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<p>Pessoas jurídicas de direito privado</p><p>Pessoas jurídicas de direito privado:</p><p>Artigo 44, Código Civil: Associações</p><p>Sociedades</p><p>Fundações</p><p>Organizações Religiosas</p><p>Partidos Políticos</p><p>Fundações privadas ou particulares</p><p>Instituição caracterizada como pessoa jurídica.</p><p>Responsavel pela organização de um patrimônio que não possui proprietários, titulares sócios ou acionistas.</p><p>Entidade constituída por um patrimônio destinado por uma PF ou PJDP para realização de alguma atividade de caráter social (Artigo 62, Código Civil: Parágrafo único. de ) Comment by Yasmin Souza: I – assistência social</p><p>II – cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e artístico</p><p>III – educação</p><p>IV – saúde</p><p>V – segurança alimentar e nutricional</p><p>VI – defesa, preservação e conservação do meio ambiente e promoção do desenvolvimento sustentável; VII – pesquisa científica, desenvolvimento de tecnologias alternativas, modernização de sistemas de gestão, produção e divulgação de informações e conhecimentos técnicos e científicos</p><p>VIII – promoção da ética, da cidadania, da democracia e dos direitos humanos;</p><p>IX – atividades religiosas</p><p>Para a criação de uma fundação é indissociável que haja algumas características, como: formado por bens livres e desimpedidos, juridicamente indissolúvel e personalizado.</p><p>Requisitos para constituição de uma fundação:</p><p>a) Ato Constitutivo (Escritura Pública ou Testamento - art. 62, caput do CC) obrigatório</p><p>b) Patrimônio constituído de bens” livres” (art. 62, caput do CC) obrigatório</p><p>c) Fim a que se destina (art. 62, parte final do CC) obrigatório</p><p>d) Licitude de suas finalidades, ou do objeto social motivacional de sua criação. obrigatório</p><p>e) Elaboração de um Estatuto (art. 65 do CC) obrigatório</p><p>f) Forma de Administração (art. 62, parte final do CC) facultativo</p><p>FORMULAÇÃO DO ESTATUTO E AQUISIÇÃO DA PERS. JURÍDICA</p><p>Artigo 65, Código Civil. Comment by Yasmin Souza: Aqueles a quem o instituidor cometer a aplicação do patrimônio, em tendo ciência do encargo, formularão logo, de acordo com as suas bases (art. 62), o estatuto da fundação projetada, submetendo-o, em seguida, à aprovação da autoridade competente, com recurso ao juiz.</p><p>Aqueles a quem o instituidor entregar esta incumbência, o formularão dentro do prazo por ele estabelecido seguindo suas diretrizes, o qual deverá ser submetido ao crivo do MP para posterior registro. Comment by Yasmin Souza: Obrigação</p><p>Se o MP o recusa, cabe ainda recurso à via judicial, quando o juiz o aprova, estará satisfeita a exigência legal para seu ulterior registro. Comment by Yasmin Souza: posterior</p><p>E caso essas pessoas não o elaborem no prazo determinado por aquele, ou assinalado pela lei (180 dias), o MP avocará esta incumbência.</p><p>Após a elaboração, o Estatuto deverá ser registrado no RCPJ, como elemento caracterizador à aquisição da personalidade jurídica.</p><p>MP COMO CURADOR FUNDACIONAL</p><p>MP tem função de fiscalizar a Fundação desde a sua criação até sua eventual extinção</p><p>Art. 66. Velará pelas fundações o Ministério Público do Estado onde situadas.</p><p>§ 2º - Se estenderem a atividade por mais de um Estado, caberá o encargo, em cada um deles, ao respectivo Ministério Público</p><p>BENS INSUFICIENTES PARA SUA CONSTITUIÇÃO</p><p>Art. 63. Quando insuficientes para constituir a fundação, os bens a ela destinados serão, se de outro modo não dispuser o instituidor, incorporados em outra fundação que se proponha a fim igual ou semelhante.</p><p>Embora a lei não preveja essa alternativa, uma terceira opção visando constituir a Fundação seria aplicar esse patrimônio (capitalizar) até se alcançar o montante necessário, caso isso seja possível, quando não se tratar de uma soma vultosa</p><p>MECANISMOS PARA EVITAR FRAUDES</p><p>Art. 62 – Para criar uma fundação, o seu instituidor fará (...) dotação especial de bens livres (...)