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<p>1 Conceitos elementares</p><p>Apresentaremos, aqui, conceitos básicos sobre princípios farmacológicos que incluem principais ativos, via de transmissão e ação dos ativos nas toxinfecções alimentares.</p><p>Ainda serão abordados temas como o controle e prevenção de doenças, como brucelose, raiva, tuberculose, leptospirose e seu monitoramento pelos órgãos responsáveis. Para complementar, serão abordadas a cadeia epidemiológica das toxinfecções e sua importância na saúde e economia. Esses conceitos são primordiais para o desenvolvimento técnico e profissional do médico veterinário.</p><p>Esse assunto é extremamente importante para que o estudante, futuro médico veterinário, tenha conhecimento sobre o controle sanitário e epidemiológico das doenças abordadas neste estudo. Cabe ressaltar que a disciplina de higiene veterinária e saúde pública é imprescindível na fundamentação teórica sobre cuidado e controle e tais patologias, que serão de intervenção prioritária do médico veterinário em animais.</p><p>O monitoramento realizado pelo médico veterinário tem foco na fiscalização sanitária com ênfase na sanidade animal. Por isso, essas medidas preventivas são permanentes, evitando propagar doenças como as citadas acima, especialmente as com caráter zoonótico.</p><p>As habilidades técnicas do médico veterinário devem estar de acordo com as orientações do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA). Esse profissional é essencial para monitoramento e diminuição dos riscos da doença na população animal e humana. Nesse contexto, é importante conhecermos a Lei 5.517/68, cujo artigo 1º do Decreto Federal n. 64.704/69, ressalta que o profissional veterinário é responsável na solução de impasses em saúde pública, estando ligado às atividades econômicas e sociais no país.</p><p>1.1 Conhecimento básico da farmacologia</p><p>Diante do que foi abordado é importante ressaltar que existe uma matéria médica que tem propriedades terapêuticas para promover a cura. Nesse contexto, Paracelsus afirmou que todas as substâncias podem ser venenos, não há nenhuma que não seja um veneno. A dose adequada é que distingue um veneno de um remédio.</p><p>Observou-se, portanto, ao longo dos anos a necessidade de realizar um estudo sobre a ação dos fármacos na fisiológica dos organismos vivos, bem como sua eliminação, absorção e transformação no corpo animal. Essa pesquisa denominou-se farmacologia (DELUCIA, 2007).</p><p>Diante desse panorama, foi importante conhecer outros conceitos, como (DELUCIA, 2007):</p><p>Droga</p><p>Estamos falando de qualquer substância química que haja no organismo animal podendo fazer bem ou mal. Nos primórdios, eram fitoterápicos e, por isso, o nome “droog”.</p><p>Fármaco</p><p>Este termo está associado ao princípio ativo de qualquer medicamento com função terapêutica.</p><p>Medicamento</p><p>A população percebeu a necessidade e, então, foram criados produtos com a finalidade de curar. O significado da sua palavra medicamentum tem o sentido de terapêutico.</p><p>Remédio</p><p>Diferentemente do que muitos pensam, essa denominação refere-se a tudo que se utilize para amenizar sinais clínicos, inclusive, por exemplo, compressas e duchas de água fria. A população indígena já fazia uso há muitos anos e tem nos ensinado como usá-los.</p><p>Forma farmacêutica</p><p>É como se apresenta o medicamento, por exemplo, xarope, comprimido ou cápsula.</p><p>Posologia</p><p>Na medicina animal, um dos grandes entraves para o médico veterinário é o cálculo da dosagem certa para uma pluralidade de espécies. Nesse caso, ele precisa estar bem concentrado durante a prescrição da dosagem correta.</p><p>Existem seis vias de administração de medicamentos que podem ser: oral, intravenosa, intramuscular, subcutânea, intraperitoneal e intradérmica. Vamos falar um pouco de cada maneira de administrar medicamentos (FANTONI, 2012).