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<p>ARTIGO CIENTÍFICO</p><p>Tratamentos em Estrias: um levantamento teórico da microdermoabrasão e do</p><p>peeling químico.</p><p>Cíntia Netto do Amaral1 – Acadêmica do Curso de Cosmetologia e Estética da Universidade do Vale</p><p>do Itajaí – UNIVALI, Balneário Camboriú, Santa Catarina.</p><p>Joziana Cristina Weiss Benites2</p><p>- Acadêmica do Curso de Cosmetologia e Estética da Universidade</p><p>do Vale do Itajaí – UNIVALI, Balneário Camboriú, Santa Catarina.</p><p>Priscilla Motta Correa3 - Orientadora. Fisioterapeuta, Professora do Curso de Cosmetologia</p><p>e Estética da Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI, Balneário Camboriú, Santa Catarina.</p><p>Especialista em Fisioterapia Dermato Funcional, especialista em Morfofisiologia do Exercício.</p><p>Clarissa Medeiros da Luz Bertoldi4</p><p>- Co-orientadora. Professora do Curso de Cosmetologia</p><p>e Estética da Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI, Balneário Camboriú, Santa Catarina.</p><p>Fisioterapeuta Dermato Funcional, Mestre em Nutrição, doutoranda em Medicina Preventiva.</p><p>Contatos</p><p>1cintia_netto@hotmail.com</p><p>2joziana_weiss@hotmail.com</p><p>3motta_pri@yahoo.com.br</p><p>4clarissa@intercorp.com.br</p><p>RESUMO</p><p>A concepção tecnológica reúne conhecimentos específicos e recursos para correção de</p><p>distúrbios estéticos revigorando e acentuando resultados positivamente satisfatórios na</p><p>percepção dos profissionais assim como dos clientes que dela se utilizam. Um distúrbio</p><p>relevante e presente na maioria da população, que ocasiona insatisfação principalmente em</p><p>mulheres, é a estria, considerada atrofias lineares com características a priori avermelhadas</p><p>e posteriori esbranquiçadas e abrilhantadas. Raras ou numerosas dispõem-se paralelamente</p><p>umas as outras, e perpendicularmente, as linhas de fenda da pele, indicando um</p><p>desequilíbrio elástico localizado, caracterizando uma lesão de pele. A estria é um problema</p><p>que aparentemente não tem solução, porém existem tratamentos alternativos que suavizam</p><p>as linhas recentes e antigas que deformam a pele. Esse estudo tem como objetivo realizar</p><p>uma revisão bibliográfica dos procedimentos de microdermoabrasão e do peeling químico</p><p>regulamentado para o uso de esteticista nos tratamentos de estrias. Primeiramente descreve-</p><p>se o uso da microdermoabrasão para retirada do excesso de capa córnea, com a finalidade</p><p>de obter uma melhor penetração do peeling químico com alfa-hidróxiacidos que</p><p>conseqüentemente gera uma inflamação no tecido dérmico e posteriormente a</p><p>reorganização das fibras de colágeno e elastina que promovem um melhor aspecto nas</p><p>estrias.</p><p>Palavras-chave: tratamento para estrias, peeling, procedimento estético.</p><p>1.0 INTRODUÇÃO</p><p>Segundo Maio (2004) define-se pele como um tecido de origem endotérmico,</p><p>constituído por três camadas distintas: epiderme, derme e hipoderme, que constituem</p><p>barreiras contra agressões exógenas e impede a passagem de água e proteínas para o meio</p><p>exterior, a qual age como um órgão sensorial e participa do sistema imunológico.</p><p>Dentre essas camadas, derme é a camada mais complexa, composta de tecido</p><p>conjuntivo, fibras elásticas e proteínas fibrosas, cuja principal função é sustentar dar força e</p><p>elasticidade à pele (NOGUEIRA, 2007). Além destas estruturas, também são encontradas</p><p>células de defesa como macrófagos que auxiliam na regeneração dos tecidos e também</p><p>células adiposas (GRANJEIRO, et al., 2007).