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<p>INSTITUTO FEDERAL DE ALAGOAS</p><p>CAMPUS BATALHA</p><p>CURSO TÉCNICO EM BIOTECNOLOGIA</p><p>BIODIGESTORES</p><p>ABRAÃO ARTHUR NASCIMENTO SILVA</p><p>CELSO VINICIUS SOUZA SILVA</p><p>HELLEN NUNES PINHEIRO</p><p>JOÃO ÁLLYCK LEOBINO DE MELO</p><p>SHAYANNY JANUÁRIO SANTOS</p><p>BATALHA, AL</p><p>2023</p><p>EQUIPE TÉCNICA</p><p>Abraão Arthur Nascimento Silva</p><p>ALUNO</p><p>Celso Vinicius Souza Silva</p><p>ALUNO</p><p>Hellen Nunes Pinheiro</p><p>ALUNA</p><p>João Állyck Leobino de Melo</p><p>ALUNO</p><p>Shayanny Januário Santos</p><p>ALUNA</p><p>Prof.ª Luana Cypriano de Souza</p><p>Coordenadora</p><p>Prof. Marcílio de Souza Barbosa</p><p>Orientador</p><p>RESUMO</p><p>Xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx.</p><p>Palavras-chave: Palavra 1. Palavra 2. Palavra 3.</p><p>LISTA DE FIGURAS</p><p>Figura 1 – Xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx.............................XX</p><p>Figura 2 – Xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx.............................XX</p><p>SUMÁRIO</p><p>Sumário</p><p>1. INTRODUÇÃO	6</p><p>2. PROCESSO DE BIODIGESTÃO	7</p><p>3. SUBSTRATOS	8</p><p>1. INTRODUÇÃO</p><p>Os primeiros biodigestores no mundo foram inventados em 1806 na Inglaterra por Humphrey Davy, onde o mesmo identificou um gás rico em carbono e dióxido de carbono, resultante da decomposição de dejetos animais em lugares úmidos. Observa-se que os Chineses buscavam nessa tecnologia, o biofertilizante necessário para produção dos alimentos. Já naquela época os indianos precisavam dos biodigestores para cobrir o imenso déficit de energia (PALHARES, 2008). Com isso no Brasil foram adotados dois modelos. O chinês, que foi instalado na cidade de Brasília em 1979, sendo mais simples e econômico e o modelo indiano, que é mais sofisticado e técnico por aproveitar melhor o biogás, porém atualmente já se usa o modelo de biodigestor com manta de PVC. Com o advento da 2ª Guerra Mundial, a biodigestão foi bastante difundida entre os países europeus, utilizando-se o biogás em substituição aos derivados de petróleo, por meio da queima direta e o uso em veículos. Terminado o conflito, caiu substancialmente o uso desta tecnologia, com exceção da Índia, China e África do Sul, onde continuaram seu desenvolvimento em propriedades de pequeno porte. Dessa forma, por meio de várias pesquisas que difundiram o uso de biodigestores, foi criado em 1939 na cidade de Kampur, na Índia, o Institute Gobár Gás (Instituto de Gás de Esterco), que foi a primeira usina de gás de esterco, que tinha objetivos de tratar os dejetos animais, obter biogás e aproveitar o biofertilizante. Foi esse trabalho pioneiro que permitiu a construção de quase meio milhão de biodigestores na Índia (PALHARES, 2008). A utilização do biogás na Índia, como fonte de energia, motivou a China a adotar tal tecnologia a partir de 1958, e em 1972, já possuíam aproximadamente 7,2 milhões de biodigestores em atividade. Chineses buscam, nessa tecnologia, o biofertilizante necessário para produção dos alimentos necessários ao seu excedente de população. No Brasil, a partir da crise energética deflagrada em 1973 a utilização de biodigestores passou a ser uma opção. Com base em um relatório técnico da FAO (Food and Agriculture Organization), a Embrater instalou em novembro de 1979, o primeiro biodigestor modelo Chinês, na Granja do Torto em Brasília, apontam a existência de fartos registros históricos sobre a utilização de biodigestores no Brasil, pelo menos desde os anos 70 (PALHARES, 2008). Há também indicadores que viabiliza economicamente por varias razões, todas com um traço comum, a finalidade dada ao biogás, ou como fonte somente de energia térmica, para aquecer animais jovens, chocar ovos, acionar campânulas, iluminar galpões, ou ate acionar fogões para aquecimento de comida.