Material de apoio (protozoários, algas e fungos) - Otto (1)

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<p>Disciplina: Biologia Data: ____/____/ 2024 Série: _____</p><p>Aluno(a):</p><p>MATERIAL DE APOIO AOS ESTUDOS:</p><p>● Protozoários e Protozooses:</p><p>CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS PROTOZOÁRIOS:</p><p>Os protozoários são eucariontes que podem ser de vida livre (habitando a água e o</p><p>solo), parasitas ou mesmo se estabelecerem como seres mutualísticos em relações benéficas a</p><p>outros organismos como cupins e ruminantes. De forma geral, são heterotróficos e obtêm</p><p>seus nutrientes a partir do meio ambiente em que vivem, ainda que isto signifique a captura</p><p>de alimento a partir das células hospedeiras que infectam.</p><p>Os protozoários desempenham papeis ecológicos vitais, atuando como predadores de</p><p>bactérias e outros microorganismos, além de contribuir para a reciclagem de nutrientes.</p><p>Contudo, alguns são causadores de doenças sérias em humanos, como a malária pelo</p><p>Plasmodium e a doença de Chagas pelo Trypanosoma cruzi.</p><p>PRINCIPAIS GRUPOS DE PROTOZOÁRIOS:</p><p>A classificação dos protozoários se baseia na presença ou ausência de estruturas</p><p>locomotoras. Assim, os sarcodíneos (ex.: amebas) englobam aqueles seres que dependem da</p><p>formação de pseudópodes (prolongamentos temporários da membrana plasmática) para a</p><p>movimentação, enquanto os cilióforos (ex.: paramécios) e os mastigóforos (ex.:</p><p>tripanossomas) apresentam estruturas fixas, sendo os cílios presentes nos primeiros e flagelos</p><p>nos últimos.</p><p>Há ainda seres que não apresentam quaisquer especializações voltadas ao seu</p><p>deslocamento. Neste caso falamos em esporozoários (ex.: plasmódios) e a sua locomoção</p><p>depende, em geral, de vetores animais ou do transporte realizado pela água.</p><p>GRUPO CARACTERÍSTICAS</p><p>Mastigóforos ou flagelados Presença de flagelos;</p><p>Espécies de vida livre, mutualística e parasitas.</p><p>Ciliados Presença de cílios;</p><p>Espécies de vida livre, mutualísticas e parasitas.</p><p>Sarcodinos ou rizópodes Formam pseudópodes;</p><p>Espécies de vida livre, comensais e parasitas.</p><p>Esporozoários ou apicomplexos Ausência de organelas de locomoção;</p><p>Todas as espécies são parasitas.</p><p>REPRODUÇÃO DOS PROTOZOÁRIOS:</p><p>Os protozoários podem apresentar reprodução assexuada, por bipartição ou</p><p>cissiparidade - em que o material genético é duplicado e separado para pólos opostos da</p><p>célula, que é então dividida gerando dois indivíduos idênticos.</p><p>A reprodução é geralmente assexuada, mas há organismos capazes de realizar a troca</p><p>de material genético ou mesmo a produção de gametas.</p><p>DOENÇAS CAUSADAS POR PROTOZOÁRIOS:</p><p>As doenças causadas por protozoários são chamadas de protozooses. Os protozoários,</p><p>embora possuam vida livre, por vezes podem se alojar no corpo de outros animais (chamados</p><p>hospedeiros), como nos mamíferos, agindo como parasitas. O hospedeiro também pode ter</p><p>contato direto com água infectada por protozoários, desenvolvendo alguma patologia</p><p>relacionada com o tipo de protozoário ingerido.</p><p>O número de indivíduos diagnosticados com alguma protozoose é maior em países</p><p>pobres, onde o saneamento básico e o tratamento de água são precários. A melhor forma</p><p>de prevenção dessas doenças é:</p><p>● Beber água sempre filtrada;</p><p>● Usar repelente e evitar contato direto com mosquitos;</p><p>● Lavar bem os alimentos que são consumidos geralmente crus. Pode ser empregado o</p><p>uso de soluções específicas para a lavagem desses alimentos, como despejar uma</p><p>colher de água sanitária em um litro de água para lavagem;</p><p>● Manter hábitos higiênicos, como lavar sempre as mãos após usar o banheiro.