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<p>1</p><p>Glossário - Psicopatologia</p><p>A</p><p>Afetividade:</p><p>Afetividade é o atributo psíquico que dá o valor e Representa a realidade. Essa</p><p>Afetividade também é capaz de Representar um ambiente cheio de gente como</p><p>se fosse ameaçador, é capaz de nos fazer imaginar que pode existir uma cobra</p><p>dentro do quarto ou ainda, é capaz de produzir pânico ao nos fazer imaginar que</p><p>podemos morrer de repente. A Afetividade valoriza tudo em nossa vida, tudo</p><p>aquilo que está fora de nós, como os fatos e acontecimentos, bem como aquilo</p><p>que está dentro de nós (causas subjetivas), como nossos medos, nossos</p><p>conflitos, nossos anseios, etc. A Afetividade valoriza também os fatos e</p><p>acontecimentos de nosso passado e nossas perspectivas futuras. O melhor</p><p>exemplo que podemos referir para entender a Afetividade é compará-la à óculos</p><p>através dos quais vemos o mundo. São esses hipotéticos óculos que nos fazem</p><p>enxergar nossa realidade desse ou daquele jeito. Se esses óculos não estiverem</p><p>certos podemos enxergar as coisas maiores ou menores do que são, mais</p><p>coloridas ou mais cinzentas, mais distorcidas ou fora de foco. Tratar da</p><p>Afetividade significa regular os óculos através dos quais vemos nosso mundo.</p><p>Porque uma pessoa portadora de Síndrome do Pânico pensa que pode morrer ou</p><p>passar mal de repente? Porque ela acha que sofre do coração, ou está prestes a</p><p>ter algum derrame, ou que está tão descontrolada ao ponto de perder o controle.</p><p>Ora, nada disso faz parte da realidade objetiva e concreta. Trata-se de um juízo</p><p>pessimista, uma avaliação negativa que a pessoa faz de si mesma, ou seja,</p><p>trata-se de uma Afetividade que representa negativamente para a própria pessoa</p><p>o seu próprio eu. Se a pessoa está se vendo pior do que é de fato, então</p><p>afetivamente não está bem. A Depressão típica, por sua vez, também faz com</p><p>que a pessoa se sinta e se ache pior do que realmente é. Isso produz</p><p>insegurança e rebaixa a auto-estima. Novamente aqui a Afetividade representa</p><p>negativamente a pessoa para si mesma. A avaliação negativa de si mesmo,</p><p>achar que a vida não vale a pena, que a realidade é sofrível, sentir medo</p><p>exagerado, achar-se doente e toda sorte de pensamentos ruins resultam do</p><p>Afeto alterado.</p><p>Agitação psico-motora:</p><p>Atividade motora excessiva associada à tensão emocional, geralmente é</p><p>improdutiva e repetitiva. Em alguns casos, são acompanhadas de gritos e</p><p>lamentos. Normalmente há incapacidade para permanecer sentado, compulsão</p><p>em mexer muito as mãos, etc. Os estados de agitação psicomotora são comuns</p><p>em crianças e adolescentes portadores de distúrbio neurológico ou submetidas a</p><p>situação de estresse onde se sentem pressionados e solicitados além da sua</p><p>capacidade de resposta. A agitação psicomotora é um forte indício de alteração</p><p>emocional, e se constitui, quase sempre, em comportamentos dirigentes à</p><p>padronização da comunidade.</p><p>Agnosia:</p><p>Asíntese das sensações de forma a constituir percepções conscientes dá-se nas</p><p>zonas corticais do SNC. A anestesia, surdez ou cegueira podem resultar da lesão</p><p>de um órgão sensorial periférico, do nervo aferente ou da zona cortical do SNC</p><p>onde se projetam essas sensações determinando o desaparecimento delas. Nos</p><p>casos onde estão conservadas a integridade das vias nervosas aferentes e</p><p>2</p><p>existem lesões corticais na vizinhança da área de projeção, nas chamadas áreas</p><p>para-sensoriais, mantém-se a integridade das sensações elementares, porém, há</p><p>alteração do ato perceptivo. Nesses casos, fala-se de Agnosia. Assim sendo,</p><p>Agnosia não é uma alteração exclusiva das sensações nem exclusiva da</p><p>capacidade central de perceber objetos externos, mas uma alteração</p><p>intermediária entre as sensações e a percepção. Em alguns casos, observa-se a</p><p>perda da intensidade e da extensão das sensações, permanecendo inalteradas as</p><p>sensações elementares, em outros há integridade e extensão, mas perda da</p><p>capacidade de reconhecimento dos objetos.</p><p>Agorafobia:</p><p>A característica essencial da Agorafobia é uma Ansiedade que aparece quando a</p><p>pessoa se encontra em locais ou situações das quais sair dali (escapar) poderia</p><p>ser difícil ou embaraçoso ou, na maioria das vezes, em situações nas quais um</p><p>auxílio imediato pode ser difícil, caso a pessoa venha a passar mal. A Ansiedade</p><p>agorafóbica pode ser, inclusive, antecipatória, ou seja, aparecer diante da</p><p>simples possibilidade de ter que participar de determinadas situações. Essa</p><p>Ansiedade antecipatória pode levar ao afastamento (fuga) dessas situações,</p><p>presumivelmente causadoras de Ansiedade. Tais situações podem incluir: a) -</p><p>estar sozinho fora de casa ou estar sozinho em casa; b) - estar em meio a uma</p><p>multidão; c) - viajar de automóvel, ônibus ou avião, ou estar em uma ponte ou</p><p>elevador.</p><p>Alucinação:</p><p>Percepção sensorial sem estímulo do orgão sensorial correspondente. A pessoa</p><p>com alucinação tem o senso imediato de que a sua percepção é verdadeira; em</p><p>alguns casos, a alucinação provém de dentro do corpo. Algumas vezes, a pessoa</p><p>com alucinação consegue ter o entendimento de que está com uma alteração de</p><p>registro sensorial . Outras vezes, a intensidade do delírio (que normalmente</p><p>ocorre junto com alucinação) concede ao indivíduo o peso de que o que percebe</p><p>é a verdade absoluta. Em um sentido mais restrito, as alucinação indicam um</p><p>distúrbio psicótico quando associadas a deficiência de prova da realidade. O</p><p>termo "alucinação" não se aplica a falsas percepções que ocorrem durante o</p><p>sonho. Alucinações manifestas em ritos religiosos não têm necessariamente</p><p>significado patológico. Alucinações transitórias são freqüentes em indivíduo sem</p><p>distúrbio mental quando submetido à privação física ou psíquica. Classificação</p><p>das alucinações : Alucinação auditiva - sonora: vozes, estalidos, etc. Alucinação</p><p>de humor congruente e incongruente - idéias delirantes ou alucinações que</p><p>podem ser concordantes com o humor do sujeito ou antagônico ao mesmo.</p><p>Alucinações gustativas - são distorções de percepção do paladar. Alucinações</p><p>olfativas - cheiros persistentes. Alucinações somáticas - percepções relacionadas</p><p>ao interior do corpo, por exemplo, dores, pressões, calores. Distingue-se da</p><p>preocupação hipocondríaca na medida em que se verifica na alucinação somática</p><p>uma interpretação delirante de uma doença física. Alucinação tátil - (ou</p><p>cinestésica ) - relativa à sensações de contato, sobre ou sob a pele. Observa-se</p><p>com freqüência em síndromes de abstinência ao álcool ou à cocaína. A alucinação</p><p>tátil dolorosa distingue-se da dor psicogênica, na qual não existe interpretação</p><p>delirante.</p><p>3</p><p>Ambivalência afetiva:</p><p>Ambivalência Afetiva é uma alteração da Afetividade muito encontrada na</p><p>Esquizofrenia. São acentuações afetivas opostas e basicamente simultâneas, tais</p><p>como o amor, temor e ódio que uma pessoa pode ter em relação a outra no</p><p>mesmo instante, ou os sentimentos dos acontecimentos que se teme e que se</p><p>deseja simultaneamente. O paciente ambivalente, apesar de não pode unir</p><p>ambos sentimentos e tendências opostas, percebe-os ao mesmo tempo (ama e</p><p>odeia), sem que ambos os sentimentos ajam entre si ou se debilitem. Deseja a</p><p>morte da mulher e se as alucinações a apresentam morta, pode ao mesmo</p><p>tempo ficar desesperado e chorar por isso. Ambivalência Afetiva pode ser</p><p>entendida como a anormalidade das tendências, e que se caracteriza pela</p><p>coexistência de juízos contraditórios sobre o mesmo objeto simultaneamente.</p><p>Portanto, no plano afetivo a Ambivalência consiste em experimentar sentimentos</p><p>opostos, simultaneamente e em relação ao mesmo objeto. A Ambivalência</p><p>Afetiva surge em todas as situações de conflito, especialmente nos Transtornos</p><p>Neuróticos mas, será na Esquizofrenia que a Ambivalência se apresentará com</p><p>aspectos mais característicos, patológicos e extremos.</p><p>Amnésia:</p><p>A Hipomnésia e a Amnésia podem ser consideradas como graus de hipofunção da</p><p>memória, ou seja, são diminuições do número de lembranças evocáveis. A</p><p>Amnésia, por sua vez, seria a desaparição completa das representações</p><p>mnêmicas correspondentes</p><p>a um determinado tempo da vida do indivíduo".</p><p>Bleuler prefere o termo debilidade da memória ao invés de hipomnesia. Ele diz</p><p>ainda que a Amnésia não precisa ser completa, havendo várias gradações entre</p><p>o nada absoluto e a lembrança incompleta. Segundo Jaspers, "amnésias são</p><p>perturbações da memória que se estendem a um período de tempo delimitado,</p><p>do qual nada ou quase nada pode ser evocado (Amnésia parcial), ou ainda a</p><p>acontecimentos menos nitidamente delimitados no tempo". Em seguida, estuda</p><p>quatro variedades de Amnésia : 1. Primeiro - Há profunda obnubilação da</p><p>consciência mais do que perturbação da memória. Como nada se pode aprender</p><p>na obnubilação, nada se pode fixar, ou seja, como nenhum acontecimento atinge</p><p>a consciência, não será possível alguma reprodução. 