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ROSIMEIRE APARECIDA MANTOVAN
TATIANA DOMINGUES
DIREITOS FUNDAMENTAIS E 
SOCIAIS
2023
DIREITOS FUNDAMENTAIS E SOCIAIS
Rosimeire Aparecida Mantovan 
Tatiana Domingues
PRESIDENTE 
Frei Thiago Alexandre Hayakawa, OFM
DIRETOR GERAL 
Jorge Apóstolos Siarcos 
REITOR 
Frei Gilberto Gonçalves Garcia, OFM 
VICE-REITOR 
Frei Thiago Alexandre Hayakawa, OFM
PRÓ-REITOR DE ADMINISTRAÇÃO E PLANEJAMENTO 
Adriel de Moura Cabral 
PRÓ-REITOR DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO 
Dilnei Giseli Lorenzi 
COORDENADOR DO NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA - NEAD 
Franklin Portela Correia
CENTRO DE INOVAÇÃO E SOLUÇÕES EDUCACIONAIS - CISE
Franklin Portela Correia
CURADORIA TÉCNICA
Susana Inês Basualdo
DESIGNER INSTRUCIONAL 
Patrícia Sponhardi
 REVISÃO ORTOGRÁFICA
Ana Carolina Martins 
Beatriz Juliana Francisco Acencio 
Giovana Stimpel Amaral
PROJETO GRÁFICO
Centro de Inovação e Soluções Educacionais - CISE
CAPA
Centro de Inovação e Soluções Educacionais - CISE
DIAGRAMADORES
Andréa Ercília Calegari
© 2023 Universidade São Francisco
Avenida São Francisco de Assis, 218
CEP 12916-900 – Bragança Paulista/SP
CASA NOSSA SENHORA DA PAZ – AÇÃO SOCIAL FRANCISCANA, PROVÍNCIA 
FRANCISCANA DA IMACULADA CONCEIÇÃO DO BRASIL – 
ORDEM DOS FRADES MENORES
AS AUTORAS
ROSIMEIRE APARECIDA MANTOVAN
Assistente Social e Advogada, especialista em Direito Constitucional pela ESDC – Es-
cola Superior de Direito Constitucional – SP e em Gestão da Política Pública de Assis-
tência Social pela PUC-SP. Mestre em Serviço Social pela PUC-SP. Docente do curso 
de Serviço Social na FMU – São Paulo e da FAPSS São Caetano do Sul desde 2010. 
Servidora Pública da Prefeitura Municipal de Santo André desde 1992, com atuação nas 
áreas de Assistência Social, Assistência Judiciária e Defesa do Consumidor, e atual-
mente gestora da Política de Assistência Social. Entre 2007 e 2008 atuou como asses-
sora no Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome - Secretaria Nacional 
de Assistência Social, e entre 2009 e 2014 como gestora da Política de Assistência So-
cial na Prefeitura Municipal de São Bernardo do Campo. Entre 2014 e 2016 atuou como 
docente do Programa Capacita SUAS – MDS, no Pará, Rio Grande do Sul e São Paulo.
TATIANA DOMINGUES
Tatiana de Fátima Domingues, assistente social, Doutora e Mestre pelo Programa de 
Estudos Pós-Graduados em Serviço Social da Pontifícia Universidade Católica de São 
Paulo - PUC-SP, é diretora-sócia da “Tecendo Social Educação e Apoio à Gestão” e 
atua como consultora e assessora de Políticas Sociais na gestão pública e terceiro 
setor. É docente de pós-graduação, docente habilitada do Programa de Educação Per-
manente da Política de Assistência Social – CapacitaSUAS (Governo Federal) e faci-
litadora de processos de educação profissional para trabalhadores sociais. Tem como 
foco das suas pesquisas e trabalhos as políticas da Seguridade Social; Família, Estado 
e Políticas Públicas: relações de proteção e desproteção Social; Cuidado Domiciliar e 
as Metodologias do Trabalho Social.
[Disponível no livro completo]
SUMÁRIO
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Noção de Direito e Justiça. Teoria da Norma Jurídica: conceito de lei e norma jurídica UNIDADE 1
NOÇÃO DE DIREITO E JUSTIÇA. 
TEORIA DA NORMA JURÍDICA: 
CONCEITO DE LEI E NORMA 
JURÍDICA
1. A ORIGEM DO DIREITO
Para iniciar nosso componente curricular, em que iremos discutir Direitos Fundamentais 
e Sociais, vamos falar de uma questão mais geral, que é a origem do Direito. 
Você já pensou sobre isso? O que é o Direito? Quem e como foi criado o Direito? 
Em um primeiro momento, ao refletirmos sobre o que é Direito, imediatamente nos sur-
ge como referência um conjunto de regras, leis e outras normativas, que entendemos 
ser necessárias para regular a vida em sociedade.
Esse conceito está correto, e o chamamos de Direito positivo, ou seja, as regras escri-
tas que organizam a vida em sociedade.
Mas os Direitos estão representados somente nas leis? Vamos ampliar um pouco 
essa reflexão. 
Vamos falar aqui sobre o Direito natural – ou como chamamos, o jusnaturalismo.
Você encontrará diversas teorias fundamentadoras do direito natural – desde as correntes 
defensoras de uma norma divina até a sua evolução ao Direito positivo – com seus princi-
pais pensadores: como Hans Kelsen, Norberto Bobbio, Hegel, além dos filósofos gregos. 
Vamos trazer, no entanto, o conceito de Thomas Hobbes, estudado por Gonzaga (2017):
Na definição de Thomas Hobbes, temos a seguinte constatação: “Uma Lei de 
Natureza (lex naturalis) é um preceito ou regra geral, estabelecido pela razão, 
mediante o qual se proíbe a um homem fazer tudo o que possa para destruir 
a sua própria vida ou privá-lo dos meios necessários para preservá-la, ou 
omitir aquilo que pense melhor contribuir para a preservar. E complementa 
o mesmo filósofo ao tratar da lei natural e da lei positiva, em importante as-
sertiva: “Outra maneira de dividir as leis é em naturais e positivas. As [leis] 
naturais são as que têm sido desde a eternidade, e não são apenas cha-
madas naturais, mas também leis morais. Consistem nas virtudes morais, 
como a justiça, a equidade, e todos os hábitos de espírito propícios à paz 
e à caridade. As positivas são as que não existem desde toda a eternidade, 
e foram tornadas leis pela vontade daqueles que tiveram o poder soberano 
sobre os outros. Podem ser escritas, ou então dadas a conhecer aos homens 
por qualquer outro argumento da vontade do legislador.
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Direitos fundamentais e sociais
Logo, temos que o direito natural tem como base a universalidade da justiça e, assim, 
afirmamos que o indivíduo possui desde o seu nascimento vários direitos intrínsecos à 
pessoa humana, como o direito à vida, por exemplo. 
Para essa doutrina, os valores humanos são os pilares da justiça social.
Há alguns séculos, o grande filósofo grego Aristóteles, escreveu que o homem é um 
animal político, e, por isso, definiu que a convivência é uma necessidade humana.
