Prévia do material em texto
<p>UNIVERSIDADE SÃO JUDAS</p><p>FACULDADE DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE</p><p>CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM</p><p>SAÚDE MENTAL DOS ENFERMEIROS NOS CUIDADOS AO FIM DA VIDA: UM ESTUDO DE REVISÃO BIBLIOGRÁFICA INTEGRATIVA</p><p>Projeto de Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) apresentado à Universidade São Judas como parte das exigências para obtenção do título de bacharel em Enfermagem.</p><p>Orientadoras: Anna Elvira Damasceno de Almeida Guilherme e Dra Ana Camila Campelo de Albuquerque Nunes.</p><p>Coorientador: Prof. Me. Hércules Ribeiro</p><p>SAÚDE MENTAL DOS ENFERMEIROS NOS CUIDADOS AO FIM DA VIDA: UM ESTUDO DE REVISÃO BIBLIOGRÁFICA INTEGRATIVA</p><p>MENTAL HEALTH OF NURSES IN END-OF-LIFE CARE: AN INTEGRATIVE BIBLIOGRAPHIC REVIEW STUDY</p><p>Beatriz Efigênia Silvestre De Oliveira¹, Évelyn Araujo Da Silva² Lilian Mustafa De Almeida Pizzo³, Luciane Emília Tristão Ricardo⁴; Ana Camila Campelo de Albuquerque Nunes⁵; Anna Elvira Damasceno de Almeida Guilherme⁶; Hércules Ribeiro⁷</p><p>¹Discente da Universidade São Judas - beatrizefigenia@bol.com</p><p>²Discente da Universidade São Judas - earaujodasilva96@gmail.com</p><p>³Discente da Universidade São Judas - lilianmustafa@outlook.com</p><p>⁴Discente da Universidade São Judas - luciane.ricardo@usjt.br</p><p>⁵Docente da Universidade Potiguar - ana.campelo@animaeducacao.com.br</p><p>⁶Docente da Universidade Potiguar - anna.guilherme@animaeducacao.com.br</p><p>⁷Docente da Universidade São Judas - prof.herculesribeiro@usjt.com</p><p>RESUMO</p><p>Introdução: Este estudo aborda a saúde mental dos enfermeiros paliativistas, destacando a importância da formação e da prática assistencial nessa área. Objetivo: É realizar uma revisão bibliográfica sobre os fatores que influenciam a saúde mental desses profissionais, buscando estratégias eficazes para promover o bem-estar no contexto dos cuidados ao fim da vida. Métodos: Foi realizada uma revisão bibliográfica sistemática e criteriosa, incluindo estudos publicados entre 2021 e 2024 que abordam a saúde mental dos enfermeiros nos cuidados ao fim da vida. Resultados: A pesquisa resultou em um número específico de artigos relevantes após a aplicação dos critérios de inclusão e exclusão. Considerações finais: A abordagem holística é crucial no cuidado de enfermeiros paliativistas, envolvendo fatores biopsicossociais individuais, planos terapêuticos personalizados e acompanhamento contínuo por uma equipe multiprofissional. O cuidado eficiente com a saúde mental é alcançado por meio de hábitos saudáveis, destacando a necessidade de uma abordagem integrada e sustentável.</p><p>Palavras-chave: Morte, Enfermagem e Saúde Mental</p><p>ABSTRACT</p><p>Introduction:This study addresses the mental health of palliative care nurses, emphasizing the importance of education and practical experience in this field. Objective:The objective is to conduct a literature review on the factors influencing the mental health of these professionals, aiming to identify effective strategies for promoting well-being within the context of end-of-life care.Methods: We conducted a systematic and thorough literature review, including studies published between 2021 and 2024 that focus on the mental health of nurses in end-of-life care. Results: The research yielded a specific number of relevant articles after applying inclusion and exclusion criteria. Final Considerations: A holistic approach is crucial in caring for palliative care nurses, involving individual biopsychosocial factors, personalized therapeutic plans, and continuous monitoring by a multidisciplinary team. Effective mental health care is achieved through healthy habits, emphasizing the need for an integrated and sustainable approach.</p><p>Keywords: Death, Nursing, Mental Health.</p><p>1. INTRODUÇÃO</p><p>A saúde mental dos enfermeiros paliativistas é um tema de extrema importância, especialmente considerando o contexto desafiador em que esses profissionais atuam. Estudos destacam a relevância de identificar os fatores relacionados à saúde mental dos enfermeiros que trabalham na linha de frente, evidenciando a necessidade de compreender e abordar os impactos da pandemia, como o estresse e a ansiedade, nesses profissionais (GUIMARÃES et al., 2022). Além disso, a formação dos enfermeiros, como abordado por (SILVA et al., 2022), é fundamental para prepará-los para lidar com questões de saúde mental, sendo essencial que os currículos incluam conteúdos relevantes nessa área (SILVA et al., 2022).