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<p>~Quírili1ica</p><p>ambiental</p><p>·,.,;,,</p><p>Uso intensivo do PVC</p><p>O PVC apresent a boa resistência química e</p><p>térmica (em razão do elevado teor de cloro) e po</p><p>de ser processado de duas formas básicas:</p><p>• PVC rígido (não plastificado);</p><p>• PVC flexível ou plastificado {obtido pela m is</p><p>tura de PVC + plastif icante), que é predominan</p><p>temente amorfo (sem um arranjo interno defi</p><p>nido), semelhante ao couro e de baixo custo.</p><p>Os plastificantes mais utilizados para obter o</p><p>PVC flexível são os ftalatos, como o dietil-hexil</p><p>ftalato (DEHP) e o di-isononil ftalato (DINP).</p><p>São materiais viscosos de aspecto semelhan</p><p>te ao mel que saturam a matriz tridimensional da</p><p>resina plástica, da mesma forma que uma espon</p><p>ja rija é saturada de água.</p><p>A resina plástica torna-se flexível, mas com o</p><p>tempo esses aditivos, gradualmente, vão sendo</p><p>eliminados, deixando o material novamente res</p><p>sequido. Os produtos de consumo de PVC, ou vinil,</p><p>amaciados podem conter mais de 40% de seu pe</p><p>so em ftalato.</p><p>O problema é que há ind ícios de que os ftala</p><p>tos podem causar uma série de problemas à saú</p><p>de, incluindo danos ao fígado, aos rins e ao pul</p><p>mão, bem como anormalidades no sistema</p><p>reprodutivo e no desenvolvimento sexual, além</p><p>de serem classificados como "prováveis carcino</p><p>gênicos humanos".</p><p>Isso é preocupante se observarmos a gama de</p><p>produtos em que o PVC flexível é utilizado: calças</p><p>plásticas para bebês, embalagens para medica</p><p>mentos, bolsas de sangue, tubos para transfusão</p><p>e hemodiálise, artigos cirúrgicos, brinquedos (bo</p><p>las, bonecas, mordedores), móveis para escolas</p><p>infantis, toalhas de mesa, cortinas de chuveiro,</p><p>bolsas e roupas de couro artificial, revestimentos</p><p>de fios e cabos elétricos, pisos, forração de poltro</p><p>nas, sofás e estofamentos de automóveis.</p><p>Em um teste realizado pelo Instituto Brasilei</p><p>ro de Defesa do Consumidor, Idec (e publicado na</p><p>edição n. 128, de dezembro de 2008), de 31 brin</p><p>quedos feitos de PVC foram encontrados em oito</p><p>deles níveis de ftalato acima do permitido pelas</p><p>normas de segurança do Instituto Nacional de</p><p>Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial</p><p>(Inmetro).</p><p>Outro problema que merece ser observado é</p><p>o amplo uso do PVC em produtos médico-hospi</p><p>talares, que após o descarte são enviados ao inci</p><p>nerador por serem considerados produtos perigo</p><p>sos e potencialmente capazes de t ransmitir</p><p>doenças (bactérias e vírus) se forem enviados ao</p><p>aterro sanitário. É fato comprovado que a com</p><p>bustão de substâncias cloradas libera dioxinas</p><p>no ambiente.</p><p>As dioxinas formam um grupo de 75 compos</p><p>tos com graus de toxicidade diferentes. A mais</p><p>perigosa é a 2,3,7,8-tetraclorodibenzo-p-dioxina</p><p>(TCDD), esquematizada abaixo.</p><p>ce o ce</p><p>ce o ce</p><p>Surgem corno resíduos de diversas reações</p><p>químicas, principalmente as que envolvem a</p><p>combustão de substâncias cloradas:</p><p>• resíduos hospitalares, domésticos e industriais</p><p>e incineração de resíduos perigosos;</p><p>• fornos de fabricação de cimento;</p><p>• fundição de metais e refinarias;</p><p>• branqueamento de pasta de papel;</p><p>• produção, processamento e deposição de plás</p><p>ticos clorados e de outros produtos químicos.</p><p>Não existe um nível de dioxinas que possa</p><p>ser considerado seguro. Mesmo concentrações da</p><p>ordem de ppt (partes por trilhão) são perigosas.