</p><p>De acordo com Guirro e Guirro, (2002) as fibras elásticas são os alvos iniciais de</p><p>formação das estrias, onde se inicia um processo de granulação de mastócitos e ativação</p><p>macrófica, que intensificam a elastólise no tecido. Segundo Maio, (2004) as mudanças nas</p><p>estruturas que são responsáveis pela força tênsil e a elasticidade, geram um afinamento do</p><p>tecido conectivo que aliado a maiores tensões sobre a pele, produzem estriações cutâneas</p><p>denominadas como estrias.</p><p>As estrias são definidas como um processo degenerativo cutâneo, benigno,</p><p>caracterizada por lesões atróficas ocorrendo em trajeto linear, onde variam de coloração de</p><p>acordo com sua fase evolutiva (MAIO, 2004).</p><p>Elas podem ser classificadas em: rosadas, com aspecto inflamatório, atróficas, com</p><p>aspecto cicatricial, porém ainda possuindo fibras elásticas e as nacaradas, desprovidas de</p><p>seus anexos com suas fibras rompidas. (KEDE, SABATOVICH, 2004).</p><p>Existem tratamentos que visam minimizar essas estrias e neste artigo encontram-se</p><p>dois deles, os quais são regulamentados para profissionais esteticistas: microdermoabrasão</p><p>e o peeling químico, técnicas as quais realizam uma diminuição da capa córnea a fim de</p><p>proporcionar uma melhor penetração de substâncias como os ácidos para gerar um novo</p><p>aspecto á pele de modo efetivo, sem risco de maiores danos ao tecido, se adequados às</p><p>normas descritas por órgãos competentes.</p><p>De acordo com Nardin e Guterres, (1999), é de suma importância salientar a relação</p><p>das questões de regulamentação dos procedimentos realizados por profissionais da área</p><p>estética, obedecendo aos padrões descritos por norma da Revisão de Ingredientes</p><p>Cosméticos (CIR), e pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).</p><p>Este trabalho tem como objetivo explanar estes procedimentos descritos através de</p><p>uma revisão bibliográfica.</p><p>2.0 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA</p><p>2.1 Pele</p><p>A pele é um órgão dinâmico que contém tecidos, tipos celulares e estruturas</p><p>especializadas. Sendo este um dos maiores e mais versáteis órgãos, que proporciona</p><p>diversas funções singulares como: proteção contra elementos da natureza, lesões mecânicas</p><p>e químicas, invasões de agentes infecciosos, prevenção contra dessecação, termoregulação</p><p>e regeneração tecidual a qual é importante para o resultado no tratamento das estrias</p><p>(NASCIMENTO, et al, 2007).</p><p>A regeneração é um processo complexo, porém essencial a qual o corpo seria</p><p>incapaz de sobreviver, envolve ações integradas das células, matriz extracelular e</p><p>mensageiros químicos que visam restaurar a integridade do tecido lesionado o mais rápido</p><p>possível. Nela ocorre uma série de eventos complexos envolvendo células originárias do</p><p>tecido vascular e conjuntivo para o lugar da lesão conforme Nascimento, et al, (2007).</p><p>Um manto de revestimento do organismo, a pele, é indispensável à vida, a qual isola</p><p>os componentes orgânicos do meio exterior, constituído de uma complexa estrutura, de</p><p>modo a adequar-se harmonicamente ao desempenho de suas funções (LIMA, PRESSI,</p><p>2005).</p><p>Apresenta-se por uma porção epitelial de origem endotérmica, a epiderme, e uma</p><p>porção conjuntiva de origem mesodérmica, conhecida como derme (Junqueira, Carneiro,</p><p>1995). A qual é o local de maior comprometimento na distensibilidade cutânea e também</p><p>responsável por alterações como lesões atróficas. (MORAES, et al, 2000).