</p><p>Ademais, o contínuo crescimento do consumo de alimentos gera a necessidade do aumento da produção mundial, visando suprir a demanda. Neste contexto, o Brasil se destaca, pois apresenta condições favoráveis, geográficas e climáticas, no cenário mundial da produção de alimentos. Contudo, esse aumento na produção, em diferentes cadeias produtivas, sobretudo nas produções animais, gera mais resíduos (ANDREAZZI, 2015). Com mais de 200 milhões de habitantes, o Brasil é um dos países que mais gera lixo no mundo, ocupando a 4ª posição mundial (WWF), e um dos que menos recicla, apenas 4% dos resíduos sólidos gerados atualmente (Abrelpe) (ARAÚJO, 2023). Logo, os resíduos sólidos (popularmente chamados de lixo) devem receber destinação final adequada, com o tratamento economicamente viável para cada tipo de material gerado, como disposto na Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS – Lei nº 12.305/10) (ARAÚJO, 2023).</p><p>Dentre os resíduos sólidos gerados no Brasil, o mais produzido é o orgânico (52%), composto por restos de alimentos, e podem ter origem doméstica, urbana, agrícola, industrial ou de saneamento básico (ARAÚJO, 2023). Além disso, a suinocultura brasileira está bem consolidada, colocando o Brasil como 4º0 maior produtor e exportador de carne suína no âmbito mundial (ANDREAZZI, 2015). Dessa maneira, ambos são contribuintes para a produção e desenvolvimento do país no meio econômico e ambiental.</p><p>2. DESENVOLVIMENTO</p><p>2.1. Processo de biodigestão</p><p>A biodigestão de resíduos é um processo fermentativo parecido com a compostagem, mas totalmente anaeróbio (sem presença de oxigênio) e tem como subprodutos o biogás e o biofertilizante, que podem ser aproveitados. Além disso, a biodigestão estabiliza os resíduos sólidos transformando-os em compostos simples. Além disso, em nível bacteriano, a biodigestão anaeróbia acontece em 4 etapas: a hidrólise, a acidogênese, a acetogênese e a metanogênese.</p><p>Hidrólise</p><p>Na hidrólise as ligações moleculares complexas (polímeros) como carboidratos, proteínas e gorduras, são quebradas por enzimas em um processo bioquímico, liberadas por um grupo específico de bactérias e dão origem a compostos orgânicos simples (monômeros) como aminoácidos, ácidos graxos e açúcares. Ademais, existem diversos tipos de hidrólise, como as que variam em função da matéria orgânica utilizada. Por exemplo, a hidrólise de glicosídeos para a formação de açúcares e de proteínas para aminoácidos.</p><p>Ocorrendo na ausência ou não de oxigênio, esse processo é de fundamental importância para a produção de biogás, pois somente com a quebra dos polímeros maiores é que começa o processo de biodigestão.</p><p>Acidogênese</p><p>A acidogênese é constituída pelas substâncias resultantes da hidrólise, as quais são transformadas por bactérias fermentativas em ácido propanóico, ácido butanóico, ácido láctico e álcoois, assim como hidrogênio e gás carbônico. A formação de produtos nesta fase também depende da quantidade de hidrogênio dissolvido na mistura. Quando a concentração de hidrogênio é muito alta, interfere negativamente na eficiência da acidogênese, o que causa o acúmulo de ácidos orgânicos. Com isso, o pH da mistura baixa e o processo pode ser quase que totalmente afetado.</p><p>Acetogênese</p><p>Na etapa da acetogênese o material resultante da acidogênese é transformado em ácido etanóico, hidrogênio e gás carbônico por bactérias acetogênicas. Essa é uma das fases mais delicadas do processo, pois é necessário manter o equilíbrio para que a quantidade de Hidrogênio gerada seja consumida pelas bactérias Archeas, responsáveis pela metanogênese.</p><p>Metanogênese</p><p>A metanogênese ocorre por diferentes grupos de bactérias, basicamente, por meio de duas reações. Na primeira reação ocorre a geração de metano e gás carbônico derivados do ácido acético. Na segunda o hidrogênio e o gás carbônico dão origem ao metano e a água.