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<p>CENTRO UNIVERSITÁRIO UNINOVAFAPI</p><p>SISTEMAS ORGÂNICOS E INTEGRADOS</p><p>4⁰ PERÍODO – TICS</p><p>LITÍASE URINÁRIA</p><p>Dugediva Alves de Sousa Neta</p><p>Teresina-PI</p><p>2024</p><p>Em relação à composição, quais os tipos de cálculos urinários?</p><p>O que podemos fazer para evitar a formação de cálculos urinários?</p><p>Os cálculos urinários podem ser classificados quanto a sua localização e</p><p>composição.</p><p>Quanto à localização podem ser classificados em caliciais, piélicos,</p><p>coraliformes (que podem ser subdivididos em parciais ou completos), ureterais</p><p>(dependendo de sua localização no ureter:</p><p>proximais, mediais e distais), vesicais e uretrais.</p><p>Quanto à composição, a urolitiase pode ser classificada em cálculos de:</p><p>1. Cálculos por deposição de Cálcio:</p><p>Oxalato de cálcio puro</p><p>Oxalato de cálcio e fosfato</p><p>Fosfato de cálcio puro</p><p>Na maioria das vezes são de oxalato de cálcio e em menos de 5% podem ser</p><p>de fosfato de cálcio (apatita ou brushita). Eles são formados quando há urina</p><p>alcalina, que eleva a supersaturação do fasfato, podendo ser encontrados na</p><p>acidose tubular renal distal OU hiperparatireoidismo primário.</p><p>2. Estruvita (formado de fosfato amoniaco magnesiano):</p><p>Conhecidos como cálculos infecciosos, pois precisa ter bactérias produtoras de</p><p>uréase para se desenvolverem (p. ex., Proteus sp, Klebsiella sp). A uréase</p><p>decompõe a uréia, tornando a urina alcalina, o que favorece a precipitação de</p><p>fosfatos e a formação de cálculos amoníaco-magnesiano. Os cálculos de</p><p>estruvita são os mais comuns de formar cálculos coraliformes (cálculos</p><p>grandes que conforme vão crescendo costumam adotar o formato da pelve ou</p><p>dos cálices renais, causando muita dor). Ao contrário de outros tipos de</p><p>cálculos, os de fosfato de amônio e magnésio ocorrem com frequência 3 vezes</p><p>maior em mulheres.</p><p>3. Acido úrico:</p><p>Mais comumente se desenvolvem com resultado do aumento da acidez da</p><p>urina (pH urinário < 5,5), ou raramente com hiperuricosúria grave (ácido úrico</p><p>urinário > 1.500 mg/dia [> 9 mmol/dia]), que cristaliza o ácido úrico não</p><p>dissociado. Os cristais de ácido úrico podem compor o cálculo todo, ou, mais</p><p>comumente, formar um núcleo no qual podem se formar cálculos de cálcio ou</p><p>de ácido úrico e cálcio mistos.</p><p>4. Cistina:</p><p>São decorrentes de um defeito hereditário raro no transporte renal e intestinal</p><p>de aminoácidos dibásicos. A excreção excessiva de cistina, composto</p><p>insolúvel, leva a litíase renal. Esses cálculos se formam mais frequentemente</p><p>em urina de pH ácido.</p><p>• Evitando a formação de cálculos urinários:</p><p>Em uma pessoa que eliminou um cálculo de cálcio pela primeira vez, a</p><p>probabilidade de formar outro cálculo fica em torno de 15% em um ano, 40%</p><p>em cinco anos e 80% em dez anos. As medidas para prevenir a formação de</p><p>novos cálculos variam conforme a composição dos cálculos existentes. Beber</p><p>grandes quantidade de líquidos - 8 a 10 copos de 300 mililitros (dez onças) por</p><p>dia - e recomendado para prevenção de todos os cálculos. As pessoas devem</p><p>beber líquidos suficientes para produzir mais do que cerca de 2 litros de urina</p><p>por dia. Outras medidas preventivas dependem, até certo ponto, do tipo de</p><p>cálculo.