</p><p>Dentre as camadas descritas, a derme é a camada mais complexa e importante,</p><p>compostas de tecido conjuntivo, onde existem diversas moléculas, células de defesa e um</p><p>emaranhado de fibras, onde sua principal função é sustentar, dar força e elasticidade à pele.</p><p>(NOGUEIRA, 2007).</p><p>De acordo com Dângelo e Fattini, (1998) a derme divide-se em camadas, onde se</p><p>destacam a camada papilar, mais superficial com fibras colágenas finas, e substância</p><p>fundamental amorfa em abundância, a delgada mais vascularizada é disposta em torno dos</p><p>anexos cutâneos, ela juntamente com derme papilar é denominada derme adventicial. Já a</p><p>reticular a qual se encontra mais profunda, é mais espessa e menos vascularizada, é</p><p>composta de feixes colágenos mais espessos, dispostos paralelamente á epiderme.</p><p>As fibras de colágeno podem ser encontradas na derme papilar, reticular, bem como</p><p>nas traves septais da hipoderme, membranas basais e na derme reticular média,</p><p>mergulhadas em material amorfo da matriz extra celular localizada na derme, são elas as</p><p>responsáveis pela elasticidade da pele (VIEIRA, 2006).</p><p>A qualidade do tecido depende da qualidade inerente às fibras, de sua orientação, de</p><p>seu agrupamento em rede e de sua relação com o meio intersticial, com estas</p><p>características</p><p>em desarmonia a elasticidade do tecido estará comprometida, assim poderá ocasionar o</p><p>aparecimento de estrias (VIEIRA, 2006).</p><p>2.2 Elasticidade do tecido</p><p>A elasticidade dos tecidos é de fundamental importância para o homem em vários</p><p>órgãos inclusive a pele, que responde consecutivamente á solicitações fisiológicas e</p><p>patológicas no decorrer de sua vida, devido principalmente á presença de fibras elásticas no</p><p>tecido. (MORAES, et al, 2000).</p><p>Esta fibra pode ser determinada pela orientação das linhas de fenda, ou linhas de</p><p>Langer, linhas que determinam a orientação das fibras no tecido. A tensão da elasticidade</p><p>varia de direção conforme a região do corpo, e isto se deve à variação da direção geral das</p><p>fibras colágenas e elásticas da derme. (GUIRRO E GUIRRO, 1996)</p><p>As fibras de colágeno conferem a estrutura ao tecido e as de elastina, a</p><p>flexibilidade, estas estão intimamente entrelaçadas na derme, sendo um dos principais</p><p>tecidos de suporte da pele. A elastina, uma proteína fibrilar de alto peso molecular é</p><p>composta por vários aminoácidos raros, como a desmosina e a isodesmosina, responsáveis</p><p>por suas características (NASCIMENTO, et al, 2007).</p><p>Segundo Junqueira (1995), o componente principal das fibras elásticas é a proteína</p><p>elastina, uma fibra que resiste a fervura e ácidos, cedendo facilmente mesmo às mínimas</p><p>trações, porém retomam sua forma inicial logo que cessem as forças deformantes. São</p><p>sintetizadas por células diversas, como fibroblastos, condrócitos e células musculares lisas.</p><p>As mudanças nas estruturas que suportam a força tênsil geram uma debilitação na</p><p>espessura do tecido conectivo que aliado a maiores tensões sobre a pele como na obesidade</p><p>por exemplo, produzem as estriações cutâneas (MAIO, 2004).</p><p>As fibras elásticas com lesões recentes, por exemplo, apresentam-se estriadas, e nas</p><p>lesões envelhecidas, fragmentam-se e se concentram em locais isolados, e assim obtém uma</p><p>ligeira depressão na textura da pele denominada estria (KEDE e SABATOVICH, 2004).