressão.</p><p>O procedimento é realizado sob anestesia geral, necessitando apenas um dia de</p><p>internação, na maior parte das vezes.</p><p>DIFERENÇAS ENTRE DOR CRÔNICA E DOR AGUDA (NEUROFISIOLOGIA)</p><p>Aguda: dor constante e pode haver sinais de inflamação. Nenhuma posição ou</p><p>movimento alivia os sintomas completamente. É recomendada a intervenção médica</p><p>com medicamentos anti-inflamatórios. Pode haver sinais de irritabilidade nervosa</p><p>quando a raiz nervosa ou o nervo espinal é comprimido ou posto sob tensão.</p><p>Crônica: dor constante ou dor em algumas atividades, há limitações das atividades</p><p>diárias e/ou instrumentais, desde o manuseio de materiais pesados até atividades</p><p>domésticas repetitivas, que incluem levantar crianças pequenas, até atividades</p><p>esportivas. Na fase crônica não há inflamação.</p><p>ARTIGO TREATMENT-BASED CLASSIFICATION (TBC) SYSTEM FOR LOW</p><p>BACK PAIN: REVISION AND UPDATE.</p><p>Classificação Baseada em Tratamento, serve para alinhar a classificação de</p><p>pacientes com dor lombar a partir do tratamento oferecido para cada caso, trata-se</p><p>de um sistema de diretrizes de recomendações no processo de tomada de decisão</p><p>clínica para pacientes com lombalgia.</p><p>A triagem para a classificação TBC de 2015 ocorre em 2 níveis:</p><p>1 - Cuidados de primeiro contato;</p><p>2 - Reabilitação.</p><p>A) Triagem do Cuidados de primeiro contato: Para determinar se o paciente pode</p><p>passar por uma reabilitação ou não pode devido a uma comorbidade ou patologias</p><p>graves. Podem ser classificados em 3 abordagens:</p><p>A1) Gerenciamento médico: Paciente possui uma patologia grave como câncer ou</p><p>fratura e quando o paciente possui uma comorbidade grave como artrite reumatoide</p><p>ou alguma alteração neurossensorial, como excitabilidade sináptica aumentada.</p><p>Estes precisam ser encaminhados para uma reabilitação específica de acordo com a</p><p>patologia ou comorbidade. Especialmente quando há uma psicopatologia envolvida</p><p>como dor catastrófica, medo de movimento, ansiedade e depressão.</p><p>A2) Gerenciamento de reabilitação: Pacientes que são apropriados para o manejo</p><p>da reabilitação, que é o grupo de maioria de pacientes.</p><p>A3) Gerenciamento do Autocuidado: Pacientes que não possuem patologias ou</p><p>comorbidades e podem ser encaminhados para um manejo de autocuidado. São</p><p>aqueles que provavelmente não desenvolverão lombalgia incapacitante durante o</p><p>episódio atual e podem passar apenas por um aconselhamento sobre medicação,</p><p>trabalho e atividade.</p><p>B) Triagem da Reabilitação: Determinar a abordagem de reabilitação mais</p><p>adequada de acordo com a apresentação clínica do paciente: avaliação da</p><p>intensidade da dor, do estado de incapacidade, da percepção do estado clínico e do</p><p>estado psicossocial do paciente. O sistema TBC determina 3 abordagens de</p><p>reabilitação diferentes.</p><p>B1) Modulação de sintomas: Abordagem para pacientes com um episódio recente</p><p>de lombalgia (novo ou recorrente) que gerou sintomatologia significativa. Os achados</p><p>clínicos são: Incapacidade: alta, Status dos sintomas: volátil, Dor: Alta para moderada.</p><p>Os tratamentos devem conter: exercícios de preferência direcional, manipulação,</p><p>mobilização, tração e descanso ativo.</p><p>B2) Recuperação da função: Abordagem para pacientes com dor moderada que</p><p>aumenta ao realizar determinadas atividades diárias; ou uma dor que retorna ao seu</p><p>nível basal baixo assim que o paciente cessa a atividade. Outros pacientes podem</p><p>descrever ataques recorrentes de lombalgia que são agravados com movimentos</p><p>repentinos, mas atualmente estão assintomáticos. O exame físico pode revelar</p><p>déficits de flexibilidade, Incapacidade: moderada, Status dos sintomas: estável e Dor:</p><p>Moderada para baixa. Os tratamentos devem conter: exercícios sensório-motores,</p><p>exercícios de estabilização e exercícios de flexibilidade.