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<p>HISTÓ RIA E EVÓLUÇA Ó DA</p><p>ÓDÓNTÓLÓGIA LEGAL</p><p>•A Odontologia Legal é um dos ramos da</p><p>Medicina Legal, dedicada à realização de exames</p><p>especializados relacionados à arcada dentária e</p><p>estruturas associadas.</p><p>•Ao contrário do que muitos acreditam, a</p><p>Odontologia Legal não se restringe apenas a exames</p><p>cadavéricos. Ela abrange diversas áreas, como:</p><p>1. Ética odontológica.</p><p>2. Legislação aplicada ao exercício da</p><p>odontologia.</p><p>3. Perícia e assistência técnica em</p><p>processos administrativos e judiciais (civil, criminal,</p><p>trabalhista).</p><p>Histórico</p><p>• O primeiro registro da Odontologia</p><p>Legal data de 1898, quando o dentista cubano Oscar</p><p>Amoedo, radicado em Paris, consolidou a ciência</p><p>como auxiliar da Medicina Legal.</p><p>• Paris, à época, era o centro mundial</p><p>do conhecimento científico. Uma de suas obras,</p><p>usando radiografias panorâmicas, foi a primeira a</p><p>estabelecer a ligação entre a Ciência Odontológica e o</p><p>Direito.</p><p>Fatos marcantes entre os séculos XIX e XX:</p><p>• 1897 - Incêndio no Bazar de La</p><p>Charité: A odontologia ajudou a identificar 90% das</p><p>vítimas carbonizadas.</p><p>• 1909 - Incêndio no Consulado Alemão</p><p>(Santiago do Chile): O dentista Germán Valenzuela de</p><p>Basterrica desvendou a identidade de uma vítima,</p><p>levando à captura de um criminoso.</p><p>• 1912 - Naufrágio do Titanic: Devido às</p><p>condições dos corpos, muitas vítimas foram</p><p>identificadas pela arcada dentária.</p><p>• 1940 - Segunda Guerra Mundial: A</p><p>identificação de soldados brasileiros foi feita com base</p><p>nas arcadas dentárias.</p><p>Histórico no Brasil</p><p>• Luiz Lustosa Silva, professor emérito,</p><p>foi o primeiro a denominar a área como Odontologia</p><p>Legal, em 1924, e publicou o primeiro livro brasileiro</p><p>sobre o tema.</p><p>• 1924: A Odontologia Legal começou a</p><p>se desmembrar da Medicina Legal, quando se afirmou</p><p>que apenas peritos com formação em odontologia</p><p>deveriam realizar exames odontológicos forenses.</p><p>Principais marcos:</p><p>• 1926: Almiro dos Reis publicou “A</p><p>Dentada na Identificação”.</p><p>• 1959: Dr. Guilherme Oswaldo Arbenz,</p><p>professor da USP, publicou “Introdução à Odontologia</p><p>Legal”.</p><p>• 1962: Dr. Waldemar Graça Leite</p><p>publicou “Odontologia Legal”.</p><p>• 1997: Dr. Moacir da Silva publicou</p><p>“Compêndio de Odontologia Legal”.</p><p>Odontologia Legal no Brasil</p><p>• Em 1931, a Odontologia Legal foi</p><p>incluída no currículo obrigatório dos cursos de</p><p>Odontologia.</p><p>• A prática foi consolidada na década de</p><p>1930 com a inserção da Odontologia Legal no Serviço</p><p>de Identificação da Polícia Civil de São Paulo.</p><p>• Casos notórios incluem a identificação</p><p>de um criminoso por meio de uma mordida em um</p><p>pedaço de mortadela deixado no local do crime e a</p><p>identificação de paternidade por características</p><p>dentárias e faciais.</p><p>Desenvolvimento Acadêmico</p><p>• Cursos de mestrado e doutorado</p><p>foram estabelecidos na década de 1990,</p><p>especialmente pela Faculdade de Odontologia de</p><p>Piracicaba (FOP – UNICAMP).</p><p>• Atualmente, a Odontologia Legal é</p><p>uma ciência consolidada, com campos de atuação</p><p>reconhecidos em todo o território nacional.</p><p>Papel do Odontolegista</p><p>• Segundo a Resolução CFO 185/93, a</p><p>Odontologia Legal se ocupa de estudar fenômenos</p><p>psíquicos, físicos, químicos e biológicos que atingem</p><p>ou atingiram o homem, vivo ou morto, bem como</p><p>ossadas, fragmentos ou vestígios. Isso pode resultar</p><p>em lesões parciais ou totais, reversíveis ou</p><p>irreversíveis.</p><p>Áreas de competência do odontolegista incluem:</p><p>1. Identificação humana.</p><p>2. Perícia civil, criminal e trabalhista.</p><p>3. Perícia administrativa.</p><p>4. Perícia em acidentes de trabalho.</p><p>5. Tanatologia forense.</p><p>6. Elaboração de laudos, autos,</p><p>pareceres, relatórios e atestados.</p><p>7. Traumatologia odontolegal.</p><p>8. Balística forense.</p><p>9. Perícia em fragmentos humanos (vivos</p><p>ou mortos).</p><p>10. Perícia em vestígios da cavidade bucal.</p><p>11. Exames de imagem para fins periciais.</p><p>12. Deontologia odontológica (estudo da</p><p>ética no exercício profissional).</p><p>A HISTÓRIA DA ODONTOLOGIA LEGAL NO</p><p>BRASIL. ENQUANTO TÉCNICA E CIÊNCIA.</p><p> Origem da Odontologia Legal: A Odontologia</p><p>Legal surgiu como técnica para identificação</p><p>humana por meio das características</p><p>odontológicas. Episódios como a identificação</p><p>de John Talbot (1453), Charles the Bold</p><p>(1477), e o caso do General Joseph Warren</p><p>em 1776 por Paul Revere são marcos</p><p>importantes no desenvolvimento da prática</p><p>odontolegal.</p><p> Oscar Amoedo: Considerado o "pai" da</p><p>Odontologia Legal mundial, Amoedo ganhou</p><p>notoriedade por seu trabalho após o incêndio</p><p>no Bazar da Caridade, em 1897, onde 126</p><p>pessoas morreram. Em 1898, Amoedo</p><p>defendeu sua tese "L’Arte Dentaire em</p><p>Médicine Légale", que consolidou a</p><p>Odontologia Legal como ciência autônoma.</p><p>Ele foi o primeiro a estudar sistematicamente</p><p>o papel do dentista na identificação de corpos</p><p>em desastres.</p><p>Primeiros passos no Brasil:</p><p> A prática odontolegal começou a ganhar</p><p>relevância no Brasil na década de 1920,</p><p>quando Luiz Lustosa da Silva publicou o</p><p>primeiro livro brasileiro de Odontologia Legal</p><p>em 1924. Ele defendeu a necessidade de o</p><p>perito odontológico possuir formação</p><p>acadêmica em Odontologia</p><p> Em 1931, a Odontologia Legal foi oficialmente</p><p>inserida no currículo dos cursos de</p><p>Odontologia no Brasil, com a reformulação do</p><p>ensino superior no país.