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<p>CIÊNCIA POLÍTICA E TEORIA GERAL DO ESTADO</p><p>Sociedade: formação, conceito e elementos</p><p>★ O termo sociedade se refere a um agrupamento de indivíduos entre os quais se</p><p>estabelecem relações econômicas, políticas e sociais. Em uma sociedade, existe</p><p>unidade de língua e cultura, e seus membros obedecem a leis, costumes e tradições</p><p>comuns, unidos por objetivos que interessam ao conjunto ou a classes</p><p>predominantes.</p><p>★ Segundo Aristóteles, o homem é o politikon zoon, um animal o qual necessita viver</p><p>em contato permanente com outros homens. Ou seja, o homem é um ser social, e</p><p>necessita de outros para sobreviver, e não desenvolve potencialidades intelectuais</p><p>se não estiver em constante interação com outros indivíduos.</p><p>★ O Estado e a Nação, no caso, não são nada mais do que espécies de sociedade. As</p><p>necessidades e organizações sociais evoluíram ao ponto da estruturação de ambas.</p><p>E qual a diferença entre elas? A Nação se caracteriza por vínculos essencialmente</p><p>sociológicos, e o Estado se caracteriza por vínculos políticos e jurídicos.</p><p>➔ Nesse sentido, podemos dizer que os Ciganos, embora constituintes de uma</p><p>verdadeira nação, jamais irão constituir um Estado. Os árabes encontram-se</p><p>espalhados por diversos Estados, mas não deixam de formar uma grande</p><p>nação. Uma nação pode existir sem um Estado, mas um Estado não se</p><p>sustenta sem uma nação presente.</p><p>★ O convívio social gera a cultura. Esta pode ser determinada como o conjunto de</p><p>conquistas ligadas pelo homem ao longo de sua convivência em sociedade. O ser</p><p>humano, dotado de intelecto, procura não só sobreviver e suprir suas necessidades</p><p>básicas, mas também melhorar suas condições de vida, adaptar-se ao meio e se</p><p>aprimorar.</p><p>A sociedade pressupõe vínculos</p><p>★ Giorgio Del Vecchio define a sociedade como um complexo de relações pelo qual</p><p>vários indivíduos vivem e operam conjuntamente, de modo a formarem uma nova e</p><p>superior unidade. Del Vecchio também atrela alguns elementos a esta definição, os</p><p>quais são analisados a seguir:</p><p>➔ Relações: A vida em sociedade pressupõe um conjunto de normas de</p><p>conduta, obtidas por meio de relações estabelecidas entre os indivíduos.</p><p>Portanto, estas relações são vínculos jurídicos que estabelecem direitos e</p><p>obrigações.</p><p>➔ Vivem e operam conjuntamente: Além da colaboração mecânica, também há</p><p>a contribuição consciente. Cada indivíduo tem consciência do que deve fazer</p><p>para atingir os objetivos coletivos e particulares (conscientização das</p><p>relações jurídicas, “efeito social” - os membros de tal sociedade se sentem</p><p>ligados à ela).</p><p>➔ Nova e superior unidade: Com a junção de esforços e vontades conjuntas,</p><p>surge um novo ente, com personalidade jurídica, existência independente e</p><p>superior aos demais indivíduos, desde que observadas as normas</p><p>constitutivas (superioridade não pode ser absoluta).</p><p>Teorias Orgânicas e Mecânicas</p><p>★ A teoria orgânica se refere às relações sociais como se fossem órgãos de um ser</p><p>vivo. O corpo humano, por exemplo, sobrevive pela junção dos diferentes órgãos,</p><p>onde cada um executa uma função, assim desencadeando no funcionamento</p><p>correto do organismo. Neste caso, a sociedade seria tal qual um organismo vivo, e</p><p>seus integrantes são representados pelos órgãos.