</p><p>B3) Otimização funcional: Abordagem para pacientes com baixa dor ou</p><p>assintomáticos. A dor é agravada apenas pela fadiga do sistema de movimento.</p><p>Esses pacientes podem não ter déficits de flexibilidade ou controle, mas apresentam</p><p>deficiências na resistência, força e potência do sistema de movimento que não</p><p>atendem às suas demandas físicas. Para estes pacientes a recomendação é</p><p>exercícios de força e condicionamento físico, exercícios específicos do esporte ou</p><p>tarefa, exercícios aeróbicos, exercícios físicos em geral.</p><p>AVALIAÇÃO DOS MIÓTOMOS</p><p>L2: Flexão de quadril</p><p>L3: Extensão de joelho</p><p>L4: Dorsiflexão</p><p>L5: Extensão do hálux</p><p>S1: Flexão plantar</p><p>S2: Flexão de joelho</p><p>TESTE LASÉGUE</p><p>Teste realizado com o paciente em decúbito dorsal, terapeuta irá flexionar o</p><p>quadril com a perna fletida, após o quadril está fletido estende o joelho, membro</p><p>contralateral fica em extensão. (Arco de 30º) Caso na flexão de quadril e extensão de</p><p>joelho o paciente referir dor, requer resultado positivo ao teste. Positivo para</p><p>radiculopatia do nervo isquiático, pois com o quadril flexionado e o joelho estendido o</p><p>nervo isquiático se alonga. Avalia hérnia de disco.</p><p>SLUMP TESTE</p><p>O paciente ficará em sedestação, na borda da maca com os membros</p><p>inferiores livres, as mãos atrás do tronco e o quadril em posição neutra. O paciente</p><p>flexiona a cabeça, e relaxa o tronco, é solicitado que o paciente estenda o realizando</p><p>uma dorsiflexão. Uma progressão é realizar o teste com e o examinador aplicando</p><p>cuidadosamente uma pressão sobre a coluna cervical, forçando uma flexão maior da</p><p>coluna vertebral. (Caso haja reprodução dos sintomas no primeiro estágio não deverá</p><p>ser feito o próximo passo). O teste é positivo se houver reprodução dos sintomas em</p><p>qualquer fase do teste não havendo alívio com a extensão da cervical, se houver alívio</p><p>indica encurtamento da cadeia posterior. Avalia o aumento de tensão no trato neuro</p><p>meníngeo.</p><p>VALSAVA</p><p>Teste podendo ser realizado em sedestação, o examinador irá solicitar que o</p><p>paciente realize uma inspiração profunda e sustente enquanto irá realizar um esforço,</p><p>como se fosse evacuar ou tossir. Esse esforço realizado gera um aumento de pressão</p><p>na medula espinhal, na maioria dos casos sendo decorrente de uma lesão expansiva,</p><p>como uma hérnia de disco, estenose ou osteófitos. Os resultados são bem subjetivos.</p><p>Avalia a região da coluna inteira.</p><p>AVALIAÇÃO DA FLEXIBILIDADE DOS ISQUIOTIBIAIS</p><p>TESTE ÂNGULO POPLÍTEO</p><p>Realizado em decúbito dorsal, um membro inferior estará estendido e o contra</p><p>lateral flexionado (90º), e a articulação do tornozelo irá permanecer livre, o</p><p>examinador irá realizar uma extensão passiva de joelho até encontrar resistência,</p><p>medindo assim a angulação formada na região posterior do joelho com um</p><p>goniômetro, alinhando o braço fixo com a coxa e o braço móvel alinhado com a perna,</p><p>o ângulo poplíteo comum é de aproximadamente 155 graus, sendo menor do que</p><p>esse número indica diminuição da flexibilidade ou contratura dos isquiotibiais. Avalia</p><p>a flexibilidade dos isquiotibiais.</p><p>TESTE TERCEIRO DEDO AO SOLO</p><p>O paciente se encontrará em ortostase e irá realizar uma flexão de tronco com os</p><p>MMSS em direção ao chão, levando os dedos para encostarem ao solo o terapeuta</p><p>irá medir com uma fita métrica a distância entre a parte distal do terceiro dedo e o</p><p>solo. Avalia a flexibilidade dos isquiotibiais e mobilidade da coluna.</p><p>TESTE DE SCHOBER</p><p>Paciente em posicionamento ortostático, o terapeuta identifica e demarca com</p><p>uma caneta demográfica a região entre as espinhas ilíacas póstero superiores, ao</p><p>centralizar esse ponto demarca 15 cm acima e após solicitamos que o paciente realize</p><p>uma flexão máxima de tronco, caso ocorra uma diferença de 5cm ou mais na</p><p>marcação após a flexão de tronco o teste é apresentado como normal. Avalia a</p><p>mobilidade da coluna lombossacral.