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<p>Organização Internacional do</p><p>Trabalho</p><p>Por Emerson Santiago</p><p>É chamada de Organização Internacional do Trabalho (OIT) a agência das Nações</p><p>Unidas cuja missão é promover o acesso ao trabalho decente e produtivo, em</p><p>condições de liberdade, equidade, segurança e dignidade. Tal agência desempenhou</p><p>um papel importante na definição das legislações trabalhistas e na elaboração de</p><p>políticas econômicas, sociais e trabalhistas durante boa parte do século XX.</p><p>A</p><p>OIT foi fundada em 1919, como forma de promover a justiça social. Em 1969,</p><p>ganhou o Prêmio Nobel da Paz, e em 1998, a Conferência Internacional do Trabalho</p><p>aprovou a Declaração dos Princípios e Direitos Fundamentais no Trabalho. A</p><p>Declaração estabelece quatro princípios fundamentais a que todos os membros da OIT</p><p>estão sujeitos: liberdade sindical e reconhecimento efetivo do direito de negociação</p><p>coletiva; eliminação de todas as formas de trabalho forçado; abolição efetiva do</p><p>trabalho infantil; eliminação de todas as formas de discriminação no emprego ou na</p><p>ocupação.</p><p>Esta é a única agência das Nações Unidas que tem estrutura tripartite, formada por</p><p>representantes de governos, organizações de empregadores e de trabalhadores. São</p><p>atualmente 183 estados-membros que participam em situação de igualdade das</p><p>diversas instâncias da organização.</p><p>História</p><p>A OIT foi criada em 1919, como parte do Tratado de Versalhes. Em suas reuniões,</p><p>denominadas Conferência Internacional do Trabalho (CIT) há a formulação e</p><p>aplicação das normas internacionais do trabalho sob a forma de convenções e</p><p>recomendações. As convenções, uma vez ratificadas por um país, passam a fazer parte</p><p>de seu ordenamento jurídico. O Brasil é um dos membros fundadores da OIT, tendo</p><p>participado inclusive da primeira Conferência Internacional do Trabalho.</p><p>Aliás, foi nesta conferência, realizada em 1919, que a OIT adotou seis importantes</p><p>convenções. A primeira delas respondia a uma das principais reivindicações do</p><p>movimento sindical e operário do final do século XIX e começo do século XX, que</p><p>era a limitação da jornada de trabalho a 8 horas diárias e 48 semanais. As outras</p><p>convenções referem-se à proteção à maternidade, luta contra o desemprego, definição</p><p>da idade mínima de 14 anos para o trabalho na indústria e à proibição do trabalho</p><p>noturno de mulheres e menores de 18 anos.</p><p>Em 1926, a Conferência Internacional do Trabalho estabeleceu uma inovação</p><p>importante, a comissão de peritos, composta por juristas independentes e que examina</p><p>os relatórios enviados pelos governos sobre a aplicação de convenções por eles</p><p>ratificadas (as chamadas “memórias”). Todo ano, esta comissão apresenta seu próprio</p><p>relatório à conferência.</p><p>Na década de 30 a OIT é confrontada com o problema do desemprego em massa,</p><p>produto da grande depressão. Como resultado, as convenções adotadas ofereciam um</p><p>mínimo de proteção aos desempregados.</p><p>Em seus primeiros quarenta anos de existência, a OIT dedicou-se à composição de</p><p>normas internacionais do trabalho e à garantia da aplicação destas. Entre 1919 e 1939</p><p>foram adotadas 67 convenções e 66 recomendações.</p><p>A eclosão da Segunda Guerra Mundial interrompeu temporariamente esse processo.</p><p>Em agosto de 1940, a sede da agência foi transferida temporariamente de Genebra, na</p><p>Suíça, para Montreal, no Canadá. Em 1944, os delegados da OIT adotaram a</p><p>Declaração de Filadélfia, que constitui a carta de princípios e objetivos da OIT. A</p><p>declaração antecipava em quatro meses a adoção da Carta das Nações Unidas (1946)</p><p>e em quatro anos a Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948), para as quais</p><p>serviu de referência. Nela, era reafirmado o princípio de que a paz permanente só</p><p>pode estar baseada na justiça social. Também estabelecia quatro ideias fundamentais,</p><p>valores e princípios básicos da OIT até hoje:</p><p>• o trabalho deve ser fonte de dignidade;</p><p>• o trabalho não é uma mercadoria;</p><p>• a pobreza, em qualquer lugar, é uma ameaça à prosperidade de todos;</p><p>• todos os seres humanos têm o direito de perseguir o seu bem estar material em</p><p>condições de liberdade e dignidade, segurança econômica e igualdade de</p><p>oportunidades.</p><p>No final da guerra, nasce a Organização das Nações Unidas (ONU), organização</p><p>criada com o objetivo de manter a paz através do diálogo entre as nações. Em 1946 a</p><p>OIT se transforma em sua primeira agência especializada. Nas comemorações de seu</p><p>50º aniversário em 1969, a OIT recebeu o Prêmio Nobel da Paz.</p><p>Em 1998, a Conferência Internacional do Trabalho, na sua 87ª Sessão, adota a</p><p>Declaração dos Direitos e Princípios Fundamentais no Trabalho, definidos como o</p><p>respeito à liberdade sindical e de associação e o reconhecimento efetivo do direito de</p><p>negociação coletiva, a eliminação de todas as formas de trabalho forçado ou</p><p>obrigatório, a efetiva abolição do trabalho infantil e a eliminação da discriminação em</p><p>matéria de emprego e ocupação.