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<p>Gêneros textuais e a</p><p>Intertextualidade</p><p>Moisés Stefano Barel</p><p>Iremos destacar aqui os principais tipos de textos que circulam nos</p><p>mais diversos ambientes sociais e, na sequência, analisaremos os</p><p>gêneros que cada um deles pode apresentar, ou seja, seus formatos.</p><p>Apresentaremos também informações sobre os gêneros orais,</p><p>como seminários, entrevistas e palestras. Por fim, trataremos das</p><p>principais figuras de sintaxe textual, como hipérbato, pleonasmo</p><p>e onomatopeia.</p><p>2</p><p>Subtópicos</p><p>Tipos e gêneros textuais ������������������������������������ 3</p><p>Considerações finais ���������������������������������������������������������������������13</p><p>A intertextualidade ������������������������������������������� 14</p><p>Considerações finais ���������������������������������������������������������������������19</p><p>Figuras de palavras e de pensamentos �������20</p><p>Considerações finais ���������������������������������������������������������������������25</p><p>Figuras de construção ou sintaxe �����������������26</p><p>Considerações finais ���������������������������������������������������������������������30</p><p>Referências Bibliográficas & Consultadas ���31</p><p>3</p><p>Tipos e gêneros textuais</p><p>Um texto pode ser classificado em cinco categorias em</p><p>termos de enquadramento funcional, ou seja, de acordo</p><p>com a tipologia que sua redação e, posterior difusão,</p><p>visa suprir� Esses tipos modelam a estrutura textual,</p><p>dando formato e organizando o conteúdo para que ele</p><p>possa, a partir de sua difusão, para algumas, centenas</p><p>ou milhares de pessoas, realizar o seu propósito de mas-</p><p>sificar determinado conteúdo. Walty e Fonseca (2011)</p><p>destacam que a estrutura tipológica que caracteriza um</p><p>determinado texto é inalterável e que, ao se adaptar a</p><p>mensagem para um novo tipo, na verdade se produz</p><p>um novo trabalho intelectual, portanto, um novo texto�</p><p>As mesmas autoras, bem como Bechara (2019), indicam</p><p>a existência de cinco tipos de texto e, cada um deles,</p><p>traz propósitos e especificidades singulares. Porém,</p><p>uma característica comum a todos é a necessidade</p><p>de trabalhar a linguagem a partir da intencionalidade</p><p>do autor, tendo como foco o intuito de tornar a men-</p><p>sagem compreensível por parte do público-alvo, seja</p><p>este, composto por milhões de pessoas ou restrito a</p><p>um determinado segmento social, profissional ou reli-</p><p>gioso, por exemplo.</p><p>A partir disso, conheçamos, a seguir, os cinco tipos mais</p><p>usuais de textos:</p><p>4</p><p>1. Narrativo: como o próprio nome já indica, aqui, a</p><p>estrutura gira em torno de uma história, da narração</p><p>de um enredo, com personagens, cenas, ambientes e</p><p>inserção histórico-temporal. A narração é um relato de</p><p>fatos vividos por integrantes da trama e ordenados numa</p><p>sequência lógica e temporal, por isso caracteriza-se</p><p>pelo emprego de verbos de ação que indicam a movi-</p><p>mentação das personagens no tempo e no espaço. A</p><p>estrutura narrativa compõe-se das seguintes sequên-</p><p>cias: apresentação, complicação, clímax e desfecho. Se</p><p>os fatos se apresentarem nessa ordem, o enredo será</p><p>linear; do contrário, será alinear;</p><p>2. Descritivo: detalha e evidencia fatos, pessoas, pas-</p><p>sagens históricas e até mesmo coisas, materiais ou</p><p>não. Objetiva recriar imagens sensoriais na mente do</p><p>leitor, ou seja, espécies de imagens mentais. O enuncia-</p><p>dor percebe o objeto através de seus cinco sentidos e</p><p>traduz em palavras o objeto com riqueza de detalhes.</p><p>Há na descrição um predomínio de adjetivos, verbos de</p><p>ligação, comparações, metáforas e outras figuras de</p><p>linguagem. A descrição pode ser objetiva ou realista,</p><p>subjetiva ou impressionista;</p><p>3. Argumentativo: é também chamado de opinativo�</p><p>É o que faz transparecer a opinião, individual, coletiva</p><p>e/ou empresarial, acerca de um determinado assunto,</p><p>fato, situação, pessoa, obra artístico-cultural, concurso,</p><p>entre tantas outras possibilidades de eventos. Ao longo</p><p>de seu desenvolvimento, quem o escreve deve fazer a</p><p>5</p><p>exposição das ideias que defende, das razões que levam</p><p>a pensar e/ou agir de tal modo, bem como, se possí-</p><p>vel, mostrar que a linha de raciocínio também encontra</p><p>outros defensores, como pessoas notáveis, resultados</p><p>anteriores, etc. Sua composição deve apresentar os três</p><p>elementos básicos da organização textual: introdução,</p><p>desenvolvimento e conclusão;</p><p>4. Expositivo: tanto quanto o modelo anterior apre-</p><p>senta informações sobre um fato, pessoa, situação,</p><p>movimento, etc� A diferença fundamental é que, neste</p><p>caso, não são emitidos juízo de valor, ou seja, opiniões.