</p><p>Na via intramuscular, é necessário colocar o animal em decúbito lateral sentado ou em estação. Se realizada uma contenção de maneira adequada para que o procedimento ocorra adequadamente. Faz-se a limpeza do local da desinfecção e, por fim, a inoculação do medicamento com um ângulo de 45º a 60º graus, além de realizarmos sucção para averiguar se não se encontra na via intravenosa. Tudo deve ser realizado de maneira cautelosa e sem pressa, e, caso haja necessidade dividir o volume, a administração pode ser realizada em locais variados do corpo (FANTONI, 2012).</p><p>Quando se realiza a aplicação por via intravenosa, é importante escolher em qual veia será inoculada a medicação. Após isso, também é importante manter o animal contido e em posição adequada para receber o fármaco. Neste caso, o ângulo deve ser aproximadamente 30º. A posição da agulha é fundamental, com o bisel voltado para cima, além de se certificar de que foi introduzida pelo menos metade da agulha na veia. Então, aspire um pouco de sangue e solte a medicação em seguida. Retire a agulha com uma pressão feita com algodão sobre a pele e continue a compressão para cessar o sangramento (FANTONI, 2012).</p><p>Continuaremos falando sobre uma outra via que é a subcutânea. Nela, o medicamento é administrado na pele. Posiciona-se o animal sentado, em estação ou com o decúbito do esterno e, depois, realiza-se assepsia com álcool a 70%. É importante, antes da inoculação, verificar se há sangue no aspirador da seringa. Já a via intradérmica, muitas vezes, é confundida com essa citada anteriormente, porém, é uma das principais vias utilizadas para diagnóstico. Para realizar a incisão, faz-se um ângulo de 10º e estica-se a pele com o dedo indicador e o polegar. Após isso, inocula-se a agulha até que o bisel esteja totalmente encoberto pela pele. Não precisa realizar assepsia, porém, deve ser feita a tricotomia no local (FANTONI, 2012).</p><p>Na incisão por via intraperiotoneal, coloca-se o animal em decúbito lateral ou dorsal e realiza-se assepsia com álcool a 70%. A inoculação do conteúdo será realizada na linha alba na dimensão entre o umbigo e o púbis. Também é importante verificar se há, na sucção, conteúdo com sangue ou outro líquido proveniente de alguma enfermidade na cavidade abdominal (FANTONI, 2012).</p><p>A mais usual de todas é a via oral. Neste caso, para auxiliar a introdução da medicação, é importante que o médico veterinário exerça algumas manobras na maxila do animal, para introduzir a cápsula ou líquido (é interessante fazer uso de uma seringa para inocular o medicamento pela fenda labial lateral). Uma massagem na região ventral do pescoço é importante, para auxiliar a deglutição (FANTONI, 2012).</p><p>Além do que foi tratado, os cuidados com a higienização são extremamente importantes durante os procedimentos em clínicas, hospitais ou pet shop. Essas medidas são extremamente importantes para evitar a transmissibilidade de doenças entre animais e entre o homem e os animais (FANTONI, 2012).</p><p>2 Toxinfecções alimentares</p><p>As doenças causadas pela ingestão de água e alimentos contaminados por micro-organismos são conhecidas como toxinfecções alimentares. A maioria delas é causada por bactérias, e depois por vírus e fungos. Essas doenças são consideradas um grande problema em saúde pública. Para serem considerados surtos, é importante que duas ou mais pessoas se tornem infectadas, porém, quando os micro-organismos transmitem enfermidades graves, basta apenas um indivíduo infectado (ALVES, 2012; NASCIMENTO, 2013).</p><p>O crescimento populacional gerou uma maior procura por alimentos consequentemente também cresceu o número de doenças transmitidas por eles. Diversos fatores estão atrelados a esse contexto, como qualidade da água, saneamento básico, higiene pessoal e consumo de alimentos sem procedência. Essas enfermidades podem ser fatais. Pensando nisso a nossa legislação brasileira publicou a Portaria nº. 368, de 04 de setembro de 1997, "Aprova o Regulamento Técnico sobre as condições Higiênico-Sanitárias e de Boas Práticas de Fabricação para Estabelecimentos Elaboradores / Industrializadores de Alimentos"(BRASIL, 1997, on-line).