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<p>Apostila: Módulo 5</p><p>MATERIAL ATUALIZADO</p><p>Pra ficar por dentro de todas as</p><p>novidades, siga a gente no Instagram:</p><p>Planejamento Fiscal</p><p>Clique aqui para</p><p>acessar outros materiais</p><p>@academiarafaeltoro</p><p>ou Escaneie o QR Code</p><p>Exame 48 CFP®</p><p>https://www.academiarafaeltoro.com.br/simulados-gratuitos/</p><p>https://www.instagram.com/academiarafaeltoro/</p><p>https://www.instagram.com/academiarafaeltoro/</p><p>SOBRE NÓS</p><p>Com mais de 50 mil alunos, a Academia Rafael Toro</p><p>(também chamada de ART), foi fundada em 2017, tendo o</p><p>professor Rafael Toro como idealizador e fundador. Movido</p><p>pela vontade de transformar a maneira com que as pessoas</p><p>aprendiam, o Toro desenvolveu uma metodologia de</p><p>aprendizado que revolucionou o mercado de Certificações</p><p>no Brasil e já aprovou milhares de pessoas nas principais</p><p>provas da Anbima, Planejar, Ancord e Apimec.</p><p>Sumário Módulo V</p><p>Planejamento Fiscal</p><p>Módulo V: Objetivo................................................................................................................... 04</p><p>Capítulo 1: Normas Tributárias Básicas ....................................................................................... 05</p><p>1.1 Conceito de Tributo ........................................................................................................ 06</p><p>1.2 Princípios Tributários ...................................................................................................... 17</p><p>1.3 Tributos Relevantes para o Planejamento Fiscal ............................................................. 32</p><p>Capítulo 2: Imposto de Renda da Pessoa Física ........................................................................... 41</p><p>Capítulo 3: Imposto de Renda para Pessoa Jurídica ...................................................................... 79</p><p>Capítulo 4: Tributação de Aplicações Financeiras ......................................................................... 95</p><p>4.1 Tributação de Renda Fixa ................................................................................................. 96</p><p>4.2 Tributação de Renda Variável ........................................................................................ 106</p><p>4.3 Tributação de Fundos de Investimentos ........................................................................ 120</p><p>Capítulo 5: Tributação dos Investimentos Realizados por Brasileiros no Exterior ......................... 140</p><p>Capítulo 6: Planejamento Tributário .......................................................................................... 164</p><p>Capítulo 7: Penalidades pelo Descumprimento de Obrigações perante a RFB e BC ........................ 181</p><p>CFP - Certified Financial Planner 4</p><p>Planejamento Fiscal</p><p>Objetivos</p><p>O objetivo instrucional desse módulo é capacitar o profissional para compreender e</p><p>avaliar a interferência de impostos e tributos sobre as diversas atividades exercidas pelas</p><p>pessoas físicas e jurídicas, assim como suas repercussões sobre suas posições financeiras</p><p>e o resultado final de transações financeiras em geral.</p><p>A abrangência da tributação sobre os cidadãos é ampla, verificando-se desde o consumo</p><p>de bens essenciais (alimentação, moradia, serviços básicos, etc.), até atingir suas decisões</p><p>de poupança, investimentos locais e offshore e tributação em operações financeiras e não</p><p>financeiras, com ativos mobiliários e imobiliários.</p><p>Uma preocupação básica é incentivar o profissional a avaliar e compreender as vantagens</p><p>e desvantagens de cada estrutura tributária dentro de um enfoque de planejamento fiscal</p><p>incorporado em seu planejamento financeiro.</p><p>Além disso, nesse módulo é requerido do profissional que conheça os impostos praticados</p><p>em operações no mercado financeiro e de capitais, local e offshore, sob a ótica de um</p><p>investidor residente e domiciliado no Brasil e que tenha noções gerais a respeito das</p><p>regras do Imposto de Renda de pessoas físicas e jurídicas.</p><p>Capítulo 1:</p><p>Normas Tributárias Básicas</p><p>5</p><p>CFP - Certified Financial Planner 6</p><p>Capítulo 1: Normas Tributárias Básicas</p><p>1.1 Conceito de Tributo</p><p>6</p><p>CFP - Certified Financial Planner 7</p><p>Sistema Tributário Nacional</p><p>Introdução</p><p>Para iniciarmos nosso conteúdo de Planejamento Fiscal, necessitamos compreender como</p><p>funciona o SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL (STN), podendo ser definido como o</p><p>conjunto de regras destinadas a regular a instituição, a cobrança, a arrecadação e a</p><p>partilha de tributos entre os Entes Federativos (União, Estados e Municípios), definido</p><p>pela constituição federal de 1988, a partir do artigo 145 que estabelece o poder de</p><p>tributar.</p><p>Dentro deste sistema, também temos o CÓDIGO TRIBUTÁRIO NACIONAL (CTN), que</p><p>norteia a aplicabilidade dos tributos, extensão, alcance, limites, direitos e deveres dos</p><p>contribuintes, atuação dos agentes fiscalizadores e demais normas tributárias. Com isso, o</p><p>CTN cumpre as funções de lei complementar à Constituição Federal em relação a matéria</p><p>tributária.</p><p>CFP - Certified Financial Planner 8</p><p>Conceito de Tributo</p><p>Definição</p><p>Como indicado no Código Tributário Nacional (CTN), a classificação de TRIBUTO é “toda</p><p>prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que</p><p>não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade</p><p>administrativa plenamente vinculada”, ou seja, é a forma em que o Estado tem de cobrar</p><p>valores das pessoas físicas e jurídicas. Desta forma, precisaremos compreender os</p><p>conceitos de fato gerador; base de cálculo; alíquota; sujeito da relação tributária; e</p><p>obrigação tributária.</p><p>Alguns tributos não possuem apenas uma função arrecadatória (função fiscal), mas</p><p>também possui uma função de proteção (função extrafiscal), interferindo no domínio</p><p>econômico. Outra forma de classificação dos tributos é quanto a sua ESPÉCIE, que podem</p><p>ser classificadas como:</p><p>Ø Impostos;</p><p>Ø Taxas;</p><p>Ø Contribuição de melhoria;</p><p>Ø Contribuições Sociais;</p><p>Ø Empréstimos Compulsórios.</p><p>CFP - Certified Financial Planner 9</p><p>FATO GERADOR é o acontecimento que faz nascer a obrigação tributária. Esse</p><p>acontecimento precisa estar prevista na lei de forma prévia, genérica e abstrata, ao</p><p>ocorrer na vida real, faz com que, pela materialização do direito ocorra o surgimento da</p><p>obrigação tributária, seja esta principal ou acessória.</p><p>Por exemplo, quando uma pessoa recebe um salário, surge o Imposto de Renda. Quando</p><p>alguém vende um imóvel, surge o ITBI. Quando uma pessoa falece, surge o ITCMD. Desta</p><p>forma, o surgimento do tributo vem através do FATO GERADOR e com ele, devem ser</p><p>respondidas cinco perguntas (critérios):</p><p>Ø Critério Temporal: Quando ocorreu?</p><p>Ø Critério Espacial: Onde ocorreu?</p><p>Ø Critério Material: Qual o motivo do fato gerador?</p><p>Ø Critério Pessoal: Resposta para as perguntas “quem paga” e “quem recebe”.</p><p>Ø Critério Quantitativo: Qual o valor a ser pago?</p><p>Ou seja, para descobrir o FATO GERADOR basta responder o TEMPQ (tempo com Q).</p><p>Conceito de Tributo</p><p>Conceito: Fato Gerador</p><p>CFP - Certified Financial Planner 10</p><p>BASE DE CÁLCULO, também chamada de BASE TRIBUTÁRIA, nada mais é que grandeza</p><p>econômica sobre a qual será aplicada a alíquota para calcular a quantia a pagar, ou seja,</p><p>sobre qual valor será cobrado o devido tributo. A base de cálculo é extremamente</p><p>importante, pois é sobre ela que teremos os impactos dos princípios da capacidade</p><p>contributiva, pois será analisado se o sujeito passivo está habilitado a suportar o devido</p><p>ônus tributário.</p><p>Outro ponto importante a ressaltar é que, para um mesmo fato, podemos ter mais de um</p><p>tributo surgindo e para cada um destes tributos, teremos uma base de cálculo (podendo</p><p>ser a mesma ou não). Por exemplo, quando alguém realiza uma doação, surgirão dois</p><p>tributos: o ITCMD (imposto de doação) e o IR (imposto pelo ganho de capital). No entanto,</p><p>como eles possuem competências diferentes (ITCMD – Estado) e IR (União), o Estado</p><p>definiu que a base de cálculo para o seu tributo é o Valor de Mercado. Já a União definiu</p><p>que poderá ser valor de mercado ou pelo valor constante da declaração</p><p>cada uma das Tabelas?</p><p>A DECLARAÇÃO SIMPLIFICADA é indicada para os casos em que o contribuinte:</p><p>(i) Não apresente deduções específicas;</p><p>(ii) Apresente deduções anuais inferiores a R$ 16.754,34;</p><p>(iii) Não tenha comprovante das deduções.</p><p>Em todos os outros casos, o aconselhável é pela escolha da tabela Completa, pois ela não</p><p>possui limite de dedução. A escolha pela tabela Completa ou Simplificada poderá ser feita</p><p>no exato momento da entrega da DIR-PF (a cada ano, a receita federal diz a data limite da</p><p>sua entrega). No entanto, vale ressaltar que ela se refere a todas as rendas e despesas do</p><p>ano anterior (a entrega da DIR-PF 2021, se refere as rendas e despesas de 2020).</p><p>Desta forma, o planejamento tributário deverá ocorrer até o último dia do ano anterior,</p><p>como por exemplo, aplicações em PGBL no limite de 12% da renda bruta tributável. Toda</p><p>e qualquer “manobra” que se tente realizar após esse prazo, a pessoa estará incorrendo</p><p>de fraude fiscal.</p><p>DIR-PF: Declaração Anual do IR da Pessoa Física</p><p>CFP - Certified Financial Planner</p><p>76</p><p>Conceito</p><p>A Declaração de Espólio nada mais é que a última declaração a ser feita do falecido (de</p><p>cujus). Para a legislação tributária, a pessoa física do contribuinte não se extingue</p><p>imediatamente após sua morte, mantendo a ativa ainda através do seu espólio, que é o</p><p>nome dado ao conjunto de bens, direitos e rendimentos que a pessoa falecida deixou.</p><p>Vale ressaltar que se o “de cujus” não possuir bens, o CPF do contribuinte é</p><p>automaticamente cancelado com a sua certidão de óbito.</p><p>Até que a partilha de bens do “de cujus” realmente aconteça, nenhum herdeiro, meeiro</p><p>ou legatário poderá incluir os devidos bens ou direitos em suas declarações individuais.</p><p>Desta forma, todos os bens e direitos são declarados em nome do espólio, informando</p><p>nome e CPF do falecido. Esta declaração deverá ser feita pelo responsável do inventário</p><p>até o dia 30 de abril (mesmo prazo de quem está vivo) e a sua entrega fora do prazo,</p><p>estará sujeito à multa de 1% ao mês ou fração do imposto devido, observados os valores</p><p>mínimos de R$ 165,74 e máximo de 20% do imposto devido. Caso não haja imposto</p><p>devido, a multa é fixada em R$ 165,74.</p><p>Declaração de Espólio</p><p>CFP - Certified Financial Planner</p><p>77</p><p>Como Realizar</p><p>Existem três tipos de declarações de espólios que devem ser feitas, conforme cada etapa</p><p>do processo de inventário, todas utilizando o programa da DIR-PF:</p><p>Ø DECLARAÇÃO INICIAL: corresponde ao ano-calendário do falecimento, ou seja, se</p><p>o falecimento ocorreu em 2020, a declaração inicial em nome do espólio deve ser</p><p>feita em 2021.</p><p>Ø DECLARAÇÃO INTERMEDIÁRIA: refere-se aos anos-calendário seguintes ao do</p><p>falecimento e até o anterior ao da decisão judicial transitada em julgado da partilha,</p><p>sobrepartilha ou adjudicação dos bens. Como em alguns casos pode levar anos, é</p><p>necessário declarar anualmente até sua conclusão.</p><p>Ø DECLARAÇÃO FINAL: relativa ao ano-calendário em que for proferida a decisão</p><p>judicial transitada em julgado da partilha, sobrepartilha ou adjudicação dos bens.</p><p>Com isso, o inventariante fica obrigado a entregar a esta declaração final de espólio.</p><p>Estas declarações deverão ocorrer com código de natureza 81 (espólio), onde será</p><p>preenchido também os dados do inventariante com seu nome e CPF. Vale ressaltar que</p><p>nas declarações INICIAL e INTERMEDIÁRIA, tudo se mantém igual nas obrigações</p><p>tributárias do “de cujus”, ou seja, para a receita federal ele “estará vivo” até ser entregue a</p><p>DECLARAÇÃO FINAL.</p><p>Declaração de Espólio</p><p>CFP - Certified Financial Planner</p><p>78</p><p>Conceito</p><p>A pessoa física que se retirou do Brasil em caráter definitivo ou passou à condição de não</p><p>residente (em caráter temporário), deverá:</p><p>Ø Apresentar a COMUNICAÇÃO DE SAÍDA DEFINITIVA DO PAÍS, de 30 dias antes da</p><p>data de saída até o último dia do mês de fevereiro do ano-calendário subsequente;</p><p>Ø Apresentar a Declaração de Saída Definitiva do País (DSDP) relativa ao período em</p><p>que tenha permanecido na condição de residente no Brasil no ano-calendário da</p><p>saída, até o último dia útil do mês de abril do ano seguinte a saída, bem como as</p><p>Declarações de Ajuste Anual correspondentes a anos-calendário anteriores, se</p><p>obrigatórias e ainda não entregues. Este documento se refere à última declaração</p><p>de Imposto de Renda Pessoa Física que o cidadão brasileiro deve fazer quando</p><p>decide residir no exterior.</p><p>Ø Recolher em cota-única os impostos devidos.</p><p>Importante salientar que a saída definitiva do país não obriga o resgate/venda dos</p><p>ativos, podendo a pessoa física manter todo o seu patrimônio no Brasil, desde que o</p><p>investidor não residente opte pelo Regime Especial para tributação, ao invés do Regime</p><p>Geral, já que neste caso, só é admitido investimentos financeiros em poupança, CDB do</p><p>próprio banco da CDE (Conta Domiciliado no Exterior) e em previdência privada.</p><p>Declaração de Saída Definitiva do País</p><p>Capítulo 3:</p><p>Imposto de Renda para</p><p>Pessoa Jurídica</p><p>79</p><p>CFP - Certified Financial Planner</p><p>80</p><p>Tributação da Pessoa Jurídica</p><p>Conceitos Básicos</p><p>Neste capítulo compreenderemos os regimes de tributação das pessoas jurídicas, e</p><p>eventual incidência de IRPJ, ISS, PIS e Cofins sobre as receitas geradas por uma pessoa</p><p>jurídica prestadora de serviços ou por holding imobiliária, que são pessoas jurídicas</p><p>constituídas para receber, via de regra, os imóveis de um indivíduo ou família. Estas</p><p>Pessoas Jurídicas, por opção ou por determinação legal, são tributadas por uma das</p><p>seguintes formas:</p><p>Ø SIMPLES NACIONAL: modelo mais simples de recolhimento dos impostos,</p><p>recolhendo em guia única diversos tributos mês a mês.</p><p>Ø LUCRO PRESUMIDO: se assemelha ao MODELO SIMPLIFICADO da pessoa física,</p><p>pois presume-se um lucro para a pessoa jurídica, não importando os custos reais da</p><p>empresa para o devido recolhimento do imposto de renda.</p><p>Ø LUCRO REAL: se assemelha ao MODELO COMPLETO da pessoa física, pois é</p><p>possível lançar todos os custos da pessoa jurídica para diminuir a base tributária.</p><p>Essas escolhas podem modificar não somente as Bases Tributárias dos tributos, mas</p><p>também as devidas alíquotas.</p><p>CFP - Certified Financial Planner</p><p>81</p><p>SISTEMÁTICAS</p><p>DE APURAÇÃO</p><p>MEI (R$ 81 mil por ano).</p><p>Simples Nacional ME (R$ 360 mil por ano)</p><p>EPP (R$ 4,8 milhões por ano)</p><p>Lucro Presumido (limitado a receita bruta anual R$ 78 milhões)</p><p>Tributação da Pessoa Jurídica</p><p>Gráfico</p><p>Lucro Real</p><p>Receita Bruta Anual for maior que R$ 78 MM</p><p>Instituições financeiras</p><p>Empresas com rendimentos no exterior.</p><p>Qualquer empresas</p><p>CFP - Certified Financial Planner</p><p>82</p><p>Simples Nacional</p><p>Definição</p><p>As pessoas jurídicas que se enquadram na condição de microempresa ou empresa de</p><p>pequeno porte poderão optar pela inscrição no Simples Nacional, RECOLHENDO EM GUIA</p><p>ÚNICA DIVERSOS TRIBUTOS MENSAL. Para esse enquadramento, utiliza-se como regra</p><p>geral, a base de apuração a receita bruta da seguinte forma:</p><p>Ø Microempreendedor Individual (MEI): faturamento até R$ 81 mil por ano e neste</p><p>caso, o MEI será isento de tributos federais, por exemplo, IR e CSLL. Sua obrigação</p><p>será o recolhimento mensal da DAS (aproximadamente de R$ 60,00), conferindo-lhe</p><p>também alguns benefícios previdenciários, por exemplo, aposentadoria pelo INSS.</p><p>Ø Micro Empresa (ME): Faturamento até R$ 360 mil por ano.</p><p>Ø Empresa de Pequeno Porte (EPP): faturamento até R$ 4,8 milhões por ano.</p><p>Importante ressaltar o Art. 17, da Lei Complementar 123: “Não poderão recolher os</p><p>impostos e contribuições na forma do Simples Nacional a microempresa ou a empresa de</p><p>pequeno porte: XV - que realize atividade de locação de imóveis próprios, exceto quando</p><p>se referir a prestação de serviços tributados pelo ISS.”, ou seja, as Holdings constituídas</p><p>para locação de imóveis como salas comerciais, apartamento, casas, terrenos, etc., estão</p><p>impedidas de optar pelo Simples Nacional.</p><p>CFP - Certified Financial Planner</p><p>83</p><p>Simples Nacional</p><p>Desenquadramento</p><p>Como regra geral, quando a empresa faturar acima de R$ 4,8 milhões, ela estará</p><p>desenquadrada do Simples Nacional.</p><p>Diante disso, temos dois casos, que são:</p><p>Ø Ultrapassou o limite em ATÉ 20%: Neste caso, a empresa deverá comunicar a</p><p>Receita Federal até o último dia útil de janeiro do ano-calendário subsequente e com</p><p>isso, aderir ao Lucro Presumido ou ao Lucro Real.</p><p>Ø Ultrapassou o limite em MAIS DE 20%: Neste caso, a empresa deverá comunicar a</p><p>Receita Federal até o último dia do mês subsequente ao da ultrapassagem e</p><p>produzirá efeitos já a partir do mês subsequente ao do excesso, devendo optar por</p><p>colocar a sua empresa no Lucro Presumido ou no Lucro Real.</p><p>Quando a empresa tem menos de 12 meses de atividade, para desenquadramento deverá</p><p>ser da seguinte forma:</p><p>Ø 1º mês de funcionamento: considerar como base para o Simples Nacional a receita</p><p>bruta do mês multiplicada por 12 (meses);</p><p>Ø 2º mês de funcionamento: considerar como base para o Simples Nacional o</p><p>faturamento bruto do primeiro mês, multiplicado por 12 (meses);</p><p>Ø 3º mês de funcionamento: considerar como base para o Simples Nacional a média</p><p>do faturamento bruto do primeiro e do segundo mês e multiplicar por 12 (meses).</p><p>CFP - Certified Financial Planner</p><p>84</p><p>Lucro Presumido</p><p>Definição</p><p>O LUCRO PRESUMIDO se assemelha ao MODELO SIMPLIFICADO do imposto de renda da</p><p>pessoa física, pois presume-se um lucro da pessoa jurídica, não importando custos reais</p><p>da empresa, para encontrarmos a base tributária para o Imposto de Renda das Pessoas</p><p>Jurídicas (IRPJ) e Contribuição Social sobre o Lucro (CSLL). O contribuinte que é do Lucro</p><p>Presumido usa o chamado REGIME DE INCIDÊNCIA CUMULATIVA, onde a base de cálculo</p><p>é a receita operacional bruta, sem deduções nas aquisições.</p><p>Dizemos isto porque, na tabela simplificada, a pessoa física pode diminuir da sua base</p><p>tributária 20% de custo, ou seja, poderíamos dizer que “presume-se um lucro de 80% do</p><p>faturamento da pessoa física” para encontrarmos a base tributária para o imposto de</p><p>renda. Na pessoa jurídica, utilizamos uma alíquota de presunção do lucro e não uma</p><p>alíquota de custo (como na pessoa física) e é por este o motivo, que esta classificação se</p><p>chama LUCRO PRESUMIDO. Sua escolha se dará ao seguinte motivo:</p><p>Ø Quando permitido por lei e as despesas operacionais e não operacionais forem</p><p>menores que o benefício gerado pela presunção do lucro, como por exemplo,</p><p>Holdings Imobiliárias que possuem baixo custo com despesas.</p><p>CFP - Certified Financial Planner</p><p>85</p><p>Lucro Presumido</p><p>Principais Regras</p><p>Em relação a holdings imobiliárias ou as PJs prestadora de serviços, as principais regras</p><p>vigentes sobre estas empresas, por optarem pelo regime de lucro presumido, são:</p><p>Ø A escolha por este regime é feita por meio do pagamento da 1ª quota (quota</p><p>única) devida no primeiro trimestre;</p><p>Ø Este é um regime que poderá ser escolhido através de:</p><p>§ Regime de CAIXA: será tributado pela entrada do dinheiro; ou</p><p>§ Regime de COMPETÊNCIA: será tributado pela data da operação.</p><p>Ø O recolhimento do IRPJ e da CSLLL é EXCLUSIVAMENTE TRIMESTRAL.</p><p>Ø Neste regime NÃO se admitem deduções (despesas, custo, etc.).</p><p>Ø Em relação a BASE TRIBUTÁRIA dos impostos:</p><p>§ IRPJ e CSLL: Aplicasse a PRESUNÇÃO DO LUCRO É DE 32%;</p><p>§ PIS, COFINS: Será cobrado sobre a RECEITA BRUTA.</p><p>§ ISS: Será tributado sobre a RECEITA BRUTA, nas prestadoras de serviço.</p><p>Ø Em relação as ALÍQUOTAS, teremos ISS (de 2 a 5%), PIS (0,65%), COFINS (3,0%) e</p><p>CSLL (9%). Já o IRPJ, além da sua alíquota básica que é de 15%, poderá ter o</p><p>chamado “adicional ao IRPJ”, que é um acréscimo de 10% sobre o que exceder a</p><p>base tributária em R$ 60 mil o trimestre.</p><p>CFP - Certified Financial Planner</p><p>86</p><p>Lucro Presumido</p><p>Exemplo</p><p>A empresa RToro Education LTDA, uma empresa do ramo de serviços, teve um</p><p>faturamento de R$ 1.000.000,00 no trimestre e um operacional de R$ 300 mil. Sabendo</p><p>que a empresa está enquadrada no Lucro Presumido, qual será a base tributária para os</p><p>impostos IRPJ, 10% de adicional do IRPJ, CSLL, PIS, Cofins e ISS?</p><p>Os impostos PIS, COFINS e ISS são calculados sobre o faturamento, portanto:</p><p>Ø Base do PIS = R$ 1.000.00,00</p><p>Ø Base do COFINS = R$ 1.000.00,00</p><p>Ø Base do ISS = R$ 1.000.00,00</p><p>Os impostos IRPJ e CSLL são calculados sobre o lucro bruto. No entanto, quando a</p><p>empresa está enquadrada no Lucro Presumido, custos reais da empresa são irrelevantes</p><p>para o cálculo da Base Tributária. Como vimos, por se tratar de uma empresa do ramo de</p><p>serviços, utilizasse uma PRESUME-SE um lucro de 32%. Desta forma:</p><p>Ø Base do IRPJ = (32% × R$ 1.000.000,00) = R$ 320.000,00</p><p>Ø Base do Adicional ao IRPJ = (R$ 320.000,00 – R$ 60.000,00) = R$ 260.000,00</p><p>Ø Base da CSLL = (32% × R$ 1.000.000,0) = R$ 320.000,00</p><p>CFP - Certified Financial Planner</p><p>87</p><p>Lucro Real</p><p>Definição</p><p>O LUCRO REAL se assemelha ao modelo COMPLETO do imposto de renda da pessoa física,</p><p>pois poderá ser descontado todas as despesas operacionais (luz, água, aluguéis, insumos,</p><p>impostos sobre o faturamento, ...) e todas as despesas não operacionais (juros,</p><p>amortizações e depreciações) para encontrarmos a base tributária para o Imposto de</p><p>Renda das Pessoas Jurídicas (IRPJ) e Contribuição Social sobre o Lucro (CSLL).</p><p>Sua escolha se dará quando as despesas operacionais e não operacionais forem MAIORES</p><p>que o benefício gerado pela presunção do lucro, ou quando forem obrigadas por lei. O</p><p>contribuinte do Lucro Real usa o chamado REGIME DE INCIDÊNCIA NÃO CUMULATIVA,</p><p>onde os tributos pagos sobre a produção e a circulação de bens e de determinados</p><p>serviços devem ser abatidos nas operações seguintes.</p><p>Os principais casos que as Pessoas Jurídicas são obrigadas são:</p><p>Ø Quando a Receita Bruta for maior que R$ 78 milhões por ano ou proporcional ao</p><p>número de meses do período, para período inferior a 12 meses.</p><p>Ø Atividades como Instituições financeiras, factorings ou securitizadoras.</p><p>Ø Que tiverem lucros, rendimentos ou ganhos de capital que venham do exterior.</p><p>CFP - Certified Financial Planner</p><p>88</p><p>Lucro Real</p><p>Principais Regras</p><p>As principais regras quando as empresas adotam o Lucro Real são:</p><p>Ø O lucro real é a regra geral para a apuração do IRPJ e da CSLL;</p><p>Ø Este é um regime que poderá ser escolhido apenas por:</p><p>§ Regime de COMPETÊNCIA: será tributado pela data da operação.</p><p>Ø O recolhimento do IRPJ e da CSLLL é poderá ser TRIMESTRAL ou ANUAL.