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680.456.466-91 CARD 03 – DIREITO PENAL | DROPS DELTA Ciclos Método 2 CARD 03 – DIREITO PENAL1 Olá, galera! Estão prontos para o nosso primeiro CARD de DIREITO PENAL do DROPS DELTA? Como vocês sabem, esse material procura abranger todos os principais pontos de destaque das matérias destacadas!!! O quadro abaixo serve para guiar vocês em quais são os pontos em comum dos principais editais de delta que serão abordados. CARD 03 – INTRODUÇÃO AO DIREITO PENAL E LEI PENAL 1 Introdução ao direito penal. 1.1 Conceito, caracteres e função do direito penal. 1.2 Princípios básicos do direito penal. 1.3 Relações com outros ramos do direito. 1.4 Direito penal e política criminal. 2 A lei penal. 2.1 Características, fontes, interpretação, vigência e aplicação. 2.2 Lei penal no tempo e no espaço. 2.3 Imunidade. 2.4 Condições de punibilidade. 2.5 Concurso aparente de normas. INTRODUÇÃO AO DIREITO PENAL E LEI PENAL #MAPEIA NO VADE NÃO DEIXE DE LER – CÓDIGO PENAL Art. 1º Art. 2º Art. 3º Art. 4º Art. 5º Art. 6º Art. 7º Art. 8º Art. 9º Art. 10 Art. 11 Art. 12 #ATENÇÃO: Pessoal, esse tema é de média incidência nas provas de DELTA e mais doutrinário. Em razão disso, veremos os pontos mais importantes ao longo do card #FIQUEATENTO Obs.: Pessoal nas #CICLOLEGIS, não iremos colocar o gabarito das questões. Isso porque, tais # têm como objetivo justamente decorar a letra de lei. Sendo assim, ao corrigir a questão, vocês precisarão ir à letra de lei novamente e vão necessitar ler novamente o artigo! Isso com certeza irá facilitar o processo de fixação da letra de lei!!!! #CICLOLEGIS #DECORAALETRADALEI Anterioridade da Lei Art. 1º - Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há _____________ sem prévia cominação legal. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) a) prisão b) pena 1 Por Bruna Reis 680.456.466-91 CARD 03 – DIREITO PENAL | DROPS DELTA Ciclos Método 3 Lei penal no tempo Art. 2º - Ninguém pode ser punido por fato que _________________ deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) a) lei posterior b) lei anterior Parágrafo único - A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada em julgado. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Lei excepcional ou temporária (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Art. 3º - A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua duração ou cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado _______________ sua vigência. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984) a) durante b) posteriormente Tempo do crime Art. 4º - Considera-se praticado o crime no momento __________________, ainda que outro seja o momento do resultado.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984) a) da ação b) da ação ou omissão Territorialidade Art. 5º - Aplica-se a lei brasileira, _________________ de convenções, tratados e regras de direito internacional, ao crime cometido no território nacional. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984) a) não se aplicando b) sem prejuízo § 1º - Para os efeitos penais, consideram-se como extensão do território nacional as embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a serviço do governo brasileiro onde quer que se encontrem, bem como as aeronaves e as embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, que se achem, respectivamente, no espaço aéreo correspondente ou em alto-mar. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984) § 2º - É também aplicável a lei brasileira aos crimes praticados a bordo de aeronaves ou embarcações estrangeiras de propriedade privada, achando-se aquelas em pouso no território nacional ou em vôo no espaço aéreo correspondente, e estas em porto ou mar territorial do Brasil.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984) Lugar do crime (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984) Art. 6º - Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, __________________ onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984) 680.456.466-91 CARD 03 – DIREITO PENAL | DROPS DELTA Ciclos Método 4 a) bem como b) mas não onde Extraterritorialidade (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984) Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984) I - os crimes: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da República; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984) b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de Estado, de Território, _________________ de empresa pública, sociedade de economia mista, autarquia ou fundação instituída pelo Poder Público; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984) a) de Município, b) de entes públicos, c) contra a administração pública, por quem está a seu serviço; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984) d) de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984) II - os crimes: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) a) que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984) b) praticados por brasileiro; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984) c) praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, quando em território estrangeiro e aí não sejam julgados. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984) § 1º - Nos casos do inciso I, o agente é punido segundo a lei brasileira, ainda que absolvido ou condenado no estrangeiro.(Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984) § 2º - Nos casos do inciso II, a aplicação da lei brasileira depende do concurso das seguintes condições: (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984) a) entrar o agente no território nacional; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984) b) ser o fato punível também no país em que foi praticado; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984) c) estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a extradição; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984) d) não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter aí cumprido a pena; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984) e) não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, não estar extinta a punibilidade, segundo a lei mais favorável. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984) § 3º - A lei brasileira aplica-se também ao crime cometido por estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil, se, reunidas as condições previstas no parágrafo anterior: (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984) a) não foi pedida ou foi negada a extradição; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984) b) houve requisição do Ministro da Justiça. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984) Pena cumprida no estrangeiro (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 680.456.466-91 CARD 03 – DIREITO PENAL | DROPS DELTA Ciclos Método 5 Art. 8º - A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil pelo mesmo crime, _______________, ou nela é computada, _______________. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) a) quando diversas / quando idênticas b) quando idênticas / quando diversas Eficácia de sentença estrangeira (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Art. 9º - A sentença estrangeira, quando a aplicação da lei brasileira produz na espécie as mesmas conseqüências, pode ser homologada no Brasil para: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) I - obrigar o condenado à reparação do dano, a restituições e a outros efeitos civis; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) II - sujeitá-lo a ___________________.(Incluídopela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) a) medida de segurança b) pena privativa de liberdade Parágrafo único - A homologação depende: (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) a) para os efeitos previstos no inciso I, de pedido da parte interessada; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) b) para os outros efeitos, da existência de tratado de extradição com o país de cuja autoridade judiciária emanou a sentença, ou, na falta de tratado, de requisição do Ministro da Justiça. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Contagem de prazo (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Art. 10 - O dia do começo _______________ no cômputo do prazo. Contam-se os dias, os meses e os anos pelo calendário comum. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) a) inclui-se b) exclui-se Frações não computáveis da pena (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Art. 11 - ___________________, nas penas privativas de liberdade e nas restritivas de direitos, as frações de dia, e, na pena de multa, as frações de cruzeiro. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) a) Computam-se b) Desprezam-se Legislação especial (Incluída pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Art. 12 - As regras gerais deste Código aplicam-se aos fatos incriminados por lei especial, ____________________ dispuser de modo diverso. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) a) ainda que b) se esta não DIREITO PENAL INTRODUÇÃO 680.456.466-91 CARD 03 – DIREITO PENAL | DROPS DELTA Ciclos Método 6 #NÃOESQUECE: o Direito Penal é predominantemente sancionador e excepcionalmente constitutivo. CONCEITOS DE DIREITO PENAL: CONCEITO FORMAL Conjunto de normas penais. CONCEITO MATERIAL Conjunto de comportamentos reprováveis. CONCEITO SOCIOLÓGICO Instrumento de controle social. ESCOLAS DO DIREITO PENAL: ESCOLA CLÁSSICA - Final do século XVIII. - Surge como resposta ao Absolutismo. - Vale-se do método racionalista e dedutivo. - Representa a humanização das penas. - Seus fundamentos tiveram origem nos estudos de Beccaria. - Entendia o crime como um conceito meramente jurídico, ou seja, a violação de um direito. - O livre-arbítrio era encarado como fundamento da punibilidade. - A pena tinha caráter retributivo. ESCOLA POSITIVA - Meados do século XIX. - Vale-se do método experimental e empírico. - Opôs a necessidade de se defender mais enfaticamente o corpo social contra a ação do delinquente. - O crime não é encarado de uma perspectiva abstrata, mas fenomênica. - Rechaça o livre arbítrio como fundamento da responsabilidade. - Dividiu-se em três fases: 1) Fase Antropológica: tem como principal expoente Cesare Lombroso, para quem o homem não é livre em sua vontade. Ao contrário, sua conduta é determinada por forças inatas, partindo-se da ideia do criminoso nato, predeterminado à prática de infrações penais por características antropológicas, nele presentes de modo atávico. 2) Fase Sociológica: tem como principal expoente Enrico Ferri, que concebe a pena como mecanismo de defesa social. Defende a responsabilização social e não moral pelo delito. Também se baseia na ideia do determinismo biológico-social. 3) Fase Jurídica: tem como principal expoente Rafael Garofalo, que sustentava que os criminosos não assimiláveis deveriam ser eliminados pela deportação ou pela morte. TERZA SCUOLA - Consiste em uma escola eclética, de posição intermediária entre a Escola Clássica e a Escola Positiva. - Acolhe o princípio da responsabilidade moral fundada no determinismo psicológico. - Entende o crime como fenômeno individual e social. 680.456.466-91 CARD 03 – DIREITO PENAL | DROPS DELTA Ciclos Método 7 - Credita à pena função de defesa social. ESCOLA TÉCNICO JURÍDICA - Para muitos autores, não consiste em uma nova escola penal. - Apresenta-se mais propriamente como reação à confusão sistemática criada pelos positivistas quanto aos conceitos de Direito Penal, Política Penal e Criminologia. - Entende o crime como um fenômeno jurídico e, por isso, exclui investigações de natureza filosóficas. ESCOLA CORRECIONALISTA - Surgiu na Alemanha, em 1839, com a publicação da obra “Comentatio na poena malum esse debeat”, de Karl David August Röeder. - Defende que a pena tem a finalidade de corrigir a injusta e perversa vontade do criminoso e, dessa forma, não pode ser fixa e determinada. - Atribui ao Direito Penal uma função educadora e tutelar, entendendo que o criminoso merece um tratamento corretivo. DEFESA SOCIAL - Há autores que entendem não se tratar de uma escola, mas de uma ideologia presente em determinadas escolas. - Parte da premissa de que o criminoso deve ser submetido a um regime rigoroso para combater a sua periculosidade e antissocialidade. FONTES Para a doutrina tradicional, as fontes do Direito Penal se dividem em: 1. Fonte material ou de produção: diz respeito a quem pode produzir normas de conteúdo penal. Nos termos do art. 22, I, da CRFB/88, apenas a União é fonte material do Direito Penal. 