</p><p>Frequentemente, o fim da vida não é um processo tranquilo e indolor. Ele apresenta vários sinais e sintomas que os enfermeiros devem enfrentar e gerenciar. No entanto, a maneira como os enfermeiros lidam com a morte do paciente pode ser influenciada por vários fatores, incluindo suas crenças culturais e religiosas (SAMPSON et al., 2023).</p><p>Entretanto, a falta de preparo teórico, prático e psicológico dos enfermeiros devido à ausência do ensino de cuidados paliativos na maioria dos currículos de saúde é uma questão preocupante (PEREIRA et al., 2022). A necessidade de protocolos, humanização, qualificação e apoio psicológico para os profissionais que lidam com pacientes terminais é evidenciada como forma de melhorar a prática e minimizar os impactos emocionais (QUEIROZ et al., 2023).</p><p>A atenção à saúde mental dos enfermeiros paliativistas não se restringe apenas à formação, mas também à prática assistencial. Estudos como o de Campos et al. (2022) ressaltam a importância de intensificar a oferta de tratamentos psicológicos para prevenir e promover a saúde mental desses profissionais, considerando o impacto emocional de lidar com situações complexas, como a pandemia de COVID-19. É fundamental reconhecer que a saúde mental dos enfermeiros não apenas afeta seu bem-estar individual, mas também a qualidade da assistência prestada aos pacientes. Assim, investir na promoção da saúde mental desses profissionais, que discutem intervenções terapêuticas, pode ser uma estratégia eficaz para apoiar a saúde emocional dos enfermeiros paliativistas. (MOREIRA et al., 2022).</p><p>Considerando a complexidade e a importância da saúde mental dos enfermeiros paliativistas, é essencial adotar abordagens abrangentes que incluam desde a formação até a prática assistencial, visando garantir o bem-estar desses profissionais e a qualidade do cuidado prestado aos pacientes. A saúde mental dos enfermeiros nos cuidados ao fim da vida é um tema multifacetado que requer mais atenção e pesquisa.</p><p>Diante do tema exposto, o objetivo deste trabalho é realizar uma revisão bibliográfica abrangente sobre os fatores que influenciam a saúde mental dos enfermeiros paliativistas, com foco na identificação e análise das estratégias mais eficazes para promover o bem-estar desses profissionais no contexto dos cuidados ao fim da vida.</p><p>3. MÉTODOS</p><p>O presente trabalho trata-se de uma revisão bibliográfica, que é um método de pesquisa que tem por finalidade reunir e sintetizar resultados de outras pesquisas (MENDES et. al., 2008), que se propõe a analisar a saúde mental dos enfermeiros que trabalham com cuidados ao fim da vida. A revisão foi realizada de forma sistemática e criteriosa, com o objetivo de reunir e sintetizar os resultados de estudos relevantes sobre o tema.</p><p>Analisar a literatura existente sobre a saúde mental dos enfermeiros que atuam em cuidados ao fim da vida no Brasil, com foco nos impactos psicoemocionais do trabalho, nas estratégias de enfrentamento e nas medidas de promoção da saúde mental desses profissionais, aprofundando a compreensão dos desafios específicos da área e das necessidades de atenção e intervenção até maio de 2024, com o objetivo de identificar os cinco principais fatores que contribuem para o sofrimento mental dos enfermeiros e as dez principais estratégias de enfrentamento utilizadas por eles, propondo subsídios para o desenvolvimento de políticas públicas e programas de intervenção direcionados à promoção da saúde mental desses profissionais no contexto brasileiro; Os critérios para a inclusão de estudos foram definidos com base no modelo PICOS. A população de interesse são os enfermeiros que trabalham com cuidados ao fim da</p><p>vida. Não houve uma intervenção específica, uma vez que o foco estava na experiência desses profissionais. O controle foi a comparação entre diferentes estudos e contextos. O desfecho do interesse foi a saúde mental dos enfermeiros. O desenho do estudo incluiu estudos originais. As variáveis avaliadas incluíram fatores como estresse, ansiedade, depressão, sobrecarga de trabalho, medo de contaminação, perda repentina de pacientes, entre outros, que podem influenciar a saúde mental dos enfermeiros. Foram incluídos estudos publicados entre 2021 e 2024, em português, que abordavam a saúde mental dos enfermeiros nos cuidados ao fim da vida.