</p><p>Art. 64 - Constituída a fundação por negócio jurídico entre vivos, o instituidor é obrigado a transferir-lhe a propriedade, ou outro direito real, sobre os bens dotados, e, se não o fizer, serão registrados, em nome dela, por mandado judicial</p><p>ALTERAÇÃO DO ESTATUTO</p><p>Art. 67 - Para que se possa alterar o estatuto da fundação é mister que a reforma:</p><p>I - seja deliberada por dois terços dos competentes para gerir e representar a fundação;</p><p>II - não contrarie ou desvirtue o fim desta;</p><p>III – seja aprovada pelo órgão do Ministério Público no prazo máximo de 45 (quarenta e cinco) dias, findo o qual ou no caso de o Ministério Público a denegar, poderá o juiz supri-la, a requerimento do interessado.</p><p>Art. 68 - Quando a alteração não houver sido aprovada por votação unânime, os administradores da fundação, ao submeterem o estatuto ao órgão do Ministério Público, requererão que se dê ciência à minoria vencida para impugná-la, se quiser, em dez dias.</p><p>LEGITIMIDADE, FATOS QUE OCASIONAM A EXTINÇÃO E DESTINO DO PATRIMÔNIO</p><p>Art. 69 - Tornando-se ilícita, impossível ou inútil a finalidade a que visa a fundação, ou vencido o prazo de sua existência, o órgão do Ministério Público, ou qualquer interessado, lhe promoverá a extinção, incorporando-se o seu patrimônio, salvo disposição em contrário no ato constitutivo, ou no estatuto, em outra fundação, designada pelo juiz, que se proponha a fim igual ou semelhante.</p><p>Organizações religiosas</p><p>Art. 44, § 1º do CC - São livres a criação, a organização, a estruturação interna e o funcionamento das organizações religiosas, sendo vedado ao poder público negar-lhes reconhecimento ou registro dos atos constitutivos e necessários ao seu funcionamento.</p><p>Art. 5º da CF</p><p>VI - É inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias;</p><p>XVII - É plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar;</p><p>OBS - Veja a importância da questão religiosa para as pessoas, ligada aos seus direitos da personalidade</p><p>Art. 244 do CPC - Não se fará a citação, salvo para evitar o perecimento do direito:</p><p>I - De quem estiver participando de ato de culto religioso;</p><p>Pessoa jurídica revestida de garantia constitucional de liberdade de culto e de associações para fins lícitos, previsto no art. 5º, VI e XVII da CRFB/1988. Comment by Yasmin Souza: VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias; Comment by Yasmin Souza: VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei;</p><p>São consideradas todas as entidades de direito privado formadas pela união de pessoas físicas, com o proposito o culto, por meio de doutrinas e rituais, envolvendo preceitos éticos.</p><p>Em sua maioria arrecadam contribuições para a manutenção de templos para o exercício da caridade.</p><p>São associações civis sem fins lucrativos e possuem imunidade (ou isenção) fiscal dentro dos templos.</p><p>CARACTERÍSTICAS</p><p>Sempre serão de direito privado</p><p>Sempre formadas por pessoas físicas</p><p>Finalidade voltada, exclusivamente, para a questão espiritual de seus membros</p><p>Não sofrem tributação sobre o comércio realizado dentro do templo</p><p>Via de regra possuem como fonte de subsistência as doações de seus membros</p><p>Não têm finalidade lucrativa</p><p>Possuem proteção constitucional</p><p>PARTIDOS POLÍTICOS</p><p>Formado por pessoas físicas que a partir de um ideal comum, visam conquistar o poder para a concepção de um programa de governo, com interesse do regime democrático, autenticidade do sistema representativo, defendendo direitos fundamentais estabelecidos na CRFB/88</p><p>São proibidos de receber recursos financeiros de entidades ou órgãos ligados a estados estrangeiros, devem prestar contas de seu patrimônio à justiça eleitoral, NÃO PODEM adotar uniformes para seus membros, não podem ministrar-lhes atividades de caráter