</p><p>➔ Crítica: Esta teoria pode levar a um esmagamento das individualidades</p><p>presentes na sociedade. Uma vez que todos devem trabalhar para o coletivo,</p><p>para o bem de todos, seu interesse próprio se torna irrelevante. Um exemplo</p><p>prático são as sociedades totalitárias, tal como o Nazismo Alemão e o</p><p>Facismo Italiano (também podemos destacar a época da ditadura militar</p><p>brasileira). “a soma de vontades individuais não pode ser uma vontade</p><p>coletiva, algo diferente das vontades que a compuseram.”</p><p>★ A teoria mecânica rebate a teoria orgânica de certa forma, pois reforça que a</p><p>sociedade é composta por indivíduos distintos que não podem ser agrupados. Cada</p><p>um age por si mesmo, com liberdade e autonomia</p><p>➔ Crítica: Esta teoria pode levar ao caos total. Uma vez que cada um dos</p><p>grupos sociais possui a liberdade de agir de forma individualista, é certo de</p><p>que a ordem será extinta e logo após, todos irão em prol de suas próprias</p><p>vontades. Um exemplo prático é o anarquismo, uma teoria social/movimento</p><p>político que sustenta a ideia de que a sociedade existe de forma</p><p>independente e antagônica ao poder exercido pelo Estado, sendo este</p><p>considerado dispensável e até mesmo nocivo.</p><p>Elementos Constitutivos da sociedade</p><p>★ Conforme Aristóteles, tudo o que existe é gerado por causas. Segue alguns</p><p>exemplos de causas:</p><p>➔ Causa Eficiente: Pessoa que cria.</p><p>➔ Causa Instrumental: Ferramentas/meios da criação.</p><p>➔ Causa Material: Massa/matéria que compõe o objeto.</p><p>➔ Causa Formal: Características que distinguem os objetos entre si.</p><p>➔ Causa Final: Destinação/objetivo de criação.</p><p>★ Segundo a concepção teológica da criação da sociedade, a causa eficiente é Deus,</p><p>e sua causa instrumental se dá pelo sopro divino. No entanto, em contradição, a</p><p>concepção profana da criação da sociedade estabelece como causa eficiente o</p><p>Homem, e sua causa instrumental o contrato social.</p><p>➔ OBS:. O contrato social é proveniente do Contratualismo (séc. XVI-XVIII),</p><p>corrente filosófica que afirmou que a origem do Estado e/ou sociedade está</p><p>em um contrato. Em seu estado natural (anterior ao surgimento da</p><p>sociedade), os homens viviam sem organização, sendo este resultado de um</p><p>pacto entre eles: onde cada um cede sua parcela de poder a um ente</p><p>superior, sendo este responsável em estabelecer as regras de convívio social</p><p>e de subordinação política. Este pacto constitui o contrato social. Autores</p><p>relevantes: Hobbes, Rousseau e Locke.</p><p>★ Tratando das outras causas constitutivas da sociedade, abordamos:</p><p>➔ Elementos materiais: O homem/ser humano (obviamente) e uma base física,</p><p>um local onde se estabelecem as relações sociais.</p><p>➔ Elementos formais: As normas jurídicas, que se subdividem em normas</p><p>constitutivas (contrato social/estatutos) e normas comportamentais</p><p>(regimento interno disciplinar, mandamentos provenientes da igreja ou outra</p><p>instituição religiosa, ou resoluções de uma sociedade comercial); e o poder,</p><p>que garante que as normas anteriores sejam cumpridas.</p><p>➔ Elemento final: Constitui o objetivo da constituição de cada sociedade.</p><p>Sociedade condicionante e condicionada</p><p>★ A sociedade condicionante é uma sociedade política por excelência, e possui o</p><p>poder soberano do Estado.</p><p>➔ Elementos Materiais: Povo/popular (cidadão com vínculos jurídicos e</p><p>políticos e o estrangeiro apenas com vínculos jurídicos) e território (se tem a</p><p>bandeira, sustenta o território).</p><p>➔ Elementos Formais: Sistema de Leis + Constituição e o poder soberano</p><p>(incontestável e único).