</p><p>Além disso, o código de defesa do consumidor, capítulo IV de 1990, no artigo oitavo, explica que os produtos alimentícios devem ser colocados no mercado</p><p>sem provocar risco à saúde. O artigo décimo cita que, uma vez, causando algum malefício é de obrigação do fornecedor, do produtor ou até importador responder legalmente por isso, caso haja comprovação de fala no serviço prestado (ALVES, 2012; NASCIMENTO, 2013).</p><p>Ressaltamos que, quando ocorrem surtos por alimentos contaminados, é obrigação do profissional de saúde notificar compulsoriamente as autoridades oficiais sanitárias sobre o caso. O médico veterinário está inserido nesse contexto, com um dos principais fiscalizadores de alimentos de origem animal, então, "sobre as doenças que constituem objeto de notificação compulsória, em todo território nacional, como também todo e qualquer surto ou epidemia, junto às Secretarias Municipais e Estaduais de Saúde e à Fundação Nacional de Saúde - FUNASA" (BRASIL, 1999, on-line),</p><p>2.1 Toxinfecções bacterianas</p><p>Podemos compreender que algumas infecções alimentares, quando instituídas no organismo, podem causar uma infinita variedade de sintomas, como vômitos, diarreia, febre e dores abdominais. Quando se fala em toxinfecções de origem alimentar, os principais causadores são: Salmonella spp., Escherichia coli, Campylobacter, Clostridium botulinum e Staphylococcus aureus (OLIVEIRA, 2012; SILVA et al., 2014).</p><p>Os produtos de origem animal representam uma parcela significativa dos alimentos que geram esse tipo de infecção. Portanto, as condições higiênico-sanitárias as quais os animais são submetidos no sistema produção tem impacto direto no produto que serve de alimento humano. O médico veterinário precisa estar atento às mudanças no cenário de fiscalização, principalmente, porque o Brasil é considerado um dos maiores exportadores de produto alimentício de origem animal (OLIVEIRA, 2012; SILVA et al., 2014).</p><p>O que ocorre frequentemente é que a matéria-prima de origem animal sofre contaminação por bactérias, principalmente, durante a manipulação. As instalações com precárias condições higiênico- sanitárias, muitas vezes com indivíduos e animais doentes no sistema produtivo. Um outro fator é a utilização de água contaminada, além de submeter o produto a inadequados ambientes de estoque e temperatura de conservação (OLIVEIRA, 2012; SILVA et al., 2014).</p><p>2.2 Medidas de prevenção e controle</p><p>A Segurança Microbiológica deve ser orientada para garantir a saúde da população. Isso envolve uma postura ecológica dos governos, uma vez que engloba aspectos sociais, econômicos e culturais, muito além dos básicos aspectos físicos, biológicos e geográficos, ou seja, constituir a segurança alimentar da população é algo que requer bastante responsabilidade para com a saúde pública (VIEGAS, 2010). Para isso é imprescindível manter o controle sanitário dos alimentos sob normas técnicas, para fiscalizar a produção, manipulação e a distribuição destes produtos alimentícios. Quando ocorre falha ou fraude nesse processamento, o alimento passa a ser caso de saúde pública, por conta do risco de morte para quem consome. Por isso devemos sempre seguir normas estabelecidas por lei.</p><p>Organização Pan-Americana de Saúde recomenda que cinco medidas, principais, sejam estabelecidas (ORGANIZAÇAO PAN-AMERICANA DE SAÚDE, 2019):</p><p>· Manter a higiene.</p><p>· Separar os alimentos crus dos cozidos.</p><p>· Cozinhar completamente a comida.</p><p>· Manter alimentos a temperaturas seguras.</p><p>· Usar água e matérias-primas seguras.