</p><p>Ø Neste regime é POSSÍVEL REALIZAR DEDUÇÕES de todas as despesas (necessárias,</p><p>usuais e normais), salvo vedação legal. Este é o único regime que permite</p><p>compensação de prejuízos fiscais de exercícios anteriores (limitado a 30% do lucro</p><p>líquido ajustado, independentemente de qualquer prazo)</p><p>Ø Em relação a BASE TRIBUTÁRIA dos impostos:</p><p>§ IRPJ e CSLL: Deduz do faturamento todos os custos e despesas permitas.</p><p>§ PIS, COFINS: Será cobrado sobre a RECEITA BRUTA.</p><p>§ ISS: Será tributado sobre a RECEITA BRUTA, nas prestadoras de serviço.</p><p>Ø Em relação as ALÍQUOTAS, teremos ISS (de 2 a 5%), PIS (1,65%), COFINS (7,60%) e</p><p>CSLL (9%). Já o IRPJ, além da sua alíquota básica que é de 15%, poderá ter o</p><p>chamado “adicional ao IRPJ”, que é um acréscimo de 10% sobre o que exceder a</p><p>base tributária em R$ 60 mil o trimestre ou R$ 240.0000,00 por ano.</p><p>CFP - Certified Financial Planner</p><p>89</p><p>Lucro Real</p><p>Exemplo</p><p>Uma empresa do ramo de serviços teve um lucro operacional de R$ 12.500.000,00.</p><p>Considerando como únicos tributos, a alíquota de IRPJ é de 15%, adicional de IRPJ de</p><p>10% sobre o lucro que exceder R$ 240.000,00 no ano e a alíquota da CSLL é de 9%,</p><p>faremos duas perguntas:</p><p>Ø PERGUNTA (1): Se a empresa distribuir R$ 6.250.000,00 a título de JCP, qual será o</p><p>valor líquido a ser distribuído a título de dividendos aos acionistas, considerando que</p><p>ela distribua todo o valor remanescente?</p><p>Ø PERGUNTA (2): Caso a empresa tenha distribuído R$ 6.250.000,00 em JCP e o</p><p>restante em dividendos, qual será o valor líquido que os acionistas receberão?</p><p>CFP - Certified Financial Planner</p><p>90</p><p>Lucro Real</p><p>Exemplo</p><p>PERGUNTA (1): Para calculamos os dividendos, necessitamos encontrar o lucro líquido da</p><p>empresa. Como foi dado o lucro operacional, primeiro vamos calcular o lucro bruto,</p><p>lembrando que Juros (JCP) é uma despesa</p><p>financeira, ou seja, uma despesa não</p><p>operacional.</p><p>Ø LUCRO BRUTO = Lucro Operacional ꟷ Despenas Não Operacionais</p><p>Ø LUCRO BRUTO = R$ 12.500.000,00 ꟷ R$ 6.250.000,00</p><p>Ø LUCRO BRUTO = R$ 6.250.000,00</p><p>O LUCRO BRUTO será a BASE TRIBUTÁRIA para o IRPJ e a CSLL:</p><p>Ø IRPJ = R$ 6.250.000,00 × 15% = R$ 937.500,00</p><p>Ø CSLL = R$ 6.250.000,00 × 9% = R$ 562.500,00</p><p>Ø Adicional ao IRPJ = (R$ 6.250.000,00 – R$ 240.00,00) × 10% = R$ 601.000,00</p><p>Ø TOTAL DOS IMPOSTOS = R$ 2.101.000,00</p><p>Para encontrarmos o Lucro Líquido que será distribuído através de dividendos, basta</p><p>descontarmos os impostos agora:</p><p>Ø LUCRO LÍQUIDO = R$ 6.250.000,00 - R$ 2.101.000,00</p><p>Ø LUCRO LÍQUIDO = R$ 4.149.000,00 (DIVIDENDOS)</p><p>CFP - Certified Financial Planner</p><p>91</p><p>Lucro Real</p><p>Exemplo</p><p>PERGUNTA (2): Para calculamos o total líquido recebido pelos acionistas, devemos somar</p><p>os dividendos com a parte líquida da JCP. Como já sabemos o valor dos dividendos (que é</p><p>isento de imposto de renda), basta calcularmos a JCP, lembrando que a alíquota para o</p><p>seu recebimento é de 15%.</p><p>Ø IMPOSTO = BASE TRIBUTÁRIA × (ALÍQUOTA)</p><p>Ø IMPOSTO = R$ 6.250.000,00 × 15%</p><p>Ø IMPOSTO = R$ 937.500,00</p><p>Ø JCP LÍQUIDO = R$ 6.250.000,00 ꟷ R$ 937.500,00</p><p>Ø JCP LÍQUIDO = R$ 5.312.500,00</p><p>Agora que já sabemos o valor líquido que o acionista recebeu pela JCP, basta somar com</p><p>os dividendos calculo na pergunta (1):</p><p>Ø TOTAL RECEBIDO = DIVIDENDOS + JCP LÍQUIDO</p><p>Ø TOTAL RECEBIDO = R$ 4.149.000,00 + R$ 5.312.500,00</p><p>Ø TOTAL RECEBIDO = R$ 9.461.500</p><p>CFP - Certified Financial Planner</p><p>92</p><p>Lucro Real</p><p>Comentário</p><p>A partir dos cálculos, as resposta para as perguntas são:</p><p>Ø QUESTÃO (1): O valor recebido a título de dividendos foi de R$ 4.149.000,00</p><p>Ø QUESTÃO (2): Com a distribuição da JCP, o valor recebido final pelo acionista foi de</p><p>R$ 9.461.500,00</p><p>Importante notar que, mesmo a JCP tendo a tributação na pessoa física de 15% e os</p><p>dividendos serem isentos, o acionista recebeu líquido mais pela JCP (R$ 5.312.500,00) do</p><p>que pelo Dividendos (R$ 4.149.000,00). Isto ocorreu por causa da ETL (Economia</p><p>Tributária Líquida), por que, para o acionista receber os dividendos, a empresa teve que</p><p>pagar aproximadamente 34% de impostos (15% de IRPJ; 10% de adicional ao IRPJ; e 9 %</p><p>de CSLL), enquanto que o Juros sobre o Capital Próprio (JCP) foi de apenas 15%.</p><p>Analisaremos mais profundamente esse caso, no Capítulo 6 – Planejamento Tributário.</p><p>CFP - Certified Financial Planner</p><p>93</p><p>PRESUMIDO LUCRO REAL</p><p>TRIBUTAÇÃO SOBRE O LUCRO</p><p>BASE DE CÁLCULO (Receitas) × (% de Presunção) (Receitas) − (Despesas)</p><p>FORMA DE APURAÇÃO Trimestral Anual ou Trimestral</p><p>IRPJ 15% 15%</p><p>ADICIONAL IRPJ 10% sobre o lucro que</p><p>exceder R$ 20mil/mês</p><p>10% sobre o lucro que exceder</p><p>R$ 20mil/mês</p><p>CSLL 9% 9%</p><p>TRIBUTAÇÃO SOBRE RECEITA/ FATURAMENTO</p><p>PIS / COFINS 3,65% (sem crédito) 9,25% (com créditos)</p><p>TRIBUTAÇÃO SOBRE SERVIÇOS</p><p>ISS 2-5% 2-5%</p><p>Resumo</p><p>Lucro Presumido e Lucro Real</p><p>CFP - Certified Financial Planner</p><p>94</p><p>Tributação da Pessoa Jurídica</p><p>Venda de ativo imobilizado</p><p>Quando uma empresa vende um ativo imobilizado, ela será tributada conforme o seu</p><p>ganho de capital, exatamente como as pessoas físicas são tributadas. O que pode</p><p>diferenciar são as suas devidas alíquotas e isso irá depende do seu regime.</p><p>Para empresas optantes pelo SIMPLES NACIONAL, o ganho de capital será tributado</p><p>através das alíquotas progressivas: 15% sobre a parcela dos ganhos até R$ 5.000.000,00;</p><p>17,5% sobre ganhos entre R$ 5.000.000,00 e R$ 10.000.000,00; 20% sobre ganhos entre</p><p>R$ 10.000.000,00 e R$ 30.000.000,00; e 22,5% sobre ganhos acima de R$ 30.000.000,00.</p><p>Já no regime de LUCRO PRESUMIDO, sobre o ganho de capital será aplicado as alíquotas</p><p>de 15% de IRPJ + adicional (10% quando houver), além da CSLL na alíquota de 9%. Se a</p><p>empresa for ramo imobiliário, ainda incorrerá os tributos PIS e COFINS.</p><p>Por fim, as empresas enquadradas pelo regime de LUCRO REAL, a tributação dependerá</p><p>da existência de lucro tributável, pois o ganho de capital será adicionado à receita da</p><p>empresa. Empresas com prejuízo operacional podem compensar esse ganho, não</p><p>resultando em tributação adicional. Empresas com lucro operacional sofrerão tributação</p><p>de 34% (IRPJ 15%, adicional de 10% e CSLL 9%). Empresas prestadoras de serviços que não</p><p>exercem atividade imobiliária como principal são isentas de PIS e COFINS.</p><p>Capítulo 4:</p><p>Tributação de Aplicações</p><p>Financeiras</p><p>95</p><p>CFP - Certified Financial Planner 96</p><p>4.1 Tributação de Renda Fixa</p><p>96</p><p>CFP - Certified Financial Planner 97</p><p>Tributação: Renda Fixa</p><p>Introdução</p><p>A Receita Federal considera para tributação do Imposto de Renda como renda fixa, os</p><p>ativos que tenham como característica remunerações definidas (prefixado, pós-fixado ou</p><p>híbrido) e com a relação de credor & devedor. Desta forma, os principais ativos são:</p><p>Ø TÍTULOS PÚBLICOS:</p><p>o LTN (Tesouro Prefixado);</p><p>o LFT (Tesouro Selic);</p><p>o NTN-B Principal (Tesouro IPCA);</p><p>o NTN-B (Tesouro IPCA com Juros Semestrais);</p><p>o NTN-F (Tesouro Prefixado com Juros Semestrais).</p><p>Ø TÍTULOS PRIVADOS:</p><p>o Caderneta de Poupança;</p><p>o CDB, Letra de Câmbio (LC), Notas Promissórias (CP), Debêntures, Cédula de</p><p>Crédito Bancário (CCB), Letras Financeiras (LF), ....;</p><p>o Títulos do Agronegócio (LCA, CRA, CDCA, CPR);</p><p>o Títulos Imobiliários (LCI, CRI, CCI);</p><p>o Aluguel de ações (DOADOR);</p><p>o Demais títulos ou operações: COE; SWAP; Box de 4 pontas (opções)</p><p>CFP - Certified Financial Planner 98</p><p>TABELA REGRESSIVA</p><p>Até 180 dias 22,50%</p><p>De 181 a 360 dias 20,00%</p><p>De 361 a 720 dias 17,50%</p><p>Mais de 720 dias 15,00%</p><p>ISENÇÃO de imposto (IR e IOF) para PESSOAS FÍSICAS</p><p>Ø Poupança;</p><p>Ø Imobiliários: LCI (*), CRI, LH e CCI;</p><p>Ø Agronegócio: LCA, CRA, CDA, WA, CDCA, CPR;</p><p>Ø Debêntures Incentivadas.</p><p>OBS: LCI não possui isenção de IOF pelo governo.</p><p>Tributação: Renda Fixa</p><p>Alíquotas e Isenções</p><p>A tributação do IMPOSTO DE RENDA na renda fixa, ocorre da seguinte forma:</p><p>Ø IR = BASE TRIBUTÁRIA (lucro menos IOF) × ALÍQUOTA (tabela regressiva)</p><p>q INFORMAÇÕES RELEVANTES:</p><p>Ø Responsável pelo recolhimento: Instituição financeira que paga o rendimento ou</p><p>que está custodiando o título (Exemplo: aplicações pelo Tesouro Direto);</p><p>Ø Compensação de perdas: NÃO HÁ!</p><p>Ø IR: O recolhimento do IR sempre será na fonte ;</p><p>Ø IOF: regressivo e incide antes do IR;</p><p>Ø Isenção: somente poderá ocorrer para pessoas físicas.</p><p>CFP - Certified Financial Planner 99</p><p>Tributação: Renda Fixa</p><p>Fato Gerador</p><p>O conceito de fato gerador é “ocorrência, em si, que traz à tona a exigência do respectivo</p><p>ônus para o contribuinte”, podendo ocorrer nos ativos de renda fixa nos seguintes casos:</p><p>Ø Recebimento do rendimento no vencimento do título</p><p>Ø Recebimento de juros, como por exemplo, cupom dos títulos públicos.</p><p>Ø Resgate, venda, repactuação, cessão com rendimento, por exemplo, resgate CDB e</p><p>venda de uma NTN-F.</p><p>Ø Conversão de debêntures em ações;</p><p>Ø Vencimento de operações conjugadas com rendimento prefixado, por exemplo,</p><p>operações de Box de quatro pontas com opções.</p><p>Importante ressaltar que não há fato gerador quando se transfere a custódia de uma</p><p>instituição financeira para outra, desde que seja para o mesmo CPF ou CNPJ. Por exemplo,</p><p>a transferência de ações através de uma STVM (Solicitação de Transferência de Valores</p><p>Mobiliários) entre instituições financeiras, não gera imposto de renda.</p><p>CFP - Certified Financial Planner 100</p><p>Aluguel de Ações (BTC)</p><p>Doador e Tomador</p><p>O aluguel de ações é um contrato no qual existem duas partes:</p><p>Ø DOADOR: Investidor proprietário das ações que as empresta em troca de uma</p><p>remuneração fixa, com prazo e garantias definidas. Desta forma, seus rendimentos</p><p>serão tributados como renda fixa (tabela regressiva). Importante ressaltar que os</p><p>dividendos e a JCP ainda são de recebimento do Doador e a bonificação de ações, os</p><p>valores são corrigidos e repassados apenas na data de liquidação.</p><p>Ø TOMADOR: É aquele que não possui as ações e as toma emprestadas para vender,</p><p>para posteriormente recomprar (um dos motivos é tentar lucrar com a queda dos</p><p>preços). Assim, sua tributação será como renda variável, podendo incorporar ao</p><p>custo da operação,</p><p>as despesas com o aluguel. Se houver dividendos ou JCP pagos</p><p>durante o período em que o tomador possui as ações, este valor deverá ser</p><p>descontado do tomador, após o pagamento do Imposto de Renda.</p><p>CFP - Certified Financial Planner 101</p><p>Aluguel de Ações (BTC)</p><p>Exemplo</p><p>Um investidor A possui 10.000 ações da RToro Education e as aluga (doa) para um terceiro</p><p>(investidor B) pelo preço de R$ 100.000,00 a taxa de 1% para 30 dias. Ao final do período,</p><p>o proprietário das ações (investidor A) as recebe de volta MAIS R$ 1.000,00 pelos juros do</p><p>empréstimo pagos pelo investidor B. Portanto, o investidor A precisa recolher o IR dos</p><p>R$ 1.000,00 recebidos e o investidor B poderá incrementar em sua operação os custos dos</p><p>juros pagos.</p><p>Ø Investidor A: R$ 1.000,00 x 22,5% = R$ 225,00 recolhidos de imposto</p><p>Ø Investidor B: irá incrementar no custo da sua operação.</p><p>CFP - Certified Financial Planner 102</p><p>IOF: Imposto sobre Operações Financeiras</p><p>Conceito</p><p>O IMPOSTO SOBRE OPERAÇÕES FINANCEIRAS (IOF) incide sobre operações de crédito</p><p>(cartão de crédito, cheque especial, empréstimos, financiamentos), câmbio, seguros,</p><p>compra e venda de títulos e valores mobiliários. As alíquotas do IOF variam conforme a</p><p>operação realizada. O lançamento é diário, mas o recolhimento do IOF é mensal ou, no</p><p>caso dos investimentos em valores mobiliários, no momento do resgate, cessão ou</p><p>repactuação, limitado ao rendimento da operação, em função do prazo, conforme tabela.</p><p>Em relação aos investimentos, o IOF ocorrerá principalmente sobre as aplicações</p><p>classificadas pela receita federal como renda fixa. Importante ressaltar que o seu</p><p>desconto ocorrerá sobre o lucro e antes da aplicação do Imposto de Renda, sendo ele</p><p>zerado a partir do 30º dia de aplicação.</p><p>No fundos de investimentos com carência, o IOF cobrado em um resgate ocorrido</p><p>durante este período será de 0,5% ao dia fixa, limitada ao rendimento, vigente durante</p><p>todo o período de carência.</p><p>CFP - Certified Financial Planner 103</p><p>IOF/TVM (Título de Valores Mobiliários):</p><p>Introdução</p><p>Dias Alíquota Dias Alíquota Dias Alíquota</p><p>1 96% 11 63% 21 30%</p><p>2 93% 12 60% 22 26%</p><p>3 90% 13 56% 23 23%</p><p>4 86% 14 53% 24 20%</p><p>5 83% 15 50% 25 16%</p><p>6 80% 16 46% 26 13%</p><p>7 76% 17 43% 27 10%</p><p>8 73% 18 40% 28 6%</p><p>9 70% 19 36% 29 3%</p><p>10 66% 20 33% 30 0%</p><p>q Regra do 4-3-3.</p><p>Último dia</p><p>de Cobrança</p><p>CFP - Certified Financial Planner 104</p><p>IOF/TVM (Título de Valores Mobiliários):</p><p>Alíquota Zero ou Isenta</p><p>São isentas (ou com alíquota zero) do IOF as operações com títulos ou valores mobiliários:</p><p>Ø Caderneta de Poupança.</p><p>Ø Cédula de Produto Rural realizadas nos mercados de bolsas e de balcão.</p><p>Ø Letra de Crédito do Agronegócio e Certificado de Recebíveis do Agronegócio.</p><p>Ø Certificado de Direitos Creditórios do Agronegócio e Warrant Agropecuário (WA).</p><p>Ø Certificado de Recebíveis Imobiliário (CRI).</p><p>Ø Debêntures.</p><p>Ø Mercado de renda variável, inclusive as realizadas em bolsas de valores, de</p><p>mercadorias, de futuros e entidades assemelhadas.</p><p>Ø Negociação de cotas de Fundos de Índice de Renda Fixa em bolsas de valores ou</p><p>mercado de balcão organizado (Exemplo: ETF de Renda Fixa).</p><p>Ø Resgate de cotas dos fundos de investimentos em ações e clubes de investimento.</p><p>Ø Operações compromissadas, exceto as operações compromissadas de emissores</p><p>do mesmo grupo econômico e inferiores a 30 dias.</p><p>q OBS: LCI respeita a regra geral do IOF, porém como seu prazo mínimo de aplicação é</p><p>superior a 29 dias, sua alíquota acaba sendo zero. No entanto, quando negociada no</p><p>mercado secundário, poderá ocorrer a cobrança de IOF.</p><p>CFP - Certified Financial Planner 105</p><p>IOF/TVM (Título de Valores Mobiliários):</p><p>Exemplo</p><p>q EXEMPLO: Um investidor aplicou R$ 100.000,00 em um CDB e após 18 dias, ele</p><p>resgatou R$ 101.000,00. Desta forma, qual o valor líquido resgatado?</p><p>Para chegarmos no valor exato, primeiramente devemos descontar o IOF da operações,</p><p>que será calculado sobre o lucro da operação (R$ 1.000,00) e a alíquota correspondente a</p><p>18 dias. Após o seu desconto, devemos calcular o valor do imposto de renda e descontar</p><p>do restante do lucro. Os dois impostos são descontados na fonte sob a responsabilidade</p><p>da instituição financeira.</p><p>q CÁLCULO:</p><p>Ø IOF = R$ 1.000,00 x 40% (18 dias) = R$ 400,00</p><p>Ø IR = (R$ 1.000,00 – R$ 400,00) × 22,50%</p><p>Ø IR: R$ 600,00 × 22,50% = R$ 135,00</p><p>Ø Valor líquido = R$ 101.000,00 – R$ 400,00 – R$ 135,00</p><p>Ø Valor Líquido = R$ 100.465,00</p><p>q OBS: Para não inverter as ordens de IOF e IR, lembre-se do alfabeto, primeiro vem a</p><p>letra F para depois vir o R, ou seja, primeiro o ioF e depois o iR.</p><p>CFP - Certified Financial Planner 106</p><p>4.2 Tributação de Renda Variável</p><p>106</p><p>CFP - Certified Financial Planner 107</p><p>Tributação: Renda Variável</p><p>Introdução</p><p>A Receita Federal considera para tributação do Imposto de Renda como renda variável os</p><p>ganhos líquidos auferidos por qualquer beneficiário (inclusive pessoas jurídicas isentas),</p><p>em operações realizadas nas Bolsas de Valores, de Mercadorias, de Futuros e</p><p>assemelhados, existentes no Brasil. Os principais ativos que veremos são:</p><p>Ø Alienação de Ações;</p><p>Ø Alienação de BDRs (Brazilian Depositary Receipts) em bolsa;</p><p>Ø Derivativos:</p><p>o Mercado a Termo;</p><p>o Mercado Futuro;</p><p>o Mercado de Opções.</p><p>Relembrando que o derivativo Swap e a operação com opções na estratégia “box de 4</p><p>pontas” são tributados como renda fixa.</p><p>CFP - Certified Financial Planner 108</p><p>(1) IRRF (“dedo duro”) é deduzido no pagamento do IR total a ser recolhido pelo investidor via DARF mensal</p><p>(2) Investidor: até o último dia útil do mês subsequente para pagar IR (DARF)</p><p>Instituição Financeira: 3º dia útil subsequente ao decêndio do fato gerador para repassar IRRF</p><p>(3) Somente para Pessoa Física: Considera valor bruto de venda, sem descontar despesas.</p><p>MERCADO A VISTA DAY TRADE</p><p>IR total IRRF IR total IRRF</p><p>Alíquotas Renda Variável (1) 15% 0,005% 20% 1%</p><p>Responsável pelo Recolhimento (2) Investidor Inst. Financeira Investidor Inst. Financeira</p><p>Valor mínimo pagamento IR:</p><p>IR total – DARF</p><p>IRRF – retenção na fonte</p><p>R$ 10,00 R$ 1,01 R$10,00 Não tem</p><p>IR Futuro/Termo/Opção</p><p>Sobre ajuste/prêmio recebido 15% 0,005% 20% 1%</p><p>IR Ações:</p><p>Sobre a Venda</p><p>Sobre o Lucro</p><p>Não</p><p>15%</p><p>0,005%</p><p>Não</p><p>Não</p><p>20%</p><p>Não</p><p>1%</p><p>Isenção: (ação) e (ouro):</p><p>R$ 20.000,00/mês para cada (3) Sim sim não não</p><p>Compensação de Perdas Permitida Permitida</p><p>Tributação: Renda Variável</p><p>Alíquota</p><p>CFP - Certified Financial Planner 109</p><p>Mercado a vista (não Day Trade)</p><p>Mercado a vista, também chamadas de “não Day-trade”, ocorrem quando o investidor</p><p>compra e vende as suas ações em dias diferentes. Por exemplo, Rafael comprou 500</p><p>ações da XYZ a R$ 5,00. Após um mês, ele vendeu toda sua posição por R$ 11,00 por ação,</p><p>lucrando R$ 6,00 por cada. Desta forma, o lucro será tributado como NÃO DAY-TRADE.</p><p>q IR (Imposto de Renda):</p><p>Ø Base Tributária: VENDA menos AQUISIÇÃO menos CUSTOS (Ex: corretagem);</p><p>Ø Alíquota: TOTAL de 15% sobre o ganho de capital;</p><p>Ø Responsável pelo recolhimento: o próprio é o investidor através da DARF, que será</p><p>o ganho de capital MENOS o IRRF já recolhido pela instituição financeira;</p><p>Ø Valor mínimo da DARF: R$ 10,00.</p><p>Ø Pessoas físicas possuem isenções do IR caso suas VENDAS no mês, somando-se</p><p>todas as operações, não ultrapasse R$ 20 mil.</p><p>q IRRF (IR Retido na Fonte):</p><p>Ø Base Tributária: o valor total das VENDAS!</p><p>Ø Alíquota: 0,005% sobre o valor da alienação, com valor mínimo de R$ 1,01.</p><p>Ø Responsável pelo recolhimento: instituição financeira.</p><p>Tributação: Renda Variável</p><p>CFP - Certified Financial Planner 110</p><p>Day Trades</p><p>Day-trade ocorre quando o investidor compra e vende as suas ações no mesmo dia. Por</p><p>exemplo, Rafael comprou 1.000 ações da Petrobrás a R$ 10,00. Antes de acabar o dia, ele</p><p>vendeu todas as ações por R$ 11,00, gerando um lucro de R$ 1,00. Este lucro será</p><p>tributado como DAY-TRADE, pois Rafael encerrou a operação no mesmo dia em que</p><p>iniciou ela.</p><p>q IR (Imposto de Renda):</p><p>Ø Base Tributária: VENDA menos AQUISIÇÃO menos CUSTOS (Ex: corretagem);</p><p>Ø Alíquota: TOTAL de 20% sobre o ganho de capital;</p><p>Ø Responsável pelo recolhimento:</p><p>o próprio é o investidor através da DARF, que será</p><p>o ganho de capital MENOS o IRRF já recolhido pela instituição financeira;</p><p>Ø Valor mínimo da DARF: R$ 10,00;</p><p>Ø Não HÁ isenções em Day Trades.</p><p>q IRRF (IR Retido na Fonte):</p><p>Ø Base Tributária: Lucro Líquido!</p><p>Ø Alíquota: 1% sobre o ganho de capital;</p><p>Ø Responsável pelo recolhimento: instituição financeira;</p><p>Ø Valor mínimo da DARF: não tem.</p><p>Tributação: Renda Variável</p><p>CFP - Certified Financial Planner 111</p><p>Tributação: Renda Variável</p><p>Compensação de Perdas</p><p>É possível fazer a compensação de prejuízos passados, com os lucros futuros para se pagar</p><p>menos Imposto de Renda. O investidor deverá manter os registros das operações,</p><p>lançando ano após ano, na sua Declaração de Ajuste Anual, até a sua devida utilização</p><p>para compensação. Além disso, somente é permitido a compensação de prejuízos entre</p><p>operações com mesma alíquota, ou seja, day trade com day trade e não day trade com</p><p>não day trade.</p><p>q EM RESUMO:</p><p>Ø Perdas incorridas: pode compensar perdas no próprio mês ou nos meses</p><p>subsequentes. Compensar day trade com day trade e não day trade com não day</p><p>trade;</p><p>Ø Tempo para compensação: não há prazo. O investidor pode transferir o saldo para</p><p>o ano seguinte (ou anos seguintes) até efetivar a compensação do prejuízo, desde</p><p>que lançado na Declaração de Ajuste Anual.</p><p>Ø NÃO É POSSÍVEL COMPENSAR PREJUÍZOS FUTUROS COM LUCROS PASSADOS, ou</p><p>seja, se o investidor lucrou R$ 50.000,00 em janeiro/2020 e teve um prejuízo de</p><p>R$ 50.000,00 em fevereiro/2020, deverá pagar o imposto sobre o lucro de janeiro e</p><p>manter o “crédito” do prejuízo a compensar para o futuro.</p><p>CFP - Certified Financial Planner 112</p><p>Tributação: Renda Variável</p><p>Compensação do IRRF</p><p>Da mesma forma, o investidor poderá compensar o IR Retido na Fonte (IRRF), respeitando</p><p>as seguintes regras:</p><p>Ø IRRF não day trade:</p><p>o Deduzido do imposto sobre ganhos apurados no mês;</p><p>o Compensado com o imposto incidente sobre ganhos apurados nos meses</p><p>subsequentes; ou</p><p>o Compensado na declaração de ajuste anual do IR se, após as deduções ou</p><p>compensações, houver saldo do imposto retido até 31/12.</p><p>Ø IRRF day trade:</p><p>o Deduzido do imposto sobre ganhos apurados no mês;</p><p>o Compensado com o imposto incidente sobre ganhos apurados nos meses</p><p>subsequentes; ou</p><p>o Se houver saldo de IRRF a compensar em 31/12, a pessoa física deverá solicitar</p><p>sua restituição diretamente à RFB.</p><p>CFP - Certified Financial Planner 113</p><p>Tributação: Renda Variável</p><p>Exemplo 1: Mercado a Vista</p><p>Rafael compra R$ 30.000,00 em ações da RToro Education S/A na bolsa de valores e as</p><p>vende, um mês depois, por R$ 40.000,00. Sabendo que ele pagou R$ 100,00 em cada</p><p>operação, qual o IRRF, o Imposto de Renda e a DARF a ser recolhido por Rafael?</p><p>q RESPOSTA: Rafael fez 2 operações (uma de compra e uma de venda). Assim:</p><p>Ø IR da operação (investidor):</p><p>o + VENDAS − COMPRAS − CUSTOS = LUCRO / REJUÍZO</p><p>o +R$ 40.000,00 – R$ 30.000,00 – 2x(R$ 100,00) = L/P</p><p>o +R$ 40.000,00 – R$ 30.200,00 = R$ 9.800,00 (Lucro)</p><p>o Imposto Total: R$ 9.800 × 15% = R$ 1.470,00</p><p>Ø IRRF (instituição financeira): 0,005% sobre a venda</p><p>o IRRF = 0,005% × R$ 40.000,00 = R$ 2,00</p><p>Ø DARF: IR total descontado do IRRF, a ser pago no mês posterior a venda.</p><p>o DARF: R$ 1.470,00 – R$ 2,00 = R$ 1.468,00</p><p>CFP - Certified Financial Planner 114</p><p>Tributação: Renda Variável</p><p>Exemplo 2: Day Trade</p><p>Rafael compra R$ 30.000,00 em ações da RToro Education S/A na bolsa de valores e as</p><p>vende no mesmo dia por R$ 40.000,00. Sabendo que ele pagou R$ 100,00 em cada</p><p>operação, qual o IRRF, o Imposto de Renda e a DARF a ser recolhido por Rafael?</p><p>q RESPOSTA: Rafael fez 2 operações (uma de compra e uma de venda). Assim:</p><p>Ø IR da operação (investidor):</p><p>o + VENDAS − COMPRAS − CUSTOS = LUCRO / REJUÍZO</p><p>o +R$ 40.000,00 – R$ 30.000,00 – 2x(R$ 100,00) = L/P</p><p>o +R$ 40.000,00 – R$ 30.200,00 = R$ 9.800,00 (Lucro)</p><p>o Imposto Total: R$ 9.800,00 × 20% = R$ 1.960,00</p><p>Ø IRRF (instituição financeira): 1% sobre o lucro</p><p>o IRRF = 1% × R$ 9.800,00 = R$ 98,00</p><p>Ø DARF: IR total descontado do IRRF, a ser pago no mês posterior a venda.</p><p>o DARF: R$ 1.960,00 – R$ 98,00 = R$ 1.862,00</p><p>CFP - Certified Financial Planner 115</p><p>Tributação: Renda Variável</p><p>Exemplo 3: Mercado a Vista</p><p>Rafael compra R$ 50.000,00 em ações da RToro Education S/A na bolsa de valores e as</p><p>vende, um mês depois, por R$ 40.000,00. Sabendo que ele pagou R$ 100,00 em cada</p><p>operação, qual o IRRF, o Imposto de Renda e a DARF a ser recolhido por Rafael?