2. Fontes formais, de conhecimento ou de cognição: revelam a forma como o Direito Penal se materializa no ordenamento jurídico. Podem ser: 2.1. Imediata: lei. 2.2. Mediatas: princípios, costumes, atos administrativos. As fontes do Direito Penal, para a doutrina mais moderna, dividem-se em: 1. Fonte material ou de produção: diz respeito a quem pode produzir normas de conteúdo penal. Nos termos do art. 22, I, da CRFB/88, apenas a União é fonte material do Direito Penal. 2. Fontes formais, de conhecimento ou de cognição: revelam a forma como o Direito Penal se materializa no ordenamento jurídico. Podem ser: 2.1. Imediatas: Constituição, tratados de direitos humanos, lei, jurisprudência, princípios, atos administrativos. 2.2. Mediatas: doutrina. PRINCÍPIOS PRINCÍPIO DA LEGALIDADE Previsto no art. 5.º, XXXIX, da Constituição Federal, no art. 1º do Código Penal e no art. 9º da Convenção Americana de Direitos Humanos. 680.456.466-91 CARD 03 – DIREITO PENAL | DROPS DELTA Ciclos Método 8 Não há crime, contravenção penal, pena ou medida de segurança sem: LEI ESTRITA (princípio da reserva legal): A infração penal só pode ser criada por lei em sentido estrito, ou seja, lei ordinária ou complementar. Proíbe- se a utilização da analogia para criar tipo incriminador. LEI ANTERIOR/PRÉVIA (princípio da anterioridade): A criação de tipos e a cominação de sanções exige lei anterior, vedando-se a retroatividade maléfica. LEI ESCRITA: Só a lei escrita pode criar crime e cominar sanções. Em outras palavras, é proibido o costume incriminador. LEI CERTA (princípio da taxatividade/princípio da determinação): É proibida a criação de tipos penais vagos e indeterminados pelo legislador. Aqui reside a crítica às normas penais incompletas (dependem de complemento normativo e/ou valorativo). PRINCÍPIO DA OFENSIVIDADE OU DA LESIVIDADE Exige que do fato praticado decorra lesão ou perigo de lesão ao bem jurídico. PRINCÍPIO DA PESSOALIDADE OU INTRANSCENDÊNCIA DA PENA Proíbe o castigo penal pelo fato de outrem. PRINCÍPIO DA RESPONSABILIDADE SUBJETIVA A responsabilidade penal é condicionada à existência de voluntariedade (dolo ou culpa). PRINCÍPIO DA CULPABILIDADE O Estado só pode impor sanção penal ao agente imputável (penalmente capaz), com potencial consciência de ilicitude (possibilidade de conhecer o caráter ilícito de seu comportamento), quando dele exigível conduta diversa (podendo agir de outra forma). PRINCÍPIO DA PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA Consiste no direito de não ser declarado culpado senão após trânsito em julgado de sentença penal condenatória, ao término do devido processo legal, em que o acusado tenha se utilizado de todos os meios de prova pertinentes para sua defesa (ampla defesa) e para a destruição dacredibilidade das provas apresentadas pela acusação (contraditório). - Dimensões do princípio da presunção da inocência: a) Dimensão interna ao processo: da qual decorrem duas regras de aplicação. 680.456.466-91 CARD 03 – DIREITO PENAL | DROPS DELTA Ciclos Método 9 • Regra Probatória (In dubio pro reo): recai sobre a acusação o ônus de comprovar a culpabilidade do acusado, além de qualquer dúvida razoável. • Regra de tratamento: a privação cautelar da liberdade de locomoção, sempre qualificada pela nota da excepcionalidade, somente se justifica em hipóteses estritas. b) Dimensão externa ao processo: O princípio da presunção da inocência e as garantias constitucionais da imagem, dignidade e privacidade demandam uma proteção contra a publicidade abusiva e a estigmatização do acusado, funcionando como limites democrático à abusiva exploração midiática em torno do fato criminoso e do próprio processo judicial. #DEOLHONAJURIS: Presunção de não culpabilidade. A condução coercitiva representa restrição temporária da liberdade de locomoção mediante condução sob custódia por forças policiais, em vias públicas, não sendo tratamento normalmente aplicado a pessoas inocentes. Violação. (ADPF 444, Relator(a): Min. GILMAR MENDES, Tribunal Pleno, julgado em 14/06/2018, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-107 DIVULG 21-05-2019 PUBLIC 22-05-2019) PRINCÍPIO DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA A ninguém pode ser imposta pena ofensiva à dignidade da pessoa humana, vedando-se reprimenda indigna, cruel, desumana ou degradante. PRINCÍPIO DA INDIVIDUALIZAÇÃO DA PENA A individualização da resposta estatal ao autor de um fato punível deve ser observada em três momentos: a) na definição, pelo legislador, do crime e sua pena; b) na imposição da pena pelo juiz; c) na fase de execução da pena, momento em que os condenados serão classificados, segundo os seus antecedentes e personalidade. PRINCÍPIO DA VEDAÇÃO DO BIS IN IDEM Possui três significados: • PROCESSUAL: Ninguém pode ser processado duas vezes pelo mesmo crime. • MATERIAL: Ninguém pode ser condenado pela segunda vez em razão do mesmo fato. • EXECUCIONAL: Ninguém pode ser executado duas vezes por condenações relacionadas ao mesmo fato. PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA O princípio da insignificância atua como um vetor interpretativo do tipo penal, restringindo a qualificação de condutas que se traduzam em ínfima lesão ao bem jurídico nele albergado. Funciona como causa supralegal de exclusão da tipicidade material. 680.456.466-91 CARD 03 – DIREITO PENAL | DROPS DELTA Ciclos Método 10 São quatro os requisitos objetivos exigidos pelo princípio da insignificância: (a) mínima ofensividade da conduta; (b) ausência de periculosidade social da ação; (c) reduzido grau de reprovabilidade do comportamento; e (d) inexpressividade da lesão jurídica. No aspecto subjetivo, para a sua incidência, verificam-se as condições pessoais do agente e da vítima. Num apanhado rápido, o princípio da insignificância não se aplica: 1. Aos crimes da Lei n. 11.343/06. Vale ressaltar, no entanto, que a 2ª turma do STF reconheceu, recentemente, a possibilidade de aplicação do princípio da insignificância ao tráfico de drogas para absolver mulher flagrada com 1 grama de maconha. O juiz de 1ª instância condenou a mulher à pena de 6 anos e 9 meses de reclusão, em regime inicial fechado, pelo crime de tráfico, previsto no art. 33 da Lei nº 11.343/06. A sentença foi mantida pelo TJ/SP. A defesa impetrou, então, habeas corpus no STF. O Min. Relator Gilmar Mendes