</p><p>O PVC rígido que também contém aditivos</p><p>(estabilizantes à base de chumbo, cálcio e zinco,</p><p>modificadores acrílicos, dióxido de titânio, car</p><p>bonato de cálcio, negro de fumo e pigmentos) é</p><p>utilizado na fabricação de dutos e tubos rígidos</p><p>para água e esgoto.</p><p>Polímeros sintéticos 331</p><p>Química</p><p>e sociedade</p><p>Sacolinhas plásticas</p><p>As sacolas plásticas podem ser:</p><p>• Comuns, de polietileno de baixa densidade</p><p>Feitas de matéria-prima derivada do petróleo.</p><p>Segundo o especialista professor da Universida</p><p>de Estadual de Campinas Marco Aurélio De Pao</p><p>li, esse tipo de sacolinha, quando exposta ao meio</p><p>ambiente (luz, calor e umidade), sofre degradação</p><p>em cerca de dez anos.</p><p>Sabemos, porém, que essas condições não se ve</p><p>rificam nos lixões, aterros sanitários e oceanos</p><p>(os destinos mais comuns).</p><p>• Feitas de "polietileno verde"</p><p>Feitas de matéria-prima derivada da cana-de</p><p>-açúcar. O polietileno assim obtido é idêntico ao</p><p>que é obtido a partir do petróleo.</p><p>• Biodegradável</p><p>É um tipo de plástico que serve de nut riente para</p><p>m icrorganismos (bactérias ou fungos) existentes</p><p>no meio ambiente. Pode ser feito de m ilho, man</p><p>d ioca ou bagaço de cana-de-açúcar.</p><p>Para que a biodegradação ocorra (ent re 90 e 180</p><p>dias) é necessário que haja condições para a proli</p><p>feração desses microrganismos, corno: temperatu</p><p>ra, pH, umidade e presença de oxigênio. Novamen</p><p>te, isso não ocorre em lixões e aterros sanitários.</p><p>• Com carga biodegradável</p><p>São sacolinhas de polietileno que contêm em sua</p><p>formulação uma "carga" de componente biode</p><p>gradável como, por exemplo, o amido.</p><p>Somente o componente biodegradável sofre a</p><p>ação dos microrganismos. De qualquer forma, a</p><p>quantidade do componente não degradável nes</p><p>sas sacolas é menor.</p><p>• Compostável</p><p>São sacolas feitas de um tipo de plástico que se</p><p>degrada quando enterrado em determinadas</p><p>condições de temperatura e umidade.</p><p>Por exemplo: termoplásticos de amido (TPS), po</p><p>liácido láctico (PHA}, poli-h id roxibutirato (PHB)</p><p>ou, até mesmo, poliésteres sintéticos específicos</p><p>feitos de petróleo bruto ou gás natural.</p><p>Assim, sacolas compostáveis não são necessaria</p><p>mente biodegradáveis.</p><p>332 Capítulo 12</p><p>• Oxibiodegradável</p><p>Plástico que contém um catalisador D2W, feito</p><p>de um composto de metal de transição que ace</p><p>lera o processo de degradação do plástico, redu</p><p>zindo-o a pequenos fragmentos.</p><p>O plástico oxib iodegradável é compostável,</p><p>mas não é biodegradável (os fragmentos não são</p><p>nutrientes para microrganismos).</p><p>Além disso, causa contaminação pelos resíduos</p><p>do meta l de transicão.</p><p>'</p><p>No estado de São Paulo, as sacolinhas plásticas</p><p>foram banidas em janeiro de 2012 e reabilitadas</p><p>pela justiça meses depois.</p><p>Em Belo Horizonte, Minas Gera is, as sacolinhas</p><p>continuam proibidas, mas o resultado é polêmico.</p><p>Veja o que dizem os textos a seguir.</p><p>De acordo com informações da Associação Mi</p><p>neira de Supermercados (Amis), Belo Horizonte deixou</p><p>de despejar no ambiente 160 milhões de unidades de</p><p>sacolinhas plásticas descartáveis em um ano. Se ata</p><p>das umas às outras,formariam uma tira de plástico</p><p>de aproximadamente 36 mil quilômetros de extensão,</p><p>suficiente para dar quase uma volta na Terra, que tem</p><p>40023 km.</p><p>Sacola plástica descartada sem cuidado</p><p>presa no pescoço de uma foca.</p><p>116-2</p><p>117-2</p>