</p><p>TESTE DE STIBOR</p><p>Realizado em posição ortostática, o terapeuta marca com uma caneta</p><p>demográfica ao meio da região da crista ilíaca póstero superior e na C7 (Sétima</p><p>vértebra cervical), paciente realiza uma flexão máxima de tronco e o terapeuta mede</p><p>a distância entre um ponto e outro, sendo considerado o normal para o teste de Stibor</p><p>10cm. Avalia a mobilidade da coluna vertebral.</p><p>AVALIAÇÃO E IDENTIFICAÇÃO DAS BANDEIRAS</p><p>YELLOW FLAGS</p><p>É caracterizado por fatores que envolvam questões psicossociais à dor lombar, e</p><p>podendo apontar o risco para a dor crônica. Estudos demonstraram que cinesiofobia,</p><p>crenças negativas em relação à dor, características depressivas, ansiosas, questões</p><p>sociais, baixa autoestima, fraqueza muscular progressiva e incontinência urinária</p><p>podem influenciar na intensidade e cronicidade da dor, mostrando que a identificação</p><p>desses fatores são fundamentais para uma parte da realização do tratamento.</p><p>RED FLAGS</p><p>Caracterizada por apresentar patologia subjacentes mais graves (como doença</p><p>neurológica, infecção ou malignidade) que necessita da avaliação médica imediata.</p><p>Como exemplo a presença de dor noturna intensa e persistente, febre, histórico de</p><p>câncer, fraqueza muscular, incontinência urinária e alterações dos reflexos.</p><p>BLUE FLAG</p><p>Engloba as questões de fatores ambientais e ocupacionais que podem contribuir para</p><p>a dor local, gerando intervenções para a recuperação do paciente.</p><p>O paciente apresenta condições de trabalho inadequadas, como cadeiras,</p><p>posicionamento, cargas elevadas de jornada de trabalho, exercícios repetitivos e com</p><p>carga elevada de peso.</p><p>As intervenções propostas são ações que modifiquem o espaço físico de trabalho,</p><p>orientações ocupacionais e estratégias para associar da melhor maneira o equilíbrio</p><p>entre trabalho-vida.</p><p>MODELO BIOPSICOSSOCIAL</p><p>● Biológico: investigação de características físicas para compreender como a</p><p>patologia pode estar agindo no organismo. Abordando questões como a saúde</p><p>física, características genéticas e a consequência de drogas e medicamentos.</p><p>● Psicológico: Buscam a influência das causas psicológicas que envolva</p><p>determinada patologia. Envolvendo questões como habilidades sociais,</p><p>relacionamentos familiares, autoestima e saúde mental.</p><p>● Social: Pesquisas de como fatores sociais (aspectos socioeconômicos,</p><p>culturais e inter-relacionais) podem influenciar na saúde do paciente.</p><p>O objetivo do modelo biopsicossocial é oferecer assistência e cuidado ao paciente</p><p>visando não a doença, mas sim o cuidar de alguém, com o auxílio de uma equipe</p><p>multidisciplinar, como exemplo: médicos, fisioterapeutas, psicólogos e assistentes</p><p>sociais.</p><p>START BACK SCREENING TOOL - SIMULAR A APLICAÇÃO</p><p>É um questionário que correlaciona 9 itens. Quatro envolvendo a dor referida,</p><p>disfunção e comorbidade e cinco itens referente a sub escala biopsicossocial</p><p>referente a incomodo, catastrofização, cinesiofobia, ansiedade e depressão.</p><p>Os pacientes são classificados de três modos.</p><p>Alto risco: presença de alto nível de fatores psicossociais, com ou sem a presença</p><p>de fatores físicos.</p><p>Médio risco: presença de fatores físicos e psicossociais, mas em níveis mais baixo</p><p>que os pacientes classificados com alto risco.</p><p>Baixo risco: presença de mínimos fatores físicos e psicossociais.</p><p>No questionário para a se dar a pontuação o paciente responderá com “concordo’’ e</p><p>“discordo” nos oito primeiros itens, valendo um ponto a primeira opção e zero a</p><p>segunda, no nono item tem se tem a opção de cinco respostas (Nada, pouco,</p><p>moderada, muito e exatamente), entretanto as três primeiras opções são classificadas</p><p>como zero e as duas últimas um ponto cada.