</p><p>Figura 1. Fluxograma da revisão de literatura.</p><p>As bases de dados utilizadas foram a Base de Dados em Enfermagem (BDENF), a Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (Lilacs) e a Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (MedLine). Os descritores utilizados foram: “Morte”, “Enfermagem” e “Saúde Mental”. Além disso, foi utilizado o operador booleano AND para combinar os descritores na estratégia de busca</p><p>Os dados foram apresentados de forma descritiva, com a síntese dos principais achados dos estudos incluídos. A análise dos dados foi realizada de forma qualitativa, com a identificação de temas comuns e a discussão dos resultados à luz da literatura existente. Não foi realizada análise estatística, uma vez que o objetivo era sintetizar e discutir os achados dos estudos, e não testar hipóteses específicas.</p><p>4. RESULTADOS E DISCUSSÕES</p><p>Este estudo analisou a literatura existente sobre a saúde mental dos enfermeiros que lidam com o final da vida de seus pacientes. Inicialmente, foram localizadas 1.099 publicações no banco de dados da BVS, com a maioria indexada na plataforma MedLine. Após a aplicação dos critérios de inclusão, o número de artigos relevantes foi reduzido para 448. Desses, apenas 114 artigos abordaram diretamente a saúde mental dos enfermeiros paliativistas. No entanto, após a aplicação dos critérios de exclusão, que incluíam a fuga da temática, duplicidade e a indisponibilidade para leitura online, o número de artigos foi reduzido para 15. Os 15 artigos foram então revisados sistematicamente e minuciosamente para inclusão em nosso estudo.Além disso, eles foram ordenados em um quadro obedecendo à ordem de publicação, permitindo uma análise mais detalhada das tendências e desenvolvimentos ao longo do tempo.</p><p>Quadro 1. Caracterização dos artigos selecionados para Revisão Bibliográfica.</p><p>Autor, ano</p><p>Título</p><p>Objetivo</p><p>Tipo de Estudo</p><p>Resultado</p><p>Guerra, Federica et al., 2021</p><p>Emotional impact in frontline and second line healthcare</p><p>professionals: covid-19 and ii wave</p><p>O estudo investigou o impacto emocional da segunda onda da COVID-19 em profissionais de saúde.</p><p>Estudo piloto quantitativo.</p><p>O estudo descobriu que profissionais de saúde mais velhos são mais vulneráveis e os que lidam diretamente com pacientes de COVID-19 podem enfrentar despersonalização.</p><p>Monteiro, Thayenne Barrozo Mota et al., 2021</p><p>Construção do significado de espiritualidade no processo de morte para a equipe de enfermagem oncológica.</p><p>Desenvolver o entendimento da espiritualidade para a equipe de enfermagem no contexto do falecimento de pacientes com câncer.</p><p>Estudo qualitativo, descritivo e exploratório, realizado em um hospital oncológico.</p><p>A morte representa descanso para o corpo físico e é um processo difícil e conflituoso; a espiritualidade dá sentido à vida, e a assistência integral inclui cuidados que envolvem a espiritualidade.</p><p>De Mattos Penna, Cláudia Maria; De Rezende, Gabrielli Pinho., 2021</p><p>Por trás das máscaras: reconstruções do cuidado de enfermeiros frente à covid-19.</p><p>Analisar as narrativas de enfermeiros sobre sua prática cotidiana no enfrentamento da COVID-19 e as implicações em suas vidas pessoais e profissionais.</p><p>Pesquisa qualitativa que entrevistou 30 enfermeiros da linha de frente de várias regiões do Brasil entre 2020 a 2021.</p><p>As narrativas dos enfermeiros revelaram que suas experiências cotidianas permitiram ressignificar o cuidado de si e dos outros, buscando melhores condições de trabalho e reconhecimento profissional no enfrentamento da COVID-19.</p><p>Cunha, Daianny Arrais de Oliveira da et al. 2021</p><p>Estresse da equipe de enfermagem em cuidados paliativos no enfrentamento da COVID-19</p><p>Determinar a frequência do estresse ocupacional entre os enfermeiros que atuam em cuidados paliativos.