</p><p>2.3 Estrias</p><p>Definem-se como estrias um processo degenerativo cutâneo, benigno, caracterizada</p><p>por lesões atróficas em trajeto linear, que variam de coloração de acordo com sua fase</p><p>evolutiva (MAIO, 2004). É uma atrofia da pele, em linhas, por rápido estiramento, de modo</p><p>retilíneo, curvilíneo ou sinuoso, nela ocorre uma atrofia da epiderme, com limite</p><p>dermoepidérmico retificado (KEDE e SABATOVICH, 2004).</p><p>As estrias são denominadas atróficas pelas características que apresentam, já que a</p><p>atrofia é uma diminuição da espessura da pele, decorrente da redução do número e volume</p><p>de seus elementos (NASCIMENTO, et al, 2007).</p><p>Apresentam carácter de bilateralidade, isto é, existe uma tendência da estria a</p><p>distribuir-se simetricamente e em ambos os lados (NASCIMENTO, et al, 2007).</p><p>Evoluem clinicamente em estágios semelhantes aos de formação de uma cicatriz,</p><p>com lesões ativas, eritema e nenhuma depressão aparente, originada por diversos fatores,</p><p>porém existem teorias que tentam justificar sua etiologia (KEDE e SABATOVICH, 2004).</p><p>Segundo Guirro e Guirro (2002), existem três teorias que tentam justificar a</p><p>etiologia das estrias: teoria mecânica; teoria endocrinológica e teoria infecciosa;</p><p>Teoria mecânica: Ocorre quando a pele é acometida por um estiramento, ruptura ou</p><p>perda de suas fibras elásticas dérmicas, sem motivo aparente, como em casos de obesidade,</p><p>acredita-se que uma excessiva deposição de gordura no tecido adiposo especialmente a que</p><p>ocorre repentinamente com subseqüência seja o principal mecanismo do aparecimento das</p><p>estrias, a gravidez, puberdade, atividade física vigorosa e crescimento (YAMAGUCHI,</p><p>2005). São reconhecidos como fatores básicos na origem das estrias como cita Guirro e</p><p>Guirro, (2002).</p><p>Teoria endocrinológica: Com o advento do uso terapêutico de hormônios adrenais</p><p>corticais ou por uso indiscriminado de anabolizantes, distúrbios nutricionais bioquímicos,</p><p>distúrbios hormonais, latrogenia (KEDE, SABATOVICH, 2004). Estão associados ao</p><p>aparecimento das estrias com efeito localizado somente em algumas regiões (SILVA,</p><p>1999).</p><p>Teoria infecciosa: Existem relatos onde processos infecciosos provocam danos às</p><p>fibras elásticas originando estrias (SILVA, 1999). Segundo Kede e Sabatovich (2004),</p><p>notou-se o aparecimento de estrias em jovens após febre tifóide, reumática e outras</p><p>infecções hepatopatias crônicas, hepatite crônica, síndrome de Marfan, pdeuxantoma</p><p>elástico e síndrome de buscheke-Ollendorf.</p><p>Além desses fatores, existe uma predisposição genética e familiar. A expressão dos</p><p>genes determinantes para formação do colágeno, de elastina e fibronectina está diminuída</p><p>em pacientes portadores de estrias, existindo uma alteração no metabolismo do fibroblasto.</p><p>(GUIRRO; GUIRRO, 2002)</p><p>As estrias podem ser classificadas em: rosadas (iniciais), atróficas e nacaradas: as</p><p>rosadas ou iniciais, possuem aspecto inflamatório e coloração rosada dada pela</p><p>superdistensão das fibras elásticas e rompimento de alguns capilares sanguíneos, com sinais</p><p>clínicos de prurido e dor em alguns casos, erupção papular plana e levemente edematosa</p><p>(GUIRRO; GUIRRO, 2002).</p><p>As atróficas possuem aspecto cicatricial, uma linha flácida central e hipocromia,</p><p>com fibras elásticas enoveladas e algumas rompidas, com colágeno desorganizado e os</p><p>anexos da pele preservados. (LIMA, PRESSI, 2005).</p><p>Já as nacaradas, possuem flacidez central, recoberta por epitélio pregueado, sendo</p><p>desprovidas de anexos cutâneos, com fibras elásticas rompidas, e as lesões evoluindo para</p><p>fibrose (KEDE e SABATOVICH, 2004).