</p><p> Avanços na identificação forense: A década de</p><p>1930 foi um marco com a inclusão da</p><p>Odontologia Legal no Serviço de Identificação</p><p>da Polícia Civil de São Paulo. Foi também</p><p>quando a prática odontológica forense se</p><p>estabeleceu formalmente no Brasil, com a</p><p>consolidação de serviços de perícia</p><p>odontológica nos Institutos Médico-Legais</p><p>(IMLs).</p><p> Desenvolvimento Acadêmico: Na década de</p><p>1990, programas de mestrado e doutorado</p><p>em Odontologia Legal foram criados, com</p><p>destaque para a Faculdade de Odontologia de</p><p>Piracicaba (UNICAMP) e a Faculdade de</p><p>Odontologia da Universidade de São Paulo</p><p>(USP). Isso contribuiu para a formação de</p><p>especialistas e para a expansão da pesquisa</p><p>científica na área.</p><p> Publicações e Periódicos: A partir de 1920,</p><p>começaram a ser publicados artigos sobre</p><p>Odontologia Legal em revistas especializadas.</p><p>O crescimento de publicações nacionais e</p><p>internacionais consolidou a especialidade,</p><p>com revistas como o "Journal of Forensic</p><p>Odonto-Stomatology" e a "Revista Brasileira</p><p>de Odontologia Legal" (RBOL), criada em</p><p>2014.</p><p>Consolidação na Polícia Civil: A Odontologia Legal foi</p><p>formalmente incorporada às práticas da Polícia Civil</p><p>em São Paulo, e outros estados brasileiros seguiram</p><p>esse modelo. Desde 2009, os peritos odontolegistas</p><p>são oficialmente reconhecidos pela Lei nº 12.030,</p><p>regulamentando a profissão em nível nacional.</p><p>Atuação Forense: Hoje, a Odontologia Legal é</p><p>amplamente utilizada em diversas áreas forenses,</p><p>como a identificação humana, a estimativa de idade, e</p><p>a avaliação de danos corporais pós-traumáticos. Ela</p><p>tem se tornado uma ferramenta confiável e</p><p>indispensável em investigações criminais e judiciais.</p><p>CÓ DIGÓ DE E TICA</p><p>ÓDÓNTÓLÓ GICA</p><p>Capítulo I: Disposições Preliminares</p><p>Art. 1º: Regula direitos e deveres de cirurgiões-</p><p>dentistas, técnicos e auxiliares, exigindo inscrição nos</p><p>Conselhos de Odontologia.</p><p>Art. 2º: Odontologia visa à saúde humana e coletiva,</p><p>sem discriminação.</p><p>Art. 3º: O objetivo da Odontologia é a saúde do ser</p><p>humano, com profissionais devendo promover saúde</p><p>pública, ambiental e garantir acesso universal e</p><p>integral aos serviços de saúde.</p><p>Art. 4º: A relação paciente/profissional é</p><p>personalíssima, baseada no cumprimento de</p><p>princípios éticos, diferenciando-se de atividades</p><p>mercantis.</p><p>Capítulo II: Direitos Fundamentais</p><p>Art. 5º: Direitos dos profissionais inscritos:</p><p>Diagnosticar e tratar com liberdade e dignidade.</p><p>Manter sigilo das informações adquiridas.</p><p>Contratar outros profissionais, respeitando a</p><p>legislação.</p><p>Recusar trabalho em condições indignas ou inseguras.</p><p>Renunciar ao atendimento com aviso prévio, se</p><p>prejudicado.</p><p>Recusar-se a cumprir regras que limitem o</p><p>diagnóstico/tratamento.</p><p>Decidir sobre o tempo dedicado a pacientes, evitando</p><p>acúmulos que prejudiquem o exercício da profissão.</p><p>Art. 6º: Técnicos e auxiliares podem recusar</p><p>atividades fora de sua competência, mesmo sob</p><p>supervisão.</p><p>Art. 7º: Direitos dos técnicos e auxiliares:</p><p>Executar procedimentos previstos por lei.</p><p>Manter o segredo profissional.</p><p>Recusar trabalho em condições indignas ou inseguras.</p><p>Capítulo III - Dos Deveres Fundamentais</p><p>Art. 8º Garantir a aplicação do Código.</p><p>Cumprir e fazer cumprir os preceitos éticos e legais.</p><p>Comunicar ao Conselho Regional sobre possíveis</p><p>infrações do Código e normas da Odontologia.</p><p>Art. 9º - Deveres Fundamentais e Infrações Éticas:</p><p>Regularidade Financeira: Manter obrigações</p><p>financeiras em dia com o Conselho Regional.</p><p>Atualização Cadastral: Manter dados cadastrais</p><p>atualizados.</p><p>Desempenho Ético: Zelar pelo desempenho ético da</p><p>profissão e pelo prestígio da Odontologia.</p><p>Condições Adequadas: Assegurar condições</p><p>adequadas para o desempenho ético-profissional em</p><p>funções de direção ou responsabilidade técnica.</p><p>Comportamento Digno: Manter comportamento</p><p>digno no exercício da profissão.</p><p>Atualização de Conhecimentos: Manter</p><p>conhecimentos profissionais e culturais atualizados.</p><p>Saúde e Dignidade do Paciente: Zelar pela saúde e</p><p>dignidade do paciente.</p><p>Sigilo Profissional: Resguardar o sigilo profissional.</p><p>Saúde Coletiva: Promover a saúde coletiva,</p><p>independentemente do setor (público ou privado).</p><p>Prontuários: Elaborar e manter prontuários</p><p>atualizados, incluindo digitais.</p><p>Apontar Falhas: Identificar e comunicar falhas nos</p><p>regulamentos ou normas prejudiciais à profissão ou</p><p>ao paciente.</p><p>Harmonia na Classe: Promover a harmonia na classe</p><p>odontológica.</p><p>Mercantilização: Evitar a mercantilização da</p><p>Odontologia e sua má conceituação.</p><p>Responsabilidade pelos Atos: Assumir</p><p>responsabilidade pelos atos praticados, mesmo se</p><p>solicitados ou consentidos pelo paciente.</p><p>Privacidade do Paciente: Resguardar a privacidade do</p><p>paciente.</p><p>Vínculos Irregulares: Não manter vínculos com</p><p>entidades ou empresas em situações ilegais ou</p><p>irregulares.</p><p>Comunicação sobre Exercício Ilegal: Informar aos</p><p>Conselhos Regionais sobre o exercício ilegal da</p><p>Odontologia.