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<p>DISPLASIA COXOFEMURAL EM FELINO – RELATA DE CASO</p><p>LAURA GAMBINI DE MIRANDA; FABIANA YUKIE ICASSATI TAKAHASHI</p><p>RESUMO</p><p>Felino, fêmea, SRD, sem histórico prévio, adotado de ong, com aproximadamente 3 anos, foi atendido na clínica veterinária e petshop são longuinho, com queixa de claudicação de membro torácico direito, ao exame físico foi constatada sensibilidade a palpação de coluna tóraco-lombar e articulação coxofemural bilateral. Foi solicitado exame radriográfico de coluna tóraco-lombar e articulação coxofemural e como terapia foi instituído o uso de Condroplex 500mg, Omega 3 500mg e Gabapentina 5mg. O laudo do exame radiográfico indicou acentuado arrasamento acetabular e acentuada subluxação bilaterais, acompanhada de acenturada artrosealterando morfologicamente os bordos acetabular e os colos femurais, secundária a displasia coxofemural de grau severo bilateral, crônica. O diagnóstico foi feito a partir do exame físico e dados do exame radiográfico, de artrose de artiuculação coxofemural bilateral e displasia coxofemural bilateral, tratamento medicamentoso foi permanecido o mesmo e foi adicionado ao tratamento acupuntura. Sendo assim o presente relato tem como objetivo a descrição de um caso de displasia coxofemural em felino, dado sua importnância devido, aos poucos relatos que existem sobre essa afecção na espécie felina.</p><p>Palavras-chave: medicina felina; ortopedia; subluxação; clínica médica; pequenos animais</p><p>1 INTRODUÇÃO</p><p>A displasia coxofemural é o desenvolvimento ou crescimento anormal da articulação coxofemural, em geral ocorre bilateralmente. Manifestando-se por vários graus de fouxidão dos tecidos moles, instabilidade, má formação da cabeça femural e do acetábulo, e osteoartrite. Esta afeccção é mais representativa em cães de grande porte, porém tem sido relatada em cães de raça toy e gatos (PIERMATTI, et al, 2009). As causas são multifatorias; tanto fatores hereditários quanto ambientais possuem um papel no desenolvimento da anormalidade do osso e dos tecidos moles. (FUSSOM, 2014).</p><p>A patologia causa a ridigez na articulação que resulta na dificuldade de salta em felinos. Os sinais clínicos mais comuns são inapetência alimentar, claudicação, apatia e limitação dos movimentos (ZINKE, 2019). Em gatos estes passam despercebidos por serem mais brandos. O mei diagnóstico da displasia coxofemural é feito pela radiografia da pelve do animal, sendo os aspetos radiográficos diferentes em felinos, é observado acetábulo raso, com a remodelação e proliferação acetabular crâniodorsal e mínimo do colo femural. (MILKEN, 2007).</p><p>O tratamento para displasia coxofemural em gatos não é específico, porém existe uma variedade de opções para o tratamento da doença, desde alternativas conservadores até a cirúrgica (DASSLER, 2007).</p><p>Sendo assim o presente relato tem como objetivo a descrição de um caso de displasia coxofemural em felino, dado sua importnância devido, aos poucos relatos que existem sobre essa afecção na espécie felina.</p><p>2 RELATO DE CASO</p><p>Felino, fêmea, SRD, aproximadamente 3 anos de idade, animal adotado de uma ONG, sem histórico prévio, foi atendido na clínica veterinária e petshop são longuinho, com queixa de claudicação de membro torácico direito, ao exame físico foi constatada sensibilidade a palpação de coluna tóraco-lombar e articulação coxofemural bilateral. Foi solicitado exame radriográfico de coluna tóraco-lombar e articulação coxofemural e como terapia foi instituído o uso de Condroplex 500mg, Omega 3 500mg e Gabapentina 5mg. Além da aplicação de 0,3 ml de Dexametasona; 0,5 ml de Vitamina B12 e 0,3 ml de Condroitin subcutâneo.</p><p>O laudo do exame radiográfico indicou acentuado arrasamento acetabular e acentuada subluxação bilaterais, acompanhada de acenturada artrosealterando morfologicamente os bordos acetabular e os colos femurais, secundária a displasia coxofemural de grau severo bilateral, crônica (Figuras 1). Sendo assim foi estabelecido do diagnóstico de displasia coxofemural bilateral e artrose da articulação coxofemural bilateral.