2. Segundo - Aqui verifica-</p><p>se ser possível a compreensão durante algum período de tempo, porém a</p><p>capacidade de fixação está profundamente diminuída, não sendo possível reter</p><p>nada. Isso é comum em psicoses orgânicas, notadamente na Korsakov. 3.</p><p>Terceiro - É quando certos acontecimentos podem ser compreendidos</p><p>passageiramente, porém as disposições da memória foram destruídas por um</p><p>processo orgânico bem delimitado no tempo. É, por exemplo, o que acontece nas</p><p>amnesias retrógradas, após graves lesões cerebrais, em que desaparecem</p><p>totalmente as experiências das últimas horas ou dias antes do acidente. 4.</p><p>Quarto - Trata-se de amnésias extremamente acentuadas, normalmente de</p><p>origem psicogênica, sendo o principal defeito uma alteração da capacidade de</p><p>reprodução, apesar da soma das lembranças existentes estar conservada.</p><p>Nesses casos, muitas vezes a solução é conseguida por meio de hipnose.</p><p>Anancástico:</p><p>Anancástico é um termo que se refere à preocupação obsessiva, portanto, um</p><p>pensamento ou conduta ou transtorno anancástico da personalidade corresponde</p><p>às características obsessivas-compulsivas da conduta, pensamento ou</p><p>personalidade. No caso dos Pensamentos Anancásticos, pode se tratar de</p><p>4</p><p>pensamentos, imagens mentais ou impulsos para agir, quase sempre</p><p>angustiantes para o sujeito. As idéias obsessivas (ou anancásticos) são</p><p>pensamentos, representações ou impulsos, que se intrometem na consciência do</p><p>sujeito de modo repetitivo e estereotipado. Em regra geral, elas perturbam muito</p><p>o sujeito, o qual tenta, freqüentemente resistir-lhes, mas sem sucesso. O sujeito</p><p>reconhece, entretanto, que se trata de seus próprios pensamentos, mas</p><p>estranhos à sua vontade e em geral desprazeirosos. Os comportamentos e os</p><p>rituais compulsivos são atividades estereotipadas repetitivas. O sujeito não tira</p><p>prazer direto algum da realização destes atos os quais, por outro lado, não</p><p>levam à realização de tarefas úteis por si mesmas. O comportamento compulsivo</p><p>tem por finalidade prevenir algum evento objetivamente improvável,</p><p>freqüentemente implicando dano ao sujeito ou causado por ele, que ele(a) teme</p><p>que possa ocorrer. O sujeito reconhece habitualmente o absurdo e a inutilidade</p><p>de seu comportamento e faz esforços repetidos para resistir-lhes. O transtorno</p><p>se acompanha quase sempre de ansiedade. Esta ansiedade se agrava quando o</p><p>sujeito tenta resistir à sua atividade compulsiva. Às vezes trata-se de hesitações</p><p>intermináveis entre várias opções, que se acompanham freqüentemente de uma</p><p>incapacidade de tomar decisões banais mas necessárias à vida cotidiana. Existe</p><p>uma relação particularmente estreita entre as ruminações obsessivas e a</p><p>depressão, e deve-se somente preferir um diagnóstico de transtorno obsessivo-</p><p>compulsivo quando as ruminações surgem ou persistem na ausência de uma</p><p>síndrome depressiva. No caso da Personalidade Anancástica ou Obsessiva-</p><p>Compulsiva, é um transtorno da personalidade caracterizado por um sentimento</p><p>de dúvida, perfeccionismo, escrupulosidade, verificações, e preocupação com</p><p>pormenores, obstinação, prudência e rigidez excessivas. O transtorno pode se</p><p>acompanhar de pensamentos ou de impulsos repetitivos e intrusivos não</p><p>atingindo a gravidade de um transtorno obsessivo-compulsivo.</p><p>Ansiedade:</p><p>Em geral é desencadeada por aborrecimentos, sofrimento ou perdas. Outras</p><p>vezes há preocupação com dinheiro, saúde, segurança. A falta de adaptação à</p><p>aposentadoria é um fator de desequilíbrio emocional no idoso. Na ansiedade há</p><p>uma tendência a não se preocupar consigo mesmo, surgindo o desleixo, falta de</p><p>preocupação com a aparência, etc. Há em geral preocupação fixa com um</p><p>determinado assunto, em detrimento de tudo em volta. O pensamento fica difícil.</p><p>Há dificuldade de concentração, insônia e impaciência. Há queda da memória. O</p><p>comportamento fica modificado e com caraterísticas ligadas a personalidade de</p><p>cada um, isto é, pode ocorrer manifestações agressivas, depressão, etc. Algumas</p><p>vezes pode haver atitudes que se confundem com a demência. Há tensão</p><p>muscular podendo ocorrer dores musculares que se situam em geral nas costas</p><p>ou na nuca. Freqüentemente ocorre tremores nas mãos, palpitações, sudorese. A</p><p>ansiedade e suas manifestações são muito freqüentes e podem se confundir com</p><p>inúmeras doenças. O tratamento deve atingir a causa básica na tentativa de</p><p>eliminá-la ou pelos menos suavizá-la. O uso de remédios tranqüilizantes, em</p><p>geral benzodiazepínicos, são úteis nas situações mais críticas e deve ser feito</p><p>com muito critério e sempre por tempo curto. O uso prolongado de</p><p>tranqüilizantes leva invariavelmente à dependência o que provoca o aumento da</p><p>ansiedade. A atividade física regular ou a realização de tarefas relaxantes</p><p>(leitura, pintura, etc.) conseguem os melhores resultados no combate à</p><p>ansiedade. Algumas vezes há necessidade de orientação por parte de terapeuta</p><p>ocupacional.</p><p>5</p><p>C</p><p>Cacofagia:</p><p>Trata-se, a Cacofagia, de uma alteração do paladar e do apetite que acaba por</p><p>induzir a pessoa a comer coisas repugnantes, como por exemplo, fezes</p><p>(Coprofagia). As severas alterações da personalidade, como é a Deficiência</p><p>Mental Severa pode produzir esse sintoma, assim como os casos de deterioração</p><p>mental severa da Esquizofrenia crônica.</p><p>Cacosmia:</p><p>A Cacosmia é uma alteração do olfato, na qual o paciente relata como sendo</p><p>agradáveis odores muito desagradáveis ou, ao contrário, percebe como muito</p><p>desagradáveis odores neutros ou agradáveis. A Cacosmia deve determinar</p><p>cuidadosa investigação neurológica por ser comum nos casos de tumores</p><p>cerebrais.</p><p>Cognição:</p><p>A concepção que temos da realidade é baseada na experiência intra-psíquica ou</p><p>subjetiva e, sendo esta atividade subjetiva capaz de atribuir uma natureza</p><p>altamente pessoal à percepção do mundo, então a realidade percebida decorrerá</p><p>sempre do estado psíquico do indivíduo. Cada consciência, em particular, integra</p><p>e totaliza de maneira muito pessoal e peculiar o seu relacionamento com o</p><p>mundo. Desta forma, os fatos oferecidos pelo mundo à nossa volta resultarão</p><p>numa representação única e individual para cada um de nós, e será esta</p><p>representação que constituirá a realidade particular de cada indivíduo. Portanto,</p><p>a representação da realidade (mais importante que a própria realidade) será tão</p><p>mais completa, global e integrada quanto maior a capacidade de consciência que</p><p>a pessoa tem de sua vida. A representação global da realidade é entendida como</p><p>um ato de conhecimento da consciência, e é este o conceito de cognição.</p><p>Compulsão:</p><p>Compulsões são perturbações do ato voluntário, na medida em que se</p><p>constituem numa atitude impositiva, quase automática e irresistível.</p><p>Normalmente o ato compulsivo está presenta no Transtorno Obsessivo-</p><p>Compulsivo; primeiramente tem-se uma idéia obsessiva, involuntária e absurda,</p><p>depois, para aliviar a ansiedade produzida por essa idéia, vem o ato compulsivo.</p><p>No Transtorno Obsessivo-Compulsivo, acompanhando a manifestação central ou</p><p>a idéia obsessiva, deve haver sempre um sentimento de medo e\ou ansiedade.</p><p>Tal sentimento desagradável, freqüentemente leva a pessoa a tomar medidas</p><p>contra a idéia ou impulso inicial, gerando assim o ato compulsivo ou compulsão.</p><p>Um exemplo é</p><p>a idéia obsessiva de sujeira ou contaminação, seguida pela</p><p>compulsão em lavar as mãos repetidas vêzes. Comparados à compulsão, os</p><p>tiques nervosos são menos complexos e não visam a neutralizar a ansiedade</p><p>resultante de uma obsessão.</p><p>D</p><p>Delirante, Idéia:</p><p>Sob a designação de Cognição Delirante incluem-se certas convicções intuitivas</p><p>que surgem inesperadamente, sobretudo no início de surtos psicóticos agudos,</p><p>vivências que, não raro, se mantêm, arraigadas e firmes, durante largo tem-po.</p><p>O característico dessas vivências é que, em contraste com as anteriores, elas</p><p>6</p><p>dispensam por completo de conexões significativas com quaisquer dados</p><p>perceptivos ou representativos concretos, ocorrendo à guisa de intuições puras</p><p>atuais. É o que pode se evidenciar no seguinte relato do tipo: "Súbito, eu me dei</p><p>conta de que a situação significava qualquer coisa de mau, mas eu não sabia o</p><p>que". O mesmo se verifica, neste outro exemplo, em que a paciente se revela</p><p>repentinamente tomada da tranqüila convicção de sua alta linhagem: "sabia que</p><p>era filha do Presidente da República", certeza que se instala sob a forma de uma</p><p>evidência interna imediata, isto é, que não lhe vem de qualquer interpretação,</p><p>suposição ou reflexão crítica ou lógica, referente a acontecimentos vividos.