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<p>RESUMO DIREITO FINANCEIRO</p><p>1</p><p>www.gabaritojuridico.com.br</p><p>RESUMO DIREITO FINANCEIRO</p><p>2</p><p>www.gabaritojuridico.com.br</p><p>ÍNDICE</p><p>Orçamento 3</p><p>Princípios orçamentários 6</p><p>Orçamentação 14</p><p>Plano Plurianual – PPA 19</p><p>Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) 21</p><p>Lei Orçamentária Anual (LOA) 24</p><p>Receita Pública 41</p><p>Taxa X Tarifa 44</p><p>Despesa Pública 46</p><p>Dívida Ativa 61</p><p>Crédito Público 63</p><p>Dívida Pública 66</p><p>RESUMO DIREITO FINANCEIRO</p><p>3</p><p>www.gabaritojuridico.com.br</p><p>Orçamento: conceito, espécies, natureza jurídica e princípios</p><p>orçamentários.</p><p>CONCEITO</p><p>A Lei nº 4.320/1964 é o marco legislativo do direito financeiro no Brasil:</p><p>seus dispositivos estabelecem as normas gerais relativas à atividade financeira</p><p>do Estado e detalham a obtenção de receitas e realização de despesas.</p><p>O Direito Financeiro estuda a finalidade principal do Estado, qual seja,</p><p>atingir o bem comum e o desenvolvimento de atividades estatais. Os custos</p><p>para o desenvolvimento de tais atividades, sempre crescentes, justificam a ação</p><p>estatal de obtenção de receita pública para prestar os serviços públicos que</p><p>atenderão essas necessidades coletivas públicas.</p><p>A atividade financeira se traduz, portanto, no conjunto de tais fenômenos:</p><p>receita, despesa, orçamento e crédito público. Em outras palavras, a atividade</p><p>financeira do Estado é a ferramenta mediante a qual se realiza o próprio fim</p><p>estatal.</p><p>Conceito de atividade financeira: trata-se do conjunto de atividades</p><p>realizadas pelo Estado, com vistas ao atendimento das necessidades públicas.</p><p>O ORÇAMENTO PÚBLICO, de acordo com a doutrina moderna, nada</p><p>mais é do que a lei que programa a vida financeira do Estado, sendo permitido,</p><p>inclusive, haver endividamento do Estado, caso haja interesse público. Dito de</p><p>outro modo, orçamento público é uma lei que autoriza os gastos que o Governo</p><p>pode realizar durante um período determinado de tempo, discriminando</p><p>detalhadamente as obrigações que deva concretizar, com a previsão</p><p>concomitante dos ingressos necessários para cobri-las.</p><p>ESPÉCIES</p><p>A doutrina costuma definir quatro tipos de orçamento: o tradicional, o de</p><p>desempenho, o orçamento-programa e o orçamento base zero.</p><p>Orçamento tradicional: era aquele desvinculado de qualquer</p><p>planejamento, com ênfase em questões contábeis. Era uma mera peça contábil,</p><p>não havendo qualquer preocupação com objetivos a serem atingidos, buscando</p><p>apenas explicar o objeto do gasto, sem qualquer participação da sociedade.</p><p>RESUMO DIREITO FINANCEIRO</p><p>4</p><p>www.gabaritojuridico.com.br</p><p>Orçamento de desempenho: aqui o orçamento apenas autoriza e estima</p><p>as despesas pelos produtos a obter ou pelas tarefas a realizar, enfatizando o</p><p>resultado sem vinculação a um programa ou planejamento governamental.</p><p>Orçamento-programa: é uma evolução das espécies anteriores, de modo</p><p>que se trata de modelo em que os recursos se relacionam a objetivos, metas,</p><p>planejamentos e projetos de um plano de governo. É o modelo adotado no</p><p>Brasil a partir da Lei 4.320/64. O orçamento-programa busca a organização da</p><p>atuação estatal, sendo seu dever articular um conjunto de ações com vistas à</p><p>concretização de diversos programas que visam à solução de problemas ou ao</p><p>atendimento de determinada necessidade, visando a avaliação da eficiência, da</p><p>eficácia e da efetividade das ações governamentais.</p><p>O orçamento-programa expressa, financeira e fisicamente, os programas</p><p>de trabalho de governo, possibilitando a integração do planejamento com o</p><p>orçamento.</p><p>Orçamento base-zero: método em que cada órgão que solicita recurso</p><p>deve justificar os seus gastos sem utilizar o montante do exercício anterior como</p><p>parâmetro para valor inicial mínimo.</p><p>NATUREZA JURÍDICA</p><p>Segundo a doutrina clássica, o orçamento seria uma lei meramente formal</p><p>que prevê receitas públicas e autoriza os gastos. Ou seja, as leis orçamentárias</p><p>teriam apenas forma de lei, mas não teriam conteúdo de lei, visto que não</p><p>veiculariam direitos subjetivos, não se tratando de norma abstrata e genérica e,</p><p>por isso, não seria passível de controle de constitucionalidade.</p><p>Durante muitos anos o STF entendeu que a lei orçamentária e a lei de</p><p>diretrizes orçamentárias (LDO) não poderiam ser objeto de ação direta de</p><p>inconstitucionalidade. O argumento era que essas leis possuíam efeitos</p><p>concretos. Todavia, esse entendimento está superado, de modo que é possível a</p><p>impugnação, em sede de controle abstrato de constitucionalidade, de leis</p><p>orçamentárias.</p><p>Evolução do entendimento do STF acerca da possibilidade de controle</p><p>abstrato de constitucionalidade das leis orçamentárias:</p><p>�1998: Leis orçamentárias têm natureza concreta, sendo inviável o</p><p>controle em sede abstrata (ADIs 1649, 2057);</p><p>RESUMO DIREITO FINANCEIRO</p><p>5</p><p>www.gabaritojuridico.com.br</p><p>�2003: A possibilidade de controle abstrato depende do caso concreto</p><p>(ADI 2925);</p><p>�2008: Independentemente da densidade normativa, sempre será</p><p>possível o controle de constitucionalidade em sede abstrata, bastando que uma</p><p>lei em sentido formal seja objeto da controvérsia (ADI 4048);</p><p>�2016: Consolida e reafirma o entendimento acerca da possibilidade</p><p>de controle abstrato de constitucionalidade de lei orçamentária,</p><p>independentemente da análise do caso concreto (ADI 5449).</p><p>(...)</p><p>1. Leis orçamentárias que materializem atos de aplicação</p><p>primária da Constituição Federal podem ser submetidas a</p><p>controle de constitucionalidade em processos objetivos.</p><p>Precedentes. (ADI 5449 MC-Ref, Relator(a): TEORI</p><p>ZAVASCKI, Tribunal Pleno, julgado em 10/03/2016,</p><p>PROCESSO ELETRÔNICO DJe-077 DIVULG 20-04-2016</p><p>PUBLIC 22-04-2016)</p><p>O orçamento é impositivo, facultativo ou autorizativo?</p><p>Em regra, o orçamento sempre foi considerado como autorizativo e não</p><p>impositivo, pois existia mera previsão de gastos que seriam realizados de acordo</p><p>com a disponibilidade das receitas arrecadadas no exercício.</p><p>A LDO de 2014 inovou ao estabelecer a obrigatoriedade de execução de</p><p>emendas parlamentares individuais, até o limite de 1,2% da Receita Corrente</p><p>Líquida (RCL), sendo que metade desse valor seria, necessariamente, destinado</p><p>à saúde. Tal previsão acabou se transformando em emenda constitucional (EC</p><p>86/2015), posteriormente modificada pela EC 126/2022, que aumentou o</p><p>percentual das emendas parlamentares impositivas para 2%:</p><p>CF:</p><p>Art. 166:</p><p>(...)</p><p>§ 9º As emendas individuais ao projeto de lei orçamentária serão</p><p>aprovadas no limite de 2% (dois por cento) da receita corrente</p><p>líquida do exercício anterior ao do encaminhamento do projeto,</p><p>observado que a metade desse percentual será destinada a ações e</p><p>serviços públicos de saúde. (Redação dada pela Emenda</p><p>Constitucional nº 126, de 2022)</p><p>RESUMO DIREITO FINANCEIRO</p><p>6</p><p>www.gabaritojuridico.com.br</p><p>(...)</p><p>§ 11. É obrigatória a execução orçamentária e financeira das</p><p>programações oriundas de emendas individuais, em montante</p><p>correspondente ao limite a que se refere o § 9º deste artigo,</p><p>conforme os critérios para a execução equitativa da programação</p><p>definidos na lei complementar prevista no § 9º do art. 165 desta</p><p>Constituição, observado o disposto no § 9º-A deste artigo.</p><p>(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 126, de 2022)</p><p>Portanto, a partir de 2015, com a EC 86, foi iniciada uma grande mudança</p><p>cujo primeiro passo para um orçamento impositivo foi a criação da “emenda</p><p>parlamentar impositiva”. Mas ainda se tratava de uma impositividade parcial.</p><p>Avançando no tema, em 2019 tornou-se obrigatória a execução da</p><p>programação orçamentária oriunda de emendas de bancada de parlamentares,</p><p>mudança promovida pela EC 100/19:</p><p>§ 12. A garantia de execução de que trata o § 11 deste artigo</p><p>aplica-se também às programações incluídas por todas as emendas</p><p>de iniciativa de bancada de parlamentares de Estado ou do</p><p>Distrito Federal,</p><p>de ingresso: caução em garantia em processo de licitação.</p><p>Receita Corrente x Receita de Capital</p><p>Uma distinção dentro do conceito de receita é a diferença entre receita</p><p>corrente e receita de capital.</p><p>Receita Corrente não acrescenta nada ao patrimônio público, visto que são</p><p>convertidas em bens ou serviços e servem para manter o funcionamento da</p><p>máquina pública, não lhe acrescentando qualquer ativo. Em outras palavras, é</p><p>resultante das atividades próprias do Estado (arrecadação tributária, cobrança</p><p>de tarifas, transferências obrigatórias, etc).</p><p>4.320/64</p><p>Art. 11, § 1º São Receitas Correntes as receitas tributária, de</p><p>contribuições, patrimonial, agropecuária, industrial, de</p><p>serviços e outras e, ainda, as provenientes de recursos</p><p>financeiros recebidos de outras pessoas de direito público</p><p>RESUMO DIREITO FINANCEIRO</p><p>43</p><p>www.gabaritojuridico.com.br</p><p>ou privado, quando destinadas a atender despesas</p><p>classificáveis em Despesas Correntes.</p><p>RECEITAS CORRENTES:</p><p>Impostos, Taxas, contribuições de melhoria (TRIBUTOS)</p><p>Contribuições (não confundir com contribuição de melhoria)</p><p>Patrimonial</p><p>Agropecuária</p><p>Industrial</p><p>Serviços</p><p>Transferências correntes</p><p>Outras receitas correntes</p><p>Receita de Capital é a entrada resultante de operações onde o Poder</p><p>Público busca a captação externa de recursos. É dizer, é aquela em que há</p><p>aumento do patrimônio do Estado. Exemplo: transferência de recursos para</p><p>construção de equipamentos públicos, operações de endividamento</p><p>(empréstimos), etc.</p><p>4.320/64</p><p>Art. 11, § 2º São Receitas de Capital as provenientes da</p><p>realização de recursos financeiros oriundos de constituição de</p><p>dívidas; da conversão, em espécie, de bens e direitos; os</p><p>recursos recebidos de outras pessoas de direito público ou privado,</p><p>destinados a atender despesas classificáveis em Despesas de</p><p>Capital e, ainda, o superávit do Orçamento Corrente.</p><p>RECEITAS DE CAPITAL:</p><p>Operações de crédito</p><p>Alienações de bens</p><p>Amortização de empréstimos</p><p>Transferências de capital</p><p>Outras receitas de capital</p><p>RESUMO DIREITO FINANCEIRO</p><p>44</p><p>www.gabaritojuridico.com.br</p><p>CLASSIFICAÇÃO</p><p>Segundo sua origem: Originárias e derivadas</p><p>Aqui cabe indicar se a entrada de recursos públicos ocorre em razão de ato</p><p>de imposição estatal (receitas derivadas), ou se ocorre em razão de atividade do</p><p>Estado como agente privado (receitas originárias).</p><p>Receitas originárias são as resultantes das atividades do Estado como</p><p>agente particular. Em outras palavras, são aquelas receitas cuja produção está na</p><p>exploração do patrimônio no Estado, se assemelhando a uma relação jurídica</p><p>de direito privado, com bilateralidade, onde o Estado presta serviços, exerce</p><p>atividade econômica, dentre outros. Aqui a Administração se encontra em</p><p>relação de coordenação com o particular, onde a entrega de recursos não se</p><p>impõe, mas ocorre em razão da autonomia (HORIZONTALIDADE).</p><p>STF: O recebimento, pela União, estados, Distrito Federal e</p><p>municípios, de participação ou compensação financeira em razão</p><p>da exploração de “petróleo ou gás natural, de recursos hídricos</p><p>para fins de geração de energia elétrica e de outros recursos</p><p>minerais” (royalties) em seus territórios, plataforma</p><p>continental, mar territorial ou zona econômica exclusiva, nos</p><p>termos do artigo 20, § 1º, da Constituição possuem natureza de</p><p>“receita patrimonial originária” (ADI 4.606)</p><p>Receitas derivadas são as que o Estado aufere ao exercer seu poder de</p><p>império, arrecadando-as coercitivamente dos particulares observando-se,</p><p>sempre, o princípio da legalidade. Dito de outro modo, trata-se do poder de</p><p>imposição estatal em face do particular, decorrendo de uma relação de</p><p>subordinação (VERTICALIDADE). Há constrangimento do patrimônio do</p><p>particular.</p><p>Exemplo clássico é o dos tributos. Mas aqui é preciso ter cuidado: qual</p><p>teoria prevalece? A tripartite ou a pentapartite?</p><p>�Segundo o entendimento do STF, para o Direito TRIBUTÁRIO os tributos</p><p>observam a teoria PENTAPARTITE: impostos, taxas, contribuição de melhoria,</p><p>empréstimos compulsórios e contribuições especiais.</p><p>�Já para o Direito FINANCEIRO continua válida a TEORIA TRIPARTITE: são</p><p>tributos apenas os impostos, taxas e contribuição de melhoria.</p><p>Mas qual a importância dessa diferença?</p><p>RESUMO DIREITO FINANCEIRO</p><p>45</p><p>www.gabaritojuridico.com.br</p><p>�Significa que apenas essas 3 espécies tributárias são consideradas como</p><p>receitas estatais DERIVADAS (arrecadadas coercitivamente), enquanto os</p><p>empréstimos compulsórios e as contribuições especiais classificam-se como</p><p>receitas ORIGINÁRIAS do Estado (relação jurídica privada).</p><p>TAXA x TARIFA</p><p>As tarifas (preço público) são receitas originárias ou derivadas? E as</p><p>taxas? Qual a diferença entre taxa e tarifa?</p><p>Tem-se a possibilidade do surgimento das taxas perante duas</p><p>perspectivas: Em razão do poder de Polícia e pela utilização de serviços públicos</p><p>específicos e divisíveis.</p><p>Taxa é tributo cobrado de quem utiliza serviço público especial e</p><p>divisível, de caráter administrativo ou jurisdicional, ou o tem a sua disposição, e</p><p>ainda quando provoca em seu benefício, ou por ato seu, despesa especial dos</p><p>cofres públicos. Exemplo: taxa de bombeiros, taxa de limpeza pública (TLP),</p><p>licenciamento veículo, etc.</p><p>Por sua vez, a taxa cobrada em razão do poder de polícia decorre da</p><p>atuação do Estado na qualidade de regulador. Exemplo: taxa de alvará de</p><p>construção; taxa de fiscalização, etc.</p><p>Tarifa (ou preço público), por sua vez, é contraprestação pecuniária</p><p>devida pelo particular em razão da utilização efetiva de serviços públicos, que</p><p>também sejam específicos e divisíveis.</p><p>Mas qual é a diferença?</p><p>A principal diferença entre taxa e tarifa está na possibilidade de</p><p>delegação do serviço público prestado pelo ente estatal. É dizer, quando se tratar</p><p>de serviços públicos propriamente estatais, onde a prestação do serviço é de</p><p>exclusividade do Estado (indelegável), a contraprestação será em forma de taxa.</p><p>Por sua vez, se o serviço puder ser prestado sob o regime de concessão ou</p><p>permissão (delegável) e, consequentemente, prestado por empresas privadas,</p><p>contratadas pelo Estado, a contraprestação será por meio de tarifa. Exemplos:</p><p>serviço de água e esgoto, serviço de energia elétrica, serviço de transporte</p><p>público, etc.</p><p>Portanto, a TAXA tem natureza legal, remunera serviço ligado à</p><p>soberania do Estado e serviço essencial ao interesse público, se tratando de uma</p><p>relação tributária e é RECEITA DERIVADA; enquanto a TARIFA tem natureza</p><p>contratual, remunera serviço público não essencial, se tratando de uma relação</p><p>RESUMO DIREITO FINANCEIRO</p><p>46</p><p>www.gabaritojuridico.com.br</p><p>consumerista e é RECEITA ORIGINÁRIA (seja o serviço público prestado pelo</p><p>Estado, seja prestado pelo delegatário).</p><p>Elemento importante para diferenciar os dois institutos é a</p><p>COMPULSORIEDADE:</p><p>Súmula 545-STF: Preços de serviços públicos e taxas não se confundem,</p><p>porque estas, diferentemente daqueles, são compulsórias e têm sua cobrança</p><p>condicionada à prévia autorização orçamentária, em relação à lei que as instituiu.</p><p>STF:</p><p>TRIBUTÁRIO E CONSTITUCIONAL. PEDÁGIO.</p><p>NATUREZA JURÍDICA DE PREÇO PÚBLICO. DECRETO</p><p>34.417/92, DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL.</p><p>CONSTITUCIONALIDADE. 1. O pedágio cobrado pela efetiva</p><p>utilização de rodovias conservadas pelo Poder Público, cuja</p><p>cobrança está autorizada pelo inciso V, parte final, do art. 150 da</p><p>Constituição de 1988, não tem natureza jurídica de taxa, mas</p><p>sim de preço público, não estando a sua instituição,</p><p>consequentemente, sujeita ao princípio da legalidade estrita. 2.</p><p>Ação direta de inconstitucionalidade julgada improcedente. (ADI</p><p>800, Relator(a): TEORI ZAVASCKI, Tribunal Pleno, julgado em</p><p>11/06/2014, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-125 DIVULG 27-</p><p>06-2014 PUBLIC 01-07-2014)</p><p>Segundo o STF (RE 597854), as universidades públicas podem cobrar</p><p>mensalidade por curso de especialização que possui natureza jurídica de</p><p>TARIFA (PREÇO PÚBLICO):</p><p>“Isso porque, em primeiro lugar, a adoção do regime de direito</p><p>público, previsto</p><p>no art. 37 da CRFB, não impõe, necessariamente, que a obtenção</p><p>de receita seja exclusivamente pela via tributária. Ademais, o princípio da</p><p>gratuidade está a vedar, precisamente, a cobrança de prestação compulsória (art.