O ser humano não vive sozinho. Isso acontece em razão das necessidades da própria 
natureza humana, como a material, a intelectual, a espiritual, a afetiva.
Assim, podemos chamar de Direito Natural a satisfação dessas necessidades huma-
nas, que não depende da existência de uma norma positiva (lei) para que haja o reco-
nhecimento dos direitos inerentes à sobrevivência humana. 
Entretanto, vamos aprofundar um pouco. Dessas necessidades decorre também a ne-
cessidade de conviver, de viver em grupos.
O ser humano não consegue, por exemplo, alimentar-se sozinho, e, com a complexida-
de da vida social, essa dependência do outro só aumentou. Por conseguinte, podemos 
dizer que um ser humano é dependente de outro e que essa é uma necessidade natural 
da pessoa e de todas as pessoas, sem exceções. 
Há ainda outras necessidades que fazem com que o ser humano conviva. O indivíduo 
pensa e precisa expressar seus pensamentos. 
Consequentemente, apontamos a liber-
dade de pensar e sentir, que é da natu-
reza humana e não depende do estabe-
lecimento de regras que permitam ou 
concedam esse Direito.
Pensar, sentir, julgar, são sentimentos 
humanos que não podem ser regulados, 
assim, afirmamos que o homem é essen-
cialmente livre. Não podemos prender 
uma pessoa e dizer a ela: “não pense”, 
“não sinta”. 
Então vamos refletir. Se o Direito natural decorre da necessidade humana, também é 
verdade então que todos os seres humanos são essencialmente iguais, independente-
mente da cor da pele, da língua que fala, do curso que fez, se é rico ou pobre. Essen-
cialmente, todos são iguais. Uns não podem ter mais importância que outros. 
Observe que aqui trouxemos mais dois conceitos da natureza humana: a liberdade 
e a igualdade.
Figura 01. Ilustração sugerindo reflexão.
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Noção de Direito e Justiça. Teoria da Norma Jurídica: conceito de lei e norma jurídica
Quanto ao conceito de igualdade, nos ensina Dallari (2010):
a afirmação da igualdade de todos os seres humanos nãoquer dizer igualdade 
física, nem intelectual ou psicológica. Cada pessoa humana tem sua individu-
alidade, sua personalidade, seu modo próprio de ver e sentir as coisas. Assim, 
também, os grupos sociais têm sua cultura própria, que é resultado de condi-
ções naturais e sociais (...)
Em tal sentido, as pessoas são diferentes, mas continuam iguais como seres 
humanos, tendo as mesmas necessidades e faculdades essenciais. Disso de-
correm os direitos fundamentais, que são iguais para todos. (Dallari, 2010. p.13).
Vamos agora refletir sobre a convivência humana. Como afirmamos, a convivência é 
inerente à pessoa humana, sem distinção de qualquer natureza. 
Se conviver é uma necessidade, também é certo que a convivência pode ser gera-
dora de conflitos. 
Vamos considerar que todos os homens são livres para pensar, agir, julgar, e que todas as pes-
soas são iguais, tendo, por isso, suas preferências e pontos de vista, assim como sentimentos 
e desejos. Ou seja, são diferentes quanto a sua individualidade, quanto àquilo que preferem.
Naturalmente, a convivência em grupo irá exigir o estabelecimento de algumas regras, 
a fim de manter as relações amistosas e pacificadoras.
Então, como estabelecer que a convivência não seja um lugar de agressões e guerras, 
facultando a todos um lugar útil para a coletividade.
Como eliminar o risco dos conflitos que são inerentes à convivência?
Haverá a necessidade de se estabelecer regras de convivência, procedimentos que 
poderão flexibilizar alguns direitos individuais para garantir a convivência em grupo. 
Liberdade é um conceito amplo e encontra em vários pensadores seus fundamentos. Importante 
refletir sobre a liberdade, já que, pelo senso mais comum, entendemos a liberdade como o direito 
de locomoção – entretanto, essa não é a única expressão da liberdade. Leia o artigo A liberdade 
como valor humano: um breve olhar filosófico disponível em https://jus.com.br/artigos/55506/a-
liberdade-como-valor-humano-um-breve-olhar-filosofico
Ao estabelecer regras de convivência, ainda que não escritas, por meio de acordos verbais e, 
muitas vezes, determinados pelos costumes e crenças, estamos definindo regras de Direito. 
Podemos então afirmar que, a partir da convivência em grupos e da necessidade das regras de 
convivência, temos a origem do Direito. 
Nesse conceito, entendendo o Direito como normas – escritas ou não –, mas que estabelecem 
regras para a vida em sociedade. 
PARA REFLETIR
IMPORTANTE
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Direitos fundamentais e sociais
1.1 O DIREITO POSITIVO
Agora que você aprendeu sobre o direito natural, ou seja, direitos inerentes à pessoa humana, 
independentemente da existência de normas criadas, e também já estudou sobre a existência 
de regras de convivência estabelecidas como reguladoras da vida em sociedade, vamos co-
nhecer o direito positivo, ou seja, as regras criadas em lei para que sejam obedecidas por todos.
Como estamos estudando, as regras passam a ser estabelecidas a partir das necessi-
dades da convivência harmoniosa. 
Essas regras, escritas ou não, são basea-
das nos interesses do grupo e de acordo 
com os valores estabelecidos, devendo ga-
rantir igualdade de comportamento àqueles 
que estarão a elas submetidas.
Podemos chamar essas regras estabe-
lecidas de direito positivo, sendo, assim, 
definido como fruto da vontade soberana 
da sociedade.
O positivismo, para alguns autores, opõe-se à lógica do direito natural, já que as regras 
são definidas a partir de um conjunto de vontades e valores no tempo determinado, ou 
seja, os direitos são mutáveis de acordo com a realidade e dinâmicas sociais.
De acordo com Costa (2001): 
Para o positivismo, a fonte do direito deve ser a vontade do povo, expressa 
por seus representantes, devendo ser abandonada a ideia de que as regras 
devem ser extraídas racionalmente da natureza. Assim, a postura fundamental 
do positivismo é a recusa de qualquer tipo de direito natural. Sendo o direito uma 
realidade cultural, determinada por fatores históricos, não faz sentido buscar 
na natureza regras jurídicas universais e necessárias, pois o direito deve ser 
fruto da vontade do povo. Dessa forma, para os positivistas, o único direito que 
merece esse nome é o direito positivo, ou seja, o direito posto pelo homem, o 
conjunto de normas válidas em virtude de uma convenção social. (p.149)
E ainda, segundo o mesmo autor:
O Estado é o ente ao qual a sociedade atribuiu o poder legislativo, de tal forma 
que lhe cabe o monopólio da edição de leis. É certo que a sociedade continuou 
reservando a si mesma o poder normativo que ela exerce de forma consuetudi-
nária, inclusive na elaboração de normas jurídicas. Também é certo que o direito 
de estabelecer contratos continua sendo reconhecido aos cidadãos. Porém, na 
atual configuração social, ambas essas fontes do direito foram subordinadas à 
Será que essas regras estabelecidas em lei garantem os direitos a todos? Será que as limitações 
impostas aos direitos naturais para garantir a convivência em grupo são iguais para todos? 