</p><p>Caracteriza-se igualmente como Cognição Delirante, por exemplo, a vivência</p><p>experimentada por um paci-ente que, acometido de súbita alteração, sai para a</p><p>rua, dizendo: "Eu sou o filho da estrela d'Alva". Algumas vezes, contudo, essas</p><p>cognições aparecem em estreita consonância com a temática delirante, ligando-</p><p>se então, incidentalmente, a acontecimentos implicados no delírio. Esse tipo de</p><p>Cognição Delirante ligada à temáti-ca do próprio delírio se observa, por exemplo,</p><p>em pacientes obcecados com a Bíblia. Jaspers cita o caso de certa jovem que, ao</p><p>ler o episódio da Ressurreição de Lázaro, sente-se, de repente, ela própria,</p><p>encarnada na pessoa de Maria. Daí em diante assume o delírio onde sua irmã é</p><p>Marta, Lázaro é um primo seu e passa a viver, com grande intensidade, o</p><p>acontecimento narrado na Bíblia.</p><p>Delírio:</p><p>O delírio é manifestação da intoxicação por medicamento, podendo se apresentar</p><p>de diversas maneiras que variam do descontrole no comportamento ao estado de</p><p>coma. É o estado de agitação, confusão mental e desorientação que surge de</p><p>maneira muito rápida e em geral está relacionado ao uso de medicação. Em</p><p>geral há alucinações, com piora da agitação e muitas vezes desenvolvimento de</p><p>agressividade. Algumas vezes não há agitação, só confusão mental. É devido a</p><p>intoxicação por remédios, drogas ou a distúrbios metabólicos. Pode ocorrer na</p><p>retirada abrupta do álcool em alcoólatra. Pode também ocorrer no acidente</p><p>vascular cerebral e nas encefalites. É freqüente na terceira idade, principalmente</p><p>relacionado à intoxicação por medicamentos, caracterizando uma situação de</p><p>emergência. As substâncias anticolinérgicas utilizadas com muita freqüência em</p><p>cólicas abdominais e também na doença de Parkinson podem provocar delírio</p><p>quando em dose excessiva. Outras causas que podem levar ao delírio: alterações</p><p>de açúcar circulante (hipoglicemia ou hiperglicemia ), como também de cálcio e</p><p>sódio; má oxigenação, insuficiência de órgãos vitais (fígado, por ex), falta de</p><p>certas vitaminas (tiamina, por ex) e infecções graves (meningites, encefalites,</p><p>pneumonias). Várias doenças neurológicas, endocrinológicas e cardiovasculares</p><p>podem se manifestar com delírio. Aqui deve se destacar doenças da tireóide e a</p><p>insuficiência cardíaca descompensada. Uma causa de delírio é o alcoolismo,</p><p>principalmente na abstinência alcoólica, que ocorre em qualquer idade e se</p><p>caracteriza por intensa agitação e alucinações visuais . Algumas situações</p><p>puramente psiquiátricas, como a demência ou a depressão podem se apresentar</p><p>como delírio.</p><p>Delirium:</p><p>O Delirium consiste de uma perturbação da consciência acompanhada por uma</p><p>alteração na cognição, a qual não pode ser atribuída a alguma Demência</p><p>preexistente ou em evolução (DSM.IV). O Delirium é uma síndrome clínica e</p><p>orgânica de etiologia múltipla e freqüentemente mal diagnosticada. Trata-se, o</p><p>7</p><p>Delirium, de uma emergência médica verdadeira, comumente interpretado</p><p>erroneamente como demência ou como psicose funcional, erro este capaz de</p><p>obscurecer o diagnóstico de um sério distúrbio físico ou tóxico subjacente. O</p><p>Delirium, por se tratar de um sério problema de saúde de conseqüência</p><p>significativa e freqüentemente experimentado por muitos pacientes idosos,</p><p>principalmente quando hospitalizados, deve merecer sempre uma especial</p><p>atenção dos médicos generalistas. Devido à sua habitual e potencial</p><p>reversibilidade clínica, o tratamento do Delirium é uma atitude médica essencial.</p><p>Do ponto de vista fenomenológico os pacientes com delirium, ou seja, aqueles</p><p>portadores de algum transtorno mental orgânico, têm alteração da atenção, da</p><p>memória e conseqüentemente da orientação. Não apresentam pensamento</p><p>sistematizado, somente fragmentos. Eles parecem não compreender o que se</p><p>passa a sua volta. Outra peculiaridade é a observada piora noturna e em</p><p>qualquer situação que diminua o "input" sensorial, já que sua atenção está</p><p>reduzida. Podem apresentar alterações da psicomotricidade principalmente</p><p>agitação noturna, retirando equipos de soro, sondas vesicais ou tentando pegar</p><p>pequenos animais onde não há nada (alucinose visual). A característica essencial</p><p>do delirium consiste de uma perturbação da consciência, acompanhada por uma</p><p>alteração na cognição, que não pode ser melhor explicada por uma demência</p><p>preexistente, ou em evolução. A perturbação desenvolve-se em um curto período</p><p>de tempo, de horas a dias, tendendo a flutuar no decorrer do dia. É importante</p><p>observar que os distúrbios cognitivos em questão são predominantemente do</p><p>nível de consciência, o que diferencia, por exemplo das esquizofrenias em que há</p><p>alteração isolada de conteúdo. Etiologicamente podemos sistematizar as causas</p><p>de Delirium da seguinte forma: CAUSAS COMUNS DE DELIRIUM Drogas:</p><p>Abstinência de Álcool; Abstinência de Sedativos Distúrbios Endócrinos:</p><p>hipo/hiperglicemis; hipo/hipertiroidismo Distúrbios Eletrolíticos: hiponatremia;</p><p>hipo/hipercalcemia Distúrbios Nutricionais: encefalopatia de Wernicke;</p><p>deficiência de vitamina B12 Falência de Órgãos Sistêmicos: encefalopatia</p><p>hepática; uremia Meningites: bacteriana; viral; fúngica Encefalites: AIDS; herpes</p><p>simplex Distúrbios Vasculares: encefalopatia hipertensiva; hemorragia</p><p>subaracnóide; infarto cerebral Trauma: concussão; hemorragia intracraniana</p><p>Convulsões: estado pós-ictial.</p><p>Despersonalização:</p><p>Sob o rótulo de distração existem dois estados diferentes. Por excesso ou por</p><p>falta de tenacidade. Primeiro, diz respeito à dificuldade da Atenção em fixar-se,</p><p>portanto, falta de tenacidade. A dificuldade de tenacidade, por si só, não implica,</p><p>como vimos, em prejuízo obrigatório da vigilância. Muito pelo contrário. Nos</p><p>transtornos hipercinéticos das crianças observamos, quase sempre, uma hiper-</p><p>vigilância acompanhada de hipo-tenacidade. Ela desvia sua Atenção diante de</p><p>qualquer estímulo ambiental. No segundo caso trata-se do contrário, ou seja, de</p><p>uma concentração ou tenacidade muito intensa em determinado estímulo,</p><p>assunto ou representação, que acaba por impedir a apreensão de tudo que não</p><p>se refere ao motivo principal da Atenção, ou seja, por quase abolição da</p><p>vigilância. É a distração do preocupado, do sábio ou do estudioso, interessados</p><p>vivamente e exclusivamente por algum pensamento. Na distraibilidade do</p><p>primeiro caso, por falta de tenacidade, ocorre a diminuição da Atenção voluntária</p><p>e a aumento da Atenção espontânea. No segundo caso, ao contrário, por excesso</p><p>de tenacidade, como por exemplo na ioga, há aumento da Atenção voluntária e</p><p>diminuição da Atenção espontânea. Afetivamente podemos dizer que nos estados</p><p>de euforia a distraibilidade é do primeiro tipo e nos casos depressivos é do</p><p>8</p><p>segundo, porém, em ambos extremos do humor</p><p>haverá certamente prejuízo da</p><p>Atenção.</p><p>Disartria:</p><p>Consiste na dificuldade de articular as palavras, normalmente resultante de</p><p>paresia, paralisia ou ataxia dos músculos que intervêm nesta articulação. A</p><p>perturbação é mais acentuada quando se trata de pronunciar as consoantes</p><p>labiais e linguais, as quais são omitidas ao dizer as palavras, ou a pessoa titubeia</p><p>ao pronunciá-las. A alteração torna-se mais evidente quando se utilizam as</p><p>frases de prova, como por exemplo, pedindo ao paciente que pronuncie "sou</p><p>caricaturista, vou caricaturar-me no caricaturista", ou "artilheiro de artilharia",</p><p>"ministro plenipotenciário".</p><p>Dislalia:</p><p>Consiste na má pronúncia das palavras, seja omitindo ou acrescentando</p><p>fonemas, trocando um fonema por outro ou ainda distorcendo-os. A falha na</p><p>emissão das palavras pode ainda ocorrer a nível de fonemas ou de sílabas. Assim</p><p>sendo, os sintomas da Dislalia consistem em omissão, substituição ou</p><p>deformação os fonemas. De modo geral, a palavra do dislálico é fluida, embora</p><p>possa ser até ininteligível, podendo o desenvolvimento da linguagem ser normal</p><p>ou levemente retardado. Não se observam transtornos no movimento dos</p><p>músculos que intervêm na articulação e emissão da palavra. Em muitos casos, a</p><p>pronúncia das vogais e dos ditongos costuma ser correta, bem como a habilidade</p><p>para imitar sons. Não há disfonia nem ronqueira. Diante do paciente dislálico</p><p>costuma-se fazer uma pesquisa das condições físicas dos órgãos necessários à</p><p>emissão das palavras, verifica-se a mobilidade destes órgãos, ou seja, do palato,</p><p>lábios e língua, assim como a audição, tanto sua quantidade como sua qualidade</p><p>(percepção) auditiva. As Dislalias constituem um grupo numeroso de</p><p>perturbações orgânicas ou funcionais da palavra.