entendeu ser aplicável ao caso o princípio da insignificância, pois, para ele, a conduta descrita nos autos não é capaz de lesionar ou colocar em perigo a paz social, a segurança ou a saúde pública. Em seu voto, o relator destacou que a resposta do Estado não foi adequada nem necessária para repelir o tráfico de 1 grama de maconha. Para ele, esse é um exemplo emblemático de flagrante desproporcionalidade na aplicação da pena em hipóteses de quantidade irrisória de entorpecentes, e não houve indícios de que a mulher teria anteriormente comercializado quantidade maior de droga. Conforme o ministro, no âmbito dos crimes de tráfico de drogas, a solução para a desproporcionalidade entre a lesividade da conduta e a reprimenda estatal é a adoção do princípio da insignificância. O relator observou que o STF tem entendido que o princípio da insignificância não se aplica ao delito de tráfico, ainda que a quantidade de droga apreendida seja ínfima. Porém, considerou que a jurisprudência deve avançar na criação de critérios objetivos para separar o traficante de grande porte do traficante de pequenas quantidades, que vende drogas apenas em razão de seu próprio vício. Para ele, se não houver uma clara comprovação da possibilidade de risco de dano da conduta, o comportamento não deverá constituir crime, ainda que o ato praticado se adeque à definição legal. O voto do relator foi seguido pelos Ministros Celso de Mello e Ricardo Lewandowski. Ficaram vencidos os Ministros Edson Fachin e Cármen Lúcia. STF. 2ª Turma. HC 127573/SP, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 11/11/2019. 2. Aos crimes praticados com violência ou grave ameaça. 3. Aos crimes praticados em contexto de violência doméstica. 680.456.466-91 CARD 03 – DIREITO PENAL | DROPS DELTA Ciclos Método 11 3. Súmula 606-STJ: Não se aplica o princípio da insignificância a casos de transmissão clandestina de sinal de internet via radiofrequência, que caracteriza o fato típico previsto no art. 183 da Lei n. 9.472/1997. 4. Súmula 599-STJ: O princípio da insignificância é inaplicável aos crimes contra a administração pública. 5. A jurisprudência de ambas as turmas do STJ firmou entendimento de que o crime de posse de drogas para consumo pessoal (art. 28 da Lei nº 11.343/06) é de perigo presumido ou abstrato e a pequena quantidade de droga faz parte da própria essência do delito em questão, não lhe sendo aplicável o princípio da insignificância (STJ. 6ª Turma. RHC 35920 -DF, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 20/5/2014. Info 541). STF: possui um precedente isolado, da 1ª Turma, aplicando o princípio: HC 110475, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 14/02/2012. Incide o princípio da insignificância aos crimes tributários federais e de descaminho quando o débito tributário verificado não ultrapassar o limite de R$ 20.000,00 (vinte mil reais), a teor do disposto no art. 20 da Lei n. 10.522/2002, com as atualizações efetivadas pelas Portarias n. 75 e 130, ambas do Ministério da Fazenda. O fato da União, por razões políticas ou administrativas, optar por autorizar o pedido de arquivamento das execuções fiscais que não ultrapassam o referido patamar não permite, por si só, que a mesma liberalidade seja estendida aos demais entes federados, o que somente poderia ocorrer caso estes também legislassem no mesmo sentido, tendo em vista que são dotados de autonomia. A despeito da presença de qualificadora no crime de furto possa, à primeira vista, impedir o reconhecimento da atipicidade material da conduta, a análise conjunta das circunstâncias pode demonstrar a ausência de lesividade do fato imputado, recomendando a aplicação do princípio da insignificância. STJ. 5ª Turma. HC 553872-SP, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 11/02/2020 (Info 665). A reincidência não impede, por si só, que o juiz da causa reconheça a insignificância penal da conduta, à luz dos elementos do caso concreto. No entanto, com base no caso concreto, o juiz pode entender que a absolvição com base nesse princípio é penal ou socialmente indesejável. Nesta hipótese, o magistrado condena o réu, mas utiliza a circunstância de o bem furtado ser insignificante para fins de fixar o regime inicial aberto. Desse modo, o juiz não absolveo réu, mas utiliza a insignificância para criar uma exceção jurisprudencial à regra do art. 33, § 2º, “c”, do CP, com base no princípio da proporcionalidade STF. 1ª Turma. HC 135164/MT, Rel. Min. Marco Aurélio, red. p/ ac. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 23/4/2019 (Info 938). 680.456.466-91 CARD 03 – DIREITO PENAL | DROPS DELTA Ciclos Método 12 PRINCÍPIO DA AMPLA DEFESA Previsto no art. 5º LV, da CF, segundo o qual “aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes”. Desdobra-se em duas dimensões: (i) defesa técnica (ii) autodefesa. • Defesa Técnica, Processual ou Específica: É aquela exercida por profissional da advocacia. • Autodefesa: É a defesa realizada pelo próprio acusado. É renunciável. É realizada de 03 formas: ▪ Direito de audiência: interrogatório. ▪ Direito de presença: direito que o acusado tem de acompanhar os atos da instrução probatória. ▪ Capacidade postulatória autônoma do acusado. PRINCÍPIO DA FRAGMENTARIEDADE Pelo princípio da fragmentariedade, estabelece-se que nem todos as condutas consideradas ilícitas pelo ordenamento jurídico configuram infrações penais, mas apenas aquelas que atentem contra valores fundamentais para a manutenção da ordem social. Em razão de seu caráter fragmentário, o Direito Penal é a última etapa de proteção do bem jurídico. PRINCÍPIO DA INTERVENÇÃO MÍNIMA Pelo princípio da intervenção mínima ou da necessidade, a intervenção penal só se afigura legítima quando a criminalização de um fato é indispensável para a proteção de determinado bem ou interesse, não podendo ser tutelado por outros ramos do ordenamento jurídico. PRINCÍPIO DA SUBSIDIARIEDADE De acordo com o princípio da subsidiariedade, a atuação do Direito Penal, no caso concreto, é cabível apenas quando os outros ramos do Direito e os demais meios estatais de controle social tiverem falhado. Assim, atua o Direito Penal como um soldado de reserva. TENDÊNCIAS DO DIREITO PENAL Garantismo - Desenvolvido por Luigi Ferrajoli. - Preconiza um modelo de Direito Penal voltado à limitação do poder punitivo estatal. - Fundamenta-se