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PAtologia Amanda goedert Ginecopatologia Histologia Vulva e Vagina: A vagina possui epitélio escamoso estratificado não ceratinizado, mas pode haver mínima ceretinização Possui mucosa, muscular e adventícia Genitália externa feminina: Clitóris, pequenos e grandes lábios, glândulas que se abrem no vestíbulo (abertura externa da vagina) Glândulas vestibulares maiores = glândulas de Bartholin (análogas às glândulas bulbouretrais nos homens) Glândulas vestibulares menores – em volta da uretra glândulas de skene e do clitóris Todas secretam muco A vulva nos pequenos lábios possui epitélio igual ao da vagina, mas os grandes lábios têm revestimento iguais aos da pele, com ceretinização e anexos cutâneos (pelos), e presença de tecido adiposo abaixo da superfície A glândula de Bartholin tem epitélio colunar simples Métodos diagnósticos: Preventivo é o principal, mesmo sendo mais para colo de útero, sempre ocorre análise da vulva e vagina no exame especular Exame histológico: biópsia ou cirurgia quando necessário (preventivo com alteração por exemplo) Vulva: Inclui a parte mais externa (grandes lábios) que é pele e possui pelos e outros anexos cutâneos e os lábios menores que é mucosa Maioria são distúrbios inflamatórios que levam a vulvites Muito comum, uma das causas é a reação a sabonetes, cremes, pomadas, sabão em pó, tratamentos locais etc. Vulvite inflamatória: Dermatite eczematosa de contato ou alérgica, pode ter qualquer localização, ocorrem pápulas/placas crostosas bem definidas, eritematosas e exsudativas Histopatologia: Espongiose (edema intercelular) podendo causar vesículas/pequenas bolhas. Hiperceratose, infiltrado de linfócitos na derme, podendo haver também eosinófilos quando alérgica vulvites infecciosas – vaginites: Candidíase: 5-10% das mulheres tem como flora comensal, podem causar infecção quando há um desbalanço hormonal, queda da imunidade ou alterações de pH. Causa Leucorréia, placas esbranquiçadas e prurido intenso. Histologia: estruturas fúngicas, as hifas (alongados) e conídios (bolinhas) Trichomonas: IST, corrimento aquoso abundante verde-acinzentado bolhoso. Pode ser detectado em cerca de 10% das mulheres assintomáticas. Histologia dá pra ver o protozoário Gardnerella: É a vaginose bacteriana, afeta mais vagina e colo, não é uma IST, mas uma alteração da flora que pode estar ocorrendo devido a desbalanço de pH, imunidade baixa etc. A flora bacilar normal (de doderlein) vira uma flora cocobacilar, causa corrimento abundante com odor característico. Diagnóstico clínico ou pela citologia. Tem uma célula característica para o diagnóstico a clue cells, célula escamosa normais poligonais com citoplasma coberto por pequenos microrganismos cocobacilares compatíveis com G. vaginalle Sífilis: Treponema palidum - espiroqueta. Diagnóstico raramente feito com biópsia. Primária: cancro duro, úlcera, bem delimitado e infeccioso. Ocorre no sítio de inoculação (geralmente vulva, 3 semanas após o contato), regride em 3-6 semanas quando não tratado e histologicamente predomínio de plasmócitos. Superfície ulcerada (neutrófilos) HPV: Causa os condilomas aculminados, NIVs e alguns tipos de câncer. Morfologia é igual à do colo uterino, coilocitose e atipias nucleares. HPV 6 e 11 baixo risco e HPV 16 e 18 alto risco. Histologicamente as de baixo grau apresentam halos perinucleares e atipias nucleares (coilocitos), aumento da relação núcleo-citoplasma, hipercromasia e binucleações Herpes: Causadas pelo HSV1 (mais oral) e HSV2 (mais genital). Causa lesões no colo uterino, mas também vulva e vagina. Lesões vesiculosas, dolorosas e erosões, pode ser recorrente e a morfologia é igual à do colo uterino. Histologia: núcleos volumosos com aspecto de vidro fosco, multinucleados com reforço periférico “Inclusões virais” N. Gonorrhoeae: Diagnóstico clínico/laboratorial. Infecção supurativa Actinomyces: Bactéria filamentosa, bem relacionada a pacientes com DIU e pode ser encontrado também em cavidade oral/TGI. Não precisa tratar, não tem sintomas, em alguns pacientes podo ser comensal Molusco Contagioso: Poxvírus, pode ser relacionado à contato sexual ou não, pode aparecer em várias regiões do corpo, pápulas com ponto central "umbilificação". AP: inclusões virais típicas intracitoplasmáticas eosinofílicos Glândula de Bartholin: Afecções da glândula de Bartholin = obstrução dos ductos excretores das glândulas de Bartholin Cistos e Bartholinite (glândulas inflamadas, processo inflamatório e abcesso) Distúrbios epiteliais não neoplásicos: Líquens: Grupo de doenças com alguns subtipos diferentes, é um aspecto que a pele assume Liquenificação: escurecimento e engrossamento da pele com leve descamação e brilho da superfície cutânea Podem se apresentar como placas brancas (leucoplasias), eritemas, lesões descamativas e pápulas Líquen escleroso: = líquen esclero-atrófico: Clínica: placas brancas e lisas, aspecto fibroso "atrófico" ou pápulas, que podem coalescer Comum em mulheres na pós menopausa, mas pode acometer meninas pré-púberes Não se sabe a etiologia, mas acredita-se que seja autoimune por que tem participação das células T e costuma ocorrer em pessoas que já tem alguma condição autoimune É benigna, mas se não tratada ao longo dos anos pode se tornar um CEC não HPV (1-5%) Histologia: Adelgaçamento da epiderme, desaparecimento das cristas interpapilares, zona acelular na derme superficial, edema/uniformização e fibrose dérmica, infiltrado celular inflamatório mononuclear (principalmente de linfócitos) em faixa. A epiderme fica delgada, retificada, adelgaçada Pode ocorrer em qualquer região, mas predição pela genital Principal: epiderme delgada, fibrose/edema na derme papilar e infiltrado linfocitário em faixa Líquen simples crônico: Condição dermatológica, pode ocorrer em qualquer local do corpo, alterações secundárias ao ato de coçar/traumas, geralmente associada à outras causas irritativas. Clinicamente há uma leucoplasia eritematosas, também é chamada de neurodermatite ou neurodermite Espessamento irregular da pele, epiderme principalmente, estrato granuloso - hipergranulose, hiperceratose, não tem tantas alterações na derme Outros casos dermatológicos que podem acometer a vulva: Psoríase, líquen plano, doença de Behçet, tumores de anexos cutâneos (principal hidradenoma papilífero) Lesões pré neoplásias e neoplásicas: Condilomas aculminados: Mais relacionado aos HPVS de baixo grau, pode ser única ou múltipla, qualquer local da superfície ano-genital Histopatologia: coilocitose (atipias nucleares + halos perinucleares). > 90% positivos para HPV 6/11 (baixo risco), Lesão intraepitelial escamosa de baixo grau - NIC 1 HPV: Papilomavírus humano, comum infecção sexualmente transmitida (prevalência de até 82%). Vírus carcinogênico, associado ao colo uterino, vulva/vagina, pênis, região anal e orofaringe Lesões percursoras, antes chamadas de neoplasia intraepitelial cervical graus NIC1, 2 e 3, hoje prefere-se lesão intraepitelial de baixo grau Carcinoma Vulvar: 3% das neoplasias do sistema genital feminino Tem dois tipos, um relacionado ao HPV e outro não relacionado >60 anos 90% são carcinomas de células escamosas - CEC Os dois tipos têm a mesma morfologia, o que muda é a etiologia Menos comum: relacionado ao HPV de alto risco: Essa forma é precedida por lesões percursoras (NIC's), a progressão para carcinoma invasivo pode levar anos, tabagismo e imunodepressão podem aumentar o risco de progressão Mesma histologia de qualquer outro CEC Mais comum: não relacionada ao HPV: Mulheres mais velhas, longa história de alterações epiteliais reativas, lesão sútil precoce, atipias restritas e ceretinização, se não tratada - CEC ceratinizado bem diferenciado. Na dúvida pode ser feita pesquisa do HPV Doença localizada por alguns anos, metástase primeiro para linfonodos regionais, tratamento depende do estadiamento, pode ser: Vulvectomia radical ou parcial, dependendo do tamanho da lesão. Outras neoplasias malignas mais raras:Adenocarcinomas, melanomas etc. Doença de Paget Extra mamária: Proliferação de células intraepiteliais (disseminação pagetoide), similar a doença do mamilo, porém, na vulva a minoria dos casos está associada a um tumor Origem de células progenitoras da epiderme. Clínica: placa crostosa, descamativa, eritematosa, lembrando dermatite Tratamento é cirúrgico Histo: células grandes com citoplasma finamente granular, abundante e pálido, além de vacúolos citoplasmáticos ocasionais, se infiltram na epiderme sozinhas ou em grupos. Citoplasma repleto de mucina Doença de Paget pode permanecer meses ou anos localizadas, quando invadem ou fazem metástase é um mal prognóstico “células globosas e claras subindo na epiderme” Vagina: Neoplasia de vagina são raras, grande maioria é secundária Algumas anormalidades congênitas, agenesia, cistos/remanescentes embrionários) Vaginites: Inflamação comum, geralmente transitória, leucorreia, bactérias, fungos, parasitas (alguns comensais). Vaginite atrófica: ressecamento e desconforto que ocorre na mulher menopausada Alterações pré-neoplásicas: Displasia, neoplasia intraepitelial (NIC1,2 e 3), condilomas etc. Importante investigar o canal vaginal e de se manter o rastreamento mesmo após histerectomia total Neoplasias – vagina: CEC: Incomum, mais de 60 anos, principalmente o HPV Adenocarcinoma de células claras: Subtipo mais comum de adenocarcinoma na vagina (ainda assim raro) Em mulheres jovens, associado a história de uso de dietilestiberol (estrogênio) pelas mães na gestação (prevenção de ameaça de aborto) Pode ocorrer em ovário, endométrio, bexiga Sarcoma botrioide: Raro, é o Rabdomiossarcoma embrionário, tumor mesenquimal maligno (sarcoma), origem de tecido muscular estriado, massas polipoides, geralmente em lactantes e crianças menores de 5 anos