</p><p>Material para Laboratório: Encaminhar material ao</p><p>laboratório de prótese dentária com ficha específica</p><p>assinada.</p><p>Registro de Procedimentos: Manter registro dos</p><p>procedimentos técnico-laboratoriais realizados.</p><p>Capítulo IV - Das Auditorias e Perícias Odontológicas</p><p>Art. 10 - Infrações Éticas:</p><p>Isenção: Atuar com absoluta isenção como perito ou</p><p>auditor.</p><p>Limitação de Atribuições: Não ultrapassar limites de</p><p>atribuições e competências.</p><p>Acúmulo de Funções: Não acumular funções de</p><p>perito/auditor e procedimentos terapêuticos na</p><p>mesma entidade.</p><p>Prestação de Serviços a Não Inscritos: Não prestar</p><p>serviços de auditoria a entidades ou pessoas não</p><p>inscritas no Conselho.</p><p>Negação de Informações: Não negar informações</p><p>odontológicas necessárias para concessões legais</p><p>quando autorizado pelo paciente.</p><p>Benefícios por Sucesso: Não receber remuneração</p><p>vinculada à glosa ou sucesso da causa como perito ou</p><p>auditor.</p><p>Procedimentos Prejudiciais: Não realizar</p><p>procedimentos prejudiciais ao paciente ou</p><p>profissional para fins de auditoria ou perícia.</p><p>Imparcialidade na Perícia: Não exercer função de</p><p>perito se: For parte interessada.</p><p>Tiver participado como mandatário, assistente</p><p>técnico, ou testemunha.</p><p>Tiver parentesco com a parte.</p><p>Tiver relação social, afetiva, comercial ou</p><p>administrativa com a parte.</p><p>Capítulo V - Do Relacionamento</p><p>Art. 11 - Infrações Éticas:</p><p>Discriminação: Não discriminar o paciente de</p><p>qualquer forma.</p><p>Aproveitamento Indevido: Não aproveitar-se da</p><p>relação profissional para obter vantagens pessoais.</p><p>Diagnóstico Exagerado: Não exagerar em</p><p>diagnósticos, prognósticos ou tratamentos.</p><p>Esclarecimento: Esclarecer adequadamente os</p><p>propósitos, riscos, custos e alternativas do</p><p>tratamento.</p><p>Tratamento Desnecessário: Não propor ou realizar</p><p>tratamentos desnecessários ou para os quais não</p><p>esteja capacitado.</p><p>Abandono de Paciente: Não abandonar o paciente</p><p>sem justificativa e comunicar sobre a necessidade de</p><p>continuidade do tratamento.</p><p>Atendimento em Urgências: Atender pacientes em</p><p>urgências se não houver outro profissional disponível.</p><p>Desrespeito ao Paciente: Não desrespeitar o paciente</p><p>ou permitir que seja desrespeitado.</p><p>Técnicas Não Comprovadas: Não adotar técnicas ou</p><p>materiais sem comprovação científica.</p><p>Consentimento: Não iniciar procedimentos sem o</p><p>consentimento do paciente, exceto em urgências.</p><p>Delegação Indevida: Não delegar atos exclusivos da</p><p>profissão a profissionais técnicos ou auxiliares.</p><p>Transparência: Não se opor a fornecer</p><p>esclarecimentos e relatórios quando solicitados pelo</p><p>paciente.</p><p>Atividades Não Permitidas: Não executar</p><p>procedimentos fora do âmbito da Odontologia.</p><p>Seção II - Com a Equipe de Saúde</p><p>Art. 12</p><p>Manter respeito, lealdade e colaboração técnico-</p><p>científica entre inscritos.</p><p>Art. 13 - Infrações Éticas:</p><p>Desvio de Pacientes: Não agenciar ou desviar</p><p>pacientes de colegas ou instituições.</p><p>Emprego em Represália: Não assumir empregos como</p><p>represália a colegas.</p><p>Concorrência Desleal: Não praticar concorrência</p><p>desleal.</p><p>Conivência com Erros: Não ser conivente com erros</p><p>ou práticas irregulares.</p><p>Colaboração de Emergência: Não negar colaboração</p><p>técnica de emergência a colegas.</p><p>Crítica Indevida: Não criticar erros de colegas</p><p>ausentes, salvo representação formal.</p><p>Exploração e Desrespeito: Não explorar colegas ou</p><p>desrespeitar legislação trabalhista.</p><p>Cessão Irregular: Não ceder consultórios ou</p><p>laboratórios sem observância legal.</p><p>Delegação Indevida: Não delegar funções a</p><p>profissionais não habilitados ou utilizar serviços de</p><p>profissionais não inscritos.</p><p>Capítulo VI - Do Sigilo Profissional</p><p>Art. 14 - Infrações Éticas:</p><p>Revelação Indevida: Não revelar fatos sigilosos sem</p><p>justa causa.</p><p>Negligência com Colaboradores: Não negligenciar</p><p>orientação sobre sigilo com colaboradores.</p><p>Referências Identificáveis: Não fazer referência a</p><p>casos clínicos identificáveis sem autorização para fins</p><p>didáticos.</p><p>Parágrafo Único - Justa Causa:</p><p>Notificação compulsória de doença.</p><p>Colaboração com a justiça.</p><p>Perícia odontológica.</p><p>Defesa de interesse legítimo dos profissionais.</p><p>Revelação a responsável por incapaz.</p><p>Art. 15</p><p>Não constitui quebra de sigilo a declinação de</p><p>tratamento em cobrança judicial de honorários.</p><p>Art. 16</p><p>Não constitui quebra de sigilo a comunicação de</p><p>condições de trabalho indignas às autoridades.</p><p>Capítulo VII - Dos Documentos Odontológicos</p><p>Art. 17</p><p>Obrigatoriedade de manter prontuário legível e</p><p>atualizado, tanto físico quanto digital.</p><p>Art. 18 - Infrações Éticas:</p><p>Acesso ao Prontuário: Não negar acesso ou cópia do</p><p>prontuário ao paciente.</p><p>Atestados e Declarações: Não atestar atos não</p><p>realizados ou tendenciosos.</p><p>Comercialização Indevida: Não comercializar</p><p>documentos odontológicos.</p><p>Formulários Públicos: Não usar formulários públicos</p><p>para clínicas privadas.</p><p>Laudos de Imagens: Não deixar de emitir laudos de</p><p>exames de imagem.</p><p>Documentos Ilegíveis: Não emitir documentos sem</p><p>identificação clara e assinaturas.</p><p>Capítulo VIII - Dos Honorários Profissionais</p><p>Art. 19</p><p>Considerar diversos fatores na fixação dos honorários,</p><p>como condição socioeconômica, complexidade do</p><p>caso, tempo utilizado, e custo operacional.