</p><p>Dislexia:</p><p>Consiste na má pronúncia das palavras, seja omitindo ou acrescentando</p><p>fonemas, trocando um fonema por outro ou ainda distorcendo-os. A falha na</p><p>emissão das palavras pode ainda ocorrer a nível de fonemas ou de sílabas. Assim</p><p>sendo, os sintomas da Dislalia consistem em omissão, substituição ou</p><p>deformação os fonemas. De modo geral, a palavra do dislálico é fluida, embora</p><p>possa ser até ininteligível, podendo o desenvolvimento da linguagem ser normal</p><p>ou levemente retardado. Não se observam transtornos no movimento dos</p><p>músculos que intervêm na articulação e emissão da palavra. Em muitos casos, a</p><p>pronúncia das vogais e dos ditongos costuma ser correta, bem como a habilidade</p><p>para imitar sons. Não há disfonia nem ronqueira. Diante do paciente dislálico</p><p>costuma-se fazer uma pesquisa das condições físicas dos órgãos necessários à</p><p>emissão das palavras, verifica-se a mobilidade destes órgãos, ou seja, do palato,</p><p>lábios e língua, assim como a audição, tanto sua quantidade como sua qualidade</p><p>(percepção) auditiva. As Dislalias constituem um grupo numeroso de</p><p>perturbações orgânicas ou funcionais da palavra. Veja Dislalia nas alterações da</p><p>Linguagem Dicionário - Dislexia Dislexia é um distúrbio específico da linguagem</p><p>caracterizado pela dificuldade em decodificar (compreender) palavras. Segundo a</p><p>definição elaborada pela Associação Brasileira de Dislexia, trata-se de uma</p><p>insuficiência do processo fonoaudiológico e inclui-se freqüentemente entre os</p><p>9</p><p>problemas de leitura e aquisição da capacidade de escrever e soletrar.</p><p>Resumidamente podemos entender a Dislexia como uma alteração de leitura.</p><p>Apesar da criança disléxica ter dificuldade em decodificar certas letras, não o faz</p><p>devido a algum problema de déficit cognitivo. Normalmente esses pacientes</p><p>apresentam um QI perfeitamente compatível com a idade.</p><p>E</p><p>Ecolalia:</p><p>Ecolalia é a compulsão em proferir palavras obscenas. Normalmente a Coprolalia</p><p>está presente nos quadros de tiques vocais. Os tiques vocais podem ser simples</p><p>comuns, os quais incluem pigarrear, grunhir, fungar, bufar e emitir sons</p><p>guturais. Os tiques vocais podem ainda ser complexos comuns, os quais incluem</p><p>repetições de palavras ou frases fora de contexto e, também, a Coprolalia, ou</p><p>uso de palavras socialmente inaceitáveis, freqüentemente obscenas, a Palilalia</p><p>repetição de sons ou palavras e a Ecolalia, que é a repetição da última palavra,</p><p>som ou frase ouvida, como se fosse um eco. No Transtorno de Tourette são</p><p>múltiplos os tiques motores e um ou mais tiques vocais. Os tiques vocais do</p><p>Transtorno de Tourette incluem várias palavras ou sons como estalos, grunhidos,</p><p>ganidos, fungadas, espirros e tosse (tique vocal simples comum) e a Coprolalia,</p><p>um tique vocal complexo envolvendo a verbalização de obscenidades. Este tipo</p><p>de tique está presente em torno de 10% das pessoas com este transtorno. Veja</p><p>Tiques Vocais do CID-10.</p><p>Elação:</p><p>Elevação, altivez, o oposto de depressão. Prazer, energia, interesse, impulso</p><p>realizador e/ou criativo.</p><p>Euforia:</p><p>Euforia No exame dos Distúrbios da Afetividade, os Afetos Expansivos são</p><p>considerados por alguns autores como afetos agradáveis. Isso, em contraposição</p><p>aos afetos depressivos, considerados como desagradáveis. A tonalidade afetiva</p><p>dos estados expansivos é de prazer, confiança e felicidade, daí a denominação de</p><p>afetos agradáveis. Genericamente, o estado afetivo expansivo e conhecido como</p><p>EUFORIA. Na hipertimia ou estado de ânimo morbidamente elevado distinguem-</p><p>se a euforia e a exaltação afetiva. A euforia simples se traduz por um estado de</p><p>completa satisfação e felicidade. Verificam-se elevação do estado de ânimo,</p><p>aceleração do curso do pensamento, loquacidade, vivacidade da mímica facial,</p><p>aumento da gesticulação, riso fácil e logorréia. A euforia simples é observada nos</p><p>indivíduos predispostos constitucionalmente e, em sua forma pura, na fase</p><p>maníaca, da psicose maníaco-depressiva, nos estados hipoma-níacos, na</p><p>embriaguez alcoólica, na demência senil e na paralisia geral. Na epilepsia,</p><p>podem-se verificar estados de euforia simples, nas crises de automatismos</p><p>mímicos, em geral de duração rápida, que se manifestam por acessos ou crises</p><p>agudas. O paciente eufórico apresenta uma postura psíquica de otimismo</p><p>exagerado, sentimento de plenitude e bem estar acima do normal, confiança em</p><p>si mesmo aumentada e uma sóli-da segurança. Encontramos este estado de</p><p>Euforia nos pacientes maníacos e hipomaníacos, conforme veremos ao</p><p>estudarmos as entidades nosológicas.</p><p>10</p><p>F</p><p>Fabulações:</p><p>A Fabulação consiste no relato de temas fantásticos que, na realidade, nunca</p><p>aconteceram. Em grande parte, resultam de uma alteração da fixação e de uma</p><p>incapacidade para reconhecer como falsas as imagens produzidas pela fantasia.</p><p>O conteúdo das fabulações, como bem salientou Lange, procede do curso</p><p>habitual da vida anterior, acontecendo muitas vezes que, achando-se perturbada</p><p>a capacidade de localizá-las no tempo, lembranças isoladas autênticas</p><p>completam erroneamente as lacunas da memória. Nos casos em que existem</p><p>alterações dos conceitos e desorganização da vida instintiva, pode-se observar a</p><p>produção rica de conteúdos fabulatórios absurdos e inverosímeis, que,</p><p>habitualmente, adquirem um aspecto oniróide. Em outros casos, certas imagens</p><p>oníricas são rememoradas e atualizadas como lembranças autênticas. Enquanto</p><p>as Fabulações preenchem um vazio da memória e se mostram como que criadas</p><p>para este fim, podendo variar de tema e conteúdo, as Alucinações Mnêmicas não</p><p>mudam, tal como uma idéia delirante. No sentido mais particular, a Fabulação é,</p><p>nos estados em que não há delírio, um sintoma de comprometimento orgânico.</p><p>Fobia:</p><p>A Fobia é um medo específico intenso o qual, na maioria das vezes, é projetado</p><p>para o exterior através de manifestações próprias do organismo. Essas</p><p>manifestações normalmente tocam ao sistema neurovegetativo, tais como:</p><p>vertigens, pânico, palpitações, distúrbios gastrintestinais, sudorese e perda da</p><p>consciência por lipotimia. As manifestações autossômicas externadas pela fobia</p><p>têm lugar sempre que o paciente se depara com o objeto (ou situação) fóbico. O</p><p>pensamento fóbico é tão automático quanto o obsessivo e o paciente</p><p>tem plena</p><p>consciência do absurdo de seus temores ou, ao menos, sabem-no como</p><p>completamente infundados na intensidade que se manifestam. Resistem, os</p><p>temores, a qualquer argumentação sensata e lógica. Aliás, o medo só será fóbico</p><p>quando considerado injustificável pelo próprio paciente e, concomitantemente,</p><p>for capaz de produzir reações adversas comandadas pelo sistema nervoso</p><p>autônomo.</p><p>Fuga de Idéias:</p><p>A Fuga de Idéias é uma alteração da expressão do pensamento caracterizada por</p><p>uma variação incessante do tema e uma dificuldade importante para se chegar a</p><p>uma conclusão. A progressão do pensamento encontra-se seriamente</p><p>comprometida por uma aceleração associativa, a tal ponto que, a idéia em curso</p><p>é sempre perturbada por uma nova idéia que se forma. Segundo Bleuler, na</p><p>Fuga de Idéias os doentes geralmente são desviados da representação do</p><p>objetivo através de quaisquer idéias secundárias. Assim, no pensamento com</p><p>Fuga de Idéias, o que há não é uma carência de objetivos mas uma mudança</p><p>constante do objetivo devido a extraordinária velocidade no fluxo das idéias. A</p><p>sucessão de novas idéias, sem que haja conclusão da primeira, torna o discurso</p><p>pouco ou nada inteligível. Há, pois, passagem de um assunto para outro sem que</p><p>o primeiro tenha chegado ao fim: "eu não gosto de batatas, mas acho que em</p><p>São Paulo o clima é melhor. Porque o senhor não compra um carro novo ?"</p><p>Normalmente costumamos observar 4 características na Fuga de Idéias: 1.</p><p>Desordem e falta aparente de finalidade das operações intelectuais: mesmo</p><p>quando há certa relação entre os conceitos, o conjunto carece de sentido e de</p><p>signifi-cado; 2. Predomínio de associações disparatados; 3. Distraibilidade.</p><p>11</p><p>Facilidade de se desviar do curso do pensamento sob a influência dos estímulos</p><p>exteriores; 4. Freqüente aceleração do ritmo da expressão verbal.</p><p>Fuga psicogênica (histérica):</p><p>A característica essencial da Fuga Dissociativa é uma viagem súbita e inesperada</p><p>para longe de casa ou do local costumeiro de atividades diárias do indivíduo, com</p><p>incapacidade de recordar parte ou todo o próprio passado. Isto é acompanhado</p><p>por confusão acerca da identidade pessoal ou mesmo adoção de uma nova</p><p>identidade. A perturbação não ocorre exclusivamente durante o curso de um</p><p>Transtorno Dissociativo de Identidade nem se deve aos efeitos fisiológicos</p><p>diretos de uma substância ou de uma condição médica geral. Os sintomas devem</p><p>causar sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social</p><p>ou ocupacional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo. A viagem</p><p>pode variar desde breves afastamentos durante períodos relativamente curtos</p><p>(isto é, horas ou dias), até roteiros complexos, geralmente discretos, por longos</p><p>períodos (por ex., semanas ou meses); há relatos de indivíduos que cruzam</p><p>diversas fronteiras nacionais e viajam milhares de quilômetros. Durante uma</p><p>fuga, os indivíduos em geral parecem não ter psicopatologia e não despertam</p><p>atenção. Em algum momento, o indivíduo é levado à atenção clínica, geralmente</p><p>por causa de amnésia para eventos recentes ou falta de consciência da</p><p>identidade pessoal. Retornando ao estado pré-fuga, a pessoa pode não recordar</p><p>o que ocorreu durante a fuga. A maioria das fugas não envolve a formação de</p><p>uma nova identidade. Se uma nova identidade é assumida durante a fuga, esta</p><p>habitualmente é caracterizada por traços mais gregários e desinibidos do que os</p><p>que caracterizavam a identidade anterior. A pessoa pode assumir um novo</p><p>nome, uma nova residência e envolver-se em atividades sociais complexas e</p><p>bem integradas, que não sugerem a presença de um transtorno mental.