</p><p>205 da CRFB), como ocorre nas atividades de manutenção e desenvolvimento do</p><p>ensino. Além disso, tendo em conta que as atividades extraordinárias são</p><p>desempenhadas de modo voluntário por parte das universidades, podem elas</p><p>estabelecer uma tarifa como contraprestação”</p><p>CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO. RECURSO</p><p>EXTRAORDINÁRIO COM REPERCUSSÃO GERAL.</p><p>COBRANÇA DE MENSALIDADE EM CURSO DE PÓS-</p><p>GRADUAÇÃO LATO SENSU POR INSTITUIÇÃO</p><p>RESUMO DIREITO FINANCEIRO</p><p>47</p><p>www.gabaritojuridico.com.br</p><p>PÚBLICA DE ENSINO. CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO.</p><p>POSSIBILIDADE. OFENSA AO PRINCÍPIO DA</p><p>GRATUIDADE DO ENSINO EM ESTABALECIMENTOS</p><p>OFICIAIS. INOCORRÊNCIA. 1. A garantia constitucional</p><p>da gratuidade de ensino não obsta a cobrança, por</p><p>universidades públicas, de mensalidade em curso de</p><p>especialização. 2. Recurso extraordinário a que se dá</p><p>provimento. (RE 597854, Relator(a): EDSON FACHIN,</p><p>Tribunal Pleno, julgado em 26/04/2017, ACÓRDÃO</p><p>ELETRÔNICO REPERCUSSÃO GERAL - MÉRITO DJe-214</p><p>DIVULG 20-09-2017 PUBLIC 21-09-2017)</p><p>DESPESA PÚBLICA: conceito, classificação, princípio da legalidade;</p><p>técnica de realização da despesa pública: empenho, liquidação e</p><p>pagamento; disciplina constitucional e legal dos precatórios</p><p>CONCEITO</p><p>É o conjunto de gastos efetivados pela Administração para atingir suas</p><p>finalidades precípuas, financiando as ações governamentais com o objetivo de</p><p>satisfazer necessidades públicas, o que implica no funcionamento e</p><p>desenvolvimento de serviços públicos e na manutenção da estrutura</p><p>administrativa necessária para tal fim.</p><p>Toda despesa deve, não apenas indicar a fonte respectiva de</p><p>financiamento, mas também ter autorização do Poder Legislativo (princípio da</p><p>legalidade).</p><p>Em regra, tal autorização consta na LOA. Todavia, é possível que a</p><p>despesa não esteja prevista originariamente na LOA, sendo necessária a abertura</p><p>de crédito adicional (especial, suplementar ou extraordinário).</p><p>Portanto, é possível observar a dependência da despesa ao princípio da</p><p>legalidade, visto que toda e qualquer despesa deve vir prevista em lei, ainda que</p><p>seja na forma de crédito adicional, salvo o crédito extraordinário que poderá ser</p><p>veiculado mediante MEDIDA PROVISÓRIA, justamente pela sua característica</p><p>da imprevisibilidade e urgência.</p><p>RESUMO DIREITO FINANCEIRO</p><p>48</p><p>www.gabaritojuridico.com.br</p><p>Nesse sentido, a Constituição não apenas possibilita a utilização de</p><p>medidas provisórias, mas, igualmente, limita as possibilidades fáticas quanto ao</p><p>cabimento dos créditos extraordinários.</p><p>O STF já se posicionou nesse sentido: os créditos extraordinários são</p><p>exceções à regra e somente devem ter lugar diante das situações fáticas</p><p>discriminadas na Constituição. Uma despesa que seja urgente, mas não esteja</p><p>relacionada com as motivações constitucionais (guerra, comoção ou</p><p>calamidade) não pode ser objeto de autorização via crédito extraordinário e,</p><p>consequentemente, via medida provisória (ADI 4048/DF).</p><p>A despesa pública sempre depende de autorização legislativa e inclusão</p><p>no orçamento. A autorização pode estar prevista de forma genérica na LOA, que</p><p>pode estabelecer critérios rígidos para a abertura dos créditos via decreto do</p><p>Chefe do Poder Executivo.</p><p>Por sua vez, na hipótese de despesas não previstas ou insuficientemente</p><p>dotadas, a solução será a abertura de crédito adicional (especial, suplementar ou</p><p>extraordinário), devendo os créditos extraordinários ficarem limitados às</p><p>situações de efetiva urgência e imprevisibilidade e, nessas específicas situações,</p><p>ser aberto mediante medida provisória.</p><p>CLASSIFICAÇÃO</p><p>Despesas correntes e despesas de capital (art. 12 da Lei 4.320/64)</p><p>As DESPESAS CORRENTES são destinadas à manutenção da máquina</p><p>pública (pagamento de pessoal, despesas de consumo, etc). É dizer, são as que</p><p>propiciam as atividades próprias do Estado (custeio). Não gera aumento de</p><p>patrimônio e contribui para a continuidade do Estado. São subdivididas em</p><p>despesas de custeio e transferências correntes.</p><p>Despesas de custeio são as dotações para manutenção de serviços</p><p>anteriormente criados, inclusive as destinadas a atender obras de conservação e</p><p>adaptação de bens. São despesas em que há uma CONTRAPRESTAÇÃO ao</p><p>pagamento (remuneração de servidores públicos).</p><p>§ 1º Classificam-se como Despesas de Custeio as dotações para</p><p>manutenção de serviços anteriormente criados, inclusive as</p><p>destinadas a atender a obras de conservação e adaptação de bens</p><p>imóveis.</p><p>RESUMO DIREITO FINANCEIRO</p><p>49</p><p>www.gabaritojuridico.com.br</p><p>Transferências correntes são as dotações para despesas as quais</p><p>NÃO CORRESPONDA CONTRAPRESTAÇÃO direta em bens ou serviços.</p><p>Exemplos: aposentados, pensionistas, juros da dívida, etc.</p><p>§ 2º Classificam-se como Transferências Correntes as dotações</p><p>para despesas as quais não corresponda contraprestação direta em</p><p>bens ou serviços, inclusive para contribuições e subvenções</p><p>destinadas a atender à manutenção de outras entidades de direito</p><p>público ou privado.</p><p>As DESPESAS DE CAPITAL, por sua vez, são eventuais e marcadas por</p><p>uma operação financeira relativa a uma aquisição patrimonial. Dito de outro</p><p>modo, são aquelas cujo resultado será o aumento de patrimônio e de capacidade</p><p>produtiva (ou redução da dívida). Pode ser subdividida em três:</p><p>Investimento: dotações destinadas para a execução de obras,</p><p>aquisição de imóveis, equipamentos e materiais permanentes, etc.</p><p>§ 4º Classificam-se como investimentos as dotações para o</p><p>planejamento e a execução de obras, inclusive as destinadas à</p><p>aquisição de imóveis considerados necessários à realização destas</p><p>últimas, bem como para os programas especiais de trabalho,</p><p>aquisição de instalações, equipamentos e material permanente e</p><p>constituição ou aumento do capital de emprêsas que não sejam de</p><p>caráter comercial ou financeiro.</p><p>Inversões financeiras: aquisição de imóveis ou bens de capital JÁ</p><p>EM UTILIZAÇÃO. Portanto, se estará diante de um “investimento” nos casos</p><p>em que há o efetivo aumento do Produto Interno Bruto (PIB), pois se trata de</p><p>construir ou adquirir novos bens que não integravam a economia. Por sua vez,</p><p>quando se trata de inversões financeiras o bem já estava em utilização, o que</p><p>representa a manutenção do PIB, ainda que haja aumento do patrimônio.</p><p>§ 5º Classificam-se como Inversões Financeiras as dotações</p><p>destinadas a:</p><p>I - aquisição de imóveis, ou de bens de capital já em utilização;</p><p>II - aquisição de títulos representativos do capital de emprêsas ou</p><p>entidades de qualquer espécie, já constituídas, quando a operação</p><p>não importe aumento do capital;</p><p>III - constituição ou aumento do capital de entidades ou emprêsas</p><p>que visem a objetivos comerciais ou financeiros, inclusive</p><p>operações bancárias ou de seguros.</p><p>RESUMO DIREITO FINANCEIRO</p><p>50</p><p>www.gabaritojuridico.com.br</p><p>Transferências de capital: são despesas resultantes da remessa de</p><p>recursos a outras pessoas jurídicas, de direito público ou não, com a finalidade</p><p>de custear investimentos ou inversões financeiras.</p><p>§ 6º São Transferências de Capital as dotações para</p><p>investimentos ou inversões financeiras que outras pessoas de</p><p>direito público ou privado devam realizar, independentemente de</p><p>contraprestação direta em bens ou serviços, constituindo essas</p><p>transferências auxílios ou contribuições, segundo derivem</p><p>diretamente da Lei de Orçamento ou de lei especialmente anterior,</p><p>bem como as dotações para amortização da dívida pública.</p><p>TÉCNICA DE REALIZAÇÃO DA DESPESA PÚBLICA: EMPENHO,</p><p>LIQUIDAÇÃO E PAGAMENTO</p><p>EMPENHO</p><p>Trata-se da reserva a ser feita no orçamento que não poderá ser utilizada</p><p>para pagamento diverso daquele que a justificou. Toda despesa necessita do</p><p>respectivo empenho. Portanto, toda despesa necessita de um prévio empenho</p><p>que, nada mais é do que uma reserva de</p><p>recursos.</p><p>Lei 4.320/64:</p><p>Art. 58. O empenho de despesa é o ato emanado de autoridade</p><p>competente que cria para o Estado obrigação de pagamento</p><p>pendente ou não de implemento de condição.</p><p>(...)</p><p>Art. 60. É vedada a realização de despesa sem prévio empenho.</p><p>O documento que comprova a existência do empenho é a NOTA DE</p><p>EMPENHO, onde deve constar o nome do credor, dotação orçamentária, tipo de</p><p>empenho, valor, etc.</p><p>A nota de empenho é título executivo extrajudicial por ser dotada dos</p><p>requisitos da liquidez, certeza e exigibilidade (STJ, REsp 894.726/RJ).</p><p>Tipos de empenho</p><p>RESUMO DIREITO FINANCEIRO</p><p>51</p><p>www.gabaritojuridico.com.br</p><p>Empenho ordinário: realizado para as despesas tidas como</p><p>“normais” cujo montante é conhecido de forma prévia e o pagamento ocorre à</p><p>vista (de uma vez).</p><p>Empenho por estimativa: é realizado em situações nas quais não</p><p>seja possível determinar com precisão o valor da despesa, mas se tem uma ideia</p><p>aproximada do montante. É dizer, ocorre quando não se sabe o montante exato</p><p>da despesa.</p><p>Empenho global: atende às despesas com valor definido, assim</p><p>como o empenho ordinário. A diferença é que nessa hipótese o pagamento é</p><p>parcelado, esperando-se a conclusão das etapas das obras ou entrega de bens</p><p>para que ocorra a quitação. Portanto, o empenho é global (pelo valor total), mas</p><p>o pagamento é parcelado.</p><p>O empenho, por sua vez, independentemente da sua forma, pode ser</p><p>cancelado, seja porque foi emitido incorretamente, seja porque o objeto do</p><p>contrato não foi cumprido. Por outra via, caso seja identificada insuficiência do</p><p>empenho, este pode ser reforçado ou, se houver excesso, pode ser anulado</p><p>parcialmente.</p><p>LIQUIDAÇÃO</p><p>Liquidação é o ato de verificação, pela Administração, se o interessado no</p><p>pagamento cumpriu o pactuado nos seus exatos termos. Ou seja, é a verificação</p><p>do direito adquirido do credor em receber o pagamento, se traduzindo na</p><p>fiscalização realizada pelo Poder Público quando do recebimento de bens ou dos</p><p>serviços que contratou.</p><p>Lei 4.320/64:</p><p>Art. 63. A liquidação da despesa consiste na verificação do</p><p>direito adquirido pelo credor tendo por base os títulos e</p><p>documentos comprobatórios do respectivo crédito.</p><p>§ 1° Essa verificação tem por fim apurar:</p><p>I - a origem e o objeto do que se deve pagar;</p><p>II - a importância exata a pagar;</p><p>III - a quem se deve pagar a importância, para extinguir a</p><p>obrigação.</p><p>§ 2º A liquidação da despesa por fornecimentos feitos ou serviços</p><p>prestados terá por base:</p><p>RESUMO DIREITO FINANCEIRO</p><p>52</p><p>www.gabaritojuridico.com.br</p><p>I - o contrato, ajuste ou acôrdo respectivo;</p><p>II - a nota de empenho;</p><p>III - os comprovantes da entrega de material ou da prestação</p><p>efetiva do serviço.</p><p>PAGAMENTO</p><p>Ultrapassado o empenho e a liquidação, uma vez demonstrado que o</p><p>credor faz jus ao recebimento do numerário, a Administração deve efetuar o</p><p>pagamento.</p><p>Lei 4.320/64:</p><p>Art. 62. O pagamento da despesa só será efetuado quando</p><p>ordenado após sua regular liquidação.</p><p>(...)</p><p>Art. 64. A ordem de pagamento é o despacho exarado por</p><p>autoridade competente, determinando que a despesa seja paga.</p><p>Parágrafo único. A ordem de pagamento só poderá ser exarada em</p><p>documentos processados pelos serviços de contabilidade.</p><p>PRECATÓRIOS</p><p>Ao contrário dos particulares, que podem ter seus bens penhorados para</p><p>o pagamento de dívidas judicializadas, o Estado se submete a procedimento</p><p>específico ante a inalienabilidade e impenhorabilidade de seus bens. Esse</p><p>sistema próprio de execução e pagamento se chama PRECATÓRIO que, ao</p><p>mesmo tempo, se traduz em um privilégio do Estado e uma garantia ao credor.</p><p>Conceito: é ato jurisdicional de ordem mandamental que decorre de</p><p>decisão judicial transitada em julgado contra a Fazenda Pública e o seu montante</p><p>se traduz em dívida consolidada.</p><p>CF:</p><p>Art. 100. Os pagamentos devidos pelas Fazendas Públicas</p><p>Federal, Estaduais, Distrital e Municipais, em virtude de</p><p>sentença judiciária, far-se-ão exclusivamente na ordem</p><p>cronológica de apresentação dos precatórios e à conta dos</p><p>créditos respectivos, proibida a designação de casos ou de pessoas</p><p>RESUMO DIREITO FINANCEIRO</p><p>53</p><p>www.gabaritojuridico.com.br</p><p>nas dotações orçamentárias e nos créditos adicionais abertos para</p><p>este fim.</p><p>§ 1º Os débitos de NATUREZA ALIMENTÍCIA compreendem</p><p>aqueles decorrentes de salários, vencimentos, proventos,</p><p>pensões e suas complementações, benefícios previdenciários e</p><p>indenizações por morte ou por invalidez, fundadas em</p><p>responsabilidade civil, em virtude de sentença judicial transitada</p><p>em julgado, e serão pagos com preferência sobre todos os</p><p>demais débitos, exceto sobre aqueles referidos no § 2º deste</p><p>artigo.</p><p>§ 2º Os débitos de NATUREZA ALIMENTÍCIA cujos titulares,</p><p>originários ou por sucessão hereditária, tenham 60 (sessenta)</p><p>anos de idade, ou sejam portadores de doença grave, ou</p><p>pessoas com deficiência, assim definidos na forma da lei, serão</p><p>pagos com preferência sobre todos os demais débitos, ATÉ O</p><p>VALOR EQUIVALENTE AO TRIPLO FIXADO EM LEI</p><p>PARA OS FINS DO DISPOSTO NO § 3º DESTE ARTIGO,</p><p>admitido o fracionamento para essa finalidade, sendo que o</p><p>restante será pago na ordem cronológica de apresentação do</p><p>precatório.´</p><p>(...)</p><p>§ 5º É obrigatória a inclusão no orçamento das entidades de</p><p>direito público de verba necessária ao pagamento de seus débitos</p><p>oriundos de sentenças transitadas em julgado constantes de</p><p>precatórios judiciários apresentados ATÉ 2 DE ABRIL,</p><p>fazendo-se o pagamento até o final do exercício seguinte,</p><p>quando terão seus valores atualizados monetariamente.</p><p>(...)</p><p>§ 8º É vedada a expedição de precatórios complementares</p><p>ou suplementares de valor pago, bem como o</p><p>FRACIONAMENTO, repartição ou quebra do valor da execução</p><p>para fins de enquadramento de parcela do total ao que dispõe o §</p><p>3º deste artigo.</p><p>(...)</p><p>§ 11. É facultada ao credor, conforme estabelecido em lei do ente</p><p>federativo devedor, com auto aplicabilidade para a União, a oferta</p><p>RESUMO DIREITO FINANCEIRO</p><p>54</p><p>www.gabaritojuridico.com.br</p><p>de créditos líquidos e certos que originalmente lhe são</p><p>próprios ou adquiridos de terceiros reconhecidos pelo ente</p><p>federativo ou por decisão judicial transitada em julgado</p><p>para:</p><p>I - quitação de débitos parcelados ou débitos inscritos em dívida</p><p>ativa do ente federativo devedor, inclusive em transação</p><p>resolutiva de litígio, e, subsidiariamente, débitos com a</p><p>administração autárquica e fundacional do mesmo ente;</p><p>II - compra de imóveis públicos de propriedade do mesmo ente</p><p>disponibilizados para venda;</p><p>III - pagamento de outorga de delegações de serviços públicos e</p><p>demais espécies de concessão negocial promovidas pelo mesmo</p><p>ente;</p><p>IV - aquisição, inclusive minoritária, de participação societária,</p><p>disponibilizada para venda, do respectivo ente federativo; ou</p><p>V - compra de direitos, disponibilizados para cessão, do respectivo</p><p>ente federativo, inclusive, no caso da União, da antecipação de</p><p>valores a serem recebidos a título do excedente em óleo em</p><p>contratos de partilha de petróleo.</p><p>(...)</p><p>§ 13. O credor poderá ceder, total ou parcialmente, seus</p><p>créditos em precatórios a terceiros, independentemente da</p><p>concordância do devedor, não se aplicando ao cessionário</p><p>o disposto nos §§ 2º e 3º.</p><p>STF:</p><p>Recurso extraordinário. 2. Alegação de ofensa ao art. 100, da</p><p>Constituição Federal. 3. Recurso interposto de decisão referente a</p><p>processo de Precatório. Natureza administrativa. 4. "Não cabe</p><p>recurso extraordinário contra decisão proferida no processamento</p><p>de precatórios já que esta tem natureza administrativa e não</p><p>jurisdicional". Precedentes da Corte. 5. Agravo regimental</p><p>desprovido.