</p><p>➔ Elementos Finais: Bem comum da coletividade, com medidas sociais,</p><p>políticas e recreativas.</p><p>★ A sociedade condicionada tem como elementos materiais o homem e sua base</p><p>física; elementos formais as normas constitutivas e o poder; e como elemento final o</p><p>objetivo de sua criação.</p><p>Nação</p><p>★ Nação e Estado são conceitos completamente diferentes. Como mencionado acima,</p><p>a Nação é caracterizada essencialmente por vínculos sociológicos. É o pré-estágio</p><p>para o Estado.</p><p>★ Existem alguns elementos constitutivos da Nação, os quais observamos os estudos</p><p>de Mancini e de Filomeno. Segue uma tabela que demonstra quais elementos cada</p><p>autor considera necessário para constituir uma Nação:</p><p>Unidade Filomeno Mancini</p><p>Elementos Raça Falso Verdadeiro</p><p>Naturais Língua Verdadeiro Verdadeiro</p><p>Território Falso Verdadeiro</p><p>Tradição Verdadeiro Verdadeiro</p><p>Elementos Costumes Verdadeiro Verdadeiro</p><p>Históricos Religião Falso Verdadeiro</p><p>Leis* Falso/Verdadeiro Verdadeiro</p><p>Elemento</p><p>Psicológico</p><p>Consciência</p><p>Nacional</p><p>Verdadeiro Verdadeiro</p><p>*Nas Leis, abordamos o Processo Legislativo Federal e os Costumes. Para Mancini, ambos</p><p>são elementos constitutivos necessários, enquanto para Filomeno, apenas os costumes são</p><p>necessários.</p><p>Componentes do Estado</p><p>★ O Estado, por si só e a um só tempo, é a fonte irradiadora do Direito e o ente</p><p>garantidor de sua efetiva observância por meios coercitivos. Ele pressupõe a</p><p>existência</p><p>dos dois seguintes vínculos:</p><p>➔ Vínculos políticos: Relações indivíduos x Estado, desde que detenham a</p><p>nacionalidade do mesmo, dando-lhes o direito de escolher e ser escolhido</p><p>governante.</p><p>➔ Vínculos jurídicos: Relações atributivas (direitos e deveres) e coercitivas</p><p>(meios para o cumprimento), que se estabelecem entre os indivíduos que</p><p>vivem no território de determinado Estado.</p><p>★ O Estado é a sociedade política por excelência. O ordenamento jurídico e poder</p><p>político do Estado deve ser soberano, ou seja, incontestável (não pode ser</p><p>contrariado por outro poder dentro de determinado território) e incontrastável (não</p><p>pode haver poder que o iguale ou subjugue). O poder do Estado abrange todo o</p><p>território da Nação, limitando, desta forma, os poderes das demais sociedades.</p><p>★ Elementos Materiais componentes do Estado:</p><p>➔ População: Conjunto de indivíduos que residem em determinado território,</p><p>mantendo entre si vínculos jurídicos, mas não necessariamente políticos</p><p>(habitantes). Já o povo é a parcela da população de determinado Estado que</p><p>com ele mantém vínculos políticos e jurídicos. Sendo assim, o povo é a</p><p>parcela da população que exerce efetivamente sua cidadania (tanto</p><p>residentes no território nacional quanto fora). “A cidadania é um vínculo</p><p>particular ou específico que une o indivíduo a um certo sistema de leis, a um</p><p>determinado ordenamento estatal. Da cidadania derivam direitos (direito de</p><p>votar e ser votado) e deveres (fidelidade à Pátria, prestação de serviço militar</p><p>e observância das leis do Estado).”</p><p>➔ Território: Necessário para a existência do Estado. Se caracteriza como uma</p><p>porção de terra para o desenvolvimento de suas atividades e de alcance e</p><p>sucesso para o bem comum de sua população. O território é composto pelo:</p><p>solo, subsolo, espaço aéreo, embaixadas, navios e aviões militares em</p><p>qualquer parte que se encontrem, navios e aviões de uso comercial/civil que</p><p>estejam em território não pertencente a outros Estados, e por fim o mar</p><p>territorial.