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<p>Prof. Bruna Santos</p><p>Patologias Vulva e Vagina</p><p>Infecções do sistema genital inferior</p><p>A infecção pelo HSV genital é comum e pode envolver a</p><p>vulva, vagina ou colo uterino.</p><p>Cerca de um terço dos indivíduos é sintomático.</p><p>As lesões normalmente se desenvolvem 3 a 7 dias após a</p><p>transmissão</p><p>Sintomas sistêmicos: como febre, mal-estar e linfonodo</p><p>inguinal sensível</p><p>As primeiras lesões geralmente consistem em pápulas</p><p>vermelhas que progridem para vesículas e depois para</p><p>úlceras coalescentes dolorosas.</p><p>As lesões são facilmente visíveis na pele e mucosa vulvar,</p><p>enquanto as lesões cervicais e vaginais apresentam-se</p><p>com secreção purulenta e dor pélvica.</p><p>Herpes-vírus simples</p><p>A lesão de HSV geralmente está ulcerada.</p><p>O epitélio está descamado, e inflamação</p><p>aguda acentuada está presente no leito da</p><p>úlcera.</p><p>Esfregaços de exsudato inflamatório de</p><p>lesões ativas mostram alterações citopáticas</p><p>características que consistem em células</p><p>escamosas multinucleadas contendo</p><p>inclusões virais eosinofílicas a basofílicas</p><p>com aparência de “vidro fosco”</p><p>Herpes-vírus simples</p><p>Infecções fúngicas</p><p>Especialmente as causadas por leveduras (Candida), são</p><p>extremamente comuns;</p><p>As leveduras fazem parte da microbiota vaginal normal de muitas</p><p>mulheres e o desenvolvimento de candidíase sintomática é</p><p>normalmente o resultado de uma perturbação no ecossistema</p><p>microbiano vaginal da paciente.</p><p>Diabetes melito, antibióticos, gravidez e condições que resultem</p><p>em comprometimento da função de neutrófilos ou células T Th17</p><p>aumentam o risco de infecção sintomática</p><p>Manifestações: prurido vulvovaginal acentuado, eritema, inchaço</p><p>e corrimento vaginal semelhante a leite coalhado.</p><p>Infecção grave: ulcerações da mucosa.</p><p>Trichomonas vaginalis</p><p>Protozoário grande, ovoide e flagelado</p><p>Geralmente transmitido por contato sexual</p><p>As pacientes podem ser:</p><p>Assintomáticas</p><p>Sintomáticas: corrimento vaginal amarelo e espumoso,</p><p>desconforto vulvovaginal, disúria (dor ao urinar) e dispareunia</p><p>(relação sexual dolorosa).</p><p>A mucosa vaginal e a cervical geralmente têm uma aparência</p><p>vermelho-vivo, com dilatação acentuada dos vasos da mucosa</p><p>cervical resultando em aparência colposcópica característica de</p><p>“colo uterino em morango”</p><p>Vaginoses Bacterianas</p><p>Gardnerella vaginalis</p><p>Cocobacilo gram-negativo</p><p>Principal causa da vaginose bacteriana (vaginite).</p><p>As pacientes geralmente apresentam corrimento</p><p>vaginal fino, verde-acinzentado e de odor</p><p>desagradável (odor de peixe).</p><p>Os esfregaços de Papanicolau revelam células</p><p>escamosas superficiais e intermediárias cobertas</p><p>por um revestimento grosseiro de cocobacilos.</p><p>Pacientes grávidas: trabalho de parto prematuro</p><p>Ureaplasma urealyticum e Mycoplasma hominis</p><p>Responsáveis por alguns casos de vaginite e</p><p>cervicite</p><p>Pacientes grávidas: corioamnionite e parto</p><p>prematuro</p><p>Vaginoses Bacterianas</p><p>Chlamydia trachomatis</p><p>Principal causa de cervicite.</p><p>Algumas pacientes: a infecção pode ascender ao útero e às</p><p>tubas uterinas, resultando em endometrite e salpingite;</p><p>A infecção por clamídia é uma das causas de doença</p><p>inflamatória pélvica.