(RE 205182 AgR, Relator(a): NÉRI DA SILVEIRA,</p><p>Segunda Turma, julgado em 17/04/2001, DJ 18-05-2001 PP-</p><p>00439 EMENT VOL-02031-06 PP-01255)</p><p>RESUMO DIREITO FINANCEIRO</p><p>55</p><p>www.gabaritojuridico.com.br</p><p>Súmula 311-STJ: Os atos do presidente do tribunal que</p><p>disponham sobre processamento e pagamento de precatório não</p><p>têm caráter jurisdicional.</p><p>Súmula</p><p>733-STF: Não cabe recurso extraordinário contra</p><p>decisão proferida no processamento de precatórios.</p><p>Uma vez transitado em julgado, a parte credora deve requerer a expedição</p><p>do precatório pelo Tribunal competente que, por sua vez, assim determinará por</p><p>ordem do seu respetivo Presidente. Proferida a decisão, o pagamento depende</p><p>da liberação, pelo Poder Executivo, das verbas orçamentárias consignadas</p><p>exclusivamente para este fim, liberação esta que é feita em nome do Presidente</p><p>do Tribunal, que recebe os recursos e os encaminha para o juízo da execução,</p><p>para que este realize o pagamento das dívidas pendentes.</p><p>As solicitações de pagamento devem ser realizadas até 02/04 de cada ano</p><p>e os precatórios recebidos até esta data devem ser pagos até o final do próximo</p><p>exercício (art. 100, §5º).</p><p>Quanto à abrangência do regime dos precatórios, o STF já decidiu pela</p><p>sua aplicação às empresas públicas ou sociedades de economia mista que</p><p>explorem serviços públicos de competência típica do Estado, à exemplo da</p><p>Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos – ECT, por considerá-la sociedade</p><p>prestadora de serviços públicos e, assim, sujeita às mesmas regras aplicáveis à</p><p>administração direta.</p><p>Por sua vez, o não pagamento de precatórios pelos Estados no prazo</p><p>constitucionalmente fixado resulta na possibilidade de intervenção federal, nos</p><p>termos do artigo 34, inciso V, da CF.</p><p>Contudo, em que pese a redação do art. 34, V, da CF, o STF tem entendido</p><p>que a intervenção federal apenas é possível quando houver intuito do ente em</p><p>não honrar os pagamentos, não sendo possível quando a inadimplência decorrer</p><p>de indisponibilidade de recursos para tanto, tendo-se em vista o atendimento</p><p>de outras necessidades públicas.</p><p>EXCEÇÃO: RPV</p><p>Alguns pagamentos, em razão de seu pequeno valor, não se subordinam</p><p>à regra dos precatórios, de modo que o seu pagamento ocorre logo após a</p><p>decisão judicial transitada em julgado. São as chamadas Requisições de</p><p>Pequeno Valor (RPV).</p><p>Art. 100</p><p>RESUMO DIREITO FINANCEIRO</p><p>56</p><p>www.gabaritojuridico.com.br</p><p>§ 3º O disposto no caput deste artigo relativamente à expedição</p><p>de precatórios não se aplica aos pagamentos de obrigações</p><p>definidas em leis como de pequeno valor que as Fazendas</p><p>referidas devam fazer em virtude de sentença judicial transitada</p><p>em julgado.</p><p>§ 4º Para os fins do disposto no § 3º, poderão ser fixados, por leis</p><p>próprias, valores distintos às entidades de direito público,</p><p>segundo as diferentes capacidades econômicas, sendo o mínimo</p><p>igual ao valor do maior benefício do regime geral de previdência</p><p>social.</p><p>Mas o que é considerado pequeno valor?</p><p>60 salários-mínimos para a União</p><p>40 salários-mínimos para os Estados e Distrito Federal</p><p>30 salários-mínimos para os Municípios</p><p>Nos termos do § 4º, a definição de “pequeno valor” pode ser dada por</p><p>leis próprias (locais) desde que observado o piso: no mínimo igual ao valor do</p><p>maior benefício do regime geral de previdência social.</p><p>COMO É COBRADO?</p><p>1) FGV - Agente de Tributos Estaduais (SEFAZ BA)/Administração e</p><p>Finanças/2022</p><p>Assinale a opção que apresenta receitas classificadas como derivadas.</p><p>A) Tributárias.</p><p>B) Patrimoniais.</p><p>C) De serviços.</p><p>D) Comerciais.</p><p>E) Agropecuárias.</p><p>2) FGV - Consultor do Tesouro Estadual (SEFAZ ES)/Ciências</p><p>Econômicas/2022 (e mais 1 concurso)</p><p>RESUMO DIREITO FINANCEIRO</p><p>57</p><p>www.gabaritojuridico.com.br</p><p>Segundo a Lei nº 4.320/64, assinale a opção que indica somente receitas de</p><p>capital.</p><p>A) Tributárias e de contribuição.</p><p>B) Alienação de bens e operações de crédito.</p><p>C) Amortização de empréstimos e patrimoniais.</p><p>D) Industriais e de serviços.</p><p>E) Agropecuárias e transferências de capital.</p><p>3) FGV - Auditor de Finanças e Controle do Tesouro Estadual (Sefaz</p><p>AM)/2022</p><p>No que diz respeito à categoria econômica, as receitas orçamentárias podem</p><p>ser classificadas em receitas correntes e receitas de capital. Nesse sentido,</p><p>analise as receitas a seguir.</p><p>1. Receita patrimonial</p><p>2. Alienação de bens</p><p>3. Impostos e contribuições de melhoria</p><p>4. Receita industrial</p><p>5. Operações de crédito</p><p>6. Receita de serviços</p><p>Assinale a opção que apresenta as receitas de capital.</p><p>A) 1 e 4, apenas.</p><p>B) 2 e 5, apenas.</p><p>C) 3 e 6, apenas.</p><p>D) 5 e 6, apenas.</p><p>E) 1 e 2, apenas.</p><p>4) FGV - Analista Judiciário (TRT 13ª</p><p>Região)/Administrativa/Contabilidade/2022</p><p>Os recursos financeiros recebidos de outras pessoas de direito público ou</p><p>privado destinados a atender despesas de manutenção ou funcionamento</p><p>relacionadas a uma finalidade pública específica, mas que não correspondam</p><p>a uma contraprestação direta em bens e serviços a quem efetuou a transferência</p><p>são classificados como receitas</p><p>A) Correntes- contribuições.</p><p>RESUMO DIREITO FINANCEIRO</p><p>58</p><p>www.gabaritojuridico.com.br</p><p>B) Correntes- transferências correntes.</p><p>C) Correntes- receitas de serviços.</p><p>D) De capital- operações de crédito.</p><p>E) De capital- transferências de capital.</p><p>5) FGV - Consultor do Tesouro Estadual (SEFAZ ES)/Ciências</p><p>Econômicas/2022 (e mais 1 concurso)</p><p>As despesas orçamentárias relacionadas à aquisição de títulos representativos</p><p>do capital de empresas ou entidades de qualquer espécie, já constituídas,</p><p>quando a operação não importar aumento do capital são classificadas como</p><p>A) despesa corrente – despesa de custeio.</p><p>B) despesa corrente – transferências correntes.</p><p>C) despesa de capital – investimentos.</p><p>D) despesa de capital – inversões financeiras.</p><p>E) despesa de capital – transferências de capital.</p><p>6) FGV - Agente de Tributos Estaduais (SEFAZ BA)/Administração e</p><p>Finanças/2022</p><p>De acordo com a Lei nº 4320/64, a amortização da dívida pública e os juros da</p><p>dívida pública são classificados, respectivamente, como</p><p>A) Despesas de Capital: investimentos e Despesas de Capital: transferências de</p><p>capital.</p><p>B) Despesas Correntes: despesas de custeio e Despesas Correntes: transferências</p><p>correntes.</p><p>C) Despesas de Capital: transferências de capital e Despesas Correntes:</p><p>transferências correntes</p><p>D) Despesas de Capital: investimentos e Despesas Correntes: despesas de custeio.</p><p>E) Despesas de Capital: inversões financeiras e Despesas Correntes: transferências</p><p>correntes.</p><p>7) FGV - Especialista em Saúde (SEMSA Manaus)/Contador/2022</p><p>Em relação à classificação da despesa, de acordo com a Lei nº 4.320/64, é correto</p><p>afirmar que</p><p>RESUMO DIREITO FINANCEIRO</p><p>59</p><p>www.gabaritojuridico.com.br</p><p>A) as inversões financeiras e os investimentos são despesas de capital.</p><p>B) as despesas de custeio e as inversões financeiras são despesas correntes.</p><p>C) as transferências correntes e os investimentos são despesas de capital.</p><p>D) as inversões financeiras e as transferências correntes são despesas de correntes.</p><p>E) as despesas de custeio a as transferências de capital são despesas de capital.</p><p>8) FGV - Auditor de Controle Externo (TCE TO)/Direito/2022</p><p>Analise as situações apresentadas a seguir e, à luz da Lei nº 4.320/1964,</p><p>classifique as seguintes despesas públicas abaixo relacionadas.</p><p>I. Pagamento de pensionistas de militares falecidos do Corpo de Bombeiros</p><p>Estadual;</p><p>II. Amortização da dívida pública estadual;</p><p>III. Aquisição de galpão onde já funciona posto do Detran.</p><p>A classificação correta é, respectivamente:</p><p>A) I. Despesa de custeio; II. Transferência corrente; III. Investimento;</p><p>B) I. Despesa de custeio; II. Transferência de capital; III. Inversão financeira;</p><p>C) I. Despesa de custeio; II. Transferência de capital; III. Investimento;</p><p>D) I. Transferência corrente; II. Transferência corrente; III. Investimento;</p><p>E) I. Transferência corrente; II. Transferência de capital; III. Inversão financeira.</p><p>9) FGV - Consultor Legislativo (SEN)/Assessoramento em</p><p>Orçamentos/Orçamento e Análise Econômica/2022 (e mais 1 concurso)</p><p>Uma determinada autarquia federal foi condenada, por sentença transitada em</p><p>julgado em 20/04/2022, ao pagamento de indenização por invalidez a servidor</p><p>público, de 58 anos, pertencente a seu quadro de funcionários</p><p>efetivos, no</p><p>montante de 65 salários mínimos, valor este já incluso com correção monetária</p><p>e juros.</p><p>Acerca do pagamento pela autarquia federal do valor condenatório devido ao</p><p>servidor, é correto afirmar que</p><p>A) por se tratar de verba alimentar e sendo prioritário o seu pagamento, o servidor</p><p>pode solicitar ao juízo o fracionamento da execução para que se execute,</p><p>separadamente, o montante principal, pela via do precatório, e o valor correspondente</p><p>à correção monetária e juros, pela via da requisição de pequeno valor.</p><p>RESUMO DIREITO FINANCEIRO</p><p>60</p><p>www.gabaritojuridico.com.br</p><p>B) a verba devida ao servidor será paga pela via do precatório, não gozando, contudo,</p><p>de preferência sobre os demais débitos, tendo em vista que a Constituição Federal</p><p>prevê, como requisito objetivo para o reconhecimento da preferência, a idade mínima</p><p>de 60 anos.</p><p>C) é obrigatória a inclusão no orçamento da respectiva autarquia federal de verba</p><p>necessária ao pagamento de seus débitos oriundos de sentenças transitadas em</p><p>julgado constantes de precatórios judiciários apresentados até 1º de julho, fazendo-se</p><p>o pagamento até o final do exercício seguinte.</p><p>D) a Constituição Federal autoriza que tal servidor, por sua opção, em vez de receber</p><p>tais valores, utilize seus créditos em precatórios apenas nas seguintes hipóteses: para</p><p>aquisição de imóvel público posto à venda pelo ente devedor e para aquisição de</p><p>participação societária do ente devedor.</p><p>E) o servidor poderá ceder integralmente seus créditos em precatórios a terceiros,</p><p>independentemente da concordância do devedor, não se aplicando ao cessionário a</p><p>preferência prevista para os créditos de natureza alimentícia cujos titulares tenham,</p><p>ao menos, 60 anos de idade.</p><p>10) FGV - Procurador do Estado de Santa Catarina/2022/10º</p><p>Em um grave acidente de trânsito causado por viatura da Polícia Civil do</p><p>Estado Alfa que vitimou João, este ficou tetraplégico e teve de ser aposentado</p><p>por invalidez. Após o devido processo judicial, o Estado Alfa foi condenado a</p><p>pagar a João o valor de R$ 170.000,00 a título de indenização por invalidez</p><p>fundada em responsabilidade civil do Estado.</p><p>Diante desse cenário, e ciente de que lei do Estado Alfa estabeleceu as</p><p>obrigações de pequeno valor, a serem pagas pelo regime de requisição de</p><p>pequeno valor (RPV), em R$ 40.000,00, é correto afirmar que:</p><p>A) tais créditos de precatórios serão pagos em sua integralidade com preferência sobre</p><p>todos os demais débitos de precatórios, em razão da tetraplegia que acomete João;</p><p>B) João deverá receber R$ 120.000,00 com preferência sobre todos os demais débitos</p><p>de precatórios, e R$ 50.000,00 como débito de natureza alimentícia sem a preferência</p><p>especial de pessoas portadoras de doença grave ou com deficiência;</p><p>C) João deverá receber R$ 120.000,00 com a preferência simples dos débitos de</p><p>natureza alimentícia, e R$ 50.000,00 sob o regime de RPV, em razão da tetraplegia que</p><p>o acomete;</p><p>RESUMO DIREITO FINANCEIRO</p><p>61</p><p>www.gabaritojuridico.com.br</p><p>D) dada a invalidez causada por ato estatal, é possível fracionar o valor total da</p><p>condenação de R$ 170.000,00 em quatro RPVs de R$ 40.000,00 cada e uma RPV de R$</p><p>10.000,00, com o objetivo de acelerar o pagamento a João;</p><p>E) o valor de RPV a ser considerado para fins de cálculo do pagamento a João é aquele</p><p>estabelecido em lei federal, e não em lei estadual.</p><p>GABARITO DAS QUESTÕES</p><p>QUESTÃO RESPOSTA</p><p>01 A</p><p>02 B</p><p>06 B</p><p>04 B</p><p>05 D</p><p>06 C</p><p>07 A</p><p>08 E</p><p>09 E</p><p>10 B</p><p>RESUMO DIREITO FINANCEIRO</p><p>62</p><p>www.gabaritojuridico.com.br</p><p>DÍVIDA ATIVA, CRÉDITO PÚBLICO e DÍVIDA PÚBLICA</p><p>Dívida Ativa da União de natureza tributária e não-tributária</p><p>O Poder Público, como qualquer pessoa jurídica, pode se colocar na</p><p>posição de credor ou de devedor em suas relações jurídicas. Quando é devedor</p><p>deve se submeter à norma constitucional dos precatórios. Quando é credor a</p><p>cobrança dos seus créditos também conta com um caminho privilegiado que é o</p><p>da Dívida Ativa.</p><p>Quando cobrado e não pago de forma regular, os créditos devidos ao</p><p>Poder Público passam por um procedimento de cobrança que ocasionará sua</p><p>inscrição em um livro denominado Dívida Ativa, onde são lançados os créditos</p><p>de natureza tributária ou não tributária cuja certeza e liquidez foram</p><p>devidamente apurados.</p><p>Lei 6.830/80</p><p>Art. 2º - Constitui Dívida Ativa da Fazenda Pública aquela</p><p>definida como tributária ou não tributária na Lei nº 4.320, de</p><p>17 de março de 1964, com as alterações posteriores, que estatui</p><p>normas gerais de direito financeiro para elaboração e controle dos</p><p>orçamentos e balanços da União, dos Estados, dos Municípios e</p><p>do Distrito Federal.</p><p>§ 1º - Qualquer valor, cuja cobrança seja atribuída por lei às</p><p>entidades de que trata o artigo 1º, será considerado Dívida Ativa</p><p>da Fazenda Pública.</p><p>Lei 4.320/64:</p><p>Art. 39</p><p>§ 2º - Dívida Ativa Tributária é o crédito da Fazenda Pública</p><p>dessa natureza, proveniente de obrigação legal relativa a</p><p>tributos e respectivos adicionais e multas, e Dívida Ativa</p><p>não Tributária são os demais créditos da Fazenda Pública, tais</p><p>como os provenientes de empréstimos compulsórios,</p><p>contribuições estabelecidas em lei, multa de qualquer origem</p><p>ou natureza, exceto as tributárias, foros, laudêmios,</p><p>alugueis ou taxas de ocupação, custas processuais, preços</p><p>de serviços prestados por estabelecimentos públicos,</p><p>indenizações, reposições, restituições, alcances dos</p><p>RESUMO DIREITO FINANCEIRO</p><p>63</p><p>www.gabaritojuridico.com.br</p><p>responsáveis definitivamente julgados, bem assim os créditos</p><p>decorrentes de obrigações em moeda estrangeira, de subrogação de</p><p>hipoteca, fiança, aval ou outra garantia, de contratos em geral ou</p><p>de outras obrigações legais.</p><p>Dívida ativa tributária:</p><p>Impostos, adicionais e suas multas</p><p>Taxas, adicionais e suas multas</p><p>Contribuição de melhoria, adicionais e suas multas</p><p>Dívida ativa não tributária:</p><p>Empréstimos compulsórios e suas multas</p><p>Contribuições especiais e suas multas</p><p>Multas de qualquer origem (exceto as tributárias)</p><p>OBS: os empréstimos compulsórios e as contribuições especiais são tributos</p><p>para o direito tributário, mas não são para o direito financeiro, de modo que</p><p>devem ser inscritos como dívida ativa não tributária.</p><p>A inscrição em dívida ativa pode ser comunicada aos órgãos que operam</p><p>registro de bens e direitos, cadastros relativos a consumidores e aos serviços de</p><p>proteção ao crédito, induzindo o pagamento de dívida e protegendo terceiros de</p><p>boa-fé. Trata-se da AVERBAÇÃO PRÉ-EXECUTÓRIA. Todavia, tal averbação</p><p>não ocasiona a indisponibilidade do bem, dependendo esta de decisão judicial.</p><p>CTN:</p><p>Art. 202. O termo de inscrição da dívida ativa, autenticado pela</p><p>autoridade competente, indicará obrigatoriamente:</p><p>I - o nome do devedor e, sendo caso, o dos co-responsáveis, bem</p><p>como, sempre que possível, o domicílio ou a residência de um e de</p><p>outros;</p><p>II - a quantia devida e a maneira de calcular os juros de mora</p><p>acrescidos;</p><p>III - a origem e natureza do crédito, mencionada especificamente</p><p>a disposição da lei em que seja fundado;</p><p>IV - a data em que foi inscrita;</p><p>RESUMO DIREITO FINANCEIRO</p><p>64</p><p>www.gabaritojuridico.com.br</p><p>V - sendo caso, o número do processo administrativo de que se</p><p>originar o crédito.</p><p>Parágrafo único. A certidão conterá, além dos requisitos deste</p><p>artigo, a indicação do livro e da folha da inscrição.</p><p>Protesto da Certidão da Dívida Ativa (CDA): é possível o protesto da CDA,</p><p>especialmente nos casos concretos de execução fiscal de baixo valor.