</p><p>Estudo transversal quantitativo em uma unidade de cuidados paliativos oncológicos.</p><p>Instituições devem reduzir o estresse dos enfermeiros na COVID-19, especialmente os que lidam com questões assistenciais e burocráticas. Profissionais solteiros podem enfrentar isolamento.</p><p>NINA, Rachel Vilela de Abreu Haickel et al., 2021</p><p>As diversas faces da morte de crianças na perspectiva de médicos e enfermeiros</p><p>Examinar como médicos e enfermeiros de terapia intensiva percebem a morte de crianças.</p><p>Estudo qualitativo com médicos e enfermeiros de três UTIs de um hospital de ensino, usando entrevistas semiestruturadas, transcritas e analisadas por análise de conteúdo temática.</p><p>A morte de crianças em UTI gera sentimentos ambivalentes em médicos e enfermeiros, que sofrem pela perda, mas aceitam como alívio ao sofrimento. Formação, discussões regulares e espiritualidade ajudam no enfrentamento.</p><p>Viégas Moura Krautkenr et al., 2021</p><p>Cuidado de enfermagem às pessoas em final de vida por COVID-19 na unidade de terapia intensiva: Experiências de profissionais</p><p>Explorar as experiências de enfermeiros no cuidado de pacientes com COVID-19 em UTI no final da vida.</p><p>Pesquisa qualitativa, descritiva, que se aproxima do paradigma interpretativo.</p><p>A necessidade de educação em cuidados paliativos para as equipes de enfermagem, enfatizando que esses cuidados podem influenciar significativamente a qualidade do fim da vida, especialmente durante crises sanitárias.</p><p>Leite, Jandra Cibele Rodrigues de Abrantes Pereira et al., 2022</p><p>Prazer e sofrimento dos profissionais de enfermagem decorrentes do trabalho em clínicas cirúrgicas.</p><p>Identificar as situações geradoras de prazer e sofrimento na equipe de enfermagem em clínicas cirúrgicas.</p><p>.</p><p>Estudo qualitativo realizado com 30 profissionais de enfermagem de clínicas cirúrgicas.</p><p>Duas classes foram formadas e intituladas de situações geradoras de prazer e sofrimento na equipe de enfermagem.</p><p>Silva et al.,2022</p><p>Proposta, estrutura curricular e conteúdos de saúde mental abordados na formação dos futuros enfermeiros</p><p>O resumo propõe analisar a proposta, estrutura curricular e conteúdos de saúde mental na formação de enfermeiros em uma capital do Nordeste brasileiro.</p><p>A pesquisa analisou documentos como projetos pedagógicos, matrizes curriculares de saúde mental</p><p>O estudo revela que os cursos de Enfermagem dão pouca ênfase à saúde mental, com disciplinas apresentando algumas semelhanças e diferenças. Os conteúdos têm uma abordagem transversal, direcionada ao serviço especializado e outros níveis de atenção em saúde.</p><p>Pires, Cláudia et al., 2022</p><p>A Saúde Mental dos enfermeiros dos cuidados de saúde primários versus diferenciados e que prestam cuidados a doentes Covid-19: estudo comparativo</p><p>Avaliar a saúde mental dos enfermeiros em relação a características biossociais e profissionais.</p><p>Estudo transversal quantitativo de comparação entre grupos.</p><p>Estudo com 81 enfermeiros identificou que aqueles da atenção primária e que cuidaram de pacientes com COVID-19 apresentaram piores níveis de saúde mental, com diferença significativa.</p><p>Cassiano, Carolina et al.,2022</p><p>COVID-19: Impacto socioemocional e estratégias de enfrentamento dos profissionais de enfermagem</p><p>Estudo sobre o impacto e estratégias de enfrentamento da equipe de enfermagem em UTI durante a pandemia.</p><p>O estudo qualitativo, descritivo e exploratório</p><p>A pandemia de COVID-19 causou significativos impactos socioemocionais na equipe de enfermagem.</p><p>Guimarães, Anna Caroline Villela et. al.,2022</p><p>SARS-CoV-2: saúde mental dos enfermeiros que atuam na linha</p><p>de frente em um hospital federal do Rio de Janeiro</p><p>Identificar os fatores relacionados à saúde mental dos enfermeiros que se encontram na linha de frente em um Hospital Federal do Rio de Janeiro no contexto da pandemia causada pelo SARS-CoV-2.</p><p>A pesquisa qualitativa entrevistou 17 enfermeiros de trauma, terapia intensiva e enfermarias COVID, usando entrevistas semiestruturadas e análise temática para entender sua saúde mental durante a pandemia.