</p><p>A conclusão do teste se dá pela pontuação total, se a pontuação apresentar entre 0-</p><p>3 pontos, o paciente é classificado como de baixo risco. Valores maiores que três na</p><p>pontuação total, analisa-se a pontuação da sub escala psicossocial compostas pelas</p><p>questões 5-9, caso a pontuação dessa sub escala for menor que 3 pontos, o paciente</p><p>é classificado como de médio risco, e se for maior que três pontos se encaixa no</p><p>grupo de alto risco.</p><p>TRATAMENTO</p><p>É recomendada uma intervenção preventiva pelas principais agências internacionais</p><p>de saúde. Um dos problemas é definir o que deve ser prevenido especificamente na</p><p>área da coluna lombar, uma vez que o processo degenerativo é ligado ao</p><p>envelhecimento e aos acidentes imprevisíveis ao longo da vida.</p><p>MOBILIZAÇÃO NEURAL PARA AS DORES IRRADIADAS</p><p>Quando há envolvimento de uma raiz nervosa, os sintomas e sinais incluem</p><p>alterações sensoriais (dermátomo) e/ou</p><p>perda de função motora (miótomo).</p><p>O plexo lombar é composto pelas partes iniciais das raízes nervosas L1, L2, L3 e uma</p><p>parte de L4. Já o plexo sacral é formado por L4, L5, S1 e partes de S2 e S3.</p><p>NERVOS PERIFÉRICOS DO QUADRANTE INFERIOR</p><p>Dependendo do local da lesão, os sintomas podem variar. A recuperação depende</p><p>de vários fatores, como a extensão da lesão, o tipo de lesão, a idade e a motivação</p><p>da pessoa. A regeneração nervosa pode resultar na reinervação exata do órgão-alvo,</p><p>com ou sem retorno da função, ou em outros resultados, como reinervação em um</p><p>local errado ou ausência de conexão com o órgão alvo.</p><p>DIRETRIZES DE TRATAMENTO: RECUPERAÇÃO DE UMA LESÃO NERVOSA</p><p>Em geral, a recuperação da lesão nervosa é observada na ocorrência em três fases.</p><p>Fase aguda: Na fase aguda após uma lesão ou cirurgia, é importante imobilizar o</p><p>nervo por algumas semanas (mínimo de 3) para protegê-lo e reduzir a inflamação.</p><p>Durante esse período, é incentivado o movimento ativo das articulações não afetadas.</p><p>Além disso:</p><p>• Controle da dor e do inchaço, usando técnicas como elevação e compressão, além</p><p>de modalidades como neuroestimulação elétrica transcutânea (TENS).</p><p>• Iniciar exercícios de amplitude de movimento para articulações não afetadas,</p><p>prevenindo contraturas.</p><p>• Uso de órteses específicas por esse tempo para prevenir deformidades, aliviar a</p><p>pressão sobre o nervo em cicatrização e facilitar novos movimentos.</p><p>• Orientação ao paciente sobre movimentos seguros e cuidados para proteger o</p><p>nervo lesado e evitar lesões devido à perda de sensibilidade.</p><p>Fase de recuperação: Após os sinais iniciais de reinervação, a fase de regeneração</p><p>e recuperação do nervo inclui:</p><p>• Reeducação motora: Iniciar exercícios para fortalecer os músculos afetados,</p><p>começando com contrações voluntárias e exercícios de "colocar e manter" ”, com o</p><p>posicionamento do músculo na posição encurtada; em seguida, pedir ao paciente</p><p>para sustentar a posição. Utiliza o recurso de estimulação elétrica neuromuscular.</p><p>Quando os músculos demonstrarem algum grau de controle, iniciar exercícios de</p><p>ADM ativo assistida com a gravidade eliminada. É importante continuar protegendo</p><p>os músculos fracos com órteses.</p><p>• Dessensibilização: À medida que os nervos se regeneram, pode ocorrer</p><p>hipersensibilidade na área afetada. Modalidades graduais são usadas para reduzir a</p><p>sensibilidade excessiva e melhorar a integração sensorial.</p><p>• Reeducação sensorial discriminativa: Treinar o cérebro para identificar estímulos</p><p>após a redução da hipersensibilidade. Isso envolve técnicas específicas para</p><p>melhorar a percepção sensorial.