</p><p>Lei 9.492/97:</p><p>Art. 1º Protesto é o ato formal e solene pelo qual se prova a</p><p>inadimplência e o descumprimento de obrigação originada em</p><p>títulos e outros documentos de dívida.</p><p>Parágrafo único. Incluem-se entre os títulos sujeitos a protesto</p><p>as certidões de dívida ativa da União, dos Estados, do Distrito</p><p>Federal, dos Municípios e das respectivas autarquias e fundações</p><p>públicas. (Incluído pela Lei nº 12.767, de 2012)</p><p>Tese fixada na</p><p>ADI 5135: O protesto das Certidões de Dívida Ativa</p><p>constitui mecanismo constitucional e legítimo, por não restringir de forma</p><p>desproporcional quaisquer direitos fundamentais garantidos aos contribuintes e,</p><p>assim, não constituir sanção política.</p><p>CRÉDITO PÚBLICO: conceito. Empréstimos públicos:</p><p>classificação, fases, condições, garantias, amortização e conversão</p><p>O crédito público surge sempre que a receita arrecadada não atende às</p><p>necessidades financeiras do Estado. É dizer, o Estado passa a tomar empréstimos</p><p>para financiar as despesas que atendem aos fins públicos.</p><p>O CRÉDITO PÚBLICO, por ser um valor que deverá, no futuro, ser</p><p>restituído, se trata de INGRESSO e não de receita em sentido estrito. Crédito</p><p>público é sinônimo de empréstimo público.</p><p>O crédito público possui natureza jurídica de contrato (público, de direito</p><p>administrativo, vinculando o Estado nos mesmos termos que vincula a outra</p><p>parte), se tratando de verdadeiro mútuo em que há transferência de valor de</p><p>pessoa particular para ente público, que será restituído no futuro e regido por</p><p>regras de direito público.</p><p>RESUMO DIREITO FINANCEIRO</p><p>65</p><p>www.gabaritojuridico.com.br</p><p>O crédito público (ou empréstimo) é fonte de receita em que o Estado</p><p>obtém empréstimos do particular para que possa realizar suas finalidades</p><p>precípuas, comprometendo-se em restituir o valor obtido, com as devidas</p><p>vantagens estipuladas no instrumento de sua realização.</p><p>Equilíbrio fiscal e REGRA DE OURO:</p><p>CF:</p><p>Art. 167. São vedados:</p><p>(...)</p><p>III - a realização de operações de créditos que excedam o montante</p><p>das despesas de capital, ressalvadas as autorizadas mediante</p><p>créditos suplementares ou especiais com finalidade precisa,</p><p>aprovados pelo Poder Legislativo por maioria absoluta;</p><p>STF (ADI 5683): A vedação do art. 167, III, da CF, não impede a</p><p>contratação de operações de crédito para o custeio de despesas correntes. Proíbe-</p><p>se, somente, a contratação que exceda o montante das despesas de capital. Aliás,</p><p>a mera autorização legislativa não afronta essa regra constitucional, mas apenas</p><p>a contratação em si, se não respeitar os limites estabelecidos.</p><p>É preciso destacar que, em relação à operação de crédito esta se trata do</p><p>instrumento pelo qual a dívida pública é gerada. Em outras palavras, é uma</p><p>operação de empréstimo que, apesar de gerar receita, também gera despesa. A</p><p>operação de crédito invariavelmente gera a dívida pública.</p><p>LC 101/2000</p><p>Art. 29:</p><p>III - operação de crédito: compromisso financeiro assumido em</p><p>razão de mútuo, abertura de crédito, emissão e aceite de título,</p><p>aquisição financiada de bens, recebimento antecipado de valores</p><p>provenientes da venda a termo de bens e serviços, arrendamento</p><p>mercantil e outras operações assemelhadas, inclusive com o uso</p><p>de derivativos financeiros;</p><p>(...)</p><p>Art. 32. O Ministério da Fazenda verificará o cumprimento dos</p><p>limites e condições relativos à realização de operações de crédito</p><p>de cada ente da Federação, inclusive das empresas por eles</p><p>controladas, direta ou indiretamente.</p><p>RESUMO DIREITO FINANCEIRO</p><p>66</p><p>www.gabaritojuridico.com.br</p><p>§ 1º O ente interessado formalizará seu pleito fundamentando-o</p><p>em parecer de seus órgãos técnicos e jurídicos, demonstrando a</p><p>relação custo-benefício, o interesse econômico e social da</p><p>operação e o atendimento das seguintes condições:</p><p>I existência de prévia e expressa autorização para a</p><p>contratação, no texto da lei orçamentária, em créditos</p><p>adicionais ou lei específica;</p><p>II inclusão no orçamento ou em créditos adicionais dos recursos</p><p>provenientes da operação, exceto no caso de operações por</p><p>antecipação de receita;</p><p>Modalidades de operações de crédito: emissão de títulos da dívida</p><p>pública e antecipação de receita orçamentária (ARO).</p><p>Emissão de títulos da dívida pública: se traduz na emissão de títulos</p><p>financeiros pelos entes da Federação com o objetivo de captar recursos externos,</p><p>ficando o ente obrigado a honrar com o valor do título, que pode flutuar de</p><p>acordo com as variações do mercado, além do pagamento de juros durante todo</p><p>o período em que o adquirente detiver o título. A emissão de títulos gera, para o</p><p>Estado, receita, pela captação externa de recursos, e despesa, relativa ao valor</p><p>do título, somado aos juros devidos.</p><p>Antecipação de receita orçamentária (ARO): tem por objetivo atender</p><p>insuficiência de caixa durante o exercício financeiro.</p><p>LRF:</p><p>Art. 38. A operação de crédito por antecipação de receita</p><p>destina-se a atender insuficiência de caixa durante o exercício</p><p>financeiro e cumprirá as exigências mencionadas no art. 32 e</p><p>mais as seguintes:</p><p>I - realizar-se-á somente a partir do décimo dia do início do</p><p>exercício;</p><p>II - deverá ser liquidada, com juros e outros encargos incidentes,</p><p>até o dia dez de dezembro de cada ano;</p><p>III - não será autorizada se forem cobrados outros encargos que</p><p>não a taxa de juros da operação, obrigatoriamente prefixada ou</p><p>indexada à taxa básica financeira, ou à que vier a esta substituir;</p><p>IV - estará proibida:</p><p>RESUMO DIREITO FINANCEIRO</p><p>67</p><p>www.gabaritojuridico.com.br</p><p>a) enquanto existir operação anterior da mesma natureza não</p><p>integralmente resgatada;</p><p>b) no último ano de mandato do Presidente, Governador ou</p><p>Prefeito Municipal.</p><p>A grande diferença entre a emissão de títulos da dívida pública e as</p><p>AROs é que estas são classificadas como operações extraorçamentárias, pois</p><p>não autorizam novos gastos no orçamento. Em outras palavras, seu objetivo é</p><p>gerar recursos imediatos para despesas já previstas na lei orçamentária.</p><p>É, portanto, a realização de uma operação de crédito lastreada em receita</p><p>futura, ainda não concretizada, mas já prevista no orçamento. O endividamento</p><p>ocorre porque a receita obtida até aquele momento não foi suficiente para fazer</p><p>frente às despesas.</p><p>DÍVIDA PÚBLICA: conceito, disciplina constitucional,</p><p>classificação e extinção.</p><p>A definição de “dívida pública” está prevista no artigo 29 da LRF, onde se</p><p>encontram duas qualificações distintas para o endividamento: a “dívida</p><p>pública consolidada ou fundada” e a “dívida pública mobiliária”:</p><p>LC 101/2000</p><p>Art. 29:</p><p>I - dívida pública consolidada ou fundada: montante total,</p><p>apurado sem duplicidade, das obrigações financeiras do ente da</p><p>Federação, assumidas em virtude de leis, contratos, convênios ou</p><p>tratados e da realização de operações de crédito, para amortização</p><p>em prazo superior a doze meses;</p><p>II - dívida pública mobiliária: dívida pública representada por</p><p>títulos emitidos pela União, inclusive os do Banco Central do</p><p>Brasil, Estados e Municípios;</p><p>(...)</p><p>§ 2º – Será incluída na dívida pública consolidada da União a</p><p>relativa à emissão de títulos de responsabilidade do Banco Central</p><p>do Brasil. § 3º – Também integram a dívida pública consolidada</p><p>RESUMO DIREITO FINANCEIRO</p><p>68</p><p>www.gabaritojuridico.com.br</p><p>as operações de crédito de prazo inferior a doze meses cujas</p><p>receitas tenham constado do orçamento.</p><p>§ 3º – Também integram a dívida pública consolidada as</p><p>operações de crédito de prazo inferior a doze meses cujas receitas</p><p>tenham constado do orçamento.</p><p>4.320/64:</p><p>Art. 98. A dívida fundada compreende os compromissos de</p><p>exigibilidade superior a doze meses, contraídos para atender a</p><p>desequilíbrio orçamentário ou a financeiro de obras e serviços</p><p>públicos.</p><p>Nesse sentido, conforme dispõe a LRF, a dívida pública consolidada ou</p><p>fundada abrange:</p><p>(i) obrigações do ente de médio e longo prazo, em princípio, mas</p><p>igualmente contemplará as</p><p>(ii) operações de curto prazo, se as receitas delas provenientes estiverem</p><p>previstas no orçamento. Além disso, também irá compreender os</p><p>(iii) precatórios incluídos no orçamento, mas não pagos em um</p><p>determinado exercício.</p><p>Por sua vez, de acordo com a Lei 4.320/64, a dívida pública fundada é</p><p>aquela contraída a longo prazo (superior a doze meses) ou até mesmo sem prazo.</p><p>A Lei 4.320/64 ainda prevê o conceito da dívida pública flutuante que é a</p><p>dívida de curto prazo (inferior a doze meses) e visa atender necessidades</p><p>momentâneas:</p><p>Art. 92. A dívida flutuante compreende:</p><p>I - os restos a pagar, excluídos os serviços da dívida;</p><p>II - os serviços da dívida a pagar;</p><p>III - os depósitos;</p><p>IV - os débitos de tesouraria.</p><p>A CF/88 estabelece em seu artigo 35 que os Municípios estarão sujeitos à</p><p>intervenção dos Estados ou da União (para os Municípios localizados em</p><p>Territórios) se deixar de ser paga, sem motivo de força maior, por DOIS ANOS</p><p>CONSECUTIVOS, a dívida fundada:</p><p>RESUMO DIREITO FINANCEIRO</p><p>69</p><p>www.gabaritojuridico.com.br</p><p>Art. 35. O Estado não intervirá em seus Municípios, nem a União</p><p>nos Municípios localizados em Território Federal, exceto quando:</p><p>I - deixar de ser paga, sem motivo de força maior, por dois anos</p><p>consecutivos, a dívida fundada;</p><p>II - não forem prestadas contas devidas, na forma da lei;</p><p>III - não tiver sido aplicado o mínimo exigido da receita municipal</p><p>na manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços</p><p>públicos de saúde;</p><p>IV - o Tribunal de Justiça der provimento a representação para</p><p>assegurar a observância de princípios indicados na Constituição</p><p>Estadual, ou para prover a execução de lei, de ordem ou de decisão</p><p>judicial.</p><p>Doutrinariamente, as intervenções indicadas nos incisos I a III são</p><p>chamadas de INTERVENÇÕES ESPONTÂNEAS enquanto a prevista no inciso</p><p>IV é a INTERVENÇÃO PROVOCADA.</p><p>Na DÍVIDA PÚBLICA MOBILIÁRIA, por sua vez, o endividamento é</p><p>realizado por um instrumento específico: a emissão de títulos da dívida pública</p><p>por parte dos entes da Federação e também do Banco Central (BACEN).</p><p>Por fim, a dívida pública flutuante é a dívida de curto prazo (inferior a</p><p>12 meses) que visa atender necessidades momentâneas.</p><p>Lei 4.320/64:</p><p>Art. 92. A dívida flutuante compreende:</p><p>I - os restos a pagar, excluídos os serviços da dívida;</p><p>II - os serviços da dívida a pagar;</p><p>III - os depósitos;</p><p>IV - os débitos de tesouraria.</p><p>Parágrafo único. O registro dos restos a pagar far-se-á por</p><p>exercício e por credor distinguindo-se as despesas processadas das</p><p>não processadas.</p><p>O artigo 29 da LRF ainda estabelece duas outras definições importantes</p><p>para o estudo do endividamento: operação de crédito e concessão de garantia.</p><p>RESUMO DIREITO FINANCEIRO</p><p>70</p><p>www.gabaritojuridico.com.br</p><p>III - operação de crédito: compromisso financeiro assumido em</p><p>razão de mútuo, abertura de crédito, emissão e aceite de título,</p><p>aquisição financiada de bens, recebimento antecipado de valores</p><p>provenientes da venda a termo de bens e serviços, arrendamento</p><p>mercantil e outras operações assemelhadas, inclusive com o uso</p><p>de derivativos financeiros;</p><p>IV - concessão de garantia: compromisso de adimplência de</p><p>obrigação financeira ou contratual assumida por ente da</p><p>Federação ou entidade a ele vinculada;</p><p>A garantia, por sua vez, nada mais é do que uma caução prestada por ente</p><p>da Federação em face de uma operação de crédito.</p><p>Tabela retirada do livro de Piscitelli, Tathiane. Direito Financeiro (p. 339). GEN | GRUPO EDITORIAL</p><p>NACIONAL. Edição do Kindle.</p><p>RESUMO DIREITO FINANCEIRO</p><p>71</p><p>www.gabaritojuridico.com.br</p><p>COMO É COBRADO?</p><p>1) FGV - Consultor Legislativo (SEN)/Assessoramento em</p><p>Orçamentos/Orçamento e Análise Econômica/2022 (e mais 1 concurso)</p><p>A Dívida Ativa da União configura o conjunto dos créditos devidos à Fazenda</p><p>Pública Nacional por terceiros e que ainda não foram espontaneamente pagos.</p><p>Acerca da classificação das espécies de créditos que se inserem na Dívida Ativa</p><p>da União, à luz da Lei nº 4.320/1964, interpretada conforme a Constituição</p><p>Federal de 1988, assinale a afirmativa correta.</p><p>A) compõem a Dívida Ativa Tributária tanto os créditos provenientes de empréstimos</p><p>compulsórios como os provenientes das taxas de ocupação.</p><p>B) compõem a Dívida Ativa Tributária tanto os créditos provenientes de empréstimos</p><p>compulsórios como os provenientes dos laudêmios.</p><p>C) compõem a Dívida Ativa Tributária tanto os créditos provenientes de custas</p><p>processuais como os provenientes dos foros.</p><p>D) compõem a Dívida Ativa Não Tributária tanto os créditos provenientes de</p><p>laudêmios como os provenientes das taxas de ocupação.</p><p>E) compõem a Dívida Ativa Não Tributária tanto os créditos provenientes de meras</p><p>multas tributárias como os provenientes das multas de trânsito.</p><p>2) FGV - Auditor Técnico de Controle Externo (TCE-AM)/Ministério</p><p>Público de Contas/2021</p><p>A União todos os anos cobra, referente aos chamados “terrenos de marinha”,</p><p>valores de foro ou de taxa de ocupação.</p><p>Não pagos espontaneamente tais valores pelos devedores, após o vencimento</p><p>da obrigação, eles serão inscritos:</p><p>A) em Dívida Ativa Não Tributária da União, tanto no caso de valores de foro como</p><p>de taxa de ocupação;</p><p>B) em Dívida Ativa Tributária da União, tanto no caso de valores de foro como de taxa</p><p>de ocupação;</p><p>C) em registro próprio não componente da Dívida Ativa da União, mantido pela</p><p>Secretaria de Patrimônio da União;</p><p>D) em Dívida Ativa Não Tributária da União, no caso de valores de foro, e em Dívida</p><p>Ativa Tributária da União, no caso de valores de taxa de ocupação;</p><p>E) em Dívida Ativa Não Tributária da União, no caso de valores de taxa de ocupação,</p><p>e em Dívida Ativa Tributária da União, no caso de valores de foro.</p><p>RESUMO DIREITO FINANCEIRO</p><p>72</p><p>www.gabaritojuridico.com.br</p><p>3) FGV - Especialista Legislativo de Nível Superior (ALERJ)/Qualquer Nível</p><p>Superior/2017</p><p>No primeiro mês do exercício financeiro, o orçamento de um ente público ainda</p><p>não havia sido aprovado pelo Poder Legislativo. Porém, algumas receitas</p><p>foram recolhidas aos cofres públicos nos primeiros dias do ano.</p><p>Considerando que as receitas estão relacionadas ao orçamento do exercício e o</p><p>ente não atravessa situações extraordinárias, as receitas arrecadadas antes da</p><p>aprovação do orçamento poderiam ser classificadas nas seguintes categorias,</p><p>EXCETO:</p><p>A) receitas tributárias;</p><p>B) receitas de contribuições;</p><p>C) receitas originárias;</p><p>D) receitas de operações de crédito;</p><p>E) receitas de dívida ativa.</p><p>4) FGV - Auditor de Controle Externo (TCE TO)/Direito/2022</p><p>O governador do Estado Alfa foi cientificado de que o Município Beta, situado</p><p>em seu território, não pagava, há três anos, a dívida decorrente de contratos de</p><p>financiamento com instituições financeiras governamentais, que tinham por</p><p>objetivo viabilizar a realização de obras públicas. A ausência de pagamento não</p><p>decorria de força maior, mas, sim, de opção política do prefeito municipal.</p><p>Considerando a narrativa, essa espécie de dívida é considerada:</p><p>A) flutuante e pode ensejar a decretação da intervenção espontânea;</p><p>B) fundada e pode ensejar a decretação da intervenção espontânea;</p><p>C) fundada e somente pode ensejar a decretação da intervenção provocada;</p><p>D) flutuante e somente pode ensejar a decretação da intervenção provocada;</p><p>E) mobiliária e somente pode ensejar a decretação da intervenção provocada.</p><p>RESUMO DIREITO FINANCEIRO</p><p>73</p><p>www.gabaritojuridico.com.br</p><p>GABARITO DAS QUESTÕES</p><p>QUESTÃO RESPOSTA</p><p>01 D</p><p>02 A</p><p>06 D</p><p>04 B</p><p>no montante de até 1% (um por cento) da receita</p><p>corrente líquida realizada no exercício anterior. (Redação</p><p>dada pela Emenda Constitucional nº 100, de 2019)</p><p>A EC 100/19 também promoveu grande mudança na natureza jurídica</p><p>orçamentária ao incluir o §10 no art. 165:</p><p>§ 10. A administração tem o dever de executar as programações</p><p>orçamentárias, adotando os meios e as medidas necessários, com</p><p>o propósito de garantir a efetiva entrega de bens e serviços à</p><p>sociedade. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 100, de</p><p>2019)</p><p>Ao impor à Administração o dever de executar as programações</p><p>orçamentárias de forma genérica, sem se limitar às emendas parlamentares</p><p>individuais ou de bancada, o orçamento passou a ter natureza jurídica de lei</p><p>IMPOSITIVA. É dizer, a discricionariedade do Executivo cedeu espaço para o</p><p>dever de cumprir as leis orçamentárias, de modo que o que foi planejado deve</p><p>ser estritamente cumprido.</p><p>Portanto, hoje, após uma releitura da natureza jurídica do orçamento (pós EC</p><p>100/19), é possível dizer que ele é IMPOSITIVO.</p><p>RESUMO DIREITO FINANCEIRO</p><p>7</p><p>www.gabaritojuridico.com.br</p><p>PRINCÍPIOS ORÇAMENTÁRIOS</p><p>Legalidade: corolário do Estado Democrático de Direito, visto que o Poder</p><p>Público apenas pode exigir ações dos particulares diante da existência de leis em</p><p>sentido formal. As finanças públicas não podem ser manejadas sem autorização</p><p>da lei. Assim, a legalidade é um princípio que permeia toda a atividade</p><p>financeira do Estado, seja para arrecadar (receita), seja para efetuar gastos</p><p>(despesa).</p><p>O princípio da legalidade pode ser visto por dois ângulos: (i) formal, que</p><p>diz respeito ao tipo de lei necessária para a previsão e alteração do orçamento e</p><p>(ii) material, que se relaciona com o tipo de providência que, necessariamente,</p><p>deverá vir prevista em lei.</p><p>Sob o ponto de vista formal, em regra, exige-se lei ordinária. Apenas se</p><p>exige lei complementar para a fixação das normas gerais (LC 101).</p><p>Economicidade (art. 70 da CF): está diretamente relacionado à eficiência,</p><p>ou seja, com o mínimo de recursos possíveis deve-se alcançar o máximo de</p><p>satisfação das necessidades públicas. A economia deve vir, necessariamente,</p><p>acompanhada de ganho de eficiência (ou manutenção da eficiência anterior).</p><p>Exclusividade (art. 165, §8º, CF): a lei orçamentária não pode conter</p><p>qualquer matéria estranha ao orçamento. Evitando-se as chamadas “caudas</p><p>orçamentárias” ou os “orçamentos rabilongos”.</p><p>Tal princípio objetiva assegurar que a lei orçamentária se ocupe de</p><p>matérias relacionadas com as finanças públicas, de modo que assuntos estranhos</p><p>ao direito financeiro não passem desapercebidos em tais leis, em prejuízo da</p><p>transparência do processo legislativo.</p><p>§ 8º A lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à</p><p>previsão da receita e à fixação da despesa, não se incluindo na</p><p>proibição a autorização para abertura de créditos suplementares e</p><p>contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação de</p><p>receita, nos termos da lei.</p><p>Programação (arts. 48, II e IV e 165, §4º da CF c/c arts. 47 a 50 da Lei</p><p>4.320/64): trata-se do planejamento das ações, que devem ser vinculadas por um</p><p>nexo entre os objetivos constitucionais e aqueles traçados pelo governo. A</p><p>necessidade da programação surge da integração entre o Plano Plurianual</p><p>(PPA), Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e Lei Orçamentária Anual</p><p>(LOA).</p><p>RESUMO DIREITO FINANCEIRO</p><p>8</p><p>www.gabaritojuridico.com.br</p><p>Ou seja, o orçamento não deve conter apenas as estimativas para as</p><p>receitas e despesas do próximo exercício financeiro, mas, também, a previsão de</p><p>objetivos e metas relacionados à realização das necessidades públicas.</p><p>CF:</p><p>Art. 165, § 4º Os planos e programas nacionais, regionais e</p><p>setoriais previstos nesta Constituição serão elaborados em</p><p>consonância com o plano plurianual e apreciados pelo Congresso</p><p>Nacional.</p><p>Equilíbrio orçamentário: as despesas autorizadas na lei orçamentária</p><p>não podem ser superiores à previsão das receitas, ainda que haja necessidade</p><p>de se contrair empréstimos, desde que devidamente acompanhado da</p><p>capacidade de pagamento. Ou seja, pode haver gasto maior que a receita, desde</p><p>que os empréstimos realizados e os investimentos permitam haver capacidade</p><p>de pagamento da dívida.</p><p>Em outras palavras, o equilíbrio orçamentário se traduz na apresentação</p><p>do mesmo montante quando se trata de estimar as receitas e as despesas. Esse</p><p>princípio busca a igualdade numérica entre as entradas e saídas da</p><p>administração, afastando-se a presença de déficit ou superávit.</p><p>LRF:</p><p>Art. 1º:</p><p>(...)</p><p>§ 1o A responsabilidade na gestão fiscal pressupõe a ação</p><p>planejada e transparente, em que se previnem riscos e corrigem</p><p>desvios capazes de afetar o equilíbrio das contas públicas,</p><p>mediante o cumprimento de metas de resultados entre receitas e</p><p>despesas e a obediência a limites e condições no que tange a</p><p>renúncia de receita, geração de despesas com pessoal, da</p><p>seguridade social e outras, dívidas consolidada e mobiliária,</p><p>operações de crédito, inclusive por antecipação de receita,</p><p>concessão de garantia e inscrição em Restos a Pagar.</p><p>Anualidade: o orçamento é ânuo, ou seja, o intervalo de tempo em que se</p><p>estima as receitas e se fixa as despesas é de um ano (1º de janeiro a 31 de</p><p>dezembro). Trata-se da periodicidade necessária à elaboração dos planos de</p><p>governo. Importante destacar que o fato de existir uma lei orçamentária com</p><p>vigência de 4 anos (PPA) e outra com vigência superior a 1 ano (LDO) não</p><p>invalida o princípio da anualidade, pois essas duas leis convergem para a</p><p>RESUMO DIREITO FINANCEIRO</p><p>9</p><p>www.gabaritojuridico.com.br</p><p>aplicação de programas, projetos, atividades e ações previstos na lei</p><p>orçamentária.</p><p>Lei 4.320/64:</p><p>Art. 34. O exercício financeiro coincidirá com o ano civil.</p><p>Unidade: deve existir apenas um orçamento para cada ente da federação</p><p>em cada exercício financeiro. Não se refere a uma unidade documental, mas de</p><p>orientação política.</p><p>Lei 4.320/64:</p><p>Art. 2° A Lei do Orçamento conterá a discriminação da receita e</p><p>despesa de forma a evidenciar a política econômica financeira e o</p><p>programa de trabalho do Govêrno, obedecidos os princípios de</p><p>unidade universalidade e anualidade.</p><p>Universalidade: enquanto o princípio da unidade se refere à unidade de</p><p>programação, o princípio da universalidade está ligado à ideia de o orçamento</p><p>conter todas as receitas e todas as despesas.</p><p>Devem estar contidos no orçamento os aspectos do programa</p><p>orçamentário de cada órgão, o que inclui as previsões de receitas e despesas e</p><p>também as explicações sobre os objetivos, metas e metodologia que o Governo</p><p>pretende adotar na realização das despesas.</p><p>Lei 4.320/64:</p><p>Art. 3º A Lei de Orçamentos compreenderá tôdas as receitas,</p><p>inclusive as de operações de crédito autorizadas em lei.</p><p>Art. 6º Tôdas as receitas e despesas constarão da Lei de</p><p>Orçamento pelos seus totais, vedadas quaisquer deduções.</p><p>Orçamento-bruto: as receitas e despesas devem constar na lei</p><p>orçamentária pelos seus valores totais, vedada qualquer dedução. Exemplo:</p><p>IPVA.</p><p>Transparência orçamentária: as leis orçamentárias devem ser</p><p>publicizadas, com todos os atos que implicam gastos, o recebimento das receitas,</p><p>fornecimento de documentos alusivos ao processo de pagamento, etc. O ente que</p><p>não cumprir com as normas de transparência fica vedado de receber</p><p>transferências voluntárias. A transparência também está intimamente ligada ao</p><p>efetivo controle das contas públicas.</p><p>RESUMO DIREITO FINANCEIRO</p><p>10</p><p>www.gabaritojuridico.com.br</p><p>O STF possui entendimento consolidado no sentido de que a divulgação</p><p>de subsídio de servidor público, inclusive identificando seu nome e CPF, não fere</p><p>a CF.</p><p>Orçamento secreto x transparência: Tal instrumento foi criado no</p><p>contexto da implementação do orçamento impositivo (EC 100/2019) e</p><p>confere ao parlamentar relator do orçamento o direito de apresentar</p><p>emendas para despesas que deveriam ser priorizadas pelo Poder</p><p>Executivo (RP</p><p>9 – Resultado Primário 9).</p><p>As emendas em si contavam com poucos mecanismos de controle,</p><p>porque não permitiam identificar o parlamentar proponente, o valor</p><p>inicialmente proposto, além de dificultar outras formas de controle.</p><p>No julgamento das as ADPFs nºs 850, 851 e 854, o STF determinou</p><p>a divulgação, pelo Congresso Nacional, das despesas classificadas como</p><p>RP 9 por emenda, órgão orçamentário, dotação atualizada, empenhada,</p><p>liquidada e paga nos anos de 2020 e 2021. Não houve, contudo,</p><p>publicação dos nomes dos parlamentares que indicaram as emendas.</p><p>Como forma de ampliar a transparência dos gastos referentes às</p><p>emendas do relator, em dezembro de 2021 foi promulgada a Resolução nº</p><p>2/2021 modificando as disposições da Resolução no 01/2006-CN, de modo</p><p>que as indicações de emendas serão publicadas individualmente e</p><p>disponibilizadas em relatório em sítio eletrônico e encaminhadas ao</p><p>Poder Executivo e somente poderão ser feitas quando compatíveis com o</p><p>PPA e com a LDO, e estiverem de acordo com a legislação aplicável à</p><p>política pública a ser atendida.</p><p>Responsabilidade fiscal: assegurar que o gasto público seja realizado</p><p>dentro de certos limites e de acordo com regras estritas que, se não cumpridas,</p><p>acarretam sanções aos entes públicos. É condição de tal responsabilidade a ação</p><p>planejada e transparente, em que se previnem riscos e corrigem desvios</p><p>capazes de afetar o equilíbrio das contas públicas.</p><p>Princípio da não afetação (não vinculação) da receita dos impostos: os</p><p>impostos não podem ter sua receita vinculada a órgão, fundo ou despesa, pois</p><p>são recursos livres para a aplicação do programa de Governo. Em outras</p><p>palavras, trata-se da impossibilidade de vinculação da receita de impostos a</p><p>órgãos específicos, com exceção de alguns casos previstos na norma</p><p>constitucional.</p><p>RESUMO DIREITO FINANCEIRO</p><p>11</p><p>www.gabaritojuridico.com.br</p><p>OBS: o examinador troca “IMPOSTO” por “TRIBUTO” quando trata da</p><p>vinculação. Tributo é gênero enquanto imposto é espécie. É proibida a vinculação</p><p>de IMPOSTO não de TRIBUTO.</p><p>Exceções ao princípio da não afetação dos impostos: destinação de</p><p>recursos para saúde (art. 167, IV), para o desenvolvimento do ensino (art. 167,</p><p>IV), repartição constitucional dos impostos (art. 167, IV), etc.</p><p>Especialização: o orçamento não pode ser genérico, de modo que é vedada</p><p>a consignação de dotações globais para atender indiferentemente as despesas</p><p>nele previstas. Há, porém, duas exceções: programas especiais de trabalho e</p><p>reserva de contingência. O primeiro se refere aos programas singulares que não</p><p>podem ser detalhados, já o segundo tem por finalidade atender aos passivos</p><p>contingentes e outros riscos e eventuais imprevistos.</p><p>Proibição do estorno: o gestor não pode transpor, remanejar ou transferir</p><p>recursos sem prévia autorização legislativa.</p><p>Art. 167. São vedados:</p><p>(...)</p><p>VI - a transposição, o remanejamento ou a transferência de</p><p>recursos de uma categoria de programação para outra ou de um</p><p>órgão para outro, sem prévia autorização legislativa;</p><p>(...)</p><p>VIII - a utilização, sem autorização legislativa específica, de</p><p>recursos dos orçamentos fiscal e da seguridade social para suprir</p><p>necessidade ou cobrir déficit de empresas, fundações e fundos,</p><p>inclusive dos mencionados no art. 165, § 5º;</p><p>COMO É COBRADO?</p><p>1) FGV - Procurador do Estado de Minas Gerais/2022</p><p>Em relação aos princípios orçamentários, assinale a afirmativa correta.</p><p>A) O Princípio da Anualidade, segundo o qual o orçamento tem vigência limitada ao</p><p>ano civil, não sendo coincidente com o exercício financeiro, deve ser obedecido pela</p><p>Lei Orçamentária Anual (LOA).</p><p>RESUMO DIREITO FINANCEIRO</p><p>12</p><p>www.gabaritojuridico.com.br</p><p>B) Segundo o Princípio da Exclusividade, a LOA não conterá matéria estranha à</p><p>previsão da receita e à fixação da despesa, tais como a autorização para abertura de</p><p>créditos suplementares e contratação de operações de crédito.</p><p>C) Pelo Princípio da Universalidade, o orçamento deve conter todas as despesas e</p><p>todas as receitas, compreendendo o orçamento fiscal referente aos Poderes da União,</p><p>seus fundos, órgãos e entidades da administração direta, não incluindo, no entanto, o</p><p>orçamento referente à administração indireta.</p><p>D) Segundo o Princípio da Economicidade, os gastos e custos públicos devem ser</p><p>minimizados, sem comprometimento dos padrões de qualidade, com eficiência na</p><p>gestão financeira e na execução orçamentária.</p><p>E) Segundo o Princípio da Não-Afetação, é proibida a vinculação da receita de taxas,</p><p>contribuições e impostos a órgão, fundo ou despesa.</p><p>2) FGV - Consultor do Tesouro Estadual (SEFAZ ES)/Ciências</p><p>Econômicas/2022 (e mais 1 concurso)</p><p>O orçamento tradicional ou clássico é o documento que prevê a receita e</p><p>autoriza as despesas, com ênfase</p><p>A) nas metas.</p><p>B) no gasto.</p><p>C) no controle.</p><p>D) no planejamento.</p><p>E) no desempenho organizacional.</p><p>3) FGV - Consultor do Tesouro Estadual (SEFAZ ES)/Ciências</p><p>Econômicas/2022 (e mais 1 concurso)</p><p>Relacione as técnicas orçamentárias listadas a seguir a suas respectivas</p><p>explicações.</p><p>1. orçamento incremental</p><p>2. orçamento programa</p><p>3. orçamento base zero</p><p>4. orçamento participativo</p><p>( ) Tem como ênfase a eficiência e considera toda despesa como nova.</p><p>( ) Feito através de ajustes marginais nos itens de receitas e despesas.</p><p>( ) Integra planejamento e orçamento com objetivos e metas a alcançar.</p><p>( ) Estimula o exercício da cidadania e o compromisso da população com o</p><p>bem público.</p><p>RESUMO DIREITO FINANCEIRO</p><p>13</p><p>www.gabaritojuridico.com.br</p><p>Assinale a opção que apresenta a relação correta, segundo a ordem</p><p>apresentada.</p><p>A) 1 – 2 – 3 – 4.</p><p>B) 1 – 3 – 2 – 4.</p><p>C) 2 – 4 – 3 – 1.</p><p>D) 3 – 1 – 2 – 4.</p><p>E) 3 – 1 – 4 – 2.</p><p>4) FGV - Auditor de Finanças e Controle do Tesouro Estadual (Sefaz</p><p>AM)/2022 (e mais 1 concurso)</p><p>Em relação ao Orçamento-Programa, assinale a afirmativa correta.</p><p>A) Representa o elo entre o orçamento e a sua execução.</p><p>B) A sua estrutura está voltada para os aspectos financeiros.</p><p>C) Considera, em sua elaboração, apenas os custos dos programas que não extrapolam</p><p>o exercício.</p><p>D) O controle visa a avaliação da eficiência, da eficácia e da efetividade das ações</p><p>governamentais.</p><p>E) As decisões orçamentárias são tomadas com base nos exercícios anteriores.</p><p>5) FGV - Analista Judiciário (TRT 16ª</p><p>Região)/Administrativa/Contabilidade/2022</p><p>Em relação ao Orçamento Programa, assinale a afirmativa correta.</p><p>A) Integra planejamento e orçamento, tendo clara a definição de seus objetivos.</p><p>B) Considera a previsão de receita e a autorização da despesa, tendo o gasto como</p><p>objeto.</p><p>C) Inclui a participação direta da população na decisão da alocação de recursos</p><p>orçamentários.</p><p>D) Tem como ênfase o desempenho financeiro e organizacional, medindo-o através</p><p>do resultado obtido.</p><p>E) Classifica todas as despesas como novas, focando na eficiência.</p><p>RESUMO DIREITO FINANCEIRO</p><p>14</p><p>www.gabaritojuridico.com.br</p><p>GABARITO DAS QUESTÕES</p><p>QUESTÃO RESPOSTA</p><p>01 D</p><p>02 B</p><p>06 D</p><p>04 D</p><p>05 A</p><p>Orçamentação, leis orçamentárias, créditos adicionais e vedações</p><p>constitucionais em matéria orçamentária.</p><p>DA ORÇAMENTAÇÃO</p><p>Na formulação do orçamento público é preciso ter a IDEIA DE</p><p>AFUNILAMENTO, de modo que primeiro é elaborado o Plano Plurianual</p><p>(PPA), que versa sobre uma aplicação estratégica de longo prazo, partindo-se</p><p>para um segundo plano operacional de curto prazo, a Lei de Diretrizes</p><p>Orçamentárias (LDO) e, por fim, a concretização desses planejamentos ocorre</p><p>com a Lei Orçamentária Anual (LOA).</p><p>Ciclo orçamentário: não se confunde com o exercício financeiro, porque o</p><p>exercício é apenas uma das fases do ciclo, visto que a preparação da proposta</p><p>RESUMO DIREITO FINANCEIRO</p><p>15</p><p>www.gabaritojuridico.com.br</p><p>orçamentária ocorre muito antes do início do exercício financeiro e a fase de</p><p>prestação de contas ultrapassa o exercício.</p><p>Iniciativa: será sempre do Poder Executivo. É privativa</p><p>e</p><p>indelegável. O Poder Legislativo pode alterar a proposta orçamentária, mas</p><p>nunca dar início (propor). Eventual omissão do Poder Executivo em elaborar os</p><p>projetos de leis orçamentárias constitui crime de responsabilidade. O Ministério</p><p>Público e os Poderes Legislativo e Judiciário elaboram suas propostas</p><p>PARCIAIS e enviam ao Executivo que as consolidará. O Executivo não pode</p><p>alterar tais propostas, salvo se para ajustar à LDO. Se houver discordância que</p><p>não seja relativa à LDO, deve consolidar, enviar ao Legislativo e propor uma</p><p>emenda modificativa à Comissão de Orçamento.