</p><p>Cálculos de cálcio</p><p>Pessoas com cálculos de cálcio podem ter um distúrbio denominado</p><p>hipercalciúria, no qual uma quantidade excessiva de cálcio é eliminada através</p><p>da urina. Para essas pessoas, as medidas que diminuem a quantidade de</p><p>cálcio na urina podem ajudar a evitar a formação de novos cálculos. Uma</p><p>dessas medida é uma dieta pobre em sódio e rica em potássio. A ingestão de</p><p>cálcio deve ser perto do normal - 1.000 a 1.500 miligramas diariamente (cerca</p><p>de 2 ou 3 porções de lacticínios por dia). O risco da formação de um novo</p><p>cálculo é realmente mais alto se a dieta contiver muito pouco cálcio, de forma</p><p>que as pessoas não devem tentar eliminar o cálcio da dieta. No entanto, as</p><p>pessoas podem precisar evitar fontes de excesso de cálcio, como antiácidos</p><p>que contêm cálcio.</p><p>Diuréticos tiazídicos, como clortalidona ou indapamida, também reduzem a</p><p>concentração de cálcio na urina dessas pessoas. Citrato de potássio pode ser</p><p>administrado para aumentar um nível baixo de citrato na urina. Restringir a</p><p>proteína animal na dieta pode ajudar a reduzir o cálcio urinário e o risco de</p><p>formação de cálculos em muitas pessoas com cálculos de cálcio.</p><p>O nível elevado de oxalato na urina, que contribui para a formação de cálculos</p><p>de cálcio, pode ser consequência do consumo excessivo de alimentos ricos</p><p>nessa substância, como ruibarbo, espinafre, cacau, nozes, pimenta e chá, ou</p><p>de certos distúrbios intestinais (incluindo alguns tipos de cirurgia para perda de</p><p>peso). O citrato de cálcio, a colestiramina e a dieta pobre em gordura e em</p><p>alimentos contendo oxalato podem ajudar a reduzir os níveis de oxalato na</p><p>urina em algumas pessoas. A piridoxina (vitamina B6) diminui a quantidade de</p><p>oxalato que o corpo produz. Nos raros casos em que os cálculos de cálcio são</p><p>causados por hiperparatireoidismo, sarcoidose, intoxicação por vitamina D,</p><p>acidose tubular renal ou câncer, e preciso tratar a doença subjacente.</p><p>Cálculos de ácido úrico</p><p>Cálculos de ácido úrico quase sempre são causados por níveis excessivos de</p><p>ácido na urina. Citrato de potássio deve ser dado a todas as pessoas que têm</p><p>cálculos de ácido úrico para tornar a urina alcalina e neutralizar os níveis</p><p>elevados de ácido que causam cálculos de ácido úrico. Ocasionalmente, uma</p><p>dieta com pouca proteína animal ou alopurinol pode ser usada para reduzir os</p><p>níveis de ácido úrico na urina. Manter uma grande ingestão de líquidos também</p><p>é muito importante.</p><p>Cálculos de cistina</p><p>Para os cálculos feitos de cistina, os níveis de cistina urinária devem ser</p><p>mantidos baixos através de uma grande ingestão de líquidos e, algumas vezes,</p><p>tomar alfa-mercaptopropionilglicina (tiopronima) ou penicilamina.</p><p>Cálculos de estruvita</p><p>As pessoas com cálculos de estruvita recorrentes podem precisar tomar</p><p>antibióticos continuamente para prevenir infecções do trato urinário. Acido</p><p>acetoidroxâmico também pode ser útil nas pessoas com cálculos de estruvita.</p><p>Referências:</p><p>C. H. D. Branco, A. L. Silva, J. M. Luiz, L. P. Mercuri, J. R. Matos.</p><p>Caracterização de cálculos renais por análise térmica. Ecl. Quím., São Paulo,</p><p>2009.</p><p>C. Türk (presidente), T. Knoll (vice-presidente), A. Petrik, K. Sarica, C. Seitz, M.</p><p>Straub. Diretrizes para urolitíase. Sociedade Brasileira de Urologia, 2012.</p><p>Regula SUS. Litíase Renal. Universidade Federal do Rio Grande do Sul.</p><p>Como visto na APG, a litíase urinária ocorre quando os cálculos renais se</p><p>formam e impedem a passagem da urina. Esses cálculos são formados pelo</p><p>excesso de precipitação de cristais, podendo ocorrer por fatores diversos e por</p><p>isso é importante se conhecer sua fisiopatologia, etiologia, manifestações</p><p>clínicas, como é feito o seu diagnóstico e tratamento.</p>