</p><p>q RESPOSTA: Rafael fez 2 operações (uma de compra e uma de venda). Assim:</p><p>Ø IR da operação (investidor):</p><p>o + VENDAS − COMPRAS − CUSTOS = LUCRO / REJUÍZO</p><p>o +R$ 40.000,00 – R$ 50.000,00 – 2x(R$ 100,00) = L/P</p><p>o +R$ 40.000,00 – R$ 50.200,00 = - R$ 10.200,00 (Prejuízo)</p><p>o Imposto Total: R$ 0,00 × 15% = R$ 0,00</p><p>Ø IRRF (instituição financeira): 0,005% sobre a venda</p><p>o IRRF = 0,005% × R$ 40.000,00 = R$ 2,00</p><p>Ø DARF: IR total descontado do IRRF, a ser pago no mês posterior a venda.</p><p>o DARF: 0,00</p><p>CFP - Certified Financial Planner 116</p><p>Tributação: Renda Variável</p><p>Exemplo 4: Day Trade</p><p>Rafael compra R$ 50.000,00 em ações da RToro Education S/A na bolsa de valores e as</p><p>vende no mesmo dia por R$ 40.000,00. Sabendo que ele pagou R$ 100,00 em cada</p><p>operação, qual o IRRF, o Imposto de Renda e a DARF a ser recolhido por Rafael?</p><p>q RESPOSTA: Rafael fez 2 operações (uma de compra e uma de venda). Assim:</p><p>Ø IR da operação (investidor):</p><p>o + VENDAS − COMPRAS − CUSTOS = LUCRO / REJUÍZO</p><p>o +R$ 40.000,00 – R$ 50.000,00 – 2x(R$ 100,00) = L/P</p><p>o +R$ 40.000,00 – R$ 50.200,00 = - R$ 10.200,00 (Prejuízo)</p><p>o Imposto Total: R$ 0,00 × 20% = R$ 0,00</p><p>Ø IRRF (instituição financeira): 1% sobre o lucro</p><p>o IRRF = 1% × R$ 0,00 = R$ 0,00</p><p>Ø DARF: IR total descontado do IRRF, a ser pago no mês posterior a venda.</p><p>o DARF: R$ 0,00</p><p>CFP - Certified Financial Planner 117</p><p>Tributação: Renda Variável</p><p>Exemplo 5: Mercado a Vista</p><p>Rafael compra R$ 5.000,00 em ações da RToro Education S/A na bolsa de valores e as</p><p>vende, um mês depois, por R$ 20.000,00. Sabendo que ele pagou R$ 100,00 em cada</p><p>operação, (1) qual o IRRF, o Imposto de Renda e a DARF a ser recolhido por Rafael? Caso</p><p>Rafael tivesse vendido as ações por R$ 20.100,00, (2) quais seriam os novos valores?</p><p>q RESPOSTA (1): Rafael fez 2 operações (uma de compra e uma de venda). Assim:</p><p>Ø IR da operação (investidor): Operação Isenta! Pois vendeu até R$ 20 mil.</p><p>Ø IRRF (instituição financeira): 0,005% × R$ 20.000,00 = R$ 1,00 (não recolhe)</p><p>q RESPOSTA (2):</p><p>Ø IR da operação (investidor): + VENDAS − COMPRAS − CUSTOS</p><p>o +R$ 20.100,00 – R$ 5.000,00 – 2x(R$ 100,00) = L/P</p><p>o +R$ 20.100,00 – R$ 5.200,00 = R$ 14.900,00 (Lucro)</p><p>o Imposto Total: R$ 14.900,00 × 15% = R$ 2.235,00</p><p>Ø IRRF (instituição financeira): 0,005% sobre a venda</p><p>o IRRF = 0,005% × R$ 20.100,00 = R$ 1,01</p><p>Ø DARF: IR total descontado do IRRF, a ser pago no mês posterior a venda.</p><p>o DARF: R$ 2.235,00 – R$ 1,01 = R$ 2.233,99</p><p>CFP - Certified Financial Planner 118</p><p>Tributação: Renda Variável</p><p>Exemplo 6: Day Trade</p><p>Rafael compra R$ 5.000,00 em ações da RToro Education S/A na bolsa de valores e as</p><p>vende no mesmo dia por R$ 20.000,00. Sabendo que ele pagou R$ 100,00 em cada</p><p>operação, qual o IRRF, o Imposto de Renda e a DARF a ser recolhido por Rafael?</p><p>q RESPOSTA: Rafael fez 2 operações (uma de compra e uma de venda). Assim:</p><p>Ø IR da operação (investidor): Não há isenção em Day Trade.</p><p>o + VENDAS − COMPRAS − CUSTOS = LUCRO / REJUÍZO</p><p>o +R$ 20.000,00 – R$ 5.000,00 – 2x(R$ 100,00) = L/P</p><p>o +R$ 20.000,00 – R$ 5.200,00 = R$ 14.800,00 (Lucro)</p><p>o Imposto Total: R$ 14.800,00 × 20% = R$ 2.960,00</p><p>Ø IRRF (instituição financeira): 1% sobre o lucro</p><p>o IRRF = 1% × R$ 14.800,00 = R$ 148,00</p><p>Ø DARF: IR total descontado do IRRF, a ser pago no mês posterior a venda.</p><p>o DARF: R$ 2.960,00 – R$ 148,00 = R$ 2.812,00</p><p>CFP - Certified Financial Planner 119</p><p>Tributação: Derivativos</p><p>Regra</p><p>Os derivativos (contratos futuros, termo e opções) possuem como regra básica, ser</p><p>tributado como renda variável. A exceção ocorre com o Swap e com opções na operação</p><p>de “box de 4 pontas”,</p><p>que possuem tributação como renda fixa, portanto, sem</p><p>possibilidade de compensação de prejuízos.</p><p>q RESUMO (salve exceções):</p><p>Ø Não day trade: imposto de 15% sobre o ganho;</p><p>Ø Day Trades: imposto de 20% sobre o ganho;</p><p>Ø Possibilidade de compensação de perdas (exceção no caso do Swap)</p><p>Ø Não há isenção como ocorre nas ações em vendas abaixo de R$ 20.000,00.</p><p>q INFORMAÇÕES RELEVANTES:</p><p>Ø Contrato Futuro de Dólar: Um (1) contrato equivale a 50.000,00 dólares.</p><p>Ø Contrato Futuro do Ibovespa: O contrato vale o mesmo número de pontos do</p><p>índice, ou seja, cada ponto equivale a R$ 1,00. Por exemplo, se o Ibovespa está</p><p>60.000 pontos, um contrato futuro padrão vale R$ 60.000,00.</p><p>CFP - Certified Financial Planner 120</p><p>4.3 Tributação de Fundos de</p><p>Investimentos</p><p>120</p><p>CFP - Certified Financial Planner 121</p><p>Fundos de Investimentos</p><p>Classificação</p><p>Para fins de tributação, a Receita Federal tem a sua própria classificação para os fundos de</p><p>investimento. Esta modalidades são:</p><p>Ø Fundos de Renda Fixa Curto Prazo: fundos de investimentos que tenham a</p><p>composição da sua carteira com prazo médio MENOR que 365 dias CORRIDOS.</p><p>Ø Fundos de Renda Fixa Longo Prazo: fundos de investimentos que tenham a</p><p>composição da sua carteira com prazo médio MAIOR que 365 dias CORRIDOS.</p><p>Ø Fundos de Ações e Clubes de Investimentos: fundos de investimentos que a</p><p>carteira seja composta por no mínimo 67% de ações.</p><p>Ø Fundos Imobiliários: neste caso, possuem as mesmas regras da CVM, ou seja,</p><p>devem investir em ativos atrelados a imóveis ou dívidas imobiliárias (LCI, CRI, CCI, ...).</p><p>A tributação ocorrerá na “transformação” das cotas em dinheiro, sendo:</p><p>Ø Fundos abertos: (I) através do resgate e/ou (II) na antecipação do imposto de</p><p>renda (come-cotas);</p><p>Ø Fundos Fechados: através da (I) alienação (venda) das cotas; (II) amortização de</p><p>cotas; (III) dividendos; (IV) resgate (encerramento do fundo); e (V) na antecipação do</p><p>imposto de renda (come-cotas).</p><p>CFP - Certified Financial Planner 122</p><p>TIPO DE FUNDO FATO GERADOR</p><p>ALÍQUOTA</p><p>SEMESTRAL</p><p>(COME-COTAS)</p><p>ALÍQUOTA RESGATE IOF</p><p>Renda Fixa Curto</p><p>prazo (prazo médio</p><p>até 365 dias)</p><p>Resgate ou</p><p>Semestral</p><p>(Maio e Novembro)</p><p>20% 1 – 180 dias = 22,5%</p><p>181 ou mais = 20% SIM</p><p>Renda Fixa Longo</p><p>Prazo (prazo médio</p><p>superior a 365 dias)</p><p>Resgate ou</p><p>Semestral</p><p>(Maio e Novembro)</p><p>15%</p><p>1 – 180 dias = 22,5%</p><p>181 – 360 dias = 20%</p><p>361 – 720 dias = 17,5%</p><p>721 dias ou mais = 15%</p><p>SIM</p><p>Renda Variável</p><p>ações (mais de</p><p>67% em ações)</p><p>Somente resgate Não tem 15% NÃO</p><p>Imobiliário Ganhos de Capital</p><p>e Rendimentos Não tem 20% NÃO</p><p>O Administrador do fundo é o responsável</p><p>pelo recolhimento do IR no RESGATE, do Come-Cotas e do IOF.</p><p>Fundos de Investimentos</p><p>Tabela</p><p>CFP - Certified Financial Planner 123</p><p>Fundos de Investimentos</p><p>Come-Cotas</p><p>O “Come-cotas” é a ANTECIPAÇÃO do Imposto de Renda devido nos FUNDOS DE RENDA</p><p>FIXA, sendo a sua alíquota sempre a menor da sua modalidade, ou seja:</p><p>Ø Fundos de Renda Fixa Curto Prazo: Alíquota de 20%.</p><p>Ø Fundos de Renda Fixa Longo Prazo: Alíquota de 15%.</p><p>Chama-se “come-cotas”, pois a cobrança é através de cotas (diminui-se da quantidade</p><p>total do cotista), sendo que o responsável por seu recolhimento é o administrador, tendo</p><p>que recolher até o 3º dia útil subsequente ao decêndio do fato gerador.</p><p>Nos fundos sem carência (ou com carência superior a 90 dias), ele ocorre no último dia</p><p>útil dos meses de maio e novembro. Já nos fundos com carência menor que 90 dias, o</p><p>“come-cotas” ocorrerá na data em que completar cada período de carência. Para efeito de</p><p>apuração do imposto, a instituição administradora do fundo de investimento poderá</p><p>adotar o critério do custo médio ou do custo específico de cada certificado ou cota. A</p><p>opção por um dos critérios será exercida em relação a todos os cotistas do fundo e</p><p>somente poderá ser alterada no 1º (primeiro) dia útil de janeiro de cada ano-calendário.</p><p>CFP - Certified Financial Planner 124</p><p>Fundos de Investimentos</p><p>Fundos que não possuem Come-Cotas</p><p>Os principais fundos de investimentos que não sofrerão incidência de come-cotas são:</p><p>Ø Fundos de Ações – Classificação CVM;</p><p>Ø Fundo de Investimento Imobiliário (FII) – Classificação CVM;</p><p>Ø Fundo de Investimento em Participações (FIP) – Classificação CVM;</p><p>Ø Fundo de Investimento em Índice de Mercado (ETF);</p><p>Ø Fundo de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC), desde que possuam carteira</p><p>composta de, no mínimo, 67% de direitos creditórios</p><p>q OBS 1: Para que o fundos classificados como FIP, FIDC e ETF de Renda Variável não</p><p>sofram a incidência do come-cotas, os mesmos deverão ser enquadrados como entidade</p><p>de investimentos, caso contrário, sofrerão incidência de 15%, sem prejuízo da tributação</p><p>nos eventos de resgate, amortização ou alienação. Podemos definir de forma resumida</p><p>um fundo como “Entidade de Investimento”, quando o mesmo possui uma estrutura de</p><p>gestão profissional e que os cotistas majoritários não possam determinar ou vetar</p><p>decisões de investimento ou desinvestimento.</p><p>q OBS 2: Os fundos classificados como Ações (FIA), Imobiliários (FII) ou ETF de Renda</p><p>Fixa, não possuem a incidência do come-cotas, independentemente de serem</p><p>classificados como entidades de investimentos ou não.</p><p>CFP - Certified Financial Planner 125</p><p>Fundos de Investimentos</p><p>Come-Cotas: Exemplo</p><p>Rafael investiu em abril mil reais em um fundo de renda fixa longo prazo, adquirindo</p><p>1.000 cotas (portanto, cada cota vale R$ 1,00). Ao final de maio, o fundo havia se</p><p>valorizado 10% (valor da cota R$ 1,10). Como será a tributação do come-cotas?</p><p>Ø RESPOSTA: Por se tratar de um fundo Longo Prazo, a alíquota incidente do come-cotas</p><p>será de 15% sobre a valorização do fundo (R$ 100,00), que será:</p><p>o IR Come-Cotas = (15%) × (R$ 100,00) = R$ 15,00 de IR, porém através de cotas.</p><p>Sabendo agora que o valor de IR devido é R$ 15,00, devemos dividir pelo valor da cota.</p><p>o IR Come-Cotas = (R$ 15,00) ÷ (R$ 1,10) = 13,64 cotas</p><p>Desta forma, será antecipado o imposto através de 13,64 cotas, deixando o cotista com</p><p>986,36 cotas.</p><p>o Valor final do patrimônio final = (986,36 cotas) × (R$ 1,10)</p><p>o Valor final do patrimônio final = R$ 1.085,00</p><p>CFP - Certified Financial Planner 126</p><p>Fundos Abertos</p><p>Compensação de Perdas</p><p>As perdas em FUNDOS ABERTOS só podem ser compensadas com ganhos ENTRE OS</p><p>FUNDOS COM O MESMO REGIME TRIBUTÁRIO:</p><p>Ø Fundos de Curto Prazo com Fundos de Curto Prazo;</p><p>Ø Fundos de Longo Prazo com Fundos de Longo Prazo;</p><p>Ø Fundos de Ações com Fundos de Ações.</p><p>A compensação deverá respeitar um dos dois casos:</p><p>Ø Fundos que tenham o mesmo administrador; ou</p><p>Ø As perdas apuradas no resgate de aplicações por conta e ordem de um</p><p>distribuidor, poderão ser compensadas com lucros auferidos em resgates futuros,</p><p>podendo a compensação ser entre fundos de diferentes administradores, desde que</p><p>seja nesta mesma instituição que atuou por conta e ordem.</p><p>Em relação ao prazo para se fazer a compensação, a instituição deve manter em seus</p><p>sistemas o controle e registro dos prejuízos dos seus clientes, NO MÍNIMO, até o fim do</p><p>ano-calendário seguinte ao resgate total das cotas, ou seja, o administrador poderá</p><p>compensar a perda por um prazo indeterminado.</p><p>CFP - Certified Financial Planner 127</p><p>Fundos Fechados</p><p>Características</p><p>Diferentemente dos fundos abertos, onde o cotista resgata as suas cotas a qualquer</p><p>momento, os fundos fechados possuem tributação quando ocorrer um dos itens abaixo:</p><p>Ø Resgates: ao término do prazo de duração do fundo.</p><p>Ø Amortização: pagamento em dinheiro e diminuição do número de cotas.</p><p>Ø Dividendos: por serem empresas, os fundos fechados podem fazer distribuição de</p><p>dividendos.</p><p>Ø Alienação da cota: as cotas podem ser transferidas por cessão ou negociadas em</p><p>bolsa/balcão organizado, ou seja, podem ser vendidas a um terceiro. Neste</p><p>momento, o IR será de responsabilidade do investidor, com o recolhimento através</p><p>de DARF até o último dia do mês subsequente.</p><p>q Base de cálculo: dependerá da operação que deu origem ao rendimento para o cotista</p><p>(alienação, amortização, resgate ou dividendos).</p><p>q Come-Cotas: Os fundos</p><p>fechados podem sofrer também a incidência de come-cotas,</p><p>conforme demonstrado anteriormente (mudança ocorreu por causa da lei nº 14.754, de</p><p>12 de dezembro de 2023).</p><p>CFP - Certified Financial Planner 128</p><p>Fundos Fechados</p><p>Alíquotas</p><p>Como vimos anteriormente, o cotista de um fundo fechado será tributado quando ocorrer</p><p>resgate, amortização, distribuição de dividendos ou a alienação da cota. A alíquota seguirá</p><p>a mesma lógica dos fundos abertos, dependendo exclusivamente de sua composição:</p><p>Ø Renda Fixa Curto Prazo: 20% a 22,5%</p><p>Ø Renda Fixa Longo Prazo: 15% a 22,5%</p><p>Ø Ações: 15%</p><p>Ø Fundos Imobiliários: 20% (a exceção ocorre apenas na distribuição de dividendos</p><p>para as pessoas físicas, onde o cotista poderá ser isento, desde que seja respeita</p><p>todas as regras de isenção, que veremos a seguir).</p><p>No entanto, quando ocorrer alienação, deve-se analisar se a Alienação da cota foi na</p><p>bolsa de valores (ou em mercado de balcão organizado) ou se a Alienação da cota foi</p><p>fora da bolsa. Se a Alienação da cota ocorrer fora da bolsa, o ganho de capital será</p><p>tributado por de faixas, através das seguintes alíquotas:</p><p>Ø 15% sobre os ganhos de até R$ 5 milhões;</p><p>Ø 17,5% sobre os ganhos que excederem R$ 5 milhões até R$ 10 milhões;</p><p>Ø 20% sobre os ganhos que excederem R$ 10 milhões até R$ 30 milhões;</p><p>Ø 22,5% sobre os ganhos que excederem R$ 30 milhões.</p><p>CFP - Certified Financial Planner 129</p><p>Exemplo</p><p>q EXEMPLO: Rafael é proprietário de um FIP com capital social de constituição de R$ 10</p><p>milhões (valor declarado na sua DIR-PF) e que hoje vale R$ 70 milhões. Caso ele venda</p><p>as suas cotas fora da bolsa, qual o valor de Imposto de Renda devido?</p><p>q RESPOSTA: Por se tratar de uma venda fora da bolsa de valores e um lucro de</p><p>R$ 60 milhões, necessitamos utilizar a tabela progressiva do ganho de capital para</p><p>encontrarmos o valor devido que será R$ 12.375.000,00:</p><p>FAIXA DE GANHO ALÍQUOTA LUCRO DA FAIXA IMPOSTO A PAGAR</p><p>Até R$ 5 milhões 15,00% R$ 5.000.000,00 R$ 750.000,00</p><p>De R$ 5 a 10 milhões 17,50% R$ 5.000.000,00 R$ 875.000,00</p><p>De R$ 10 a 30 milhões 20,00% R$ 20.000.000,00 R$ 4.000.000,00</p><p>Acima de R$ 30 milhões 22,50% R$ 30.000.000,00 R$ 6.750.000,00</p><p>TOTAL - R$ 60.000.000,00 R$ 12.375.000,00</p><p>Fundos Fechados fora da Bolsa</p><p>CFP - Certified Financial Planner 130</p><p>FII – Fundo de Investimento Imobiliário</p><p>Características</p><p>Fundos Imobiliários devem possuir a mesma classificação CVM, sendo sempre fundos</p><p>fechados e desta forma, não possuem come-cotas. Suas características para IR são:</p><p>Ø BASE DE CÁLCULO: Poderá ser de três formas:</p><p>o Rendimento: lucros distribuídos, que devem ser de pelo menos 95% do lucro</p><p>apurado semestralmente, em 30 de junho e 31 de dezembro.</p><p>o Amortização de cota: valor que excede o custo de aquisição.</p><p>o Alienação de cotas: ganhos líquidos auferidos.</p><p>Ø REGRA GERAL DAS ALÍQUOTAS:</p><p>o Rendimento: 20% de IR Retido na Fonte (Exceto quando possuir isenção).</p><p>o Amortização: 20% de IR Retido na Fonte.</p><p>o Alienação: 20% sobre o ganho líquido via DARF e não possuem o benefício de</p><p>isenção em vendas no valor de até R$ 20 mil por mês, como possuem as ações.</p><p>Ø RESPONSÁVEL PELO RECOLHIMENTO:</p><p>o Rendimentos e Amortização: administrador.</p><p>o Alienação: o investidor vendedor.</p><p>CFP - Certified Financial Planner 131</p><p>FII – Fundo de Investimento Imobiliário</p><p>Isenção e Compensação</p><p>As pessoas físicas, e somente elas, poderão possuir ISENÇÃO PARA OS RENDIMENTOS</p><p>(dividendos) nos fundos imobiliários, desde que o mesmo atenda as seguintes condições:</p><p>Ø O Fundo Imobiliário deverá possuir no mínimo 100 pessoas;</p><p>Ø As cotas devem ter negociação exclusivamente em bolsas de valores ou no</p><p>mercado de balcão organizado;</p><p>Ø A isenção somente ocorrerá para cotistas pessoas físicas que possuírem menos</p><p>de 10% das cotas emitidas ou cujas cotas lhe derem direitos ao recebimento de</p><p>rendimento menor que 10% do total de rendimentos auferidos pelo fundo. Desta</p><p>forma, cotistas que possuírem 10% OU MAIS SEMPRE SERÃO TRIBUTADOS pelas</p><p>regras gerais dos fundos imobiliários. Assim, poderemos ter no mesmo fundo</p><p>imobiliário cotistas com isenção sobre os rendimentos e outros cotistas sem isenção.</p><p>q OBS: por se tratar de alienação e não de resgate, perdas geradas pelas vendas de cotas</p><p>de FII em bolsa de valores, poderão ser compensadas em lucros advindos de alienações</p><p>de outros fundos imobiliários (não precisando ser do mesmo administrador, como ocorre</p><p>nos fundos abertos). Vale ressaltar também que fundos imobiliários não possuem isenção</p><p>de IR para vendas no valor de até R$ 20 mil, como ocorre com as ações.</p><p>CFP - Certified Financial Planner 132</p><p>FIDC – Fundo em Direitos Creditórios</p><p>Características</p><p>Como regra geral, os FIDCs seguem a regra tributária dos fundos de renda fixa, ou seja,</p><p>estão sujeitos ao Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) na distribuição de</p><p>rendimentos, amortização, resgate ou venda de cotas, aplicando-se uma alíquota</p><p>regressiva que varia de 22,5% a 15%, para quando for de longo prazo, e de 22,5% a 20%,</p><p>quando for tratado como curto prazo. Com a lei 14.754/23, tanto aqueles classificados</p><p>como regime aberto, quanto os de regime fechado, sofrerão a incidência do “come-cotas”.</p><p>No entanto, os FIDCs (tanto aberto, quanto fechados) poderão ficar com alíquota única de</p><p>15% na data da distribuição de rendimentos, amortização ou resgate de cotas e sem a</p><p>incidência do come-cotas, desde que atendam aos seguintes requisitos:</p><p>Ø serem entidades de investimento; e</p><p>Ø investirem no mínimo 67% de sua carteira em direitos creditórios.</p><p>Outro ponto interessante é que existem “FIDCs com Incentivo Fiscal”, onde a sua</p><p>captação de recursos tem como objetivo a implementar projetos de investimento na área</p><p>de infraestrutura, ou de produção econômica intensiva em pesquisa, desenvolvimento e</p><p>inovação, considerados como prioritários. Com isso, o cotista pessoa física será isento de</p><p>Imposto de Renda e o cotista pessoa jurídica, terá alíquota de 15% de IRRF.</p><p>CFP - Certified Financial Planner 133</p><p>Fundos de Índice (ETF)</p><p>Características</p><p>Os fundos de investimentos de índice (ETF) podem ser classificados de duas formas:</p><p>Ø ETF de Renda Variável: Composição idêntica aos fundos de ações, mas tributado</p><p>como se fossem ações (alíquota total de 15%, sendo recolhido através de DARF pelo</p><p>investidor e com IRRF de 0,005%). Detalhe: as pessoas físicas não possuem o</p><p>benefício de vendas de até R$ 20 mil por mês, como nas ações.</p><p>Ø ETF de Renda Fixa: Composição devendo ser por ativos financeiros que busquem</p><p>refletir as variações e a rentabilidade de índices de renda fixa e cujos regulamentos</p><p>determinem que suas carteiras sejam compostas, no mínimo, por 75% de ativos</p><p>financeiros que integrem o índice de renda fixa de referência. Já a sua tributação é</p><p>baseada no prazo médio da carteira com as seguintes alíquotas:</p><p>§ Prazo médio da carteira igual ou inferior a 180 dias: 25% de IR</p><p>§ Prazo médio da carteira entre 181 e 720 dias: 20% de IR</p><p>§ Prazo médio da carteira de 721 dias ou mais: 15% de IR</p><p>q OBS: Os ETFs de renda fixa não possuem IOF, e tão pouco come-cotas. Além disso, a</p><p>responsabilidade do recolhimento dependerá do fato gerador. Caso seja por alienação no</p><p>mercado secundário, a responsabilidade recairá sobre a instituição financeira que</p><p>intermediou a operação e caso seja por outro motivo, será pelo administrador do fundo.</p><p>CFP - Certified Financial Planner 134</p><p>Fundos de Investimentos</p><p>Desenquadramento Tributário</p><p>Os fundos de investimentos poderão mudar de classificação tributária (alíquota), da</p><p>mesma forma que poderiam ter mudanças na sua nomenclatura perante a CVM. Essas</p><p>mudanças ocorrem por desenquadramento das devidas regras por um certo período.</p><p>Importante compreendermos que para a CVM, para os fundos classificados como Renda</p><p>Fixa, Ações, Multimercado ou Cambial, o desenquadramento não poderá ultrapassar o</p><p>prazo máximo de 15 (quinze) dias consecutivos e também que não implique alteração do</p><p>tratamento tributário conferido ao fundo ou aos cotistas do fundo.</p><p>A Receita Federal (RFB), através da instrução normativa</p><p>RFB nº 1585 (e suas alterações),</p><p>definiu regras diferentes das definidas pela CVM. Veremos a seguir, as principais regras de</p><p>desenquadramento para os fundos de investimentos que serão de:</p><p>Ø Renda Fixa Longo Prazo para Curto Prazo;</p><p>Ø Fundos de Ações para Renda Fixa Longo Prazo ou Curto Prazo;</p><p>Ø Fundos de Índice de Renda Fixa.</p><p>CFP - Certified Financial Planner 135</p><p>Fundos de Investimentos</p><p>Desenquadramento: RF Longo Prazo</p><p>No caso de alteração da composição ou do prazo médio da carteira dos fundos de</p><p>investimento de longo prazo que implique modificação de seu enquadramento para fins</p><p>de determinação do regime tributário, serão observadas as seguintes disposições:</p><p>Ø O IR na fonte incidirá no último dia útil do mês de maio ou novembro</p><p>imediatamente posterior à ocorrência, à alíquota de 15% sobre o rendimento</p><p>produzido até o dia imediatamente anterior ao da alteração de condição, e à alíquota</p><p>de 20% sobre o rendimento produzido a partir do dia do desenquadramento;</p><p>Ø Caso haja resgate, a alíquota aplicável será aquela correspondente ao prazo da</p><p>aplicação para o rendimento produzido até o dia imediatamente anterior ao da</p><p>alteração de condição. Após, será aplicado a alíquota de curto prazo para o</p><p>rendimento produzido a partir do dia do desenquadramento.</p><p>O fundo de investimento de longo prazo, cujo prazo médio da carteira de títulos</p><p>permaneça igual ou inferior a 365 dias por mais de três vezes ou por mais de 45 dias, no</p><p>ano-calendário, ficará desenquadrado. Esse desenquadramento poderá ocorrer uma única</p><p>vez a cada ano-calendário, retornando ao enquadramento anterior a partir do 1º</p><p>(primeiro) dia do ano-calendário subsequente; e não implica em interrupção da contagem</p><p>do prazo original da aplicação.</p><p>CFP - Certified Financial Planner 136</p><p>Fundos de Investimentos</p><p>Desenquadramento: Ações</p><p>Os fundos de investimento em ações são aqueles cujo patrimônio líquido seja composto</p><p>por, no mínimo, 67% de ações negociadas no mercado à vista de bolsa de valores ou</p><p>entidade assemelhada, no País ou no exterior, na forma regulamentada pela CVM. Essa</p><p>composição deverá corresponder à média móvel dos percentuais diários, apurados para</p><p>40 dias úteis, com defasagem de 5 dias úteis, do valor das ações em relação ao patrimônio</p><p>líquido do fundo de investimento. Caso o fundo de ações (ou clube de investimento)</p><p>deixar de cumprir essas regras, ele será tributado, a partir desse momento, como renda</p><p>fixa longo prazo ou curto prazo, salvo no caso de, cumulativamente:</p><p>Ø A referida proporção não ultrapassar o limite de 50% (cinquenta por cento) do</p><p>total do patrimônio líquido</p><p>Ø A situação for regularizada no prazo máximo de 30 (trinta) dias; e</p><p>Ø O fundo ou clube não incorrer em nova hipótese de desenquadramento no</p><p>período de 12 (doze) meses subsequentes.