</p><p>2.2. Produção de biodigestão</p><p>O biodigestor é um sistema utilizado para a produção de gás natural, rico em metano (CH4), através de um processo anaeróbico onde a matéria orgânica é decomposta por bactérias metanogênicas. Podemos ainda definir o biodigestor como, sendo um equipamento que se compõe, basicamente, de uma câmara fechada na qual uma biomassa (dejetos de animais) é fermentada anaerobicamente (sem a presença de ar). Existem vários tipos de biodigestores, mas, em geral, todos são compostos, basicamente, de duas partes: um recipiente (tanque) para abrigar e permitir a digestão da biomassa, e o gasômetro (campânula), para armazenar o biogás.. Para o tipo batelada é constituído apenas de um tanque anaeróbico. Em relação ao abastecimento de biomassa, o biodigestor pode ser classificado como contínuo ou batelada. No primeiro caso, o abastecimento de biomassa flui continuamente, com descarga proporcional à entrada de biomassa (PALHARES, 2008). No caso de batelada, este utiliza sua capacidade máxima de armazenamento de biomassa, retendo-a até a completa biodigestão, quando, então, é descarregado. Os restos da digestão são retirados e faz-se nova recarga. O modelo à batelada é mais indicado quando da utilização de materiais orgânicos de decomposição lenta e com longo período de produção, como no caso de biomassa amilácea (restos de alimentos, tubérculos, frutas, legumes, etc) ou celulolítica (palha ou forragem) misturada a dejetos animais.</p><p>Seu método de produção utilizado é muito simples. Para iniciar o processo é necessário introduzir os resíduos ou biomassa, já diluídos em água, em uma entrada denominada de caixa de carga. Posteriormente, através da estrutura, chamada de tubo de carga, a biomassa é levada até o interior da câmara fechada de biodigestão, a qual é feita de alvenaria para isolar a biomassa. No decorrer do processo, dentro da câmara, os micro-organismos anaeróbios, que não dependem de oxigênio para realizar seu metabolismo, irão decompor a matéria orgânica transformando-a em biogás e biofertilizante. Desse modo, de acordo com a quantidade de biogás produzido, será armazenado no gasômetro, que se movimenta verticalmente no tubo guia conforme a quantidade de gás gerada. Na parte superior do gasômetro existe um mecanismo de saída e direcionamento do gás até o local de consumo. Assim, o material líquido e o que restou de sólidos são retirados pela câmara de descarga e são armazenados até o momento do consumo.</p><p>Considerado uma reciclagem natural, o processo de biodigestão é onde ocorre a quebra de moléculas em fases líquidas e gasosas. Na fase gasosa é onde encontramos o biogás e na fase liquida encontramos o biofertilizante, que é um líquido rico em nutrientes, muito utilizado como produto agrícola (SILVA et al., 2020). No fluxograma a seguir, pode-se observar como ocorrem os processos do biodigestor para produção de biogás e biofertilizante.</p><p>Figura 1. Fluxograma dos processos do biodigestor. Fonte: SILVA et al., 2020.</p><p>2.3. SUBSTRATOS</p><p>A utilização de biodigestores contribui para a integração das atividades agropecuárias, aproveitando o esterco ao qual, normalmente, é dado pouco ou nenhum valor comercial, convertendo-o em duas bases para o desenvolvimento sustentável: em energia renovável e em fertilizante orgânico; com isto, proporciona aumentos na produção agrícola e energia para a transformação dos produtos, agregando valor, organizando a produção, aumentando a conservação e melhorando a logística de comercialização (Fernandes & Testezlaf, 2002).</p><p>O baixo índice de tratamento adequado à grande quantidade de dejetos produzidos, sobretudo na suinocultura, é justamente um dos graves problemas que a intensificação da produção trouxe para o meio ambiente e para a sociedade (Belli Filho, 2001; Angonese et al., 2006). Para o esgoto doméstico a DBO (Demanda Bioquímica de Oxigênio) é de cerca de 200 mg L-1, a DBO dos dejetos suínos oscila entre 30.000 e 52.000 mg L-1, ou seja, em torno de 260 vezes superior; além disso, um suíno produz cerca de 2,5 vezes mais dejetos que um ser humano. Uma das formas de tratamento de dejetos de suínos é a utilização de sistemas anaeróbios, que possui baixo consumo energético, baixa produção de sólidos e produção de biogás (Siebenmorgent et al., 1988; Santos & Lucas, 2004).