</p><p>As enfermeiras relataram sobre as experiências vivenciadas durante a pandemia, as dificuldades em relação ao trabalho, como suas rotinas foram afetadas dentro e fora do ofício e como este cenário desencadeou uma série de riscos para a saúde mental.</p><p>CHANG, Wen‐Pei; LIN, Yen‐Kuang, 2022</p><p>Influence of basic attributes and attitudes of nurses toward death on nurse turnover: A prospective study.</p><p>O estudo investigou as atitudes dos enfermeiros sobre a morte, os fatores que as influenciam e se estas estão relacionadas ao seu futuro comportamento de saída do emprego..</p><p>Foi adotado um desenho de estudo prospectivo. O período de recrutamento ocorreu de outubro de 2017 a março de 2018.</p><p>Enfermeiros mais jovens e menos experientes ou com maior medo da morte tendiam a apresentar maior propensão ao medo da morte e ao comportamento de fuga, enquanto os enfermeiros com crenças religiosas ou uma atitude positiva em relação à morte mostravam menor índice de saída do emprego.</p><p>Centenaro, Alexa Pupiara Flores Coelhos et al., 2022</p><p>Transtornos mentais comuns e fatores associados em trabalhadores de enfermagem de unidades COVID-19.</p><p>Analisar a relação entre transtornos mentais comuns e os aspectos sociodemográficos, de saúde e hábitos de vida dos trabalhadores de enfermagem em unidades COVID-19.</p><p>Estudo piloto quantitativo</p><p>O estudo constatou que 35,5% dos participantes apresentaram transtornos mentais comuns, associados a vários fatores.</p><p>Jackson et al., 2023</p><p>“If I Can’t Do It, Who Will?” Lived Experiences of Australian Emergency Nurses During the First Year of the COVID-19 Pandemic</p><p>Compreender as experiências dos emergencistas australianos na pandemia</p><p>Foi utilizado um desenho de pesquisa qualitativa, orientado por uma abordagem fenomenológica hermenêutica interpretativa.</p><p>Priorizar o bem-estar mental e emocional dos enfermeiros de emergência na linha de frente é crucial para manter uma força de trabalho de saúde</p><p>Sperling, D., 2024</p><p>“They choke to death in front of your very eyes”: nurses’ lived experiences and perspectives on end-of-life care during COVID-19</p><p>Compreender as experiências vividas por enfermeiros que prestaram cuidados a pacientes em fim de vida durante a pandemia de COVID-19.</p><p>Explorar se o fornecimento de cuidados sob tais circunstâncias alterou as perspectivas desses enfermeiros em relação aos cuidados no fim da vida.</p><p>O estudo destaca as atitudes dos enfermeiros em relação à morte e aos cuidados no final da vida, enfatizando a importância de superar dificuldades para melhorar o profissionalismo e reduzir o burnout.</p><p>Este estudo teve como objetivo realizar uma revisão bibliográfica abrangente sobre os fatores que influenciam a saúde mental dos enfermeiros paliativistas, com foco na identificação e análise das estratégias mais eficazes para promover o bem-estar desses profissionais no contexto dos cuidados ao fim da vida. A pesquisa foi conduzida com meticulosidade, considerando a vasta literatura disponível e aplicando critérios rigorosos de seleção para garantir a inclusão de estudos relevantes e significativos.</p><p>O resultado principal do estudo foi a identificação de uma gama diversificada de fatores que impactam a saúde mental dos enfermeiros paliativistas. Além dos já conhecidos estresse, ansiedade, depressão, sobrecarga de trabalho, medo de contaminação e perda repentina de pacientes, emergiram aspectos mais sutis e complexos. Por exemplo, questões éticas envolvidas no cuidado de pacientes em fim de vida, dilemas morais e emocionais, e o confronto constante com a finitude humana foram temas recorrentes nos estudos revisados.</p><p>Com base nos estudos apresentados, é possível aprofundar a discussão sobre a saúde mental dos enfermeiros paliativistas e considerar novas perspectivas e abordagens. A espiritualidade, por exemplo, emerge como um fator significativo na prática dos cuidados paliativos, tanto para os pacientes quanto para os profissionais de saúde. A influência da espiritualidade no tratamento de pacientes pode ser um aspecto relevante a ser explorado, conforme sugerido por (CARMONA et al., 2023). A espiritualidade não apenas oferece suporte emocional e significado para os pacientes, mas também pode desempenhar um papel vital na ressignificação do adoecimento e na promoção do bem-estar dos profissionais de saúde.