</p><p>O tratamento instituído foi continuar a medicação prescrita anteriomente, bem com sessões semanais de acupuntura e moxaterapia.</p><p>Ao retorno na clínica para a primeira sessão de acupuntura, bem como para reavaliação do paciente, o animal apresentava grande melhora do quadro de dor.</p><p>3 DISCUSSÃO</p><p>A displasia coxofemoral é uma doença bastante conhecida em cães de certas raças, porém também acomete os gatos (LODER e TODHUNTER, 2017). A doença é caracterizada pelo desenvolvimento anormal da articulação coxofemoral de forma que esta condição culmine com uma frouxidão dos tecidos moles, má formação da cabeça do fêmur e do acetábulo, permitindo a subluxação em idade precoce (SILVA, 2011). Não apresenta preferência de sexo e nem de idade. As causas são multifatorias; tanto fatores</p><p>hereditários quanto ambientais possuem um papel no desenolvimento da anormalidade do osso e dos tecidos moles. (Fussom, 2014). Sendo assim o presente relato se engrada nessas características de anormalidades da articulação coxofemural, mas devido a falta de histórico do animal, é difícil definir uma causa para o desenvolvimento da patologia. Figura 1: Raio-X para avaliação da articulação coxofemoral e patelas</p><p>Em geral a apresentação dos sinais da displasia coxofemural em gatos é de forma sutil, pouco perceptível ao tutor, e com evolução gradual. O animal começa com pequenas mudanças no seu comportamento tais como: menor interação com o tutor, agressividade, inatividade e relutância em subir e descer escadas. Ele também pode apresentar inapetência, limitação a movimentos da articulação coxofemoral e alterações na marcha (LODER e TODHUNTER, 2017). A doença começa a se manifestar com o animal ainda jovem, variando de três meses a três anos de vida, com alterações mínimas (PERRY, 2016). Nos animais jovens as alterações clínicas são bem mais brandas, geralmente com acometimento unilateral podendo, ocasionalmente, ser bilateral. Dependendo da severidade da displasia coxofemural, durante o exame físico o animal pode apresentar sinais de dor quando o veterinário manusear a articulação acometida (MILKEN, 2007). Como no presente relato, o animal apresentou alteração de marcha e com isso alteração de movimentação e de comportamento, além de sensibilidade na articulação coxofemural ao exame físico. Podemos notar também que o paciente se enquadra na idade de início da manifestação da doença, visto que o mesmo tem aproximadamente 3 anos de idade. Fonte: Arquivo Clínica Veterinária e Petshop São Longuinho (2023)</p><p>Para o diagnóstico preciso da displasia coxofemural é necessário um exame físico ortopédico bem feito de modo que se possam diferenciar os achados clínicos de outras patologias ósseas e nervosas que possam culminar em claudicação e dor na articulação coxofemoral (MILKEN, 2007). Muitas vezes os gatos acometidos com a displasia coxofemural não apresentam anormalidades clínicas evidentes e, com isso, o diagnóstico deve ser realizado de acordo com os achados radiográficos. O exame radiográfico não só confirma como também determina o grau de frouxidão e presença de degeneração articular, além de direcionar o veterinário para o tratamento mais recomendado e auxiliar a estabelecer um prognóstico. Na verdade recomenda-se o raio-x de quadril sempre que os animais apresentem sinais de dor nas articulações coxofemorais (MILKEN, 2007). Assim como no presente relato onde o diagnóstico foi baseado nos sinais clínicos em conjunto com os achados radiográficos.