</p><p>H</p><p>Hiberbulia:</p><p>Denomina-se Hiperbulia ao aumento ou exacerbação da energia volitiva, dando</p><p>lugar ao que se conhece vulgarmente por força de vontade. A Hiperbulia não</p><p>deve ser confundida com as reações bruscas ou violentas dos que não dispõem</p><p>ou não sabem usar suas inibições, como acontece na exaltação da euforia mas,</p><p>freqüentemente, trata-se de um predicado positivo, que se manifesta no</p><p>comportamento individual através da persistência e eficácia das ações,</p><p>rendimentos e propósitos. Nobre de Melo diz que só devemos ver um caráter</p><p>patológico na Hiperbulia quando produzir prejuízo nos demais, a exemplo do que</p><p>sucede com certas personalidades anormais, do tipo fanático, tirânico ou</p><p>despótico.</p><p>Hipercinese:</p><p>Entende-se por hiperciese uma gravidez psicogênica ou psicológicamente</p><p>sentida, inclusive com aumento do abdome.</p><p>Hipermnésia:</p><p>Hiperminésia é o aumento da memória. Ocorre Hipermnésia quando lembranças</p><p>casuais são evocadas com mais vivacidade e exatidão que normalmente, ou</p><p>quando se recordam particularidades que comumente não surgem na</p><p>consciência. A Hipermnésia pode ser observada em alguns estados orgânicos,</p><p>como é o caso das afecções febris toxi-infecciosas. Nesses casos podem aparecer</p><p>12</p><p>lembranças da juventude ou da infância ou de fatos que a pessoa nem sequer</p><p>tinha mais consciência de sua existência. Também pode haver Hipermnésia por</p><p>estimulação hipnótica, onde recordações de particularidades muito complicadas</p><p>são revividas com exatidão. Na Hipermnesia não existe um verdadeiro aumento</p><p>da memória. O que se observa é, na realidade, uma maior facilidade na evocação</p><p>dos elementos mnêmicos, normalmente limitados a períodos específicos ou a</p><p>eventualidades específicas ou, ainda, a experiências revestidas de forte carga</p><p>afetiva. Um fenômeno curioso é a Hipermnésia que pode ocorrer em estados que</p><p>precedem a morte ou quando a pessoa se defronta com situações extremamente</p><p>ameaçadoras à sobrevivência. Na literatura psiquiátrica há algumas referências</p><p>de casos onde a pessoa se recorda, em poucos instantes, de todos os</p><p>acontecimentos da vida com absoluta clareza.</p><p>Hiperprosexia:</p><p>Hiperprosexia é uma alteração da atenção. Apesar do prefixo "hiper", na</p><p>realidade há aqui prejuízo da Atenção. O "hiper" refere-se ao aumento</p><p>quantitativo da Atenção. Como, em termos de Atenção, a quantidade pode ser</p><p>tida como contrária à qualidade, esse tipo de alteração da Atenção se caracteriza</p><p>por uma extrema labilidade da Atenção (voluntária ou tenaz), o que leva o</p><p>indivíduo a se interessar, simultaneamente, para as mais variadas solicitações</p><p>sensoriais, sem se fixar sobre nenhum objeto determinado. Refere-se, pois, a</p><p>uma hiperatividade da Atenção espontânea. Esta super-vigilância acompanhada</p><p>de sub-tenacidade da Atenção é observada em estados patológicos</p><p>acompanhados de excitação psicomotora, como é o caso do Episódio de Mania</p><p>(euforia), no Transtorno Hipercinético da Infância, nas intoxicações exógenas por</p><p>estimulantes como a cocaína ou anfetaminas, na embriaguez, na esquizofrenia</p><p>ou mesmo em pessoas normais passando por momentos de grande excitação.</p><p>Hipertimia:</p><p>Os Afetos Expansivos são considerados por alguns autores como afetos</p><p>agradáveis. Isso, em contraposição aos afetos depressivos, considerados como</p><p>desagradáveis. A tonalidade afetiva dos estados expansivos é de prazer,</p><p>confiança e felicidade, daí a denominação de afetos agradáveis. Genericamente,</p><p>o estado afetivo expansivo e conhecido como EUFORIA. Na hipertimia ou estado</p><p>de ânimo morbidamente elevado distinguem-se a euforia e a exaltação afetiva. A</p><p>euforia simples se traduz por um estado de completa satisfação e felicidade.</p><p>Verificam-se elevação do estado de ânimo, aceleração do curso do pensamento,</p><p>loquacidade, vivacidade da mímica facial, aumento da gesticulação, riso fácil e</p><p>logorréia. A euforia simples é observada nos indivíduos predispostos</p><p>constitucionalmente e, em sua forma pura, na fase maníaca, da psicose</p><p>maníaco-depressiva, nos estados hipoma-níacos, na embriaguez alcoólica, na</p><p>demência senil e na paralisia geral. Na epilepsia, podem-se verificar estados de</p><p>euforia simples, nas crises de automatismos mímicos, em geral de duração</p><p>rápida, que se manifestam por acessos ou crises agudas.</p><p>Hipomnésia:</p><p>A Hipomnésia e a Amnésia podem ser consideradas como graus de hipofunção da</p><p>memória, ou seja, são diminuições do número de lembranças evocáveis. A</p><p>Amnésia, por sua vez, seria a desaparição completa das representações</p><p>mnêmicas correspondentes a um determinado tempo da vida do indivíduo".</p><p>Bleuler prefere o termo debilidade da memória ao invés de hipomnesia. Ele diz</p><p>13</p><p>ainda que a Amnésia não precisa ser completa, havendo várias gradações entre</p><p>o nada absoluto e a lembrança incompleta. Segundo Jaspers, "amnésias são</p><p>perturbações da memória que se estendem a um período de tempo delimitado,</p><p>do qual nada ou quase nada pode ser evocado (Amnésia parcial), ou ainda a</p><p>acontecimentos menos nitidamente delimitados no tempo". Em seguida, estuda</p><p>quatro variedades de Amnésia : 1. Primeiro - Há profunda obnubilação da</p><p>consciência mais do que perturbação da memória. Como nada se pode aprender</p><p>na obnubilação, nada se pode fixar, ou seja, como nenhum acontecimento atinge</p><p>a consciência, não será possível alguma reprodução. 2. Segundo - Aqui verifica-</p><p>se ser possível a compreensão durante algum período de tempo, porém a</p><p>capacidade de fixação está profundamente diminuída, não sendo possível reter</p><p>nada. Isso é comum em psicoses orgânicas, notadamente na Korsakov. 3.</p><p>Terceiro - É quando certos acontecimentos podem ser compreendidos</p><p>passageiramente, porém as disposições da memória foram destruídas por um</p><p>processo orgânico bem delimitado no tempo. É, por exemplo, o que acontece nas</p><p>amnesias retrógradas, após graves lesões cerebrais, em que desaparecem</p><p>totalmente as experiências das últimas horas ou dias antes do acidente. 4.</p><p>Quarto - Trata-se de amnésias extremamente acentuadas, normalmente de</p><p>origem psicogênica, sendo o principal defeito uma alteração da capacidade de</p><p>reprodução, apesar da soma das lembranças existentes estar conservada.</p><p>Nesses casos, muitas vezes a solução é conseguida por meio de hipnose.</p><p>Hipotimia:</p><p>Na hipotimia ou depressão, verifica-se o aumento da reatividade e sensibilidade</p><p>para os sentimentos desagradáveis, podendo variar desde o simples mal-estar</p><p>até ao estupor melancólico. Caracteriza-se, essencialmente por uma tristeza</p><p>profunda, normalmente imotivada, que se acompanha de lentidão e inibição de</p><p>todos os processos psíquicos. Em suas formas leves, a depressão se revela por</p><p>um sentimento de mal-estar, de abatimento, de tristeza, de inutilidade e de</p><p>incapacidade para realizar qualquer atividade. Os pacientes hipotímicos estão</p><p>dominados por um profundo sentimento de tristeza imotivada. No doente</p><p>deprimido, as percepções são acompanhadas de uma tonalidade afetiva</p><p>desagradável: tudo Ihe parece negro. Os doentes perdem completa-mente o</p><p>interesse pela vida. Nada lhes interessa do presente nem do futuro e, do</p><p>passado, são rememorados apenas os acontecimentos desagradáveis. As</p><p>percepções são lentas, monótonas, descoloridas. Ao paciente parece que os</p><p>alimentos perderam o sabor habitual. Nos estados depressivos, as ilusões são</p><p>mais freqüentes do que as alucinações.</p><p>I</p><p>Idéia prevalente:</p><p>Há situações onde ocorre uma predominância dos afetos sobre a reflexão</p><p>consciente, com subseqüente alteração do juízo da realidade e com repercussões</p><p>secundárias no comportamento social do indivíduo. As Idéias Supervalorizadas</p><p>são conhecidas também como Idéias Prevalentes ou Idéias Superestimadas. É</p><p>quando o pensamento se centraliza obsessivamente num tópico especialmente</p><p>definido e carregado de uma enorme carga afetiva. A imagem literária através da</p><p>qual se estigmatiza o possuidor das Idéias Supervalorizadas é a do indivíduo</p><p>fanatizado, cuja convicção acerca de sua Idéia Superestimada desafia toda</p><p>argumentação em sentido contrário, inclusive a contra-argumentação embasada</p><p>em elementos lógicos e razoáveis. Tendo em vista a grande força sentimental</p><p>14</p><p>propulsora da convicção prevalente, tal pensamento passa a ser dirigido</p><p>exclusivamente pela emoção, comumente por uma emoção doentia e com total</p><p>descaso para com a lógica ou para com a razão. A necessidade íntima convocada</p><p>por este psiquismo problemático pode encontrar algum conforto na adoção de</p><p>uma crença; seja ela política, religiosa, filosófica ou artística, de tal forma que o</p><p>indivíduo se encontra cego para todas as evidências que não compactuem com</p><p>sua idéia prevalente. Tudo aquilo que possa comprometer ou ameaçar o valor e o</p><p>significado atribuído à Idéia Supervalorizada é recusado pela consciência e,</p><p>quanto mais a realidade dos fatos sugerir conclusões contrárias à tais</p><p>pensamentos, mais claramente perceberemos a sua não-normalidade.