</p><p>Outro ponto crucial a ser destacado é a importância do apoio institucional e da resiliência pessoal na saúde mental dos enfermeiros paliativistas, como apontado por Moura et al. (2022). A resiliência, nesse contexto, não é apenas uma característica individual, mas também uma capacidade que pode ser cultivada e fortalecida através do apoio adequado e da formação contínua. A resiliência pode ser uma ferramenta fundamental para lidar com os desafios emocionais inerentes ao cuidado de pacientes em fase terminal, especialmente em contextos desafiadores como a pandemia de COVID-19.</p><p>Além disso, a utilização de tecnologias da informação, como mencionado por Vilichane et al. (2022), pode ser uma estratégia eficaz para fortalecer a assistência prestada pelos enfermeiros. O investimento em estrutura e estratégias para potencializar as ações de saúde, aliado ao desenvolvimento da resiliência, pode contribuir significativamente para a promoção da saúde mental desses profissionais.</p><p>No entanto, é importante reconhecer que os enfermeiros paliativistas enfrentam desafios únicos e multifacetados no contexto brasileiro. Questões como a falta de recursos adequados, a precariedade das condições de trabalho e as dificuldades de acesso à capacitação e suporte psicológico podem agravar ainda mais os problemas de saúde mental. Portanto, políticas e programas de intervenção devem levar em conta esses aspectos e buscar soluções adaptadas à realidade local.</p><p>Apesar das limitações inerentes a este estudo, como a restrição temporal dos estudos revisados, os resultados apresentados têm implicações práticas significativas. Eles destacam a necessidade urgente de políticas e programas de intervenção direcionados à promoção da saúde mental dos enfermeiros paliativistas. Além disso, os resultados podem informar a revisão e atualização dos currículos de enfermagem para incluir conteúdos relevantes sobre saúde mental e estratégias de autocuidado. Futuras pesquisas devem se concentrar em explorar abordagens mais holísticas e eficazes para mitigar os desafios enfrentados por esses profissionais, garantindo assim o bem-estar deles e a qualidade do cuidado prestado aos pacientes em cuidados paliativos.</p><p>5. CONSIDERAÇÕES FINAIS</p><p>Este estudo teve como objetivo realizar uma revisão bibliográfica abrangente sobre os fatores que influenciam a saúde mental dos enfermeiros paliativistas, buscando estratégias eficazes para promover o bem-estar desses profissionais no contexto dos cuidados ao fim da vida. Os resultados indicaram que vários fatores, incluindo estresse, ansiedade, depressão, sobrecarga de trabalho, medo de contaminação e perda repentina de pacientes, têm um impacto significativo na saúde mental desses profissionais.</p><p>Além disso, a revisão destacou a importância da formação e da prática assistencial na promoção da saúde mental dos enfermeiros paliativistas. A necessidade de políticas e programas de intervenção direcionados à promoção da saúde mental desses profissionais também foi evidenciada.</p><p>Em termos de aplicabilidade prática, os resultados deste estudo podem informar a revisão e atualização dos currículos de enfermagem para incluir conteúdos relevantes sobre saúde mental. Além disso, podem orientar o desenvolvimento de políticas e programas de intervenção</p><p>direcionados à promoção da saúde mental dos enfermeiros paliativistas no contexto brasileiro. Portanto, este estudo contribui para a literatura existente e tem implicações práticas significativas para a formação e prática assistencial dos enfermeiros paliativistas.</p><p>6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS</p><p>CASSIANO, Carolina; OLIVEIRA, Priscila Andreja; SANTOS, Álvaro da Silva. COVID-19: Impacto socioemocional e estratégias de enfrentamento dos profissionais de enfermagem. Res., Soc. Dev, v. 11, n. 11, p. e414111133801, 26 ago. 2022. Disponível em: https://doi.org/10.33448/rsd-v11i11.33801. Acesso em: 14 abr. 2024.