</p><p>A displasia coxofemoral não tem um tratamento efetivo que traga a cura do animal. No entanto existem tratamentos que buscam amenizar os efeitos da doença, como a dor e as alterações degenerativas da articulação, de modo que os tratamentos tenham como intuito melhorar a função articular, promovendo uma melhoria na qualidade de vida do paciente (SILVA, 2011). É recomendado que a terapia conservadora seja feita em animais com diagnóstico de displasiacoxofemural leve ou com início de claudicação (SILVA, 2011). Neste tipo de tratamento</p><p>inclui-se a redução do peso do paciente, uso de fármacos como anti-inflamatórios e analgésicos, além de tornar o ambiente onde o animal vive mais adequado à sua condição. Também podem ser feitos tratamentos como restrição dos movimentos da articulação, fisioterapia, terapias a base de nutracêuticos condroprotetores, uso da acumpuntura, como também técnicas inovadoras como o uso de células-tronco. Todas essas terapias podem ser associadas à terapia com antiinflamatórios (PERRUPATO e QUIRINO, 2014; ZINKE, 2019).</p><p>Podemos ver então que a literatura sustenta o tratamento instituído para o caso, pois mesmo sendo um animal já com grau mais severo de alteração articular, as alterações clínicas de marcha e com relação a dor não são severas, e já apresentaram grande melhora após o primeiro dia de tratamento, como descrito no relato do presente trabalho.</p><p>4 CONCLUSÃO</p><p>Com esse relato pode-se concluir que apesar da displasia coxofemural ser uma patologia conhecida a anos ela é muito mais relatada em cães do que em felinos, sendo assim pode se ver a importância de novos relatos e estudos com relação à essa patologia no que diz respeito a espécie felina.</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>DASSLER, C. L. Displasia do quadril canino: Diagnóstico e tratamento não cirúrgico. In: Slatter D. (Ed). Manual de cirurgia de pequenos animais. 3.ed. São Paulo: Manole, pp.2019-2029, 2007.</p><p>FOSSUM, T. W. Cirurgia de pequenos animais. 4. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2014. 1640 p.</p><p>LIMA, R. H. S. Displasia Coxofemural em Gatos: Revisão de Literatura, Universidade Federal da Paraíba, Areia, Paraíba, 2021. Disponível em: < https://repositorio.ufpb.br/jspui/bitstream/123456789/20528/1/RHSL28072021-MV302.pdf>.</p><p>LODER, R. T.; TODHUNTER, R. J. Demographics of hip dysplasia in the Maine Coon cat. Journal of feline medicine and surgery, v. 20, n. 4, p. 302-307, 2017. Disponível em: <https://doi.org/10.1177/1098612X17705554>.</p><p>MILKEN, V. M. F. Estudo radiológico comparativo da displasia coxofemoral entre gatos da raça persa e sem raça definida. 2007. 71 f. Tese (doutorado) - Universidade Estadual Paulista, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, 2007.</p><p>PERRUPATO, T. F.; QUIRINO, A. C. T. Acupuntura como terapia complementar no tratamento de displasia coxofemoral em cães-relato de caso. Revista de Ciência Veterinária e Saúde Pública, v. 1, n. 2, p. 141-145, 2014.</p><p>PERRY, K. Feline hip dysplasia. A challenge to recognise and treat. Journal of Feline Medicine and Surgery. Vol.18, 2016. Disponivel em : <https://doi.org/10.1177/1098612X16631227>.</p><p>PIERMATTEI D.L., FLO, G.L. & DECAMP C.E. 2009. Articulação coxofemoral. In: Ortopedia e tratamento de fraturas de pequenos animais. 4.ed. São Paulo: Manole, pp.523-579.</p><p>SILVA, A. V. Displasia coxo-femoral: considerações terapêuticas atuais. Monografia (Graduação em Medicina Veterinária) -Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2011. Disponível em: <http://hdl.handle.net/10183/52505>.</p><p>SPILLER, P. R. et al. Displasia Coxofemural em Gato, Acta Scientiae Veterinariae, 2015. Disponível em:< https://www.ufrgs.br/actavet/43-suple-1/CR_68.pdf>.</p><p>ZINKE, R. de P. Displasia Coxofemoral em Felino: Relato de Caso. 2019. 34 f. Trabalho de Conclusão de Curso (especialização) – Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2019.</p><p>ZUPIROLLI, D. M. Displasia Coxofemural em Felino: Relato de Caso, Revista Unilago, v.1, n.1, 2020. Disponível em:< https://revistas.unilago.edu.br/index.php/revista-cientifica/article/view/325>.</p><p>2</p><p>image1.png</p><p>image2.jpeg</p>