</p><p>A construção textual está baseada no preceito de contar,</p><p>de apresentar testemunhos, de fazer análises a partir</p><p>de dados disponíveis. Trata da apresentação, explica-</p><p>ção ou constatação de um tema de maneira impessoal,</p><p>portanto, sem julgamento de valor, de certo ou errado,</p><p>entre outros. Este tipo de produção intelectual é bas-</p><p>tante usado no dia a dia;</p><p>5. Injuntivo: são textos popularmente chamados de</p><p>“textões mandões”, pois a raiz da palavra injunção está</p><p>ligada a uma ordem, obrigação, algo que é determinado</p><p>e possui pouca, ou nenhuma, margem de contestação.</p><p>Conforme se desenvolvem, fazem ordenanças que o</p><p>leitor-receptor deve considerar para que aquilo que o</p><p>texto propõe possa ser realizado. Costuma conter ver-</p><p>bos no modo imperativo: compre, faça, coloque, tome,</p><p>passe, esfregue, etc. Portanto, este tipo textual busca</p><p>realizar o convencimento, a orientação ou pedido de algo.</p><p>6</p><p>Assim, chegamos a um ponto importante. É importan-</p><p>te termos claro que para compreender a construção</p><p>textual não basta conhecer apenas os tipos de textos.</p><p>Além deles, existem os gêneros, ou seja, as formas, os</p><p>estilos, o modo de organização das narrativas.</p><p>Aqui, não será possível esgotar o assunto, mas fare-</p><p>mos uma espécie de fotografia panorâmica, ou seja,</p><p>uma abordagem mais ampla, buscando oferecer, pelo</p><p>menos, um contato inicial com cada um deles. Verifi-</p><p>quemos a seguir:</p><p>z Romance: texto cuja narrativa está centrada numa</p><p>história e/ou em personagens. Geralmente, é uma pro-</p><p>dução extensa, cujo desenrolar é marcado por dezenas</p><p>de atos, passagens, situações e acontecimentos;</p><p>z Poema: é organizado em versos e estrofes, recorre</p><p>a frases curtas, porém, marcadas por figuras de lingua-</p><p>gem como metáforas e aliterações;</p><p>z Ensaio: é um texto que propõe reflexões em relação</p><p>a um determinado tema, o qual pode tanto ser objeto</p><p>de uma pesquisa científica, como de uma divagação do</p><p>autor, sem ser sistematizado. A narrativa construída, ge-</p><p>ralmente, traz uma mescla de conhecimentos oriundos</p><p>de várias áreas do saber humano e, entre elas, a filoso-</p><p>fia, direito, economia, relações humanas e sociologia</p><p>costumam se destacar;</p><p>7</p><p>z Conto: costuma ser curto, apresentar dinâmica nar-</p><p>rativa e focar em um acontecimento, situação e/ou</p><p>personagem em específico;</p><p>z Crônica: também está centrada em fatos, situações</p><p>e/ou personagens específicos. Se vale de linguagem</p><p>coloquial, ou seja, informal, como a que usamos no dia</p><p>a dia, motivo que a torna muito recorrente quando o</p><p>desejo de quem a escreve é expor situações cotidianas;</p><p>z Biografia: constituída por um texto aprofundado,</p><p>rico em nível de detalhes, para que, deste modo, possa</p><p>reconstituir a vida de uma pessoa de forma plural, de</p><p>modo a evidenciar as mais diversas situações pelas</p><p>quais o indivíduo estudado tenha passado ao longo de</p><p>sua vida;</p><p>z Resenha: trata-se de texto que mescla o caráter in-</p><p>formativo com o opinativo, ou seja, ao mesmo tempo</p><p>em que descreve aquilo que é retratado, deve eviden-</p><p>ciar a opinião de quem escreve em relação ao objeto</p><p>estudado. Geralmente, diz respeito a filmes, peças de</p><p>teatro, livros, musicais e outros espetáculos artísticos;</p><p>z Manifesto: constitui uma ação textual programática,</p><p>ou seja, uma descrição de posicionamento seja singular</p><p>ou coletiva, de pessoas, empresas, partidos políticos,</p><p>entre outras instituições. Promovem a defesa ou ataque</p><p>em relação à uma causa, de modo a convencer o público</p><p>e torná-lo adepto das ideias veiculadas;</p><p>8</p><p>z Editorial: se trata de um texto veiculado nos meios</p><p>de comunicação,</p><p>como jornais, revistas, portais, emisso-</p><p>ras de televisão e/ou rádio. Evidencia o posicionamento</p><p>empresarial do veículo em relação a determinado tema,</p><p>situação e/ou figura pública. Quando publicado e/ou</p><p>lido, geralmente, o é em lugar de destaque, seja numa</p><p>edição impressa, eletrônica ou audiovisual;</p><p>z Diário: é um texto que, obrigatoriamente, reflete ob-</p><p>servações pessoais de quem o produz. Trata-se, portan-</p><p>to, do registro sistemático de experiências, aventuras,</p><p>opiniões ou outros eventos que