</p><p>A avicultura é uma atividade com alto consumo energético, mas possui a característica de produzir resíduos com considerável potencial energético, como a cama de frango que, ao ser processada de forma a disponibilizar essa energia, pode contribuir para um equilíbrio energético nas operações que se desenvolvem dentro do galpão. O balanço energético tem estreita relação com o balanço econômico e sua importância no setor agropecuário tem sido demonstrada em artigos, tais como a análise dos balanços energéticos e econômicos da produção de milho; refinação do óleo de amendoim; produção de silagem de milho e em granjas de postura (Campos et al., 1998; Santos & Lucas, 2004).</p><p>A ovinocaprinocultura é uma atividade de grande valor para a agropecuária brasileira, constituindo-se de importante fonte de renda e emprego. Igualmente a todas as atividades de produção animal, produzem uma considerável quantidade de resíduos que, se manejados e dispostos de forma incorreta, pode ocasionar sérios prejuízos econômicos e ambientais aos produtores (CEZAR et al., 2013).</p><p>De acordo com os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE (2008) o rebanho brasileiro de caprinos e ovinos somam 26 milhões de cabeças e encontra-se em crescimento, sendo que deste total, 17,8 milhões estão na região Nordeste, apresentando no estado de Alagoas cerca de 258 mil cabeças (CEZAR et al., 2013).</p><p>Essas atividades são desenvolvidas, geralmente, por pequenos produtores, que também cultivam a mandioca e processam a raiz para obtenção de farinha e fécula. Em Alagoas a mandioca é a segunda maior produção agrícola do estado, sendo responsável pela subsistência de aproximadamente 25 mil famílias, cuja economia doméstica está ligada em toda a cadeia produtiva, em torno das casas de farinha (SEBRAE, 2006). Os resíduos descartados tanto pela ovinocaprinocultura quanto pela produção de farinha e fécula de mandioca apresentam um alto grau de poluição, caracterizando-se por sua alta carga orgânica e de nutrientes, causando impactos sobre os corpos receptores, tais como, eutrofização, contaminação do solo, presença de maus odores, aparecimento de vetores, e intoxicação nas pessoas, além da morte de peixes e outros animais.</p><p>Um dos principais resíduos da indústria sucroalcooleira é a vinhaça. Ela é gerada no processo de destilação do etanol e para cada litro de etanol destilado podem ser gerados até 20 litros de vinhaça (WILKIE; RIEDESEL; OWENS, 2000). Em 2020, devido à redução do consumo de combustíveis por conta da pandemia de Covid-19, a produção de etanol no Brasil foi de 32,6 bilhões de litros (EPE,2021). No ano anterior, 2019, o Brasil produziu 35,6 bilhões de litros de etanol (CONAB, 2020), ou seja, isso pode ter gerado até 712 bilhões de litros de vinhaça. A vinhaça é considerada um resíduo tóxico e deve ter o tratamento adequado antes de ser liberada no meio ambiente, uma vez que aumentos substanciais na produção do etanol exigem soluções eficazes para a gestão desse resíduo (HOARAU et al., 2018; WILKIE; RIEDESEL; OWENS, 2000). Apesar de ser uma questão de regulação rigorosa, os tratamentos físico-químicos para a remoção de metais pesados da vinhaça têm sido pouco discutidos (HOARAU et al., 2018). A vinhaça tem sido considerada um subproduto de grande valor para diversas aplicações na área agrícola, como fertilizante, no controle</p><p>de erosão do solo e no controle de pragas, de produção de biomassa, produção de moléculas de valor agregado, como enzimas e ácidos orgânicos, e como aproveitamento energético (HOARAU et al., 2018). A utilização da vinhaça como matéria orgânica para a produção de biogás vem sendo cada vez mais explorada. O uso da vinhaça na fertirrigação mostrou que o teor de insumos de potássio nos solos era maior do que a maioria das culturas necessitava, o que poderia aumentar o risco de salinização do solo. Em contrapartida, a biodigestão se mostrou um método eficaz para reduzir a carga poluidora da vinhaça e eliminar os efeitos negativos das emissões de sulfeto no meio ambiente (FUESS; GARCIA; ZAIAT, 2018).