</p><p>STF: É inconstitucional a redução unilateral pelo Poder</p><p>Executivo dos orçamentos propostos pelos outros Poderes e por</p><p>órgãos constitucionalmente autônomos, como o Ministério</p><p>Público e a Defensoria Pública, na fase de consolidação do projeto</p><p>de lei orçamentária anual, quando tenham sido elaborados em</p><p>obediência às leis de diretrizes orçamentárias e enviados conforme</p><p>o art. 99, § 2º, da CRFB/88, cabendo-lhe apenas pleitear ao Poder</p><p>Legislativo a redução pretendida, visto que a fase de apreciação</p><p>legislativa é o momento constitucionalmente correto para o debate</p><p>de possíveis alterações no Projeto de Lei Orçamentária (ADI</p><p>5287, julgada em 18/05/2016).</p><p>CF:</p><p>Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão:</p><p>I - o plano plurianual;</p><p>II - as diretrizes orçamentárias;</p><p>III - os orçamentos anuais.</p><p>Apreciação: uma vez enviado o projeto de lei pelo Poder Executivo,</p><p>o Legislativo analisará em sessão conjunta das duas casas do Congresso</p><p>Nacional (nos Estados e Municípios não há sessão conjunta por serem</p><p>unicamerais). No âmbito federal, a sessão é conjunta, mas a apuração de votos</p><p>deve ser verificada em cada casa em separado (maioria simples na Câmara e no</p><p>Senado).</p><p>É possível ao parlamentar apresentar projeto de lei para alterar o</p><p>orçamento do Executivo. Trata-se das emendas ao projeto de lei orçamentária</p><p>(que não se confundem com as conhecidas “emendas parlamentares”). Todavia,</p><p>RESUMO DIREITO FINANCEIRO</p><p>16</p><p>www.gabaritojuridico.com.br</p><p>tais emendas devem ser compatíveis com o PPA e com a LDO e devem indicar</p><p>os recursos para os respectivos gastos. Tais recursos não podem ser novos, visto</p><p>que não é possível o aumento de despesa prevista nos projetos de iniciativa</p><p>exclusiva do Chefe do Poder Executivo.</p><p>Em outras palavras, não será admitido aumento da despesa por</p><p>meio de emenda parlamentar, de modo que o único recurso para fazer face à</p><p>emenda deve ser aquele proveniente de anulação de despesa, havendo um</p><p>efeito-substituição com a troca de despesas propostas pelo Executivo por</p><p>despesas propostas pelo Legislativo. Por fim, são vedadas as seguintes anulações</p><p>de despesas: dotações de pessoal, serviços da dívida e transferências tributárias</p><p>constitucionais para Estados, Municípios e DF.</p><p>Enquanto o projeto de lei estiver no Legislativo e não for iniciada a</p><p>votação, o Executivo poderá enviar mensagem retificadora da proposta ao</p><p>Congresso Nacional. Ao final da votação pelo Legislativo, o projeto volta para</p><p>sanção ou veto.</p><p>Execução: aprovada a lei, o Executivo está autorizado a despender</p><p>os recursos aprovados na lei orçamentária. Em até 30 dias o Executivo deve</p><p>estabelecer a programação financeira e o cronograma de execução mensal de</p><p>desembolso.</p><p>DAS LEIS ORÇAMENTÁRIAS</p><p>A CF prevê 03 (três) leis orçamentárias, todas de iniciativa do Poder</p><p>Executivo: o Plano Plurianual (PPA), a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e</p><p>a Lei Orçamentária Anual (LOA).</p><p>O PPA é a lei mais abrangente, englobando despesas de duração</p><p>continuada. A LDO estabelece parâmetros gerais para orientar a elaboração da</p><p>LOA, estabelecendo suas metas e prioridades. A LOA estima a receita e fixa a</p><p>despesa para o exercício financeiro.</p><p>Em que pese possuírem a mesma hierarquia formal (todas são leis</p><p>ordinárias), o que existe é uma relação de subordinação temática, visto que o</p><p>PPA tem prevalência sobre a LDO e a LOA, e a LDO tem precedência sobre a</p><p>LOA.</p><p>Por sua vez, a regra é que a iniciativa seja do Poder Executivo. Todavia,</p><p>em razão da autonomia administrativa e financeira do Poder Judiciário, a este</p><p>competirá o encaminhamento de proposta orçamentária relativa a seus</p><p>interesses, que será objeto de análise pelo Congresso Nacional juntamente com a</p><p>proposta do Executivo.</p><p>RESUMO DIREITO FINANCEIRO</p><p>17</p><p>www.gabaritojuridico.com.br</p><p>CF:</p><p>Art. 99. Ao Poder Judiciário é assegurada autonomia</p><p>administrativa e financeira.</p><p>§ 1º Os tribunais elaborarão suas propostas orçamentárias</p><p>dentro dos limites estipulados conjuntamente com os</p><p>demais Poderes na lei de diretrizes orçamentárias.</p><p>§ 2º O encaminhamento da proposta, ouvidos os outros tribunais</p><p>interessados, compete:</p><p>I - no âmbito da União, aos Presidentes do Supremo Tribunal</p><p>Federal e dos Tribunais Superiores, com a aprovação dos</p><p>respectivos tribunais;</p><p>II - no âmbito dos Estados e no do Distrito Federal e Territórios,</p><p>aos Presidentes dos Tribunais de Justiça, com a aprovação dos</p><p>respectivos tribunais.</p><p>O mesmo ocorre com o Poder Legislativo, o Ministério Público (art. 127, §</p><p>3º) e as Defensorias Públicas (art. 134, § 2º).</p><p>Art. 127, § 3º O Ministério Público elaborará sua proposta</p><p>orçamentária dentro dos limites estabelecidos na lei de</p><p>diretrizes orçamentárias.</p><p>Art. 134, § 2º Às Defensorias Públicas Estaduais são</p><p>asseguradas autonomia funcional e administrativa e a</p><p>iniciativa de sua proposta orçamentária dentro dos limites</p><p>estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias e</p><p>subordinação ao disposto no art. 99, § 2º.</p><p>RESUMO DIREITO FINANCEIRO</p><p>18</p><p>www.gabaritojuridico.com.br</p><p>RESUMO DIREITO FINANCEIRO</p><p>19</p><p>www.gabaritojuridico.com.br</p><p>Tabela retirada do livro: Piscitelli, Tathiane. Direito Financeiro (p. 128). GEN | GRUPO</p><p>EDITORIAL NACIONAL. Edição do Kindle.</p><p>RESUMO DIREITO FINANCEIRO</p><p>20</p><p>www.gabaritojuridico.com.br</p><p>O PPA, a LDO e a LOA e os respectivos créditos adicionais, serão</p><p>apreciados pelo Poder Legislativo, podendo o Chefe do Poder Executivo enviar</p><p>mensagem para propor modificação aos projetos, desde que não iniciada a</p><p>votação na Comissão Mista do Orçamento (CMO), que é formada por Senadores</p><p>e Deputados no âmbito federal.</p><p>A CMO elaborará um parecer que será apreciado pelas duas casas do</p><p>Congresso Nacional.</p><p>CF:</p><p>Art. 166. Os projetos de lei relativos ao plano plurianual, às</p><p>diretrizes orçamentárias, ao orçamento anual e aos créditos</p><p>adicionais serão apreciados pelas duas Casas do Congresso</p><p>Nacional, na forma do regimento comum.</p><p>§ 1º Caberá a uma Comissão mista permanente de Senadores e</p><p>Deputados:</p><p>(...)</p><p>§ 2º As emendas serão apresentadas na Comissão mista, que sobre</p><p>elas emitirá parecer, e apreciadas, na forma regimental, pelo</p><p>Plenário das duas Casas do Congresso Nacional.</p><p>(...)</p><p>§ 5º O Presidente da República poderá enviar mensagem ao</p><p>Congresso Nacional para propor modificação nos projetos a que</p><p>se refere este artigo enquanto não iniciada a votação, na Comissão</p><p>mista, da parte cuja alteração é proposta.</p><p>PLANO PLURIANUAL – PPA</p><p>Conceito: É a lei que estabelece o planejamento estratégico de longo</p><p>prazo, influenciando a elaboração das demais leis orçamentárias (LDO e LOA).</p><p>Trata-se de um orçamento-programa, que define as grandes metas e</p><p>prioridades da Administração por um período maior de tempo – trata-se de</p><p>norma com alto grau de abstração.</p><p>CF:</p><p>Art. 165:</p><p>RESUMO DIREITO FINANCEIRO</p><p>21</p><p>www.gabaritojuridico.com.br</p><p>§ 1º A lei que instituir o plano plurianual estabelecerá, de</p><p>forma regionalizada, as diretrizes, objetivos e metas da</p><p>administração pública federal para as despesas de capital</p><p>e outras delas decorrentes e para as relativas aos</p><p>programas de duração continuada.</p><p>O PPA deve estabelecer as Diretrizes (D), Objetivos (O) e Metas (M)</p><p>da Administração Pública para as despesas de capital (que enseja o aumento do</p><p>patrimônio líquido da administração – investimento) e outras dela decorrentes</p><p>e para as despesas de duração continuada</p><p>(aquelas cuja execução ultrapassa o</p><p>exercício financeiro).</p><p>O PPA terá vigência de 4 anos e assume o papel de ser o padrão do</p><p>planejamento das ações governamentais pelo período, MAS NÃO COINCIDE</p><p>COM O MANDATO DO CHEFE DO PODER EXECUTIVO.</p><p>Nenhum investimento cuja execução ultrapasse um exercício</p><p>financeiro poderá ser iniciado sem prévia inclusão no plano plurianual, ou sem</p><p>lei que autorize a inclusão, sob pena de crime de responsabilidade (art. 167, §1º,</p><p>da CF).</p><p>Art. 167, § 1º Nenhum investimento cuja execução ultrapasse um</p><p>exercício financeiro poderá ser iniciado sem prévia inclusão no</p><p>plano plurianual, ou sem lei que autorize a inclusão, sob pena de</p><p>crime de responsabilidade.</p><p>Portanto, não é de interesse do PPA disciplinar despesas com o</p><p>custeio da máquina pública (despesas correntes), ou outros gastos triviais e</p><p>corriqueiros da Administração. O que o constituinte pretendeu foi dar à</p><p>Administração a possibilidade de colocar em prática um grande plano de</p><p>governo, que seria executado por um longo período de 4 anos.</p><p>Prazo para envio: O PPA será encaminhado até quatro meses antes</p><p>do encerramento do primeiro exercício financeiro (31/08 do 1º ano de mandato)</p><p>e devolvido para sanção até o encerramento da sessão legislativa (22/12).</p><p>PARA NÃO ESQUECER:</p><p>LEGISLATURA: período de 4 anos.</p><p>SESSÃO LEGISLATIVA: 02 de fevereiro a 22 de dezembro.</p><p>PERÍODO LEGISLATIVO: 1º período vai de 02 de fevereiro a 17 de julho e o</p><p>2º período vai de 1º de agosto a 22 de dezembro.</p><p>ADCT:</p><p>RESUMO DIREITO FINANCEIRO</p><p>22</p><p>www.gabaritojuridico.com.br</p><p>Art. 35, §2º:</p><p>I - o projeto do plano plurianual, para vigência até o final do</p><p>primeiro exercício financeiro do mandato presidencial</p><p>subseqüente, será encaminhado até quatro meses antes do</p><p>encerramento do primeiro exercício financeiro e devolvido para</p><p>sanção até o encerramento da sessão legislativa;</p><p>Vigência: 04 (quatro) anos que não são coincidentes com o mandato</p><p>do Executivo, pois terá vigência até o final do primeiro exercício financeiro do</p><p>mandato subsequente.</p><p>LEI DE DIRETRIZES ORÇAMENTÁRIAS (LDO)</p><p>Enquanto o PPA tem como objetivo o planejamento estratégico, a</p><p>LDO tem seu conteúdo direcionado ao planejamento operacional, de curto</p><p>prazo.</p><p>CF:</p><p>Art. 165:</p><p>§ 2º A lei de diretrizes orçamentárias compreenderá as metas e</p><p>prioridades da administração pública federal, estabelecerá as</p><p>diretrizes de política fiscal e respectivas metas, em</p><p>consonância com trajetória sustentável da dívida pública,</p><p>orientará a elaboração da lei orçamentária anual, disporá</p><p>sobre as alterações na legislação tributária e estabelecerá</p><p>a política de aplicação das agências financeiras oficiais de</p><p>fomento. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 109,</p><p>de 2021)</p><p>(...)</p><p>§ 12. Integrará a lei de diretrizes orçamentárias, para o exercício</p><p>a que se refere e, pelo menos, para os 2 (dois) exercícios</p><p>subsequentes, anexo com previsão de agregados fiscais e a</p><p>proporção dos recursos para investimentos que serão alocados na</p><p>lei orçamentária anual para a continuidade daqueles em</p><p>andamento. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 102,</p><p>de 2019)</p><p>(...)</p><p>RESUMO DIREITO FINANCEIRO</p><p>23</p><p>www.gabaritojuridico.com.br</p><p>Art. 169:</p><p>§ 1º A concessão de qualquer vantagem ou aumento de</p><p>remuneração, a criação de cargos, empregos e funções ou</p><p>alteração de estrutura de carreiras, bem como a admissão</p><p>ou contratação de pessoal, a qualquer título, pelos órgãos</p><p>e entidades da administração direta ou indireta, inclusive</p><p>fundações instituídas e mantidas pelo poder público, só</p><p>poderão ser feitas: (Renumerado do parágrafo único, pela</p><p>Emenda Constitucional nº 19, de 1998) (Vide Emenda</p><p>constitucional nº 106, de 2020)</p><p>I - se houver prévia dotação orçamentária suficiente para atender</p><p>às projeções de despesa de pessoal e aos acréscimos dela</p><p>decorrentes;</p><p>II - se houver autorização específica na lei de diretrizes</p><p>orçamentárias, ressalvadas as empresas públicas e as</p><p>sociedades de economia mista.</p><p>Tese fixada no Tema 864 da Repercussão Geral: A revisão geral</p><p>anual da remuneração dos servidores públicos depende, cumulativamente, de</p><p>dotação na Lei Orçamentária Anual e de previsão na Lei de Diretrizes</p><p>Orçamentárias.</p><p>A LDO, cuja vigência será de pouco mais de um ano, deve garantir a</p><p>concretização do PPA e conferir às metas ali fixadas a possibilidade de uma</p><p>realização mais imediata, já no próximo exercício.</p><p>A LDO não se esgota na realização do PPA, pois ela também irá:</p><p>1) estabelecer METAS e PRIORIDADES da Administração;</p><p>2) orientar a elaboração da LOA;</p><p>3) dispor sobre as alterações na legislação tributária;</p><p>4) estabelecer a política de aplicação das agências financeiras</p><p>oficiais de fomento e;</p><p>5) autorizar a concessão de qualquer vantagem ou aumento de</p><p>remuneração de servidores, criação de cargos, etc (exceto para empresas</p><p>públicas e sociedades de economia mista), ou seja, qualquer gasto com pessoal</p><p>deve ter previsão na LDO.</p><p>RESUMO DIREITO FINANCEIRO</p><p>24</p><p>www.gabaritojuridico.com.br</p><p>LRF:</p><p>Art. 4º A lei de diretrizes orçamentárias atenderá o disposto no §</p><p>2º do art. 165 da Constituição e:</p><p>I - disporá também sobre:</p><p>a) equilíbrio entre receitas e despesas;</p><p>b) critérios e forma de limitação de empenho, a ser efetivada nas</p><p>hipóteses previstas na alínea b do inciso II deste artigo, no art. 9o</p><p>e no inciso II do § 1o do art. 31;</p><p>(...)</p><p>e) normas relativas ao controle de custos e à avaliação dos</p><p>resultados dos programas financiados com recursos dos</p><p>orçamentos;</p><p>f) demais condições e exigências para transferências de recursos a</p><p>entidades públicas e privadas;</p><p>§ 1o Integrará o projeto de lei de diretrizes orçamentárias</p><p>Anexo de Metas Fiscais, em que serão estabelecidas metas</p><p>anuais, em valores correntes e constantes, relativas a</p><p>receitas, despesas, resultados nominal e primário e</p><p>montante da dívida pública, para o exercício a que se</p><p>referirem e para os dois seguintes.</p><p>§ 2o O Anexo conterá, ainda:</p><p>I - avaliação do cumprimento das metas relativas ao ano anterior;</p><p>II - demonstrativo das metas anuais, instruído com memória e</p><p>metodologia de cálculo que justifiquem os resultados pretendidos,</p><p>comparando-as com as fixadas nos três exercícios anteriores, e</p><p>evidenciando a consistência delas com as premissas e os objetivos</p><p>da política econômica nacional;</p><p>III - evolução do patrimônio líquido, também nos últimos três</p><p>exercícios, destacando a origem e a aplicação dos recursos obtidos</p><p>com a alienação de ativos;</p><p>IV - avaliação da situação financeira e atuarial:</p><p>a) dos regimes geral de previdência social e próprio dos servidores</p><p>públicos e do Fundo de Amparo ao Trabalhador;</p><p>RESUMO DIREITO FINANCEIRO</p><p>25</p><p>www.gabaritojuridico.com.br</p><p>b) dos demais fundos públicos e programas estatais de natureza</p><p>atuarial;</p><p>V - demonstrativo da estimativa e compensação da renúncia de</p><p>receita e da margem de expansão das despesas obrigatórias de</p><p>caráter continuado.</p><p>§ 3o A lei de diretrizes orçamentárias conterá Anexo de</p><p>Riscos Fiscais, onde serão avaliados os passivos</p><p>contingentes e outros riscos capazes de afetar as contas</p><p>públicas, informando as providências a serem tomadas,</p><p>caso se concretizem.</p><p>Resultado primário pode ser definido como a diferença entre receita</p><p>e despesa do governo excluindo-se as receitas e despesas com juros. Se a</p><p>diferença for positiva, tem-se o “superávit primário”, se for negativa tem-se o</p><p>“déficit primário”. É um indicativo da capacidade do governo de gerar receita</p><p>em volume necessário para pagar suas contas habituais.</p><p>Portanto, integram a LDO o ANEXO DE METAS FISCAIS e o</p><p>ANEXO DE RISCOS FISCAIS, devidamente definidos nos §§2º e 3º do art. 4ºda</p><p>LRF.</p><p>OBS: é crucial relacionar os anexos à LDO. Portanto, qualquer</p><p>questão que faça menção aos anexos estará vinculada à LDO.</p><p>Prazo para envio: a LDO deve ser encaminhada ao Legislativo até o</p><p>dia 15/04 de cada ano (oito meses e meio antes do encerramento do exercício</p><p>financeiro) e devolvido para sanção até</p><p>o encerramento do primeiro período da</p><p>sessão legislativa (17/07).</p><p>Vigência: como a LDO orienta a elaboração da LOA e a LOA tem que</p><p>ser enviada até 31/08, a LDO terá uma vigência superior a 1 ano.