</p><p>A legislação brasileira traz algumas diretrizes sobre a manipulação de alimentos. Inicialmente a Lei n. 986, de 21 de outubro de 1969: Art 1º A defesa e a proteção da saúde individual ou coletiva, no tocante a alimentos, desde a sua obtenção até o seu consumo, serão reguladas em todo território nacional, pelas disposições dêste Decreto-lei. (BRASIL, 1969, on-line)</p><p>A Portaria n. 368, de 04 de setembro de 1997:</p><p>O MINISTRO DE ESTADO DA AGRICULTURA E DO ABASTECIMENTO, no uso da atribuição que lhe confere o art. 87, parágrafo único, inciso II, da Constituição, e nos termos do disposto no Regulamento da inspeção Industrial e Sanitária de Produtos de Origem Animal, aprovado pelo Decreto Nº 30.691, de 29 de março de 1952, e, considerando a Resolução MERCOSUL GMC, nº 80/96, que aprovou o Regulamento Técnico sobre as condições Higiênico-Sanitárias e de Boas Práticas de Fabricação para Estabelecimentos Elaboradores / Industrializadores de Alimentos; Considerando a necessidade de padronizar os processos de elaboração dos produtos de origem animal, resolve: Art.1º Aprovar o Regulamento Técnico sobre as condições Higiênico-Sanitárias e de Boas Práticas de Fabricação para Estabelecimentos Elaboradores/Industrializadores de Alimentos; Art. 2º O Regulamento Técnico sobre as condições Higiênico-Sanitárias e de Boas Práticas de Fabricação para Estabelecimentos Elaboradores/ Industrializadores de Alimentos; aprovado por esta Portaria, estará disponível na Coordenação de Informação Documental Agrícola, da Secretaria do Desenvolvimento Rural do Ministério da Agricultura e do Abastecimento. (BRASIL, 1997, on-line)</p><p>Resolução RDC n. 35, de 17 de junho de 2009:</p><p>Dispõe sobre a obrigatoriedade de instruções de conservação e consumo na rotulagem de ovos e dá outras providências. Considerando que os estudos dos surtos de salmonelose demonstram maior ocorrência em domicílios e restaurantes, assim como nos estabelecimentos comerciais e hospitalares. (BRASIL, 2009, on-line)</p><p>Resolução RDC n. 52, de 29 de setembro de 2014:</p><p>Altera a Resolução RDC n. 216, de 15 de setembro de 2004, que dispõe sobre o Regulamento Técnico de Boas Práticas para os Serviços de Alimentação. Art. 1º Fica incluído o artigo 7º à Resolução RDC nº 216, de 15 de setembro de 2004:</p><p>“Art. 7º O atendimento aos padrões sanitários estabelecidos por este Regulamento Técnico não isenta os serviços de alimentação dos serviços de saúde do cumprimento dos demais instrumentos normativos aplicáveis.”</p><p>Art. 2º O item 1.2 do Anexo da Resolução RDC nº 216, de 15 de setembro de 2004, passa a vigorar com a seguinte redação:</p><p>“1.2. Âmbito de Aplicação: Aplica-se aos serviços de alimentação que realizam algumas das seguintes atividades: manipulação, preparação, fracionamento, armazenamento, distribuição, transporte, exposição à venda e entrega de alimentos preparados ao consumo, tais como cantinas, bufês, comissarias, confeitarias, cozinhas industriais, cozinhas institucionais, unidades de alimentação e nutrição dos serviços de saúde, delicatéssens, lanchonetes, padarias, pastelarias, restaurantes, rotisserias e congênere. (BRASIL, 2014, on-line)</p><p>2.3 Impacto na saúde e economia</p><p>As toxinfecções têm causado mortalidade e morbidade em todo o mundo. Considera-se que tem surgido um grande problema em saúde pública, visto que surtos chamam a atenção das autoridades em saúde pelo mundo inteiro. Uma série de fatores são agravantes, como falta de saneamento básico, água contaminada e falta de higiene pessoal. A Organização mundial de saúde estima que a cada dez pessoas um fica doente por infecção alimentar (CALHAU, 2014).</p><p>Essas enfermidades podem ser fatais em idosos, crianças e pessoas com a imunidade comprometida. Esse contexto caracteriza sérios impactos econômicos e na saúde do país, exigindo que novas estratégias sejam lançadas pelo Governo Federal (CALHAU, 2014).</p><p>O perfil epidemiológico das toxinfecções são traçadas pelo Ministério da Saúde por informativo técnico que teve como base as portarias MS-GM nº 4 e 5 de 28 de setembro de 2017 (BRASIL, 2017b; 2017c):</p><p>· Das doenças que compõem a lista de notificação compulsória: Botulismo, Cólera, Doença de Creutzfeldt Jakob, Febre Tifoide, Toxoplasmose Gestacional e Toxoplasmose Congênita.</p><p>· Das doenças que compõem a lista de doenças monitoradas pela estratégia de vigilância sentinela: Doenças Diarreicas Agudas, Síndrome Hemolítico Urêmica e Rotavírus.