</p><p>Caso de fato ocorre o desenquadramento e a mudança de tributação, esses fundos não</p><p>poderão ocorrer em nova alteração no período de doze meses subsequentes. Além disso,</p><p>esse desenquadramento não implica em interrupção da contagem do prazo original da</p><p>aplicação.</p><p>CFP - Certified Financial Planner 137</p><p>Fundos de Investimentos</p><p>Desenquadramento: ETF Renda Fixa</p><p>Os Fundos de Índice de Renda Fixa que descumprirem o percentual mínimo de</p><p>composição, ficarão sujeitos à incidência do imposto sobre a renda à alíquota de 30%</p><p>(trinta por cento) durante o prazo do descumprimento, ao invés da tributação pelo prazo</p><p>médio da carteira do fundo (até 180 dias, 25%; de 181 a 720, 20%; 721 dias ou mais,</p><p>15%), devendo possuir no mínimo 75% de ativos de renda fixa.</p><p>No caso de alteração do prazo médio de repactuação da carteira dos Fundos de Índice de</p><p>Renda Fixa que implique modificação de seu enquadramento para fins de determinação</p><p>do regime tributário, será aplicada a alíquota correspondente ao prazo médio de</p><p>repactuação do fundo até o dia imediatamente anterior ao da alteração da condição,</p><p>sujeitando-se os rendimentos auferidos a partir de então à alíquota correspondente ao</p><p>novo prazo médio de repactuação. Essa regra será aplicada quando:</p><p>Ø Da distribuição de qualquer valor pelo Fundo de Índice de Renda Fixa; ou</p><p>Ø Do resgate de cotas do Fundo de Índice de Renda Fixa.</p><p>CFP - Certified Financial Planner 138</p><p>Fundos de Investimentos</p><p>Informações Relevantes</p><p>Como a classificação para a receita federal é diferente da classificação da CVM para</p><p>fundos de investimentos, é importante salientar alguns pontos relevantes:</p><p>Ø Fundo Cambial: tributado como renda fixa.</p><p>Ø Fundo Multimercado: depende da constituição da carteira, mas em geral é aberto</p><p>e tributado como renda fixa de longo prazo.</p><p>Ø FIP (Fundo de Investimentos em Participações): Tributado como fundo de ações,</p><p>exceto os FIPs que possuem isenção para pessoa física (FIP-IE e FIP-PD&I).</p><p>Ø Fundos de Investimentos em Debêntures Incentivas: os cotistas pessoas físicas de</p><p>fundos de renda fixa que investirem um percentual mínimo de 85% (oitenta e cinco</p><p>por cento) de patrimônio líquido representado por direitos creditórios, e a parcela</p><p>restante por títulos públicos federais, operações compromissadas lastreadas em</p><p>títulos públicos federais ou cotas de fundos de investimento que invistam em títulos</p><p>públicos federais, serão ISENTOS DE IMPOSTO DE RENDA.</p><p>ØIOF: Sua cobrança funciona exatamente igual aos ativos de renda fixa: tabela</p><p>regressiva, zerando no 30º dia. Importante salientar que os fundos de ações NÃO</p><p>possuem IOF.</p><p>CFP - Certified Financial Planner 139</p><p>Carteira Administrada</p><p>Conceito</p><p>A Carteira Administrada É UM SERVIÇO DE GESTÃO de investimentos no qual o investidor</p><p>contrata um gestor para cuidar especificamente dos seus recursos, desde a estratégia de</p><p>alocação até o rebalanceamento (compra e venda de cada ativo que compõe a carteira).</p><p>Desta forma, a tributação é a mesma de uma pessoa física sem este serviço, mantendo</p><p>todos os benefícios de isenção de IR de produtos de Renda Fixa (LCI, LCA, CRI, CRA...) e do</p><p>limite de venda de até R$ 20.000,00 por mês em ações. Além disso, a carteira</p><p>administrada é moldada para as necessidades de cada cliente, sem ter que seguir regras</p><p>rígidas como as da classificação de fundos.</p><p>Portanto, diferentemente de aplicar em fundos de investimentos, na Carteira</p><p>Administrada o cliente é proprietário dos ativos diretamente e não das cotas, como</p><p>ocorre nos fundos. Outro ponto importante, é que a Carteira Administrada permite tanto</p><p>a Gestão Discricionária (gestor toma as decisões sem consultar o cliente), quanto a Não</p><p>Discricionária (quando há participação do cliente na tomada de decisão), tendo também</p><p>um maior grau de liberdade para trabalhar derivativos.</p><p>Capítulo 5:</p><p>Tributação dos Investimentos Realizados</p><p>por Brasileiros no Exterior</p><p>140</p><p>CFP - Certified Financial Planner 141</p><p>Rendimentos auferidos no exterior</p><p>Introdução</p><p>O inciso XV do artigo 5º da Constituição Federal garante “a livre locomoção no território</p><p>nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar,</p><p>permanecer ou dele SAIR COM SEUS BENS”, ou seja, trata-se do direito de ir e vir, não só</p><p>para pessoas, mas também para seus bens. Mas como uma pessoa física investir no</p><p>exterior então? Diante dessa pergunta, as duas formas são:</p><p>Ø Investimentos dentro do Brasil, como por exemplo, BDRs ou fundos de</p><p>investimentos regidos pela CVM;</p><p>Ø Investimentos fora do Brasil, podendo ser através da própria pessoa física, como</p><p>por exemplo, adquirindo títulos públicos americanos, ações ou imóveis; ou através</p><p>de estruturas de investimentos, como por exemplo, offshores (empresas no exterior)</p><p>ou trusts.</p><p>CFP - Certified Financial Planner 142</p><p>Rendimentos auferidos no exterior</p><p>Legislação</p><p>Com relação a tributação dos rendimentos auferidos no exterior por Residentes no Brasil,</p><p>serão tratados duas principais Leis, que são:</p><p>Ø Lei 14.754/23: Esta lei dispõe sobre a tributação de aplicações em fundos de</p><p>investimento no País e da renda auferida por pessoas físicas residentes no País em</p><p>aplicações financeiras, entidades controladas e trusts no exterior. Após a sua</p><p>aprovação, a RFB publicou a Instrução</p><p>Normativa 2180/24 para tratar sobre o tema.</p><p>Ø Lei 8.981/95: Dispõe sobre a renda e os proventos de qualquer natureza, inclusive</p><p>os rendimentos e ganhos de capital, percebidos por pessoas físicas residentes ou</p><p>domiciliadas no Brasil. Desta forma, os ganhos de capital percebidos pela pessoa</p><p>física residente no País na alienação, na baixa ou na liquidação de bens e direitos</p><p>localizados no exterior que não constituam aplicações financeiras no exterior nos</p><p>termos desta Lei 14.754/23, são tratadas na Lei 8.981/95, como por exemplo, os</p><p>rendimentos por ganho de capital na alienação de imóveis e nos recebimentos de</p><p>alugueis.</p><p>Vale ressaltar que iremos tratar nesse capítulo, apenas da tributação dos RESIDENTES no</p><p>Brasil e com relação aos rendimentos recebidos no exterior, excluindo portanto, a</p><p>tributação dos não residentes e também excluindo a tributação de ativos no Brasil.</p><p>CFP - Certified Financial Planner 143</p><p>Lei 14.754/23 - Tributação de Rendimentos no exterior</p><p>Disposições Gerais</p><p>A pessoa física residente no País declarará, de forma separada dos demais rendimentos e</p><p>dos ganhos de capital, na Declaração de Ajuste Anual (DAA), os rendimentos do capital</p><p>aplicado no exterior, nas modalidades de aplicações financeiras e de lucros e dividendos</p><p>de entidades controladas. Esses rendimentos ficarão sujeitos à incidência do Imposto</p><p>sobre a Renda das Pessoas Físicas (IRPF), no ajuste anual, à alíquota de 15% (quinze por</p><p>cento) sobre a parcela anual dos rendimentos, hipótese em que não será aplicada</p><p>nenhuma dedução da base de cálculo.</p><p>Vale destacar que a variação cambial de depósitos em conta-corrente ou em cartão de</p><p>débito ou crédito no exterior não ficará sujeita à incidência do IRPF, desde que os</p><p>depósitos não sejam remunerados e sejam mantidos em instituição financeira no exterior</p><p>reconhecida e autorizada a funcionar pela autoridade monetária do país em que estiver</p><p>situada. A Instrução Normativa esclarece que também não está sujeita à incidência do</p><p>IRPF a utilização, inclusive o saque em espécie, dos recursos financeiros do depósito em</p><p>moeda estrangeira em conta corrente ou em cartão de débito ou crédito no exterior.</p><p>Outro ponto interessante, é que a lei retirou a isenção nas alienações no exterior em até</p><p>R$ 35.000,00 que se tinha para a pessoa física.</p><p>CFP - Certified Financial Planner 144</p><p>Lei 14.754/23 - Tributação de Rendimentos no exterior</p><p>Moeda Estrangeira em Espécie</p><p>Já com relação à MOEDA ESTRANGEIRA MANTIDA EM ESPÉCIE, a variação cambial não</p><p>ficará sujeita à incidência do IRPF até o limite de alienação de moeda no ano-calendário</p><p>equivalente a US$ 5.000,00 (cinco mil dólares americanos). Os valores isentos</p><p>decorrentes da não incidência do IRPF sobre a variação cambial de moeda estrangeira em</p><p>espécie devem ser informados na ficha “Rendimentos Isentos e Não-Tributáveis da DAA”.</p><p>Os ganhos de variação cambial percebidos na alienação de moeda estrangeira em espécie</p><p>cujo valor de alienação exceder o limite dos US$ 5.000,00, devem ser apurados</p><p>mensalmente, pagos até o último dia útil do mês seguinte ao da alienação e estão sujeitos</p><p>às alíquotas progressivas que variam de 15% a 22,5%.</p><p>A partir do mês em que as alienações superem os US$ 5.000,00, a tributação da variação</p><p>cambial incidirá sobre seu valor integral, sendo que o ganho de variação cambial</p><p>correspondente a cada alienação será a diferença positiva, em reais, entre o valor de</p><p>alienação e o respectivo custo de aquisição. Além disso, a cotação a ser utilizada para</p><p>converter os valores em moeda estrangeira em moeda nacional é a cotação de</p><p>fechamento da moeda estrangeira divulgada, para venda, pelo Banco Central do Brasil,</p><p>para a data do fato gerador.</p><p>CFP - Certified Financial Planner 145</p><p>Lei 14.754/23 - Tributação de Rendimentos no exterior</p><p>Aplicações financeiras no exterior</p><p>Os rendimentos auferidos em aplicações financeiras no exterior pelas pessoas físicas</p><p>residentes no País serão tributados da formata citada. Para elucidar, a lei define:</p><p>Ø APLICAÇÕES FINANCEIRAS NO EXTERIOR: quaisquer operações financeiras fora do</p><p>País, incluídos, de forma exemplificativa, depósitos bancários remunerados,</p><p>certificados de depósitos remunerados, ativos virtuais, carteiras digitais ou contas-</p><p>correntes com rendimentos, instrumentos financeiros, apólices de seguro cujo</p><p>principal e cujos rendimentos sejam resgatáveis pelo segurado ou pelos seus</p><p>beneficiários, títulos de renda fixa e de renda variável, derivativos e participações</p><p>societárias, com exceção daquelas tratadas como entidades controladas no exterior,</p><p>incluindo os direitos de aquisição.</p><p>Ø RENDIMENTOS: remuneração produzida pelas aplicações financeiras no exterior,</p><p>incluídos, de forma exemplificativa, variação cambial da moeda estrangeira ou</p><p>variação da criptomoeda em relação à moeda nacional, rendimentos em depósitos</p><p>em carteiras digitais ou contas-correntes remuneradas, juros, prêmios, comissões,</p><p>ágio, deságio, participações nos lucros, dividendos e ganhos em negociações no</p><p>mercado secundário, inclusive ganhos na venda de ações das entidades não</p><p>controladas em bolsa de valores no exterior.</p><p>CFP - Certified Financial Planner 146</p><p>Lei 14.754/23 - Tributação de Rendimentos no exterior</p><p>Imposto pago no Exterior em Aplicações Financeiras</p><p>As pessoas físicas que declararem os rendimentos poderão deduzir do IRPF devido o</p><p>imposto sobre a renda pago no país de origem dos rendimentos, quando:</p><p>Ø estiver prevista a compensação em acordo, tratado ou convenção internacionais</p><p>firmado com o país de origem dos rendimentos, com a finalidade de evitar a dupla</p><p>tributação; ou</p><p>Ø haja reciprocidade de tratamento em relação aos rendimentos produzidos no País.</p><p>Os principais pontos a serem observados sobre essa dedução são:</p><p>Ø A dedução não poderá exceder a diferença entre o IRPF calculado com a inclusão</p><p>do respectivo rendimento e o IRPF devido sem a sua inclusão;</p><p>Ø O imposto pago no exterior será convertido de moeda estrangeira para moeda</p><p>nacional por meio da utilização da cotação de fechamento da moeda estrangeira</p><p>divulgada, para compra, pelo Bacen, para o dia do pagamento do imposto no exterior;</p><p>Ø O imposto pago no exterior sobre o rendimento de uma aplicação financeira não</p><p>poderá ser utilizado para deduzir o IRPF incidente sobre o rendimento de outra</p><p>aplicação financeira, ou sobre o lucro ou dividendo de uma entidade controlada;</p><p>Ø O imposto pago no exterior não deduzido no ano-calendário não poderá ser</p><p>deduzido do IRPF devido em anos-calendários posteriores ou anteriores.</p><p>CFP - Certified Financial Planner 147</p><p>Pedro comprou 1.000 ações no exterior a U$ 25,00 cada, no qual fez uma remessa de</p><p>R$ 100 mil com a cotação de R$ 4,00 por dólar. Tempos depois, ele decide vender todas as</p><p>ações por 50 mil dólares. Sabendo que a cotação vigente na venda das ações, o dólar</p><p>estava em R$ 3,00 e que ele não repatriou este valor, qual o IR devido?</p><p>q RESPOSTA: Dois pontos interessantes: tanto a não repatriação, quanto a origem dos</p><p>recursos são irrelevante para o imposto de renda. Já com relação ao cálculo, devemos</p><p>resolver toda a operação com base em reais:</p><p>§ IR = Base Tributária (lucro) × Alíquota</p><p>o Base Tributária (lucro) = Venda – Aquisição</p><p>o Base Tributária (lucro) = (50 mil dólares x 3,00) – (R$ 100.000,00)</p><p>o Base Tributária (lucro) = (R$ 150.000,00) – (R$ 100.000,00)</p><p>o Base Tributária (lucro) = R$ 50.000,00</p><p>§ IR = R$ 50.000,00 x 15%</p><p>§ IR = R$ 7.500,00</p><p>Lei 14.754/23 - Tributação de Rendimentos no exterior</p><p>Aplicações Financeiras: Exemplo</p><p>CFP - Certified Financial Planner 148</p><p>Lei 14.754/23 - Tributação de Rendimentos no exterior</p><p>Entidades Controladas no Exterior</p><p>Os investimentos de pessoas físicas no exterior podem ser organizados por meio de</p><p>estruturas como offshores, fundos de investimento, fundações e trusts. Nessas</p><p>configurações, o contribuinte brasileiro controla os recursos, decidindo onde investir e</p><p>quando liquidar os ativos. Os rendimentos podiam ser mantidos no exterior por anos sem</p><p>serem distribuídos ao sócio no Brasil, adiando a tributação</p><p>de bens do</p><p>doador, a definir pelo próprio doador.</p><p>Desta forma, para o mesmo fato gerador, poderemos ter duas bases de cálculos distintas!</p><p>Conceito de Tributo</p><p>Conceito: Base de Cálculo</p><p>CFP - Certified Financial Planner 11</p><p>A ALÍQUOTA é o percentual ou o valor com que um tributo incide sobre o valor de algo</p><p>tributado. Será percentual quando a base de cálculo for um valor econômico, e será um</p><p>valor quando a base de cálculo for uma unidade não monetária, por exemplo,</p><p>contribuição de melhoria.</p><p>Vale ressaltar, que para um mesmo fato gerador, a alíquota pode ser maior ou menor,</p><p>simplesmente por causa da BASE TRIBUTÁRIA ou por causa do fator tempo. Por exemplo,</p><p>quanto mais uma pessoa física recebe de salário, maior será o percentual cobrado pelo</p><p>governo. Já em relação ao tempo, isto ocorre nas aplicações de renda fixa (tabela</p><p>regressiva) e na previdência privada quando escolhida a tabela definitiva (regressiva).</p><p>Conceito de Tributo</p><p>Conceito: Alíquota</p><p>!"#$%&$ = ()%* ,-./0&á-.) 2 (45í70$&))</p><p>Sobre qual valor</p><p>será cobrado</p><p>Qual percentual</p><p>será cobrado</p><p>CFP - Certified Financial Planner 12</p><p>Quando surge um tributo, nos temos o SUJEITO ATIVO (quem receberá o crédito) e o</p><p>SUJEITO PASSIVO (quem pagará o tributo). O SUJEITO ATIVO da obrigação sempre será a</p><p>pessoa jurídica de direito público, titular da competência para exigir o seu cumprimento,</p><p>ou seja, o Governo, lembrando que “Governo” pode ser a União, o Estado, o Distrito</p><p>Federal ou o Município.</p><p>Já o SUJEITO PASSIVO da obrigação principal é a pessoa obrigada ao pagamento de</p><p>tributo ou penalidade pecuniária. Vale ressaltar que sujeito passivo da obrigação principal</p><p>pode ser o (I) próprio contribuinte, quando tenha relação pessoal e direta com a situação</p><p>que constitua o respectivo fato gerador; ou (II) o responsável, quando, sem revestir a</p><p>condição de contribuinte, sua obrigação decorra de disposição expressa de lei. Este</p><p>segundo caso ocorre, por exemplo, em doações no qual o donatário (quem recebe o</p><p>bem), mora no exterior, sendo o doador o responsável pelo recolhimento do tributo.</p><p>Vale também ressaltar que SUJEITO PASSIVO não significa quem é o responsável pelo</p><p>recolhimento, mas sim, de quem será cobrado financeiramente o tributo.</p><p>Conceito de Tributo</p><p>Conceito: Sujeito da Relação Tributária</p><p>CFP - Certified Financial Planner 13</p><p>A OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA surge a partir do fato gerador, e nada mais é que a obrigação</p><p>do pagamento do tributo pelo sujeito passivo ao sujeito ativo, caso contrário, surge a</p><p>penalidade pecuniária (multa). No entanto, essas obrigações são classificadas pelo CTN</p><p>(Código Tributário Nacional), como sendo:</p><p>Ø Obrigação Principal: É a situação definida em lei e surge com a ocorrência do fato</p><p>gerador, tendo por finalidade o pagamento de tributo ou penalidade pecuniária e</p><p>extingue-se juntamente com crédito dela decorrente.</p><p>Ø Obrigação acessória: A obrigação é acessória quando, por força de lei, a prestação</p><p>a ser cumprida é a de fazer ou não fazer alguma coisa, ou permitir que ela seja feita</p><p>pelo Fisco, tudo no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos (artigo</p><p>113, § 2, do CTN). Desta forma, independentemente de ser exigido ou não o</p><p>cumprimento de obrigação principal, o contribuinte é sempre obrigado a cumprir a</p><p>obrigação acessória. Exemplos: escrituração das operações de circulação de</p><p>mercadoria (notas fiscais), sujeitas ao ICMS, e apuração do respectivo saldo devedor</p><p>(ou credor) nos livros fiscais.</p><p>Conceito de Tributo</p><p>Conceito: Obrigação Tributária</p><p>CFP - Certified Financial Planner 14</p><p>Rafael investe na bolsa de valores e no dia 20 de maio de 2020 ele vendeu suas ações,</p><p>tendo um lucro de R$ 100.000,00 naquele mês. Com isso, devemos agora fazer as cinco</p><p>perguntas do FATO GERADOR (TEMPQ) e identificar todos os conceitos elencados até o</p><p>momento:</p><p>Ø CRITÉRIO TEMPORAL: Quando ocorreu? O Imposto de Renda não surgiu no dia da</p><p>venda das ações, mas sim, no encerramento do mês, pois o ganho de capital nas</p><p>ações surge com o somatório de lucros e prejuízos auferidos por mês.</p><p>Ø CRITÉRIO ESPACIAL: Onde ocorreu? Neste caso, o local é o Brasil.</p><p>Ø CRITÉRIO MATERIAL: Qual o motivo do fato gerador? O tributo que surge neste</p><p>caso é o Imposto de Renda, por ele ter tido um ganho de capital.</p><p>Ø CRITÉRIO PESSOAL: Quem recebe & Quem paga? Quem é o sujeito ativo e o</p><p>sujeito passivo? O Sujeito Ativo é a União e o Sujeito Passivo é o próprio investidor,</p><p>que neste caso, também é o responsável por recolher o imposto.</p><p>Ø CRITÉRIO QUANTITATIVO: Qual o valor a ser pago? Por se tratar de ganho de</p><p>capital em ações, a base tributária será o lucro e a alíquota será de 15%. Com isso, o</p><p>valor a ser pago será de R$ 15.000,00.</p><p>Conceito de Tributo</p><p>Exemplo</p><p>CFP - Certified Financial Planner 15</p><p>Classificação quanto a Espécie</p><p>O Tributo poderá ser classificado quanto a espécie, em cinco tipos. São elas:</p><p>Ø IMPOSTOS: Este tributo sempre terá BASE DE CÁLCULO e sua obrigação tem por</p><p>fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica,</p><p>relativa ao contribuinte. Exemplo: IPTU, IPVA e o Imposto de Renda.</p><p>Ø TAXAS: Este tributo TEM PREÇO ESPECÍFICO e o fato gerador é o exercício regular</p><p>do poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público</p><p>específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição. Um</p><p>exemplo de Poder de Polícia seria a Taxa de Fiscalização de Anúncios; e de Taxas pela</p><p>utilização de serviços públicos, a coleta de lixo.</p><p>Ø CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIA: A contribuição de melhoria cobrada pela União,</p><p>pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas</p><p>respectivas atribuições, é INSTITUÍDA PARA FAZER FACE AO CUSTO DE OBRAS</p><p>PÚBLICAS DE QUE DECORRA VALORIZAÇÃO IMOBILIÁRIA. Basicamente, quando o</p><p>governo realiza uma obra que aumenta o valor dos imóveis na região, ele pode</p><p>cobrar dos proprietários uma taxa proporcional ao benefício recebido. Os exemplos</p><p>mais comum são obras decorrentes de asfaltamento de ruas, saneamento básico e</p><p>instalação de rede elétrica.</p><p>Conceito de Tributo</p><p>CFP - Certified Financial Planner 16</p><p>Classificação quanto a Espécie</p><p>Continuação da classificação quanto a ESPÉCIE:</p><p>Ø CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS: Compete exclusivamente à União instituir contribuições</p><p>sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias</p><p>profissionais ou econômicas, como instrumento de sua atuação nas respectivas</p><p>áreas. A exceção será referente cobrança para o custeio do serviço de iluminação</p><p>pública, que poderá ser feito por Municípios e o Distrito Federal. Estes tributos</p><p>também são conhecidos como parafiscais e possuem as seguintes subdivisões:</p><p>§ Contribuições de Seguridade Social (CSLL, INSS, PIS, COFINS, etc);</p><p>§ Contribuições de Intervenção no Domínio Econômico (CIDE);</p><p>§ Contribuições de Interesse das Categorias Profissionais ou Econômica; e</p><p>§ Contribuição para Custeio do Serviço de Iluminação Pública (COSIP).</p><p>Ø EMPRÉSTIMOS COMPULSÓRIOS: São tributos que, além de destinação</p><p>constitucional específica, são restituíveis. Significa que são arrecadados em caráter</p><p>provisório pelo Estado, para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de</p><p>calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência ou o caso de investimento</p><p>público de caráter urgente e de relevante interesse nacional, respeitado o princípio</p><p>da anualidade.</p><p>Conceito de Tributo</p><p>CFP - Certified Financial Planner 17</p><p>1</p><p>1.2 Princípios Tributários</p><p>17</p><p>CFP - Certified Financial Planner 18</p><p>Princípios Tributários</p><p>Conceito</p><p>Os princípios são linhas gerais aplicadas a determinada área do direito, constituindo as</p><p>bases e determinando as estruturas em que se assentam institutos e normas jurídicas,</p><p>sendo de grande importância e aplicação na área do Direito Tributário. Assim sendo, os</p><p>princípios são as proposições básicas, fundamentais, típicas que condicionam todas as</p><p>estruturas subsequentes. É de suma importância compreender os princípios tributários,</p><p>até mesmo para que o contribuinte possa se defender perante eventual abuso por</p><p>OPACAS são mais adequadas para investidores que:</p><p>Ø Buscam um regime simplificado para declarar seus bens no exterior.</p><p>Ø Têm uma carteira de investimentos com alto volume de transações (juros,</p><p>dividendos, compras e vendas de ativos).</p><p>Ø Mantêm uma carteira de investimentos amplamente diversificada (com mais de 10</p><p>ativos, por exemplo).</p><p>Ø Possuem financiamentos ou empréstimos na estrutura offshore.</p><p>Ø Investem em países que não têm acordo de bitributação com o Brasil.</p><p>Ø Estão preocupados com a desvalorização do real em relação a outras moedas.</p><p>Já as ESTRUTURAS TRANSPARENTES são mais adequadas para investidores que:</p><p>Ø Têm uma carteira de investimentos com baixo volume de transações.</p><p>Ø Não possuem uma estrutura de investimentos muito diversificada.</p><p>Ø Mantêm uma carteira de investimentos simplificada e de baixa liquidez (como</p><p>Private Equity, Bonds e títulos públicos de longo prazo).</p><p>Ø Preferem evitar a tributação anual sobre ganhos não realizados.</p><p>q OBS: Os itens citados acima são pontos que tendem a levar para as devidas estruturas.