</p><p>Comunicar previamente os custos ao paciente.</p><p>Art. 20 - Infrações Éticas:</p><p>Serviços Gratuitos Indevidos:</p><p>Não oferecer serviços</p><p>gratuitos a quem pode pagar.</p><p>Serviços como Prêmio: Não oferecer serviços como</p><p>prêmio em concursos.</p><p>Gratificação por Encaminhamento: Não receber ou</p><p>oferecer gratificação por encaminhamento de</p><p>pacientes.</p><p>Cobrança Mercantilista: Não instituir cobrança</p><p>mercantilista.</p><p>Custo Inesperado: Não abusar da confiança do</p><p>paciente com custos inesperados.</p><p>Remuneração Adicional Indevida: Não receber</p><p>remuneração adicional em instituições públicas ou</p><p>contratos.</p><p>Desvio de Pacientes: Não agenciar pacientes para</p><p>clínicas particulares.</p><p>Promoções Indevidas: Não oferecer serviços através</p><p>de brindes ou descontos.</p><p>Consultas Gratuitas: Não divulgar consultas e</p><p>diagnósticos gratuitos.</p><p>Cartão de Descontos: Não participar de cartões de</p><p>desconto ou atividades mercantilistas.</p><p>Art. 21</p><p>Evitar aviltamento profissional e valores inferiores aos</p><p>referenciais para procedimentos odontológicos.</p><p>Capítulo IX - Das Especialidades</p><p>Art. 22</p><p>O exercício e anúncio das especialidades em</p><p>Odontologia devem seguir as normas estabelecidas</p><p>pelo Conselho Federal de Odontologia.</p><p>Art. 23</p><p>O especialista atenderá pacientes encaminhados por</p><p>cirurgião-dentista somente na área da especialidade</p><p>requisitada.</p><p>Parágrafo Único: Após o atendimento, o paciente será</p><p>devolvido ao cirurgião-dentista que o encaminhou</p><p>com as informações pertinentes.</p><p>Art. 24</p><p>É proibido intitular-se especialista sem a devida</p><p>inscrição da especialidade no Conselho Regional.</p><p>Art. 25</p><p>O especialista pode consultar outros profissionais para</p><p>fins de diagnóstico e tratamento.</p><p>Capítulo X - Da Odontologia Hospitalar</p><p>Art. 26</p><p>O cirurgião-dentista pode internar e assistir pacientes</p><p>em hospitais públicos e privados, respeitando as</p><p>normas das instituições.</p><p>Art. 27</p><p>As atividades odontológicas em hospitais devem</p><p>obedecer às normatizações pertinentes.</p><p>Art. 28 - Infrações Éticas:</p><p>Intervenção Fora do Âmbito Legal: Não realizar</p><p>intervenções fora do âmbito legal da Odontologia.</p><p>Abandono Temporário: Não se afastar</p><p>temporariamente sem deixar outro cirurgião-dentista</p><p>responsável pelos pacientes internados ou em estado</p><p>grave.</p><p>Capítulo XI - Das Entidades com Atividades no</p><p>Âmbito da Odontologia</p><p>Art. 29</p><p>As disposições deste Código de Ética e as normas dos</p><p>Conselhos de Odontologia aplicam-se a todos que</p><p>exerçam a Odontologia, direta ou indiretamente,</p><p>incluindo clínicas, policlínicas, cooperativas, planos de</p><p>saúde, convênios, administradoras, seguradoras de</p><p>saúde, etc.</p><p>Art. 30</p><p>Profissionais prestadores de serviço responderão</p><p>solidariamente por infrações éticas, mesmo que não</p><p>sejam sócios ou responsáveis técnicos pela entidade.</p><p>Art. 31 - Infrações Éticas das Entidades:</p><p>Responsável Técnico: Não indicar um responsável</p><p>técnico conforme as normas do Conselho Federal.</p><p>Qualidade Técnica: Não manter a qualidade técnico-</p><p>científica dos trabalhos.</p><p>Condições Adequadas: Não proporcionar condições</p><p>adequadas para o desempenho dos profissionais.</p><p>Auditorias: Não realizar auditorias odontológicas</p><p>constantes.</p><p>Planos de Saúde Bucal: Não elaborar planos ou</p><p>programas de saúde bucal com respaldo técnico,</p><p>administrativo e financeiro.</p><p>Informação aos Usuários: Não manter os usuários</p><p>informados sobre recursos disponíveis.</p><p>Atendimentos e Fiscalização: Não atender</p><p>determinações e notificações do Conselho Regional.</p><p>Art. 32 - Infrações Éticas das Entidades:</p><p>Vantagens Irreais: Apregoar vantagens irreais para</p><p>estabelecer concorrência.</p><p>Qualidade de Tratamento: Oferecer tratamento</p><p>abaixo dos padrões recomendáveis.</p><p>Especialidades Anunciadas: Anunciar especialidades</p><p>sem ter os especialistas devidamente inscritos.</p><p>Concorrência Desleal: Usar poder econômico para</p><p>concorrência desleal.</p><p>Informação aos Usuários: Deixar de manter os</p><p>usuários informados e não responder reclamações.</p><p>Serviços Ajustados: Não prestar os serviços acordados</p><p>no contrato.</p><p>Serviços como Bonificação: Não oferecer serviços</p><p>como bonificação em concursos, sorteios ou</p><p>promoções.</p><p>Planos de Tratamento por Terceiros: Não elaborar</p><p>planos de tratamento para execução por terceiros.</p><p>Contratação Ilegal: Não contratar empresas ou</p><p>profissionais ilegais ou irregulares.</p><p>Uso de Raios X: Não usar Raios X para fins</p><p>administrativos, substituindo perícias ou auditorias.</p><p>Atualização Contratual: Não atualizar contratos e</p><p>manter-se regularizado com o Conselho Regional.</p><p>Cartões de Desconto: Participar como proprietário,</p><p>sócio, dirigente ou consultor de cartões de desconto</p><p>ou empresas que ofereçam descontos sobre</p><p>honorários odontológicos.</p><p>Capítulo XII - Do Responsável Técnico e dos</p><p>Proprietários Inscritos</p><p>Art. 33</p><p>O responsável técnico deve fiscalizar técnica e</p><p>eticamente a instituição pública ou privada a que está</p><p>vinculado e orientá-la, por escrito, sobre as técnicas</p><p>de propaganda utilizadas.</p><p> 1º: O responsável técnico deve garantir a</p><p>aplicação fiel deste Código na pessoa jurídica</p><p>onde atua.