sejam considerados</p><p>relevantes para quem o escreve. Como o próprio nome</p><p>sugere, o seu registro costuma ser realizado diariamente;</p><p>z Classificado: muito comum em tempos passados,</p><p>especialmente, em jornais, objetiva descrever o objeto</p><p>e/ou serviço que se pretende vender ou alugar e, para</p><p>tanto, deve ser específico em relação às características</p><p>que serão destacadas;</p><p>z Notícia: a principal função deste gênero textual é dar</p><p>visibilidade para determinado acontecimento que seja</p><p>relevante socialmente. É produzida e veiculada pelos</p><p>meios de comunicação que, por meio de jornalistas,</p><p>produzem relatos a partir da captação de informações</p><p>e hierarquização dos fatos ocorridos;</p><p>z Artigo: texto cuja veiculação também ocorre em</p><p>meios de comunicação, sejam eles generalistas ou</p><p>segmentados. Sua narrativa é caracterizada pelo apon-</p><p>9</p><p>tamento da opinião de quem o escreve, em relação a</p><p>determinado fato, situação e/ou pessoa;</p><p>z Verbete: é texto comum em dicionários, enciclopé-</p><p>dias e outras obras de caráter instrucional. O intuito é</p><p>explicar, em poucas palavras, o significado, raiz vocabular</p><p>e outras informações sobre um termo em específico;</p><p>z Manual de instruções: texto que oferece passo a</p><p>passo para o devido manuseio, montagem e/ou instala-</p><p>ção dos mais diversos objetos. Aliado ou não a figuras</p><p>e imagens, fornece explicações sobre peças, compo-</p><p>nentes, acessórios e outros elementos constituintes</p><p>do produto enfocado;</p><p>z Bilhete: texto curto, de caráter informativo, que pode</p><p>ou não, conter a opinião de quem o produziu. Útil no</p><p>dia a dia, costuma ser usado em empresas, quando há</p><p>necessidade de pessoas que compartilham o mesmo</p><p>departamento, deixar pequenos lembretes para colegas</p><p>de trabalho;</p><p>z E-mail: gênero que nasceu com o a internet e que,</p><p>de certo modo, veio a substituir as cartas que, ante-</p><p>riormente, eram enviadas a destinatários sediados em</p><p>outras localidades. Costuma ser detalhado, porém, não</p><p>de forma excessiva, para que mantenha sua atrativida-</p><p>de. Tem a vantagem de poder trazer anexos junto ao</p><p>texto principal, sejam eles imagens, áudios ou mesmo</p><p>pequenos vídeos�</p><p>10</p><p>Tentamos trazer aqui uma síntese dos gêneros textuais</p><p>mais corriqueiros, mas eles não são os únicos, afinal,</p><p>poderíamos ter abordado também testamento, cardá-</p><p>pio, bula, entre outros. Porém, acreditamos que essa</p><p>abordagem seja suficiente para este momento.</p><p>Além disso, considerando tais informações, temos uma</p><p>síntese dos tipos e a que gêneros eles estão atrelados.</p><p>Observemos a seguir:</p><p>Tabela 1: Classificação de tipos e gêneros textuais.</p><p>Tipos Gêneros</p><p>Narrativo</p><p>Romance, conto, crônica, biografia, grafic novel,</p><p>ficção, entre outros.</p><p>Descritivo</p><p>Cardápio, classificado, diário, conto, crônica, ro-</p><p>mance, relato de viagem, folhetos e revistas turísti-</p><p>cas, e outros�</p><p>Argumentativo</p><p>Resenha, editorial, abaixo-assinado, manifesto,</p><p>artigo, ensaio, etc.</p><p>Expositivo</p><p>Verbete de dicionário ou enciclopédia, notícia, livro</p><p>didático, entre outros�</p><p>Injuntivo</p><p>Receita culinária, manual de instruções, regula-</p><p>mento, bula de remédio, receita médica, leis, etc�</p><p>Fonte: Elaboração própria.</p><p>É interessante destacarmos, ainda, a existência de gê-</p><p>neros de comunicação oral, justamente, por conta de</p><p>frequência com que são realizados, o que os tornam</p><p>corriqueiros na vida de estudantes ou profissionais já em</p><p>estágio mais avançado na carreira profissional. Antes</p><p>de abordarmos alguns dos gêneros mais usuais desta</p><p>11</p><p>modalidade, cremos que seja importante ressaltarmos,</p><p>mais uma vez, a necessidade de que toda comunicação,</p><p>seja ela um processo textual ou oral, esteja sincronizada</p><p>com o perfil do público receptor, o chamado público-alvo,</p><p>formado pelas pessoas que receberão as informações</p><p>que serão expostas.