em dez axiomas: • Nullum crimen sine lege (Não há crime sem lei) Princípio da legalidade, no sentido lato ou no sentido estrito • Nulla lex (poenalis) sine necessitate (Não há lei penal sem necessidade) Princípio da necessidade ou da economia do direito penal • Nulla necessitas sine injuria (Não há necessidade sem ofensa a bem jurídico) 680.456.466-91 CARD 03 – DIREITO PENAL | DROPS DELTA Ciclos Método 13 Princípio da lesividade ou ofensividade do evento • Nulla injuria sine actione (Não há ofensa ao bem jurídico sem ação) Princípio da materialidade ou da exterioridade da ação • Nulla actio sine culpa (Não há ação sem culpa) Princípio da culpabilidade ou da responsabilidade pessoal • Nulla culpa sine judicio (Não há culpa sem processo) Princípio da jurisdicionalidade no sentido lato ou estrito • Nulla judicium sine accustone (Não há processo sem acusação) Princípio acusatório ou da separação ente o juiz e a acusação • Nulla accusatio sine probatione (Não há acusação sem prova) Princípio do ônus da prova ou da verificação • Nulla probatio sine defensione (Não há prova sem ampla defesa) Princípio do contraditório ou da defesa ou da falseabilidade Abolicionismo - Formulado por autores como Nils Christie e Thomas Mathiensen. - Preconiza a abolição do Direito Penal, propondo novas formas de solução dos conflitos. Direito Penal Máximo A certeza perseguida pelo direito penal máximo está em que nenhum culpado fique impune, à custa da incerteza de que também algum inocente possa ser punido. Direito Penal Mínimo A certeza perseguida pelo direito penal mínimo está em que nenhum inocente seja punido à custa da incerteza de que também um culpado possa ficar impune. BEM JURÍDICO Segundo o professor Luís Greco, bens jurídicos são “dados fundamentais para a realização pessoal dos indivíduos ou para a subsistência do sistema social, compatíveis com a ordem constitucional”. FUNÇÃO DE GARANTIA O bem jurídico limita a atividade do legislador. A norma penal só pode incriminar condutas que lesionem bens jurídicos. FUNÇÃO TELEOLÓGICA A interpretação da norma penal deve levar em consideração o bem jurídico que é por ela tutelado. FUNÇÃO INDIVIDUALIZADORA O conceito de bem jurídico permite a individualização da pena a partir da avaliação da lesão causada ao bem jurídico. FUNÇÃO SISTEMÁTICA O conceito de bem jurídico é utilizado para sistematizar o Direito Penal, organizando-se as infrações a partir dos bens jurídicos violados. LEI PENAL NO TEMPO E NO ESPAÇO CLASSIFICAÇÃO DAS NORMAS PENAIS Incriminadoras Definem infrações penais. 680.456.466-91 CARD 03 – DIREITO PENAL | DROPS DELTA Ciclos Método 14 Não incriminadoras Estabelecem regras gerais de interpretação e aplicação das normas penais. Podem ser dos seguintes tipos: - Permissivas: excluem a ilicitude. - Exculpantes: excluem a culpabilidade. - Complementares: delimitam o campo de validade das leis incriminadoras. - Explicativas: esclarecem o conteúdo e o significado de outras leis penais. - Integrativas ou de extensão: complementam a tipicidade no tocante ao nexo causal nos crimes omissivos impróprios, à tentativa e à participação. - Diretivas: são as que estabelecem os princípios de determinada matéria. - LEI PENAL NO TEMPO: O artigo 4º do Código Penal adota a teoria da atividade, ou seja, o tempo do crime é o momento da ação ou omissão. Súmula 711, STF: A lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou ao crime permanente, se a sua vigência é anterior à cessação da continuidade ou da permanência. Quanto à aplicação da lei penal, adota a máxima tempus regit actum, estabelecendo, como regra, a irretroatividade da lei penal, salvo se mais benéfica ao acusado. - LEI PENAL NO ESPAÇO: O art. 6º do Código Penal, quanto ao local do crime, adota a teoria da ubiquidade, prescrevendo que se considera praticado o delito no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado. Quanto à aplicação da lei penal, adota o princípio da territorialidade mitigada, aplicando a lei brasileira aos fatos ocorridos no território nacional. TERRITÓRIO NACIONAL Efetivo ou real Espaço de terra entre as fronteiras, o mar territorial brasileiro e o espaço aéreo correspondente, que é a coluna de ar que fica acima da faixa de terra dentro das fronteiras, e acima do mar territorial. Por extensão ou flutuante Consideram-se como extensão do território nacional, para fins penais, as embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a serviço do governo brasileiro, onde quer que se encontrem, bem como as aeronaves e as embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, que se achem, respectivamente, no espaço aéreo correspondente ou em alto-mar. HIPÓTESES DE EXTRATERRITORIALIDADE: 680.456.466-91 CARD 03 – DIREITO PENAL | DROPS DELTA Ciclos Método 15 PRINCÍPIO DA PERSONALIDADE ATIVA O agente é punido de acordo com a lei brasileira, independentemente da nacionalidade do sujeito passivo e do bem jurídico ofendido. Art. 7º, I, “d” e art. 7º, II, “b”, CP. PRINCÍPIO DA PERSONALIDADE PASSIVA Ocorre nos casos em que a vítima é brasileira. O autor do delito que se encontrar em território brasileiro, embora seja estrangeiro, deverá ser julgado de acordo com nossa lei penal. Art. 7º, §3º, CP. PRINCÍPIO DO DOMICÍLIO O agente deve ser julgado de acordo com a lei do país em que for domiciliado, pouco importando a sua nacionalidade. Art. 7º, I, “d”, CP. PRINCÍPIO DA DEFESA,REAL ou PROTEÇÃO Permite submeter à lei brasileira os crimes praticados no estrangeiro que ofendam bens jurídicos pertencentes ao Brasil, qualquer que seja a nacionalidade do agente e o local do delito. Art. 7º, I, “a”, “b” e “c”, CP. PRINCÍPIOS DA JUSTIÇA UNIVERSAL ou JUSTIÇA COSMOPOLITA ou JURISDIÇÃO UNIVERSAL É característico da cooperação penal internacional porque todos os Estados da comunidade internacional podem punir os autores de determinados crimes que se encontrem em seu território, de acordo com convenções ou tratados internacionais, pouco importando a nacionalidade do agente, o local do crime ou o bem atingido. Art. 7º, II, “a”, CP. PRINCÍPIO DA REPRESENTAÇÃO ou PAVILHÃO ou BANDEIRA Deve ser aplicada a lei brasileira aos crimes cometidos em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada quando estivarem em território estrangeiro e aí não sejam julgados. Art. 7º, II, “c”, CP. #EXCEÇÃO: se a aeronave ou embarcação brasileira