Figura 02. Casos de Direito.
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PARA REFLETIR
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Noção de Direito e Justiça. Teoria da Norma Jurídica: conceito de lei e norma jurídica
fonte legislativa, o que significa que se atribuiu ao Estado a função de determi-
nar os critérios de juridicidade.
Dessa forma, é o Estado que atualmente estabelece as regras para o reconhe-
cimento dos costumes válidos, bem como é ele que organiza o exercício da 
atividade normativa contratual. Assim, podemos afirmar que o direito positivo 
contemporâneo é o conjunto formado pelas leis editadas pelo Estado e pelos 
costumes e contratos cuja validade é por ele reconhecida. (p.51)
Assim, para o positivismo, a fonte do direito é a vontade do povo, expressa por seus 
representantes, já que o mesmo é determinado por fatores históricos, sendo o único 
direito válido posto pelo homem a partir das convenções sociais. 
Agora que você já conhece os princípios básicos do direito natural e do direito positivo, reflita sobre 
a forma como estão colocados esses direitos na atualidade. Logo mais abordaremos essa relação. 
1.3 DIREITO E JUSTIÇA
Vamos agora fazer uma reflexão a partir dos conceitos de Direito e Justiça.
Como já estudamos no início da unidade, a expressão Direito tem significado amplo, 
sendo – no que concerne a termos legais – definido como uma norma, regra ou lei 
propriamente dita.
Quando o definimos a partir da ótica dos direitos naturais, ganha significado amplo 
e pode ser entendido como direitos relativos à condição humana, que os indivíduos 
possuem desde o seu nascimento, necessários à existência humana, como o direito, 
à vida por exemplo. 
Como estudamos, a convivência em grupo irá exigir o estabelecimento de algumas regras, de 
forma a manter relações amistosas e pacificadoras.
Então, como estabelecer que a convivência não seja um lugar de agressões e guerras, 
oportunizando a todos um lugar útil para a coletividade? 
Como eliminar o risco dos conflitos que são inerentes à convivência?
Haverá a necessidade de estabelecer regras de convivência, procedimentos que poderão 
flexibilizar alguns direitos individuais para garantir a convivência em grupo.
Nesse sentido, quando analisamos historicamente as diversas formas de organização 
social, desde os povos mais primitivos, vamos observar que, com a evolução da hu-
manidade, a convivência, que parecia simples, foi se tornando complexa, e as regras 
– que na maioria das vezes eram somente verbais ¬ passam a ser escritas, e, assim, 
transita-se do Direito para a Lei, passando então a se escrever o que era direito. Nesse 
processo, diversos fatores precisam ser considerados.
PARA REFLETIR
RELEMBRE
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A lei passa a atender interesses específicos, especialmente daqueles que começam a exer-
cer o poder sobre o grupo, garantindo então privilégios em vez de igualdade de regras.Basta observar que muitos dos direitos da humanidade, especialmente os direitos 
humanos, foram, ao longo da história, sendo violados, de forma legalizada, como 
vamos observar.
A escravidão, por exemplo, que sob a luz dos direitos humanos foi uma afronta à liber-
dade e dignidade da pessoa, era legal, em seu aspecto jurídico.
O regime militar, que predominou no Brasil a partir de 1964, violava direitos fundamen-
tais e foi legalizado, ainda que de forma ditatorial. Isso porque, segundo PIOVESAN 
(2011), há uma “interdependência entre os valores de direitos humanos, democracia e 
desenvolvimento (p.108).” Se a perspectiva dos direitos humanos é materializada nos 
direitos fundamentais, entende-se, assim, a violação posta, conforme segue a autora: 
Não há direitos humanos sem democracia e nem tampouco democracia sem 
direitos humanos. Vale dizer, o regime mais compatível com a proteção dos 
direitos humanos é o regime democrático. (PIOVESAN, 2011, pg. 108)
É parte da democracia, pois, somente em um regime democrático o cidadão tem a liber-
dade de requerer seus direitos e de reclamá-los em questão de violações ou omissão. O 
poder do Estado é ainda limitado, não podendo fazer uso da força como sua expressão 
mais contundente para o alcance de seus objetivos ocultos. Assim, compreendemos 
que os anos de Ditadura Militar, vivenciados no Brasil, sob o ponto de vista de uma 
análise crítica, calcada na construção teórica e jurídica dos Direitos Humanos, foi um 
período de violações dos direitos fundamentais e humanos. 
Ainda NUNES (2016) reitera o exposto: 
O Estado brasileiro vivenciou um período de ditadura militar, após 1964 e até 
período próximo da Constituição de 1998, caracterizado pela restrição de direi-
tos fundamentais, com seu respectivo declínio decorrente do retorno do movi-
mento democrático ao país. (pg.2)
Porém, ainda que todo esse processo fosse legalizado à época, por meio de Atos Institucio-
nais (AI), decretados pelos comandantes e chefes do Exército, da Marinha e da Aeronáutica, 
ou pelo presidente da República, com o devido respaldo do Conselho da Defesa Nacional, os 
mesmos não compreendiam o interesse de todo o povo. Entre os anos de 1964 a 1969, perí-
odo da ditadura militar brasileira, foram decretados diversos Atos Institucionais, sendo um dos 
mais conhecidos o AI-5, que concretizou o golpe de Estado, conforme aponta NUNES (2016):
Quer saber mais sobre a legislação da escravidão? Leia o artigo “Legislação básica sobre a 
escravidão africana no Brasil”, de Brasil Bandecchi, do Departamento de História da Faculdade 
de Filosofia Letras e Ciências Humana da USP acessando
SAIBA MAIS
Disponível em: http://www.revistas.usp.br/revhistoria/article/view/131349/127745
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Noção de Direito e Justiça. Teoria da Norma Jurídica: conceito de lei e norma jurídica
Logo, o AI-5 representou a normatização, se é que se pode falar em lega-
lidade, de todos os meios que a ditadura militar imaginava serem válidos 
para expurgar o inimigo interno, tudo em conformidade com a doutrina da 
Segurança Nacional. Outrossim, o próprio Poder Judiciário foi albergado pe-
las disposições da AI-5, tendo em vista que suspendeu-se mais uma vez as 
garantias da vitaliciedade, inamovibilidade e estabilidade, sendo que ao pre-
sidente da República ficava facultado demitir, remover, aposentar ou pôr em 
disponibilidade quaisquer portadores de tais garantias. (pag. 4)
Os Atos Institucionais eram mecanismos de legitimação e legalização das ações políticas 
dos militares, estabelecendo para eles diversos poderes inconstitucionais ou extraconsti-
tucionais. Os Atos Institucionais não estão mais em vigor desde o fim do Regime Militar. 