</p><p>FIQUE ATENTO</p><p>Público-alvo é um grupo de indivíduos com características em</p><p>comum que os agentes emissores das mensagens identificam</p><p>e para quem direcionam suas estratégias e ações de comu-</p><p>nicação. Também pode ser chamado de target (em inglês),</p><p>segmento-alvo ou ainda mercado-alvo. Sua definição começa</p><p>com a segmentação do mercado de consumo, especialmente,</p><p>na segunda metade do século 20. Depois de identificar o público-</p><p>-alvo, a mensagem, seja por texto ou oralidade, deve ser eficaz</p><p>a fim de alcançar pessoas que tenham mais afinidade e mais</p><p>chances de serem convencidas�</p><p>O primeiro gênero de comunicação oral que merece</p><p>destaque é o seminário. Ele se caracteriza pela apresen-</p><p>tação de um tema proposto, do qual se estudam todos</p><p>os seus aspectos, para serem apresentados por repre-</p><p>sentantes, de forma individual ou coletiva� É apresenta-</p><p>do sob a forma dialogal, como palestra, painel, debate</p><p>ou mesa-redonda, em período predeterminado, com a</p><p>presença de um coordenador que domine o assunto e</p><p>de um ou mais apresentadores, escolhidos pelo grupo.</p><p>São permitidas perguntas, de preferência escritas e</p><p>12</p><p>identificadas. A duração do seminário é variável, e pode</p><p>ir de alguns minutos até um dia inteiro.</p><p>A palestra é outro gênero oral bastante conhecido. Ela</p><p>caracteriza-se pela apresentação de um tema informati-</p><p>vo, técnico ou científico, por autoridade em determinado</p><p>assunto, para um grande número de pessoas. Costuma</p><p>apresentar um tom linguístico informal, de modo a pro-</p><p>mover a aproximação entre quem a ministra e o público.</p><p>As perguntas deverão ser feitas ao final do evento, por</p><p>vezes por escrito, mas sempre identificadas. Quando</p><p>mencionamos alguém que faz palestra ou que irá realizá-</p><p>-la, o ideal é que diga: “fez palestra”; “fará”; “ministrou”,</p><p>“proferiu”, “realizou”, “irá fazer”; “irá realizar”, etc.</p><p>Por fim, destacamos a entrevista como outro gênero de</p><p>comunicação oral que é bastante comum e conhecido.</p><p>Em uma entrevista, é sempre importante respondermos</p><p>diretamente o que for perguntado, sem enrolar e/ou</p><p>mentir. Numa ação como esta, ou seja, ao conceder uma</p><p>entrevista, é fundamental que a credibilidade transpare-</p><p>ça (STEWART; CASH, 2015). O ideal é que a preparação</p><p>ocorra antes e, quando isto não for possível, procure</p><p>usar frases curtas ao responder o que for indagado.</p><p>Por outro lado, quando realizarmos uma entrevista,</p><p>nunca esqueça: as perguntas precisam ser assertivas</p><p>e de fácil compreensão, para que fiquem claras a quem</p><p>for responder, evitando qualquer tipo de fuga discursiva</p><p>ou enrolação.</p><p>13</p><p>Considerações finais</p><p>9 As tipificações mais comuns no dia a dia são as que,</p><p>certamente, devemos conhecer para suprir demandas</p><p>acadêmicas e/ou profissionais.</p><p>9 Os principais gêneros textuais contam com carac-</p><p>terísticas específicas e são importantes para que a</p><p>comunicação seja precisa, coerente e eficaz.</p><p>9 Em todas as ocasiões, é preciso adequar a cons-</p><p>trução discursiva ao perfil das pessoas com quem vai</p><p>ocorrer a interação, seja por meio de texto ou da voz.</p><p>14</p><p>A intertextualidade</p><p>De modo bem didático, podemos afirmar que a inter-</p><p>textualidade é uma forma de ratificar textos, produzir</p><p>novas obras, reforçar e/ou alterar sentidos, seja para</p><p>enfatizar, mudar ou até mesmo questionar. Para tanto,</p><p>ela se vale de outros textos anteriormente produzidos,</p><p>de modo a fazer com que as informações, opiniões e</p><p>contextos narrados nas obras originárias sirvam de</p><p>elemento vinculante com o novo trabalho intelectual,</p><p>produzindo, assim, um novo texto.</p><p>Valle (2013) destaca que a intertextualidade pode apare-</p><p>cer de modo mais visível ou indireto e que isto demons-</p><p>tra uma ampliação do sentido original da mensagem,</p><p>seja por um grande contingente de pessoas, quando de</p><p>uma aparição explícita,</p><p>ou de especialistas em determi-</p><p>nada produção e/ou autor, quando a inserção é menos</p><p>intuitiva. Bechara (2019), por sua vez, destaca que a</p><p>intertextualidade promove o resgate de textos anterio-</p><p>res para amplificar o significado e a força informativa</p><p>de criações mais recentes�</p><p>A partir disso, podemos nos questionar: e nos textos</p><p>acadêmicos, também temos a presença da intertex-</p><p>tualidade? Sim. E neles, é até mais fácil identificarmos</p><p>a presença dela, uma vez que eles costumam trazer ci-</p><p>tações diretas ou indiretas de outras obras� A primeira,</p><p>é caracterizada quando outro texto possui um de seus</p><p>trechos copiado na íntegra, com a devida citação. A</p><p>15</p><p>segunda, é uma reescrita das ideias originais, a partir</p><p>de outras palavras, pertencentes ao criador posterior�</p><p>Além disso, a intertextualidade é “muito comum em</p><p>gêneros artísticos, como poesia e música” (BECHARA,</p><p>2019, p. 194).