</p><p>• Orientação ao paciente: Instruir o paciente a retomar gradualmente o uso do</p><p>membro afetado, monitorando a dor e o inchaço. Cuidados preventivos devem ser</p><p>seguidos para evitar lesões durante o processo de recuperação do nervo.</p><p>Na fase crônica, se não houver sinais significativos de reinervação, o foco é em treinar</p><p>funções compensatórias. O uso de órteses pode ser necessário a longo prazo, e os</p><p>cuidados preventivos devem continuar indefinidamente, considerando não apenas a</p><p>cicatrização do nervo, mas também dos tecidos em geral.</p><p>PRINCÍPIOS DE INTERVENÇÃO</p><p>• Técnica de flossing neural: Posicionar o paciente no ponto de resistência do</p><p>tecido ou de início dos sintomas. Em seguida, mover duas articulações na</p><p>cadeia simultaneamente para que o tecido neural deslize proximal ou</p><p>distalmente.</p><p>• Técnica de deslizamento neural: Tirar a carga sobre o nervo, colocando o</p><p>tecido neural em uma posição de folga. Para tanto, flexionar lateralmente o</p><p>segmento proximal na direção do lado envolvido ou liberar a posição do</p><p>segmento distal. Em seguida, lentamente e de maneira oscilante, usando</p><p>movimentos amplos, mover com suavidade um segmento para dentro e para</p><p>fora do ponto de resistência do tecido.</p><p>PRECAUÇÕES E CONTRAINDICAÇÕES PARA TESTES E TRATAMENTO</p><p>NEURODINÂMICOS</p><p>Precauções: incluem estar ciente de como outras estruturas podem ser afetadas,</p><p>evitar agravar os sintomas com movimentos excessivos e monitorar cuidadosamente</p><p>a progressão da condição.</p><p>Contraindicações: abrangem sinais neurológicos agudos, sintomas de cauda equina,</p><p>lesões na medula espinhal, neoplasias e infecções.</p><p>AVALIAR MOVIMENTOS DE PREFERÊNCIA PARA ALÍVIO DA DOR</p><p>Impacto das mudanças posturais na pressão do disco intervertebral</p><p>Em comparação com a postura em pé, a pressão dentro do disco é menor quando</p><p>deitado, aumenta consideravelmente na posição sentada com os quadris e joelhos</p><p>flexionados, e quase dobra quando sentado inclinado para frente. Sentar-se com um</p><p>suporte lombar e um encosto a 120° proporciona a menor carga para o disco na</p><p>posição sentada. Portanto, deve-se evitar posições com os quadris e joelhos</p><p>flexionados ou inclinados para frente em casos de lesões agudas de disco. Se</p><p>necessário, deve-se usar um suporte lombar com o tronco reclinado a 120°.</p><p>Impacto do repouso na cama no disco</p><p>Quando deitado, as forças de compressão no disco diminuem, permitindo que o</p><p>núcleo absorva mais líquido para equalizar a pressão. Se deitado com a coluna</p><p>flexionada, o líquido absorvido se acumula posteriormente no disco. Ao levantar-se,</p><p>o peso corporal comprime o disco, aumentando a pressão interna e agravando os</p><p>sintomas de protrusão discal. Para evitar piorar os sintomas, é recomendado evitar</p><p>repouso absoluto na cama durante a fase aguda. Embora o repouso na cama possa</p><p>ser necessário nos primeiros dois dias para iniciar a recuperação, deve-se intercalar</p><p>com curtos períodos em pé, caminhando e realizando movimentos controlados.</p><p>Impacto da tração no disco</p><p>A tração pode aliviar sintomas de protrusão de disco, mas as evidências sobre seus</p><p>benefícios gerais são conflitantes. Sugere-se que a separação dos corpos vertebrais</p><p>possa achatar a saliência do disco ou reduzir a pressão interna do disco. Se a tração</p><p>alivia os sintomas, seu uso deve ser breve para evitar o aumento da pressão interna</p><p>ao interromper o tratamento.</p><p>TRAÇÃO COMO TÉCNICA DE ALONGAMENTO</p><p>A tração manual é uma técnica de difícil aplicação, pois para que haja um efeito</p><p>positivo há necessidade de mover pelo menos metade do peso corporal do paciente</p><p>e o atrito da parte a ser deslocada também precisa ser vencido para causar uma</p><p>separação vertebral e alongamento. Para auxiliar é indicado colocar o paciente em</p><p>uma maca de tração deslizante.</p><p>• Para alongar em extensão, estenda os quadris.</p><p>• Para alongar em flexão, flexione os quadris.