</p><p>Conheça algumas das protozooses mais conhecidas:</p><p>● Doença de Chagas:</p><p>Parasita: Trypanossoma cruzi;</p><p>Transmissão: o inseto conhecido popularmente como barbeiro pica o organismo e defeca ao</p><p>mesmo tempo. Em suas fezes, estão presentes os protozoários. Estes entram em contato com</p><p>a ferida da picada e adentram no organismo do hospedeiro. O barbeiro é encontrado nas</p><p>madeiras e possui hábitos noturnos, podendo picar os animais enquanto dormem.</p><p>Descrição: conhecida também por tripanossomíase, o parasita pode se alojar em diversos</p><p>tecidos, como o muscular ou o nervoso, provocando insuficiência cardíaca, inflamação do</p><p>cérebro (meningoencefalite), lesões neurológicas e dilatação do tubo digestório, que podem</p><p>levar o indivíduo à morte.</p><p>● Malária:</p><p>Parasita: protozoários do gênero Plasmodium sp.;</p><p>Transmissão: o plasmodium entra em contato com o organismo humano através da picada do</p><p>mosquito do gênero Anopheles, popularmente chamado de mosquito-prego, que contém o</p><p>protozoário em sua saliva.</p><p>Descrição: uma vez dentro do organismo humano, o plasmodium pode se fixar no fígado ou</p><p>nas células sanguíneas na forma de esporozoítos. Atacam principalmente as hemácias,</p><p>rompendo-as e liberando merozoítos, produtos da reprodução dos esporozoítos. Assim,</p><p>causam anemia e transtornos no fígado e no baço, além de efeitos neurológicos, podendo</p><p>levar o indivíduo à morte.</p><p>● Leishmaniose:</p><p>Parasita: protozoários do gênero Leishmania sp.;</p><p>Transmissão: a transmissão ocorre através da picada da fêmea do mosquito-palha, do gênero</p><p>Lutzomyia sp.</p><p>Descrição: a principal característica da doença é o aparecimento de lesões nas mucosas,</p><p>como boca, cavidade nasal e na faringe. O parasita também pode se alojar no baço, medula</p><p>óssea, fígado e paredes intestinais, deixando o indivíduo mais propenso a infecções,</p><p>enfraquecimento e emagrecimento.</p><p>● Algas e Fungos:</p><p>CARACTERÍSTICAS GERAIS DAS ALGAS:</p><p>Juntamente aos protozoários, as algas compõem o Reino Protoctista. São organismos</p><p>eucariontes, exclusivamente aquáticos – podendo viver em água doce ou salgada – e realizam</p><p>processos autotróficos como principal maneira para obtenção de energia. Alguns subgrupos</p><p>são formados por seres unicelulares, enquanto outros apresentam um corpo pluricelular</p><p>conhecido como talo.</p><p>Dentre as características que unem todos estes indivíduos encontram-se a parede</p><p>celular, em geral composta por celulose associada a outro tipo de molécula (ágar ou</p><p>carragenina, por exemplo) e cloroplastos que contenham clorofila a junto a outro pigmento</p><p>acessório, como xantofilas e carotenos.</p><p>PRINCIPAIS GRUPOS DE ALGAS:</p><p>A tabela a seguir sumariza as principais similaridades e diferenças entre os principais</p><p>grupos de algas. Dentre os pontos mais relevantes encontram-se pigmentos que ampliam a</p><p>captação luminosa, como clorofilas “b”, “c” e “d” e a coloração resultante.</p><p>REPRODUÇÃO DAS ALGAS:</p><p>Os mecanismos reprodutivos possíveis para as algas variam de grupo para grupo, haja</p><p>vista a grande biodiversidade de organismos. Assim, se destacam as formas de reprodução</p><p>assexuada e sexuada. A forma assexuada ocorre através da divisão celular (divisão binária)</p><p>ou da fragmentação de um talo, gerando indivíduos geneticamente idênticos. A forma</p><p>sexuada, por outro lado, depende da união do material genético de dois indivíduos, podendo</p><p>ocorrer tanto em unicelulares como em pluricelulares.