</p><p> 2º: O responsável técnico deve informar</p><p>imediatamente ao Conselho Regional sobre</p><p>qualquer infração ética constatada na</p><p>empresa.</p><p>Capítulo XIII - Do Magistério</p><p>Art. 34</p><p>No magistério, o profissional deve exaltar os</p><p>princípios éticos e promover a divulgação deste</p><p>Código.</p><p>Art. 35 - Infrações Éticas:</p><p>Uso Abusivo: Utilizar pacientes e/ou alunos de forma</p><p>abusiva em aulas ou pesquisas.</p><p>Responsabilidade nos Trabalhos: Eximir-se de</p><p>responsabilidade nos trabalhos realizados por alunos</p><p>em pacientes.</p><p>Aliciação de Pacientes: Utilizar a influência do cargo</p><p>para aliciar e/ou encaminhar pacientes para clínicas</p><p>particulares.</p><p>Comercialização de Órgãos: Participar da</p><p>comercialização de órgãos e tecidos humanos.</p><p>Propaganda Abusiva: Permitir propaganda abusiva ou</p><p>enganosa de cursos de especialização,</p><p>aperfeiçoamento e atualização.</p><p>Aproveitamento Indevido: Aproveitar-se do aluno</p><p>para obter vantagens físicas, emocionais ou</p><p>financeiras.</p><p>Oferta de Vantagens: Aliciar pacientes ou alunos com</p><p>ofertas de vantagens para cursos de aperfeiçoamento,</p><p>atualização ou especialização.</p><p>Formulários Institucionais: Utilizar formulários de</p><p>instituições de ensino para atestar ou prescrever fatos</p><p>verificados em consultórios particulares.</p><p>Prática Clínica Indevida: Permitir prática clínica em</p><p>pacientes por acadêmicos fora das diretrizes</p><p>pedagógicas da instituição.</p><p>Capítulo XIV - Da Doação, do Transplante e do Banco</p><p>de Órgãos, Tecidos e Biomateriais</p><p>Art. 36</p><p>Todos os registros de bancos de ossos, dentes e</p><p>outros tecidos devem ser confidenciais, respeitando o</p><p>sigilo da identidade do doador e do receptor.</p><p>Art. 37 - Infrações Éticas:</p><p>Descumprimento da Legislação: Descumprir a</p><p>legislação referente a bancos de tecidos e dentes ou</p><p>colaborar com outros profissionais nesse</p><p>descumprimento.</p><p>Uso Indevido de Nome: Utilizar o nome de outro</p><p>profissional para retirada de tecidos e dentes.</p><p>Esclarecimento Insuficiente: Não esclarecer ao</p><p>doador, receptor ou representantes legais sobre os</p><p>riscos de exames e procedimentos relacionados a</p><p>transplantes.</p><p>Comercialização de Órgãos: Participar da</p><p>comercialização de órgãos e tecidos humanos.</p><p>Capítulo XV - Das Entidades da Classe</p><p>Art. 38</p><p>Compete ao presidente das entidades da classe fazer</p><p>comunicações de interesse público, podendo delegar</p><p>essa atribuição sem perder a responsabilidade</p><p>solidária.</p><p>Art. 39</p><p>O presidente e o infrator são responsáveis por</p><p>infrações éticas cometidas em nome da entidade.</p><p>Art. 40 - Infrações Éticas:</p><p>Promoção Pessoal: Utilizar a entidade para promoção</p><p>própria ou obtenção de vantagens pessoais.</p><p>Prejuízo à Entidade: Prejudicar moral ou</p><p>materialmente a entidade.</p><p>Promoção de Produtos: Usar o nome da entidade</p><p>para promover produtos comerciais sem</p><p>comprovação de eficácia.</p><p>Desrespeito</p><p>à Entidade: Desrespeitar, injuriar ou</p><p>difamar os diretores da entidade.</p><p>Capítulo XVI - Do Anúncio, da Propaganda e da</p><p>Publicidade</p><p>Art. 41</p><p>A comunicação e divulgação em Odontologia devem</p><p>obedecer ao disposto neste Código.</p><p> Técnicos em prótese dentária, técnicos em</p><p>saúde bucal e auxiliares de prótese dentária,</p><p>bem como laboratórios de prótese dentária,</p><p>não podem fazer anúncios ou publicidade</p><p>dirigida ao público em geral.</p><p> Os profissionais mencionados no § 1º (exceto</p><p>o auxiliar em saúde bucal) podem fazer</p><p>propaganda em mídias especializadas, desde</p><p>que direcionadas aos cirurgiões-dentistas e</p><p>acompanhadas das informações de registro</p><p>no Conselho Regional.</p><p> Laboratórios de prótese dentária devem afixar</p><p>informação visível ao público sobre a restrição</p><p>do atendimento direto ao paciente.</p><p>Art. 42</p><p>Os anúncios e a publicidade podem ser feitos em</p><p>qualquer meio, desde que sigam as normas deste</p><p>Código.</p><p>Art. 43</p><p>A comunicação deve incluir nome e número de</p><p>inscrição do profissional ou da pessoa jurídica, nome</p><p>representativo da profissão, e no caso de pessoas</p><p>jurídicas, nome e número do responsável técnico.</p><p> 1º: A comunicação pode incluir áreas de</p><p>atuação, técnicas, títulos de formação</p><p>acadêmica, endereço, telefone, convênios,</p><p>logomarca, e a expressão "clínico geral".</p><p> 2º: Quando especialidades forem referidas,</p><p>deve haver profissionais inscritos nas</p><p>especialidades no Conselho Regional.</p><p>Art. 44 - Infrações Éticas:</p><p>Publicidade Enganosa: Fazer publicidade enganosa,</p><p>abusiva, com expressões de antes e depois, preços, ou</p><p>formas que impliquem comercialização imprópria.</p><p>Títulos e Especialidades: Anunciar títulos ou</p><p>especialidades sem registro ou reconhecimento</p><p>adequado.</p><p>Técnicas Não Comprovadas: Anunciar técnicas ou</p><p>terapias não comprovadas cientificamente.</p><p>Crítica Indevida: Criticar técnicas de outros</p><p>profissionais.</p><p>Diagnóstico em Massa: Fazer diagnóstico ou</p><p>prescrição por veículos de comunicação de massa.</p><p>Identificação do Paciente: Divulgar identificação do</p><p>paciente sem consentimento.</p><p>Aliciação de Pacientes: Aliciar pacientes com anúncios</p><p>falsos ou irregulares.</p><p>Reserva de Atuação: Induzir a crença de reserva de</p><p>atuação em Odontologia.</p><p>Trabalho Gratuito: Oferecer trabalho gratuito com</p><p>intenção de autopromoção.