</p><p>★ Elementos Formais componentes do Estado:</p><p>➔ Governo soberano (poder): O Estado detém o poder de criar e aplicar as</p><p>normas e impedir que haja contrariedade por parte dos membros da</p><p>sociedade, caso contrário, os indivíduos estarão sujeitos ao revide estatal. O</p><p>poder do Estado é utilizado para manter a sociedade coesa, como “controle</p><p>social” que é usado pela classe dominante para manter a sociedade</p><p>condicionada ao sistema estabelecido, ameaçando ou punindo membros que</p><p>contrariem as regras impostas. O mecanismo mais conhecido e usado é a</p><p>violência física, precedido por punições legais ou somente pela influência</p><p>ameaçadora da própria existência dos meios de punição. Só o Estado tem o</p><p>poder de regulamentar as normas para manter a sociedade coesa. Segundo</p><p>Peter Berger, poder é a organização jurídica da força.</p><p>➔ Ordenamento jurídico: Todo o conjunto de leis vigentes em determinado</p><p>território.</p><p>★ Elemento Final componente do Estado:</p><p>➔ Bem comum: Determinadas medidas de cunho político, econômico e social</p><p>que visam o bem-estar populacional. É a principal finalidade do Estado.</p><p>Tipos de Estado e Formas de Governo</p><p>★ Os Estados nacionais independentes podem ter sistema unitário ou federativo. Nos</p><p>sistemas unitários, como os da França, Reino Unido e Espanha, geralmente há</p><p>descentralização regional do poder em níveis variados. Nos federalistas, como os da</p><p>Argentina, Áustria, Brasil, Canadá e Estados Unidos, a autoridade política é exercida</p><p>pelo governo nacional, governos das unidades federadas (estados e províncias) e</p><p>governos locais (municípios).</p><p>★ O Estado Unitário também pode ser chamado de centralista, e todos os poderes</p><p>emanam de um único centro de decisão, e as determinações que partem dos</p><p>centros periféricos não passam de meras delegações do poder unitário.</p><p>➔ Unidade orgânica: Uma mesma ordem jurídica-política-administrativa, um só</p><p>povo, um só território, um só titular do poder político.</p><p>➔ Formas de centralização: É presente a centralização política (não há</p><p>hierarquia no sistema de leis), administrativa (exclusividade na aplicação de</p><p>leis e gestão dos serviços estatais), territorial e material; Centralização</p><p>concentrada (centro de decisões políticas ordena por canais administrativos</p><p>as coletividades inferiores) e desconcentrada (é delegado o exercício de uma</p><p>pequena parcela do poder).</p><p>➔ Vantagens: Extensão de uma só ordem jurídica, política e administrativa a</p><p>todo o país; fortalecimento da autoridade; corpo burocrático único: economia</p><p>de recursos/ eficácia e racionalização dos serviços prestados;</p><p>impessoalidade e imparcialidade dos agentes que exercem o poder.</p><p>➔ Desvantagens: Distanciamento entre o indivíduo e o Estado; restrição da</p><p>liberdade humana; sobrecarga de responsabilidades administrativas de</p><p>pouca importância ao poder central (que poderiam ser resolvidas por esferas</p><p>locais autônomas, beneficiando a coletividade).</p><p>➔ Estado Unitário Descentralizado: Se refere a uma descentralização</p><p>administrativa.</p><p>★ Já o Estado Federativo se divide entre confederação (união de Estados,</p><p>possibilidade de sucessão/separação, poder central com decisões tomadas pelos</p><p>estados confederados; limitam parcialmente sua autonomia) e federação (aliança</p><p>política de Estados, unidade estatal superior aos estados-membros, nação/estados</p><p>se submetem permanentemente à autoridade de um governo central, sem</p><p>possibilidade de sucessão/separação).