paramilitar, possuem autonomia para definir</p><p>sua estrutura interna, organização e funcionamento, necessitam de um duplo registro de seu estatuto para adquirirem pj, tem atuação de caráter nacional, sempre serão de direito privado, sempre serão formados por pessoas físicas, não têm finalidade lucrativa</p><p>Art. 44, § 3º do CC – Os partidos políticos serão organizados e funcionarão conforme estabelecidos em lei específica. (Lei 9.096/1995)</p><p>REQUISITOS PARA CONSTITUIÇÃO E AQUISIÇÃO DA PERS. JURÍDICA</p><p>a) Ato Constitutivo (Ata de Criação)</p><p>b) Escolha da sua diretoria administrativa</p><p>c) Elaboração de um Estatuto</p><p>Obs1 - seu estatuto só poderá ser registrado se cumpridas as exigências previstas no art. 7º, § 1º da lei 9.096/1995 Comment by Yasmin Souza: Só é admitido o registro do estatuto de partido político que tenha caráter nacional, considerando-se como tal aquele que comprove, no período de dois anos, o apoiamento de eleitores não filiados a partido político, correspondente a, pelo menos, 0,5% (cinco décimos por cento) dos votos dados na última eleição geral para a Câmara dos Deputados, não computados os votos em branco e os nulos, distribuídos por um terço, ou mais, dos Estados, com um mínimo de 0,1% (um décimo por cento) do eleitorado que haja votado em cada um deles.</p><p>Obs2 – somente o registro do estatuto permite ao partido participar do processo eleitoral, receber recursos do fundo partidário e ter acesso gratuito ao rádio e à televisão (art. 7º, § 2º da lei 9.096/1995) Comment by Yasmin Souza: Só o partido que tenha registrado seu estatuto no Tribunal Superior Eleitoral pode participar do processo eleitoral, receber recursos do Fundo Partidário e ter acesso gratuito ao rádio e à televisão, nos termos fixados nesta Lei.</p><p>Obs3 – somente o registro do estatuto assegura a exclusividade da sua denominação, sigla e símbolos, vedada a utilização, por outros partidos (art. 7º, § 3º da lei 9.096/1995) Comment by Yasmin Souza: Somente o registro do estatuto do partido no Tribunal Superior Eleitoral assegura a exclusividade da sua denominação, sigla e símbolos, vedada a utilização, por outros partidos, de variações que venham a induzir a erro ou confusão.</p><p>D) registro da ata de criação e do estatuto no RCPJ e no TSE, ambos na capital federal (art. 7º, caput da lei 9.096/1995)</p><p>E) autorização do poder público</p><p>I - nome, denominação abreviada (sigla) e o estabelecimento da sede no território nacional;</p><p>II – requisitos para a filiação e desligamento de seus membros;</p><p>III - direitos e deveres dos filiados;</p><p>IV - modo como se organiza e administra, com a definição de sua estrutura geral e identificação, composição e competências dos órgãos partidários nos níveis municipal, estadual e nacional, duração dos mandatos e processo de eleição dos seus membros;</p><p>V - fidelidade e disciplina partidárias, processo para apuração das infrações e aplicação das penalidades, assegurado amplo direito de defesa;</p><p>VI - condições e forma de escolha de seus candidatos a cargos e funções eletivas;</p><p>VII - finanças e contabilidade, estabelecendo, inclusive, normas que os habilitem a apurar as quantias que os seus candidatos possam despender com a própria eleição, que fixem os limites das contribuições dos filiados e definam as diversas fontes de receita do partido, além daquelas previstas na Lei nº 7 9.096/1995;</p><p>VIII - critérios de distribuição dos recursos do Fundo Partidário entre os órgãos de nível municipal, estadual e nacional que compõem o partido;</p><p>IX - procedimento de reforma do programa e do estatuto</p><p>FINALIDADE DOS PARTIDOS POLÍTICOS</p><p>a) caráter de formação de grupo (associação), já que se trata da união de pessoas com ideias em comum sobre questões sociais e que não tenham finalidade lucrativa;</p><p>b) a organização dessas ideias em um plano de conquista de cargos governamentais, as quais serão executadas através de um plano de governo previamente elaborado e apresentado ao TSE antes das eleições;</p><p>c) a administração de um ente público União, Estados, DF ou Municípios. Administração está baseada nas propostas de campanha aliada às correntes de pensamento político que atendam às demandas da população.