</p><p>RELEVÂNCIA ECONÔMICA E AMBIENTAL DAS ALGAS:</p><p>Muitas substâncias são extraídas e empregadas na indústria. O ágar, por exemplo,</p><p>atua como um gelificante, sendo muito utilizado em laboratórios. A carragenina, por outro</p><p>lado, é empregada como espessante e estabilizante em alimentos industrializados, enquanto a</p><p>celulose é utilizada na produção de papel e derivados.</p><p>Além disso, as algas também chamam atenção durante a ocorrência do fenômeno</p><p>conhecido comoMaré Vermelha. Nesta situação, a elevação de sais minerais nos oceanos ou</p><p>nos rios pode desencadear a proliferação das pirrófitas (algas de fogo). Quando em grande</p><p>concentração, ainda que sejam unicelulares, seu pigmento avermelhado se torna visível na</p><p>água, o que dá nome ao fenômeno. Outra característica geralmente associada é a mortandade</p><p>de peixes, aves e mamíferos expostos às toxinas produzidas por estas algas, que se acumulam</p><p>nos tecidos dos indivíduos afetados causando paralisia do sistema nervoso.</p><p>Por outro lado, a elevada eficiência fotossintetizante apresentada pelas algas as</p><p>caracteriza como principais produtores de gás oxigênio para a atmosfera terrestre. Este fato se</p><p>relaciona não apenas à elevada relação entre produção e consumo (fotossíntese/respiração</p><p>celular), mas também à sua distribuição em ambiente aquático, que recobre mais de 70% da</p><p>superfície do planeta.</p><p>● Fungos:</p><p>CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS FUNGOS:</p><p>No reino Fungi encontramos desde organismos microscópicos unicelulares até seres</p><p>macroscópicos pluricelulares. Sua nutrição é sempre heterotrófica, o que explica que</p><p>frequentemente os associamos ao papel de decompositores ou parasitas. Idealmente, vivem</p><p>em ambientes úmidos, pouco iluminados e com abundância de matéria orgânica.</p><p>Dentre os fungos unicelulares se destacam as leveduras que, como todo eucarionte</p><p>típico, apresenta uma célula nucleada com organelas citoplasmáticas como mitocôndrias,</p><p>lisossomos e retículo endoplasmático. A composição de todos aqueles classificados como</p><p>pluricelulares, por outro lado, envolve uma organização em hifas. Estas estruturas</p><p>filamentosas são capazes de compor as duas regiões básicas do corpo de um fungo. Assim,</p><p>enquanto o micélio nutricional se localiza abaixo do substrato e possui a capacidade de</p><p>liberar enzimas para realização de digestão extracelular, o corpo de frutificação (micélio</p><p>reprodutivo) fica acima do substrato e tem por função a liberação de esporos para a</p><p>reprodução.</p><p>Independentemente de sua organização celular, os fungos apresentam como</p><p>características básicas a presença de quitina em suas paredes celulares e o glicogênio como</p><p>carboidrato de reserva energética.</p><p>PRINCIPAIS GRUPOS DE FUNGOS:</p><p>Algumas características morfológicas, genéticas, histológicas e comportamentais são</p><p>usadas na classificação deste reino. Sendo os principais grupos:</p><p>• Zigomicetos: destacando-se as espécies de mofo responsáveis pela deterioração dos</p><p>alimentos. Além de fungos decompositores, nesse grupo há representantes que atuam como</p><p>parasitas ou como simbiontes comensais (não causam danos ao hospedeiro).