</p><p>CENTENARO, Alexa Pupiara Flores Coelhos et al. Transtornos mentais comuns e fatores associados em trabalhadores de enfermagem de unidades COVID-19. Rev. Esc. Enferm. USP, v. 56, 2022. Disponível em: https://doi.org/10.1590/1980-220x-reeusp-2022-0059pt. Acesso em: 30 abr. 2024</p><p>CUNHA, Daianny Arrais de Oliveira da et al. Estresse da equipe de enfermagem em cuidados paliativos no enfrentamento da COVID-19. Acta Paulista de Enfermagem, v. 34, 2021. Disponível em: https://doi.org/10.37689/acta-ape/2021ao001915. Acesso em: 21 maio 2024.</p><p>CHANG, Wen‐Pei; LIN, Yen‐Kuang. Influence of basic attributes and attitudes of nurses toward death on nurse turnover: a prospective study. International Nursing Review, 29 jun. 2022. Disponível em: https://doi.org/10.1111/inr.12781. Acesso em: 3 jun. 2024.</p><p>DE MATTOS PENNA, Cláudia Maria; DE REZENDE, Gabrielli Pinho. Por trás das máscaras: reconstruções do cuidado de enfermeiros frente à covid-19. Reme : Rev. Min. Enferm., v. 25, 2021. Disponível em: http://www.revenf.bvs.br/pdf/reme/v25/1415-2762-reme-25-e-1420.pdf. Acesso em: 21 maio 2024.</p><p>GOMES, Hélio de Abreu et al. Estratégias de promoção da saúde mental para profissionais de saúde: uma revisão integrativa. Rev. Contemporânea, v. 3, n. 12, p. 32128-32149, 28 dez. 2023. Disponível em: https://doi.org/10.56083/rcv3n12-371. Acesso em: 9 maio 2024.</p><p>GUERRA, Federica et al. Emotional Impact In Frontline And Second Line Healthcare Professionals: Covid-19 And II Wave. In: International Psychological Applications Conference And Trends. International Psychological Applications Conference and Trends. [S. l.]: inScience Press, 2021b. Disponível em: https://doi.org/10.36315/2021inpact028. Acesso em: 7 maio 2024.</p><p>JACKSON, Megan R. et al. “If I can’t do it, who will?” Lived experiences of Australian emergency department nurses during the first year of the COVID-19 pandemic. Journal of Emergency Nursing, maio 2023. Disponível em: https://doi.org/10.1016/j.jen.2023.05.004. Acesso em: 21 maio 2024.</p><p>JARRUCHE, Layla Thamm; MUCCI, Samantha. Síndrome de burnout em profissionais da saúde: revisão integrativa. Revista Bioética, v. 29, n. 1, p. 162-173, mar. 2021. Disponível em: https://doi.org/10.1590/1983-80422021291456. Acesso em: 9 maio 2024.</p><p>GUIMARÃES, Anna Caroline Villela et. al. SARS-CoV-2: saúde mental dos enfermeiros que atuam na linha de frente em um hospital federal do Rio de Janeiro. Res. Soc. Dev, v.11, n.12, p. e305111228616. Disponível em: https://doi.org/10.33448/rsd-v11i12.28616. Acesso em: 15 abr. 2024</p><p>LEITE, Jandra Cibele Rodrigues de Abrantes Pereira et al. Prazer e sofrimento dos profissionais de enfermagem decorrentes do trabalho em clínicas cirúrgicas [Pleasure and suffering of nursing professionals arising from work in surgical clinics] [Placer y sufrimiento de profesionales de enfermería derivados del trabajo en clínicas quirúrgicas]. Rev. enferm. UERJ, v. 30, n. 1, p. e63524, 27 jul. 2022. Disponível em: https://doi.org/10.12957/reuerj.2022.63524. Acesso em: 30 abr. 2024.</p><p>LUCENA, Luana Ruthiele Chagas et al. A importância das habilidades emocionais do enfermeiro para uma assistência de qualidade no pré-hospitalar / The importance of nurses emotional control for quality pre-hospital care. Braz. J. Health Rev., v. 5, n. 3, p. 8995-9003, 9 maio de 2022. Disponível em: https://doi.org/10.34119/bjhrv5n3-078. Acesso em: 14 abr. 2024.</p><p>MONTEIRO, Thayenne Barrozo Mota et al. Construção do significado de espiritualidade no processo de morte para a equipe de enfermagem oncológica. Rev. Esc. Enferm. USP, v. 29, p. e57595, 15 dez. 2021a. Disponível em: https://doi.org/10.12957/reuerj.2021.57595. Acesso em: 30 abr. 2024.</p><p>NINA, Rachel Vilela de Abreu Haickel et al. As diversas faces da morte de crianças na perspectiva de médicos e enfermeiros. Medicina (Ribeirão Preto), v. 54, n. 2, 1 out. 2021. Disponível em: https://doi.org/10.11606/issn.2176-7262.rmrp.2021.167273. Acesso em: 3 jun. 2024.</p><p>PEREIRA, Lariane Marques; ANDRADE, Sonia Maria Oliveira de; THEOBALD, Melina Raquel. Cuidados paliativos: desafios para o ensino em saúde. Rev. Bioét, v. 30, n. 1, p. 149-161, mar. 2022. Disponível em: https://doi.org/10.1590/1983-80422022301515pt. Acesso em: 14 abr. 2024.</p><p>SILVA, Ana Claudia Rodrigues da et al. Morte e luto no ambiente hospitalar: uma vulnerabilidade na saúde mental dos profissionais da enfermagem. Rev. Eletrôn. Acervo Enferm, v. 23, n. 2, p. e12614, 28 jun. 2023. Disponível em: https://doi.org/10.25248/reaenf.e12614.2023. Acesso em: 14 abr. 2024.