</p><p>Quando usamos citação direta, podemos afirmar que se</p><p>trata de uma intertextualidade explícita, afinal, o próprio</p><p>corpo textual evidencia a presença de outra criação in-</p><p>telectual dentro daquela que é produzida no momento</p><p>contemporâneo. No caso da indireta, temos a modali-</p><p>dade implícita, uma vez que, embora se recorra a ideia</p><p>de outro autor para ampliar o contexto textual, este ato</p><p>é feito sem evidenciar que se trata de uma recorrência</p><p>escancarada, uma vez que há todo o processo de ree-</p><p>laboração semântica.</p><p>Para compreendermos a intertextualidade é necessário</p><p>que conheçamos, ainda, os principais tipos desta práti-</p><p>ca. Desse modo, verifiquemos a seguir alguns exemplos</p><p>que consideramos ser os mais usuais�</p><p>z Alusão: é uma espécie de uso generalista, vago,</p><p>sem que haja qualquer espécie de aprofundamento</p><p>no pensamento de outro pensador� Costuma aparecer</p><p>em menções curtas, cujo intuito é atrelar o texto que é</p><p>produzido a algum tipo de pensamento de domínio co-</p><p>letivo, de inteligência rasa. Por exemplo: as expressões</p><p>“como diria o narrador”;</p><p>16</p><p>z Paródia: muito semelhante ao texto anterior, porém,</p><p>com alterações semânticas cujo objetivo é subverter,</p><p>ironizar, satirizar, e/ou questionar, a obra original. A nova</p><p>criação, desta forma, nasce com outro sentido, um outro</p><p>propósito em relação ao que havia sido projetado para a</p><p>obra anterior. Por exemplo: músicas tocadas em épocas</p><p>de campanha eleitoral para desqualificar candidatos ou</p><p>poesias que fazem trocadilhos e ao invés de destacar</p><p>as belezas naturais do Brasil, frisam a corrupção e os</p><p>políticos;</p><p>z Paráfrase: se vale da reescrita de determinado texto,</p><p>com a manutenção do seu significado original, porém,</p><p>por meio de outro formato, cuja estrutura de composição</p><p>se difere totalmente da criação primária. Por exemplo:</p><p>quem muito fala, pouco faz (paráfrase de cachorro que</p><p>late, não morde); de economia em economia, a conta</p><p>nunca fica vazia (paráfrase de grão em grão, a galinha</p><p>enche o papo);</p><p>z Epígrafe: publicação de um trecho pequeno de obra</p><p>atribuída a outra pessoa, na abertura de um texto produ-</p><p>zido, por exemplo, por estudante, professor ou agente</p><p>público. Sempre é colocada na parte superior da pri-</p><p>meira página, com alinhamento à direita e grafada em</p><p>itálico� Exemplo:</p><p>“Tentar convencer as massas é o golpe de</p><p>gênio que muda a face do mundo”.</p><p>Napoleão Bonaparte (1769-1821);</p><p>17</p><p>z Citação: é a reprodução referenciada de um peque-</p><p>no trecho de obra atribuída a outro autor� Neste caso, é</p><p>nomeada como direta, mas em caso de reconstrução</p><p>desse mesmo texto por meio de palavras diferentes, de</p><p>autoria de outra pessoa é chamada de indireta� Exemplos:</p><p>� Direta: “Numa cultura como a nossa, há muito tem-</p><p>po acostumada a dividir todas as coisas como meio</p><p>de controle, prático-intelectual, o meio é a mensagem”</p><p>(MCLUHAN, 1974, p. 21);</p><p>� Indireta: ao constatar que a sociedade contemporâ-</p><p>nea é regida por segmentações estruturais que visam</p><p>exercer o controle sobre os indivíduos, pelos mais di-</p><p>versos motivos, McLuhan (1974) destaca que isto ca-</p><p>racteriza uma medida de caráter duplo, que opera tanto</p><p>em termos práticos, quanto teóricos.</p><p>Para encerrar este tópico sobre intertextualidade, trata-</p><p>remos agora de algumas informações sobre semântica,</p><p>que busca estudar o significado das palavras (BECHARA,</p><p>2019), analisando os vínculos existentes entre significado</p><p>e significante, ou seja, formas de entendimento concre-</p><p>tas e as suas respectivas representações imaginárias</p><p>em termos de atribuição de sentido. Para tanto, iremos</p><p>destacar quatro conceitos. São eles: monossemia, po-</p><p>lissemia, denotação e conotação.</p><p>A monossemia é a característica que determinadas pala-</p><p>vras possuem de ter apenas um significado, ou seja, não</p><p>possuem múltipla interpretação a depender do contexto</p><p>18</p><p>em que são empregadas, por exemplo, gastroenterolo-</p><p>gista que é o médico que cuida do aparelho digestivo.</p><p>A polissemia, por outro lado, é uma característica que</p><p>determinadas palavras apresentam por terem mais de</p><p>um significado, ou seja, elas podem variar em termos</p><p>de definição. Exemplo: banco (para sentar) e banco</p><p>(instituição financeira).