for pública ou estiver a serviço do governo brasileiro. Vamos aplicar o princípio da territorialidade com base no art. 5º, §1º, CP. #NÃOCONFUNDA: INTERPRETAÇÃO EXTENSIVA INTERPRETAÇÃO ANALÓGICA (ou intra legem) ANALOGIA (técnica de integração) Existe norma para o caso concreto, mas o texto pode ser ampliado pelo intérprete. Existe norma para o caso concreto. O legislador previu uma fórmula casuística seguida de uma outra genérica, dando margem ao intérprete. Não existe norma para o caso concreto e o juiz aplica a lei prevista para outra situação que seja similar. Não pode ser prejudicial ao réu (in malam partem). Ex. a previsão de proibição de extorsão mediante sequestro (art. 159, CP) abrange também a extorsão mediante cárcere privado. Ex. (qualificadora do homicídio) art. 121, §2º, I - mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe; Ex. adolescente estuprada que pretende interromper a gestação do seu feto pode fazer uso do aborto sentimental previsto no art. 128, II, CP, apesar deste não ter sido editado quando da previsão legal do estupro de vulnerável, portanto, não abrangendo essa hipótese. 680.456.466-91 CARD 03 – DIREITO PENAL | DROPS DELTA Ciclos Método 16 → CONFLITO APARENTE DE NORMAS PENAIS: Trata-se de hipótese em que há apenas um fato para o qual aparentemente se aplica mais de uma norma, porém só uma é cabível. Logo, não se confunde com concurso de crimes, no qual há mais de um crime, podendo ter um ou mais fatos. A solução perpassa pela aplicação de um dos seguintes princípios: ESPECIALIDADE No conflito entre um tipo penal específico e um tipo penal genérico, prevalece o específico. O tipo penal específico se caracteriza pela existência de elementos especializantes. Exemplo: homicídio e infanticídio. O infanticídio também se configura pela conduta de “matar alguém”, porém possui um elemento especializante, qual seja, (o próprio filho) sob a influência do estado puerperal, durante o parto ou logo após. SUBSIDIARIEDADE O tipo subsidiário descreve um crime autônomo com cominação de pena menos grave que a prevista em outro tipo penal, chamado de norma primária. Tem-se a figura do “soldado de reserva” (a norma subsidiária só será aplicada quando não houver incidência da norma primária). Subsidiariedade expressa - a própria lei determina que só se aplica a lei mais branda se o fato não constituir crime mais grave. Exs: arts 132 e 238, CP. Subsidiariedade tácita – as elementares de um tipo estão contidas na forma de elementares ou circunstâncias acidentais de outro tipo. Ex: o crime de ameaça (art. 147) integra o de constrangimento ilegal (art.146). CONSUNÇÃO É a absorção de um crime pelo outro. Vejamos as hipóteses: ✓ Crime progressivo: O delito de menor gravidade é um crime de passagem obrigatória, pois o agente desde o início da conduta possui a intenção de alcançar o resultado mais grave (o dolo é o mesmo desde o início). Exemplo: Para consumar o homicídio necessariamente haverá o crime de lesão corporal (crime de passagem). Progressão criminosa (em sentido estrito): O agente produz o resultado pretendido, mas, em seguida, resolve progredir na violação do bem jurídico e produz um resultado mais grave que o anterior (há substituição do dolo). Exemplo: o agente quer, inicialmente, apenas lesionar a vítima. Porém, no decorrer da conduta, o dolo passar a ser de matar. O agente responde por homicídio, que absorve a lesão corporal. Crime-meio é absorvido pelo crime-fim: 680.456.466-91 CARD 03 – DIREITO PENAL | DROPS DELTA Ciclos Método 17 Ocorre quando o agente pratica um crime como meio necessário para a prática de outro. Exemplo: falsificação de documento para praticar estelionato. Nesse caso, a falsificação é meio necessário para o estelionato. #DEOLHONASÚMULA Súmula 17, STJ: Quando o falso se exaure no estelionato, sem mais potencialidade lesiva, é por este absorvido. Post factum impunível: Sempre que o fato posterior (eventual crime posterior) se referir ao mesmo bem jurídico e à mesma vítima. Exemplo: indivíduo furta uma caneta e, depois, a destrói. Nesse caso, o sujeito responde apenas por furto, e não por furto e dano. #DEOLHONAJURIS: Se o sujeito armazena (art. 241-B) arquivos digitais contendo cena de sexo explícito e pornográfica envolvendo crianças e adolescentes e depois disponibiliza (art. 241-A), pela internet, esses arquivos para outra pessoa, esse indivíduo terá praticado dois crimes ou haverá consunção e ele responderá por apenas um dos delitos? Em regra, não há automática consunção quando ocorrem armazenamento e compartilhamento de material pornográfico infanto-juvenil. Isso porque o cometimento de um dos crimes não perpassa, necessariamente, pela prática do outro. No entanto, é possível a absorção a depender das peculiaridades de cada caso, quando as duas condutas guardem, entre si, uma relação de meio e fim estreitamente vinculadas. O princípio da consunção exige um nexo de dependência entre a sucessão de fatos. Se evidenciado pelo caderno probatório que um dos crimes é absolutamente autônomo, sem relação de subordinação com o outro, o réu deverá responder por ambos, em concurso material. A distinção se dá em cada caso, de acordo com suas especificidades. STJ. 6ª Turma. REsp 1.579.578-PR, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 04/02/2020 (Info 666). ALTERNATIVIDADE Aplica-se aos tipos penais mistos (crimes de ação múltipla). Ocorre quando, no tipo penal, é previsto mais de uma conduta, mas a realização de mais de uma delas, no mesmo contexto fático e com o mesmo bem jurídico, configura apenas um crime. Exemplo: art. 33, da Lei de Drogas. #JURISEMFRASES: 680.456.466-91 CARD 03 – DIREITO PENAL | DROPS DELTA Ciclos Método 18 Para que vocês não percam tempo com jurisprudência, separamos aqui algumas frases retiradas de informativos que vão ajudar você a acertar aquela questão objetiva que você tem certeza de que já leu e não lembra dos termos! JURIS EM FRASES Súmula 17 - STJ Quando o falso se exaure no estelionato, sem mais potencialidade lesiva, é por este absorvido. Súmula 502 - STJ Presentes a materialidade e a autoria, afigura-se típica, em relação ao crime previsto no art. 184, § 2º, do CP, a conduta de expor à venda CDs e DVDs piratas. Súmula 606 - STJ Não se aplica o princípio da insignificância a casos de transmissão clandestina de sinal de internet via