</p><p>d) a principal delas que é a defesa da democracia e a garantia dos direitos fundamentais.</p><p>Funda��es.pdf</p><p>Com isso, não há mais a exigência de convocação da assembleia geral para</p><p>discutir questões atinentes à pessoa jurídica que não constam do art. 59 do</p><p>CC, o que também diminui a burocracia.</p><p>A encerrar o estudo da categoria, caso seja dissolvida a associação, o</p><p>remanescente do seu patrimônio líquido, depois de deduzidas, se for o caso,</p><p>as quotas ou frações ideais transferidas a terceiros, será destinado à entidade</p><p>de fins não econômicos designada no estatuto. Sendo omisso o estatuto, por</p><p>deliberação dos associados, o remanescente poderá ser destinado à instituição</p><p>municipal, estadual ou federal, de fins idênticos ou semelhantes (art. 61 do</p><p>CC). Anote-se que Tribunal Gaúcho já entendeu que a norma é de ordem</p><p>pública, sendo nula a previsão do estatuto que determina que, em casos de</p><p>dissolução, os bens serão partilhados entre os próprios associados,</p><p>entendimento ao qual se filia (TJRS, Apelação Cível 70024200750, Porto</p><p>Alegre, 5.ª Câmara Cível, Rel. Des. Paulo Sergio Scarparo, j. 18.06.2008,</p><p>DOERS 30.06.2008, p. 38).</p><p>Na V Jornada de Direito Civil aprovou-se enunciado doutrinário sobre o</p><p>dispositivo prevendo a prevalência da vontade dos associados: “a</p><p>obrigatoriedade de destinação do patrimônio líquido remanescente da</p><p>associação à instituição municipal, estadual ou federal, de fins idênticos ou</p><p>semelhantes, em face da omissão do estatuto, possui caráter subsidiário,</p><p>devendo prevalecer a vontade dos associados, desde que seja contemplada</p><p>entidade que persiga fins não econômicos” (Enunciado n. 407).</p><p>Por derradeiro, a respeito do tema, merece destaque o Enunciado n. 615,</p><p>da VIII Jornada de Direito Civil, do ano de 2018, segundo o qual as</p><p>associações civis podem sofrer transformação, fusão, incorporação ou cisão.</p><p>A título de exemplo, é perfeitamente possível transformar uma associação em</p><p>sociedade com fim lucrativo, se essa passar a ser a sua finalidade.</p><p>2.3.3.2 Das fundações particulares</p><p>Conforme aponta Maria Helena Diniz, o termo fundação é originário do</p><p>latim fundatio, ação ou efeito de fundar, de criar, de fazer surgir.91 As</p><p>fundações, assim, são bens arrecadados e personificados, em atenção a um</p><p>determinado fim, que por uma ficção legal lhe dá unidade parcial. Ao Direito</p><p>Civil interessam apenas as fundações particulares, sendo certo que as</p><p>fundações públicas constituem autarquias, sendo objeto de estudo do Direito</p><p>Administrativo. Exemplo concreto de fundação privada é da Fundação São</p><p>Paulo, mantenedora da Pontifícia Universidade de São Paulo (PUCSP).</p><p>Ainda pode ser citada a Fundação Armando Álvares Penteado, também de</p><p>São Paulo (FAAP).</p><p>Nos termos do art. 62 do CC/2002, as fundações são criadas a partir de</p><p>escritura pública ou testamento. Para a sua criação, pressupõem-se a</p><p>existência dos seguintes elementos:</p><p>a) afetação de bens livres;</p><p>b) especificação dos fins;</p><p>c) previsão do modo de administrá-las;</p><p>d) elaboração de estatutos com base em seus</p><p>objetivos e submetidos à apreciação do Ministério</p><p>Público que os fiscalizará; único dos requisitos que</p><p>não é obrigatório, mas facultativo, no ato de</p><p>instituição.</p><p>Sendo insuficientes os bens para a constituição de uma fundação, serão</p><p>esses incorporados por outra fundação, que desempenha atividade</p><p>semelhante, salvo previsão em contrário pelo seu instituidor (art. 63 do CC).