</p><p>Idéias obsessivas:</p><p>A intromissão indesejável de um pensamento no campo da consciência de</p><p>maneira insistente e repetitiva, reconhecido pelo indivíduo como um fenômeno</p><p>incômodo e absurdo, é denominado de Pensamento Obsessivo. Portanto, para</p><p>que seja Obsessão é necessário o aspecto involuntário das idéias, bem como, o</p><p>reconhecimento de sua conotação ilógica pelo próprio paciente, ou seja, ele deve</p><p>ter crítica sobre o aspecto irreal e absurdo desta idéia indesejável. As Obsessões</p><p>estão tão enraizadas na consciência que não podem ser removidas simplesmente</p><p>por um aconselhamento razoável, nem por livre decisão do paciente. Elas</p><p>parecem ter existência emancipada da vontade e, por não comprometerem o</p><p>juízo crítico, os pacientes têm a exata noção do absurdo de seu conteúdo mental.</p><p>Em maior ou menor grau, as Idéias Obsessivas ocorrem em todas as pessoas,</p><p>notadamente quando crianças. As idéias obsessivas podem aparecer, por</p><p>exemplo, como uma musiquinha conhecida que "não sai da cabeça", ou a idéia</p><p>de que pode haver um bicho debaixo da cama, ou que o gás pode estar aberto</p><p>apesar da lógica sugerir estar fechado. Em crianças aparecem como um certo</p><p>impedimento em pisar nos riscos da calçada, uma obrigatoriedade em contar as</p><p>árvores da rua ou os carros que passam, etc. Estas idéias obrigatórias, quando</p><p>exageradas e promovedoras de significativa ansiedade ou sofrimento, constituem</p><p>quadro patológico. A temática das Idéias Obsessivas pode ser extremamente</p><p>variável, entretanto, em grande número de vezes diz respeito à higiene,</p><p>contaminação, transmissão de doenças, bactérias, vírus, organização ou coisas</p><p>assim. É muito freqüente também a existência de Idéias Obsessivas sobre um</p><p>eventual impulso suicida, como por exemplo saltar da janela de edifícios, ou em</p><p>ser acometido subitamente por impulsos de agressão e ferir pessoas,</p><p>principalmente os filhos. Neste último caso a obsessão está justamente em</p><p>acreditar que, diante de um mal estar súbito, a pessoa venha a perder o controle</p><p>e executar, impulsivamente, aquilo que sugere tais idéias.</p><p>Ilusões:</p><p>Segundo Bleuler, as ilusões são percepções reais falsificadas e estudadas sob o</p><p>título engano dos sentidos. Trata-se, na realidade, da interpretação distorcida de</p><p>um objeto real, uma falsificação da percepção de um objeto que, de fato, existe.</p><p>É uma percepção enganosa de um objeto real. Nesta caricatura do processo de</p><p>percepção nossos sentidos são simplesmente enganados por alguma variável</p><p>circunstancial (iluminação, distância, efeitos ópticos, etc.) ou deixam-se superar</p><p>por alguma emoção. É o caso, por exemplo, de um ruído qualquer, parecer-nos</p><p>passos misteriosos, das manchas num papel serem percebidas como símbolos</p><p>religiosos, de um barulho indefinido soar-nos como alguém nos chamando e</p><p>assim por diante. Sem dúvida, tais acontecimentos estão impregnados pelo</p><p>15</p><p>medo, pela necessidade religiosa, pela saudade ou por qualquer outro tipo de</p><p>emoção. Por si só a ilusão não constitui um estado mórbido, mas pode denotar</p><p>um estado emocional mais ou menos intenso; desde pequenas oscilações do</p><p>normal até situações patológicas. Os enganos da ilusão podem afetar os cincos</p><p>sentidos.</p><p>Impulsividade:</p><p>Diz-se impulsividade da pessoa incapaz de controlar seus impulsos, tendendo a</p><p>agir desarrazoadamente por insuficiência das funções de controle dos impulsos.</p><p>No DSM.IV e no CID.10 é classificado como transtorno. A classificação</p><p>compreende Transtornos do Controle dos Impulsos. A característica</p><p>essencial dos</p><p>Transtornos de Controle dos Impulsos é o fracasso em resistir a um impulso ou</p><p>tentação de executar um ato perigoso para a própria pessoa ou para outros. Na</p><p>maioria dos transtornos descritos nesta classificação, o indivíduo sente uma</p><p>crescente tensão ou excitação antes de cometer o ato. Após cometê-lo, pode ou</p><p>não haver arrependimento, auto-recriminação ou culpa. Os seguintes transtornos</p><p>são incluídos nesta seção: O Transtorno Explosivo Intermitente é caracterizado</p><p>por episódios distintos de fracasso em resistir a impulsos agressivos, resultando</p><p>em sérias agressões ou destruição de propriedades. A Cleptomania caracteriza-</p><p>se por um fracasso recorrente em resistir a impulsos de roubar objetos</p><p>desnecessários para o uso pessoal ou em termos de valor monetário. A</p><p>Piromania é caracterizada por um padrão de comportamento incendiário por</p><p>prazer, gratificação ou alívio de tensão. O Jogo Patológico caracteriza-se por um</p><p>comportamento mal-adaptativo, recorrente e persistente, relacionado a jogos de</p><p>azar e apostas. A Tricotilomania caracteriza-se pelo ato de puxar de forma</p><p>recorrente os próprios cabelos por prazer, gratificação ou alívio de tensão,</p><p>acarretando uma perda capilar perceptível. O Transtorno do Controle dos</p><p>Impulsos Sem Outra Especificação é incluído para a codificação de transtornos</p><p>que não satisfazem os critérios para qualquer um dos Transtornos específicos do</p><p>Controle dos Impulsos, descritos antes ou em outras seções do manual.</p><p>Irritabilidade:</p><p>Bleuler considera a irritabilidade como uma predisposição especial ao desgosto, à</p><p>ira e ao furor. Os pacientes irritáveis manifestam impaciência e aumento da</p><p>capacidade de reação para determinados estímulos e intolerância à frustração,</p><p>aos ruídos, às aglomerações. Nesses casos, a perturbação consiste no aumento</p><p>da tonalidade afetiva própria das percepções, tanto que se pode verificar certa</p><p>contradição na conduta dos doentes, os quais sofrem mais com a falta de</p><p>consideração do ambiente do que propriamente com os ruídos produzidos no</p><p>meio exterior, ou seja, interpretam o ruído mais como uma provocação do que</p><p>um incômodo acústico.</p><p>J</p><p>Juízo:</p><p>O raciocínio humano é uma cadeia infinita de representações, conceitos e juízos,</p><p>sendo a fonte inicial de todo esse processo a experiência sensorial. Nosso</p><p>conhecimento se dá através das representações sensoperceptivas do mundo e</p><p>delas, elaboramos nossos conceitos, vistos anteriormente. O pensamento lógico</p><p>consiste em selecionar e orientar esses conceitos, tendo como objetivo alcançar</p><p>uma integração significativa, que possibilite uma atitude racional ante as</p><p>necessidades do momento. Chama-se Juízo o processo que conduz ao</p><p>16</p><p>estabelecimento dessas relações significativas entre conceitos e, julgar é, nesse</p><p>caso, estabelecer uma relação entre conceitos. A função que relaciona os juízos,</p><p>uns com os outros, recebe a denominação de raciocínio. Em seu sentido lógico, o</p><p>raciocínio não é nem verdadeiro nem falso, ele será sim, correto ou incorreto.</p><p>Portanto, o raciocínio para ser correto deve ser lógico e, em Psicologia, o termo</p><p>raciocínio tem o mesmo sentido de pensamento. O Juízo e a Lógica, são duas</p><p>operações intelectuais exercidas pelo pensamento reflexivo ou lógico. Porém, não</p><p>obstante, nossos juízos estão sempre impregnados pela afetividade e pela</p><p>vontade, de tal forma que todo julgamento é predominantemente subjetivo.</p><p>Conforme Nobre de Melo, pode-se dizer que um juízo crítico, por mais</p><p>fundamentado que possa ser, revela, às vezes, muito mais a natureza da pessoa</p><p>que julga do que a qualidade da coisa julgada. Desta forma a própria razão,</p><p>objeto do raciocínio lógico, também deve passar pela individualidade afetiva e,</p><p>portanto, terá sempre uma racionalidade relativa por excelência. Há situações</p><p>onde ocorre uma predominância dos afetos sobre a reflexão consciente, com</p><p>subseqüente alteração do juízo da realidade e com repercussões secundárias no</p><p>comportamento social do indivíduo. As Idéias Supervalorizadas são conhecidas</p><p>também como Idéias Prevalentes ou Idéias Superestimadas. É quando o</p><p>pensamento se centraliza obsessivamente num tópico especialmente definido e</p><p>carregado de uma enorme carga afetiva. Jaspers define o Delírio com sendo um</p><p>juízo patologicamente falseado da realidade. Fala-se em Percepção Delirante</p><p>quando o paciente atribui, à uma percepção normal da realidade, um significado</p><p>anormal sem que, para isso, existam motivos compreensíveis. Não existe, neste</p><p>caso, uma verdadeira alteração da percepção mas é a interpretação dessa</p><p>percepção que sofre um juízo crítico distorcido, patológico e com uma</p><p>significação muito especial.