Prévia do material em texto
<p>CURSO DE IMERSÃO BÍBLICA</p><p>Aula 9 – Tito</p><p>Na aula de hoje estudaremos sobre a carta de Paulo a Tito. Tito foi um obreiro precioso, conforme veremos adiante. Foi um companheiro fiel do apóstolo Paulo no serviço a Deus no mundo. Tito recebeu uma missão importante da parte de Deus: cuidar da igreja que havia numa ilha ao sul da Grécia chamada Creta. Alguns desafios aguardavam a Tito naquele lugar, mas veremos como que a Palavra de Deus o instruiu para realizar aquela obra e como ela nos encoraja hoje também. Bons estudos!</p><p>Situação</p><p>Para falarmos sobre a situação em que Tito se encontrava, podemos dividir em três etapas: (1) a realidade da ilha de Creta, (2) a chegada do Evangelho, (3) o caráter de Tito.</p><p>Conforme já vimos na introdução, Tito foi levantado por Deus para pastorear uma igreja na ilha de Creta, localizada no sul da Grécia. Creta era um lugar com muitos desafios, uma realidade marcada por uma grande libertinagem que era criticada pelo mundo afora. Veja o que diz em Tito 1.12,13: “Foi um dos cretenses, um próprio profeta deles, que disse: ‘Os cretenses são sempre mentirosos, feras terríveis, comilões preguiçosos’. Este testemunho é verdadeiro. Portanto, repreenda-os severamente para que sejam sadios na fé”. Quais as explicações para que a ilha fosse assim? Creta era um importante ponto portuário e que gerava uma boa circulação financeira, o que fez com que atraísse cambistas, comerciantes, ambulantes, ladrões, prostitutas de diversas localidades, o que deu à cidade características comportamentais bastante questionáveis no âmbito moral.</p><p>Além dessas questões, algo que influenciava fortemente o caráter dos cretenses era o panteão de deuses adorados ali. As histórias de cada um deles (contadas pela própria mitologia grega), eram marcadas por trapaças, violências e malandragens, o que fazia com que fossem reproduzidas no estilo de vida dos cretenses. As pessoas eram preguiçosas, abusavam da comida, não havia respeito familiar e menos ainda com outros de fora; o engano, a poligamia, a desonestidade e vários outros comportamentos reprováveis e estúpidos estavam na agenda dos cretenses que tinham péssima fama no mundo. Chamar alguém de cretense era considerado uma ofensa, conforme vimos em Tt 1.12.</p><p>E como o Evangelho chegou naquele lugar? Um forte indício é que tenha sido levado por cidadãos cretenses que estiveram presentes no dia do grande derramar do Espírito Santo na Festa de Pentecostes (At 2.11). Tito, então, é enviado para pastorear uma igreja que já existia ali, mas que precisava urgentemente de discipulado (Tt 1.5). Este era o grande desafio de Tito em Creta: ensinar os cidadãos cretenses, principalmente os membros da igreja, a serem pessoas que vivem em santidade ao invés das paixões moldadas pela cultura mundana de Creta.</p><p>E quem era Tito? Tito já foi citado em outra carta anteriormente, em 2Co 8.16-22. Chamado pelo apóstolo Paulo como “companheiro e cooperador”. Na carta a Tito, Paulo o chama de “verdadeiro filho em nossa fé comum” (Tt 1.4). Tito era um homem de confiança, com evidente cuidado e zelo pastoral. O difícil trabalho em Creta deveria estar nas mãos de um homem de confiança e do quilate de espiritual e moral como o de Tito, um líder com firmeza de caráter, preocupado com a saúde espiritual da igreja e muita disposição para trabalhar. Deus enxergou em Tito qualidades ministeriais que o habilitaria para tão importante trabalho.</p><p>O tema da carta</p><p>Podemos resumir o tema da carta como sendo “a grande importância do discipulado”. Por que podemos apontar isso? Conforme foi dito sobre a situação da igreja em Creta, ela estava localizada em um meio cultural bastante oposto ao que Deus espera dos Seus. A igreja já estava ali, as pessoas tinham sido alcançadas pela mensagem, mas agora era necessário instruí-las na vida que deveriam viver. Conforme o próprio Senhor Jesus declarou: anunciar o Evangelho ensinando todas as nações (Mt 28.18-20).</p><p>Para cumprir essa tarefa, Tito precisaria também levantar novos líderes na comunidade. Esses líderes não poderiam ter qualquer tipo de conduta, mas viver aquilo que está apresentado em 1.5-9. Antes de fazer obras, deveriam ser discípulos fiéis. O ser vem antes do fazer. Além disso, deveriam também tomar cuidado com falsas doutrinas (1.10-16).</p><p>O verdadeiro discipulado cristão leva à transformação. Nos capítulos 2 e 3 essa importante abordagem vai ser trabalhada, não há nenhum tipo de possibilidade para alguém querer ser discípulo de Jesus e continuar vivendo conforme o que lhe der na cabeça. É preciso que os discípulos sejam “exemplo de boas obras” (2.7). Esse exemplo se dará em todas as dimensões, em todos os lugares e relacionamentos onde o discípulo se envolver. Isso nos mostra que, mais do que ser frequentadores de igreja, mais do que levar pessoas a frequentar igreja, somos chamados a sermos discípulos e fazermos discípulos.</p><p>A obra do discipulado leva as pessoas a atingirem maturidade na fé, essa maturidade os tornará diferentes do mundo. Essa tarefa não era só responsabilidade de Tito, como vimos anteriormente, outras pessoas deveriam ser levantadas para servirem nessa obra preciosa. Assim como hoje, essa obra não é só responsabilidade dos pastores e lideranças, mas é de toda igreja. Todos somos chamados a fazermos discípulos, independentemente de cargos e/ou posições.</p><p>Considerações finais</p><p>Sejamos encorajados por meio dessa palavra, encorajados a sermos como Tito, homens e mulheres que entendem os desafios a serem enfrentados e que enfrentam com zelo e ousadia do Espírito Santo. Não há desafio que seja grande demais para nosso Deus que nos envia. Seja em Creta, seja no Rio de Janeiro, seja na Grécia, seja no Brasil... o lugar em que Deus nos colocar, ali somos chamados para sermos bênçãos. Deus nos abençoe e nos capacite!</p><p>“Portanto, vão e façam discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a guardar todas as coisas que tenho ordenado a vocês. E eis que estou com vocês todos os dias até o fim dos tempos.” (Mt 28:19,20)</p>