</p><p>A estria é relatada na maior parte da literatura como sendo uma lesão irreversível.</p><p>Essa irreversibilidade está embasada em exames histológicos, que mostram redução no</p><p>número e volume dos elementos da pele, rompimento de fibras elásticas, pele delgada,</p><p>redução da espessura da derme, com fibras colágenos separadas entre si. No centro da lesão</p><p>há poucas fibras elásticas, enquanto na periferia estas, encontram-se onduladas e agrupadas</p><p>(LIMA, PRESSI, 2005).</p><p>Existem tratamentos que são indicados para o uso dos profissionais de estética que</p><p>minimizam estas atrofias, são eles a, microdermoabrasão e peelings químicos, inclusive</p><p>realizar a junção dos dois procedimentos.</p><p>2.4 Tratamentos Realizados</p><p>Segundo Borges (2006), o termo peeling deriva do inglês to peel, que significa</p><p>descamar, compreendido como um procedimento destinado a produzir a renovação celular</p><p>da epiderme. O autor relata também que de acordo com a intensidade da ação do método</p><p>escolhido, o procedimento será mais penetrante nas camadas da pele.</p><p>Para se obter um bom resultado no tratamento das estrias, o profissional de estética</p><p>utiliza peelings mecânicos, que atua como um esfoliante na epiderme, pois poucas</p><p>substâncias conseguem penetrar facilmente a pele intacta assim diminuindo a barreira</p><p>mecânica da pele, e posteriormente usar peelings químicos, otimizando os resultados</p><p>obtidos (HORIBE, 2006).</p><p>Os tratamentos realizados com microdermoabrasão (peeling de cristal) têm a</p><p>vantagem de ter uma tecnologia não evasiva e não cirúrgica, devido a sua técnica especial</p><p>de remover células envelhecidas, estimular a produção de células jovem e novo colágeno</p><p>(BORGES, 2006).</p><p>Desde o início da década de 1990, os europeus utilizam microcristais de várias</p><p>origens para realização da microdermoabrasão, como hidróxido de alumínio, corundun,</p><p>diamantes, quimicamente inertes. Estas substâncias são jateadas sobre a pele, com pressão</p><p>assistida e, simultaneamente, são aspiradas. Assim recolhendo as impurezas obtidas da</p><p>camada córnea, espinhosa, granulosa e malpighiana, dependendo do número de passagens</p><p>sobre a área tratada e a pressão utilizada. (DEFERRARI, 2004)</p><p>Já o peeling químico consiste na aplicação de um ou mais agentes cáusticos à pele,</p><p>produzindo uma destruição controlada da epiderme e derme posteriormente ocorrendo</p><p>sua</p><p>reepitelização. Propicia melhor aparência da pele danificada por fatores extrínsecos,</p><p>intrínsecos e também por cicatrizes remanescentes (VELASCO, et al, 2004).</p><p>Estes peelings são classificados de acordo com profundidade atingida na pele,</p><p>sendo muito superficial quando somente age na camada córnea, superficial ao atingir a</p><p>epiderme, médio quando atinge a derme papilar e o profundo alcançando a derme reticular</p><p>(KEDE e SABATOVICH, 2004).</p><p>Vários são os agentes usados nos peelings químicos para estrias, sendo</p><p>regulamentados para o uso de esteticistas. Os alfa-hidróxiacidos (AHA) e beta-</p><p>hidróxiacidos, classificados como umectantes esfoliantes, constituem uma classe de</p><p>compostos com efeitos evidentes, específicos e únicos sobre o estrato córneo, toda</p><p>epiderme, derme papilar e folículos pilocebaceos agindo de forma efetiva sobre as estrias</p><p>(MAIO, 2004).