Importante destacar que a Ditadura Militar não é um fenômeno exclusivamente brasi-
leiro, sendo experiência repetida em vários países da América Latina, como Argentina, 
Chile e Peru, marcando um período sangrento de tortura, mortes e desaparecimento 
de pessoas que se opunham ao Estado ou eram consideradas dessa forma. O Regime 
Militar se legitima como uma tentativa de conter a ameaça comunista sob efeitos persu-
asivos das estratégias dos Estados Unidos: 
De acordo com a literatura oficial (BRASIL, 2007, p. 19-20), a ditadura militar 
brasileira não foi um fato isolado, mas estava inserida no contexto da lógica da 
Guerra Fria, no qual diversos países latino-americanos sucumbiram a ditaduras 
militares. Dessa forma, como regra geral, os governantes tinham como objetivo, 
no plano político, conter o movimento comunista, conforme a estratégia norte-
-americana denominada de doutrina da Segurança Nacional, e, no plano eco-
nômico, limitar as negociações com seus antigos aliados do capital externo, por 
conta da interferência dos respectivos poderes militares. (NUNES, 2016, pg.2)
Assim, o fim do Regime Militar no 
Brasil é marcado pelo movimento 
denominado “Diretas Já”, que exi-
gia a eleição direta para presiden-
te. Milhares de pessoas foram às 
ruas, entre trabalhadores, sindica-
listas, estudantes, ecoando a voz 
de suas necessidades não ouvidas 
pelo Estado. A primeira eleição di-
reta após esse longo período, ocor-
reu em 1989, tendo já alicerçada a 
nova Constituição Federal. 
Figura 03. Constituição Federal.
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Você sabia que o Brasil criou a Comissão Nacional da Verdade por meio da Lei 12528/2011, que 
tem por finalidade apurar graves violações de Direitos Humanos ocorridas entre 18 de setembro 
de 1946 e 5 de outubro de 1988?
Acesse os memoriais da ditadura no endereço:
GLOSSÁRIO
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Direitos fundamentais e sociais
PARA REFLETIR
Até 1988, antes da aprovação da atual Constituição Federal, era legal a diferença entre 
homens e mulheres – uma vez que os homens eram reconhecidos legalmente como chefes 
da família –, assim como admitida sua superioridade hierárquica no núcleo familiar, em que 
as decisões da mulher eram submetidas a eles. E ainda, em relação aos filhos nascidos ou 
não do casamento, sendo estes últimos considerados ilegítimos e com direitos restritos em 
relação aos outros, por exemplo, os filhos adotivos e os filhos bastardos, aqueles advindos 
de relações extraconjugais, conforme estabelecia o Código Civil brasileiro de 1916.
Art. 337. São legítimos os filhos concebidos na constância do casamento, ain-
da que anulado (art. 217), ou mesmo nulo, se se contraiu de boa-fé (art. 221).
(....)
Art. 359. O filho ilegítimo, reconhecido por um dos cônjuges, não poderá residir 
no lar conjugal sem o consentimento do outro.
Assim, faz-se necessário refletir sobre a relação entre direito e a justiça, aqui entenden-
do direito como regras e normas escritas. 
Podemos afirmar que a lei é sempre justa? Qual o sentido de justiça? A lei sempre garante 
direitos? Reflita sobre as leis que você conhece e observe sua efetividade na garantia de direitos.
Para compreender o sentido amplo de justiça, é necessário que o direito seja entendido 
a partir da sua finalidade, das razões a que se destina, ou seja, do seu aspecto teleoló-
gico. Assim, será possível estabelecer uma relação entre direito e justiça.
Se, ao contrário disso, analisarmos o direito numa perspectiva coercitiva, enquanto for-
ça reguladora do comportamento, vamos ter outra relação entre direito e justiça. 
Conforme nos ensina Pereira Filho, G., & Bernardo, I. P. (2018): 
Em sua origem etimológica, a expressão “justiça”, em português, é derivada 
diretamente do latim “justitia”, que representava, entre os romanos, a divindade 
que veio a simbolizar o Direito, ou seja, a deusa com vendas nos olhos, com a 
função de assegurar o equilíbrio e a imparcialidade nos juízos deferidos. Daí o 
sentido do direito associado à justiça enquanto mediador das ações humanas 
perante a vida coletiva e, no caso da Antiguidade, perante os deuses, responsá-
vel por assegurar a aplicação do juízo e da correção. (pag. 89)
Portanto, podemos afirmar que o Direito não é injusto, mas, quando analisamos que na 
elaboração das leis – que é aforma de estabelecer as regras de forma escrita – poderá 
ocorrer a distorção para a garantia de interesses de grupos específicos, afirmaríamos 
que a Lei pode ser injusta. 
Disponível em: http://memoriasdaditadura.org.br/?gclid=Cj0KCQjwhtT1BRCiARIsAGlY51I-
pR-QE4LKoY44AzVc0tB8eDBAL_yx4DIfp3ZpBqaiaWdNj_blF3sp8aAvYdEALw_wcB
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Noção de Direito e Justiça. Teoria da Norma Jurídica: conceito de lei e norma jurídica
1.4 O PAPEL DO ESTADO NA POSITIVAÇÃO DOS DIREITOS
O Estado pode ser compreendido como o ente de poder que tem por finalidade regular 
as relações na sociedade. 
A denominação Estado tem sua origem, segundo Dallari (1991), no latim, “status” (estar 
firme), ligado à sociedade política. Surge, pela primeira vez na obra “O Príncipe” de 
Maquiavel, em 1513, e depois, em diversas sociedades e nomenclaturas.
Dentre os elementos que constituem o Estado (Povo, Território e Governo Soberano), 
vamos falar de Soberania, que consiste no poder do Estado em definir suas regras 
internas por meio de leis e exigir seu cumprimento por meio da aplicação de sanções. 
O poder do Estado é exercido por meio de um governo, que no caso do Brasil, ca-
racteriza-se por uma República – em que os governos são temporários e escolhidos 
pelo povo, cidadão. 
Dessa forma, cabe ao Estado criar as leis e submetê-las aos seus cidadãos, que par-
ticipam da sua formulação de forma indireta – quando escolhem seus representantes, 
e, por meio deles, são criadas as regras da sociedade. Os cidadãos podem participar 
ainda, de forma direta e efetiva por meio de plebiscitos, referendos e projetos de lei de 
iniciativa popular, como preconizado na Constituição de 1988. A sanção é uma forma 
de garantir o cumprimento das regras, mas é preciso apontar que a mesma não ocorre 
somente no aspecto legal, podendo ser moral ou até de etiqueta social.
De acordo com Reale (2001):
Sanção é, pois, todo e qualquer processo de garantia daquilo que se determina-
da em uma regra. Como podem ser as sanções? Apresentam-se tantas formas 
de garantia como podem ser as espécies dos distintos preceitos. Examinem 
por exemplo o caso de uma regra moral. As regras morais, nós a cumprimos 
por motivação espontânea. Mas, quando deixamos de cumprir, a desobediência 
provoca determinadas consequências que valem como sanção.
O autor se refere, nesse caso, a sentimentos como remorso, arrependimento e senti-
mentos ligados à consciência ética.
De certa maneira, os preceitos morais são também frutos de valores da sociedade que 
podem variar no tempo de no espaço, de acordo com as relações sociais estabelecidas.