</p><p>No entanto, não deve ser levado como “regra geral”.</p><p>CFP - Certified Financial Planner 157</p><p>Lei 14.754/23 - Tributação de Rendimentos no exterior</p><p>Trusts no Exterior</p><p>Antes de falarmos sobre a tributação do imposto de renda sobre Trust no Exterior, iremos</p><p>primeiramente definir sete conceitos:</p><p>Ø Trust: figura contratual regida por lei estrangeira que dispõe sobre a relação</p><p>jurídica entre o instituidor, o trustee e os beneficiários quanto aos bens e direitos</p><p>indicados na escritura do trust;</p><p>Ø Instituidor (settlor): pessoa física que, por meio da escritura do trust, destina</p><p>bens e direitos de sua titularidade para formar o trust;</p><p>Ø Administrador do trust (trustee): pessoa física ou jurídica com dever fiduciário</p><p>sobre os bens e direitos objeto do trust, responsável por manter e administrar esses</p><p>bens e direitos de acordo com as regras da escritura do trust e, se existente, da carta</p><p>de desejos;</p><p>Ø Beneficiário (beneficiary): uma ou mais pessoas indicadas para receber do trustee</p><p>os bens e direitos objeto do trust, acrescidos dos seus frutos, de acordo com as</p><p>regras estabelecidas na escritura do trust e, se existente, na carta de desejos;</p><p>Ø Distribuição (distribution): qualquer ato de disposição de bens e direitos objeto</p><p>do trust em favor do beneficiário, tal como a disponibilização da posse, o usufruto e</p><p>a propriedade de bens e direitos;</p><p>CFP - Certified Financial Planner 158</p><p>Lei 14.754/23 - Tributação de Rendimentos no exterior</p><p>Trusts no Exterior</p><p>Continuando o nosso “glossário de trust”:</p><p>Ø Escritura do trust (trust deed ou declaration of trust): ato escrito de manifestação</p><p>de vontade do instituidor que rege a instituição e o funcionamento do trust e a</p><p>atuação do trustee, incluídas as regras de manutenção, de administração e de</p><p>distribuição dos bens e direitos aos beneficiários, além de eventuais encargos,</p><p>termos e condições;</p><p>Ø Carta de desejos (letter of wishes): ato suplementar que pode ser escrito pelo</p><p>instituidor em relação às suas vontades que devem ser executadas pelo trustee e que</p><p>pode prever regras de funcionamento do trust e de distribuição de bens e direitos</p><p>para os beneficiários, entre outras disposições.</p><p>Ø Trust Revogável: o settlor transfere os seus bens à estrutura, mas pode, a qualquer</p><p>momento, voltar atrás e reaver o patrimônio para si em vida</p><p>Ø Trust Irrevogável: o detentor do patrimônio não tem o direito de desistir do trust,</p><p>ou seja, no momento em que a estrutura é formada, o settlor deixa de ser</p><p>proprietário dos bens que transferiu. Com isso, os bens serão automaticamente</p><p>transmitidos aos beneficiários, nos termos estabelecidos pelo trust gerando ITCMD.</p><p>CFP - Certified Financial Planner 159</p><p>Lei 14.754/23 - Tributação de Rendimentos no exterior</p><p>Trusts no Exterior</p><p>Para fins do disposto nesta Lei, os bens e direitos objeto de trust no exterior serão</p><p>considerados da seguinte forma:</p><p>Ø TRUST REVOGÁVEL: permanecerão sob titularidade do instituidor após a</p><p>instituição do trust. Desta forma, o instituidor (settlor) detém os ativos e será</p><p>responsável pela declaração e recolhimento dos tributos.; e</p><p>Ø TRUST IRREVOGÁVEL: passarão à titularidade do beneficiário no momento da</p><p>distribuição pelo trust para o beneficiário ou do falecimento do instituidor, o que</p><p>ocorrer primeiro. Neste caso, os beneficiários serão reconhecidos como titulares dos</p><p>ativos devendo ser recolhido ITCD no momento da sua constituição.</p><p>Com relação a tributação, a mudança de titularidade sobre o patrimônio do trust será</p><p>considerada como transmissão a título gratuito pelo instituidor para o beneficiário e</p><p>consistirá em doação, se ocorrida durante a vida do instituidor, ou em transmissão causa</p><p>mortis, se decorrente do falecimento do instituidor.</p><p>Já com relação ao imposto de renda, a lei trata o trust como um entidade controlada com</p><p>regime transparente, ou seja, os rendimentos e ganhos de capital serão tributados pela</p><p>pessoa física que for considerada titular do patrimônio na data do fato gerador em 15%.</p><p>CFP - Certified Financial Planner 160</p><p>Lei 14.754/23 - Tributação de Rendimentos no exterior</p><p>Trusts versus Offshores</p><p>Como vimos, as estruturas de trust e offshore representam alternativas para a gestão de</p><p>patrimônio no exterior, cada uma com suas particularidades e benefícios específicos. Um</p><p>trust é fundamentado em um contrato entre o detentor do patrimônio, o administrador e</p><p>os beneficiários, visando proteger os bens e reduzir a carga tributária ao transferi-los aos</p><p>beneficiários. Por outro lado, uma offshore é uma entidade jurídica mais complexa,</p><p>focada não apenas na gestão patrimonial, mas também em benefícios fiscais e transações</p><p>comerciais internacionais.</p><p>A escolha entre trust e offshore depende dos objetivos individuais de cada investidor. Se o</p><p>objetivo principal é a proteção dos bens e sua transferência eficiente aos beneficiários,</p><p>um trust pode ser mais adequado. No entanto, se há interesse em benefícios fiscais e</p><p>operações comerciais internacionais, uma offshore oferece mais opções. Em alguns casos,</p><p>ambas as estruturas podem ser combinadas para otimizar a gestão de recursos no</p><p>exterior. Contudo, é fundamental buscar orientação especializada para evitar possíveis</p><p>prejuízos decorrentes de uma escolha inadequada de estrutura financeira.</p><p>CFP - Certified Financial Planner 161</p><p>Lei 14.754/23 - Tributação de Rendimentos no exterior</p><p>Compensação de Perdas</p><p>A pessoa física residente no País poderá compensar as perdas realizadas em aplicações</p><p>financeiras no exterior, quando devidamente comprovadas por documentação hábil e</p><p>idônea, com rendimentos auferidos em aplicações financeiras no exterior no mesmo</p><p>período de apuração. Caso o valor das perdas, no período de apuração, supere o dos</p><p>ganhos, a diferença poderá ser compensada com lucros e dividendos de entidades</p><p>controladas no exterior que tenham sido computados na DAA no mesmo período de</p><p>apuração.</p><p>Caso no final do período de apuração haja acúmulo de perdas não compensadas, estas</p><p>poderão ser compensadas com rendimentos em aplicações financeiras no exterior e/ou</p><p>lucros e dividendos de entidades controladas no exterior em períodos de apuração</p><p>posteriores. Essas perdas poderão ser compensadas uma única vez, pelo seu valor</p><p>nominal, sem correção ou atualização monetária ou de qualquer natureza.</p><p>CFP - Certified Financial Planner 162</p><p>Lei 8.981/95 - Tributação de rendimentos em geral</p><p>Tributação nas demais operações</p><p>Os demais investimentos que ocorrerem no exterior seguirão a tributação normal, como</p><p>por exemplo, investimentos em imóveis, joias, veículos, entre outros. O imposto de renda</p><p>devido, deverá ser recolhido sempre no mês posterior ao fato gerador. No entanto,</p><p>podemos ter dois tipos de recolhimento, que são:</p><p>Ø GANHO DE CAPITAL NA ALIENAÇÃO DE BENS & DIREITOS: Temos como exemplo a</p><p>alienação de um imóvel no exterior. Nesse caso, seguirá a tabela progressiva do</p><p>ganho de capital de 15% até 22,5%, devendo o imposto ser recolhido no mês</p><p>seguinte ao da alienação. conforme abaixo:</p><p>§ 15,00% sobre os ganhos de até R$ 5 milhões;</p><p>§ 17,50% sobre os ganhos que excederem R$ 5 milhões até R$ 10 milhões;</p><p>§ 20,00% sobre os ganhos que excederem R$ 10 milhões até R$ 30 milhões;</p><p>§ 22,50% sobre os ganhos que excederem R$ 30 milhões.</p><p>Ø RENDIMENTOS TRIBUTÁVEIS COMPENSÁVEIS: Podemos trazer como exemplo, os</p><p>rendimentos dos alugueis dos imóveis. Nesse caso, a tributação será através da</p><p>tabela progressiva de 0 a 27,5% (CARNE-LEÃO), com ajuste na declaração anual.</p><p>Vale ressaltar que os lucros nessas operações não se comunicam com os lucros e prejuízos</p><p>das operações citadas na Lei 14.754/23.</p><p>CFP - Certified Financial Planner 163</p><p>Declaração Obrigatório ao Bacen</p><p>Capitais Brasileiros no Exterior (CBE)</p><p>É um documento eletrônico que dever entregue, anualmente e obrigatoriamente, por</p><p>toda pessoa física ou pessoa jurídica, que detenha ativos no exterior (bens, direitos e</p><p>valores) acima de U$ 1.000.000,00 (um milhão de dólares) em 31 de dezembro. Caso</p><p>essa soma ultrapasse U$ 100.000.000,00 (cem milhões de dólares), a CBE deve ser</p><p>entregue trimestralmente. Vale ressaltar que a declaração é baseada no VALOR DE</p><p>MERCADO dos bens e direitos no exterior.</p><p>Caso haja irregularidades, a multa pode chegar até 250 mil reais, podendo ser aumentada</p><p>em 50% em alguns casos. Os motivos podem ser:</p><p>Ø Atraso na declaração;</p><p>Ø Não declaração;</p><p>Ø Falta de comprovação da informação fornecida; ou</p><p>Ø Declaração falsa.</p><p>Capítulo 6:</p><p>Planejamento Tributário</p><p>164</p><p>CFP - Certified Financial Planner 165</p><p>Planejamento Tributário</p><p>Conceito</p><p>PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO é o estudo feito preventivamente de fatos administrativos,</p><p>pesquisando-se os seus efeitos jurídicos e econômicos a as alternativas legais, ou sejam</p><p>ANTES de ocorrer o fato gerador do tributo. Este termo é utilizado para definir</p><p>procedimentos que proporcionam a economia legal de imposto.</p><p>Estes procedimentos podem formar uma verdadeira engenharia tributária, enriquecidos</p><p>por projetos de elevada complexidade, envolvendo aspectos fiscais, contábeis,</p><p>financeiros, societários e jurídicos.</p><p>O planejamento tributário, como maneira de redução de custos em um país onde a carga</p><p>tributária é uma das maiores do planeta, não pode ser considerado como uma</p><p>desonestidade do contribuinte, mas sim, como uma maneira desesperada de buscar a</p><p>sobrevivência em um mercado cada vez mais concorrido.</p><p>CFP - Certified Financial Planner 166</p><p>Planejamento Tributário</p><p>Evasão Fiscal</p><p>A EVASÃO FISCAL, também chamada de Sonegação Fiscal, é um CRIME apresenta-se</p><p>quando a pessoa tenta reduzir o valor real da operação, adulterando documentos oficiais,</p><p>omitindo rendimentos, entre outros casos ilegais.</p><p>Isso pode ocorrer de duas formas: a primeira, quando se utiliza meios ilícitos antes do fato</p><p>gerador do tributo ocorrer, como por exemplo, dividir uma empresa em pequenas</p><p>empresas para que a empresa não seja enquadrada no Lucro Real (que possui alíquota de</p><p>PIS/COFINS superiores que o Lucro Presumido), apenas para pagar menos imposto, sem</p><p>ter um propósito negocial. A outra maneira é quando utiliza meios ilícitos depois do fato</p><p>gerador do tributo ocorrer, como por exemplo, uma padaria que vende R$ 100 mil reais</p><p>por mês, emitir notas fiscais apenas para R$ 50.000,00, evitando pagamento de tributos.</p><p>Como determina a Lei 4.729/65, existe a pena de detenção de seis meses a dois anos,</p><p>como também multa de duas a cinco vezes o valor do tributo sonegado. Vale ressaltar que</p><p>se a pessoa realizar o pagamento dos tributos antes do recebimento da denúncia, não</p><p>será considerado crime.</p><p>CFP - Certified Financial Planner 167</p><p>Planejamento Tributário</p><p>Elisão Fiscal</p><p>ELISÃO FISCAL significa utilizar métodos legais para diminuir o peso da carga tributária, ou</p><p>seja, quando se realiza um PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO COM MEIOS LÍCITOS ANTES DO</p><p>FATO GERADOR OCORRER.</p><p>Desta forma, o planejador faz escolhas prévias que permitem diminuir o impacto</p><p>tributário (respeitando o ordenamento jurídico). Desta forma, o planejador tributários</p><p>tendo duas ou mais escolhes lícitas, escolherá aquela com a menor carga tributária,</p><p>devendo respeitar os seguintes itens para não ser considerado evasão fiscal:</p><p>Ø Existência de propósito negocial;</p><p>Ø Substância sobre a forma; e</p><p>Ø Não existência de simulação no negócio praticado.</p><p>CFP - Certified Financial Planner 168</p><p>Planejamento Tributário</p><p>Propósito Negocial</p><p>O conceito de PROPÓSITO NEGOCIAL é “qualquer negócio jurídico deve perseguir uma</p><p>finalidade econômica (função social do contrato), tendo como objetivo principal otimizar</p><p>os negócios da empresa. Se a única finalidade for a redução da carga tributária, o</p><p>planejamento é considerado ilegal”.</p><p>Desta forma, o planejador financeiro deve otimizar os negócios da empresa, mas sempre</p><p>indo de encontro com as informações do contrato social, o seu core business. Caso não o</p><p>faça, ocorrerá “Ausência de Propósito Negocial”, podendo haver sanções pelas leis</p><p>tributárias, ou seja, poderá ser considerado EVASÃO FISCAL e não ELISÃO FISCAL!</p><p>CFP - Certified Financial Planner 169</p><p>Planejamento Tributário</p><p>Simulação e Dissimulação</p><p>A Simulação tem como intuito realizar uma operação que não se queria praticar na</p><p>realidade, como por exemplo, vender e transferir ficticiamente uma casa, no intuito de</p><p>evitar que este imóvel seja objeto de penhora por parte dos seus credores,</p><p>desaparecendo do imposto de renda do proprietário original. Já a Dissimulação (chamada</p><p>também de Simulação Relativa) é como se fosse uma máscara, ou seja, a operação existe,</p><p>mas está escondendo o real motivo que se tem por trás, por exemplo, as partes realizam</p><p>uma venda, mas na verdade estaria ocorrendo uma doação.</p><p>A existência de uma simulação ou dissimulação ocorre, quando:</p><p>Ø conluio entre as partes, na maioria dos casos configurando uma declaração</p><p>bilateral de vontade;</p><p>Ø não-correspondência entre a real intenção das partes e o negócio por elas</p><p>declarado, apenas aparentemente querido;</p><p>Ø intenção de enganar, iludir terceiros, inclusive o fisco.</p><p>A Simulação e a Dissimulação no âmbito jurídico-tributário não devem ser confundidas</p><p>com a prática da elisão fiscal, pois são considerados operações ilegais.</p><p>CFP - Certified Financial Planner 170</p><p>Planejamento Tributário</p><p>Substância pela Forma</p><p>O que prevalece no fato gerador é a substância sobre a forma, ou seja, a tributação será</p><p>baseada no que no fato econômico praticado pelo sujeito passivo da obrigação tributária</p><p>(SUBSTÂNCIA), e não naquilo que está escrito (FORMA). Podemos comparar SUBSTÂNCIA</p><p>& FORMA com a relação ASSALARIADO & AUTÔNOMO, ou seja, havendo todas as</p><p>características da relação do Vínculo Empregatício (caráter habitual e com subordinação),</p><p>mesmo sendo contratado como autônomo, a justiça entenderá que o trabalhador é um</p><p>assalariado e não um autônomo.</p><p>Voltando pra relação tributária, a substância pela forma temos como um exemplo uma</p><p>empresa com um faturamento de R$ 100 milhões de reais. Diante deste caso, ela</p><p>obrigatoriamente necessita estar enquadrada pelo regime do Lucro Real. Se esta empresa</p><p>decidir criar 5 empresas para “dividir” o faturamento em R$ 20 milhões cada e com isso</p><p>poder estar no lucro presumido, a receita federal entenderá que a SUBSTÂNCIA é uma</p><p>empresa de R$ 100 milhões, mesmo que a FORMA seja cinco empresa com faturamento</p><p>de R$ 20 milhões. Vale ressaltar que, se houver propósito negocial, esta divisão deveria</p><p>deixar de ser visto como FORMA, mas sim como SUBSTÂNCIA (por exemplo, se fossem 5</p><p>segmentos completamente diferentes), tornando a operação uma elisão fiscal.</p><p>CFP - Certified Financial Planner 171</p><p>Elisão (lícita) Evasão (ilícita)</p><p>Ex.: optar pelo Lucro</p><p>Presumido (limite até</p><p>R$ 78 Mi faturamento/ano)</p><p>Ex.: sonegar saídas para</p><p>continuar no Lucro</p><p>Presumido</p><p>E dividir em 3 empresas</p><p>para não passar o limite</p><p>do Lucro Presumido?</p><p>Propósito</p><p>Negocial</p><p>Substância</p><p>Econômica</p><p>q Planejamento Válido: Devemos fazer 3 perguntas:</p><p>Ø As etapas foram lícitas?</p><p>Ø Há propósito negocial?</p><p>Ø Existe substância sobre a forma?</p><p>Se todas forem sim, o Fisco não poderá</p><p>desconsiderá-la. Caso contrário, será</p><p>considerada uma operação simulada.</p><p>Planejamento Tributário</p><p>Resumo</p><p>CFP - Certified Financial Planner 172</p><p>Planejamento Tributário</p><p>ELISÃO FISCAL EVASÃO FISCAL</p><p>Ø Escolhe entre declaração simplificada</p><p>ou completa;</p><p>Ø Constituição de Holdings para gestão</p><p>imobiliária;</p><p>Ø Estudar o melhor regime entre o</p><p>Simples Nacional, Lucro Presumido e</p><p>o Lucro Real.</p><p>Ø Sonegar Imposto;</p><p>Ø Vender Sem Nota;</p><p>Ø Omissão de Documentos;</p><p>Ø Abrir Várias Empresas no Simples (ou</p><p>lucro presumido) sem ter propósito</p><p>negocial</p><p>Resumo</p><p>CFP - Certified Financial Planner 173</p><p>COMO UMA HOLDING FUNCIONA</p><p>A terminologia utilizada vem do inglês “to hold”, significando segurar, controlar, manter</p><p>entre outros. Desta forma, as holdings são sociedades não operacionais que tem seu</p><p>patrimônio composto por imóveis ou por ações/cotas de outras companhias, mas jamais</p><p>com o intuito de exercer uma atividade, por exemplo, ser uma padaria.</p><p>Holding: Conceito</p><p>Planejamento Tributário</p><p>Imóveis</p><p>Empresas Clientes</p><p>Aluguel</p><p>HOLDING</p><p>TORO LTDA</p><p>CFP - Certified Financial Planner 174</p><p>Os principais pontos a se destacar mas Holdings são:</p><p>Ø NÃO INCIDÊNCIA DE ITBI: Quando uma Pessoa Física transferir bens para uma</p><p>Pessoa Jurídica, não haverá incidência de ITBI, exceto se a atividade preponderante</p><p>da sociedade (PJ) seja imobiliária (receita maior que 50%).</p><p>Ø TRIBUTAÇÃO DE RENDIMENTOS: rendimentos via aluguéis em Pessoa Física será</p><p>aplicada a tabela progressiva (teto de 27,5%). Já na Pessoa Jurídica, o optante pelo</p><p>lucro presumido (desde que “locação de bens” faça parte do Contrato Social), terá a</p><p>presunção do lucro em 32%. Com isso sua tributação ficará aproximadamente de</p><p>13,5% para as empresas de serviços.</p><p>Ø TRIBUTAÇÃO DO GANHO DE CAPITAL: somente será vantajoso, se o Contrato</p><p>Social possuir “compra e venda de imóveis”, pois dessa forma, o coeficiente de</p><p>presunção para IRPJ será de 8% e para a CSLL de 12%, caso contrário, será de 100%</p><p>(nas empresas de serviços). Desta forma, o mais vantajoso será devolver para a</p><p>pessoa física do sócio a valor contábil e alienar o imóvel, já que neste caso, o Imposto</p><p>de Renda na pessoa física será de 15% sobre o lucro.</p><p>Vale ressaltar que as Holdings não podem assumir como tributação o Simples Nacional,</p><p>salve exceções (exploração de salões de festas, centro de convenções, etc...).</p><p>Holding: Benefícios</p><p>Planejamento Tributário</p><p>CFP - Certified Financial Planner 175</p><p>Holding: Tipos</p><p>As holding são nomeadas conforme seu objetivo, diante disso as principais são:</p><p>Ø HOLDING IMOBILIÁRIA: Seu intuito é fazer a gestão dos imóveis da família. Com</p><p>isso, estes imóveis são transferidos das pessoas físicas para o CNPJ da holding para</p><p>fazer a locação e futuramente distribuir este recurso através de dividendos.</p><p>Ø HOLDING DE PARTICIPAÇÕES: Quando o objeto do planejamento é afastar os</p><p>entraves da sucessão das empresas operacionais, normalmente cada grupo familiar</p><p>fica concentrado em uma sociedade holding que, em conjunto com as demais</p><p>sociedades de mesmo fim dos demais grupos familiares, detém as participações nas</p><p>empresas operacionais.</p><p>Ø HOLDING PATRIMONIAL: a família centraliza o seu acervo de bens móveis e</p><p>imóveis, com o intuito de que seja feita a gestão patrimonial da família em por um</p><p>único proprietário: a Holding. Com isso, é possível organizar todos os bens para o</p><p>planejamento sucessório e também se beneficiar das vantagens tributárias do CNPJ.</p><p>Planejamento Tributário</p><p>CFP - Certified Financial Planner 176</p><p>Holdings: Empresas de Serviços x Imobiliárias</p><p>Quando é criado um CNPJ, necessitamos definir qual a sua atividade e, com isso, teremos</p><p>alíquotas de presunção diferentes para cada ramo de atividade quando escolhido o Lucro</p><p>Presumido. Já quando a empresa escolher a tributação pelo Lucro Real (ou for obrigada),</p><p>somente haverá diferenciação quando for uma instituição financeira. Desta forma,</p><p>focaremos a nossa análise entre dois segmentos: Empresas de Serviços e empresas do</p><p>ramo Imobiliário. Diante disso, nossa análise partirá da seguinte forma:</p><p>Ø O Lucro Real deverá ser escolhido, somente quando os custos operacionais e não</p><p>operacionais forem muito elevados, fazendo com que o Imposto de Renda a ser pago</p><p>seja menor que o do Lucro Presumido;</p><p>Ø Se tratando de empresas enquadradas pelo Lucro Presumido, iremos analisar qual</p><p>tipo de “Holding” será criada: Serviço em Geral (integralizando os imóveis, não</p><p>gerando ITBI) ou Imobiliária como atividade preponderante a compra e venda ou</p><p>locação de bens imóveis (que gerará o pagamento de ITBI).</p><p>Além dos impostos que veremos, poderá ocorrer a cobrança do ISS (Imposto Sobre</p><p>Serviço) também. Por se tratar de um tributo municipal, não levaremos em consideração,</p><p>pois o Brasil possui mais de 5.000 municípios e cada um possui sua “autonomia”.</p><p>Planejamento Tributário</p><p>CFP - Certified Financial Planner 177</p><p>Holdings: Empresas Imobiliárias</p><p>A construção da Holding IMOBILIÁRIAS significa que atividade preponderante da empresa</p><p>é a compra e venda ou locação de bens imóveis, ou seja, mais de 50% do faturamento</p><p>desta empresa advém desse segmento. As empresas pelo lucro presumido, passam a ter</p><p>as seguintes alíquotas de presunção (base tributária) será de:</p><p>Ø IRPJ e Excedente ao IRPJ: Base Tributária será de 8% do faturamento;</p><p>Ø CSLL: Base Tributária será de 12% do faturamento;</p><p>Ø PIS/COFINS: Base Tributária será o faturamento e a alíquota total de 3,65%.</p><p>q EXEMPLO: Uma holding imobiliária que faturou R$ 100.000,00 no trimestre pagará:</p><p>Ø IRPJ: (8% de R$ 100.000,00) x (15%) = (R$ 8.000,00) x (15%) = R$ 1.200,00.</p><p>Ø Excedente ao IRPJ: R$ 0,00 (pois lucrou apenas R$ 8 mil para efeitos tributáveis,</p><p>abaixo de R$ 60 mil no trimestre);</p><p>Ø CSLL: (12% de R$ 100.000,00) x (9%) = (R$ 12.000,00) x (9%) = R$ 1.080,00</p><p>Ø PIS/COFINS: (R$ 100.000,00) x (3,65%) = R$ 3.650,00</p><p>Ø TOTAL DE IMPOSTOS: R$ 5.930,00. Por este motivo, dizemos que uma empresa</p><p>imobiliária possui uma “alíquota de 5,93% do seu faturamento”, podendo chegar no</p><p>máximo a 6,73% do seu faturamento se houver excedente ao IRPJ. Neste tipo de</p><p>empresa, há a cobrança do ITBI na transferência dos imóveis para venda.</p><p>Planejamento Tributário</p><p>CFP - Certified Financial Planner 178</p><p>Holdings: Empresas de Serviços</p><p>As Holdings que não serão classificadas como Imobiliárias, serão classificadas como</p><p>empresas de serviços com a alíquota de presunção do lucro trocando de 8% para 32%</p><p>para a locação. Caso ela deseje vender o imóvel, a alíquota de presunção subirá para CEM</p><p>POR CENTO, o que será recomendo baixar o imóvel para o nome dos sócios novamente.</p><p>No entanto, não será cobrado o ITBI pela incorporação dos imóveis nestas holdings.</p><p>Ø IRPJ e Excedente ao IRPJ: Base Tributária será de 32% do faturamento;</p><p>Ø CSLL: Base Tributária será de 32% do faturamento;</p><p>Ø PIS/COFINS: Base Tributária será o faturamento e a alíquota total de 3,65%.</p><p>q EXEMPLO: Uma holding (serviços) faturou R$ 100 mil com aluguel no trimestre, pagará:</p><p>Ø IRPJ: (32% de R$ 100.000,00) x (15%) = (R$ 32.000,00) x (15%) = R$ 4.800,00</p><p>Ø Excedente ao IRPJ: R$ 0,00 (pois lucrou apenas R$ 32 mil para efeitos tributáveis,</p><p>abaixo de R$ 60 mil no trimestre)</p><p>Ø CSLL: (32% de R$ 100.000,00) x (9%) = (R$ 32.000,00) x (9%) = R$ 2.880,00</p><p>Ø PIS/COFINS: (R$ 100.000,00) x (3,65%) = R$ 3.650,00</p><p>Ø TOTAL DE IMPOSTOS: R$ 10.370,00.