radiofrequência, que caracteriza o fato típico previsto no art. 183 da Lei n. 9.472/1997. Súmula 599 - STJ O princípio da insignificância é inaplicável aos crimes contra a administração pública. Súmula 711 - STF A lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou ao crime permanente, se a sua vigência é anterior à cessação da continuidadeou da permanência. Info 541 - STJ o crime de posse de drogas para consumo pessoal (art. 28 da Lei nº 11.343/06) é de perigo presumido ou abstrato e a pequena quantidade de droga faz parte da própria essência do delito em questão, não lhe sendo aplicável o princípio da insignificância Info 662 - STJ Incide o princípio da insignificância aos crimes tributários federais e de descaminho quando o débito tributário verificado não ultrapassar o limite de R$ 20.000,00 (vinte mil reais), a teor do disposto no art. 20 da Lei n. 10.522/2002, com as atualizações efetivadas pelas Portarias n. 75 e 130, ambas do Ministério da Fazenda. O fato da União, por razões políticas ou administrativas, optar por autorizar o pedido de arquivamento das execuções fiscais que não ultrapassam o referido patamar não permite, por si só, que a mesma liberalidade seja estendida aos demais entes federados, o que somente poderia ocorrer caso estes também legislassem no mesmo sentido, tendo em vista que são dotados de autonomia. Info 666 - STJ Em regra, não há automática consunção quando ocorrem armazenamento e compartilhamento de material pornográfico infanto-juvenil, ou seja, se o sujeito armazena (art. 241-B) arquivos digitais contendo cena de sexo explícito e pornográfica envolvendo crianças e adolescentes e depois disponibiliza (art. 241-A), pela internet, esses arquivos para outra pessoa. Info 665 - STJ A despeito da presença de qualificadora no crime de furto possa, à primeira vista, impedir o reconhecimento da atipicidade material da conduta, a análise conjunta das circunstâncias pode demonstrar a ausência de lesividade do fato imputado, recomendando a aplicação do princípio da insignificância. Info 938 - STF A reincidência não impede, por si só, que o juiz da causa reconheça a insignificância penal da conduta, à luz dos elementos do caso concreto. No entanto, com base no caso concreto, o juiz pode entender que a absolvição com base nesse princípio é penal ou socialmente indesejável. Nesta hipótese, o magistrado condena o réu, mas utiliza a circunstância de o bem furtado ser insignificante para fins de fixar o regime inicial aberto. Desse modo, o juiz não absolve o réu, mas utiliza a insignificância para criar uma exceção jurisprudencial à regra do art. 33, § 2º, “c”, do CP, com base no princípio da proporcionalidade Info Ed. Esp. 10 - STJ É inviável a aplicação do princípio da insignificância ao furto praticado quando, para além do valor da res furtiva exceder o limite de 10% do valor do salário-mínimo vigente à época dos fatos, o acusado é multirreincidente, ostentando diversas 680.456.466-91 CARD 03 – DIREITO PENAL | DROPS DELTA Ciclos Método 19 condenações anteriores por crimes contra o patrimônio. Processo sob segredo de justiça. Rel. Ministro Jorge Mussi, Quinta Turma, por unanimidade, julgado em 14/11/2022, DJe 22/11/2022. Info 746 STJ A multirreincidência específica somada ao fato de o acusado estar em prisão domiciliar durante as reiterações criminosas são circunstâncias que inviabilizam a aplicação do princípio da insignificância. REsp 1.957.218-MG, Rel. Min. Olindo Menezes (Desembargador convocado do TRF 1ª Região), Sexta Turma, por maioria, julgado em 23/08/2022. (Info 746) Info 744 STJ Admite-se reconhecer a não punibilidade de um furto de coisa com valor insignificante, ainda que presentes antecedentes penais do agente, se não denotarem estes tratar-se de alguém que se dedica, com habitualidade, a cometer crimes patrimoniais. AgRg no REsp 1.986.729-MG, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, Sexta Turma, por unanimidade, julgado em 28/06/2022, DJe 30/06/2022. (Info 744 - STJ) Info Ed. Esp. 7 - STJ Admite-se, excepcionalmente, a aplicação do princípio da insignificância a crime praticado em prejuízo da administração pública quando for ínfima a lesão ao bem jurídico tutelado. RHC 153.480-SP, Rel. Min. Laurita Vaz, Sexta Turma, por unanimidade, julgado em 24/05/2022, DJe 31/05/2022. Info 973 STF É possível aplicar o princípio da insignificância para o furto de mercadorias avaliadas em R$ 29,15, mesmo que a subtração tenha ocorrido durante o período de repouso noturno e mesmo que o agente seja reincidente. Vale ressaltar que os produtos haviam sido furtados de um estabelecimento comercial e que logo após o agente foi preso, ainda na porta do estabelecimento. Objetos furtados: R$ 4,15 em moedas, uma garrafa de Coca-Cola, duas garrafas de cerveja e uma garrafa de pinga marca 51, tudo avaliado em R$ 29,15. STF. 2ª Turma. HC 181389 AgR/SP, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 14/4/2020 (Info 973). #VAMOSTREINAR? #JÁCAIU #SAINDODOFORNO Ano: 2022 Banca: VUNESP Órgão: PC-RR Prova: VUNESP - 2022 - PC-RR - Delegado de Polícia Civil2 Tendo em conta os princípios fundamentais do Direito Penal, bem como as disposições constitucionais aplicáveis ao Direito Penal, assinale a alternativa correta. Alternativas A O princípio da dignidade da pessoa humana, no âmbito penal, implica vedação de tratamento degradante e cruel, servindo de fundamento, na jurisprudência dos tribunais superiores, à concessão de prisão domiciliar a preso em estado terminal. B Em vista da reserva legal, vertente do princípio da legalidade, medida provisória, lei complementar, leis delegadas, resoluções e decretos não podem tratar de temática penal. C O princípio de bis in idem veda que se utilize a reincidência como agravante genérico da pena. D A aplicação do princípio da insignificância, pela jurisprudência dos tribunais superiores, prescinde de qualquer valoração pessoal do agente, bastando a inexpressividade da lesividade da conduta. 