Para os objetivos desta unidade, focaremos nosso estudo nas sanções de ordem legal 
e sobre esse tema, Reale (2001, página) ainda nos ensina:
O que caracteriza a sanção jurídica é a sua predeterminação e organização. 
Matar alguém é um ato que fere tanto um mandamento ético-religioso como 
um dispositivo penal. A diferença está em que, no plano jurídico, a sociedade 
se organiza contra o homicida, por meio do plano policial e do Poder Judiciário. 
Um órgão promove as investigações e toma as medidas necessárias à deter-
minação do fato; um outro órgão examina a conduta do agente e pronuncia um 
veredito de absolvição ou de condenação. Condenado, eis novamente a ação 
dos órgãos administrativos para aplicar a pena.
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Direitos fundamentais e sociais
PARA REFLETIR
Isso posto, a sanção está estabelecida em lei e deve seguir procedimentos próprios, 
conhecidos por todos.
As leis positivadas, após publicadas, entram em vigor e são consideradas de conheci-
mento de todos os cidadãos, que não podem alegar desconhecimento.
O Estado brasileiro, para que possa exercer todas as atividades de sua competência, utiliza a 
tripartição dos Poderes, organizando-se por meio do Executivo, do Legislativo e do Judiciário.
Cada um desses Poderes tem atribuições próprias, previstas na Constituição Federal 
de 1988, e – para a administração de seus órgãos e serviços – exercem funções atípi-
cas, também previstas em lei. 
Podemos afirmar que a lei é sempre justa? Qual o sentido de justiça? A lei sempre garante di-
reitos? Reflita sobre as leis que você conhece e observe sua efetividade na garantia de direitos.
Apresentamos abaixo dois quadros sinóticos da estrutura dos Poderes e de suas fun-
ções típicas e atípicas.
ENTIDADE LEGISLATIVO EXECUTIVO JUDICIÁRIO
União
Congresso Nacional, 
Câmara dos Deputados e 
Senado Federal
Presidente da República, 
auxiliado pelos Ministros 
de Estado.
Justiça Federal, Justiça do 
Trabalho, Justiça Eleitoral e 
a Justiça Militar Federal.
Estados
Assembleias Legislativas, 
integradas por Deputados 
Estaduais
Governadores de Estado, 
auxiliados por Secretários 
de Estado
Justiça Estadual
São estruturas organizadas 
e mantidas pelos Estados
Distrito Federal
Câmara Legislativa do 
Distrito Federal, Integrada 
por Deputados Distritais
Governador do Distrito 
Federal, Auxiliados por 
Secretários Distritais
Não há estrutura distrital 
seguindo as de natureza 
Federal e Estadual
Municípios Câmaras Municipais, inte-
gradas por Vereadores.
Prefeitos, auxiliados pelos 
Secretários Municipais
Não há estrutura municipal 
seguindo as de natureza 
Federal e Estadual
Tabela 01. Estrutura dos Poderes na Federação.
Fonte: Elaborado pela autora
PODER FUNÇÃO TÍPICA OU PRÓPRIA FUNÇÃO ATÍPICA OU IMPRÓPRIA
Legislativo
Elaboração de normas jurídicas 
(leis em sentido amplo)
Controle externo das 
contas públicas
Executiva
Organização de seus servidores, 
serviços e órgãos.
Judicante
Processo e julgamento de autoridades por 
crimes de responsabilidade do chefe do 
Poder Executivo
Tabela 02. Estrutura dos Poderes na Federação.
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Noção de Direito e Justiça. Teoria da Norma Jurídica: conceito de lei e norma jurídica
PODER FUNÇÃO TÍPICA OU PRÓPRIA FUNÇÃO ATÍPICA OU IMPRÓPRIA
Executivo
Administração do Estado, execução das 
políticas públicas e organização dos 
servidores, serviços e órgãos públicos
Legislativa
Elaboração de normas jurídicas como medidas 
provisórias e decretos.
Judicante
Processo e julgamento administrativo 
de seus servidores.
Judiciário
Prestação jurisdicional, na solução de 
conflitos nos casos concretos, e em 
face de lei
Legislativa
Elaboração de regimentos internos 
para administração dos Tribunais,
Administrativa
Organização de seus servidores, 
serviços e órgãos.
1.5 AS NORMAS JURÍDICAS E O PROCESSO DE ELABORAÇÃO 
DAS LEIS
Agora que você já conheceu as competências dos Poderes do Estado Brasileiro, va-
mos conversar sobre o processo de elaboração das leis. Você já pensou sobre como 
as leis são criadas?
Sempre imaginamos que a criação das leis é um processo muito distante de nós, e que 
não podemos interferir.
Vamos refletir sobre isso.
O Poder Legislativo é o órgão responsável pela elaboração de leis, nos níveis federal, 
estadual e municipal.
Fonte: Elaborado pela autora
Para você conhecer mais sobre a estrutura e organização do Estado leia a obra:
PINHO. Rodrigo César Rebello. Da Organização do Estado, dos Poderes e Histó-rico das 
Constituições - Volume 18. Coleção Sinopses Jurídicas. Editora Saraiva. São Paulo. 2013.
O Poder Legislativo é formado, na União, pelo Congresso Nacional, que se compõe da Câmara 
dos Deputados e do Senado Federal; nos Estados, pelas Assembleias Legislativas, integradas 
por deputados estaduais; no 
Distrito Federal, pela Câmara Legislativa do Distrito Federal, integrada por deputados dis-
tritais e, nos municípios, pelas Câmaras Municipais, integradas por vereadores.
SAIBA MAIS
RELEMBRE
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Direitos fundamentais e sociais
De acordo com Cotrim (1997), a lei é uma norma jurídica ordinária, elaborada pelo Po-
der Legislativo, sendo que outras normas são criadas com finalidades e competências 
distintas, como decretos, portarias, que podem ser expedidas pelo Poder Executivo.
Norma é uma regra de conduta e, apesar dos vocábulosnorma e lei serem utilizadas 
de forma equivalente, podemos afirmar que as normas são mais abrangentes, já que 
podem estar determinadas, além de juridicamente, também por imposição moral ou 
verbal, e, ainda que seja escrita, pode ter forma diferente da lei, por exemplo, portarias, 
decretos, resoluções etc.
Toda norma carrega em si uma suposição do Direito, a partir de um fato hipotético, ou 
seja, um comportamento que poderá vir a ser e a ele se atribuirá uma consequência.
Miguel Reale (2001) ensina a respeito: 
Afirmamos que uma norma jurídica enuncia um dever ser porque nenhuma re-
gra descreve algo que é, mesmo quando, para facilidade de expressão, em-
pregamos o verbo ser. É certo que a Constituição declara que o Brasil é uma 
República Federativa, mas é evidente que a República não é algo que esteja aí, 
diante de nós, como uma árvore ou uma placa de bronze: aquela norma enuncia 
que "o Brasil deve ser organizado e compreendido como uma República Fede-
rativa". Esta, por sua vez, só tem sentido enquanto se ordena e se atualiza por 
meio de um sistema de disposições que traçam os âmbitos de ação e de com-
petência que devem ser respeitados pelos poderes da União, dos estados, do 
Distrito Federal e dos Territórios. A República Federativa é, pois, uma realidade 
de dever ser, uma construção cultural de tipo finalístico, ou, por outras palavras, 
é uma realidade normativa, na qual fatos e valores se integram (p.95). 