</p><p>Ureaplasma urealyticum</p><p>Chlamydia trachomatis</p><p>Cisto de Bartholin</p><p>A infecção da glândula de Bartholin produz uma inflamação aguda</p><p>(adenite) e pode resultar em abscesso.</p><p>Cistos do ducto de Bartholin são relativamente comuns, ocorrem em</p><p>todas as idades e resultam da obstrução do ducto por um processo</p><p>inflamatório.</p><p>Estes cistos são geralmente revestidos por epitélio transicional ou</p><p>escamoso, podem se tornar grandes (até 3 a 5 cm de diâmetro) e</p><p>produzem dor e desconforto local.</p><p>Doenças Epiteliais Não Neoplásicas</p><p>Leucoplasia é um termo clínico que descreve o espessamento epitelial</p><p>em forma de placa, opaco e branco, que pode produzir prurido e</p><p>descamação.</p><p>Pode ser causada por uma variedade de doenças benignas,</p><p>pré-malignas ou malignas, incluindo as seguintes:</p><p>•Dermatoses inflamatórias (p. ex., psoríase, dermatite crônica)</p><p>•Líquen escleroso e hiperplasia de células escamosas</p><p>•Neoplasias, como a neoplasia intraepitelial vulvar (NIV), doença de</p><p>Paget e carcinoma invasivo.</p><p>Líquen escleroso</p><p>Apresenta-se como placas ou máculas brancas e lisas que com o tempo</p><p>podem aumentar e coalescer, produzindo uma superfície que se assemelha a</p><p>porcelana ou pergaminho.</p><p>Quando o toda a vulva é afetada, os lábios tornam-se atróficos e aglutinados,</p><p>e o orifício vaginal se contrai.</p><p>Histologicamente, a lesão é caracterizada por acentuado adelgaçamento da</p><p>epiderme, degeneração das células epiteliais basais, excessiva</p><p>queratinização (hiperqueratose), alterações escleróticas da derme superficial</p><p>e um infiltrado linfocítico em forma de faixa na derme subjacente.</p><p>Patogênese é incerta, mas a presença de células T ativadas no infiltrado</p><p>inflamatório subepitelial e a frequência aumentada de doenças autoimunes</p><p>em mulheres afetadas sugerem que uma reação autoimune está envolvida.</p><p>Doenças epiteliais vulvares não neoplásicas.</p><p>Líquen escleroso. Há acentuado adelgaçamento da epiderme, esclerose da</p><p>derme superficial e células inflamatórias crônicas na derme mais profunda.</p><p>Hiperplasia de Células Escamosas</p><p>É uma condição inespecífica resultante da fricção ou</p><p>arranhadura da pele para aliviar o prurido.</p><p>Clinicamente, a condição se apresenta como leucoplasia, e</p><p>o exame histológico revela espessamento da epiderme</p><p>(acantose) e hiperqueratose .</p><p>Algumas vezes há presença de infiltrado linfocítico da</p><p>derme.</p><p>O epitélio hiperplástico pode apresentar atividade mitótica,</p><p>mas as células não exibem atipia.</p><p>Embora a hiperplasia de células escamosas não seja</p><p>considerada pré-maligna, às vezes está presente nas</p><p>margens de cânceres vulvares.</p><p>Doenças epiteliais vulvares não neoplásicas.</p><p>Hiperplasia de células escamosas, exibindo epiderme espessada e hiperqueratose.</p><p>Lesões benignas elevadas (exofíticas) ou verrugas da vulva</p><p>Podem ser causadas por infecção ou podem ser condições reativas de etiologia</p><p>desconhecida.</p><p>O condiloma acuminado, uma lesão induzida por papilomavírus (também chamada</p><p>verruga genital)</p><p>As verrugas podem ser solitárias, mas são mais frequentemente</p><p>multifocais, podendo envolver as regiões vulvar, perineal e perianal,</p><p>bem como a vagina e, menos comumente, o colo uterino.