</p><p>· De Eventos de Saúde Pública de importância em saúde pública: em que se enquadram os surtos de DTA (episódio em que duas ou mais pessoas apresentam doença semelhante após ingerirem alimentos e/ou água da mesma origem), considerando o potencial de disseminação, a magnitude, a gravidade, a severidade,</p><p>a transcendência e a vulnerabilidade.</p><p>3 Doenças em criações animais</p><p>Vamos abordar, agora, sobre patologias que comprometem a produção animal. Esse é um tema bastante preocupante e de importância particular do médico veterinário, posto que essas enfermidades trazem prejuízos econômicos, afetando diretamente os índices de produção. Além disso, assumem uma gravidade maior quando são zoonoses.</p><p>O aparecimento de alguma doença no rebanho pode acarretar países exportadores restringindo as transações comerciais. Com a diminuição na comercialização, países buscam programas de controle e erradicação da doença. Um outro fator importante é a possibilidade de essas enfermidades serem transmitidas a humanos. Todos os esforços precisam se concentrar para que a doença seja erradicada o mais rápido possível, uma vez, que os prejuízos econômicos podem chegar a ser maiores, com o total fechamento das fronteiras no intuito de não receber produto de países com carga infectada.</p><p>3.1 Aspectos epidemiológicos relativos à prevenção de doenças em criações animais</p><p>A vigilância epidemiológica tem a obrigação de fornecer orientação técnica para os demais profissionais de saúde. E se tratando de doenças animais com caráter zoonótico, o médico veterinário, exerce um papel importantíssimo nas ações de controle e prevenção.</p><p>É com monitoramento, organização e planejamento que podemos acompanhar a evolução da doença nos indivíduos estudados, fazendo com que as ações de intervenção sejam realizadas com eficácia. Para isso, é feita a coleta e o processamento dos dados, que, depois de interpretados, nos darão subsídios à efetivação de medidas de controle. Haverá variação das condições conforme cada localidade, cabendo aos gestores a melhor decisão baseada em estudos preliminares dos dados (GRISOTTI, 2010).</p><p>Segundo o Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento, os programas de saúde animal promovem vigilância, controle, prevenção e erradicação das doenças. Embora isso precise sair mais do papel e se tornar mais prático. Existe uma responsabilidade social de qualquer cidadão, e principalmente do profissional da saúde, de notificar em até 24 horas as doenças listadas na instrução normativa n. 50, de 24 de setembro de 2013. E, quando há suspeita de doença, devem ser seguidas as orientações da diretriz:</p><p>§ 2° A suspeita ou ocorrência de qualquer doença listada no Anexo desta Instrução Normativa deve ser notificada imediatamente, no prazo máximo de 24 (vinte e quatro) horas de seu conhecimento, quando:</p><p>I - ocorrer pela primeira vez ou reaparecer no País, zona ou compartimento declarado oficialmente livre;</p><p>II - qualquer nova cepa de agente patogênico ocorrer pela primeira vez no País, zona ou compartimento;</p><p>III ocorrerem mudanças repentinas e inesperadas nos parâmetros epidemiológicos como: distribuição, incidência, morbidade ou mortalidade de uma doença que ocorre no País, Unidade Federativa, zona ou compartimento; ou</p><p>IV - ocorrerem mudanças de perfil epidemiológico, como mudança de hospedeiro, de patogenicidade ou surgimento de novas variantes ou cepas, principalmente se houver repercussões para a saúde pública.</p><p>O processo de notificação é fundamental para o serviço oficial do médico veterinário, pois, quando os dados estão atualizados é possível realizar uma leitura dos resultados e ter como melhorar as bases de atuação e intervenção.</p><p>4 Epidemiologia preventiva</p><p>Conhecendo como é realizada a cadeia epidemiológica é possível conduzir ações preventivas contra doenças que se instalam no rebanho. Por isso, é primordial ao médico veterinário ter conhecimento sobre tais assuntos e colocá-lo em prática no exercício da profissão.4 Epidemiologia preventiva</p><p>4.1 Cadeia epidemiológica</p><p>No processo de transmissibilidade da doença, é importante que existam componetes de uma cadeia epidemiologica, como fonte de infecção, por onde o parasita vai entrar, via de eliminação, susceptibilidade e vias de trasmisão (SANTOS et al., 2012). A transmissão pode ocorrer de maneira vertical ou horizontal. Vejamos as definições:</p><p>Transmissão horizontal</p><p>Ocorre com transmissão da fonte infecção para o hospedeiro.