As normas representam então o processo 
de construção do Direito, à medida que 
dispõem sobre fatos que, quando ocor-
ridos, podem gerar um direito, impor um 
comportamento ou indicar uma sanção.
Normas jurídicas são elementos de cons-
tituição dos direitos, genéricas, que re-
gulam comportamentos, com caracterís-
ticas de obrigatoriedade e exigibilidade, 
ou seja, toda norma jurídica, desde que 
criada por meio regular e prevista em lei, 
será estendida a todos os cidadãos e irá 
gerar um direito reclamável, isto é, a possibilidade de acessar o Poder Judiciário em 
caso de descumprimento.
Segundo Reale (2001):
O que efetivamente caracteriza uma norma jurídica, de qualquer espécie, 
é o fato de ser uma estrutura proposicional enunciativa de uma forma de 
organização ou de conduta, que deve ser seguida de maneira objetiva e 
obrigatória. (p.95)
Figura 01. Símbolos de proibição.
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Noção de Direito e Justiça. Teoria da Norma Jurídica: conceito de lei e norma jurídica
E ainda, o mesmo autor nos ensina que podemos identificar a norma jurídica de acordo 
com sua espécie 
As regras jurídicas podem ser, ainda, distintas, segundo vários outros critérios 
aos quais vamos fazer breve alusão. Lembremos a distinção segundo a natu-
reza ou conteúdo daquilo que se ordena. Temos, assim, regras preceptivas, 
proibitivas e permissivas. As preceptivas são as que determinam que se faça al-
guma coisa, as que estabelecem um status, as que reconhecem ou identificam 
outras normas como pertencentes ao sistema vigente. 
Regras proibitivas, como as palavras o exprimem, são as que negam a al-
guém a prática de certos atos; permissivas, as que facultam fazer ou omitir 
algo. (Reali, 2001. P.136))
1.6 CLASSIFICAÇÃO DA NORMA JURÍDICA 
Para facilitar a compreensão, preparamos abaixo um quadro com algumas classifica-
ções das normas jurídicas, de acordo com os ensinamentos doutrinários, identificando 
as principais definições:
DEFINIÇÃO TIPO EXIGÊNCIAS EXEMPLOS
Quanto ao território
Regras de caráter exter-
no ou internacional
Para ter eficácia no país, 
necessitam ser ratificadas 
pelo Congresso Nacional
Acordos Internacionais 
de Direitos Humanos
Regras de caráter interno
Terão eficácia, de acordo 
com o ente que a aprova, 
respeitada a competência 
constitucional de cada um
No Brasil as regras 
podem ser federais, esta-
duais ou municipais
Quanto à imperati-
vidade (ordem que 
emana)
Normas de organização
Normas que organizam 
um determinado serviço 
ou organização
Regras de Organização 
do Poder Judiciário
Normas de 
Comportamento
Normas que determinam 
que as pessoas façam 
ou deixem de fazer 
alguma coisa
Exigência do uso do 
cinto de segurança 
em veículos
Quanto ao tema a 
que versa
Normas relacionadas às 
diversas áreas do Direito
As normas podem ser 
de ordem Constitucional, 
Penal, Civil, Tributária
Regras do Código Civil 
relacionadas ao casa-
mento ou Regras do Có-
digo Penal relacionadas 
à definição de um crime
Da aplicabilidade 
de seu conteúdo 
temos: ex.
Lei autoaplicável
Aquela que não depende 
de regulamentação por 
outras normas, são aque-
las de imediata aplicação
Código Civil e a maioria 
do Código Penal
Normas contidas
Lei regulamentável
Todas aquelas que depen-
dem de regulamentação 
para que sejam aplicadas.
Leis que dependem 
de um decreto regula-
mentador
Tabela 01. Classificações das normas jurídicas.
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Fonte: Elaborado pela autora
DEFINIÇÃO TIPO EXIGÊNCIAS EXEMPLOS
Da natureza de 
sua sanção
Norma de Direito Privado Geralmente dotada de 
sanção patrimonial
Multa por descumprimen-
to de contrato
A Norma Pública Composta de preceitos 
punitivos e penais; Lei Penal
Lei fiscal São as multas, correção 
monetária do débito fiscal
Atrasos em pagamentos 
de tributos
De sua Forma
Escritas Os códigos, tratados os 
regulamentos
Código Comercial 
Código Tributário 
Nacional;
Não escritas Os costumes, os princí-
pios gerais do direito -
EXEMPLO
Além da classificação apresentada, ainda destacamos duas classificações importantes, 
que são as regras relacionadas às normas de ordem pública e às normas de ordem privada.
Chamamos de normas de natureza púbica aquelas que não podem ser objeto de nego-
ciação entre as partes, pois a previsão legal de sua ocorrência é de interesse da socie-
dade e não pode ser relativizada. Nesse sentido, podemos, por exemplo, citar as regras 
do casamento, previstas no Código Civil. O casamento deverá ser realizado e somente 
terá validade quando atender aos estritos ditames legais.
Você já observou que o casamento geralmente ocorre com os mesmos procedimentos. A ce-
rimônia civil usualmente deve ocorrer em lugar público e com as portas abertas, para atender 
determinação legal.
Observe os termos do Código Civil (2002)1.
Art. 1.534. A solenidade realizar-se-á na sede do cartório, com toda publicidade, a portas abertas, 
presentes pelo menos duas testemunhas, parentes ou não dos contraentes, ou, querendo as 
partes e consentindo a autoridade celebrante, noutro edifício público ou particular.
§ 1º Quando o casamento for em edifício particular, ficará este de portas abertas durante o ato.
1 Consultar http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406.htm acessado em 03/2020.
Por outro lado, temos as normas de natureza privada, para as quais a própria lei estabelece 
regras gerais, mas autoriza a negociação de comum acordo entre as partes. Geralmente, 
são aplicadas aos contratos de diversas naturezas, sendo que as regras previstas nos con-
tratos, assinados entre as partes, prevalecerão.
Podemos aqui destacar um contrato de compra e venda. Os valores, formas de pagamento, 
prazos de entrega, dentre outros, são estabelecidos de comum acordo e se tornam exigíveis 
para as partes que assinaram o contrato, exceto, naturalmente, nos casos de nulidade das 
assinaturas, seja por incapacidade da parte, por coação ou outras formas previstas em lei.
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Noção de Direito e Justiça. Teoria da Norma Jurídica: conceito de lei e norma jurídica
Você sabia que a norma de natureza civil pode em alguns casos ser interpretada de acordo com 
valores e costumes da sociedade? O juiz, ao aplicar a lei no caso concreto, pode usar analogia, por 
exemplo, no reconhecimento da união homoa-fetiva, nos mesmos termos do casamento civil. Já na 
legislação penal, prevalece a definição estrita dos termos da lei, já que não caberá interpretação da 
ocorrên-cia de um crime, por exemplo, caso sua tipificaçãonão esteja clara na lei.