</p><p>M</p><p>Memória:</p><p>Uma maneira importante pela qual a percepção se torna consciente é através da</p><p>Atenção que, em essência, é a focalização consciente e específica sobre alguns</p><p>aspectos ou algumas partes da realidade. Assim sendo, nossa consciência pode,</p><p>voluntariamente ou espontaneamente, privilegiar um determinado conteúdo e</p><p>determinar a inibição de outros conteúdos vividos. Portanto, reconhece-se a</p><p>Atenção como um fenômeno de tensão, de esforço, de concentração, de</p><p>interesse e de focalização da consciência. A Atenção pode ser entendida como</p><p>uma atitude psicológica através da qual concentramos a nossa atividade psíquica</p><p>sobre um estímulo específico, seja este estímulo uma sensação, uma percepção,</p><p>representação, afeto ou desejo, a fim de elaborar os conceitos e o raciocínio.</p><p>Portanto, de modo geral a Atenção parece criar a própria consciência. A</p><p>Memória, no sentido estrito, pode ser entendida como a soma de todas as</p><p>lembranças existentes na consciência, bem como as aptidões que determinam a</p><p>extensão e a precisão dessas lembranças. De modo geral a Memória necessita de</p><p>duas funções neuropsiquícas fundamentais; a capacidade de fixação, que é a</p><p>função responsável pelo acréscimo de novas impressões à consciência e graças à</p><p>qual é possível adquirir novo material mnemônico, e a capacidade de evocação,</p><p>ou reprodução, pela qual os traços mnêmicos são revividos e colocados à</p><p>disposição livremente da consciência.</p><p>17</p><p>Mutismo:</p><p>A característica essencial do Mutismo Seletivo é o fracasso persistente em falar</p><p>em situações sociais específicas (por ex., escola, com colegas de brincadeiras)</p><p>onde seria esperado que falasse, apesar de falar em outras situações. A</p><p>perturbação interfere na realização escolar ou ocupacional ou na comunicação</p><p>social . Não se trata da timidez própria do primeiro mês de escolarização,</p><p>durante o qual muitas crianças podem mostrar-se retraídas e relutantes em</p><p>falar.</p><p>N</p><p>Negação:</p><p>Negação é um dos Mecanismos de Defesa descritos por Freud. A Negação é a</p><p>tentativa de não aceitar na consciência algum fato que perturba o Ego. Os</p><p>adultos têm a tendência de fantasiar que certos acontecimentos não são, de fato,</p><p>do jeito que são, ou que na verdade nunca aconteceram. Este vôo de fantasia</p><p>pode tomar várias formas, algumas das quais parecem absurdas ao observador</p><p>objetivo. A seguinte estória é uma ilustração da negação: Uma mulher foi levada</p><p>à Corte a pedido de seu vizinho. Esse vizinho acusava a mulher de ter pego e</p><p>danificado um vaso valioso. Quando chegou a hora da mulher se defender, sua</p><p>defesa foi tripla: "Em primeiro lugar, nunca tomei o vaso emprestado. Em</p><p>segundo lugar, estava lascado quando eu o peguei. Finalmente, Sua Excelência,</p><p>eu o devolvi em perfeito estado". A notável capacidade de lembrar-se</p><p>incorretamente de fatos é a forma de negação encontrada com maior freqüência</p><p>na prática psicoterápica. O paciente recorda-se de um acontecimento de forma</p><p>vívida, depois, mais tarde, pode lembrar-se do incidente de maneira diferente e,</p><p>de súbito, dar-se conta de que a primeira versão era uma construção defensiva.</p><p>Para exemplificar a Negação, Freud citou Darwin, que em sua autobiografia dizia</p><p>obedecer a uma regra de ouro: sempre que eu deparava com um fato publicado,</p><p>uma nova observação ou pensamento, que se opunha aos meus resultados</p><p>gerais, eu imediatamente</p><p>anotava isso sem errar, porque a experiência me</p><p>ensinou que tais fatos e pensamentos fogem da memória com muito maior</p><p>facilidade que os fatos que nos são totalmente favoráveis.</p><p>Neurose:</p><p>É um quadro psiquiátrico onde a pessoa geralmente tem dificuldades de</p><p>adaptação, apesar de ser possível trabalhar, estudar, ter vida amorosa, estar</p><p>bem entrosada com a realidade (ao contrário da psicose). A pessoa neurótica</p><p>vive permanentemente em conflitos psíquicos, não conseguindo, desta forma,</p><p>aproveitar prazeirosamente a existência. Geralmente inicia-se na infância e</p><p>acompanha o indivíduo por toda a vida. Grande indicação da psicoterapia para o</p><p>seu tratamento.</p><p>O</p><p>Obnubilação:</p><p>A obnubilação da Consciência é uma alteração da consciência e se caracteriza</p><p>pela diminuição da sensopercepção, lentidão da compreensão e da elaboração</p><p>das impressões sensoriais. Há ainda lentificação no ritmo e alteração no curso do</p><p>pensamento, prejuízo da fixação e da evocação da memória, algum grau de</p><p>desorientação e sonolência mais ou menos acentuada. Devido ao prejuízo na</p><p>fixação da memória, possivelmente devido também à alteração da atenção, a</p><p>qual, embora possa ser despertada por estímulos sensoriais não representa um</p><p>18</p><p>ponto inicial de alguma progressão psíquica, o paciente obnubilado não se</p><p>lembra de quase nada do que se passa ou se passou consigo. Na consciência</p><p>obnubilada nada de novo pode ser acrescentado. Na Obnubilação da Consciência</p><p>há também deterioração do pensamento conceptual, que se torna incoerente e</p><p>fragmentário. Com freqüência surgem formas alucinatórias, pseudo-alucinatórias</p><p>ou delirantes. Embora o paciente não tenha condições de apresentar qualquer</p><p>queixa somática, é possível verificar, pela expressão fisionômica, algum</p><p>sentimento de sofrimento, inquietação, ansiedade, depressão, habilidade</p><p>emocional ou irritabilidade. A Obnubilação da Consciência pode se apresentar em</p><p>graus variados, desde leve torpor até à vizinhança do coma. Em muitos casos, a</p><p>obnubilação da consciência pode representar o primeiro grau da confusão mental</p><p>ou pode constituir a fase inicial da instalação do coma.</p><p>Orientação:</p><p>Orientação é um estado psíquico funcional em virtude do qual temos consciência</p><p>plena, em cada momento de nossa vida, da situação real em que nos</p><p>encontramos. É indubitável que a orientação depende, antes de mais nada, da</p><p>integridade psíquica e do estado de consciência e, uma vez perturbada esta</p><p>consciência, altera-se concomitantemente a orientação. A orientação mobiliza,</p><p>em sua execução, fatores que muito cooperam em sua eficácia funcional e que</p><p>envolvem o exercício de certas operações mentais, bem mais complexas do que</p><p>se conhece. De regra, verifica-se a orientação autopsíquica e a orientação</p><p>alopsíquica, através da entrevista com o paciente. Pode-se dizer que o paciente</p><p>está bem orientado quanto a noção do eu, quando fornece ele próprio dados de</p><p>sua identificação pessoal, revelando saber quem é, como se chama, que idade</p><p>tem, qual sua nacionalidade, profissão, estado civil, etc. Este atributo da</p><p>consciência lúcida chama-se Orientação Autopsíquica. Chama-se de Orientação</p><p>Alopsíquica a orientação da pessoa em relação ao tempo e ao espaço. A</p><p>orientação no tempo e no espaço depende estritamente da percepção, da</p><p>memória e da contínuo processamento psíquico dos acontecimentos.</p><p>P</p><p>Paranóia:</p><p>A paranóia (assim como a Parafrenia, veja adiante) é um dos tipos de Psicose</p><p>Crônica ou, como se diz no CID.10, de Transtorno Psicótico Persistente. De</p><p>acordo com Kraepelin, a Paranóia é uma entidade clínica caracterizada,</p><p>essencialmente, pelo desenvolvimento insidioso de um delírio duradouro e</p><p>inabalável mas, apesar desses Delírios há uma curisosa manutenção da clareza e</p><p>da ordem do pensamento, da vontade e da ação. Ao contrário dos</p><p>esquizofrênicos e doentes cerebrais, onde as idéias delirantes são um tanto</p><p>desconexas, nesta Psicose Delirante Crônica as idéias se unem num determinado</p><p>contexto lógico para formar um sistema delirante total, rigidamente estruturado</p><p>e organizado. A característica essencial desse Transtorno Delirante Persistente é</p><p>a presença de um ou mais delírios não-bizarros (ou seja, delírios organizados)</p><p>que persistem por pelo menos 1 mês. Para o diagnóstico é muito importante que</p><p>o delírio do Transtorno Delirante Persistente não seja bizarro nem seja</p><p>desorganizado, ou seja, ele deve ter seu tema e script organizado e</p><p>compreensível ao ouvinte, embora continue se tratando de uma falsa e absurda</p><p>crença. As alucinações não são proeminentes e nem habituais, embora possam</p><p>existir concomitantemente. Quando existem, a alucinações táteis ou olfativas</p><p>costumam ser mais freqüentes que as visuais e auditivas. Normalmente o</p><p>19</p><p>funcionamento social desses pacientes Paranóicos não está prejudicado, apesar</p><p>da existência do Delírio. A maioria dos pacientes pode parecer normais em seus</p><p>papéis interpessoais e ocupacionais, entretanto, em alguns o prejuízo</p><p>ocupacional pode ser substancial e incluir isolamento social. A impressão que se</p><p>tem é a de uma ilha de delírio num mar de sanidade, portanto, uma espécie de</p><p>delírio insular. TIPOS DE PSICOSES DELIRANTES PERSISTENTES A - TIPO</p><p>EROTOMANÍACO Neste caso o delírio habitualmente se refere ao amor romântico</p><p>idealizado e a união espiritual, mais do que a atração sexual. Acreditam,</p><p>freqüentemente, ser amados por pessoa do sexo oposto que ocupa uma posição</p><p>de superioridade (ídolos, artistas, autoridades, etc.) mas, pode também ser uma</p><p>pessoa normal e estranha. B - TIPO GRANDEZA Neste subtipo de Transtorno</p><p>Delirante Persistente a pessoa é convencida, pelo seu delírio, possuir algum grau</p><p>de parentesco ou ligação com personalidades importantes ou, quando não,</p><p>possuir algum grande e irreconhecível talento especial, alguma descoberta</p><p>importante ou algum dom magistral. Outras vezes acha-se possuidor de grande</p><p>fortuna. C - TIPO CIÚME Neste tipo de Paranóia a pessoa está convencida, sem</p><p>motivo justo ou evidente, da infidelidade de sua esposa ou amante. Pequenos</p><p>pedaços de "evidência", como roupas desarranjadas ou manchas nos lençóis</p><p>podem ser coletados e utilizados para justificar o delírio. O paciente pode tomar</p><p>medidas extremas para evitar que o companheiro(a) proporcione a infidelidade</p><p>imaginada, como por exemplo, exigindo uma permanência no lar de forma tirana</p><p>ou obrigando que nunca saia de casa desacompanhado(a). D - TIPO</p><p>PERSECUTÓRIO (PARANÓIA) É o tipo mais comum entre os paranóicos ou</p><p>delirantes crônicos. O delírio costuma envolver a crença de estar sendo vítima de</p><p>conspiração, traição, espionagem, perseguição, envenenamento ou intoxicação</p><p>com drogas ou estar sendo alvo de comentários maliciosos. E - TIPO SOMÁTICO</p><p>(PARAFRENIA) A Formação Delirante do Tipo Somático, como justifica o nome,</p><p>caracteriza-se pela ocorrência de variadas formas de delírios somático e, neste</p><p>caso, com maiores possibilidades de alucinações que outros tipos de Paranóia.</p><p>Os mais comuns dizem respeito à convicção de que a pessoa emite odores</p><p>fétidos de sua pele, boca, reto ou vagina, de que a pessoa está infestada por</p><p>insetos na pele ou dentro dela, esdrúxulos parasitas internos, deformações de</p><p>certas partes do corpo ou órgãos que não funcionam.</p><p>Paranóide:</p><p>É um tipo de Esquizofrenia onde o delírio tem um tema de perseguição, prejuízo</p><p>ou referência. E a Esquizofrenia é uma doença da Personalidade total que afeta a</p><p>zona central do eu e altera toda estrutura vivencial. Culturalmente o</p><p>esquizofrênico representa o estereotipo do "louco", um indivíduo que produz</p><p>grande estranheza social devido ao seu desprezo para com a realidade</p><p>reconhecida. Agindo como alguém que rompeu as amarras da concordância</p><p>cultural, o esquizofrênico menospresa a razão e perde a liberdade de escapar às</p><p>suas fantasias.</p><p>Percepção:</p><p>O termo percepção designa o ato pelo qual tomamos conhecimento de um objeto</p><p>do meio exterior. A maior parte de nossas percepções conscientes provém do</p><p>meio externo, pois as sensações dos órgãos internos</p><p>não são conscientes na</p><p>maioria das vezes e desempenham papel limitado na elaboração do</p><p>conhecimento do mundo. Trata-se, a percepção, da apreensão de uma situação</p><p>objetiva baseada em sensações, acompanhada de representações e</p><p>20</p><p>freqüentemente de juízos. A percepção, ao contrário da sensação, não é uma</p><p>fotografia dos objetos do mundo determinada exclusivamente pelas qualidades</p><p>objetivas do estímulo. Na percepção, acrescentamos aos estímulos elementos da</p><p>memória, do raciocínio, do juízo e do afeto, portanto, acoplamos às qualidades</p><p>objetivas dos sentidos outros elementos subjetivos e próprios de cada indivíduo.</p><p>Pironomania:</p><p>A característica essencial da Piromania, segundo o DSM.IV, é a presença de</p><p>múltiplos episódios de provocação deliberada e proposital de incêndios. Os</p><p>indivíduos com este transtorno experimentam tensão ou excitação afetiva antes</p><p>de provocarem um incêndio e existe uma fascinação, interesse, curiosidade ou</p><p>atração pelo fogo e seus contextos situacionais. Os pirômanos costumam ser</p><p>espectadores regulares de incêndios nos arredores, podem acionar alarmes</p><p>falsos contra incêndio e podem sentir prazer a partir de instituições,</p><p>equipamentos e pessoal associados com incêndios. O comportamento incendiário</p><p>não visa obter ganhos monetários, expressar uma ideologia sócio-política,</p><p>encobrir uma atividade criminosa, expressar raiva ou vingança, melhorar as</p><p>próprias condições de vida, nem são em resposta a um delírio ou uma</p><p>alucinação.</p><p>Prolixidade:</p><p>É um distúrbio do curso do pensamento onde o paciente revela uma</p><p>incapacidade irritante para selecionar as representações essenciais daquelas</p><p>acessórias, ou seja, o pensamento foge da pauta principal e perde-se no</p><p>detalhamento trivial. Aparece um grande rodeio em torno do tema central, uma</p><p>riqueza aborrecedora de detalhes e circunstâncias sem propósitos práticos e</p><p>pormenores desnecessários, tornando o discurso bem pouco agradável. À esta</p><p>situação chamamos de VISCOSIDADE ou discurso Viscoso ou, quando esta é</p><p>uma das características constante da pessoa, pode-se chamá-la de pessoa</p><p>Viscosa. Um exemplo contundente de viscosidade é a conversa ou a atitude de</p><p>alguns bêbados, muito inconvenientes e dos quais não é fácil se livrar. Na</p><p>Circunstancialidade aparece, como é natural, um certo grau de ansiedade por</p><p>parte do interlocutor, provocada pela morosidade na conclusão da idéia. Um</p><p>paciente, perguntado se tinha ido fazer uma tomografia, cuja resposta deveria</p><p>ser algo como sim ou não, dizia: "bem, tive que ir terça feira passada porque o</p><p>movimento do escritório às terças é menor; na segunda feira é que tem mais</p><p>serviço, porque o pessoal deixa tudo para ser resolvido às segundas. Até que foi</p><p>bom eu ter deixado para a terça, porque, lá no serviço do tomógrafo, eles</p><p>também devem ter mais movimento de segunda, que por sinal é um dia terrível.</p><p>Acho que (brincando) a semana deveria começar pela terça".</p><p>R</p><p>Ritual obsessivo compulsivo:</p><p>Pensamentos obsessivos ou atos compulsivos recorrentes. Idéias, imagens e</p><p>impulsos que se repetem na mente do indivíduo de forma estereotipada., quase</p><p>sempre angustiantes. São reconhecidos como pensamentos do próprio indivíduo,</p><p>ainda que involuntários e freqüentes Os distúrbios obsessivo-compulsivos são,</p><p>segundo a teoria Psicanalítica, relacionados a incidentes ou conduta parental</p><p>inadequada e/ou rigorosa na fase anal, onde se dá o treinamento para o controle</p><p>dos esfíncteres, através de um sistema de reforçamento técnico composto de</p><p>recompensas e punições. O transtorno obsessivo-compulsivo é igualmente</p><p>21</p><p>comum em homens e mulheres, adultos, adolescentes e em crianças à partir dos</p><p>5 anos (idade aproximada ). A maioria dos atos compulsivos diz respeito à</p><p>limpeza (lavagem de mãos), verificação repetida de procedimentos, organização.</p><p>São procedimentos compensatórios. Subjacente ao comportamento manifesto,</p><p>está o medo do perigo e o ato ritual é uma tentativa simbólica de afastar o</p><p>perigo.deveria começar pela terça".</p><p>T</p><p>Taquipsiquismo:</p><p>Taquipsiquismo é a aceleração do ritmo do pensamento ou do psiquismo geral.</p><p>Trata-se de um estado afetivo comumente encontrado na hipomania ou mania,</p><p>ou seja, na euforia. Seria como se a eloqüência na produção de idéias superasse</p><p>a capacidade de verbalizá-las. Diz-se Logorréia ou Verborragia para o fenômeno</p><p>de produção aumentada de palavras, o qual, pode ser ou não acompanhada de</p><p>Fuga de Idéias.</p><p>Tartamutez - gagueira:</p><p>Tartamutez - gagueira A característica essencial da Tartamudez é uma</p><p>perturbação na fluência e padrão temporal normais da fala, inapropriado à idade</p><p>do indivíduo. A gagueira é caracterizada por repetições ou prolongamentos</p><p>freqüentes de sons, de sílabas ou de palavras, ou por hesitações ou pausas</p><p>freqüentes que perturbam a fluência verbal. Só se considera como transtorno</p><p>caso a intensidade de perturbação incapacite de modo marcante a fluidez da fala.</p><p>Esta perturbação caracteriza-se por repetições ou prolongamentos freqüentes de</p><p>sons ou sílabas. Vários outros tipos de disfluências da fala também podem estar</p><p>envolvidos, incluindo interjeições, palavras partidas (por ex., pausas dentro de</p><p>uma palavra), bloqueio audível ou silencioso (pausas preenchidas ou não</p><p>preenchidas na fala), circunlocuções (isto é, substituições de palavras para evitar</p><p>as problemáticas), palavras produzidas com um excesso de tensão física e</p><p>repetições de palavras monossilábicas completas (por ex., "Eu-eu-eu vou"). A</p><p>perturbação na fluência interfere no rendimento escolar ou profissional ou na</p><p>comunicação social. Em presença de um déficit motor da fala ou déficit sensorial,</p><p>as dificuldades na fala excedem aquelas habitualmente associadas com esses</p><p>problemas. Caso um déficit motor da fala, déficit sensorial ou transtorno</p><p>neurológico esteja presente, esta condição também deve ser codificada no Eixo</p><p>III. O grau de perturbação varia de situação para situação e freqüentemente é</p><p>mais severo quando existe uma pressão especial para se comunicar (por ex.,</p><p>relatar algo na escola, ser entrevistado para um emprego). A Tartamudez em</p><p>geral está ausente durante a leitura oral, canto ou fala com objetos inanimados</p><p>ou animais.</p>

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