</p><p>Estes ácidos possuem ações que resultam em uma inflamação no tecido, seguida</p><p>pela substituição de novas células, após a morte das células epidérmicas envelhecidas</p><p>(HENRIQUES, et al, 2007).</p><p>Os alfa-hidróxiacidos diferenciam-se pelo tamanho da molécula, sendo o ácido</p><p>glicólico de menor cadeia carbônica e, portanto, com maior poder de penetração na pele, o</p><p>que depende de vários fatores que devem ser considerados antes do peeling; são eles:</p><p>características individuais do paciente, integridade da barreira epidérmica, agente utilizado</p><p>e técnica de procedimentos. (MAIO, 2004).</p><p>O ácido glicólico também aumenta a hidratação da pele, além da capacidade de</p><p>regular a queratinização e diminuir as ligações entre os corneócitos, aumenta a elasticidade</p><p>epidérmica. Essa ação se deve provavelmente à estimulação direta na produção de</p><p>colágeno, elastina e mucopolissacarídeos nas camadas profundas da pele (HENRIQUES, et</p><p>al, 2007).</p><p>No tratamento das estrias com peelings, é necessário levar em consideração que as</p><p>áreas corporais que possuem menor quantidade de elementos pilossebáceos e, portanto, são</p><p>mais sujeitam a complicações com procedimentos mais agressivos. Por isso, é válido</p><p>realizar vários peelings superficiais, pois são epidérmicos e não apresentam riscos de</p><p>complicações ao paciente. Podem ser utilizados em todos os tipos de pele e em qualquer</p><p>área do corpo porém, de acordo com as normas de regulamentação (NADIR, GUTERRES,</p><p>1999).</p><p>Em 1996, a Revisão de Ingredientes Cosméticos (CIR) concluiu ser seguro o uso</p><p>dos alfa-hidróxiacidos (AHAs) em produtos cosméticos até 10% e que o pH final da</p><p>formulação não deveria ser inferior a 3,5, pois quanto menor seu pH, maior seu teor de</p><p>acidez e consequentemente maior seu poder abrasivo na pele. Já para produtos de uso</p><p>profissional em estética, é permitida concentração de até 30% e o pH maior do que 3,0.</p><p>(HENRIQUES, et al, 2007).</p><p>De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária, o pH é um importante</p><p>elemento na determinação da segurança e da eficácia dos AHAs e que valores de pH</p><p>próximos de 3,8 fornecem uma boa relação entre esses parâmetros, caso os ácidos sejam</p><p>utilizados de forma inadequada, podem promover sequelas como cicatrizes, discromias,</p><p>hipercromias e infecções em alguns casos irreversíveis conforme cita Borges, (2006).</p><p>3.0 Metodologia</p><p>Este trabalho propõe uma revisão bibliográfica, retirada de livros e artigos com base</p><p>nos sites Medline e Scielo, usando como palavra-chaves: estrias, tratamentos, streae</p><p>distensae e peelings, com um estudo qualitativo do tipo descritivo exploratório os quais têm</p><p>como objetivo proporcionar um artigo mais explícito, com um aprimoramento de idéias</p><p>(GIL, 1996).</p><p>4.0 CONSIDERAÇÕES FINAIS</p><p>Com este estudo sugere-se que o uso da microdermoabrasão e do peeling químico</p><p>usado nas concentrações determinadas para esteticistas, provocam uma regeneração e uma</p><p>melhora na textura da pele, consequentemente um progresso no aspecto da estria.</p><p>Assim que estes tratamentos individualizados ou até mesmo a união destes,</p><p>possibilitam esta melhora, a auto-estima das pacientes fica mais elevada, o que demonstra a</p><p>possível efetividade destes tratamentos.</p><p>5.0 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS</p><p>AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. São Paulo. Disponível em:</p><p>http://www.anvisa.gov.br/. Acesso em: 16-10-2007.</p><p>BORBA, A.; Peeling de Cristal é uma novidade para uma pele lisinha. Rev. Profissão</p><p>Beleza; nº 38; ano VII; Vol 7; Jan/ago, 2006.