CURIOSIDADE
As normas jurídicas estão previstas na Constituição Federal de 1988 (CF/88) – que é a 
Lei maior do Brasil –, nas Constituições Estaduais de cada estado da Federação, e das 
Leis Orgânicas Municipais, sendo que as regras inscritas na CF/88 devem ser seguidas 
pelos demais entes federados. Assim, destacamos a redação da CF/88.
Figura 04. Casamento.
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Art. 59. O processo legislativo compreende a elaboração de:
I - emendas à Constituição;
II - leis complementares;
III - leis ordinárias;
IV - leis delegadas;
V - medidas provisórias;
VI - decretos legislativos;
VII - resoluções.
Parágrafo único. Lei complementar disporá sobre a elaboração, redação, alte-
ração e consolidação das leis
Cada uma das espécies normativas seguem ritos próprios e atendem à determinada 
finalidade. No nosso estudo, vamos destacar as leis ordinárias.
As leis, no entanto, são as principais fontes do Direito, ou seja, o principal local para 
a identificação do Direito positivado em uma abrangência territorial, que pode ser em 
nível federal, estadual ou municipal.
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As fontes do Direito são os locais onde são encontradas as normas, escritas ou não, 
que irão subsidiar a aplicação no caso concreto, ou seja, de onde vem o direito.
Está estabelecido no art. 4º da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro, do 
Código Civil2, a seguinte normatização:
Art. 4o Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, 
os costumes e os princípios gerais de direito.
E ainda quanto à interpretação do juiz na aplicação da lei: 
Art. 5o Na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que ela se dirige e 
às exigências do bem comum.
Observe que, nessa regra, além da 
lei, o juiz poderá se basear em outras 
fontes, como costumes e analogia, as-
sim como a outras decisões judiciais 
já pronunciadas – a esta última cha-
mamos de jurisprudência.
As fontes formais imediatas são as 
normas legais, as leis escritas, que, 
como já afirmamos acima, são as prin-
cipais fontes do Direito, ou seja, o primeiro e principal local para analisar o Direito.
No entanto, para a validade de uma lei, é necessário que ela passe por todo o processo 
de elaboração que é previsto em normas constitucionais, tais como edição por auto-
ridade competente, ser estabelecida por meio de critérios fixados, regência a toda a 
sociedade – portanto, tem caráter genérico.
Nossa Constituição Federal estabelece uma hierarquia das leis, com base na Teoria 
Pura do Direito de Hans Kelsen (1991)3, definindo a Constituição Federal como a lei 
mais importante, que será a base para a criação das demais leis – as leis infraconstitu-
cionais –, dentre as quais estão as leis ordinárias, aprovadas por maioria simples nas 
casas legislativas.
Importante destacar que todo o ordenamento jurídico brasileiro deve obedecer às re-
gras constitucionais quanto a sua forma e conteúdo.
Quando uma lei é aprovada descumprindo um preceito constitucional, ela é considera-
da uma lei inconstitucional, seja por sua forma – por deixar de seguir os procedimentos 
para sua aprovação–, seja pelo conteúdo, ao violar uma determinação constitucional, 
por exemplo, uma lei que hipoteticamente autorize uma forma de discriminação. 
Figura 05. Advogado trabalhando.
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2 Código Civil disponível: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406.htm, acessado em 03/2020.
3 Hans Kelsen foi um jurista e filósofo austríaco, autor da obra a Teoria Pura do Direito, que marcou uma mudança 
importe na Filosofia do Direito, devido a sua perspectiva de análise que ressalta a importância do método. 
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Noção de Direito e Justiça. Teoria da Norma Jurídica: conceito de lei e norma jurídica
Constituição 
Federal
Leis 
Complementares
Leis 
Ordinárias
Medidas Provisórias 
e leis delegadas
Resoluções
Figura 06. A pirâmide de Kelsen.
Fonte: https://jessicassanto.jusbrasil.com.br/artigos/539444401/constituicao-
federal-conceitos-e-classificacao?ref=feed – Acesso em 27-05-20
Quer saber mais sobre a hierarquia das normas constitucionais? Acesse o artigo, no link 
https://jus.com.br/artigos/73280/a-hierarquia-das-normas-e-sua-inobservancia
SAIBA MAIS
1.6 O PROCESSO LEGISLATIVO
Agora, vamos aprender um pouco sobre os procedimentos para aprovação de uma lei. 
O Brasil é um país republicano e democrático, e, por isso, seu ordenamento jurídico 
prevê formas de participação do cidadão nas relações com o Estado, de forma repre-
sentativa – ou seja, escolhemos nossos representantes que irão comandar os Poderes 
Legislativo e Executivo, assim como de forma direta, nas decisões e na elaboração das 
leis, o que veremos logo a seguir. 
Vamos então destacar os procedimentos para a criação de uma lei
de acordo com Pinho (2012):
Todo processo é um conjunto de atos realizados com uma determinada finali-
dade, visando a elaboração de algo ou a solução de um problema. A expres-
são “processo legislativo” possui uma dupla acepção: sociológica e jurídica. 
Em seu sentido sociológico, é o conjunto de fatores reais de poder que justi-
ficam a elaboração de uma lei. Em seu sentido jurídico, é justamente o con-
junto de atos realizados para a elaboração de um ato legislativo. Ao tratarmos 
do processo legislativo, cuidaremos da função típica do Poder Legislativo, a 
legislativa, de elaboração de leis. (p.91)
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A partir disso, o processo legislativo segue etapas que precisam ser cumpridas para a 
validade da lei, o que chamamos de fases.
Assim, destacamos o processo legislativo para as leis ordinárias, que são a maioria em 
nosso ordenamento jurídico.
Figura 07. Análise de vetos em congresso.
Fonte: https://www.camara.leg.br/noticias/635913-congresso-
tem-sessao-hoje-para-analise-de-vetos/ - Acesso em 27.05.20
2. FASE DA INICIATIVA
A lei determina que uma pessoa ou órgão poderá apresentar um projeto de lei4. 
De acordo com a Constituição Federal (CF/88), podem apresentar um projeto de lei 
qualquer membro ou comissão da Câmara dos Deputados, do Senado Federal ou do 
Congresso Nacional, o presidente da República, o Supremo Tribunal Federal, os Tribu-
nais Superiores, o procurador-Geral da República e os cidadãos, na forma e nos casos 
previstos nessa Constituição.
Observe que a legitimidade para apresentar um projeto de lei é ampla, porém, a lei reser-
va exclusividade a alguns assuntos, como define ainda o artigo 61 da CF, parágrafo 1º.
§ 1º São de iniciativa privativa do presidente da República as leis que:
I - fixem ou modifiquem os efetivos das Forças Armadas;
II - disponham sobre:
a) criação de cargos, funções ou empregos públicos na administração direta e 
autárquica ou aumento de sua remuneração;
b) organização administrativa e judiciária, matéria tributária e orçamentária, ser-
viços públicos e pessoal da administração dos Territórios;
c) servidores públicos da União e Territórios, seu regime jurídico, provimento de 
cargos, estabilidade e aposentadoria;
d) organização do Ministério Público e da Defensoria Pública da União, bem 
4 Uma lei, antes de aprovada, é considerada (ou denominada) projeto de lei, ou seja, uma proposta de texto de lei, já 
que ainda será discutida e poderá sofrer alterações. Somente após aprovada e publicada, será efetivamente uma lei.