</p><p>No exame histológico, consistem em regiões centrais</p><p>com estroma papilar, exofíticas e semelhantes a</p><p>árvores cobertas por epitélio escamoso espessado</p><p>(Figura A).</p><p>O epitélio de superfície mostra alterações</p><p>citopáticas virais características referidas como</p><p>atipias coilocíticas (Figura B), que se manifestam</p><p>pelo aumento nuclear, hipercromasia e um halo</p><p>perinuclear citoplasmático.</p><p>Neoplasia Intraepitelial Vulvar e Carcinoma Vulvar</p><p>O carcinoma da vulva é uma neoplasia maligna rara,</p><p>representando cerca de 3% de todos os cânceres genitais</p><p>femininos; aproximadamente dois terços ocorrem em</p><p>mulheres com mais de 60 anos.</p><p>O carcinoma de células escamosas é o tipo histológico mais</p><p>comum de câncer vulvar.</p><p>carcinomas basaloides e verrucosos</p><p>carcinomas de células escamosas</p><p>A. Neoplasia intraepitelial vulvar clássica (HPV positiva) mostrando pequenas células</p><p>basaloides imaturas abrangendo toda a espessura do epitélio. Nenhuma invasão está</p><p>presente. B. Carcinoma basaloide vulvar (HPV positivo), composto de células invasivas</p><p>pequenas e imaturas (basaloides). Há um foco de necrose (área vermelha).</p><p>Espessamento epidérmico, atipia nuclear, aumento</p><p>de mitoses e ausência de maturação celular</p><p>Ninhos e cordões de células pequenas e fortemente</p><p>compactadas que não apresentam maturação e se</p><p>assemelham à camada basal do epitélio normal. A</p><p>neoplasia pode ter focos de necrose central.</p><p>Vagina</p><p>Doença de Paget</p><p>Proliferação intraepitelial distinta de células malignas.</p><p>As células de Paget são maiores do que os queratinócitos circundantes e são vistas isoladamente ou em pequenos agrupamentos</p><p>dentro da epiderme (Figura A).</p><p>As células apresentam citoplasma pálido contendo mucopolissacarídeo. Além disso, ao contrário</p><p>do epitélio escamoso, as células</p><p>expressam citoqueratina 7 (Figura B).</p><p>Tumores benignos da vagina</p><p>Tumores estromais: (pólipos estromais), leiomiomas</p><p>e hemangiomas.</p><p>O tumor maligno mais comum é o carcinoma</p><p>metastático do colo uterino, seguido pelo carcinoma</p><p>de células escamosas primário da vagina.</p><p>Os bebês podem desenvolver uma malignidade rara</p><p>e única conhecida como rabdomiossarcoma</p><p>embrionário (sarcoma botrioide).</p><p>Tumores benignos da vagina</p><p>Tumores estromais: (pólipos estromais)</p><p>Leiomioma</p><p>Alta densidade celular, com</p><p>padrão fascicular e</p><p>elementos celulares</p><p>dispostos em redemoinhos</p><p>Neoplasia intraepitelial vaginal e Carcinoma de</p><p>Células Escamosas</p><p>Carcinomas de células escamosas associados a</p><p>infecção por HPV de alto risco.</p><p>Este carcinoma surge de uma lesão pré-maligna, a</p><p>neoplasia intraepitelial vaginal, análoga à lesão</p><p>intraepitelial escamosa cervical.</p><p>Na maioria dos casos, o tumor invasivo afeta a região</p><p>superior da vagina, particularmente a parede posterior</p><p>na junção com a ectocérvice.</p><p>As lesões dos dois terços inferiores da vagina sofrem</p><p>metástase para os linfonodos inguinais, enquanto as</p><p>lesões da região superior da vagina tendem a se</p><p>espalhar para os linfonodos ilíacos regionais.</p><p>Rabdomiossarcoma Embrionário</p><p>Composto de rabdomioblastos embrionários malignos</p><p>Bebês e crianças menores de 5 anos.</p><p>Tendem a crescer como massas polipoides, arredondadas</p><p>e volumosas com aparência e consistência semelhantes a</p><p>cachos de uvas.</p>