</p><p>Transmissão vertical</p><p>Transmissão entre gerações de espécies animais.</p><p>Fontes de infecção</p><p>Reservatório contendo o agente infeccioso.</p><p>Hospedeiro</p><p>Pode ser qualquer ser vivo que possa vir a se infectar e manter dentro do seu organismo o agente etiológico em replicação ou desenvolvimento.</p><p>4.2 Principais medidas preventivas e profiláticas</p><p>A prevenção é a melhor maneira de se combater uma enfermidade. Neste contexto, você se antecipa aos acontecimentos, cria estratégias e diminui a incidências das doenças no rebanho. Evitando a evolução de uma enfermidade você diminui os custos com medicação e tratamento ou até perda do animal, além de economizar também com serviços especializado a serem prestados em caso de intercorrência mais graves (SANTOS et al., 2012).</p><p>Algumas medidas preventivas são realizadas integralizadas ao manejo, por exemplo: a vacinação e a vermifugação. Além dos cuidados nas instalações higiênico sanitárias, que vão desde o momento da construção até a manutenção dos alojamentos animais diários (SANTOS et al., 2012).</p><p>Outro fator importante é a introdução dos animais no rebanho. É importante realizar o período de quarentena, para evitar que esses animais tragam doenças. Além disso, os cuidados com a alimentação e higienização desses animais faz parte do protocolo de prevenção, evitando provocar infecção. A assistência técnica periódica pode ajudar no diagnóstico precoce de uma enfermidade favorecendo a intervenção médica preventiva, diminuindo o risco de morte (SANTOS et al., 2012).</p><p>5 Controle das doenças</p><p>O controle das doenças zoonóticas é importantíssimo para a sanidade animal e humana. Existem algumas enfermidades que precisam ser controladas e até erradicadas, tudo isso para segurança do rebanho e das pessoas, de forma a gerar menor impacto econômico. Dentre estas patologias, estão a brucelose, leptospirose, raiva e tuberculose.</p><p>É importante que haja esse controle dessas enfermidades por um órgão competente, e que um profissional habilitado conduza as medidas de controle. Um desses profissionais é o médico veterinário, que pode usar como ferramenta o número de casos notificados para fazer um levantamento epidemiológico por município, estado ou em nível de nação. Esse mapeamento é fundamental para que novas medidas sejam implementadas.</p><p>5.1 Brucelose</p><p>A brucelose acomete várias espécies animais e seres humanos e, quando o indivíduo entra em contato com parte do organismo animal infectado, ele pode vir a se infectar. O animal coloca no ambiente restos de parto e as fêmeas produzem leite que podem vir contaminados. As espécies consistem em: brucella abortus (bovinos), b. melitensis (caprinos) e b.suis (suínos) todas infectam o homem. Para tanto, foi criado o programa nacional de controle e erradicação da brucelose e tuberculose (PNCEBT) conforme a normativa DAS n. 10:</p><p>O regulamento técnico do Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e da Tuberculose Animal - PNCEBT, instituído em 2001, recentemente foi revisto pela Instrução Normativa SDA nº 10, de 3/03/2017. O programa tem por objetivo reduzir a prevalência e a incidência dessas doenças em bovinos e bubalinos, visando a erradicação. (BRASIL, 2017a, on-line)</p><p>Essa infecção em humanos é muito comum pelo consumo de queijo coalho cru contaminado pela bactéria. A sintomatologia em humanos se caracteriza por dores musculares, dor de cabeça, calafrios, insônia e perda de peso. O período de incubação para o aparecimento dos primeiros sintomas é longo, entre cinco a 30 dias (VITAL JUNIOR et al., 2020).