</p><p>SILVA, John Victor dos Santos et al. Proposta, estrutura curricular e conteúdos de saúde mental abordados na formação dos futuros enfermeiros. Rev. Doc. Ens. Sup, v. 12, p. 1-20, 24 ago. 2022. Universidade Federal de Minas Gerais - Pró-Reitoria de Pesquisa. Disponível em: https://doi.org/10.35699/2237-5864.2022.38292. Acesso em: 15 abr. 2024.</p><p>SILVEIRA, Cindy Macedo da et al. Coping da equipe de enfermagem no processo morte-morrer em unidade neonatal. Acta. Paul. Enferm, v. 35, 2022. Disponível em: https://doi.org/10.37689/acta-ape/2022ao02261. Acesso em: 30 abr. 2024.</p><p>PIRES, Cláudia Sofia Martins; TEIXEIRA, Maria Cristina Martins; PIMENTEL, Maria Helena. A Saúde Mental dos enfermeiros dos cuidados de saúde primários versus diferenciados e que prestam cuidados a doentes Covid-19: estudo comparativo. Revista Portuguesa de Enfermagem de Saúde Mental, n. 28, p. 42-57, 30 jul. 2022. Disponível em: https://doi.org/10.19131/rpesm.345. Acesso em: 9 maio 2024.</p><p>SPERLING, Daniel. “They choke to death in front of your very eyes”: nurses’ lived experiences and perspectives on end-of-life care during COVID-19. BMC Palliative Care, v. 23, n. 1, 8 fev. 2024. Disponível em: https://doi.org/10.1186/s12904-024-01352-3. Acesso em: 21 maio 2024.</p><p>VIÉGAS Moura Krautkenr, Mirele; CORDEIRO, Franciele Roberta; DA CRUZ CAMPELO, Helena. Cuidado de enfermería a las personas al final de su vida por COVID-19 en la unidad de cuidados intensivos: experiencias de profesionales. Revista Chilena de Enfermería, v. 5, n. 1, 23 maio 2023. Disponível em: https://doi.org/10.5354/2452-5839.2023.69945. Acesso em: 3 jun. 2024.</p><p>AGRADECIMENTOS</p><p>Agradeço aos meus professores e colegas por me ajudarem a desenvolver este trabalho. Expresso minha gratidão ao meu pai, Maurício, por ser meu eterno herói, inspirando-me a perseguir meus sonhos com perseverança e bravura, mesmo de onde estiver me observando. À minha mãe, agradeço por ser meu alicerce inabalável, proporcionando amor incondicional e apoio constante ao longo de toda minha jornada. Aos meus irmãos, Bruno e Arthur, agradeço pela compreensão e paciência nos momentos desafiadores, por serem meus companheiros nas alegrias e por fortalecerem nossos laços familiares. Aos meus tios, Paula e Mário, expresso minha gratidão por serem exemplos de superação, por sua presença constante e por nunca soltarem as mãos da minha família. Suas palavras de incentivo, seus ombros amigos e sua inabalável crença no meu potencial foram a bússola que me guiou até aqui. Obrigado por fazerem parte da minha história e por me inspirarem a ser uma pessoa melhor a cada dia. - Évelyn Araujo da Silva</p><p>Desejo externar minha profunda gratidão à minha mãe pelo apoio inabalável que me dispensou ao longo de toda a jornada de elaboração do meu Trabalho de Conclusão de Curso. Sua orientação, encorajamento e amor incondicional foram elementos fundamentais que possibilitaram que eu alcançasse este marco significativo</p><p>em minha trajetória acadêmica. Agradeço, mãe, por acreditar em mim e por constituir minha fonte constante de inspiração. - Beatriz Efigênia Silvestre de Oliveira</p><p>Primeiramente, agradeço a Deus por ser a base da minha fé e por me guiar ao longo dessa jornada. Minha gratidão se estende ao meu querido filho Patrick, que, mesmo adulto, me inspira com sua força e me motiva a buscar meus objetivos. Sua presença constante em minha vida me deu a força necessária para superar os desafios e alcançar este marco. Agradeço também ao meu querido esposo, Lucas, que, mesmo enfrentando suas próprias dificuldades, me ofereceu apoio incondicional e me incentivou a seguir em frente. Agradeço também ao meu irmão Lenarte, meu mentor e alicerce profissional. Sua orientação e apoio foram fundamentais para o meu crescimento e desenvolvimento. Sem sua ajuda, este trabalho não seria possível. - Lilian Mustafa de Almeida Pizzo</p><p>Desejo expressar minha perene gratidão à minha mãe, cuja fé constante em minha pessoa, aliada ao seu apoio incondicional e dedicação afetuosa, tem sido alicerces fundamentais ao longo desta extraordinária jornada. - Luciane Emília Tristão Ricardo</p><p>image1.png</p>