</p><p>➔ Lei da Participação: Mediante a lei da participação, tornam os</p><p>Estados-membros parte no processo de elaboração da vontade política</p><p>válida para toda a organização federal, intervém com voz ativa nas</p><p>deliberações de conjunto, contribuem para formar as peças do aparelho</p><p>institucional da Federação e são parte tanto na criação como no exercício da</p><p>“substância mesma da soberania”, traços estes que bastam para</p><p>configurá-los distintos das províncias ou coletividades descentralizadas que</p><p>compõem o Estado unitário.</p><p>➔ Lei da Autonomia: As unidades federadas podem livremente estatuir uma</p><p>ordem constitucional própria, estabelecer a competência dos três poderes</p><p>que habitualmente integram o Estado (executivo, legislativo e judiciário) e</p><p>exercer todos aqueles poderes que decorrem da natureza do sistema</p><p>federativo, desde que tudo se faça na estrita observância dos princípios</p><p>básicos da constituição federal.</p><p>★ Há uma descentralização vertical do poder político, que se refere ao âmbito</p><p>federativo, representada pelo esquema a seguir:</p><p>★ Semelhanças: A estrutura, em um primeiro olhar, é muito similar. Uma entidade</p><p>decisória e de maior autoridade acima de outras entidades que possuem poder</p><p>administrativo, porém, não possuem a soberania.</p><p>★ Diferenças: Ao contrário do Estado Unitário, onde o administrativo não possui</p><p>nenhum poder de decisão, os estados possuem a abertura para colaboração das</p><p>normas e certas decisões de âmbito nacional/federal.</p><p>Formas de Governo: Monarquia e República</p><p>★ A monarquia, estritamente, é o governo de uma só pessoa, o monarca, que detém a</p><p>autoridade suprema e permanente. Em sentido amplo, é a forma de governo em que</p><p>o chefe de Estado é um soberano hereditário, geralmente membro de uma casa real.</p><p>★ Nas antigas civilizações, desde o período helênico ao feudal, o monarca exerce</p><p>poder absoluto e, muitas vezes, é considerado o representante divino (tal qual nas</p><p>origens entre os sécs. VII a III a.C). Porém, com o desaparecimento do Feudalismo,</p><p>a partir do fim do séc. XVI, surge o Absolutismo, com a centralização total do poder</p><p>militar, administrativo, econômico e político na figura do rei e em sua corte.</p><p>★ A monarquia parlamentarista surgiu na Inglaterra no séc. XVII, mas no resto da</p><p>Europa o absolutismo se manteve por quase todo o séc. XVIII. A Revolução</p><p>Francesa (1789) determinou o fim do absolutismo e muitas monarquias. Na</p><p>atualidade, o sistema de governo monárquico foi substituído na maior parte dos</p><p>países pelo sistema republicano, mas ainda sobrevive nas monarquias</p><p>parlamentares ou constitucionais em que o poder do monarca sofre limitações legais</p><p>e institucionais.</p><p>★ A democracia se mostra presente nas Monarquias Parlamentares</p><p>e Constitucionais</p><p>(e suas variantes). As formas de investidura do poder monárquico são a</p><p>hereditariedade, a eleição e a cooptação.</p><p>★ A república é o regime de governo em que o chefe de Estado é eleito pelo povo de</p><p>forma direta ou indireta, por meio de uma assembleia representativa, para cumprir o</p><p>mandato por tempo determinado.</p><p>★ A partir dos regimes instalados pela independência americana e a revolução</p><p>francesa (1789), no séc. XVIII, a república tornou-se o sistema preferido das nações</p><p>que se formaram com a conquista da autonomia política, como os países da</p><p>América Latina e o Brasil, que se tornaram republicanos em 1889.