</p><p>LEI ORÇAMENTÁRIA ANUAL (LOA)</p><p>A Lei Orçamentária Anual (LOA) é a mais concreta das três leis</p><p>orçamentárias, dispondo acerca das receitas e despesas para o exercício</p><p>financeiro seguinte. Em outras palavras, é a lei que trata dos recursos</p><p>propriamente ditos, seja prevendo as receitas, seja fixando as despesas.</p><p>RESUMO DIREITO FINANCEIRO</p><p>26</p><p>www.gabaritojuridico.com.br</p><p>LRF:</p><p>Art. 5º, § 1º – Todas as despesas relativas à dívida pública,</p><p>mobiliária ou contratual, e as receitas que as atenderão, constarão</p><p>da lei orçamentária anual.</p><p>A LOA não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à</p><p>fixação da despesa (art. 165, §8º da CF – princípio da exclusividade).</p><p>§ 8º A lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à</p><p>previsão da receita e à fixação da despesa, não se incluindo na</p><p>proibição a autorização para abertura de créditos</p><p>suplementares e contratação de operações de crédito, ainda</p><p>que por antecipação de receita, nos termos da lei.</p><p>Exceções ao princípio da exclusividade: (i) autorização para a</p><p>abertura de crédito suplementar e para a (ii) realização de operações de crédito.</p><p>A LRF determina, em seu artigo 5º, § 5º, que os investimentos ali</p><p>contidos deverão estar de acordo com as disposições do PPA, de modo que não</p><p>poderá haver dotação que ultrapasse um exercício financeiro sem que haja</p><p>previsão no PPA ou sem lei que autorize tal inclusão.</p><p>§ 5º A lei orçamentária não consignará dotação para investimento</p><p>com duração superior a um exercício financeiro que não esteja</p><p>previsto no plano plurianual ou em lei que autorize a sua</p><p>inclusão, conforme disposto no § 1º do art. 167 da Constituição.</p><p>A LOA compreende três sub-orçamentos (art. 165, §5º, da CF)</p><p>- Fiscal: traz as receitas e despesas relativas aos três Poderes. É o</p><p>maior orçamento e compreende os fundos, órgãos e entidades da Administração</p><p>Direta e Indireta;</p><p>- Investimentos: abarca as empresas em que o Poder Público, direta</p><p>ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto. Esse</p><p>orçamento deve estar em consonância com o PPA e terá por função, além de fixar</p><p>as despesas e receitas para o próximo exercício, reduzir as desigualdades entre</p><p>as diversas regiões do país.</p><p>- Seguridade social: abrange as entidades e órgãos a ela vinculados,</p><p>da Administração Direta ou Indireta, bem como os fundos e fundações</p><p>instituídos e mantidos pelo Poder Público. O objetivo é separar das empresas em</p><p>que haja participação societária do Poder Público, de modo a garantir a</p><p>vinculação das receitas afetas à seguridade social.</p><p>RESUMO DIREITO FINANCEIRO</p><p>27</p><p>www.gabaritojuridico.com.br</p><p>A LOA será acompanhada de demonstrativo regionalizado do efeito,</p><p>sobre as receitas e despesas, decorrente de isenções, anistias, remissões, subsídios</p><p>e benefícios de natureza financeira, tributária e creditícia (art. 165, §6º, da CF).</p><p>A LOA também PODE conter previsões de despesas para exercícios</p><p>seguintes:</p><p>CF:</p><p>Art. 165.</p><p>(...)</p><p>§ 14. A lei orçamentária anual poderá conter previsões de</p><p>despesas para exercícios seguintes, com a especificação dos</p><p>investimentos plurianuais e daquele s em andamento.</p><p>(Incluído pela Emenda Constitucional nº 102, de 2019)</p><p>Vigência: 01 ano, de 01 de janeiro até 31 de dezembro.</p><p>A LOA deve, ainda:</p><p>- conter anexo demonstrando a compatibilidade da programação dos</p><p>orçamentos com os objetivos e metas constantes do Anexo de Metas Fiscais</p><p>(LDO);</p><p>- ser acompanhada das medidas de compensação a renúncia de</p><p>receitas e ao aumento de despesas obrigatórias de caráter continuado e;</p><p>- conter reserva de contingência, cuja forma de utilização deve ser</p><p>definida com base na receita correte líquida, para fazer frente aos riscos fiscais e</p><p>contingentes discriminados no Anexo de Riscos Fiscais, constantes da LDO. O</p><p>que se pretende é assegurar que o ente tenha recursos suficientes para suportar</p><p>financeiramente o advento dos eventos de risco previstos na LDO.</p><p>É possível que no âmbito do Poder Legislativo a LOA sofra emendas,</p><p>mas apenas podem ser aprovadas caso:</p><p>CF:</p><p>Art. 166, §3º:</p><p>(...)</p><p>I – sejam compatíveis com o plano plurianual e com a lei de</p><p>diretrizes orçamentárias;</p><p>RESUMO DIREITO FINANCEIRO</p><p>28</p><p>www.gabaritojuridico.com.br</p><p>II – indiquem os recursos necessários, admitidos apenas os</p><p>provenientes de anulação de despesa, excluídas as que incidam</p><p>sobre:</p><p>a) dotações para pessoal e seus encargos;</p><p>b) serviço da dívida;</p><p>c) transferências tributárias constitucionais para Estados,</p><p>Municípios e Distrito Federal; ou</p><p>III – sejam relacionadas:</p><p>a) com a correção de erros ou omissões; ou</p><p>b) com os dispositivos do texto do projeto de lei.</p><p>Prazo para envio: será enviado ao Legislativo até 4 meses antes do</p><p>encerramento do exercício financeiro (04 de agosto) e devolvido para sanção até</p><p>o encerramento da sessão legislativa.</p><p>CRÉDITOS ADICIONAIS</p><p>Os créditos orçamentários integram a Lei Orçamentária Anual (LOA),</p><p>que se referem a valores que visam a atender as despesas do exercício financeiro.</p><p>Todavia, durante a execução orçamentária é provável que haja a necessidade de</p><p>realização de alguns ajustes, pois é impossível prever todas as receitas e todas</p><p>as despesas que se sucederão no exercício subsequente. Para atender essa</p><p>necessidade é que existem os créditos adicionais.</p><p>Portanto, os créditos adicionais são necessários quando as dotações</p><p>incialmente previstas na LOA se mostram insuficientes para os programas nela</p><p>previstos, ou quando há necessidade de realização de despesa nela não</p><p>autorizada.</p><p>O orçamento pode ser alterado por razões qualitativas ou quantitativas e</p><p>tais alterações servem tanto para reforçar dotações já criadas como para criar</p><p>novos programas.</p><p>O seu conceito legal está previsto no art. 40 da Lei 4.320/64:</p><p>Art. 40. São créditos adicionais, as autorizações de despesa não</p><p>computadas ou insuficientemente dotadas na Lei de Orçamento.</p><p>Existem 3 (três) espécies de créditos adicionais (art. 41):</p><p>Art. 41. Os créditos adicionais classificam-se em:</p><p>RESUMO DIREITO FINANCEIRO</p><p>29</p><p>www.gabaritojuridico.com.br</p><p>I – suplementares, os destinados a 29eforço de dotação</p><p>orçamentária;</p><p>II – especiais, os destinados a despesas para as quais não haja</p><p>dotação orçamentária específica;</p><p>III – extraordinários, os destinados a despesas urgentes e</p><p>imprevistas, em caso de guerra, comoção intestina ou calamidade</p><p>pública.</p><p>Suplementares: são aqueles destinados a reforçar dotação</p><p>orçamentária já existente; Especiais: são os destinados a despesas para as quais</p><p>não houve qualquer dotação orçamentária específica; Extraordinários: se referem</p><p>aqueles destinados a despesas urgentes e imprevisíveis (guerra, pandemia, etc).</p><p>Créditos suplementares: são destinados ao reforço de dotação</p><p>orçamentária, com vigência limitada ao exercício em que forem autorizados, ao</p><p>seja, ao exercício em que foram concedidos. Depende de lei e a própria LOA pode</p><p>prever essa autorização até determinado percentual (exceção ao princípio da</p><p>exclusividade). Têm natureza QUANTITATIVA pois se limita a reforçar</p><p>dotação insuficiente, mas prevista no orçamento.</p><p>Créditos especiais: são destinados a despesas com programas novos não</p><p>previstos na LOA (natureza qualitativa). Deve sempre ser autorizado por lei,</p><p>não podendo conter autorização prévia na LOA, dependendo de existência de</p><p>recursos disponíveis e de justificação. Não podem ter vigência além do exercício</p><p>em que forem autorizados, salvo se o ato de autorização for promulgado nos</p><p>últimos quatro meses daquele exercício, caso em que será reaberto nos limites</p><p>dos seus saldos e poderá viger até o término do exercício financeiro subsequente.</p><p>CF:</p><p>Art. 167, § 2º Os créditos especiais e extraordinários terão</p><p>vigência no exercício financeiro em que forem autorizados, salvo</p><p>se o ato de autorização for promulgado nos últimos quatro meses</p><p>daquele exercício, caso em que, reabertos nos limites de seus</p><p>saldos, serão incorporados ao orçamento do exercício financeiro</p><p>subseqüente.</p><p>Créditos extraordinários: destinados a atender despesas imprevisíveis e</p><p>urgentes (guerra, calamidade, pandemia, etc). Não dependem de lei</p><p>autorizativa, podendo a abertura se dar por decreto ou por medida provisória</p><p>(Para o STF, a interpretação das hipóteses de cabimento de medida provisória</p><p>deve ser feita de modo restrito).</p><p>RESUMO DIREITO FINANCEIRO</p><p>30</p><p>www.gabaritojuridico.com.br</p><p>CF:</p><p>Art. 167, § 3º A abertura de crédito extraordinário somente será</p><p>admitida para atender a despesas imprevisíveis e urgentes, como</p><p>as decorrentes de guerra, comoção interna ou calamidade pública,</p><p>observado o disposto no art. 62.</p><p>Eles podem tanto reforçar dotação orçamentária (se assemelhando aos</p><p>suplementares) como criar novas dotações (se assemelhando aos especiais). Não</p><p>podem ter vigência além do exercício em que forem autorizados, salvo se o ato</p><p>de autorização for promulgado nos últimos quatro meses daquele exercício,</p><p>caso em que será reaberto nos limites dos seus saldos e poderá viger até o término</p><p>do exercício financeiro subsequente.</p><p>Fontes para abertura de créditos adicionais: apenas podem ser abertos</p><p>créditos suplementares e especiais se houver recursos disponíveis para suportar</p><p>a despesa. Tal regra não se aplica aos créditos extraordinários quanto à</p><p>existência de créditos disponíveis.</p><p>Art. 43. A abertura dos créditos suplementares e especiais</p><p>depende da existência de recursos disponíveis para ocorrer a</p><p>despesa e será precedida de exposição justificativa.</p><p>§ 1º Consideram-se recursos para o fim deste artigo, desde que</p><p>não comprometidos:</p><p>I – o superávit financeiro apurado em balanço patrimonial do</p><p>exercício anterior;</p><p>II – os provenientes de excesso de arrecadação;</p><p>III – os resultantes de anulação parcial ou total de dotações</p><p>orçamentárias ou de créditos adicionais, autorizados em Lei;</p><p>IV – o produto de operações de credito autorizadas, em forma que</p><p>juridicamente possibilite ao poder executivo realiza-las.</p><p>§ 2º Entende-se por superávit financeiro a diferença positiva entre</p><p>o ativo financeiro e o passivo financeiro, conjugando-se, ainda, os</p><p>saldos dos créditos adicionais transferidos e as operações de</p><p>credito a eles vinculadas.</p><p>§ 3º Entende-se por excesso de arrecadação, para os fins deste</p><p>artigo, o saldo positivo das diferenças acumuladas mês a mês entre</p><p>a arrecadação prevista e a realizada, considerando-se, ainda, a</p><p>tendência do exercício.</p><p>RESUMO DIREITO FINANCEIRO</p><p>31</p><p>www.gabaritojuridico.com.br</p><p>VEDAÇÕES CONSTITUCIONAIS EM MATÉRIA ORÇAMENTÁRIA (Art.</p><p>167 da CF)</p><p>O art. 167 da CF/88 versa sobre as matérias que são vedadas na elaboração</p><p>dos orçamentos. São limitações constitucionais a serem aplicadas no momento</p><p>em que o orçamento será efetivamente realizado e vedações na própria</p><p>elaboração da lei orçamentária anual e na discriminação de receitas e despesas.</p><p>Trata-se, a bem da verdade, de normas que buscam impedir eventuais</p><p>desperdícios governamentais e que sistematizam o gasto público, impondo</p><p>limites em busca de proteger a sociedade.</p><p>Art. 167. São vedados:</p><p>I – o início de programas ou projetos não incluídos na lei</p><p>orçamentária anual;</p><p>II – a realização de despesas ou a assunção de obrigações diretas</p><p>que excedam os créditos orçamentários ou adicionais;</p><p>Os incisos I e II tratam do princípio da legalidade, pois somente lei</p><p>em sentido formal pode legitimar os gastos públicos. Por sua vez, também não se</p><p>pode pela via judicial impor programa não previsto como despesa. Trata-se de</p><p>limitação do ativismo judicial.</p><p>III – a realização de operações de créditos que excedam o</p><p>montante das despesas de capital, ressalvadas as</p><p>autorizadas mediante créditos suplementares ou especiais</p><p>com finalidade precisa, aprovados pelo Poder Legislativo</p><p>por maioria absoluta; (Vide Emenda constitucional nº 106,</p><p>de 2020</p><p>Essa é a REGRA DE OURO da Administração, pois veda a realização</p><p>de operações de crédito que excedam o montante das despesas de capital (salvo</p><p>as autorizadas por créditos suplementares ou especiais).</p><p>Qual a explicação para essa regra? Ora, não seria razoável tomar</p><p>empréstimo em valor que exceda as despesas de capital, visto que eles seriam</p><p>utilizados para pagar despesas correntes e, o ente que usa empréstimo para</p><p>outras áreas que não investimento, dificilmente terá como quitar.</p><p>Todavia, é preciso deixar claro o seguinte: a vedação do inciso III não</p><p>diz respeito à impossibilidade de satisfazer despesa corrente, mas apenas que o</p><p>montante da operação de crédito não exceda o montante da despesa de capital.</p><p>RESUMO DIREITO FINANCEIRO</p><p>32</p><p>www.gabaritojuridico.com.br</p><p>STF: A vedação do art. 167, III, da CF não impede a contratação de</p><p>operações de crédito para o custeio de despesas correntes. Proíbe-se, somente, a</p><p>contratação que exceda o montante das despesas de capital (ADI 5683).</p><p>IV – a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa,</p><p>ressalvadas a repartição do produto da arrecadação dos impostos</p><p>a que se referem os arts. 158 e 159, a destinação de recursos para</p><p>as ações e serviços públicos de saúde, para manutenção e</p><p>desenvolvimento do ensino e para realização de atividades da</p><p>administração tributária, como determinado, respectivamente,</p><p>pelos arts. 198, § 2º, 212 e 37, XXII, e a prestação de garantias às</p><p>operações de crédito por antecipação de receita, previstas no art.</p><p>165, § 8º, bem como o disposto no § 4º deste artigo; (Redação</p><p>dada pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)</p><p>V – a abertura de crédito suplementar ou especial sem prévia</p><p>autorização legislativa e sem indicação dos recursos</p><p>correspondentes;</p><p>VI – a transposição, o remanejamento ou a transferência de</p><p>recursos de uma categoria de programação para outra ou de um</p><p>órgão para outro, sem prévia autorização legislativa;</p><p>O inciso VI trata do princípio da proibição de estorno (ampliação do</p><p>princípio da legalidade), onde proíbe a transposição, o remanejamento ou a</p><p>transferência de recursos de uma categoria de programação para outra sem</p><p>previa autorização legislativa. Portanto, em caso de insuficiência ou necessidade</p><p>de recursos, o Executivo deve abrir crédito adicional ou solicitar a alteração por</p><p>meio de autorização legal.</p><p>VII – a concessão ou utilização de créditos ilimitados;</p><p>O inciso VII estabelece que tudo no orçamento deve ser quantificado,</p><p>de modo que é vedado à Administração realizar com prazo de vigência</p><p>indeterminado.</p><p>VIII – a utilização, sem autorização legislativa específica, de</p><p>recursos dos orçamentos fiscal e da seguridade social para</p><p>suprir necessidade ou cobrir déficit de empresas, fundações</p><p>e fundos, inclusive dos mencionados no art. 165, § 5º;</p><p>O inciso VIII prevê uma regra que proíbe a saída de recursos, sem</p><p>autorização legal, para financiar instituições financeiras ou outras empresas em</p><p>RESUMO DIREITO FINANCEIRO</p><p>33</p><p>www.gabaritojuridico.com.br</p><p>dificuldades financeiras. É dizer, os recursos públicos devem ser direcionados</p><p>para satisfazer necessidades públicas e não individuais/coletivas.</p><p>IX – a instituição de fundos de qualquer natureza, sem prévia</p><p>autorização legislativa.</p><p>X – a transferência voluntária de recursos e a concessão de</p><p>empréstimos, inclusive por antecipação de receita, pelos Governos</p><p>Federal e Estaduais e suas instituições financeiras, para</p><p>pagamento de despesas com pessoal ativo, inativo e pensionista,</p><p>dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. (Incluído</p><p>pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)</p><p>O inciso X estabelece que não é possível haver empréstimos ou</p><p>convênios para pagamento de despesas de custeio. Isso porque se o ente precisa</p><p>de empréstimo para custear a própria máquina pública estará em crise financeira.