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Noção de Direito e Justiça. Teoria da Norma Jurídica: conceito de lei e norma jurídica
Você sabia que o cidadão também poderá apresentar um projeto de lei ao Po-der Legislativo 
para que seja apreciado e aprovado? Isso se chama Projeto de Iniciativa Popular. Para que isso 
aconteça, é preciso seguir as regras estabe-lecidas na CF/88, art. 61 § 2º: A iniciativa popular 
pode ser exercida pela apre-sentação à Câmara dos Deputados de projeto de lei subscrito por, 
no mínimo, um por cento do eleitorado nacional, distribuído pelo menos por cinco estados,com 
não menos de três décimos por cento dos eleitores de cada um deles.
Você poderá pesquisar mais sobre as leis que foram aprovadas por meio de ini-ciativa popular 
acessando o relatório “Projetos de lei de iniciativa popular no Bra-sil”, no link
como normas gerais para a organização do Ministério Público e da Defensoria 
Pública dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios;
e) criação e extinção de Ministérios e órgãos da administração pública, obser-
vado o disposto no art. 84, VI;
f) militares das Forças Armadas, seu regime jurídico, provimento de cargos, 
promoções, estabilidade, remuneração, reforma e transferência para a reserva.
Isto posto, precisaremos conhecer o conteúdo do texto para verificar a legitimidade 
da iniciativa.
IMPORTANTE
3. FASE DA APRECIAÇÃO PELAS COMISSÕES E 
APRESENTAÇÃO DE EMENDAS
Apresentado o projeto de lei, o mesmo será apreciado pelas comissões compostas por 
parlamentares, iniciando pela comissão de constituição e justiça, que verificará se o 
texto apresentado não fere a Constituição Federal e, depois, pela comissão temática, 
que analisará a pertinência do projeto e sua adequação aos anseios sociais e às 
políticas públicas. Ambas as comissões darão seu parecer, seguindo então o projeto 
para discussão e apresentação de propostas de alteração, que chamamos de emendas
4. FASE DA VOTAÇÃO E DELIBERAÇÃO
Essa fase é composta pelas etapas de discussão, votação e aprovação. Os parlamenta-
res apresentam suas defesas e o projeto de lei é votado nas sessões ordinárias da casa 
legislativa onde se encontra. O projeto de lei deve ser aprovado pelo quórum exigido. 
No caso de leis ordinárias, as mesmas são aprovadas por maioria simples (CF, art. 47). 
Algumas leis têm quóruns diferentes, por exemplo, emendas constitucionais, que de-
vem ser aprovadas por maioria qualificada de 3/5 dos votos (CF, art. 60, § 2º).
Importante destacar aqui que, no âmbito federal, o Brasil tem um sistema bicameral no 
Poder Legislativo, ou seja, tem duas casas legislativas, que são a Câmara dos Deputa-
dos e o Senado Federal, formando assim o Congresso Nacional. Nesse caso, o projeto 
de lei tramitará nas duas casas antes de ser enviado à sanção presidencial.
Disponível em: https://itsrio.org/wp-content/uploads/2017/08/relatorio-plips-l_final.pdf
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Direitos fundamentais e sociais
SAIBA MAIS
IMPORTANTE
Disponível em: https://www.congressonacional.leg.br/.
5. FASE DA SANÇÃO OU VETO 
Essa fase é de competência exclusiva do Poder Executivo. A sanção incide sobre o 
projeto de lei e o transforma em lei, conjugando a vontade política entre o Poder Legis-
lativo e o Poder Executivo (CF, art. 66, caput). A sanção pode ser definida como uma 
aprovação do chefe do Poder Executivo ao projeto de lei. O veto, por sua vez, é a dis-
cordância com o projeto de lei aprovado pelo Poder Legislativo e encaminhado para sua 
apreciação. Se o projeto de lei for sancionado, é considerado aprovado e segue para 
publicação. Caso seja vetado, deve retornar ao Poder Legislativo, que poderá acatar o 
veto e arquivar o projeto de lei ou, em outra votação, derrubar o veto, e a lei será apro-
vada mesmo com a discordância do Poder Executivo.
6. FASE DA PROMULGAÇÃO E PUBLICAÇÃO 
A promulgação é o ato pelo qual se atesta a existência de uma lei. A publicação é a co-
municação feita a todos – por meio do Diário Oficial – sobre a criação de uma nova lei, 
assim como de seu conteúdo. Uma vez publicada, nenhum cidadão pode alegar desco-
nhecimento da mesma. Após a publicação, a lei passa a vigorar nos seguintes prazos: 
imediatamente, no prazo que a própria lei determinar em sua redação ou, em caso de 
omissão no texto da lei, em 45 dias após a publicação.
Para saber mais sobre o Poder Legislativo federal, acesse o site do Congresso Nacional 
Agora que você já conhece um pouco mais sobre a elaboração das leis e a atri-buição dos 
Poderes, acompanhe a atuação do Poder Legislativo do Brasil, no seu estado e no seu município, 
e passe a contribuir com a Defesa dos Direitos.
Nesta unidade, procuramos apresentar de maneira sintética a noção geral de Direito, do 
direito natural ao direito positivado.
No entanto, vale destacar que o assunto não se esgota neste material e, por isso, indi-
camos várias fontes de pesquisa.
Nas unidades seguintes vamos abordar a Constituição Federal, Direitos Humanos e 
Direitos Fundamentais, políticas afirmativas e os desafios para o Serviço Social.
Não deixe de acessar os materiais indicados no texto para complementar seus estudos 
e conhecer um pouco mais sobre os Diretos Sociais. Assim, você vai conhecendo e 
desenvolvendo suas habilidades para a atuação profissional.
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Noção de Direito e Justiça. Teoria da Norma Jurídica: conceito de lei e norma jurídica
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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DALLARI, Dalmo de Abreu. Elementos da Teoria Geral do Estado.16ª ed. São Paulo, Editora Saraiva. 1991
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DINIZ, Maria Helena – Compêndio de Introdução à Ciência do Direito – 6ª Edição. São Paulo: Editora Saraiva, 1994
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NUNES, Ramon de Souza. A história do direito e a ditadura militar. Disponível em http://www.conteudojuridico.
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PINHO, Rodrigo César Rebello Da organização do estado, dos Poderes, e histórico das constituições / Rodrigo 
César Rebello Pinho. – 12. ed. – São Paulo: Saraiva, 2012. – (Coleção sinopses jurídicas; v. 18).
PIOVESAN, Flávia. Proteção dos Direitos Sociais: Desafios IUS COMUNE Sul Americano. 
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REALE. Miguel. LIÇÕES PRELIMINARES DE DIREITO. 25 a edição - São Paulo, Saraiva, 2001.
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Direitos fundamentais e sociais

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