</p><p>As fundações surgem com o registro de seus estatutos no Registro Civil</p><p>de Pessoas Jurídicas. Pelo que enunciava o art. 62, parágrafo único, do CC,</p><p>em sua redação original, a fundação somente poderia constituir-se para “fins</p><p>religiosos, morais, culturais ou de assistência”, não podendo nunca ter</p><p>finalidade econômica, sequer indireta. Tal inovação era tida fundamental, eis</p><p>que muitas vezes as fundações foram utilizadas com fins ilícitos, ou com</p><p>intuito de enriquecimento sem causa.</p><p>Como é notório, as fundações devem ter fins nobres, distantes</p><p>dos fins</p><p>de lucro próprios das sociedades. Nessa linha de raciocínio, foi aprovado o</p><p>Enunciado n. 9 na I Jornada de Direito Civil, com a seguinte redação: “O art.</p><p>62, parágrafo único, deve ser interpretado de modo a excluir apenas as</p><p>fundações com fins lucrativos”. Aprofundando a questão, na mesma Jornada,</p><p>foi aprovado o Enunciado n. 8, a saber: “A constituição de fundação para fins</p><p>científicos, educacionais ou de promoção do meio ambiente está</p><p>compreendida no CC, art. 62, parágrafo único”.</p><p>Em 2015, o parágrafo único do art. 62 do CC foi alterado pela Lei</p><p>13.151, do mês de julho, ampliando os fins nobres das fundações, na linha do</p><p>que constava do último enunciado doutrinário. Assim, o comando passou a</p><p>prever que “a fundação somente poderá constituir-se para fins de: I –</p><p>assistência social; II – cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e</p><p>artístico; III – educação; IV – saúde; V – segurança alimentar e nutricional;</p><p>VI – defesa, preservação e conservação do meio ambiente e promoção do</p><p>desenvolvimento sustentável; VII – pesquisa científica, desenvolvimento de</p><p>tecnologias alternativas, modernização de sistemas de gestão, produção e</p><p>divulgação de informações e conhecimentos técnicos e científicos; VIII –</p><p>promoção da ética, da cidadania, da democracia e dos direitos humanos; IX –</p><p>atividades religiosas. Pensamos que a alteração somente confirma o</p><p>tratamento doutrinário constante dos Enunciados n. 8 e 9, da I Jornada de</p><p>Direito Civil. Ademais, o rol é meramente exemplificativo ou numerus</p><p>apertus, o que confirma a constatação de que essa alteração legal foi até</p><p>desnecessária, do ponto de vista prático.</p><p>Seguindo no estudo do tema, consta do art. 64 do Código Civil atual</p><p>que, “constituída a fundação por negócio jurídico entre vivos, o instituidor é</p><p>obrigado a transferir-lhe a propriedade, ou outro direito real, sobre os bens</p><p>dotados, e, se não o fizer, serão registrados, em nome dela, por mandado</p><p>judicial”. Esse mandado judicial deve ser postulado pelo Ministério Público,</p><p>a quem incumbe zelar pelas fundações.</p><p>Pelo seu interesse social, há necessidade de os administradores</p><p>prestarem contas ao Ministério Público. Nas fundações não existem sócios</p><p>propriamente ditos, pois o conjunto é de bens e não de pessoas. Como se</p><p>pode notar, as fundações são sempre supervisionadas pelo Ministério Público,</p><p>que atua como fiscal da lei por intermédio da curadoria das fundações;</p><p>devendo esse órgão zelar pela sua constituição e pelo seu funcionamento (art.</p><p>66 do CC).</p><p>Por regra que consta nesse dispositivo, a atuação cabe ao Ministério</p><p>Público estadual, exceção feita em dois casos, previstos originalmente nos</p><p>parágrafos do último dispositivo, a saber:</p><p>a) Para as fundações que funcionarem no Distrito</p><p>Federal ou em Território, caberia a atuação do</p><p>Ministério Público Federal, conforme a redação</p><p>originária do art. 66, § 1.