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<p>016</p><p>Eixo temático: V. Segmentos Vulneráveis: Idosos, Pessoas com Deficiência, Crianças e</p><p>Adolescentes</p><p>Título: Esterilização forçada e Curatela: violação de direitos das mulheres com deficiência</p><p>Resumo:</p><p>Esterilização forçada. Curatela. Alteração da guarda da filha. Em todas essas situações tem-se</p><p>a presença das mesmas partes, de um lado, uma mulher que teve seus direitos violados pelo</p><p>Estado e do outro, o Poder Judiciário e as decisões sob o discurso de garantia de direitos. O</p><p>caso é acompanhado pelo Núcleo Especializado de Direitos da Pessoa Idosa e Pessoa com</p><p>Deficiência, sendo relatado pela usuária, a qual tinha 21 anos na época da laqueadura, que</p><p>não queria fazer o procedimento e se sentiu pressionada a assinar o termo de consentimento,</p><p>por ser curatelada. Desejava ter outros filhos, mas que como teve um casal, aceitou o fato de</p><p>não poder mais engravidar.</p><p>Expressou que não quer mais ser curatelada e que avalia ter total condição de realizar as</p><p>atividades diárias e administração de bens negociais e patrimoniais, mas é impedida de</p><p>progredir e viver sua própria vida. Ainda é impedida de sacar o Benefício da Prestação</p><p>Continuada pelo Banco e não conseguiu casar com o companheiro em razão de o cartório</p><p>recusar a realização do matrimônio por estar curatelada. A usuária relata não saber por qual</p><p>motivo a guarda de sua filha foi entregue à mãe e que não foi chamada em juízo em nenhum</p><p>momento durante o processo. Sente-se injustiçada por não ter tido a oportunidade de</p><p>contestar.</p><p>Além da usuária já vivenciar situações envolvendo conflitos familiares e de vulnerabilidade</p><p>social, observa-se que o Poder Judiciário, ao prolatar sentenças sobre sua vida, alegando a</p><p>garantia e proteção de direitos, contraditoriamente, fica evidente que a usuária tem sido</p><p>submetida a uma série de violações de direitos. Apesar de ela ter sido diagnosticada com</p><p>Retardo Mental Leve, a Lei Brasileira de Inclusão, ao trazer o entendimento de que a</p><p>deficiência não afeta a plena capacidade civil da pessoa, demonstra que as decisões judiciais</p><p>contrariam essa legislação que trouxe certos avanços para a pessoa com deficiência. Com</p><p>base no eixo temático V e com base nesse caso individual acompanhado pelo Centro de</p><p>Atendimento Disciplinar do NEDIPED, pretende-se discutir as possibilidades de atuação</p><p>profissional, objetivando a garantia de direitos das mulheres com deficiência que têm os seus</p><p>direitos violados pelo Estado, sob o discurso da proteção social, com ênfase nas questões da</p><p>curatela e direitos sexuais, reprodutivos e à maternagem.</p><p>Palavras-chave: Esterilização forçada; curatela; mulher com deficiência</p>