</p><p>Planejamento Tributário</p><p>CFP - Certified Financial Planner 179</p><p>Dentro de um planejamento tributário, um dos itens mais relevantes é a análise de</p><p>distribuição entre Dividendos e Juros sobre Capital Próprio (JCP) nas empresas enquadras</p><p>pelo lucro real. Isto porque pois podemos ter o que chamamos de ECONOMIA</p><p>TRIBUTÁRIA BRUTA (ETB), que é benefício fiscal em distribuir o maior valor possível</p><p>através de JCP ao invés dos Dividendos. A sua diferença chamados de ETL (Líquida).</p><p>Quando a empresa decide distribuir todo o lucro em dividendos, o sócio fica isento da</p><p>tributação na sua pessoa física. Porém, para ele poder receber este recurso, a empresa</p><p>teve que pagar à soma algébrica das alíquotas da CSLL, IRPJ e</p><p>adicional de IRPJ (9%, 15% e</p><p>10% respectivamente), aproximadamente 34% de alíquota tributária. Porém, caso a</p><p>empresa tivesse distribuído através de JCP (respeitando sempre as regras da JCP), a</p><p>tributação teria ocorrido sobre o sócio e não sobre a empresa. Qual a vantagem para o</p><p>acionista? A tributação da JCP é de 15% para o acionista e a empresa optante pelo lucro</p><p>real poderia lançar este valor como uma despesa financeira, ocorrendo uma economia</p><p>tributária de 19% ao acionista (34% pela empresa x 15% na pessoa física).</p><p>Lembre-se, a empresa é do sócio e é melhor que ele seja tributado na pessoa física por</p><p>15%, do que a sua empresa por 34%.</p><p>Dividendos & JCP</p><p>Planejamento Tributário</p><p>CFP - Certified Financial Planner 180</p><p>Vamos analisar o seguinte caso, uma empresa (lucro real) teve uma receita líquida no seu</p><p>último ano fiscal no valor de R$ 44 milhões. Quais seriam os valores que o acionista</p><p>receberia ao total, caso fosse distribuído (1) ZERO EM JCP e (2) R$ 7.000.000,00 em JCP?</p><p>Dividendos & JCP</p><p>Planejamento Tributário</p><p>Distribuição com</p><p>JCP e Dividendos VALORES</p><p>Resultado R$ 44.000.000,00</p><p>JCP (DESPESA) R$ 7.000.000,00</p><p>LAIR R$ 37.000.000,00</p><p>CSLL (9%) (R$ 3.330.000,00)</p><p>IRPJ 15% (R$ 5.550.000,00)</p><p>Adicional (10%) (R$ 3.676.000,00)</p><p>IRF 15% (JCP) (R$ 1.050.000,00)</p><p>Total Carga Tributária (R$ 13.606.000,00)</p><p>Lucro Atribuível aos</p><p>Sócios (DIV + JCP) +R$ 30.394.000,00</p><p>Distribuição apenas</p><p>em Dividendos VALORES</p><p>Resultado R$ 44.000.000,00</p><p>JCP (DESPESA) R$ 0,00</p><p>LAIR R$ 44.000.000,00</p><p>CSLL (R$ 3.960.000,00)</p><p>IRPJ 15% (R$ 6.600.000,00)</p><p>Adicional (10%) (R$ 4.376.000,00)</p><p>IRPF 15% (JCP) R$ 0,00</p><p>Total Carga Tributária (R$ 14.936.000,00)</p><p>Lucro Atribuível</p><p>aos Sócios +R$ 29.064.000,00</p><p>Capítulo 7:</p><p>Penalidades pelo Descumprimento</p><p>de Obrigações perante a RFB e BC</p><p>181</p><p>CFP - Certified Financial Planner 182</p><p>Penalidades da legislação de Imposto de Renda</p><p>Introdução</p><p>O descumprimento das obrigações perante o Banco Central e a Receita Federal, possuem</p><p>consequências não somente financeiras ou administrativas, mas consequências da ordem</p><p>criminal caso haja o intuito de crime de Sonegação Fiscal ou Evasão de Divisas, sendo que</p><p>as penalidades podem ser de Imposto de Renda (MAED – Multa por Atraso na Entrega da</p><p>Declaração), mas também referente a investimentos no exterior, através da Circular do</p><p>Bacen 3.857/2017.</p><p>Vale ressaltar que dever imposto ou atrasar uma entrega não é crime, mas sonegar sim.</p><p>Não ter capacidade financeira para honrar seus compromissos não resultará em um</p><p>crime, apenas resultará em multas que poderão ser negociadas com o devido credor</p><p>(Município, Estado, Distrito Federal ou União) e que veremos algumas a seguir. No</p><p>entanto, realizar SONEGAÇÃO FISCAL deixando de fornecer nota fiscal ou equivalente; ou</p><p>realizar EVASÃO DE DIVISAS, enviando recursos para o exterior sem declará-lo à ao Banco</p><p>Central (DCBE) ou a Receita Federal (DAA) é crime.</p><p>CFP - Certified Financial Planner 183</p><p>MAED: Resumo</p><p>As Multas por Atraso na Entrega da Declaração MAED ocorrem da seguinte forma:</p><p>Ø MULTA PADRÃO: 1% sobre o imposto devido por mês ou fração de atraso (mínimo</p><p>de R$165,74 e máximo de 20% do imposto devido).</p><p>Ø MORA: Multa de 0,33% por dia até limite de 20% sobre tributo não recolhido. Os</p><p>juros serão pela Selic (mensal) +% no mês de pagamento.</p><p>Ø MULTA POR LANÇAMENTO DE OFÍCIO (75%) POR:</p><p>o Falta de pagamento ou recolhimento;</p><p>o Pagamento fora do prazo sem a multa de mora;</p><p>o Falta de declaração;</p><p>o Declaração inexata.</p><p>Ø MULTA DE OFÍCIO QUALIFICADO (150%): Casos de evidente intuito de fraude.</p><p>Ø MULTA DE OFÍCIO AGRAVADA: Multa de ofício é aumentada da metade se</p><p>contribuinte não atende à Fiscalização ou não presta esclarecimentos devidos</p><p>112,5% (simples) ou 225% (qualificada).</p><p>Penalidades da legislação de Imposto de Renda</p><p>CFP - Certified Financial Planner 184</p><p>Penalidades relativas a investimentos no Exterior</p><p>As penalidades da legislação do Banco Central quanto a investimentos no exterior, estão</p><p>descritas através da Circular BACEN nº 3.857/2017, prevendo até quatro modalidades,</p><p>que são:</p><p>Ø Efetuar registro ou apresentar declaração em desacordo com os prazos previstos</p><p>nas respectivas normas: 1% (um por cento) do valor sujeito a registro ou declaração,</p><p>limitado a R$ 25.000,00 (vinte e cinco mil reais);</p><p>Ø Prestar informações incorretas ou incompletas: 2% (dois por cento) do valor</p><p>sujeito a registro ou declaração, limitado a R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais);</p><p>Ø Não efetuar registro, não apresentar declaração ou não apresentar documentação</p><p>comprobatória das informações fornecidas ao Banco Central do Brasil: 5% (cinco por</p><p>cento) do valor sujeito a registro ou declaração, limitado a R$ 125.000,00 (cento e</p><p>vinte e cinco mil reais); ou</p><p>Ø Prestar informação falsa em registro ou declaração: 10% (dez por cento) do valor</p><p>sujeito a registro ou declaração, limitado a R$ 250.000,00 (duzentos e cinquenta mil</p><p>reais).</p><p>Penalidades da legislação de Imposto de Renda</p><p>aaa8c71b2e4890d00fecc8f42c705b6b7e55d00f25adefd32b720af3b1a993d6.pdf</p><p>4cd5eaefb6d6edf7527f4d0dbc28cb801ff8478adf6a699235e8855add004c98.pdf</p><p>aaa8c71b2e4890d00fecc8f42c705b6b7e55d00f25adefd32b720af3b1a993d6.pdf</p><p>parte</p><p>do fisco. Estes princípios são:</p><p>Ø Princípio da Legalidade Tributária;</p><p>Ø Princípio da Anterioridade;</p><p>Ø Princípio da Irretroatividade;</p><p>Ø Princípio da Isonomia ou Igualdade Tributária;</p><p>Ø Princípio da Competência;</p><p>Ø Princípio da Capacidade Contributiva.</p><p>Ø Imunidade & Isenção</p><p>Estes princípios são relevantes a serem compreendidos ao profissional CFP® para poder</p><p>orientar o cliente a buscar apoio jurídico adequado, caso uma mudança de legislação fira</p><p>algum princípio e tenha impacto financeiro relevante.</p><p>CFP - Certified Financial Planner 19</p><p>Princípios Tributários</p><p>Princípio: Legalidade Tributária</p><p>O princípio da Legalidade Tributária trata da dinâmica da instituição de um novo tributo,</p><p>ou aumento de um tributo existente, conforme as normas tributárias vigentes. Ou seja,</p><p>não se pode exigir ou aumentar um tributo sem que a lei o estabeleça.</p><p>Desta forma, os tributos não podem ser instituídos e aumentados por outro instrumento</p><p>normativo que não a lei em sentido estrito (Decretos, Instruções Normativas, Ordens de</p><p>Serviços). No entanto, existem que não necessitam respeitar este princípio, tais como:</p><p>Ø Alteração das alíquotas dos impostos Extrafiscais, tais como Imposto de</p><p>Importação, Imposto de Exportação, IPI e IOF;</p><p>Ø Definição, Redução e Restabelecimento das alíquotas do ICMS incidente sobre</p><p>combustíveis e lubrificantes;</p><p>Ø Redução e Restabelecimento da alíquota da CIDE incidente na importação ou</p><p>comercialização de petróleo, gás natural e álcool combustível.</p><p>CFP - Certified Financial Planner 20</p><p>Princípios Tributários</p><p>Princípio: Anterioridade</p><p>Este princípio proíbe os entes tributantes de cobrar tributo no mesmo exercício financeiro</p><p>em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou. Foi incluído na</p><p>Constituição Federal, no art. 150, a Anterioridade Nonagesimal (não poderá ser cobrado</p><p>tributo antes de decorridos 90 dias da publicação da lei que o tiver instituído ou</p><p>majorada). Este princípio se aplica às taxas, às contribuições de melhoria e aos impostos,</p><p>com exceção aos tributos extrafiscais, tais como Imposto de Importação (II), Imposto de</p><p>Exportação (IE), IOF e também ao Imposto Extraordinário de Guerra (IEG). O Imposto</p><p>sobre Produtos Industrializados (IPI) deve respeitar a noventena, mas não precisa esperar</p><p>o próximo exercício fiscal.</p><p>Vale ressaltar que este princípio é de cunho temporal e com isso, o profissional CFP® pode</p><p>recomendar eventual antecipação de pagamento de tributos antes de um eventual</p><p>aumento de alíquotas. Por exemplo, o estado de São Paulo decide aumentar a alíquota do</p><p>imposto para doação (ITCMD), com isso, profissional CFP® poderia recomentar a doação</p><p>de alguns bens no mesmo ano, para não precisar pagar a nova alíquota (que será maior).</p><p>CFP - Certified Financial Planner 21</p><p>TRIBUTOS</p><p>OBEDECE A</p><p>ANTERIORIDADE</p><p>ANUAL?</p><p>OBEDECE A</p><p>ANTERIORIDADE</p><p>NONAGESIMAL?</p><p>Importação, Exportação e IOF NÃO NÃO</p><p>Imposto Extraordinário de Guerra (IEG) NÃO NÃO</p><p>Empréstimo Calamidade Pública (EC) NÃO NÃO</p><p>CIDE-Combustível e IPI NÃO SIM</p><p>Contribuições da Seguridade Social NÃO SIM</p><p>PIS/COFINS NÃO SIM</p><p>Imposto de Renda SIM NÃO</p><p>ITCMD e ITBI SIM SIM</p><p>Princípios Tributários</p><p>Princípio: Anterioridade</p><p>Os tributos que não precisam respeitar a Anterioridade Anual e/ou a Nonagesimal são:</p><p>CFP - Certified Financial Planner 22</p><p>Para ficar mais claro, em relação a sua cobrança, segue tabela abaixo:</p><p>Os demais impostos importantes para o exame, devem respeitar tanto a regra</p><p>nonagesimal, quanto a regra da anterioridade anual, como por exemplo, o ITCMD e o ITBI.</p><p>Exceções a</p><p>Anterioridade Anual II, IE, IOF, IEG, IC IPI -</p><p>Exceções a</p><p>Nonagesimal II, IE, IOF, IEG, IC - IR</p><p>Quando deve ser</p><p>cobrado Imediato 90 dias 1º de janeiro</p><p>Princípios Tributários</p><p>Princípio: Anterioridade</p><p>CFP - Certified Financial Planner 23</p><p>Princípios Tributários</p><p>Princípio: Irretroatividade</p><p>Este princípio veda a cobrança de tributos em relação a fatos geradores ocorridos antes da</p><p>legislação entrar em vigor, ou seja, a lei nova que institua ou aumente a alíquota de um</p><p>tributo, sempre se aplicará a fatos geradores ocorridos após o início da sua vigência. Este</p><p>princípio se aplica a todo e qualquer tributo, ou seja, NÃO HÁ EXCEÇÃO. Estes princípio</p><p>também é de cunho temporal.</p><p>Por exemplo, se for aprovado um aumento na alíquota do Imposto de Renda nas</p><p>aplicações de renda fixa, a Receita Federal não poderá cobrar sobre as aplicações que já</p><p>ocorreram o fato gerador (resgate), apenas sobre os futuros resgates. Vale ressaltar que o</p><p>Fato Gerador do imposto de renda nas aplicações financeiras NÃO É O MOMENTO DA</p><p>APLICAÇÃO, mas sim, o momento do resgate ou do vencimento. Com isso, se houver um</p><p>aumento na alíquota e o cliente já possuir uma aplicação em um CDB, ele poderá ser</p><p>cobrado sobre o novo aumento, mas não sobre as aplicações financeiras que ele já</p><p>resgatou ou que venceram.</p><p>CFP - Certified Financial Planner 24</p><p>Princípios Tributários</p><p>Princípio: Isonomia ou Igualdade Tributária</p><p>O PRINCÍPIO DA ISONOMIA, também chamado de IGUALDADE TRIBUTÁRIA, se aplica a</p><p>todos os tributos. Segundo Art. 150, II, “é vedado instituir tratamento desigual entre</p><p>contribuintes que se encontrem em situação equivalente, proibida qualquer distinção em</p><p>razão de ocupação profissional ou função por eles exercida, independentemente da</p><p>denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos”, ou seja, não se deve cobrar</p><p>tributos de forma diferenciada entre contribuintes em situações jurídicas iguais.</p><p>Esta não é uma igualdade passiva, já que entende-se que os contribuintes não estão em</p><p>igualdade de condições. Assim sendo, a igualdade que este princípio se refere, é a</p><p>isonomia PROPORCIONAL, buscando-se a redução da desigualdade. Um exemplo disso, é</p><p>o Imposto de Renda, que possui sua alíquota progressiva.</p><p>CFP - Certified Financial Planner 25</p><p>Princípios Tributários</p><p>Princípio: Competência</p><p>O princípio da Competência tributária nada mais é que a definição de quais tributos</p><p>poderão ser cobrados, devendo obedecer os limites e parâmetros estabelecidos pela</p><p>Constituição Federal, pelos respectivos entes:</p><p>Ø União;</p><p>Ø Estados & Distrito Federal; e</p><p>Ø Municípios.</p><p>E a partir desde princípio, começa a complexidade tributária do nosso país, pois o Brasil é</p><p>uma república federativa formada por 27 Estados (26 estados mais o Distrito Federal) e</p><p>conta com mais de 5.000 municípios.</p><p>Por exemplo, quando falarmos sobre ITCMD, que é um imposto de competência Estadual,</p><p>será necessário analisar as regras do Estado em que surgiu o fato gerador do imposto, já</p><p>que cada Estado tem a sua autonomia, tendo que ser analisado quem é o responsável</p><p>pelo tributo, a sua alíquota, se há ou não isenção, etc. Da mesma forma, esse</p><p>entendimento também vale para o ITBI, que é um tributo Municipal, só que agora, com</p><p>cinco mil casos.</p><p>CFP - Certified Financial Planner 26</p><p>Os tributos de competência da UNIÃO são:</p><p>Ø Empréstimos compulsórios;</p><p>Ø Contribuições parafiscais;</p><p>Ø II (Imposto sobre Importação);</p><p>Ø IE (Imposto sobre Exportação);</p><p>Ø IR (Imposto sobre Renda);</p><p>Ø IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados);</p><p>Ø IOF (Imposto sobre Operações Financeiras);</p><p>Ø ITR (Imposto sobre a propriedade Territorial Rural);</p><p>Ø IGF (Impostos sobre Grandes Fortunas);</p><p>Ø Taxas e Contribuições & Melhorias, desde que prestados por ele mesmo;</p><p>Ø Outros impostos (competência residual).</p><p>Princípio: Competência</p><p>Princípios Tributários</p><p>CFP - Certified Financial Planner 27</p><p>Os tributos de competência dos ESTADOS e DO DISTRITO FEDERAL são:</p><p>Ø ITCMD (Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação);</p><p>Ø ICMS (Imposto sobre operações de Circulação de Mercadorias e prestações de</p><p>Serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação);</p><p>Ø IPVA (Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores);</p><p>Ø Taxas e Contribuições & Melhorias, desde que prestados por ele mesmo.</p><p>Princípio: Competência</p><p>Princípios Tributários</p><p>CFP - Certified Financial Planner 28</p><p>Os tributos de competência dos MUNICÍPIOS são:</p><p>Ø IPTU (Imposto sobre Propriedade predial e Territorial Urbana);</p><p>Ø ITBI</p><p>(Imposto sobre a Transmissão de Bens e Imóveis);</p><p>Ø ISS (Impostos Sobre a prestação de Serviços, exceto os tributados pelo ICMS);</p><p>Ø Taxas e Contribuições & Melhorias, desde que prestados por ele mesmo.</p><p>Em relação ao ITR (Imposto Territorial Rural), a fiscalização e a cobrança deste tributo, que</p><p>é de competência da União, poderão ser delegadas aos municípios.</p><p>Princípio: Competência</p><p>Princípios Tributários</p><p>CFP - Certified Financial Planner 29</p><p>Princípios Tributários</p><p>Princípio: Capacidade Contributiva</p><p>O PRINCÍPIO DA CAPACIDADE CONTRIBUTIVA é baseado em um conceito econômico e de</p><p>justiça fiscal. Tem como base a busca de uma sociedade mais justa e igualitária, impondo</p><p>uma tributação mais onerosa para aqueles de detêm uma maior concentração de</p><p>riquezas. Desta forma, visa tratar os iguais de maneira igualitária e os desiguais de</p><p>maneira desigual.</p><p>A personalização e a graduação do imposto exigirão uma técnica tributária acurada.</p><p>Implantar um imposto dentro do limite justo para milhões de contribuintes, do ponto de</p><p>vista socioeconômico, sempre será um grande desafio.</p><p>Novamente, o exemplo mais comum nos tributos brasileiros, é o Imposto de Renda, que</p><p>possui sua alíquota progressiva, respeitando o Princípio da Isonomia (tratando todos de</p><p>forma igual tributariamente), juntamente com o Princípio da Capacidade Contributiva</p><p>(cobrando uma alíquota menor, para os menos capacitados financeiramente e mais dos</p><p>que possuem um poder aquisitivo maior).</p><p>CFP - Certified Financial Planner 30</p><p>Imunidade</p><p>Conceito</p><p>O conceito de IMUNIDADE tributária é uma proteção que a Constituição Federal confere</p><p>aos contribuintes, ou seja, é DEFINIDA NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL (hipótese de não</p><p>incidência tributária constitucionalmente qualificada). Desta forma, podemos entender</p><p>como a proibição constitucional propostas às entidades políticas que detêm a</p><p>competência tributária, de tributar determinadas pessoas, seja pela natureza jurídica que</p><p>possuem, pelo tipo de atividade que desempenham ou ainda ligadas a determinados</p><p>fatos, bens ou situações. Vale ressaltar que imunidade é diferente de ISENÇÃO!</p><p>São casos de imunidades:</p><p>Ø Templos;</p><p>Ø Recíproca entre os entes;</p><p>Ø Partidos políticos e sindicatos;</p><p>Ø Instituições de educação e assistência social sem fins lucrativos.</p><p>Ø Livros, jornais, periódicos e papel destinados à sua impressão.</p><p>CFP - Certified Financial Planner 31</p><p>Isenções</p><p>Conceito</p><p>Diferentemente da Imunidade, a Isenção não é a vedação, mais sim a dispensa legal do</p><p>pagamento do tributo, sendo ela uma norma INFRACONSTITUCIONAL (veiculada por lei).</p><p>Portanto, a isenção é uma faculdade que pode, ou não, ser exercida pelo ente tributante.</p><p>A obrigação surge, mas é dispensada o pagamento, sendo assim uma espécie de</p><p>benefício. Por exemplo, as aplicações financeiras LCI e LCA para pessoas físicas são isentas</p><p>de Imposto de Renda. O tributo surge, mas as mesmas não precisam pagar, com isso caso</p><p>seja criado a isenção, a sua retirada equivalerá a um aumento do imposto, necessitando</p><p>passar pelas mesmas regras à criação ou majoração de tributo (princípios tributários).</p><p>Comparando a ISENÇÃO com a IMUNIDADE, a principal diferença é que enquanto na</p><p>IMUNIDADE não existe a competência tributária, na ISENÇÃO ela existe mas o ente</p><p>competente escolhe por não tributar, para poder incentivar alguma área específica, como</p><p>por exemplo, o setor imobiliário.</p><p>CFP - Certified Financial Planner 32</p><p>1.3 Tributos Relevantes para o</p><p>Planejamento Fiscal</p><p>32</p><p>CFP - Certified Financial Planner 33</p><p>Tributos relevantes para o Planejamento Fiscal</p><p>Introdução</p><p>Quanto tratamos de Planejamento Fiscal, estamos buscando a forma de otimizar os</p><p>impactos da carga fiscal dentro das possibilidades legais, em âmbito local ou</p><p>internacional, quer seja em relação a investimentos financeiros, ou investimentos em</p><p>ativos reais. Com isso, três são os principais impostos a serem minuciosamente estudados:</p><p>Ø ITBI – Imposto sobre Transmissão de Bens Imóveis</p><p>Ø ITCMD – Imposto sobre a Transmissão Causa Mortis e Doações</p><p>Ø IR – Imposto de Renda</p><p>Primeiramente, trataremos de compreender os critérios do fato gerador destes impostos,</p><p>juntamente com suas características, para posteriormente tratarmos do Planejamento</p><p>Fiscal como um todo.</p><p>CFP - Certified Financial Planner 34</p><p>Tributos relevantes para o Planejamento Fiscal</p><p>ITBI: Definição</p><p>O ITBI (Imposto sobre a Transmissão de Bens e Imóveis) é o tributo que deve ser pago</p><p>pelo adquirente na aquisição em ato oneroso (ou seja, quando não for doação ou</p><p>herança) de um imóvel.</p><p>Este tributo NÃO incide sobre a transmissão dos bens ou direitos quando efetuada para</p><p>sua incorporação ao patrimônio de pessoa jurídica em pagamento de capital nela</p><p>subscrito ou quando decorrente da incorporação ou da fusão de uma pessoa jurídica por</p><p>outra ou com outra. Esta regra não se aplica quando a pessoa jurídica adquirente tenha</p><p>como atividade preponderante a venda ou locação de propriedade imobiliária ou a cessão</p><p>de direitos relativos à sua aquisição.</p><p>CFP - Certified Financial Planner 35</p><p>As características do ITBI são:</p><p>Ø FATO GERADOR: Surge no ato de transferir efetivamente um imóvel (registro no</p><p>cartório imobiliário), ou seja, uma transferência Inter-vivos!</p><p>Ø BASE DE CÁLCULO: Valor venal dos bens ou direitos transmitidos atribuído pela</p><p>prefeitura (em muitos casos, refere-se ao valor de mercado).</p><p>Ø ALÍQUOTA: Em diversos municípios está sendo cobrado entre 2% e 3%.</p><p>Ø COMPETÊNCIA: Este é um imposto municipal (de onde se localiza o imóvel).</p><p>Ø SUJEITO PASSIVO: Qualquer uma das partes na operação tributada, conforme a</p><p>lei. Normalmente, o município tem colocado nessa posição, o comprador do imóvel.</p><p>Ø MOMENTO A PAGAR: Deverá ser pago antes de dar andamento à transmissão da</p><p>propriedade no Cartório de Registro de Imóveis, devendo ser preenchido um</p><p>documento próprio do município.</p><p>Ø ISENÇÃO: O ITBI não incide sobre a transmissão de bens ou direitos incorporados</p><p>ao patrimônio de pessoa jurídica em realização de capital, nem sobre a transmissão</p><p>de bens ou direitos decorrente de fusão, incorporação, cisão ou extinção de pessoa</p><p>jurídica, EXCETO se a atividade preponderante do adquirente for a compra e venda</p><p>desses bens ou direitos, locação de bens imóveis ou arrendamento mercantil, ou</p><p>seja, se a receita da PJ for maior que 50% nesses devidos itens.</p><p>Tributos relevantes para o Planejamento Fiscal</p><p>ITBI: Características</p><p>CFP - Certified Financial Planner 36</p><p>Tributos relevantes para o Planejamento Fiscal</p><p>ITCMD: Definição</p><p>O ITCMD (Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação) é o imposto tem como fato</p><p>gerador a transmissão "causa mortis" e a doação a qualquer título, ou seja, a transferência</p><p>de patrimônio de forma NÃO ONEROSA.</p><p>Por se tratar de um imposto que surge de duas formas (na morte ou na doação em vida),</p><p>os Estados tem “dividido” o ITCMD, como se fossem dois tributos:</p><p>Ø ITCD: Imposto sobre Transmissão CAUSA DOAÇÃO;</p><p>Ø ITCM: Imposto sobre Transmissão CAUSA MORTIS.</p><p>Desta forma, podem possuir características diferentes, tais como alíquotas e responsáveis</p><p>pelo recolhimento distintos em cada um dos casos. Por exemplo, normalmente os Estados</p><p>tem cobrado uma alíquota menor quando ocorrer uma doação, do que pela morte.</p><p>Este tributo, mesmo sendo Estadual, possui uma alíquota máxima de 8% estabelecida</p><p>pelo Senado Federal.</p><p>CFP - Certified Financial Planner 37</p><p>As características do ITCMD, em relação a causa DOAÇÃO são:</p><p>Ø FATO GERADOR: A transferência não onerosa de bens em vida.</p><p>Ø BASE DE CÁLCULO: Valor venal dos bens ou direitos transmitidos atribuído pelo</p><p>Estado, ou seja, valor de mercado.</p><p>Ø ALÍQUOTA: A alíquota máxima permitida é de 8%.</p><p>Ø COMPETÊNCIA: O sujeito ativo deste tributo é o Estado. No caso de doação de</p><p>bens imóveis, o Estado competente será onde estiver o imóvel e não o doador. Já se</p><p>for bens móveis (ações, dinheiro, ...) será de onde tiver domicílio o doador, exceto se</p><p>o doador for não residente, que daí será pelo domicílio do donatário.</p><p>Ø SUJEITO PASSIVO: em regra geral, O DONATÁRIO É O RESPONSÁVEL</p><p>PELO</p><p>TRIBUTO. No entanto, quando o doador ou donatário não for domiciliado ou</p><p>residente no país, o responsável é quem mora no Brasil.</p><p>Ø MOMENTO A PAGAR: o imposto será recolhido antes da celebração do ato ou</p><p>contrato correspondente.</p><p>Ø ISENÇÃO: Cada Estado possui uma faixa de valor para isenção. Esta isenção se</p><p>refere ao “somatório em cada ano” e não pelo ato individualizado.