</p><p>Além dessas, existem, ainda, o conceito da denotação,</p><p>o qual revela que determinadas palavras possuem litera-</p><p>lidade em termos de sentido, ou seja, representam e/ou</p><p>são, justamente, aquilo que externam. Exemplo: Brasil;</p><p>Marte. Já o termo conotação se refere a característica</p><p>que determinadas palavras possuem por apresentarem</p><p>significados figurados e simbólicos, ou seja, permitem</p><p>uma espécie de “jogo de palavras” conforme o contexto</p><p>em que estão inseridas. Exemplo: lua de mel.</p><p>FIQUE ATENTO</p><p>Quando tratamos da semântica das palavras, além dos quatro</p><p>conceitos fundamentais que acabamos de ressaltar, é preciso</p><p>que você se atente a existência dos chamados tipos semânticos,</p><p>os quais refletem relações de proximidade, hierarquia de signifi-</p><p>cado, contrariedade e semelhança, entre outras possibilidades�</p><p>Destacamos: sinonímia, que remete a palavras que possuem sig-</p><p>nificado parecido; antonímia, evidenciam significados opostos;</p><p>hiponímia, palavras com significado mais específico, enquanto</p><p>hiperonímia remete a palavras com significação mais ampla.</p><p>19</p><p>Considerações finais</p><p>9 Os principais tipos, exemplos de uso e diferenças</p><p>entre práticas implícitas e explícitas nos auxiliam a re-</p><p>conhecer a intertextualidade�</p><p>9 A análise semântica colabora para um melhor en-</p><p>tendimento sobre um texto�</p><p>20</p><p>Figuras de palavras e de</p><p>pensamentos</p><p>Quando estudamos a gramática da Língua Portuguesa</p><p>percebemos que nela existe um recurso, uma opção lin-</p><p>guística, digamos assim, para destacar os mais variados</p><p>significados, cenários, ideias, entre outras possibilidades.</p><p>Tal recurso é conhecido como figura de linguagem, que</p><p>pode ser dividido em três tipos: as figuras de palavras,</p><p>as figuras de pensamentos e figuras de sintaxe (Be-</p><p>chara, 2019).</p><p>As primeiras, ou seja, as figuras de palavras, se rela-</p><p>cionam com o significado dos verbetes, enquanto que</p><p>as segundas, figuras de pensamentos, estão atreladas</p><p>com o objetivo de expandir ideias, valores, sentimentos,</p><p>durante um processo de comunicação. Assim, Cegalla</p><p>(2020) destaca as tipologias para cada um desses re-</p><p>cursos� Vamos começar pelos seis tipos de figuras de</p><p>palavras mais usuais�</p><p>z Metáfora: é um recurso usado para estabelecer uma</p><p>comparação implícita, a partir do emprego de um signi-</p><p>ficado para evidenciar outro, por conta da proximidade</p><p>existente entre eles. Exemplo: Dona Maria é uma leoa.</p><p>(para destacar força, persistência, garra, etc.);</p><p>z Comparação: é quando se estabelece similaridade</p><p>entre elementos que, inicialmente, não possuam nenhum</p><p>tipo de relação, porém, que podem ser vinculados a</p><p>21</p><p>partir de uma construção textual. Exemplo: os olhos de</p><p>Francisco são tão verdes quanto a mata (para destacar</p><p>a intensidade da cor);</p><p>z Metonímia: é a figura de palavra empregada para</p><p>gerar o significado de uma parte que é substituída pelo</p><p>todo, sem qualquer espécie de prejuízo em termos de</p><p>compreensão daquilo que se pretenda destacar. Exem-</p><p>plo: na minha casa usamos</p><p>Bombril ao lavar as louças</p><p>(emprego de uma marca de esponjas de aço para en-</p><p>fatizar o uso deste produto);</p><p>z Catacrese: é um recurso textual que promove a</p><p>troca do sentido de uma palavra para outro vocábulo,</p><p>mantendo claro o entendimento daquilo que se pretende</p><p>informar. “É um recurso tão usual que, na maior parte</p><p>das vezes, não se percebe a figuração dada ao texto”</p><p>(DESSOTTE, 2021, p. 29). Exemplo: braço da cadeira;</p><p>perna da mesa; etc�;</p><p>z Sinestesia: pode ser entendida como um “jogo de</p><p>palavras” para amplificar sensações e sentimentos, ou</p><p>seja, ressaltar experiências que mereçam mais ênfase</p><p>que outras passagens elencadas no texto. Exemplo:</p><p>experimentou a brisa doce da liberdade; sentiu o gosto</p><p>amargo da solidão;</p><p>z Perífrase: operação linguístico-textual que promove</p><p>a troca, por exemplo, de um nome próprio ou de caracte-</p><p>rísticas específicas de uma localidade, por uma expres-</p><p>são de sentido figurado capaz de manter o significado</p><p>22</p><p>correto daquilo que se pretende levar adiante enquanto</p><p>informação. Exemplo: iremos à Big Apple (para se referir</p><p>ao município de Nova Iorque); adoramos conhecer os</p><p>lagos do Fim de Mundo (para evidenciar passeios aquá-</p><p>ticos em Ushuaia, cidade do extremo sul da Argentina).