</p><p>BORGES. F.S; Dermato Funcional: modalidades terapêuticas nas disfunções estéticas.</p><p>São Paulo, ed. Phorte, 2006.</p><p>DÂNGELO, J. G.; FATTINI, C. A. Anatomia humana, sistêmica e segmentar. São</p><p>Paulo: Atheneu, 1988.</p><p>DEFERRARI, R.; Microdermoabrasão peeling de cristais. Disponível em:</p><p>http//www.classiclife.com.br/medicina/med_0072_11ed.html.</p><p>GRANGEIRO, A; CAJAÍBA, C.C; LOCONDO, L; Bio-oligoterapia na seqüela de</p><p>queimadura. Rev. Personalité; pag. 90; nº 50; ano X; Vol 10; Jan/Fev, 2007.</p><p>GUIRRO, E. C. O.; GUIRRO, R. R. J Fisioterapia em estética: fundamentos, recursos e</p><p>patologias. 3.ed. São Paulo: Manole, 2002.</p><p>_______________, ; ______________ Fisioterapia em estética: fundamentos, recursos e</p><p>patologias. 2º ed. São Paulo: Manole, 1996.</p><p>HENRIQUES, B, G.; SOUSA, V. P.; VOLPATO, N, M.; GARCIA, S.; Development and</p><p>validation of an analytical methodology for determination of glycolic acid in raw</p><p>material and dermocosmetic formulations. Rev. Brasileira de Ciências Farmacêuticas</p><p>Print ISSN 1516-9332. vol.43 no. Disponível em:</p><p>http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S151693322007000100005&script=sci_arttext&tlng=</p><p>11/ 09/07 1. São Paulo Jan./Mar. 2007</p><p>HORIBE, E. K.; Tratamento específico para a saúde da pele étnica. Rev. Personalité. nº</p><p>46; ano IX; abril/maio, 2006.</p><p>JUNQUEIRA, L. C.; CARNEIRO, J. Histologia básica. 8.ed. Rio de Janeiro: Guanabara</p><p>Koogan, 1995.</p><p>KEDE, M.P.V.; SABATOVICH, O.; Dermatologia Estética. ed Atheneu; São Paulo,</p><p>2004.</p><p>LIMA, K.S.; PRESSI, L. O uso da microgalvanopuntura no tratamento de estrias</p><p>atróficas: análise comparativa do trauma mecânico e da microcorrente. Disponível</p><p>em: http://www.upf.br/feff/download/mono_lisiane_total.pdf . Acesso em 02- 07-2007.</p><p>MAIO, M. Tratado de Medicina Estética, 1º ed.; Vol I; São Paulo, 2004 editora Roca</p><p>Ltda.</p><p>_____,_______. Tratado de Medicina Estética, 1º ed.; Vol II; São Paulo, 2004 editora</p><p>Roca Ltda.</p><p>_____,_______. Tratado de Medicina Estética, 1º ed.; Vol III; São Paulo, 2004 editora</p><p>Roca Ltda.</p><p>MORAES, A. M.; Previsão das cicatrizes atróficas por meio da distensibilidade</p><p>cutânea. Disponível em:</p><p>http://www.anaisdedermatologia.org.br/artigo_imprimir.php?artigo_id=10241 Acesso em:</p><p>23-08-2007.</p><p>NARDIN, T.; GUTERRES, S. S.; Alfa-hidroxiacidos: aplicações cosméticas e</p><p>dermatológicas. Disponível em:</p><p>http://www.ufrgs.br/farmacia/cadfar/v15n1/pdf/CdF_v15_n1_p07_14_1999.pdf Acesso</p><p>em: 20-09-2007.</p><p>NASCIMENTO, L.F.; BARBOSA, M.; SILVA, R. S. A.; CORDEIRO, V. A.; Estrias.</p><p>Rev. Personalité, nº. 54, Ano X, 2007.</p><p>NOGUEIRA, M.; Saúde a Flor da pele. Rev. Profissão Beleza, nº 41, Ano VIII, Vol. 8</p><p>Jan/Fev, 2007.</p><p>SILVA. Análise do tratamento de estrias com o uso do gerador de corrente contínua</p><p>filtrada constante Striat em mulheres entre 15 e 60 anos. 1999. 78 p. Monografia</p><p>(Graduação em Fisioterapia). Universidade de Tuiuti, Curitiba.</p><p>VELASCO, M. V. R.; OKUBO, F. R.; RIBEIRO, M. E.; STEINER, D.; BEDIN, V.</p><p>Rejuvenescimento da pele por peeling químico: enfoque no peeling de fenol. Disponível</p><p>em: http://www.anaisdedermatologia.org.br/artigo_imprimir_en.php?artigo_id=109 Vol 79</p><p>– nº 1. Anais Brasileiros de Dermatologia Print, ISSN 0365-0596. Rio de Janeiro. Jan/Fev,</p><p>2004.</p><p>VIEIRA, G. 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