º, do CC. Todavia, aponte-</p><p>se que o Supremo Tribunal Federal, em dezembro de</p><p>2006, entendeu pela inconstitucionalidade desse</p><p>dispositivo, em Ação Direta de</p><p>Inconstitucionalidade proposta pela Associação dos</p><p>Membros do Ministério Público (CONAMP) –</p><p>ADIn 2.794. A suspensão de eficácia da norma se</p><p>deu diante da prevalência da autonomia do</p><p>Ministério Público do Distrito Federal, que deve</p><p>zelar pelas fundações situadas naquela localidade</p><p>(STF, ADin 2.794/DF, Tribunal Pleno, Rel. Min.</p><p>Sepúlveda Pertence, j. 14.12.2007, DJ 30.03.2007,</p><p>p. 68). Em suma, a norma já não tinha mais</p><p>aplicação na realidade jurídica brasileira. Assim,</p><p>corretamente, a Lei 13.151/2015 alterou esse art. 66,</p><p>§ 1.º, da codificação material, passando o diploma a</p><p>preceituar que, se as fundações “funcionarem no</p><p>Distrito Federal ou em Território, caberá o encargo</p><p>ao Ministério Público do Distrito Federal e</p><p>Territórios”.</p><p>b) Para as fundações que funcionarem em várias</p><p>unidades da Federação ao mesmo tempo, ou que</p><p>estenderem sua atividade por mais de um Estado ou</p><p>Território, cabe a intervenção conjunta do MP de</p><p>todos os estados envolvidos (art. 66, § 2.º, do CC).</p><p>No tocante a esse dispositivo, não há que se falar em</p><p>qualquer inconstitucionalidade, não havendo</p><p>modificação pela Lei 13.151/2015.</p><p>A alteração das normas estatutárias da fundação somente é possível</p><p>mediante a deliberação de dois terços das pessoas responsáveis pela sua</p><p>gerência, desde que tal alteração não contrarie ou desvirtue a sua finalidade e</p><p>que seja aprovada pelo Ministério Público (art. 67, incs. I a III, do CC).</p><p>Consigne-se que a Lei 13.151/2015 introduziu no último inciso do</p><p>preceito um prazo decadencial de 45 dias para a aprovação do MP. Findo</p><p>esse prazo ou no caso de o Ministério Público a denegar, poderá o juiz supri-</p><p>la, a requerimento do interessado, de acordo com as circunstâncias do caso</p><p>concreto, sempre se levando em conta os fins nobres que devem estar</p><p>presentes na atuação das fundações.</p><p>Eventualmente, não havendo aprovação unânime, os vencedores quanto</p><p>à alteração deverão requerer ao Ministério Público que dê ciência à minoria,</p><p>visando impugnações, que devem ser apresentadas no prazo de 10 dias, sob</p><p>pena de decadência (art. 68 do CC). É forçoso observar que não cabe</p><p>qualquer decisão ao Ministério Público, devendo as nulidades ser apreciadas</p><p>pelo Poder Judiciário, dependendo do caso concreto.</p><p>Para terminar o estudo das fundações, tornando-se ilícita, impossível,</p><p>imoral a finalidade de uma fundação; se ela não atender às finalidades sociais</p><p>a que se destina; for impossível a sua manutenção ou vencer o prazo de sua</p><p>existência poderá ocorrer a sua dissolução, efetivada pelo Ministério Público</p><p>ou por qualquer interessado (art. 765 do CPC/2015). Em casos tais, os bens</p><p>devem ser destinados pelo juiz para outra fundação que desempenhe</p><p>atividade semelhante, salvo previsão de regra em contrário quanto ao destino</p><p>dos bens no seu estatuto social (art. 69 do CC/2002).</p><p>2.3.3.3 Das sociedades</p><p>Foi exposto que a finalidade lucrativa é o que distingue uma associação</p><p>de uma sociedade, constituindo ambas as espécies de corporação (conjunto de</p><p>pessoas). Nesse sentido, as sociedades se dividem em:</p><p>a) Sociedades empresárias – são as que visam a uma</p><p>finalidade lucrativa, mediante exercício de atividade</p><p>empresária. Esse conceito está adaptado ao que</p><p>consta no art. 982 do CC, sendo certo que não se</p><p>pode mais utilizar a expressão atividade mercantil,</p><p>superada pela evolução da matéria. Como exemplo,</p><p>pode ser citada qualquer sociedade que tem objetivo</p><p>comercial ou, ainda, que traz como conteúdo o</p><p>próprio conceito de empresário (art. 966 do CC –</p><p>“Considera-se empresário quem exerce</p><p>profissionalmente atividade econômica organizada</p><p>para a produção ou a circulação de bens ou de</p><p>serviços”). O Código Civil anterior denominava tais</p><p>sociedades como sociedades comerciais ou</p><p>mercantis.