</p><p>Em junho de 2008, durante a 97ª Sessão da Conferência Internacional do Trabalho</p><p>realizada anualmente em Genebra, um dos mais importantes documentos da OIT foi</p><p>adotado: a Declaração sobre Justiça Social para uma Globalização Equitativa. O</p><p>documento corresponde a uma das primeiras manifestações de um organismo</p><p>internacional sobre o mundo globalizado e a grave crise financeira internacional a</p><p>eclodir a partir de setembro de 2008.</p><p>A aprovação deste documento era resultado da visão da OIT sobre o processo de</p><p>globalização, visto por esta agência da ONU como injusto e desigual, pois a</p><p>globalização tomava um rumo de desequilíbrio crescente, que se manifestou, em</p><p>particular, em uma distribuição muito desigual dos benefícios entre os países e no seu</p><p>interior, bem como no aumento das desigualdades de renda, que caracterizou a</p><p>realidade da maioria dos países, mesmo durante épocas de prosperidade econômica.</p><p>Trabalho decente</p><p>O termo trabalho decente é na verdade um conceito formalizado pela OIT em 1999.</p><p>Trata-se de uma referência à missão da agência, uma resposta aos desafios da</p><p>globalização e os déficits das políticas em matéria de crescimento e emprego.</p><p>Assim, o trabalho decente se tornou o objetivo central de todas as políticas e</p><p>programas da OIT. A noção abrange a promoção de oportunidades para mulheres e</p><p>homens do mundo para conseguir um trabalho produtivo, adequadamente</p><p>remunerado, exercido em condições de liberdade, equidade e segurança e capaz de</p><p>garantir uma vida digna, condição fundamental para a superação da pobreza, redução</p><p>das desigualdades sociais, garantia da governabilidade democrática e</p><p>desenvolvimento sustentável.</p><p>O Trabalho Decente é o eixo central dos quatro objetivos estratégicos da OIT:</p><p>a. respeito às normas internacionais do trabalho, em especial aos princípios e</p><p>direitos fundamentais do trabalho;</p><p>b. promoção do emprego de qualidade;</p><p>c. extensão da proteção social;</p><p>d. fortalecimento do diálogo social.</p><p>O Trabalho Decente deve constituir a essência das estratégias mundiais, nacionais e</p><p>locais para alcançar o progresso econômico e social e para dar cumprimento aos</p><p>Objetivos de Desenvolvimento do Milênio relacionados com a erradicação da pobreza</p><p>extrema.</p><p>Nesse sentido, na Resolução final da Assembleia Geral da ONU, adotada em</p><p>setembro de 2005, os Chefes de Estado e de Governo afirmam seu compromisso de</p><p>que os objetivos do emprego pleno e produtivo e o trabalho decente para todos,</p><p>especialmente para as mulheres e os jovens, sejam uma meta fundamental das nossas</p><p>políticas nacionais e internacionais e de nossas estratégias nacionais de</p><p>desenvolvimento, incluindo as estratégias de redução da pobreza. Da mesma forma,</p><p>34 chefes de Estado e de Governo de todo o continente americano assinaram, em</p><p>2005, a Declaração e o Plano de Ação de Mar del Plata, nos quais se comprometem a</p><p>“implementar políticas ativas que gerem trabalho decente e criem condições de</p><p>emprego de qualidade”.</p><p>O conceito de Trabalho Decente ganhou mais força, em julho de 2006, quando o</p><p>Conselho Econômico e Social da ONU recomendou ao sistema das Nações Unidas</p><p>apoiar</p><p>e financiar programas e esforços de geração de emprego produtivo e colaborar</p><p>na implementação do trabalho decente para todos.</p><p>Para por em prática esse conceito, a OIT oferece assistência técnica a seus membros e</p><p>parceiros na implementação das normas internacionais do trabalho, bem como</p><p>implementa programas e projetos nas áreas de emprego, proteção e diálogo social.</p><p>Além disso, desenvolve pesquisas e estudos e edita publicações sobre os mais</p><p>diversos temas do mundo do trabalho.</p><p>O Trabalho Decente é o ponto de convergência dos quatro objetivos estratégicos da</p><p>OIT: o respeito aos direitos no trabalho (em especial aqueles definidos como</p><p>fundamentais pela Declaração Relativa aos Direitos e Princípios Fundamentais no</p><p>Trabalho e seu seguimento adotada em 1998: (i) liberdade sindical e reconhecimento</p><p>efetivo do direito de negociação coletiva; (ii)eliminação de todas as formas de</p><p>trabalho forçado; (iii) abolição efetiva do trabalho infantil; (iv) eliminação de todas as</p><p>formas de discriminação em matéria de emprego e ocupação), a promoção do</p><p>emprego produtivo e de qualidade, a extensão da proteção social e o fortalecimento</p><p>do diálogo social.</p><p>OIT no Brasil</p><p>A OIT mantém representação no Brasil desde 1950, prestando assessoria em diversas</p><p>áreas, executando projetos de cooperação técnica, além de promover mecanismos e</p><p>processos de diálogo social.</p><p>Bibliografia:</p><p>Apresentação/História/OIT no Brasil. Disponível em:</p><p>< http://www.oitbrasil.org.br/content/apresentação></p><p>Organização Internacional do Trabalho. Disponível em: < http://www.onu.org.br/onu-no-brasil/oit/ ></p>

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