</p><p>5.2 Tuberculose</p><p>O Mycobacterium bovis, causador da tuberculose animal também pode causar tuberculose em humanos. Não se tem ainda um percentual de quantos casos da tuberculose humana causada pelo M. bovis existem, mas a Organização Mundial de Saúde (OMS) diz que aproximadamente 5% da população mundial é infectada. Foi criado, com isso, o programa nacional de controle e erradicação</p><p>da brucelose e tuberculose (PNCEBT) que define como tais objetivos:</p><p>Os principais segmentos envolvidos no PNCEBT são: o serviço veterinário oficial - SVO, o médico veterinário cadastrado para realização da vacinação contra brucelose, o médico veterinário habilitado pelo SVO para realizar testes diagnósticos para brucelose e tuberculose e o setor produtivo, que desenvolvem atividades fundamentais para a melhoria da situação sanitária do país. (BRASIL, 2017a, on-line)</p><p>A pasteurização do leite é o método mais empregado para destruir esse patógeno. Outras medidas de prevenção são: inspecionar os locais de abatimento dos animais, incentivar a vacinação (BCG) e trabalhar no controle e erradicacção da Tuberculose (VITAL JUNIOR et al., 2020).</p><p>5.3 Raiva</p><p>O vírus pode ser transmitido ao humano após a mordida de um animal infectado, então, considerada uma zoonose pelo seu caráter de transmissibilidade ao homem. O vírus desenvolve sintomas em cães, gatos e no ser humano. Já nos morcegos não há sintomatologia.</p><p>A raiva é uma doença provocada por um RNA-vírus da família Rhabdoviridae. Sabendo da gravidade da doença foi criado o Programa Nacional de Controle da Raiva em Herbívoros. Segundo o Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA), são objetivos deste programa:</p><p>O PNCRH tem como objetivo manter sob controle a incidência da Raiva na população de herbívoros domésticos, com a seguinte estratégia de atuação:</p><p>· Desenvolver suas atividades considerando o conceito de Saúde Única, trabalhando em parceria com o Ministério da Saúde no diagnóstico da Raiva e na proteção da Saúde Pública e com o do Meio Ambiente respeitando as Leis de Proteção da Fauna;</p><p>· Vigilância ativa em áreas de maior risco de Raiva;</p><p>· Investigação epidemiológica e laboratorial de todos os casos suspeitos de raiva em herbívoros domésticos e em morcegos;</p><p>· Diagnóstico laboratorial acessível a todos os casos suspeitos;</p><p>· Vacinação estratégica dos herbívoros domésticos;</p><p>· Uso da pasta anticoagulante em animais espoliados por morcegos, nos rebanhos de maior risco de Raiva;</p><p>· Monitoramento de morcegos hematófagos visando detecção de atividade viral nas colônias;</p><p>· Comunicação de Risco nas áreas de maior risco e Gerenciamento da Indignação, Educação em Saúde e Orientação Preventiva em saúde nas demais. (BRASIL, [201?], on-line</p><p>5.4 Leptospirose</p><p>É uma enfermidade que provoca febre aguda, cuja transmissão ocorre pela exposição à urina do animal infectado. A bactéria envolvida é a leptospira interrogans, que penetra na pele lesionada ou não. O aparecimento da doença em alguns lugares chama atenção, pois está muitas vezes associado à falta de saneamento básico na região. É importante, pois, controlar o número de ratos. O médico veterinário deve ficar atento as alterações no organismo infectado, principalmente, de animais de produção (LACERDA et al., 2016).</p><p>Na fase inicial da leptospirose, é possível perceber sintomas como febre, cefaleia, náusea, vômito e dores na musculatura. Embora esses sejam os sintomas mais comuns, pode ocorrer diarreia, hemorragia no globo ocular, tosse, dores articulares e mais raramente hepatoesplenomegalia, com aumento dos linfonodos periféricos (LACERDA et al., 2016).</p><p>Alguns pacientes acometidos pela leptospirose podem evoluir para quadros graves da doença, com sangramentos a nível de pulmonar, pele, mucosas, órgãos e sistema nervoso central, tendo uma manifestação clínica tardia. Ainda são observados, na fase crônica, icterícia, insuficiência renal e hemorragias; traumatismo pulmonar agudo com sangramento; tosse seca, dispneia, expectoração hemoptoica; e síndrome respiratória agura.</p>

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