</p><p>Tributos relevantes para o Planejamento Fiscal</p><p>ITCD: Características</p><p>CFP - Certified Financial Planner 38</p><p>As características do ITCMD, em relação a causa MORTIS são:</p><p>Ø FATO GERADOR: Ocorre através da abertura da sucessão, ou seja, no exato</p><p>momento da morte do “de cujus” (aquele que faleceu).</p><p>Ø BASE DE CÁLCULO: é o valor venal do bem ou direito transmitido.</p><p>Ø ALÍQUOTA: A alíquota máxima permitida é de 8%, sendo que no Estado de São</p><p>Paulo, o máximo cobrado está em 8%.</p><p>Ø COMPETÊNCIA: O sujeito ativo deste tributo é o Estado de onde processar o</p><p>inventário para os bens móveis. Já para os bens imóveis, compete ao Estado aonde</p><p>está situado o bem. Caso o inventário tenha ocorrido no exterior, a competência será</p><p>do Estado no qual o beneficiário da herança tiver domicílio .</p><p>Ø SUJEITO PASSIVO: Os contribuintes são os herdeiros e legatários.</p><p>Ø MOMENTO A PAGAR: imposto será pago até o prazo de 30 (trinta) dias após a</p><p>decisão homologatória do cálculo ou do despacho que determinar seu pagamento,</p><p>não podendo ultrapassar os 180 dias contados da data do falecimento do autor da</p><p>herança..</p><p>Ø ISENÇÃO: Cada Estado possui uma faixa de valor para isenção.</p><p>Tributos relevantes para o Planejamento Fiscal</p><p>ITCM: Características</p><p>CFP - Certified Financial Planner 39</p><p>Tributos relevantes para o Planejamento Fiscal</p><p>Imposto de Renda</p><p>O IMPOSTO DE RENDA tem como fato gerador a “Disponibilidade Econômica ou Jurídica”</p><p>da renda ou dos proventos de qualquer natureza. Por exemplo, mesmo que você tenha</p><p>um CDB que esteja sendo contabilizado acima do valor investido, somente haverá o fato</p><p>gerador no momento da “Disponibilidade Econômica”, quando houver o resgate ou</p><p>vencimento do mesmo.</p><p>Também pode ocorrer por “Disponibilidade Jurídica”, como por exemplo, quando o Fisco</p><p>tributa o sócio residente no Brasil de uma empresa no exterior, os lucros oriundos desta</p><p>empresa, mesmo que ela não tenha distribuído em forma de dividendos, pois o lucro está</p><p>“disponível juridicamente” (veremos a seguir, que são isentos somente dividendos de</p><p>ações de empresas no Brasil).</p><p>O imposto de renda é tão importante, que vamos destrinchar os principais princípios</p><p>constitucionais, quanto o conceito tributário de renda de acordo com o CTN (Código</p><p>Tributário Nacional).</p><p>CFP - Certified Financial Planner 40</p><p>As características do Imposto de Renda (nos principais casos da pessoa física) são:</p><p>Ø FATO GERADOR: Surge em qualquer ato que se considere um aumento</p><p>patrimonial realizado (salve exceções, como na antecipação através do come-cotas).</p><p>Ø BASE DE CÁLCULO: Cada fonte geradora possui uma forma de ser calculado, mas</p><p>de praxe, é a entrada do recurso menos os custos devidos custos.</p><p>Ø ALÍQUOTA: Cada fonte geradora possui uma alíquota diferente, devendo ser</p><p>analisado cada caso. Mas, em regra geral, para as pessoas físicas, quando for renda,</p><p>será pela tabela progressiva (0 – 27,5%) e quando for ganho de capital, será de 15%.</p><p>Ø COMPETÊNCIA: Este é um imposto da União.</p><p>Ø SUJEITO PASSIVO: Sempre será a pessoa que teve aumento patrimonial.</p><p>Ø MOMENTO A PAGAR: Nos casos de ganho de capital e que a responsabilidade for</p><p>a própria pessoa física, deverá recolher o tributo até o final do próximo mês após o</p><p>lucro. Já quando for de responsabilidade da fonte pagadora, será com recolhimento</p><p>na fonte.</p><p>Ø ISENÇÃO: Existem muitas forma da pessoa física ser isentas do imposto de renda e</p><p>isso dependerá principalmente do “incentivo” que o governo deseja. Os principais</p><p>casos são alienações de baixo valor e investimentos atrelados a imóveis ou ao</p><p>agronegócio.</p><p>Tributos relevantes para o Planejamento Fiscal</p><p>IR: Características</p><p>Capítulo 2:</p><p>Imposto de Renda da Pessoa</p><p>Física</p><p>41</p><p>CFP - Certified Financial Planner</p><p>42</p><p>Imposto de Renda da Pessoa Física</p><p>Introdução</p><p>Neste capítulo, trataremos exclusivamente sobre o Imposto de Renda aplicado nas</p><p>Pessoas Físicas, segmentado através dos seguintes tópicos:</p><p>Ø Fundamentos do Imposto de Renda;</p><p>Ø Regime (básico) de tributação da renda da Pessoa Física;</p><p>Ø Rendimentos isentos ou não tributáveis;</p><p>Ø Tributações Exclusivas ou Definitivas na fonte;</p><p>Ø Tributação de Investimentos em Imóveis;</p><p>Ø Declaração de ajuste anual do imposto de renda da pessoa física (DIR-PF);</p><p>Ø Declaração de Espólio;</p><p>Ø Declaração de Saída Definitiva do País.</p><p>CFP - Certified Financial Planner</p><p>43</p><p>Fundamentos do Imposto de Renda</p><p>Princípios Constitucionais aplicados ao IR</p><p>Em relação aos princípios constitucionais aplicáveis ao IR, os três principais são:</p><p>Ø GENERALIDADE: Este princípio diz que o imposto de renda deve ser pago por</p><p>todas as pessoas, respeitado o princípio da capacidade contributiva, ou seja, sendo</p><p>vedado o privilégio. Vale ressaltar que pessoas imunes não são tributadas.</p><p>Ø UNIVERSALIDADE: Significa que o imposto de renda deverá incidir sobre todas as</p><p>espécies de proventos e rendas, portanto, não importa a origem da renda, o tributo</p><p>irá surgir. Aqui podemos notar o impacto na Declaração Anual do IR das pessoas</p><p>físicas, no qual somam-se todas as rendas com tabela progressiva.</p><p>Ø PROGRESSIVIDADE: Este é o princípio que respeita a capacidade contributiva,</p><p>segundo qual devem existir diversas alíquotas, respeitando-se a faixa de renda do</p><p>contribuinte, conforme manifestação de riqueza da cada indivíduo. Desta forma,</p><p>tributasse com alíquotas maiores aqueles que possuem uma melhor condição</p><p>financeira e se tributa com alíquotas menores, os menos afortunados</p><p>financeiramente.</p><p>CFP - Certified Financial Planner</p><p>44</p><p>O Código Tributário Nacional (CTN) descreve que o imposto de renda deverá ocorrer</p><p>quando houver a disponibilidade econômica ou jurídica dos seguintes casos:</p><p>Ø RENDA por RENDIMENTO: os rendimentos são frutos gerados do trabalho ou de</p><p>algum ativo financeiro. Estes rendimentos podem ser considerados como:</p><p>§ Tributável Compensável: nesta maneira, as rendas são tributadas com base na</p><p>Tabela Progressiva Mensal, ocorrendo o devido ajuste na DIR-PF, através da</p><p>Tabela Progressiva Anual. Vale ressaltar que todas as fontes compensáveis são</p><p>somadas na DIR-PF anual, para ser calculado o verdadeiro valor devido (podendo</p><p>haver uma restituição de imposto pago ou um ajuste de imposto a pagar).</p><p>§ Sujeitos à Tributação Exclusiva/Definitiva: o imposto já é recolhido no momento</p><p>do pagamento pela fonte pagadora, como por exemplo, nos CDBs e PLR.</p><p>Ø RENDA por GANHO DE CAPITAL: É a concretização do aumento patrimonial</p><p>através de ativos, exemplo, a venda das ações ou a venda do imóvel.</p><p>Ø PROVENTOS DE QUALQUER NATUREZA: Quando não se enquadrar nas</p><p>classificações anteriores, tais como herança, doações, prêmios de loteria.</p><p>Ø ISENTOS DE IMPOSTO DE RENDA: O fato gerador existe, porém a pessoa física não</p><p>será tributada. Exemplos: LCI, LCA, Dividendos, janela dos 180 dias nos imóveis,</p><p>alienação de bens de pequeno valor.</p><p>Fundamentos do Imposto de Renda</p><p>Conceito de Renda</p><p>CFP - Certified Financial Planner</p><p>45</p><p>TABELA PROGRESSIVA DE IR: EXERCÍCIO 2020, ANO-CALENDÁRIO 2019</p><p>BASE DE CÁLCULO (R$)</p><p>Alíquota</p><p>DEDUÇÃO (R$)</p><p>Mês Ano Mês Ano</p><p>Até 1.903,98</p><p>De 1.903,99 até 2.826,65</p><p>De 2.826,66 até 3.751,05</p><p>De 3.751,06 até 4.664,68</p><p>Acima de 4.664,69</p><p>Até 22.847,76</p><p>De 22.847,77 até 33.919,80</p><p>De 33.919,81 até 45.012,60</p><p>De 45.012,61 até 55.979,76</p><p>Acima de 55.979,76</p><p>0,00%</p><p>7,50%</p><p>15,0%</p><p>22,5%</p><p>27,5%</p><p>0,00</p><p>142,80</p><p>354,80</p><p>636,13</p><p>869,36</p><p>0,00</p><p>1.713,58</p><p>4.257,57</p><p>7.633,51</p><p>10.432,32</p><p>A tabela progressiva é aplicada sobre diversas fontes de rendas da pessoa física, tais como</p><p>salários e aluguéis. Ela parte do princípio que quanto mais se ganha, mais se paga. Por</p><p>exemplo, um gerente tem salário mensal bruto de R$ 10.000,00. Qual o valor do imposto</p><p>que será recolhido na fonte?</p><p>§ IRRF = Renda</p><p>× Alíquota − Dedução</p><p>§ R$ 10.000,00 x 27,5% = R$ 2.750,00 – (R$ 869,36) = R$ 1.880,64</p><p>§ Valor Líquido Recebido: R$ 10.000,00 - R$ 1.880,64 = R$ 8, 119,36</p><p>Rendimentos Tributáveis Compensáveis</p><p>Regime de Tributação da Renda da Pessoa Física</p><p>CFP - Certified Financial Planner</p><p>46</p><p>IR: Principais casos para Pessoas Físicas</p><p>FATO GERADOR QUANDO SURGE QUANDO PAGAR ALÍQUOTA</p><p>GANHO</p><p>DE CAPITAL</p><p>VENDA DE AÇÕES</p><p>Até o final do</p><p>próximo mês</p><p>15% - operações comuns</p><p>20% - operação day-trade</p><p>VENDA DE IMÓVEL</p><p>(Brasil ou Exterior)</p><p>Até o final do</p><p>próximo mês</p><p>Tabela Progressiva</p><p>(15% a 22,5%)</p><p>RENDIMENTO</p><p>Salário DIR-PF Anual Tabela Progressiva</p><p>DIVIDENDOS:</p><p>Ações Brasileiras</p><p>-</p><p>Isento para</p><p>Pessoas Físicas</p><p>Aluguel de Imóvel</p><p>(Brasil ou Exterior)</p><p>Até o último dia</p><p>útil do mês</p><p>subsequente ao</p><p>recebimento da</p><p>renda</p><p>Tabela Progressiva</p><p>(0 a 27,5%),</p><p>Fundamentos do Imposto de Renda</p><p>CFP - Certified Financial Planner</p><p>47</p><p>Formas de Recolhimento do imposto</p><p>O imposto de renda poderá ser recolhido através de duas formas:</p><p>Ø RETENÇÃO NA FONTE: neste caso, o contribuinte não é o responsável pelo</p><p>recolhimento. Ela ocorre, por exemplo, nas aplicações de renda fixa (CDBs), aonde o</p><p>sujeito passivo é o investidor, mas o responsável pelo recolhimento é a instituição</p><p>financeira. Outro exemplo é o salário, onde há uma retenção na fonte pelo</p><p>empregador, mas no outro ano, trabalhador deverá declarar as suas rendas.</p><p>Ø AUTO RECOLHIMENTO: esta é forma que também chamamos de CARNÊ-LEÃO.</p><p>Ele é obrigatório as pessoas físicas, residentes no Brasil, que receberam rendimentos</p><p>de outra pessoa física ou do exterior (por exemplo, alugueis), sendo este</p><p>documento, ocorrendo mensalmente. Alguns rendimentos recebidos de pessoa física</p><p>e de fonte situada no exterior sujeitos ao pagamento do Carnê-leão são:</p><p>§ Aluguéis recebidos tanto de imóveis situados no Brasil, quanto no Exterior;</p><p>§ Trabalho sem vínculo empregatício como autônomos e profissionais liberais;</p><p>§ Rendimentos decorrentes da atividade de leiloeiro.</p><p>q OBS: Aplicações financeiras no exterior e offshores possuem regras próprias que serão</p><p>explicadas no Capítulo 5 – Tributação de rendimentos recebidos no exterior por</p><p>residentes no Brasil.</p><p>Regime de Tributação da Renda da Pessoa Física</p><p>CFP - Certified Financial Planner</p><p>48</p><p>Regime de Tributação da Renda da Pessoa Física</p><p>Rendimentos tributáveis recebidos de PJ</p><p>Alguns dos itens que falaremos a seguir referente a esse assunto são:</p><p>Ø Aluguéis & Royalties: estas rendas são tributadas com base na Tabela Progressiva</p><p>Mensal, ocorrendo o devido ajuste na DIR-PF, através da tabela progressiva anual.</p><p>Ø Resgates ou Rendas de planos de previdência e FAPI (*): conforme destacado no</p><p>Módulo III – Planejamento de Aposentadoria, os planos de previdência podem</p><p>possuir dois tipos de tributação: a tributação regressiva (35% a 10%, conforme o</p><p>tempo), que é exclusiva e definitiva na fonte; e a tributação progressiva (0 a 27,5%).</p><p>Ø Rendimentos do trabalho com vínculo empregatício: Este é o caso no qual o</p><p>rendimento mensal terá o nome de “Salário”.</p><p>Ø Rendimentos de Pró-labore: forma de remuneração do sócio-administrador.</p><p>Ø Rendimentos do trabalho sem vínculo empregatício: A pessoa física que exerce,</p><p>por conta própria, atividade profissional remunerada prestando SERVIÇO DE</p><p>CARÁTER EVENTUAL sem vínculo empregatício.</p><p>q OBS (*): Mesmo FAPI (Fundo de Aposentadoria Programada Individual) não constando</p><p>no edital, devemos saber que ele é uma forma de investimento com “características de</p><p>PGBL”, ou seja, sua contribuição pode ser lançado como despesa na tabela completa,</p><p>contabilizando juntamente com os 12% do PGBL sobre a renda bruta.</p><p>CFP - Certified Financial Planner</p><p>49</p><p>Rendimentos tributáveis: Salário</p><p>O Rendimentos do trabalho assalariado surge quando consideramos uma pessoa física</p><p>sendo um TRABALHADOR EMPREGADO, ou seja, quando houver NECESSIDADE de</p><p>Vínculo Empregatício (caráter habitual e com subordinação). Não é a existência da</p><p>Carteira de Trabalho, mas sim, o ato que o configura. Exemplo disso são:</p><p>Ø Subordinação;</p><p>Ø Pessoalidade (pessoal física);</p><p>Ø Continuidade;</p><p>Ø Dependência pelo salário;</p><p>Ø Horário de trabalho.</p><p>Desta forma, o rendimento mensal terá o nome de “Salário” com as seguintes deduções:</p><p>Ø IRPF: Tabela progressiva (0% a 27,5%);</p><p>Ø INSS: Tabela segurado (7,5% a 14%);</p><p>Ø Contribuições para terceiros (seguro acidente, SESC, SESI, etc.), cuja alíquota</p><p>conjunta varia, geralmente, entre 5 a 7%.</p><p>Regime de Tributação da Renda da Pessoa Física</p><p>CFP - Certified Financial Planner</p><p>50</p><p>Quando surgir este vincula empregatício, o assalariado terá direito a diversos benefícios</p><p>que serão arcados pelo Empregador, tais como:</p><p>Ø Décimo terceiro salário;</p><p>Ø Férias remuneradas;</p><p>Ø 1/3 de adicional de férias;</p><p>Ø Adicional de hora extra;</p><p>Ø Multa por demissão sem justa causa.</p><p>Além destas obrigações trabalhistas, o empregador também possui obrigações de cunho</p><p>tributário e Previdenciário, como por exemplo:</p><p>Ø Retenção do IR do empregado (IRRF);</p><p>Ø Retenção do INSS – Segurado;</p><p>Ø Contribuição patronal 20% do salário (INSS cobrado da empresa);</p><p>Ø FGTS (8% do salário)</p><p>Ø SAT/RAT (1% a 3% do salário)</p><p>Rendimentos tributáveis: Salário</p><p>Regime de Tributação da Renda da Pessoa Física</p><p>CFP - Certified Financial Planner</p><p>51</p><p>Tributação sobre o trabalho</p><p>O PRÓ-LABORE é o “salário” dos sócios da empresa que prestam atividades</p><p>administrativas no dia a dia do negócio. No entanto, ela possui algumas diferenças</p><p>importantes relativas as obrigatoriedades, já que o salário é pago aos empregados da</p><p>empresa, sendo regido pelas Leis Trabalhistas (CLT) e o pró-labore não.</p><p>Por exemplo, os sócios que recebem pró-labore podem não receber 13° salário ou não ter</p><p>férias remuneradas, já quem recebe salário devem ter obrigatoriamente, ou seja, a grande</p><p>diferença entre os dois tipos de remuneração está na flexibilidade e atribuições (o único</p><p>encargo trabalhista obrigatório sobre o pró-labore é o INSS). Em relação a tributação,</p><p>teremos os seguintes casos:</p><p>Ø IMPOSTO DE RENDA: o administrador que recebe o pró-labore será tributado</p><p>conforme tabela progressiva (0-27,5%);</p><p>Ø INSS (Pessoa Física): alíquota cobrada sobre o pró-labore é sempre de 11%;</p><p>Ø INSS (Pessoa Jurídica): as empresas não optantes pelo Simples Nacional, deverão</p><p>recolher 20% referente a este tributo.</p><p>Vale ressaltar que a Base-de-Contribuição máxima do INSS (ano-2021) será sobre o valor</p><p>de R$ 6.433,57, mesmo que o pró-labore seja superior a este valor.</p><p>Rendimentos tributáveis: Pró-Labore</p><p>CFP - Certified Financial Planner</p><p>52</p><p>Da mesma forma que o Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF), a contribuição ao INSS</p><p>também possui uma tabela progressiva. A tabela de contribuição previdenciária do</p><p>segurado empregado, empregado doméstico e trabalhador avulso, para pagamento de</p><p>remuneração, será aplicada da seguinte forma:</p><p>Esta tabela se refere a Previdência Pública pelo Regime Geral, ou seja, pelo RGPS e não</p><p>pelo RPPS. Vale ressaltar que as alíquotas incidem sobre cada faixa de remuneração (da</p><p>mesma forma como é cobrado o IRPF). Por exemplo, um trabalhador que ganha</p><p>exatamente o teto do RGPS (R$ 6.101,06 ou mais) pagará o valor máximo de R$ 713,10.</p><p>Outro ponto importante é que o desconto do INSS ocorre ANTES da aplicação IRPF.</p><p>SALÁRIO DE CONTRIBUIÇÃO (R$) ALÍQUOTA</p><p>Até R$ 1.045,00 7,5%</p><p>de R$ 1.045,01 até R$ 2.089,60 9%</p><p>de R$ 2.089,61 até R$ 3.134,40 12%</p><p>de R$ 3.134,41 até R$ 6.101,06 14%</p><p>Salário & Contribuição do INSS</p><p>Regime de Tributação da Renda da Pessoa Física</p><p>CFP - Certified Financial Planner</p><p>53</p><p>Para entendermos de forma mais lúdica a nova maneira que será descontado o INSS para</p><p>o RGPS, vamos fazer dois exemplos:</p><p>Ø EXEMPLO 1: Rafael possui um salário de R$ 3.000,00:</p><p>§ 1ª Faixa Salarial: (R$ 1.045,00) x 7,5% = R$ 78,38</p><p>§ 2ª Faixa Salarial: (R$ 2.089,60 – R$ 1.045,00) x 9,00% = R$ 94,01</p><p>§ 3ª Faixa Salarial: (R$ 3.000,00 – R$ 2.089,60) x 12,00% = R$ 109,25</p><p>§ Total do desconto de INSS: R$ 109,25 + R$ 94,01 + R$ 78,38 = R$ 281,64</p><p>Resposta: R$ 281,64 é o que será descontado de INSS no recibo do pagamento.</p><p>Ø EXEMPLO 2: Rafael possui um salário de R$ 10.000,00:</p><p>§ 1ª Faixa Salarial: (R$ 1.045,00) x 7,5% = R$ 78,38</p><p>§ 2ª Faixa Salarial: (R$ 2.089,60 – R$ 1.045,00) x 9,00% = R$ 94,01</p><p>§ 3ª Faixa Salarial: (R$ 3.134,40 – R$ 2.089,60) x 12,00% = R$ 125,38</p><p>§ 4ª Faixa Salarial: (R$ 6.101,06 – R$ 3.134,40) x 14% = R$ 415,33</p><p>§ Total do desconto de INSS: 78,38 + 94,01 + 125,38 + 415,33 = R$ 713,10</p><p>Resposta: R$ 713,10, que é o TETO DE DESCONTO na tabela atual (ano 2021).</p><p>Regime de Tributação da Renda da Pessoa Física</p><p>Salário & Contribuição do INSS</p><p>CFP - Certified Financial Planner</p><p>54</p><p>Um empregado possui renda de R$ 10.000,00. Qual será o valor descontado do INSS e o</p><p>valor a ser recolhido para o Imposto de Renda?</p><p>q RESPOSTA: Primeira devemos calcular e descontar o INSS, para posteriormente calcular</p><p>o Imposto de Renda a ser recolhido do Empregado. Como o indivíduo recebe acima de</p><p>R$ 6.101,06 , lhe será desconto o teto do INSS (R$ 713,10), gerando a base para o IR.</p><p>o Base para IRPF = R$ 10.000,00 – R$ 713,10</p><p>o Base para IRPF = R$ 9.286,90</p><p>Com base de R$ 9.286,90, buscamos na tabela progressiva a alíquota e a dedução:</p><p>o IRPF = R$ 9.286,90 x 27,5% = R$ 2.553,90 – (R$ 869,36) = R$ 1.684,54</p><p>o Salário Líquido = R$ 9.286,90 – R$ 1.684,54</p><p>o Salário Líquido = R$ 7.602,36</p><p>TABELA PROGRESSIVA MENSAL DO IRPF – 2020/2019</p><p>Acima de R$ 4.664,69 27,5% R$ 869,36</p><p>Rendimentos tributáveis: Salário</p><p>Regime de Tributação da Renda da Pessoa Física</p><p>CFP - Certified Financial Planner</p><p>55</p><p>Rendimentos tributáveis: Autônomo</p><p>A pessoa física que exerce, por conta própria, atividade profissional remunerada</p><p>prestando SERVIÇO DE CARÁTER EVENTUAL sem vínculo empregatício, é considerada</p><p>como profissional autônomo. Ou seja, a principal característica da atividade</p><p>do autônomo é sua independência, pois a sua atuação não possui subordinação a um</p><p>empregador. Desta forma o trabalhador autônomo poderá ser um:</p><p>Ø Prestador de serviço de profissão não regulamentada: como vendedor, cozinheiro,</p><p>diarista, prestador de serviços gerais, cabeleireiro;</p><p>Ø Prestador de serviço de uma profissão regulamentada, mas sem vínculo</p><p>empregatício: neste caso, ele é conhecido como um profissional liberal, como por</p><p>exemplo, advogado, médico, engenheiro, psicólogo, nutricionista, ou seja, tem uma</p><p>profissão técnica específica, regulamentada e fiscalizada por uma entidade de classe.</p><p>A tributação das rendas deste profissional, referente ao seu trabalho sem vínculo</p><p>empregatício, ocorrerão através da Tabela Progressiva (quando o serviço for para outra</p><p>pessoa física, deverá ser recolhido através de Carne-Leão mensal; já se for para uma</p><p>pessoa jurídica, será recolhido o imposto na fonte pela PJ). Ele também poderá manter um</p><p>Livro-Caixa para deduções do imposto, que é o registro de todos os recebimentos e</p><p>pagamentos efetuados pelo Autônomo ou Profissional Liberal.</p><p>Regime de Tributação da Renda da Pessoa Física</p><p>CFP - Certified Financial Planner</p><p>56</p><p>Autônomo (PF) x Prestador de Serviços (PJ)</p><p>A diferença entre os dois casos, não está na forma de trabalho, mas na forma que será</p><p>tributado as fontes de renda da pessoa. Ser um AUTÔNOMO PESSOA FÍSICA a receita</p><p>federal lhe tributará conforme tabela progressiva (0 a 27,5%), podendo ser mantido Livro-</p><p>Caixa, para diminuição da base tributária. Já ser um PRESTADOR DE SERVIÇOS (PJ) fará</p><p>com que as receitas (federal, estadual e municipal) enxerguem este profissional como</p><p>uma Pessoa Jurídica, surgindo assim demais obrigações.</p><p>Tratando um pouco mais sobre o PRESTADOR DE SERVIÇOS (PJ), veremos a seguir que</p><p>existem três escolhas para a devida tributação: Simples Nacional, Lucro Presumido e Lucro</p><p>Real. No entanto, a grande vantagem na comparação de um Prestador de Serviços (PJ)</p><p>sobre um Autônomo (PF), ocorre quando a sua remuneração começa a ser maior que</p><p>R$ 5.000,00. Isso por que dentro do Simples Nacional, existe uma classificação chama de</p><p>MEI (Microempreendedor Individual) no qual faturamentos abaixo de R$ 81.000,00 no</p><p>ano, são isentos de imposto de renda.</p><p>Ou seja, deve ser visto caso a caso para poder ser analisado a troca de uma tributação</p><p>através da tabela progressiva da Pessoa Física, para os tributos de uma Pessoa Jurídica.</p><p>Regime de Tributação da Renda da Pessoa Física</p><p>CFP - Certified Financial Planner</p><p>57</p><p>Responsável pelo Recolhimento do IR</p><p>Após falarmos tanto de imposto, talvez você tenha notado que quando há uma pessoa</p><p>jurídica na relação comercial, a responsabilidade sempre recai sobre a pessoa jurídica. É</p><p>assim quando a instituição financeira paga o salário dos funcionários. Mesmo o imposto</p><p>sendo da pessoa física, é a empresa a responsável pelo recolhimento do IR na fonte. Mas</p><p>ela também é a responsável quando presta um serviço aos seus clientes. Não são os</p><p>clientes que recolhem o IRPJ, CSLL, e demais impostos da PJ. No entanto, quando forem</p><p>duas pessoas físicas, a responsabilidade sempre será de quem recebeu o dinheiro, ou</p><p>seja, de quem prestou o serviço.</p><p>Por exemplo, em 2020, você (pessoa física) decide alugar seus dois imóveis. Um deles</p><p>para o banco XYZ por R$ 30.000,00 e o outro para o Rafael Toro por R$ 10.000,00. Quando</p><p>você for receber a renda dos R$ 30.000,00, o próprio banco já irá recolher na fonte (por</p><p>antecipação) o seu IRPF, baseado neste valor. Já no valor do Rafael, você mesmo deverá</p><p>recolher, a cada mês, o IR devido com base na sistemática do carnê-leão. Quando chegar</p><p>no ano de 2021, você precisará fazer a DIR-PF de 2020, e declarar os rendimentos de</p><p>aluguéis recebidos, para calcular se o terá mais imposto a recolher ou se terá direito à</p><p>restituição, pois os impostos foram apenas uma antecipação nos dois casos.</p><p>Regime de Tributação da Renda da Pessoa Física</p><p>CFP - Certified Financial Planner</p><p>58</p><p>Rendimentos Isentos ou Não Tributáveis</p><p>Conceito</p><p>Em diversos momentos a pessoa física poderá estar isenta da tributação do imposto de</p><p>renda, sendo os principais casos de isenção ou não cobrança de tributos os seguintes</p><p>acontecimentos:</p><p>Ø Rendimentos e ganho de capital de aplicações financeiras (exemplo, LCI);</p><p>Ø Bolsas de estudo e de pesquisa caracterizadas como doação, quando recebidas</p><p>exclusivamente para proceder a estudos ou pesquisas e desde que os resultados</p><p>dessas atividades não representem vantagem para o doador, nem importem</p><p>contraprestação de serviços.