</p><p>Serviços como Prêmio: Oferecer serviços como</p><p>prêmio em concursos ou promoções.</p><p>Poluição do Ambiente: Promover a poluição</p><p>ambiental por meio de publicidade.</p><p>Propaganda Enganosa: Expor artifícios de propaganda</p><p>para atrair clientela, especialmente com imagens de</p><p>antes e depois.</p><p>Comercialização Coletiva: Participar de programas de</p><p>comercialização coletiva de serviços.</p><p>Promoção Mercantil: Realizar divulgação com</p><p>finalidade mercantil e de aliciamento através de</p><p>cartões de desconto, promoções, telemarketing, etc.</p><p>Art. 45</p><p>Proprietários, responsáveis técnicos e profissionais</p><p>envolvidos respondem solidariamente por publicidade</p><p>e propaganda em desacordo com as normas.</p><p>Art. 46</p><p>As normas deste Capítulo aplicam-se também a</p><p>pessoas físicas ou jurídicas que exerçam Odontologia</p><p>de forma direta ou indireta.</p><p>Seção I - Da Entrevista</p><p>Art. 47</p><p>Profissionais podem conceder entrevistas ou palestras</p><p>sobre assuntos odontológicos para esclarecimento e</p><p>educação, sem autopromoção ou sensacionalismo, e</p><p>não devem anunciar endereços profissionais durante</p><p>essas entrevistas.</p><p>Art. 48 - É vedado ao profissional inscrito:</p><p>Palestras para Divulgação: Realizar palestras em</p><p>escolas ou empresas para divulgar serviços</p><p>profissionais.</p><p>Distribuição de Brindes: Distribuir material</p><p>publicitário ou oferecer brindes em palestras para</p><p>angariar clientela.</p><p>Diagnóstico em Eventos: Realizar diagnóstico ou</p><p>procedimentos odontológicos em eventos.</p><p>Aliciação de Pacientes: Aliciar pacientes</p><p>aproveitando-se do acesso a escolas ou empresas.</p><p>SEÇÃO II - DA PUBLICAÇÃO CIENTÍFICA</p><p>Art. 49. Constitui infração ética:</p><p> I - Aproveitar-se de posição hierárquica para</p><p>fazer constar seu nome na coautoria de obra</p><p>científica.</p><p> II - Apresentar como seu, no todo ou em</p><p>parte, material didático ou obra científica de</p><p>outrem, ainda que não publicada.</p><p> III - Publicar, sem autorização por escrito,</p><p>elemento que identifique o paciente</p><p>preservando a sua privacidade.</p><p> IV - Utilizar-se, sem referência ao autor ou</p><p>sem sua autorização expressa, de dados,</p><p>informações ou opiniões coletadas em partes</p><p>publicadas ou não de sua obra.</p><p> V - Divulgar, fora do meio científico, processo</p><p>de tratamento ou descoberta cujo valor ainda</p><p>não esteja expressamente reconhecido</p><p>cientificamente.</p><p> VI - Falsear dados estatísticos ou deturpar sua</p><p>interpretação.</p><p> VII - Publicar pesquisa em animais e seres</p><p>humanos sem submetê-la à avaliação prévia</p><p>do comitê de ética e pesquisa em seres</p><p>humanos e do comitê de ética e pesquisa em</p><p>animais.</p><p>CAPÍTULO XVII - DA PESQUISA CIENTÍFICA</p><p>Art. 50. Constitui infração ética:</p><p>I - Desatender às normas do órgão competente e à</p><p>legislação sobre pesquisa em saúde.</p><p>II - Utilizar-se de animais de experimentação sem</p><p>objetivos claros e honestos de enriquecer os</p><p>horizontes do conhecimento odontológico e,</p><p>consequentemente, de ampliar os benefícios à</p><p>sociedade.</p><p>III - Desrespeitar as limitações legais da profissão nos</p><p>casos de experiência in anima nobili.</p><p>IV - Infringir a legislação que regula a utilização do</p><p>cadáver para estudo e/ou exercícios de técnicas</p><p>cirúrgicas.</p><p>V - Infringir a legislação que regula os transplantes de</p><p>órgãos e tecidos post-mortem e do "próprio corpo</p><p>vivo".</p><p>VI - Realizar pesquisa em ser humano sem que este ou</p><p>seu responsável, ou representante legal, tenha dado</p><p>consentimento livre e esclarecido, por escrito, sobre a</p><p>natureza das consequências da pesquisa.</p><p>VII - Usar, experimentalmente, sem autorização da</p><p>autoridade competente, e sem o conhecimento e o</p><p>consentimento prévios do paciente ou de seu</p><p>representante legal, qualquer tipo de terapêutica</p><p>ainda não liberada para uso no País.</p><p>VIII - Manipular dados da pesquisa em benefício</p><p>próprio ou de empresas e/ou instituições.</p><p>IX - Sobrepor o interesse da ciência ao da pessoa</p><p>humana.</p><p>CAPÍTULO XVIII - DAS PENAS E SUAS APLICAÇÕES</p><p>Art. 51. Os preceitos deste Código são de observância</p><p>obrigatória e sua violação sujeitará o infrator e quem,</p><p>de qualquer modo, com ele concorrer para a infração,</p><p>ainda que de forma indireta ou omissa, às seguintes</p><p>penas previstas no artigo 18 da Lei nº. 4.324, de 14 de</p><p>abril de 1964:</p><p>I - Advertência confidencial, em aviso reservado.</p><p>II - Censura confidencial, em aviso reservado.</p><p>III - Censura pública, em publicação oficial.</p><p>IV - Suspensão do exercício profissional até 30 (trinta)</p><p>dias.</p><p>V - Cassação do exercício profissional ad referendum</p><p>do Conselho Federal.</p><p>Art. 52. Salvo nos casos de manifesta gravidade e que</p><p>exijam aplicação imediata de penalidade mais grave, a</p><p>imposição das penas obedecerá à gradação do artigo</p><p>anterior.</p><p>Parágrafo Único. Avalia-se a gravidade pela extensão</p><p>do dano e por suas consequências.</p><p>Art. 53. Considera-se de manifesta gravidade,</p><p>principalmente:</p><p>I - Imputar a alguém conduta antiética de que o saiba</p><p>inocente, dando causa a instauração de processo</p><p>ético.</p><p>II - Acobertar ou ensejar o exercício ilegal ou irregular</p><p>da profissão.</p><p>III - Exercer, após ter sido alertado, atividade</p><p>odontológica em pessoa jurídica, ilegal, inidônea ou</p><p>irregular.