</p><p>2.4. TIPOS</p><p>Dentre os biodigestores de sistema de abastecimento contínuo mais difundidos no Brasil estão os modelos chinês e indiano. O modelo chinês (Figura 1) é mais rústico e completamente construído em alvenaria, ficando quase que totalmente enterrado no solo. Funciona, normalmente, com alta pressão, a qual varia em função da produção e consumo do biogás, destarte contar com uma câmara de regulagem, a qual lhe permitiria trabalhar 7 com baixa pressão. Uma das maiores críticas feitas ao modelo chinês de biodigestor é a técnica requerida para sua construção. O trabalho, todo em alvenaria, requer um trabalho de pedreiro de primeira linha, pois os tijolos usados na construção da câmara onde a biomassa é digerida (e que é encimada pela câmara do gás), precisam ser assentados sem o concurso de escoramento. Utiliza-se uma técnica que emprega o próprio peso do tijolo para mantê-lo na posição necessária até que a argamassa seque. As paredes externas e internas precisam receber uma boa camada de impermeabilizante, como forma de impedir infiltrações de água (proveniente da água absorvida pelo solo durante as chuvas ou de algum lençol freático próximo) e trincas ou rachaduras.</p><p>Figura 2. Biodigestor modelo chinês. Fonte: Google imagens, 2023.</p><p>De acordo com Sganzerla (1983), o modelo indiano (Figura 2) é o mais usado no Brasil devido à sua funcionalidade. Quando construído, apresenta o formato de um poço, que é o local onde ocorre a digestão da biomassa, coberto por uma tampa cônica, isto é, pela campânula flutuante que controla a pressão do gás metano e permite a regulagem da emissão do mesmo. Outra razão para sua maior difusão está no fato do outro modelo, o chinês, exigir a observação de muitos detalhes para sua construção. É possível, tecnicamente, comparar a construção de um biodigestor com a de um forno. Sganzerla (1983) salienta que uma das vantagens do modelo indiano é a sua campânula flutuante, que permite manter a pressão de escape de biogás estável, não sendo necessário regular constantemente os aparelhos que utilizam o metano. Uma desvantagem, razoavelmente significativa, é o preço da construção da campânula, normalmente moldada em ferro. Este modelo oferece, em relação ao modelo chinês, algumas vantagens no momento da construção, pois pode ser adaptado ao clima local e ao tipo de solo.</p><p>Este tipo de equipamento satisfaz o aproveitamento e o tratamento de resíduos, a geração de energia e a produção de biofertilizantes. O fato de o Brasil ser um país com clima tropical torna favoráveis os ciclos biológicos que promovem a degradação anaeróbia da matéria orgânica. Tanto a biodiversidade que nutre os detritos continuamente quanto às condições climáticas, com temperaturas médias altas variando entre 25 e 28°C, que possibilitam a garantia dos processos biológicos adequados dentro do biodigestor. Logo, se tem como exemplo:</p><p>Figura 3. Biodigestor modelo indiano. Fonte: Google imagens, 2023.</p><p>O biodigestor modelo canadense (Figura 3) é um modelo tipo horizontal, com sentido de fluxo tubular, apresentando uma geometria retangular, construído em alvenaria e com a largura maior que a profundidade, assim tendo uma grande área de exposição ao sol, que em climas quentes contribui para a produção de biogás pela elevação da temperatura. Este modelo é indicado para grandes volumes de dejetos, pois apresenta um valor financeiro mais acessível para implantação.</p><p>Figura 4. Biodigestor modelo canadense. Fonte: Google imagens, 2023.