</p><p>b) Sociedades simples – são as que visam, também,</p><p>a um fim econômico (lucro), mediante exercício de</p><p>atividade não empresária. São as antigas sociedades</p><p>civis. Como exemplos, podem ser citados os grandes</p><p>escritórios de advocacia, as sociedades imobiliárias</p><p>e as cooperativas. Quanto às cooperativas, prevê o</p><p>Enunciado n. 69 do CJF/STJ, aprovado na I Jornada</p><p>de Direito Civil, que “as sociedades cooperativas</p><p>são sociedades simples sujeitas a inscrição nas</p><p>juntas comerciais”.</p><p>As sociedades, sejam elas simples ou empresárias, de acordo com o</p><p>Código Civil de 2002, podem assumir a forma de sociedade em nome</p><p>coletivo, sociedade em comandita simples, sociedade em conta de</p><p>participação ou sociedade por quotas de responsabilidade limitada; a última</p><p>inclusive na modalidade unipessoal, conforme o novo art. 1.052, § 1º,</p><p>introduzido pela Lei 13.874/2019. As sociedades anônimas, por outro lado,</p><p>somente podem se enquadrar como sociedades empresárias.</p><p>Em atualização à obra, repise-se a previsão das empresas individuais de</p><p>responsabilidade limitada (EIRELI), conforme arts. 44, inc. VI, e 980-A do</p><p>Código Civil reformado (introduzidos pela Lei 12.441/2011). A este autor</p><p>parece que tais entidades não constituem sociedades na sua formação, pelo</p><p>fato de serem constituídas apenas por uma pessoa.</p><p>o</p><p>art. 44 do Código Civil, a fim de incluir as organizações religiosas</p><p>e os partidos políticos como pessoas jurídicas de direito privado e,</p><p>ao mesmo tempo, acrescentar o parágrafo primeiro, o qual veda ao</p><p>poder público a negativa do reconhecimento, ou registro dos atos</p><p>constitutivos e necessários ao seu funcionamento. 4. A vedação</p><p>presente em tal artigo não pode ser considerada como absoluta,</p><p>cabendo ao Judiciário tutelar interesses a fim de certificar-se,</p><p>precipuamente, do cumprimento da legislação pátria, vale dizer, há</p><p>que se averiguar se a organização religiosa atende os requisitos</p><p>necessários ao registro do ato constitutivo. 5. Deve haver respeito</p><p>ao nomen juris de cada entidade e, sendo a Associação Espírita</p><p>Cristo e Caridade uma organização religiosa, não pode ostentar em</p><p>seu nome a menção ‘sociedade’, nomenclatura que se destina a</p><p>outras entidades que comunguem de interesses de finalidade</p><p>diversa da suscitada. Negado provimento ao apelo” (TJRS,</p><p>Acórdão 70027034164, Canoas, 5.ª Câmara Cível, Rel. Des. Jorge</p><p>Luiz Lopes do Canto, j. 21.01.2009, DOERS 29.01.2009, p. 24).</p><p>De data mais recente, do ano de 2019, seguindo a mesma linha de</p><p>intervenção quando ela for necessária, colaciona-se aresto do Tribunal</p><p>Paulista que afastou o registro de entidade religiosa, para que fosse adotado</p><p>outro nome, pois o pretendido poderia gerar confusões no meio social,</p><p>especialmente entre os fiéis. Como constou do acórdão, “a denominação da</p><p>pessoa jurídica cujo registro é pretendido é ‘Igreja Evangélica Pentecostal</p><p>Jesus é Esperança Ministério em Bragança Paulista S’ (a fls. 35); a</p><p>denominação da pessoa jurídica anteriormente registrada é ‘Associação Igreja</p><p>Pentecostal ‘Jesus é a Esperança’ (a fls. 55). Apesar das denominações não</p><p>serem absolutamente coincidentes, os núcleos daquelas são, ou seja: ‘(...)</p><p>Igreja (...) Pentecostal Jesus é Esperança (...)’. Além disso, ambas têm</p><p>finalidades religiosas solidárias. Essa proximidade permite confusão entre as</p><p>pessoas jurídicas, sendo certo que os elementos diversos das denominações</p><p>não possibilitam a diferenciação por envolverem objeto social religioso e</p><p>mesma localidade. O fato da estrutura jurídica da recorrente ser organização</p><p>religiosa e da empresa registrada ser associação, na forma do artigo 44 do</p><p>Código Civil, são insuficientes para rejeitar a qualificação registral negativa”</p><p>(TJSP, Conselho Superior da Magistratura de São Paulo, Apelação Cível</p><p>1008510-86.2017.8.26.0099, Rel. Des. Pinheiro Franco, Bragança Paulista, j.