</p><p>Grupos de Pressão e Partidos Políticos</p><p>★ Os Grupos de Pressão (ou Grupos de Interesse) são o conjunto de indivíduos que</p><p>procuram defender determinada causa comum junto a órgãos oficiais, para o que</p><p>utilizem meios legítimos ou tolerados que estiverem a seu alcance. Do ponto de vista</p><p>do governo, essa é também uma oportunidade de se manter informado das</p><p>necessidades e reivindicações de caráter estritamente econômico até a defesa de</p><p>uma causa concernente ao bem-estar da sociedade, ou as posições ideológicas que</p><p>expressam o ponto de vista de uma camada da população.</p><p>➔ A expressão “Grupos de Interesse” pode ser aplicada para associações</p><p>patronais, sindicatos de empregados, associações profissionais e a diversos</p><p>grupos que se organizam para pleitear algo em favor dos moradores de um</p><p>bairro, dos participantes de uma religião, dos defensores de causas</p><p>beneficentes, ideais, morais e outros.</p><p>★ Estes grupos atuam com o relacionamento estabelecido com o governo, seja de</p><p>maneira informal ou formal. São exemplos de atuações formais as relações</p><p>institucionalizadas mediante canais legais de acesso ao governo, e compreendem o</p><p>comparecimento perante comissões legislativas, órgãos ministeriais, departamentos</p><p>ou agências do executivo.</p><p>★ Suas atuações informais podem remeter ao lobbying (relações informais com</p><p>legisladores, funcionários públicos, etc), seja por pontos de aproximação,</p><p>participação em reuniões, almoços, entre outros. Com os contatos estabelecidos,</p><p>pode ocorrer a persuasão e até mesmo suborno e troca de favores.</p><p>★ Os Partidos Políticos podem ser definidos como um conjunto de indivíduos com uma</p><p>mesma ideologia e com um objetivo em comum, que visa a participação direta na</p><p>gestão dos assuntos públicos. São considerados instrumentos eficazes da opinião</p><p>pública, abrindo espaço para que as tendências estatais possam ter influência no</p><p>governo, sendo assim representantes, veículos naturais da representação política.</p><p>★ Eles possuem uma classificação, com organização interna (partidos de quadros e de</p><p>massas) e externa (sistemas partidários):</p><p>➔ Partidos de Quadros: Preocupam-se com a qualidade de seus membros, e</p><p>não com a quantidade, preferindo atrair figuras notáveis (influências</p><p>positivas) ou indivíduos abastados (contribuição econômica).</p><p>➔ Partidos de Massas: Buscam o maior número possível de adeptos, reunindo</p><p>instrumentos para que indivíduos de menor condição econômica possam</p><p>aspirar às posições de governo.</p><p>➔ Sistemas Unipartidários: Um único partido existe no Estado. Os debates</p><p>políticos devem ocorrer dentro do próprio partido, assim não havendo um</p><p>caráter antidemocrático. Porém, na prática, se observa o oposto do que é</p><p>proposto, com o partido único se prendendo a princípios rígidos e imutáveis.</p><p>➔ Sistemas Bipartidários: Dois grandes partidos que alternam no governo do</p><p>Estado. Não se excluem outros partidos, mas permanecem pouco</p><p>expressivos, pois em decorrência de circunstâncias históricas, a maioria do</p><p>eleitorado se concentra em duas grandes correntes de opinião.</p><p>➔ Sistemas Pluripartidários: Existência de diversos partidos os quais são</p><p>igualmente dotados de possibilidade de predominar sobre os demais. A</p><p>multiplicação exagerada de partidos pode levar à uma excessiva divisão do</p><p>eleitorado, sendo impossível a qualquer um obter sozinho o governo.</p>

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