</p><p>• Para alongar em flexão lateral, mova os membros inferiores para um lado.</p><p>Posição do fisioterapeuta e procedimentos: posicione-se de modo que possa usar</p><p>uma mecânica corporal efetiva e o peso do seu corpo.</p><p>Os músculos do quadril exercem um efeito direto no funcionamento da postura e da</p><p>coluna vertebral, devido as suas inserções na pelve. É importante que eles tenham</p><p>flexibilidade para um melhor alinhamento pélvico e vertebral.</p><p>FORTALECIMENTO DOS MÚSCULOS ABDOMINAIS:</p><p>FORTALECIMENTO DOS MÚSCULOS PARAVERTEBRAIS:</p><p>MÉTODO MCKENZIE</p><p>Indicação: Dor ciática; Lombalgia; Dor de artrite no quadril ou nádegas, ombros ou</p><p>nos braços; Dificuldade para fletir o tronco devida a rigidez ou dor na coluna lombar;</p><p>Dor que começa nas costas ou pescoço e parece espalhar para as nádegas ou</p><p>ombros; Formigamento ou dormência intermitentes nos pés ou mãos.</p><p>Contraindicação: Neoplasias; Infecções; Doenças inflamatórias ativas (artrite</p><p>reumatoide não controlada por medicamentos); Envolvimento do SNC (compressão</p><p>da medula ou cauda equina); Fraturas, luxações e rupturas de ligamentos; Anomalias</p><p>vasculares.</p><p>EXTENSÃO FLEXÃO</p><p>LATERAL SHIFT</p><p>Lateral Shift: Ocorre por tentativa do corpo em adotar uma postura antálgica.</p><p>Homolateral: quando</p><p>o tronco desvia para o mesmo lado da dor.</p><p>Contralateral: quando o tronco do paciente desvia para o lado contrário da dor.</p><p>Correção com McKenzie:</p><p>ESCOLIOSE E ASSIMETRIAS DE MEMBROS INFERIORES</p><p>Escoliose é definida como uma curvatura lateral na coluna que envolve as regiões</p><p>torácica e lombar. Geralmente há presença de assimetria nos quadris, na pelve e nos</p><p>membros inferiores.</p><p>Escoliose estrutural: a escoliose estrutural envolve uma curvatura lateral irreversível</p><p>com rotação fixa das vértebras e detectada gibosidade posterior nas costelas durante</p><p>a inclinação do paciente.</p><p>TRATAMENTO APÓS UMA CIRURGIA DE MICRODISCECTOMIA DEVIDO A UMA</p><p>HÉRNIA DE DISCO.</p><p>Proteção máxima: orientar o paciente sobre as expectativas da cirurgia, o</p><p>procedimento em si e o processo de reabilitação.</p><p>Evitar levantar peso (> 5 kg) por até 3 meses. Também pode haver limitações nos</p><p>movimentos ativos, dependendo das preferências do cirurgião e do tipo de</p><p>procedimento realizado.</p><p>O manejo da ferida e o controle da dor são fundamentais nesse estágio. O paciente</p><p>deve ser instruído a observar sinais de inflamação na ferida, como vermelhidão,</p><p>inchaço ou dificuldade de cicatrização.</p><p>A mobilidade no leito é outra área importante, já que o paciente pode estar usando</p><p>uma órtese que limita o movimento normal da coluna vertebral. O uso de órteses</p><p>específicas, como o colar Filadélfia ou lombossacral, pode ser necessário por até 3</p><p>meses para promover a cicatrização.</p><p>Exercícios suaves, como caminhadas e movimentos assistidos, são encorajados</p><p>nesse estágio. No entanto, é importante evitar extensões excessivas, especialmente</p><p>para pacientes submetidos à laminectomia, devido ao enfraquecimento do arco neural</p><p>ósseo.</p><p>Proteção moderada e mínima: a mobilização do tecido cicatricial é iniciada após a</p><p>cicatrização da incisão. Alongamentos progressivos e técnicas de mobilização</p><p>articular são introduzidos para melhorar a mobilidade e aliviar a dor.</p><p>O treinamento muscular é gradualmente incorporado, começando com exercícios de</p><p>estabilização segmentar e progredindo para estabilização global conforme a</p><p>tolerância do paciente. O treino de marcha é iniciado assim que possível, com a</p><p>utilização de dispositivos de auxílio, se necessário.</p><p>É importante respeitar as contraindicações, como evitar manipulações articulares nos</p><p>níveis de fusão e exercícios de extensão para pacientes que fizeram laminectomia,</p><p>para garantir uma recuperação ótima.</p>