</p><p>07.02.2019).</p><p>Em suma, nota-se que a questão da autonomia de tais pessoas jurídicas</p><p>não é absoluta, estando em debate no Direito Civil Brasileiro eventuais</p><p>possibilidades de intervenção, na linha dos julgados.</p><p>Por fim, mais uma vez no que concerne à empresa individual de</p><p>responsabilidade limitada (EIRELI), reitere-se que não é possível enquadrá-la</p><p>como uma corporação (conjunto de pessoas), pois constituída apenas por um</p><p>sujeito. Portanto, reafirma-se a ideia anterior, no sentido de tratar-se de uma</p><p>pessoa jurídica totalmente especial, que não se enquadra nos conceitos</p><p>image1.emf</p><p>Fundações.pdf</p>o art. 44 do Código Civil, a fim de incluir as organizações religiosas e os partidos políticos como pessoas jurídicas de direito privado e, ao mesmo tempo, acrescentar o parágrafo primeiro, o qual veda ao poder público a negativa do reconhecimento, ou registro dos atos constitutivos e necessários ao seu funcionamento. 4. A vedação presente em tal artigo não pode ser considerada como absoluta, cabendo ao Judiciário tutelar interesses a fim de certificar-se, precipuamente, do cumprimento da legislação pátria, vale dizer, há que se averiguar se a organização religiosa atende os requisitos necessários ao registro do ato constitutivo. 5. Deve haver respeito ao nomen juris de cada entidade e, sendo a Associação Espírita Cristo e Caridade uma organização religiosa, não pode ostentar em seu nome a menção ‘sociedade’, nomenclatura que se destina a outras entidades que comunguem de interesses de finalidade diversa da suscitada. Negado provimento ao apelo” (TJRS, Acórdão 70027034164, Canoas, 5.ª Câmara Cível, Rel. Des. Jorge Luiz Lopes do Canto, j. 21.01.2009, DOERS 29.01.2009, p. 24). De data mais recente, do ano de 2019, seguindo a mesma linha de intervenção quando ela for necessária, colaciona-se aresto do Tribunal Paulista que afastou o registro de entidade religiosa, para que fosse adotado outro nome, pois o pretendido poderia gerar confusões no meio social, especialmente entre os fiéis. Como constou do acórdão, “a denominação da pessoa jurídica cujo registro é pretendido é ‘Igreja Evangélica Pentecostal Jesus é Esperança Ministério em Bragança Paulista S’ (a fls. 35); a denominação da pessoa jurídica anteriormente registrada é ‘Associação Igreja Pentecostal ‘Jesus é a Esperança’ (a fls. 55). Apesar das denominações não serem absolutamente coincidentes, os núcleos daquelas são, ou seja: ‘(...) Igreja (...) Pentecostal Jesus é Esperança (...)’. Além disso, ambas têm finalidades religiosas solidárias. Essa proximidade permite confusão entre as pessoas jurídicas, sendo certo que os elementos diversos das denominações não possibilitam a diferenciação por envolverem objeto social religioso e mesma localidade. O fato da estrutura jurídica da recorrente ser organização religiosa e da empresa registrada ser associação, na forma do artigo 44 do Código Civil, são insuficientes para rejeitar a qualificação registral negativa” (TJSP, Conselho Superior da Magistratura de São Paulo, Apelação Cível 1008510-86.2017.8.26.0099, Rel. Des. Pinheiro Franco, Bragança Paulista, j. 07.02.2019). Em suma, nota-se que a questão da autonomia de tais pessoas jurídicas não é absoluta, estando em debate no Direito Civil Brasileiro eventuais possibilidades de intervenção, na linha dos julgados. Por fim, mais uma vez no que concerne à empresa individual de responsabilidade limitada (EIRELI), reitere-se que não é possível enquadrá-la como uma corporação (conjunto de pessoas), pois constituída apenas por um sujeito. Portanto, reafirma-se a ideia anterior, no sentido de tratar-se de uma pessoa jurídica totalmente especial, que não se enquadra nos conceitos image1.emf Fundações.pdf