2 GABARITO: A 680.456.466-91 CARD 03 – DIREITO PENAL | DROPS DELTA Ciclos Método 20 E O princípio da intranscendência da pena veda que se atribua punição com fulcro exclusivo em questões pessoais do autor, dissociada da prática de fato típico, ilícito e culpável. Ano: 2022 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: PC-RO Prova: CESPE / CEBRASPE - 2022 - PC-RO - Delegado de Polícia3 Assinale a opção correta, no que diz respeito às contravenções penais. Alternativas A É aplicável o princípio da extraterritorialidade às contravenções penais. B Como regra, aplica-se o princípio da culpabilidade às contravenções penais. C O princípio da subsidiariedade é aplicável às contravenções penais. D São puníveis as contravenções praticadas nas formas tentada e consumada. E Nas contravenções penais, é possível a conversão da pena de multa em prisão simples. Ano: 2022 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: PC-RO Prova: CESPE / CEBRASPE - 2022 - PC-RO - Delegado de Polícia4 Ao tratar de determinada função do direito penal, Cleber Masson esclarece que esta é “inerente a todas as leis, não dizendo respeito somente às de cunho penal. Não produz efeitos externos, mas somente na mente dos governantes e dos cidadãos. (...) Manifesta-se, comumente, no direito penal do terror, que se verifica com a inflação legislativa (direito penal de emergência), criando-se exageradamente figuras penais desnecessárias, ou então com o aumento desproporcional e injustificado das penas para os casos pontuais (hipertrofia do direito penal).” O autor ainda conclui que a função deve ser afastada, pois cumpre funções governamentais, ou seja, tarefas que não podem ser atribuídas ao direito penal. No texto apresentado anteriormente, Cleber Masson está se referindo à função denominada Alternativas A ético-social. B simbólica. C instrumento de controle social. D motivadora. E promocional. Ano: 2022 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: PC-RO Prova: CESPE / CEBRASPE - 2022 - PC-RO - Delegado de Polícia5 O cotejo se dá entre fatos concretos, de modo que o mais completo, o inteiro, prevalece sobre a fração. Não há um único fato buscando se abrigar em uma ou outra lei penal caracterizada por notas especializantes, mas uma sucessão de fatos, todospenalmente tipificados, na qual o mais amplo consome o menos amplo, evitando-se que este seja duplamente punido, como parte de um todo e como crime autônomo. 3 GABARITO: C 4 GABARITO B 5 GABARITO: B 680.456.466-91 CARD 03 – DIREITO PENAL | DROPS DELTA Ciclos Método 21 Cleber Masson (com adaptações). No conflito aparente de normas, o trecho apresentado explica o princípio da Alternativas A legalidade. B consunção. C especialidade. D subsidiariedade. E alternatividade. Ano: 2022 Banca: IBFC Órgão: PC-BA Prova: IBFC - 2022 - PC-BA - Delegado de Polícia - (Reaplicação)6 Relativamente aos métodos de interpretação da lei penal, assinale a alternativa incorreta. Alternativas A Intepretação contextual é realizada dentro do próprio texto elaborado, como no caso do art. 327 do Código Penal, que explica o conceito de funcionário público para fins penais B A interpretação evolutiva é a forma de interpretação que, ao longo do tempo, vai se adaptando às mudanças político-sociais e às necessidades do momento, como no caso da aplicação do crime de ato obsceno, previsto no art. 233 do Código Penal, em que no passado se entendia que condutas como o beijo lascivo se enquadravam em tal delito, mas, no presente, devido à maior “liberdade sexual”, entende-se que o beijo lascivo, por si só, ainda que praticado em via pública, não configura o crime C A interpretação doutrinária paralela é aquela que surge simultaneamente a um texto legal. Em resumo, o legislador edita determinada norma e, junto a ela, traz ensinamentos doutrinários sobre a sua matéria. Exemplo nítido de interpretação doutrinária simultânea é a Exposição de Motivos do Código Penal D A interpretação teleológica-objetiva busca a vontade da lei em si, por meio da análise da exposição de motivos da lei, por exemplo E A interpretação lógico-sistemática procura o sentido da lei, através da função gramatical dos vocábulos. Trata-se da primeira etapa do processo interpretativo, pois as palavras podem ser equívocas, não espelhando com fidelidade a vontade da lei Ano: 2022 Banca: VUNESP Órgão: PC-SP Prova: VUNESP - 2022 - PC-SP - Delegado de Polícia7 Na evolução do direito processual penal, percebe-se a influência de outros ramos do direito. O ____________deu uma atenção ao aspecto subjetivo do crime, combateu a vingança privada, humanizou as penas, reprimiu o uso de ordálias e introduziu as penas privativas de liberdade em substituição às patrimoniais. É correto afirmar que o ramo do direito que corretamente completa o enunciado é: Alternativas 6 GABARITO: E 7 GABARITO: E 680.456.466-91 CARD 03 – DIREITO PENAL | DROPS DELTA Ciclos Método 22 A Direito Americano B Direito Romano C Direito Germânico D Direito Francês E Direito Canônico Ano: 2022 Banca: VUNESP Órgão: PC-SP Prova: VUNESP - 2022 - PC-SP - Delegado de Polícia8 A Extraterritorialidade do art. 7º do CP é fenômeno que Alternativas A considera o crime praticado tanto no local da ação quanto no local do resultado. B estabelece que a pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil pelo mesmo crime, quando diversas, ou nela é computada, quando idênticas. C autoriza a aplicação da lei penal estrangeira a determinados fatos praticados no território nacional. D considera como território nacional o mar territorial e seu respectivo espaço aéreo. E prescreve a aplicação da lei penal brasileira a determinados fatos cometidos fora do território nacional. Ano: 2022 Banca: FGV Órgão: PC-AM Prova: FGV - 2022 - PC-AM - Delegado de Polícia - Edital nº 019 O princípio da insignificância é admitido na doutrina e na jurisprudência em relação ao delito de Alternativas A descaminho. B uso de documento falso. C supressão de documento. D roubo simples. E contrabando. Ano: 2022 Banca: FGV Órgão: PC-AM Prova: FGV - 2022 - PC-AM - Delegado de Polícia - Edital nº 0110 O princípio da insignificância é compatível com o furto praticado Alternativas A por escalada. B por arrombamento. C durante o repouso noturno. D em concurso de pessoas. E por clandestinidade. 8 GABARITO: E 9 GABARITO: A 10 GABARITO: E 680.456.466-91 CARD 03 – DIREITO PENAL | DROPS DELTA Ciclos Método 23 Ano: 2022 Banca: FGV Órgão: PC-AM Prova: FGV - 2022 - PC-AM - Delegado de Polícia - Edital nº 0111 Assinale a opção que corresponde a bem jurídico coletivo aparente. Alternativas A Meio ambiente equilibrado. B Administração estatal da justiça. C Incolumidade pública. D Ordem econômica. E Relações de consumo. 11 GABARITO: C 680.456.466-91