</p><p>• Ascomicetos: representados pelas leveduras (unicelulares), pelo bolor do pão e pela trufa;</p><p>apresentam como característica distintiva o asco que corresponde a uma estrutura sacular</p><p>capaz de produzir esporos.</p><p>• Basidiomicetos: representados pelos cogumelos e orelhas-de-pau, inclui também os fungos</p><p>capazes de atacar a vegetação gerando as ferrugens; sua característica distintiva é o corpo de</p><p>frutificação em forma de chapéu (basidiocarpo).</p><p>• Deuteromicetos: representados pelos organismos responsáveis pelas micoses conhecidas</p><p>como pé-de-atleta e candidíase; não apresentam reprodução sexuada conhecida.</p><p>REPRODUÇÃO DOS FUNGOS:</p><p>Sua propagação ocorre preferencialmente pela forma assexuada, principalmente em</p><p>fungos unicelulares, quando se fala em brotamento. Neste processo que gera uma célula</p><p>menor a partir de uma original, há a duplicação do material genético, a redistribuição das</p><p>estruturas citoplasmáticas e a separação do citoplasma em duas novas células.</p><p>A forma de reprodução sexuada, por outro lado, pode ocorrer através de diferentes</p><p>mecanismos uma vez que os fungos apresentam ciclos de vida muito diversificados. De uma</p><p>forma ou de outra, neste processo deve ocorrer a união do material genético de dois</p><p>organismos, aumentando a variabilidade genética da população.</p><p>RELEVÂNCIA DOS FUNGOS:</p><p>Várias relações ecológicas são estabelecidas tendo os fungos como membros</p><p>participantes. Em algumas delas, como no mutualismo, estes organismos são parceiros</p><p>benéficos; já em situações de parasitismo, o mesmo não pode ser dito.</p><p>Os liquens, por exemplo, se estabelecem quando fungos se associam a algas ou</p><p>cianobactérias. Nesta parceria mutualística, os heterotróficos garantem um ambiente úmido o</p><p>suficiente em seu emaranhado de hifas para que os autotróficos vivam e os nutram através da</p><p>fotossíntese. Assim, ambos são beneficiados e, da forma como se relacionam, não podem</p><p>viver separados; caracterizando uma relação obrigatória.</p><p>As micorrizas também são relações benéficas aos parceiros do reino Fungi, mas se</p><p>estabelecem especificamente entre as raízes vegetais e as hifas. Nesta situação, as hifas</p><p>ampliam a área de absorção de nutrientes inorgânicos que serão empregados durante a</p><p>fotossíntese das plantas e, em retribuição, recebem os produtos orgânicos deste conjunto de</p><p>reações químicas que lhes funciona como fonte de energia.</p><p>A indústria de alimentos e bebidas emprega comumente tais organismos. Bebidas</p><p>fermentadas, por exemplo, tem seu teor alcoólico devido a atividade de fungos unicelulares</p><p>que fermentam os açúcares disponíveis nos cereais usados, liberando etanol e gás carbônico.</p><p>O CO2, que pode ser dispensado na produção de cervejas e vinhos, é de extrema importância</p><p>para o crescimento de pães e bolos. Assim, durante o preparo destes alimentos, enquanto</p><p>deixamos a massa “descansar”, estamos, na realidade, esperando que a fermentação alcoólica</p><p>ocorra.</p><p>Por fim, a antibiose exibida por algumas espécies de fungos do gênero Penicillium</p><p>juntamente a bactérias caracteriza um dos maiores exemplos de desenvolvimento médico da</p><p>história. A situação se estabelece quando estes fungos liberam uma substância tóxica no meio</p><p>onde vivem como parte casual do seu metabolismo. Tal molécula, no entanto, elimina as</p><p>bactérias que ali existam sem que, no entanto, haja qualquer benefício ao fungo. A descoberta</p><p>desta relação possibilitou ao cientista Alexander Fleming a produção do primeiro antibiótico,</p><p>em 1929, que veio a ser batizado como penicilina.</p>