</p><p>Ø Lucros e dividendos;</p><p>Ø Lucro de alienação de bens ou direitos de pequeno valor;</p><p>Ø Lucro de alienação de imóveis (as regras serão apresentadas a seguir)</p><p>Ø Transferências patrimoniais (doação, herança, legado, meação, separação);</p><p>Ø Indenizações por rescisão do contrato de trabalho e FTGS;</p><p>Ø Pensão alimentícia (Decisão do STF em 03/junho/2022);</p><p>Ø Aposentadoria, reserva remunerada, reforma, pensão ou pecúlio:</p><p>§ Acima de 65 anos, redução de R$ 24.751,74 no ano (dados de 2022);</p><p>§ Decorrente de morte ou invalidez permanente;</p><p>§ Doença grave ou acidente de trabalho.</p><p>CFP - Certified Financial Planner</p><p>59</p><p>Aplicações Financeiras</p><p>Diversos são as aplicações financeiras em que as pessoas físicas possuem isenção do</p><p>imposto de renda nos devidos rendimentos ou no ganho de capital. Esses casos ocorrem,</p><p>pois o governo federal deseja incentivar setores específicas da economia, como por</p><p>exemplo, a construção civil e o agronegócio. Diante disto, os principais produtos</p><p>financeiros com isenção são:</p><p>Ø Poupança;</p><p>Ø Imobiliários: LCI, CRI, LH, LI, LIG, CCI;</p><p>Ø Agronegócio: LCA, CRA, CDA, WA, CDCA, CPR;</p><p>Ø Debêntures Incentivadas (*).</p><p>Ø Fundos Imobiliários (somente sobre a distribuição do lucro e com regras</p><p>específicas)</p><p>Estes itens serão mais detalhados no Capítulo 4. Tributação de Aplicações Financeiras.</p><p>q OBS (*): A Lei 14.801/24 criou as debêntures de infraestrutura e alterou regras para a</p><p>emissão das debêntures incentivadas (criadas pela Lei nº 12.431/2011). Com isso,</p><p>somente as debêntures incentivadas possuem isenção de IR para pessoas físicas. Já as</p><p>debêntures de infraestrutura, a tributação segue a regra normal de renda fixa.</p><p>Rendimentos Isentos ou Não Tributáveis</p><p>CFP - Certified</p><p>Financial Planner</p><p>60</p><p>Dividendos</p><p>DIVIDENDO é a distribuição do lucro da companhia aos seus devidos sócios, ou seja, ele</p><p>NÃO É O LUCRO, mas sim, O ATO DE DISTRIBUIR O LUCRO. Por se tratar “apenas” de uma</p><p>transferência do lucro da empresa para os seus sócios, este ato não é considerado como</p><p>uma despesa para as empresas (empresas enquadradas como lucro real, as despesas</p><p>fazem com que diminua a base tributária para o recolhimento de impostos como IRPJ e a</p><p>CSLL).</p><p>Quando o DIVIDENDO for de uma empresa brasileira para um residente nacional pessoa</p><p>física, ele é ISENTO DE IMPOSTO DE RENDA. No entanto, quando o dividendo for de uma</p><p>empresa do exterior (por exemplo ADRs e offshores), ele será tributado através da</p><p>alíquota fixa de 15% na Declaração Anual do Imposto de Renda – Pessoa Física (DIR-PF).</p><p>Rendimentos Isentos ou Não Tributáveis</p><p>CFP - Certified Financial Planner</p><p>61</p><p>Bens ou Direitos de Pequeno Valor</p><p>Desde 16/06/2005, são isentos do imposto sobre a renda os ganhos líquidos auferidos por</p><p>pessoa física em operações efetuadas:</p><p>Ø com ações, no mercado à vista de bolsas de valores ou mercado de balcão, se o</p><p>total das alienações desse ativo, realizadas no mês, não exceder a R$ 20.000,00. Esta</p><p>isenção não vale para day-trade com ações;</p><p>Ø com ações de pequenas e médias empresas a que se refere o art. 16 da Lei nº</p><p>13.043/14. Esta alienação deverá ocorrer até 31 de dezembro de 2023;</p><p>Ø com ouro, ativo financeiro, se o total das alienações desse ativo, realizadas no</p><p>mês, não exceder a R$ 20.000,00;</p><p>Ø nos demais casos, no valor R$ 35.000,00 (trinta e cinco mil reais), como por</p><p>exemplo: joias, obras de arte, entre outros casos.</p><p>Os limites acima referidos são considerados em relação ao bem ou direito ou ao valor do</p><p>conjunto dos bens ou direitos da mesma natureza, alienados em um mesmo mês, ou seja,</p><p>você pode vender por R$ 30.000,00 uma obra de arte e R$ 20.000,00 em ações na B3 em</p><p>um mesmo mês, que, mesmo ocorrendo ganho de capital nos dois casos, eles serão</p><p>analisados isoladamente e com isso, a pessoa física brasileira estará isenta do imposto de</p><p>renda, vide que não são da mesma natureza.</p><p>Rendimentos Isentos ou Não Tributáveis</p><p>CFP - Certified Financial Planner</p><p>62</p><p>Imóveis</p><p>A pessoa física que vender um imóvel, também poderá contar com isenção no ganho de</p><p>capital, nos seguintes casos:</p><p>Ø JANELA DOS 180 DIAS: Após a venda de um IMÓVEL RESIDENCIAL de qualquer</p><p>valor, a fração percentual que for reaplicada na aquisição de um (ou mais) imóvel</p><p>residencial em até 180 dias, será utilizada para abatimento do imposto devido. Em</p><p>março de 2022, a receita federal permitiu que este valor pudesse ser reaplicado</p><p>também para quitar, total ou parcialmente, o financiamento imobiliário contratado</p><p>anteriormente para pagar o último imóvel. Este benefício não se aplica sobre</p><p>terrenos e salas comerciais, pode ser usufruído uma única vez a cada 5 anos e não há</p><p>limite na quantidade de imóveis a serem adquiridos após a venda.</p><p>Ø ÚNICO IMÓVEL: Alienação do único imóvel no valor de até R$ 440 mil, sendo</p><p>considerado em relação à parte ideal de cada coproprietário, desde que não tenha</p><p>sido realizada nenhuma alienação (tributada ou não) nos últimos 5 anos.</p><p>Ø IMÓVEIS ANTIGOS: Os imóveis possuem uma tabela de “percentual de redução”</p><p>para IR, no momento da venda, doação ou herança, onde imóveis adquiridos ou</p><p>incorporados antes de 1969, possuem 100% de isenção. A partir de 1969, a cada</p><p>ano, reduz em 5% (1970 – 95% de redução, 1971 – 90%, e assim sucessivamente).</p><p>Rendimentos Isentos ou Não Tributáveis</p><p>CFP - Certified Financial Planner</p><p>63</p><p>Transferências Patrimoniais</p><p>Nas transferências patrimoniais não onerosas (doação, herança, legado, meação,</p><p>separação) não deverá ocorrer o imposto de renda, salve alguns casos. Os únicos casos</p><p>que poderá ocorrer a tributação do Imposto de Renda será na Doação e na Herança</p><p>recebendo o bem por um valor acima do valor declarado do Doador ou do “de cujus”.</p><p>No ato de doar ou de herdar, surge o ITCMD (onde a base tributária é pelo valor venal,</p><p>mas que muitas vezes é utilizado como valor de mercado), porém também poderá surgir o</p><p>Imposto de Renda. Isso porque a receita federal legitimou a escolha da base tributária</p><p>entre VALOR DE MERCADO (VM) ou VALOR DE CUSTO (VC), e com isso, quem recebe o</p><p>bem poderia “alocar” na sua DIR-PF pelo VM ou pelo VC.</p><p>Por exemplo, um pai deseja doar um imóvel que está declarado por R$ 200 mil, mas que</p><p>o valor de mercado é de R$ 500.000,00 para o seu filho. No momento de doar, o ITCMD</p><p>será sobre R$ 500 mil (VM), mas o filho poderá lançar na sua DIR-PF por R$ 200 mil (VC)</p><p>ou por R$ 500 mil (VM). Se ele receber por Valor de Custo, não haverá imposto de renda,</p><p>mas se ele receber por Valor de Mercado, deverá ser recolhido IR de 15% sobre</p><p>R$ 300.000,00, que seria o ganho de capital por “vender” por R$ 500 mil.</p><p>Rendimentos Isentos ou Não Tributáveis</p><p>CFP - Certified Financial Planner</p><p>64</p><p>Introdução</p><p>A TRIBUTAÇÃO EXCLUSIVA DE FONTE OU DEFINITIVA são aquelas no qual o contribuinte</p><p>não pode compensar na DIR-PF, ou seja, após o seu pagamento, não lhe será cobrado a</p><p>mais e nem será possível uma restituição. Em alguns destes casos, a tributação ocorrer na</p><p>fonte (quando a fonte pagadora for uma pessoa jurídica) e em outros casos, o próprio</p><p>contribuinte será o responsável pelo recolhimento do tributo. Vale ressaltar que esses</p><p>tipos de rendas não são consideradas para o cálculo de 12% do PGBL.</p><p>Os principais exemplos são:</p><p>Ø Décimo terceiro salário e PLR (Participação nos Lucros e Resultados);</p><p>Ø Juro sobre capital próprio creditado a acionistas;</p><p>Ø Prêmios em loterias, sorteios, títulos de capitalização (alíquota de 30%);</p><p>Ø Ganho de capital e Rendimentos em aplicações financeiras;</p><p>Ø Ganho de capital na alienação de bens e direitos;</p><p>Ø Alienações a prazo.</p><p>Tributações Exclusivas de Fonte ou Definitivas</p><p>CFP - Certified Financial Planner</p><p>65</p><p>Limitado ao maior entreTJLP Patrimônio</p><p>Líquido</p><p>§ 50% lucro do exercício</p><p>anterior à dedução</p><p>§ 50% lucros acumulados</p><p>X</p><p>JCP – Juros sobre o Capital Próprio</p><p>A JCP é uma forma de remuneração dos sócios ou acionistas de uma sociedade</p><p>empresária, com base no capital investido na pessoa jurídica. Esse mecanismo foi</p><p>instituído pela legislação brasileira como uma alternativa para a distribuição de lucros,</p><p>trazendo benefícios tanto para a empresa quanto para os sócios. Após seu pagamento, o</p><p>preço da ação sofre o mesmo efeito que ocorre no pagamento dos dividendos, ou seja, é</p><p>negociada ex-juros.</p><p>q Vantagem para empresa: A legislação tributária brasileira permite que os valores pagos</p><p>ou creditados a título de JCP sejam deduzidos da base de cálculo do Imposto de Renda</p><p>das Pessoas Jurídicas (IRPJ) e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) mas</p><p>empresas de Lucro Real.</p><p>q IR para o investidor: O acionista é tributado em 15% de forma exclusiva e definitiva na</p><p>fonte sobre o valor a ser distribuído.</p><p>Tributações Exclusivas de Fonte ou Definitivas</p><p>CFP - Certified Financial Planner</p><p>66</p><p>Ganho de Capital na Alienação de Bens e Direitos</p><p>O ganho de capital (fora da bolsa de valores) sujeita-se à incidência do imposto de renda,</p><p>a uma alíquota progressiva, sob a forma de tributação definitiva e não compensável na</p><p>DIR-PF. Assim sendo, os ganhos de capitais serão tributados da seguinte forma:</p><p>Ø 15,00% sobre os ganhos de até R$ 5 milhões;</p><p>Ø 17,50% sobre os ganhos que excederem R$ 5 milhões até R$ 10 milhões;</p><p>Ø 20,00% sobre os ganhos que excederem R$ 10 milhões até R$ 30 milhões;</p><p>Ø 22,50% sobre os ganhos que excederem R$ 30 milhões.</p><p>Esta nova tabela, está vigente desde 01/01/2017 e veremos um exemplo a seguir de como</p><p>calcular através destas novas alíquotas, mas vale ressaltar que, em uma alienação com</p><p>lucro de R$ 90 milhões, a alíquota de 22,5% não será sobre o valor total do ganho de</p><p>capital, mas somente sobre R$ 60 milhões de reais (a parte correspondente acima de</p><p>R$ 30 milhões de reais).</p><p>A seguir veremos um exemplo de como devemos realizar o cálculo.</p><p>Tributações</p><p>Exclusivas de Fonte ou Definitivas</p><p>CFP - Certified Financial Planner</p><p>67</p><p>Exemplo</p><p>Rafael é proprietário de uma empresa com capital social de R$ 10 milhões (valor</p><p>declarado na sua DIR-PF) e que hoje vale R$ 100 milhões. Caso ele venda as suas cotas</p><p>fora da bolsa, qual o valor de Imposto de Renda devido?</p><p>q RESPOSTA: Por se tratar de uma venda fora da bolsa de valores e um lucro de</p><p>R$ 90 milhões, necessitamos utilizar a tabela progressiva do ganho de capital para</p><p>encontrarmos o valor devido que será R$ 19.125.000,00:</p><p>FAIXA DE GANHO ALÍQUOTA LUCRO DA FAIXA IMPOSTO A PAGAR</p><p>Até R$ 5 milhões 15,00% R$ 5.000.000,00 R$ 750.000,00</p><p>De R$ 5 a 10 milhões 17,50% R$ 5.000.000,00 R$ 875.000,00</p><p>De R$ 10 a 30 milhões 20,00% R$ 20.000.000,00 R$ 4.000.000,00</p><p>Acima de R$ 30 milhões 22,50% R$ 60.000.000,00 R$ 13.500.000,00</p><p>TOTAL - R$ 90.000.000,00 R$ 19.125.000,00</p><p>Tributações Exclusivas de Fonte ou Definitivas</p><p>CFP - Certified Financial Planner</p><p>68</p><p>Aplicações Financeiras</p><p>As aplicações financeiras em renda fixa e em renda variável, possuem sua tributação do</p><p>imposto de renda como sendo Definitivas. A principal diferença entre a renda fixa e a</p><p>renda variável no quesito tributação, é que os rendimentos da renda fixa serão</p><p>automaticamente na fonte.</p><p>Já o ganho de capital da renda variável (quando tratamos de bolsa de valores) ocorrerá</p><p>uma parte na fonte pela instituição financeira, no qual chamamos de dedo-duro, e outra</p><p>parte será de responsabilidade do próprio investidor.</p><p>Todos estes itens serão mais bem detalhados no Capítulo 4. Tributação de Aplicações</p><p>Financeiras.</p><p>Tributações Exclusivas de Fonte ou Definitivas</p><p>CFP - Certified Financial Planner</p><p>69</p><p>Alienações a Prazo</p><p>Nas alienações a prazo, o ganho de capital será apurado como venda à vista e deverá ser</p><p>tributado PROPORCIONALMENTE a cada parcelas recebidas. Além disso, estre tributado é</p><p>considerado como definitivas. Para facilitar qual o imposto a ser recolhido parcela por</p><p>parcela, basta aplicar a proporção do lucro em cada parcela, como se fosse uma venda a</p><p>vista e caso todas as parcelas sejam iguais, bastar calcular o imposto total e dividir pelo</p><p>número de parcelas</p><p>Por exemplo, Rafael possui uma empresa que está declarada por R$ 200.000,00 e decide</p><p>vender por 1.000.000,00 em 100 parcelas de R$ 10.000,00. Desta forma, o lucro da</p><p>operação é de R$ 800.000,00 (80% referente ao valor total da venda à vista). Assim sendo,</p><p>a cada parcela de recebida, a base tributária será 80% do valor da parcela e a alíquota</p><p>será de 15% (ganho de capital abaixo de R$ 5 milhões), ou seja:</p><p>Ø IR (de cada parcela) = BASE TRIBUTÁRIA x ALÍQUOTA</p><p>Ø IR (de cada parcela) = R$ 8.000,00 x 15%</p><p>Ø IR (de cada parcela) = R$ 1.200,00</p><p>Como as parcelas são todas iguais, poderíamos ter calculado o imposto total que seria de</p><p>R$ 120.000,00 (15% sobre R$ 800 mil) e dividir pelo número de parcelas.</p><p>Tributações Exclusivas de Fonte ou Definitivas</p><p>CFP - Certified Financial Planner</p><p>70</p><p>DIR-PF: Declaração Anual do IR da Pessoa Física</p><p>Conceito</p><p>A DIR-PF, Declaração anual do Imposto de Renda da Pessoa Física, é o documento que</p><p>deve ser entregue pelas pessoas que tiveram rendas ou possuem um patrimônio</p><p>relevante para a receita federal (veremos os principais casos a seguir). Normalmente, sua</p><p>entrega deve ocorrer até o último dia de abril (salve se a RFB dite outra data) e a DIR-PF se</p><p>refere aos dados do ano anterior, ou seja, a DIR-PF 2020, refere-se aos dados de 2019.</p><p>Neste documento, a pessoa física declara todos os seus ativos (bens) a valores de custo &</p><p>passivos (dívidas), ou seja, ele não é a foto atual do Patrimônio Líquido do contribuinte.</p><p>Por exemplo, um imóvel adquirido no ano de 2000 e que o seu valor de mercado esteja o</p><p>dobro, deverá constar na DIR-PF pelo valor adquirido e não pelo valor de mercado.</p><p>Além disso, neste documento deverá ser declarado todas as fontes de rendas que a</p><p>pessoa teve no ano anterior e caso sejam fontes de rendas consideradas compensáveis</p><p>(salários, aluguéis, renda de previdência privada através da tabela progressiva...), todas</p><p>deverão ser somadas para ser realizado o verdadeiro cálculo do IR sobre essas fontes.</p><p>Diante disto, o contribuinte poderá escolher entre a Declaração através da Tabela</p><p>Completa ou pela Tabela Simplificada, no qual veremos a seguir.</p><p>CFP - Certified Financial Planner</p><p>71</p><p>DIR-PF: Declaração Anual do IR da Pessoa Física</p><p>Quem é obrigado a Declarar</p><p>Os principais casos em 2023 (ano-base 2022) a entregar a DIR-PF foram:</p><p>Ø Obteve rendimentos tributáveis acima de R$ 28.559,70;</p><p>Ø Recebeu rendimentos não tributáveis ou tributados exclusivamente na fonte</p><p>acima de R$ 40 mil;</p><p>Ø Obteve receita bruta valor superior a R$ 142.798,50 em atividade rural;</p><p>Ø Teve a posse ou a propriedade, em 31 de dezembro de 2022, de bens ou direitos,</p><p>inclusive terra nua, acima de R$ 300 mil;</p><p>Ø Vendeu mais de R$ 40.000,00 em ativos nas bolsas de valores, de mercadorias, de</p><p>futuros e assemelhadas;</p><p>Ø Quem teve lucro sujeito à incidência de imposto nas vendas;</p><p>Ø As pessoas que tiveram ganhos de capital na alienação de bens ou direitos;</p><p>Ø Pessoas que passaram a residir no Brasil em qualquer mês do ano passado;</p><p>Ø Valeu-se da isenção na venda/compra de imóveis residenciais (180 dias).</p><p>q OBSERVAÇÃO: a condição de titular ou sócio de empresa não causa, por si só, a</p><p>obrigação de declarar e entregar a DIR-PF. Outro ponto a ser notado é que, desde 2023, a</p><p>Receita Federal isentou da obrigação de declarar quem fez operações de venda de baixo</p><p>valor ou não teve lucro.</p><p>CFP - Certified Financial Planner</p><p>72</p><p>Declaração Completa Desconto Simplificado</p><p>É permitido deduzir da Renda Bruta Tributável diversos</p><p>valores para termos a Base Tributável. Os principais são:</p><p>Ø Dependentes (R$ 2.275,08);</p><p>Ø Despesas com instrução (R$ 3.561,50);</p><p>Ø Despesas médicas (sem limite);</p><p>Ø Previdência Pública (RGPS ou RPPS);</p><p>Ø Previdência Privada até 12% da Renda Bruta;</p><p>Ø Pensão Alimentícia por decisão judicial;</p><p>Ø Doações Sociais (deve ser pesquisada o seu tipo).</p><p>OBS: DOAÇÕES PARA PARTIDOS POLÍTICOS NÃO SÃO</p><p>DEDUTÍVEIS PARA O IMPOSTO DE RENDA.</p><p>Corresponde a 20% do valor</p><p>da Renda Bruta Tributável</p><p>limitado a R$ 16.754,34</p><p>(*) Valores de 2023</p><p>Declaração de IR Anual</p><p>A cada ano, o contribuinte precisa escolher entre ser tributado utilizando as Deduções</p><p>Legais pela modelo de DECLARAÇÃO COMPLETA ou ser tributado pelo modelo da</p><p>SIMPLIFICADO para as suas rendas tributáveis compensáveis. Veja a comparação:</p><p>DIR-PF: Declaração Anual do IR da Pessoa Física</p><p>CFP - Certified Financial Planner</p><p>73</p><p>Exemplo</p><p>Considere os seguintes dados do Sr. Rafael, que mantém esposa e 3 filhos como</p><p>dependentes:</p><p>Ø Renda (pró-labore): R$ 550.000,00;</p><p>Ø Desconto limitado a R$ 16.754,34;</p><p>Ø IR retido na fonte R$ 112.080,00;</p><p>Ø R$ 80.000,00 PGBL;</p><p>Ø R$ 2.275,05 por dependente;</p><p>Ø Despesa médica R$ 70.000,00;</p><p>Ø INSS R$ 6.850,56.</p><p>q PERGUNTA DE PROVA: Como seria o imposto do Sr. Rafael, caso ele optasse:</p><p>Ø (1) Pela Declaração Simplificada.</p><p>Ø (2) Pela Declaração Completa;</p><p>q OBS: Note que o valor do PGBL ultrapassou os 12% da sua renda bruta, portanto, não</p><p>poderá ser utilizado todo o valor contribuído, somente R$ 66.000,00 (12%).</p><p>DIR-PF: Declaração Anual do IR da Pessoa Física</p><p>CFP - Certified Financial Planner</p><p>74</p><p>Tipo (1) Declaração Simplificada (2) Declaração Completa</p><p>Salário R$ 550.000,00 R$ 550.000,00</p><p>Demais Rendas Tributáveis R$ 0,00 R$ 0,00</p><p>Total de Rendimentos tributáveis R$ 550.000,00 R$ 550.000,00</p><p>INSS R$ 0,00 R$ 6.850,56</p><p>Educação R$ 0,00 R$ 0,00</p><p>Despesas Médicas R$ 0,00 R$ 70.000,00</p><p>Quatro (4) Dependentes R$ 0,00 R$ 9.100,20</p><p>PGBL (12%) R$ 0,00 R$ 66.000,00</p><p>Total de Deduções (livre ou 20%) R$ 16.754,34 R$ 151.950,76</p><p>Base de Cálculo IRPF R$ 533.245,66 R$ 398.049,24</p><p>IRPF (x27,5% - R$ 10.432,32) R$ 136.210,24 R$ 99.031,22</p><p>Imposto Retido na Fonte R$ 112.080,00 R$ 112.080,00</p><p>Imposto a Pagar/Restituir R$ 24.130,24 (Pagar) R$ 13.048,78 (RECEBER)</p><p>Resolução do Exemplo</p><p>DIR-PF: Declaração Anual do IR da Pessoa Física</p><p>CFP - Certified Financial Planner</p><p>75</p><p>Quando Escolher</p>adicional de IRPJ (9%, 15% e 10% respectivamente), aproximadamente 34% de alíquota tributária. Porém, caso a empresa tivesse distribuído através de JCP (respeitando sempre as regras da JCP), a tributação teria ocorrido sobre o sócio e não sobre a empresa. Qual a vantagem para o acionista? A tributação da JCP é de 15% para o acionista e a empresa optante pelo lucro real poderia lançar este valor como uma despesa financeira, ocorrendo uma economia tributária de 19% ao acionista (34% pela empresa x 15% na pessoa física). Lembre-se, a empresa é do sócio e é melhor que ele seja tributado na pessoa física por 15%, do que a sua empresa por 34%. Dividendos & JCP Planejamento Tributário CFP - Certified Financial Planner 180 Vamos analisar o seguinte caso, uma empresa (lucro real) teve uma receita líquida no seu último ano fiscal no valor de R$ 44 milhões. Quais seriam os valores que o acionista receberia ao total, caso fosse distribuído (1) ZERO EM JCP e (2) R$ 7.000.000,00 em JCP? Dividendos & JCP Planejamento Tributário Distribuição com JCP e Dividendos VALORES Resultado R$ 44.000.000,00 JCP (DESPESA) R$ 7.000.000,00 LAIR R$ 37.000.000,00 CSLL (9%) (R$ 3.330.000,00) IRPJ 15% (R$ 5.550.000,00) Adicional (10%) (R$ 3.676.000,00) IRF 15% (JCP) (R$ 1.050.000,00) Total Carga Tributária (R$ 13.606.000,00) Lucro Atribuível aos Sócios (DIV + JCP) +R$ 30.394.000,00 Distribuição apenas em Dividendos VALORES Resultado R$ 44.000.000,00 JCP (DESPESA) R$ 0,00 LAIR R$ 44.000.000,00 CSLL (R$ 3.960.000,00) IRPJ 15% (R$ 6.600.000,00) Adicional (10%) (R$ 4.376.000,00) IRPF 15% (JCP) R$ 0,00 Total Carga Tributária (R$ 14.936.000,00) Lucro Atribuível aos Sócios +R$ 29.064.000,00 Capítulo 7: Penalidades pelo Descumprimento de Obrigações perante a RFB e BC 181 CFP - Certified Financial Planner 182 Penalidades da legislação de Imposto de Renda Introdução O descumprimento das obrigações perante o Banco Central e a Receita Federal, possuem consequências não somente financeiras ou administrativas, mas consequências da ordem criminal caso haja o intuito de crime de Sonegação Fiscal ou Evasão de Divisas, sendo que as penalidades podem ser de Imposto de Renda (MAED – Multa por Atraso na Entrega da Declaração), mas também referente a investimentos no exterior, através da Circular do Bacen 3.857/2017. Vale ressaltar que dever imposto ou atrasar uma entrega não é crime, mas sonegar sim. Não ter capacidade financeira para honrar seus compromissos não resultará em um crime, apenas resultará em multas que poderão ser negociadas com o devido credor (Município, Estado, Distrito Federal ou União) e que veremos algumas a seguir. No entanto, realizar SONEGAÇÃO FISCAL deixando de fornecer nota fiscal ou equivalente; ou realizar EVASÃO DE DIVISAS, enviando recursos para o exterior sem declará-lo à ao Banco Central (DCBE) ou a Receita Federal (DAA) é crime. CFP - Certified Financial Planner 183 MAED: Resumo As Multas por Atraso na Entrega da Declaração MAED ocorrem da seguinte forma: Ø MULTA PADRÃO: 1% sobre o imposto devido por mês ou fração de atraso (mínimo de R$165,74 e máximo de 20% do imposto devido). Ø MORA: Multa de 0,33% por dia até limite de 20% sobre tributo não recolhido. Os juros serão pela Selic (mensal) +% no mês de pagamento. Ø MULTA POR LANÇAMENTO DE OFÍCIO (75%) POR: o Falta de pagamento ou recolhimento; o Pagamento fora do prazo sem a multa de mora; o Falta de declaração; o Declaração inexata. Ø MULTA DE OFÍCIO QUALIFICADO (150%): Casos de evidente intuito de fraude. Ø MULTA DE OFÍCIO AGRAVADA: Multa de ofício é aumentada da metade se contribuinte não atende à Fiscalização ou não presta esclarecimentos devidos 112,5% (simples) ou 225% (qualificada). Penalidades da legislação de Imposto de Renda CFP - Certified Financial Planner 184 Penalidades relativas a investimentos no Exterior As penalidades da legislação do Banco Central quanto a investimentos no exterior, estão descritas através da Circular BACEN nº 3.857/2017, prevendo até quatro modalidades, que são: Ø Efetuar registro ou apresentar declaração em desacordo com os prazos previstos nas respectivas normas: 1% (um por cento) do valor sujeito a registro ou declaração, limitado a R$ 25.000,00 (vinte e cinco mil reais); Ø Prestar informações incorretas ou incompletas: 2% (dois por cento) do valor sujeito a registro ou declaração, limitado a R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais); Ø Não efetuar registro, não apresentar declaração ou não apresentar documentação comprobatória das informações fornecidas ao Banco Central do Brasil: 5% (cinco por cento) do valor sujeito a registro ou declaração, limitado a R$ 125.000,00 (cento e vinte e cinco mil reais); ou Ø Prestar informação falsa em registro ou declaração: 10% (dez por cento) do valor sujeito a registro ou declaração, limitado a R$ 250.000,00 (duzentos e cinquenta mil reais). Penalidades da legislação de Imposto de Renda aaa8c71b2e4890d00fecc8f42c705b6b7e55d00f25adefd32b720af3b1a993d6.pdf 4cd5eaefb6d6edf7527f4d0dbc28cb801ff8478adf6a699235e8855add004c98.pdf aaa8c71b2e4890d00fecc8f42c705b6b7e55d00f25adefd32b720af3b1a993d6.pdf