</p><p>Agora que já conhecemos os principais tipos de figuras</p><p>de palavras, é hora de analisarmos aquelas que podem</p><p>ser consideradas “primas semânticas” por conta da</p><p>proximidade em termos de objetivos. Destacaremos,</p><p>então, as figuras de pensamentos, outro tipo de recurso</p><p>linguístico que visa potencializar o destaque que deter-</p><p>minadas passagens de um trabalho intelectual recebe</p><p>em relação a outros. A seguir, também iremos destacar</p><p>os seis tipos mais corriqueiros:</p><p>z Paradoxo: se vale de termos contraditórios para des-</p><p>tacar, por exemplo, uma opinião ou constatação. Embora,</p><p>inicialmente, seu propósito possa parecer impossível</p><p>de ser realizado dada a oposição dos termos, o vínculo</p><p>textual torna possível a compreensão. Exemplo: “Só sei</p><p>que nada sei” (Sócrates); a sinceridade falsa é perigosa;</p><p>z Apóstrofe: é um recurso linguístico-textual que faz</p><p>citação para uma determinada pessoa, leitor ou ouvin-</p><p>te e que, neste intervalo, interrompe o desenvolvimen-</p><p>to daquilo que era contado anteriormente� Exemplo:</p><p>“Quando irá me pagar?, foi o que ele disse, leitor amigo�</p><p>Acreditamos que seja importante destacarmos que esta</p><p>23</p><p>tipologia será sempre acompanhada por um vocábulo,</p><p>ou seja, um elemento de direcionamento;</p><p>z Prosopopeia: trata da inserção, atribuição, entrega</p><p>ou qualquer outro significado parecido com estes, de</p><p>qualidades que sejam específicas dos seres humanos,</p><p>para seres irracionais, como animais ou elementos do</p><p>sistema atmosférico, como o sol e a lua� Exemplo: a Nina</p><p>me traiu com a dona daquela cachorra (para enfatizar</p><p>que um animal chamado Nina, talvez uma cachorra,</p><p>gata ou qualquer outra espécie, se aproximou de uma</p><p>mulher que é tutora de outro animal);</p><p>z Ironia: muito utilizada como recurso linguístico-</p><p>-textual, esta ferramenta evoca percepções distintas,</p><p>seja para questionar, exclamar ou mesmo enfatizar uma</p><p>afirmação, colaborando com que sentimentos possam</p><p>aflorar. Exemplo: uma pessoa sofre um acidente e sente</p><p>muitas dores. Aí alguém pergunta: deve estar doendo né?</p><p>z Hipérbole: é um recurso textual que trabalha com o</p><p>exagero, ou seja, tem o intuito de ampliar a percepção</p><p>do leitor para uma situação extrema, a qual, porém, na</p><p>maior parte das vezes, não chega a ocorrer como es-</p><p>crita em sua literalidade� Exemplo: estou assando de</p><p>tanto calor!</p><p>z Eufemismo: é uma estratégia linguístico-textual que</p><p>visa amenizar o impacto de uma determinada mensa-</p><p>gem e, para tanto, recorre a substituição de algumas</p><p>palavras por outros termos mais sutis, com o intuito de</p><p>24</p><p>preservar, ao menos em parte, algum ato ou alguém.</p><p>Exemplo: Edvaldo fez uma apropriação indevida de re-</p><p>cursos alheios (para dizer o mesmo que Edvaldo roubou</p><p>dinheiro pertencente a outras pessoas).</p><p>25</p><p>Considerações finais</p><p>9 O conhecimento dos principais conceitos e tipos</p><p>de figuras de palavras e de pensamentos é importante</p><p>para análise dos mais diversos textos�</p><p>9 A análise das tipologias mais pertinentes das figuras</p><p>de linguagem, com uma breve explicação e exemplos,</p><p>colabora para construção de um texto mais rico.</p><p>26</p><p>Figuras de construção ou</p><p>sintaxe</p><p>A partir de agora, vamos tratar da definição, tipifica-</p><p>ções e exemplos que envolvam as principais figuras</p><p>de construção, também conhecidas como figuras de</p><p>sintaxe� Conceitualmente, elas podem ser entendidas</p><p>como pertencentes ao grupo de figuras de linguagem,</p><p>tanto quanto as figuras de palavras e de pensamentos.</p><p>Entretanto, elas possuem atribuições singulares, como</p><p>a capacidade de alterar períodos ou estruturas grama-</p><p>ticais situadas em frases e, por consequência, mudar</p><p>também propósitos textuais para conferir a eles mais</p><p>expressividade, maior capacidade de despertar a atenção</p><p>de leitores e, por que não dizer, fazer com que determina-</p><p>das passagem “saltem” aos olhos de quem estabelece</p><p>contato com elas. Além disso, Cegalla (2020) destaca</p><p>que as figuras de construção possuem a capacidade de</p><p>modificar estruturas gramaticais de frases sem fazer</p><p>com que tais períodos deixem de ter sentido�</p><p>Assim, destacaremos aqui, justamente, aquelas que</p><p>considerarmos mais representativas e, portanto, mais</p><p>usuais, corriqueiras, em termos de utilização textual.</p><p>Verifiquemos a seguir:</p><p>z Pleonasmo: também conhecida por redundância, se</p><p>refere ao uso, proposital ou não, de termos que, sob o</p><p>ponto de vista gramatical estritamente, não se fariam</p><p>27</p><p>necessários. Pode ocorrer, basicamente, por dois moti-</p><p>vos: se tratar de uma figura de linguagem ou desconhe-</p><p>cimento das normas adequadas de construção frasal.