</p><p>XI – a utilização dos recursos provenientes das contribuições</p><p>sociais de que trata o art. 195, I, a, e II,</p><p>para a realização de</p><p>despesas distintas do pagamento de benefícios do regime geral de</p><p>previdência social de que trata o art. 201. (Incluído pela</p><p>Emenda Constitucional nº 20, de 1998)</p><p>Como a seguridade social engloba ações com saúde, assistência e</p><p>previdência, o constituinte esclareceu que os recursos advindos das contribuições</p><p>sobre folha de pagamento (patronal) e os arrecadados do segurado só podem ser</p><p>destinados para o custeio dos benefícios do RGPS e não para a seguridade social</p><p>como um todo.</p><p>XII – na forma estabelecida na lei complementar de que trata o §</p><p>22 do art. 40, a utilização de recursos de regime próprio de</p><p>previdência social, incluídos os valores integrantes dos fundos</p><p>previstos no art. 249, para a realização de despesas distintas do</p><p>pagamento dos benefícios previdenciários do respectivo fundo</p><p>vinculado àquele regime e das despesas necessárias à sua</p><p>organização e ao seu funcionamento; (Incluído pela Emenda</p><p>Constitucional nº 103, de 2019)</p><p>XIII – a transferência voluntária de recursos, a concessão de</p><p>avais, as garantias e as subvenções pela União e a concessão de</p><p>empréstimos e de financiamentos por instituições financeiras</p><p>federais aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios na</p><p>hipótese de descumprimento das regras gerais de organização e de</p><p>RESUMO DIREITO FINANCEIRO</p><p>34</p><p>www.gabaritojuridico.com.br</p><p>funcionamento de regime próprio de previdência social.</p><p>(Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)</p><p>XIV – a criação de fundo público, quando seus objetivos puderem</p><p>ser alcançados mediante a vinculação de receitas orçamentárias</p><p>específicas ou mediante a execução direta por programação</p><p>orçamentária e financeira de órgão ou entidade da administração</p><p>pública. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 109, de 2021)</p><p>§ 1º Nenhum investimento cuja execução ultrapasse um</p><p>exercício financeiro poderá ser iniciado sem prévia</p><p>inclusão no plano plurianual, ou sem lei que autorize a</p><p>inclusão, sob pena de crime de responsabilidade.</p><p>§ 2º Os créditos especiais e extraordinários terão vigência no</p><p>exercício financeiro em que forem autorizados, salvo se o ato de</p><p>autorização for promulgado nos últimos quatro meses daquele</p><p>exercício, caso em que, reabertos nos limites de seus saldos, serão</p><p>incorporados ao orçamento do exercício financeiro subseqüente.</p><p>§ 3º A abertura de crédito extraordinário somente será admitida</p><p>para atender a despesas imprevisíveis e urgentes, como as</p><p>decorrentes de guerra, comoção interna ou calamidade pública,</p><p>observado o disposto no art. 62.</p><p>§ 4º É permitida a vinculação das receitas a que se referem os arts.</p><p>155, 156, 157, 158 e as alíneas “a”, “b”, “d” e “e” do inciso I e o</p><p>inciso II do caput do art. 159 desta Constituição para pagamento</p><p>de débitos com a União e para prestar-lhe garantia ou</p><p>contragarantia. (Redação dada pela Emenda Constitucional</p><p>nº 109, de 2021)</p><p>§ 5º A transposição, o remanejamento ou a transferência de</p><p>recursos de uma categoria de programação para outra poderão ser</p><p>admitidos, no âmbito das atividades de ciência, tecnologia e</p><p>inovação, com o objetivo de viabilizar os resultados de projetos</p><p>restritos a essas funções, mediante ato do Poder Executivo, sem</p><p>necessidade da prévia autorização legislativa prevista no inciso VI</p><p>deste artigo. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 85, de</p><p>2015)</p><p>§ 6º Para fins da apuração ao término do exercício financeiro do</p><p>cumprimento do limite de que trata o inciso III do caput deste</p><p>RESUMO DIREITO FINANCEIRO</p><p>35</p><p>www.gabaritojuridico.com.br</p><p>artigo, as receitas das operações de crédito efetuadas no contexto</p><p>da gestão da dívida pública mobiliária federal somente serão</p><p>consideradas no exercício financeiro em que for realizada a</p><p>respectiva despesa. (Incluído pela Emenda Constitucional nº</p><p>109, de 2021)</p><p>§ 7º A lei não imporá nem transferirá qualquer encargo financeiro</p><p>decorrente da prestação de serviço público, inclusive despesas de</p><p>pessoal e seus encargos, para a União, os Estados, o Distrito</p><p>Federal ou os Municípios, sem a previsão de fonte orçamentária e</p><p>financeira necessária à realização da despesa ou sem a previsão da</p><p>correspondente transferência de recursos financeiros necessários</p><p>ao seu custeio, ressalvadas as obrigações assumidas</p><p>espontaneamente pelos entes federados e aquelas decorrentes da</p><p>fixação do salário mínimo, na forma do inciso IV do caput do art.</p><p>7º desta Constituição. (Incluído pela Emenda Constitucional</p><p>nº 128, de 2022)</p><p>COMO É COBRADO?</p><p>1) FGV - Auditor de Controle Externo (TCE TO)/Direito/2022</p><p>O presidente da República enviou ao Congresso Nacional o projeto de lei de</p><p>diretrizes orçamentárias (LDO) para o ano de 2022. No Legislativo, o projeto</p><p>começou a tramitar na Comissão Mista permanente de Planos, Orçamentos</p><p>Públicos e Fiscalização (CMO). Enquanto seguiam os trabalhos de exame na</p><p>CMO, o presidente da República enviou mensagem ao Congresso Nacional</p><p>para propor alteração em uma parte do projeto da LDO.</p><p>Diante desse cenário e à luz da Constituição da República de 1988, é correto</p><p>afirmar que:</p><p>A) uma vez encaminhado o projeto de LDO ao Congresso Nacional, o presidente da</p><p>República não poderá mais enviar mensagem ao Legislativo para propor modificações</p><p>a esse projeto;</p><p>B) a CMO é composta por deputados, senadores, membros representantes da</p><p>sociedade civil escolhidos pelo Congresso Nacional, membros da Secretaria do</p><p>Tesouro Nacional e membros indicados pelo Tribunal de Contas da União;</p><p>RESUMO DIREITO FINANCEIRO</p><p>36</p><p>www.gabaritojuridico.com.br</p><p>C) a emissão de parecer da CMO sobre o projeto de LDO, devidamente votado e</p><p>aprovado no âmbito dessa Comissão Mista, dispensa a votação posterior pelos demais</p><p>membros da Câmara dos Deputados e do Senado Federal;</p><p>D) deve integrar o projeto de LDO, para o exercício de 2022 e, pelo menos, para os dois</p><p>exercícios subsequentes, anexo com previsão de agregados fiscais e a proporção dos</p><p>recursos para investimentos que serão alocados na lei orçamentária anual para a</p><p>continuidade daqueles em andamento;</p><p>E) diferentemente do projeto de lei orçamentária anual, em que podem ser propostas</p><p>emendas parlamentares ao projeto, não se admite a apresentação na CMO de emendas</p><p>parlamentares ao projeto de LDO.</p><p>2) FGV - Juiz Estadual (TJ PE)/2022</p><p>Lucas, deputado federal, apresenta uma emenda ao projeto de lei do orçamento</p><p>anual para ampliar certa dotação orçamentária que reputa ter sido</p><p>contemplada com alocação insuficiente de recursos.</p><p>Para tanto, tal emenda de Lucas deverá indicar os recursos necessários, que</p><p>poderão provir de anulação de despesas que incidam sobre:</p><p>A) serviço da dívida;</p><p>B) dotações para pessoal civil;</p><p>C) dotações para encargos com pessoal militar;</p><p>D) restos a pagar não processados de material de consumo;</p><p>E) transferências tributárias constitucionais para os Estados, Municípios e Distrito</p><p>Federal.</p><p>3) FGV - Juiz Estadual (TJ PE)/2022</p><p>No curso da execução do orçamento anual do Estado Alfa, constata-se que</p><p>haverá necessidade de reforço de dotação orçamentária em relação a uma</p><p>despesa prevista na Lei Orçamentária Anual (LOA), uma vez que a dotação</p><p>inicialmente consignada se mostrou insuficiente.</p><p>Diante desse cenário e nos termos da Lei nº 4.320/1964, é correto afirmar que:</p><p>A) por razão de segurança jurídica e para fins de controle das contas públicas, não é</p><p>permitida a retificação do orçamento no curso de sua execução, devendo o reforço de</p><p>dotação ser consignado no projeto de LOA do ano subsequente;</p><p>RESUMO DIREITO FINANCEIRO</p><p>37</p><p>www.gabaritojuridico.com.br</p><p>B) é possível, para tal reforço de dotação, a abertura de crédito adicional extraordinário</p><p>por decreto executivo, que é o instrumento retificador do orçamento cabível para</p><p>despesas imprevistas, mas sem a possibilidade de edição de Medida Provisória para</p><p>esse fim;</p><p>C) em se tratando de despesa inicialmente prevista na LOA, cuja dotação se mostre</p><p>insuficiente no curso de sua execução, a</p><p>única forma de custeio do valor excedente</p><p>será a abertura de crédito por antecipação de receita orçamentária, que deverá ser</p><p>quitado até o término do exercício financeiro;</p><p>D) é cabível a abertura de crédito adicional suplementar por decreto executivo, desde</p><p>que autorizado em lei, sendo necessária a indicação da fonte de recursos para fazer</p><p>frente ao referido reforço de dotação;</p><p>E) o reforço de dotação orçamentária para despesa inicialmente prevista na LOA deve</p><p>ser realizado através da abertura de crédito adicional especial por meio de Medida</p><p>Provisória, desde que indique a fonte de custeio para o respectivo reforço de dotação.</p><p>4) FGV - Auditor de Controle Externo (TCE TO)/Direito/2022</p><p>O Município X requereu ao BNDES (instituição financeira federal) a concessão</p><p>de empréstimo, em regime de juros especiais para os entes municipais, a fim</p><p>de obter recursos para pagamento de aumento concedido aos servidores</p><p>municipais ativos.</p><p>Diante desse cenário e à luz da Constituição da República de 1988, esse</p><p>empréstimo requerido pelo Município X junto ao BNDES:</p><p>A) pode ser realizado, uma vez que será feito em regime de juros especiais para os</p><p>entes municipais;</p><p>B) pode ser realizado, uma vez que é permitido junto a instituição financeira vinculada</p><p>ao governo federal;</p><p>C) não pode ser realizado, uma vez que é vedado junto a instituição financeira</p><p>vinculada ao governo federal;</p><p>D) não pode ser realizado, uma vez que é permitido apenas junto a instituição</p><p>financeira vinculada ao governo estadual;</p><p>E) não pode ser realizado, uma vez que é permitido apenas para pagamento de</p><p>proventos de aposentadoria de servidores inativos e seus respectivos pensionistas.</p><p>5) FGV - Notário e Registrador (TJ SC)/Remoção/2021</p><p>O Estado Alfa realizou operação de crédito com a instituição financeira XX, de</p><p>modo a antecipar receita para fazer face à insuficiência de caixa. O objetivo dos</p><p>RESUMO DIREITO FINANCEIRO</p><p>38</p><p>www.gabaritojuridico.com.br</p><p>recursos assim obtidos seria o de permitir o pagamento dos vencimentos dos</p><p>servidores públicos e, na parte que sobejasse, possibilitar a aquisição de bens</p><p>de capital. Tanto a receita obtida, como a despesa a ser realizada, estavam</p><p>previstas na lei orçamentária anual.</p><p>À luz da sistemática constitucional, a narrativa acima:</p><p>A) não apresenta qualquer incorreção;</p><p>B) está incorreta ao permitir a realização de operação de crédito para fazer face à</p><p>despesa pública;</p><p>C) está incorreta ao permitir a realização de operação de crédito que exceda o valor</p><p>das despesas de capital;</p><p>D) está incorreta ao permitir a realização de operação de crédito que exceda o</p><p>montante das despesas de custeio;</p><p>E) está incorreta ao permitir a realização de operação de crédito que exceda o montante</p><p>das despesas de pessoal.</p><p>6) FGV - Consultor do Tesouro Estadual (SEFAZ ES)/Ciências</p><p>Econômicas/2022 (e mais 1 concurso)</p><p>O plano plurianual, considerando o mandato presidencial com início em</p><p>01/01/2019 e término em 31/12/2022, tem vigência de</p><p>A) três anos, de 2019 a 2021.</p><p>B) três anos, de 2020 a 2022.</p><p>C) quatro anos, de 2019 e 2022.</p><p>D) quatro anos, de 2020 a 2023.</p><p>E) cinco anos, de 2019 a 2023.</p><p>7) FGV - Auditor de Finanças e Controle do Tesouro Estadual (Sefaz</p><p>AM)/2022 (e mais 1 concurso)</p><p>Em relação ao Plano Plurianual, assinale a afirmativa correta.</p><p>A) Tem vigência de três anos e passa a vigorar a partir do primeiro ano do mandato</p><p>presidencial.</p><p>B) Tem vigência de três anos e passa a vigorar a partir do segundo ano do mandato</p><p>presidencial.</p><p>C) Tem vigência de quatro anos e coincide com o mandato presidencial.</p><p>RESUMO DIREITO FINANCEIRO</p><p>39</p><p>www.gabaritojuridico.com.br</p><p>D) Tem vigência de quatro anos e passa a vigorar a partir do segundo ano do mandato</p><p>presidencial.</p><p>E) Tem vigência de quatro anos e passa a vigorar no último ano do mandato</p><p>presidencial.</p><p>8) FGV - Analista Judiciário (TJDFT)/Apoio</p><p>Especializado/Contabilidade/2022</p><p>A Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) é um instrumento que integra a</p><p>perspectiva de planejamento com o orçamento anual, além de contribuir para</p><p>o acompanhamento da gestão fiscal, com disposições que impactam poderes e</p><p>órgãos da administração pública.</p><p>Acerca do conteúdo e alcance desse instrumento, analise os itens a seguir.</p><p>I. O aumento de despesa com pessoal dos órgãos e entidades da administração</p><p>direta e indireta, mantidas pelo poder público, está sujeito à previsão na LDO.</p><p>II. Em decorrência da competência constitucional de controle, os parâmetros</p><p>para remuneração de pessoal no âmbito do Poder Legislativo são fixados em</p><p>lei própria, e não na LDO.</p><p>III. As propostas orçamentárias dos Tribunais de Justiça são elaboradas dentro</p><p>dos limites estipulados pela LDO.</p><p>IV. Devido à sua autonomia e independência funcional, a proposta</p><p>orçamentária do Ministério Público não está sujeita a parâmetros definidos</p><p>pela LDO.</p><p>Está correto somente o que se afirma em:</p><p>A) I e III;</p><p>B) I e IV;</p><p>C) II e IV;</p><p>D) I, II e III;</p><p>E) II, III e IV.</p><p>RESUMO DIREITO FINANCEIRO</p><p>40</p><p>www.gabaritojuridico.com.br</p><p>9) FGV - Analista de Gestão Corporativa (EPE)/Recursos Humanos/2022</p><p>(e mais 7 concursos)</p><p>Em relação à Lei de Diretrizes Orçamentárias, um dos motivos principais de</p><p>sua concepção está relacionado à promoção da integração entre o Plano</p><p>Plurianual e a Lei Orçamentária Anual, auxiliando no alinhamento dos</p><p>objetivos de médio prazo com o contexto anual.</p><p>Acerca da Lei de Diretrizes Orçamentárias, é correto afirmar que uma de suas</p><p>atribuições constitucionais é</p><p>A) orientar a elaboração do Plano Plurianual.</p><p>B) estabelecer a política de aplicação das agências reguladoras oficiais.</p><p>C) determinar as diretrizes, os objetivos e as metas da administração federal.</p><p>D) definir, de forma regionalizada, os programas de duração continuada.</p><p>E) dispor sobre mudanças na legislação tributária.</p><p>10) FGV - Consultor do Tesouro Estadual (SEFAZ ES)/Ciências</p><p>Econômicas/2022 (e mais 1 concurso)</p><p>Em relação à lei orçamentária anual analise as afirmativas a seguir e assinale</p><p>(V) para a verdadeira e (F) para a falsa.</p><p>( ) O orçamento da seguridade social abrange todas as entidades e órgãos a</p><p>ela vinculados, da administração direta ou indireta, bem como os fundos e</p><p>fundações instituídos e mantidos pelo Poder Público.</p><p>( ) O orçamento fiscal é referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e</p><p>entidades da administração direta e indireta, inclusive fundações instituídas e</p><p>mantidas pelo Poder Público.</p><p>( ) O orçamento de investimento diz respeito a empresas em que a União,</p><p>direta ou indiretamente, detém a maioria do capital social com direito a voto.</p><p>As afirmativas são, segundo a ordem apresentada, respectivamente,</p><p>A) V – V – V.</p><p>B) V – F – V.</p><p>C) F – V – V.</p><p>D) V – V – F.</p><p>E) F – F – F.</p><p>RESUMO DIREITO FINANCEIRO</p><p>41</p><p>www.gabaritojuridico.com.br</p><p>GABARITO DAS QUESTÕES</p><p>QUESTÃO RESPOSTA</p><p>01 D</p><p>02 D</p><p>06 D</p><p>04 C</p><p>05 C</p><p>06 D</p><p>07 D</p><p>08 A</p><p>09 E</p><p>10 A</p><p>RESUMO DIREITO FINANCEIRO</p><p>42</p><p>www.gabaritojuridico.com.br</p><p>RECEITA e DESPESA</p><p>RECEITA PÚBLICA: conceito, ingressos e receitas; classificação:</p><p>receitas originárias e receitas derivadas; preço público e sua</p><p>distinção com a taxa</p><p>CONCEITO</p><p>Ingresso x Receita</p><p>Receita pública é a entrada definitiva de dinheiro nos cofres públicos.</p><p>Em outras palavras, é o ingresso de numerário aos cofres que servirá como fonte</p><p>para fazer face às despesas.</p><p>É preciso distinguir a receita pública do ingresso público. Enquanto a</p><p>receita é a entrada de recursos que integram o patrimônio SEM RESERVAS, o</p><p>ingresso integra o patrimônio COM RESERVAS. Ou seja, o ingresso público é</p><p>aquele recurso que poderá ser devolvido ao particular visto que sua entrada se</p><p>deu condicionada a um posterior levantamento.</p><p>Assim, ingresso se traduz em todas as entradas, mesmo quando geram</p><p>lançamento no passivo. Receita é apenas o ingresso que não gera lançamento</p><p>no passivo.</p><p>Exemplo</p>

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