</p><p>2.5. DESTINAÇÃO DE RESÍDUOS</p><p>O desenvolvimento econômico e social em grandes centros urbanos tem intensificado a problemática da destinação dos resíduos sólidos gerados. Grande parte desses resíduos não tem destinação adequada ou mesmo aos que são destinados aos aterros, na maioria das vezes não tem nenhum tratamento prévio ( SILVA et al., 2020)</p><p>Os resíduos orgânicos são definidos como os restos de vegetais ou animais utilizados nas atividades humanas e que foram descartados. Estes podem ser de origem agrícola ou industrial como os resíduos da indústria agroliamentícia, madeireiras, frigoríficos, entre outros; de origem doméstica ou urbana, como as podas de árvores e restos alimentícios; de saneamento básico como lodos de estações de tratamento, por exemplo (MMA, 2020 apud SILVA et al., 2020).</p><p>Esses materiais em um meio ambiente equilibrado são capazes de se degradarem e seus nutrientes se reciclam nos processos da natureza espontaneamente. No entanto, quando envolvidos em atividades humanas podem gerar um grande problema ambiental devido ao grande volume produzido e sua destinação final (SILVA et al., 2020).</p><p>No Brasil existem tecnologias suficientes para meios de tratamento economicamente viável para cada tipo de material gerado, como disposto na Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS – Lei nº 12.305/10) (ARAÚJO, 2023). As formas mais comuns de reciclagem de resíduos orgânicos são a compostagem (degradação dos resíduos com presença de oxigênio) e a biodigestão (degradação dos resíduos sem presença de oxigênio). Sendo a biodigestão o processo mais rápido e eficaz existente atualmente (ARAÚJO, 2023).</p><p>Desse modo, o uso de biodigestores traz benefícios ambientais significativos. Os resíduos orgânicos, incluindo biomassa de dejetos animais e outros resíduos orgânicos, podem ser adequadamente tratados e destinados, como evidenciado por vários estudos (ANDREAZZI et al., 2015; BARICHELLO et al., 2015; GOMES; RAIHER, 2013; MONTORO et al., 2013; SILVA; CIRANI, 2016; SILVA et al., 2016 apud SILVA et al., 2020). Além disso, os biodigestores contribuem para a redução de emissões de gases de efeito estufa e podem gerar créditos de carbono (BARICHELLO et al., 2015; GARFÍ et al., 2016; SILVA; CIRANI, 2016 apud SILVA et al., 2020). A tecnologia limpa e a ecoinovação associadas ao uso de biodigestores são analisadas como oportunidades de inovação sustentável (SILVA; CIRANI, 2016; SILVA et al., 2016 apud SILVA et al., 2020), trazendo benefícios tanto para a imagem da empresa quanto para o compromisso ambiental e social. É importante ressaltar que um dos principais benefícios é a destinação adequada de resíduos orgânicos, especialmente de dejetos animais.</p><p>3. CONCLUSÃO</p><p>O biodigestor se mostra como uma alternativa positiva para todos os âmbitos ambientais, a partir de sua tecnológica simples e bastante promissora, visto que com a implantação desse sistema é possível produzir gás e biofertilizantes de boa qualidade através do aproveitamento de resíduos de origem orgânica e animal. Além disso, o equipamento reduz o volume de resíduos orgânico no meio ambiente e evita a má distribuição de lixos dos setores urbanos e industriais ou à aterros sanitários controlados reduzindo os custos que seriam destinados para seu manejo e assim prolongando a vida útil do equipamento já que a quantidade de resíduos totais que chega no equipamento será reduzida. Assim, o produtor pode dar uma destinação positiva aos lixos resultantes de seu negócio, contribuindo para o ecossistema e para a viabilidade maior de lucros econômicos por meio de produtos de boa qualidade que geram renda para quem se utiliza deste tipo de tecnologia, que quando se comparado a outros meios de reaproveitamento, se torna mais atraente e vantajoso, devido a sua produção simples e de baixo custo, influenciando a adoção do desenvolvimento sustentável.</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>image5.jpg</p><p>image1.png</p><p>image2.png</p><p>image3.jpg</p><p>image4.jpg</p>

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