</p><p>Exemplo: o homem desceu para baixo;</p><p>z Anacoluto: é um recurso que faz uma pausa, uma</p><p>quebra na estrutura textual e, deste modo, acaba por</p><p>modificar uma sequência sensata que determinada frase</p><p>teria. Exemplo: as equipes de futebol de hoje em dia, não</p><p>se pode confiar (ao invés de: não se pode confiar nas</p><p>equipes de futebol de hoje em dia, com uma estrutura</p><p>mais comumente utilizada);</p><p>z Anáfora: é o termo que caracteriza a repetição exage-</p><p>rada de expressões no início de parágrafos e/ou frases,</p><p>para que a partir de tal iniciativa, haja maior ênfase com</p><p>determinadas ideias� Exemplo: eu te amo, eu te quero,</p><p>eu te desejo, eu te perdoo, eu te necessito;</p><p>z Polissíndeto: embora o nome não seja tão usual, o</p><p>atributo desta tipologia é fácil de gravar. Uso repetitivo</p><p>de conjunções coordenativas, os chamados elementos</p><p>conectivos� Exemplo: o Brasil crescia, e prosperava, e</p><p>enriquecia durante o início do século 21;</p><p>z Assíndeto: de forma contrária a tipologia anterior,</p><p>esta não faz uso de elementos conectivos. Exemplo:</p><p>Joana comprou livros, (e) um café, (e) biscoitos para</p><p>comer. Perceberam? Não foi o usado o “e”;</p><p>28</p><p>z Silepse: outro exemplo de nome não muito usual,</p><p>porém, com atribuição bastante objetiva, ressalta a</p><p>concordância em torno de um propósito, uma ideia,</p><p>e não dos termos textuais usados para compor uma</p><p>sentença frasal. Exemplo: o sujo Brasil (ao invés de: o</p><p>país Brasil é sujo);</p><p>z Hipérbato: promove a inversão de termos numa frase</p><p>ou oração, justamente, por meio da alteração da ordem</p><p>estruturante da sentença� Exemplo: cansada estava Te-</p><p>reza (quando o mais usual seria Tereza estava cansada);</p><p>z Elipse: supressão de um ou mais termos que não</p><p>foram usados anteriormente num texto, porém, cuja</p><p>identificação é passível de ser feita por quem receber</p><p>a mensagem. Exemplo: gritávamos de alegria quando a</p><p>partida acabou! (o termo “gritávamos” oculta o pronome</p><p>pessoal “nós” – Nós gritávamos);</p><p>z Zeugma: recurso usado para evitar repetições ver-</p><p>bais e/ou de substantivos. Exemplo: João foi de ônibus,</p><p>eu (fui) de carro; Sara pediu um sanduíche, eu (pedi)</p><p>batatas fritas;</p><p>z Onomatopeia: opera por meio da reprodução de</p><p>palavras e sons realizados por pessoas, animais, fenô-</p><p>menos da natureza</p><p>ou objetos, tais como kkkkkkkkk</p><p>(risada), nhac, nhac, nhac (mordidas) ou chuá (chuva),</p><p>entre outros�</p><p>29</p><p>SAIBA MAIS</p><p>Para conhecer mais sobre as figuras de linguagem, recomen-</p><p>damos a leitura do livro Figuras de retórica, de José Luiz Fiorin,</p><p>publicado em 2014, pela editora Contexto. O autor destaca que</p><p>com a linguagem buscamos levar os outros a fazer determina-</p><p>das ações, a crer em ideias, a sentir emoções e, ainda, construir</p><p>uma boa imagem de nós. Para isso, ele destaca, que é preciso</p><p>gerenciar a atenção do outro através do manuseio dos mais</p><p>diversos recursos gramaticais e propósitos textuais que a Lín-</p><p>gua Portuguesa oferece por meio de seu arcabouço funcional.</p><p>30</p><p>Considerações finais</p><p>9 Os tipos de figuras de construção ou de sintaxe são</p><p>recursos linguístico-textuais importantes quando bus-</p><p>camos uma comunicação mais assertiva.</p><p>9 As figuras de construção ou sintaxe complementam</p><p>a análise sobre as figuras de linguagem e colaboram</p><p>para a construção de textos em nosso cotidiano.</p><p>31</p><p>Referências Bibliográficas</p><p>& Consultadas</p><p>BECHARA, E� Moderna gramática portuguesa. 39 ed�</p><p>Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2019.</p><p>STEWART, C. J.; CASH, W. B. Técnicas entrevista: estru-</p><p>turação e dinâmica para entrevistados e entrevistadores.</p><p>São Paulo: AMGH, 2015.</p><p>WALTY, I.; FONSECA, M. N. Tipos de textos, modos de</p><p>leitura. São Paulo: Saraiva Didático, 2011.</p><p>MCLUHAN, M. Os meios de comunicação como exten-</p><p>sões do homem. São Paulo: Cultrix, 1974.</p><p>VALLE, M. L. E. Não erre mais: língua portuguesa nas</p><p>empresas� Curitiba: Intersaberes, 2013�</p><p>CEGALLA, D. P. Novíssima gramática da língua portu-</p><p>guesa. 48 ed. Rio de Janeiro: Companhia Editora Na-</p><p>cional, 2020�</p><p>DESSOTTE, W. Desvendando o significado das palavras�</p><p>São Paulo: Viseu, 2021.</p><p>_GoBack</p><p>Tipos e gêneros textuais</p><p>Considerações finais</p><p>A intertextualidade</p><p>Considerações finais</p><p>Figuras de palavras e de pensamentos</p><p>Considerações finais</p><p>Figuras de construção ou sintaxe</p><p>Considerações finais</p><p>Referências Bibliográficas & Consultadas</p>