</p><p>IV - Ocupação de cargo cujo profissional dele tenha</p><p>sido afastado por motivo de movimento classista.</p><p>V - Ultrapassar o estrito limite da competência legal</p><p>de sua profissão.</p><p>VI - Manter atividade profissional durante a vigência</p><p>de penalidade suspensiva.</p><p>VII - Veiculação de propaganda ilegal.</p><p>VIII - Praticar infração</p><p>ao Código de Ética no exercício</p><p>da função de dirigente de entidade de classe</p><p>odontológica.</p><p>IX - Exercer ato privativo de profissional da</p><p>Odontologia, sem estar para isso legalmente</p><p>habilitado.</p><p>X - Praticar ou ensejar atividade que não resguarde o</p><p>decoro profissional.</p><p>XI - Oferecer serviços odontológicos de forma abusiva,</p><p>enganosa, imoral ou ilegal.</p><p>XII - Oferecer serviços odontológicos em sites de</p><p>compras coletivas ou similares.</p><p>Art. 54. A alegação de ignorância ou a má</p><p>compreensão dos preceitos deste Código não exime</p><p>de penalidade o infrator.</p><p>Art. 55. São circunstâncias que podem agravar a pena:</p><p>I - A reincidência.</p><p>II - A prática com dolo.</p><p>III - A inobservância das notificações expedidas pela</p><p>fiscalização, o não comparecimento às solicitações ou</p><p>intimações do Conselho Regional para</p><p>esclarecimentos ou na instrução da ação ética</p><p>disciplinar.</p><p>IV - Qualquer forma de obstrução de processo.</p><p>V - O falso testemunho ou perjúrio.</p><p>VI - Aproveitar-se da fragilidade do paciente.</p><p>VII - Cometer a infração com abuso de autoridade ou</p><p>violação do dever inerente ao cargo ou função.</p><p>Art. 56. São circunstâncias que podem atenuar a pena:</p><p>I - Não ter sido antes condenado por infração ética.</p><p>II - Ter reparado ou minorado o dano.</p><p>III - Culpa concorrente da vítima.</p><p>Art. 57. Além das penas disciplinares previstas,</p><p>também poderá ser aplicada pena pecuniária a ser</p><p>fixada pelo Conselho Regional, arbitrada entre 1</p><p>(uma) e 25 (vinte e cinco) vezes o valor da anuidade.</p><p> § 1º. O aumento da pena pecuniária deve ser</p><p>proporcional à gravidade da infração.</p><p> § 2º. Em caso de reincidência, a pena de</p><p>multa será aplicada em dobro.</p><p>CAPÍTULO XIX - DISPOSIÇÕES FINAIS</p><p>Art. 58. O profissional condenado por infração ética à</p><p>pena disciplinar combinada com multa pecuniária,</p><p>também poderá ser objeto de reabilitação, na forma</p><p>prevista no Código de Processo Ético Odontológico.</p><p>Art. 59. As alterações deste Código são da</p><p>competência exclusiva do Conselho Federal, ouvidos</p><p>os Conselhos Regionais.</p><p>Art. 60. Este Código entrará em vigor a partir de 1º de</p><p>janeiro de 2013.</p><p>Có digó de Prócessó E ticó</p><p>Ódóntóló gicó</p><p>Capítulo I - Introdução</p><p> O Processo Ético Odontológico segue as</p><p>normas do Código, com a aplicação</p><p>subsidiária das Leis e Decretos mencionados,</p><p>e deve ser conduzido em sigilo.</p><p> O sistema processual é dividido em duas</p><p>instâncias: Conselhos Regionais e Conselho</p><p>Federal.</p><p> A competência para julgar e aplicar</p><p>penalidades é do Conselho onde o profissional</p><p>estava inscrito na época do fato.</p><p> O Conselho Federal julga seus membros, os</p><p>membros dos Conselhos Regionais, e recursos</p><p>das decisões regionais.</p><p>Capítulo II - Comissão Ética</p><p> As Comissões de Ética são permanentes e</p><p>compostas por três Conselheiros, com a</p><p>Presidência a cargo de um Conselheiro</p><p>Efetivo.</p><p> A Comissão de Ética é responsável pela</p><p>instrução dos processos no Conselho Federal.</p><p> Câmaras de Instrução podem ser criadas para</p><p>agilizar as instruções processuais.</p><p>Capítulo III - Instauração do Processo Ético</p><p> O processo pode ser instaurado de ofício, por</p><p>representação ou denúncia, com parecer</p><p>inicial da Comissão de Ética.</p><p> Denúncias devem conter assinatura,</p><p>qualificação e exposição detalhada dos fatos.</p><p>Podem ser indeferidas por falta de requisitos</p><p>ou se o fato não configurar infração ética.</p><p> O processo pode ser arquivado se a denúncia</p><p>for manifestamente improcedente.</p><p>Capítulo IV - Instrução do Processo Ético</p><p> O processo é documentado e todas as peças</p><p>são certificadas.</p><p> O acusado é notificado para comparecer à</p><p>audiência, onde poderá apresentar defesa e</p><p>provas.</p><p> Se o acusado não comparecer, o processo</p><p>prossegue à revelia.</p><p>Capítulo V - Audiência de Conciliação e Instrução</p><p> A audiência tenta conciliação, e se não for</p><p>possível, o acusado apresenta defesa e</p><p>provas.</p><p> A audiência pode ser suspensa para perícia</p><p>técnica e para depoimentos testemunhais.</p><p> O não comparecimento das partes pode levar</p><p>ao arquivamento da denúncia ou</p><p>prosseguimento do processo à revelia.</p><p>Capítulo VI - Prova Pericial</p><p> A prova pericial pode incluir exame ou vistoria</p><p>e deve ser requerida quando necessária.</p><p> O perito é designado pelo Presidente da</p><p>Comissão de Ética, e as partes podem indicar</p><p>assistentes técnicos e apresentar quesitos.</p><p>Capítulo VII - Julgamento</p><p> O julgamento é conduzido pelo Plenário do</p><p>Conselho, com a apresentação de um</p><p>relatório-conclusivo pelo relator.</p><p> As partes têm direito a sustentação oral e o</p><p>Acórdão deve ser claro e detalhado, incluindo</p><p>razões para absolvição ou condenação.</p><p>Capítulo VIII - Nulidade</p><p> O ato processual não será declarado nulo se</p><p>não houver prejuízo para as partes.</p><p> Nulidades podem ocorrer por falta de</p><p>formalidades ou intimações.</p><p>Capítulo IX - Penalidades</p><p> As penas são previstas no Código de Ética</p><p>Odontológica.</p><p> Decisões de cassação são recorríveis ao</p><p>Conselho Federal.</p><p> Recursos devem ser interpostos por escrito e</p><p>podem ter efeito suspensivo.</p><p>Capítulo X - Julgamento dos Recursos</p><p> O julgamento dos recursos no Conselho</p><p>Federal segue o mesmo procedimento dos</p><p>Conselhos Regionais.</p><p> O relator pode requisitar informações</p><p>adicionais e o Conselho Federal julga recursos</p><p>de revisão.</p><p>Capítulo XI - Execução</p><p> O Conselho Regional executa o Acórdão após</p><p>decisão final sem recurso ou com recurso não</p><p>suspensivo.</p><p> Em casos de suspensão ou cassação, o</p><p>Conselho deve notificar as autoridades</p><p>competentes.</p><p>Capítulo XII - Reabilitação</p><p> A reabilitação pode ser requerida após</p><p>cumprir prazos estabelecidos e deve</p><p>comprovar bom comportamento e</p><p>ressarcimento de danos.</p><p> O pedido pode ser indeferido em caso de</p><p>processo ético em andamento ou condenação</p><p>por atividades indignas.</p><p>LEI Nº 5.081, DE 24 DE AGOSTO DE</p><p>1966 Regula o exercício da</p><p>Odontologia.</p><p>A Lei sancionada estabelece que a prática da</p><p>Odontologia no Brasil é regulamentada pela presente</p><p>Lei. Somente cirurgiões-dentistas formados em</p><p>instituições oficiais ou reconhecidas e com diploma</p><p>registrado podem exercer a profissão. Aqueles</p><p>formados no exterior devem revalidar seus diplomas.</p><p>A Lei proíbe a prática de Odontologia por não</p><p>habilitados e detalha as competências e proibições</p><p>dos cirurgiões-dentistas, como a aplicação de</p><p>anestesia e a perícia odontolegal. Também veda</p><p>certas práticas, como a propaganda excessiva e a</p><p>prática de mais de duas especialidades</p><p>simultaneamente. O Poder Executivo deve</p><p>regulamentar a Lei em até 90 dias. A Lei revoga</p><p>normas anteriores e entra em vigor na data de sua</p><p>publicação.</p><p>Cie ncias fórenses:</p><p>princí piós e ticós e vieses</p><p>As ciências forenses englobam técnicas e</p><p>conhecimentos científicos aplicados à investigação de</p><p>crimes e assuntos legais. O papel principal das ciências</p><p>forenses é ajudar a esclarecer infrações, identificar</p><p>suspeitos e fornecer evidências para os processos</p><p>judiciais. No passado, essas práticas eram executadas</p><p>por profissionais com formação geral, mas a</p><p>complexidade dos crimes modernos exigiu a</p><p>especialização de diversos campos científicos, como</p><p>antropologia, toxicologia e psicologia, tornando as</p><p>ciências forenses um campo altamente</p><p>interdisciplinar.</p><p>A atuação dos peritos forenses deve ser guiada por</p><p>princípios éticos e deontológicos rigorosos. É essencial</p><p>que os peritos mantenham a imparcialidade, evitem</p><p>vieses e apresentem resultados precisos e confiáveis.</p><p>Vieses, como o viés de confirmação e viés cognitivo,</p><p>podem comprometer a objetividade das análises</p><p>forenses. Esses vieses podem ocorrer por diversas</p><p>razões, como influências externas, preconceitos</p><p>pessoais ou falta de rigor metodológico.</p><p>Para garantir a integridade das evidências e</p><p>conclusões, é fundamental que os peritos sejam</p><p>honestos sobre suas competências e limitações,</p><p>evitando extrapolar suas áreas de especialização. O</p><p>treinamento contínuo e a adesão a códigos de ética</p><p>são cruciais para minimizar a influência de vieses e</p><p>garantir a qualidade do trabalho pericial. O objetivo</p><p>final é assegurar que a justiça seja aplicada de forma</p><p>justa e que os resultados forenses contribuam de</p><p>maneira efetiva para a resolução dos casos.</p><p>Tipos de parcialidade e viés na análise forense</p><p>O viés de confirmação pode se manifestar de várias</p><p>formas, como:</p><p> Efeito da expectativa: Espera-se um resultado</p><p>específico e isso pode influenciar o resultado.</p><p> Atenção seletiva: Foca-se em informações</p><p>que confirmam crenças preexistentes e ignora</p><p>dados contrários.</p><p> Efeito da função: Especialistas coletam</p><p>diferentes informações com base em suas</p><p>funções específicas.</p><p> Efeito de conformidade: Aceitação das</p><p>opiniões de colegas sem questionamento.</p><p> Percepção determinada pela necessidade:</p><p>Motivação forte para alcançar um resultado</p><p>desejado.</p><p> Intervalo de positividade: Tendência a</p><p>acreditar em algo sem evidências</p><p>convincentes.</p><p> Efeito de primazia: Dados iniciais têm</p><p>influência desproporcional nas conclusões.</p><p> Confiança excessiva: Defende-se crenças</p><p>mesmo diante de evidências contraditórias.</p><p>Esses vieses podem levar a laudos periciais</p><p>tendenciosos. A atividade pericial exige a identificação</p><p>e a prevenção desses vieses para garantir a</p><p>imparcialidade. Além do conhecimento técnico,</p><p>peritos devem ter treinamento contínuo e formação</p><p>ética para evitar parcialidades.</p><p>A análise pericial e a ética</p><p>Peritos devem atuar de forma independente e</p><p>imparcial, apesar de estarem em contato com a</p><p>polícia. A qualidade da evidência forense depende de</p><p>técnicas autenticadas, equipamentos adequados, e</p><p>uma equipe qualificada. É crucial preservar a cadeia</p><p>de custódia das evidências e garantir a competência</p><p>no processo.</p><p>A responsabilidade social dos peritos é significativa,</p><p>pois seus laudos podem influenciar decisões judiciais</p><p>importantes. Códigos de ética e conduta são</p><p>fundamentais para guiar os peritos e garantir a</p><p>qualidade e a integridade dos resultados. Os</p><p>profissionais precisam estar atualizados e agir de</p><p>acordo com padrões éticos elevados.</p>