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<p>Modalidades de tratamento</p><p>Prof. Ms. Kelly C. Michalczyszyn</p><p>Quimioterapia</p><p>É a forma de tratamento sistêmico, que usa medicamentos denominados “quimioterápicos” (ou antineoplásicos) administrados em intervalos regulares, que variam de acordo com os esquemas terapêuticos.</p><p>Diversas vias de administração</p><p>Finalidades da quimioterapia</p><p>Quimioterapia prévia, neoadjuvante ou citorredutora: indicada para a redução de Tumores locais e regionalmente avançados que, no momento, são irressecáveis ou não.</p><p>Tem a finalidade de tornar os tumores ressecáveis ou de melhorar o prognóstico do paciente.</p><p>Quimioterapia adjuvante ou profilática: indicada após o tratamento cirúrgico curativo, quando o paciente não apresenta qualquer evidência de neoplasia maligna detectável por exame físico e exames complementares.</p><p>Quimioterapia curativa: tem a finalidade de curar pacientes com neoplasias malignas para os quais representa o principal tratamento (podendo ou não estar associada a cirurgia e a radioterapia;</p><p>Quimioterapia paliativa: indicada para a paliação de sinais e sintomas que comprometem a capacidade funcional do paciente, mas não repercute, obrigatoriamente, na sua sobrevida. Independente da via de administração, é de duração limitada, tendo em vista a incurabilidade do tumor (doença avançada, recidivada ou metastática), que tende a evoluir a despeito do tratamento aplicado.</p><p>Quimioterapia</p><p>Monoquimioterapia;</p><p>Poliquimioterapia</p><p>• A quimioterapia é baseada no conceito de cinética celular, incluindo assim, o ciclo de vida celular, o tempo do ciclo, a fração de crescimento e da massa tumoral.</p><p>• Atua nas células com alta taxa de fração celular: células neoplásicas ou não.</p><p>Quimioterapia</p><p>G1: decisão da célula de se multiplicar, crescimento celular (Antraciclinas).</p><p>S: síntese de DNA;</p><p>G2: checagem de erros no material genético, relaxamento do “DNA”;</p><p>Mitose: separação física do DNA</p><p>Classificação dos quimioterápicos quanto ao ciclo celular</p><p>Quimioterápicos ciclo-específicos: atuam numa fase específica do ciclo celular, em geral na síntese ou mitose. Isto implica em administrações em tempo prolongadas e repetições de doses;</p><p>Quimioterápicos ciclo-inespecíficos: atuam em qualquer fase da divisão celular. Por esta característica é dose-dependente, quanto maior a dosagem, maior será a morte celular.</p><p>Protocolos quimioterápicos</p><p>Toxicidade gastrointestinal</p><p>Varia de 1 a 5</p><p>Nível 1 - Risco emético mínimo: Menos de 10% dos pacientes apresentam vômitos.</p><p>Nível 2 - Risco emético baixo: 10% - 30% dos pacientes apresentam vômitos.</p><p>Nível 3-4 - Risco emético moderado: 30% - 90% dos pacientes apresentam vômitos.</p><p>Nível 5 - Risco emético alto: 90% ou mais dos pacientes apresentam vômitos</p><p>AC</p><p>BCG</p><p>Carboplatina + Gencitabina</p><p>Carboplatina + Paclitaxel</p><p>Cisplatina + Etoposídeo</p><p>Folfox</p><p>Como a quimioterapia é calculada?</p><p>Como é preparada a quimioterapia?</p><p>https://www.youtube.com/watch?v=q4fmplpxlgo</p><p>Legislação</p><p>RDC/ANVISA 220/04 – dispõe sobre o funcionamento dos Serviços de Terapia Antineoplásica.</p><p>Resolução CFF-288/96 - dispõe sobre a competência legal para o exercício da manipulação de drogas antineoplásicas pela farmacêutico.</p><p>Resolução COFEN-257/2001- faculta ao Enfermeiro o preparo de drogas quimioterápicas antineoplásicas e determina ao enfermeiro a administração de drogas quimioterápicas, ressaltando que técnicos e auxiliares de enfermagem não poderão assumir esse procedimento.</p><p>Radioterapia</p><p>Radioterapia</p><p>Tratamento que utiliza a radiação para destruir ou impedir o crescimento das células de um tumor, controlar sangramentos e dores e reduzir tumores que estejam comprimindo outros órgãos;</p><p>Modalidades da radioterapia</p><p>Neoadjuvante: para diminuir o volume do tumor, com objetivo de facilitar a cirurgia, possibilitar a preservação de um membro, permitir que a cirurgia seja menos mutiladora. Usada em tumores em reto baixo, sarcomas de partes moles e estômago.</p><p>Adjuvante: quando a radioterapia é associada à quimioterapia ou à cirurgia. Aplicada em regiões da cabeça e pescoço, colo e corpo uterino, pulmão, esôfago, sistema nervoso central, mama, linfomas, entre outras.</p><p>Curativa: quando a radioterapia é considerada a principal arma no combate ao câncer, podendo ser associada à quimioterapia ou utilizada em casos no quais a cirurgia não é possível ou muito arriscada para o paciente. Aplicada em regiões da cabeça e pescoço, tumores localmente avançados do colo e corpo uterino, canal anal, pulmão, esôfago, sistema nervoso central etc.</p><p>Paliativa: para melhorar a qualidade de vida do paciente oncológico, propiciando melhora da dor, redução de sangramento ou de outros sintomas.</p><p>Tipos de radiação</p><p>As formas de radiações ionizantes mais usadas na prática médica são as eletromagnéticas, como os raios-X e os raios gama e também as de partículas ou corpusculares como elétrons, prótons e nêutrons.</p><p>Dependendo da maneira como é aplicada, a radioterapia pode ser interna, conhecida como braquiterapia, em que fontes de radiação são colocadas dentro do tumor ou ao seu redor, podendo assim permanecer temporária ou permanentemente; ou externa, a teleterapia, quando a fonte produtora de radiação está distante do paciente.</p><p>Técnicas utilizadas</p><p>Radioterapia com Modulação da Intensidade do Feixe (IMRT)</p><p>Técnica baseada em tomografia e, às vezes, ressonância magnética e PET-CT. Indicadas na existência de estruturas nobres muito próximas ao tumor e com menor tolerância à radiação; necessidade de aplicar altas doses no tumor; e quando o volume a ser irradiado é muito grande.</p><p>Radioterapia Intraoperatória</p><p>Aplicada em apenas uma fração, de dose alta, com feixe de elétrons logo após a retirada por cirurgia total ou parcial do tumor. Esse procedimento é realizado em uma sala cirúrgica no Departamento de Radioterapia. Após o tumor ser ressecado, coloca-se um cone para dirigir o feixe de radiação, que é fixado ao leito tumoral.</p><p>O paciente é levado à sala do acelerador linear, onde são feitos o alinhamento do feixe e o cálculo da dose, procedendo-se em seguida à irradiação. Depois, o paciente volta à sala cirúrgica para conclusão da cirurgia. Indicada para tumores recidivados em abdome e pelve, com contraindicação para radioterapia externa ou que já tenham sido irradiados. Também usada em alguns casos de tumor inicial de mama.</p><p>Técnicas utilizadas</p><p>Radiocirurgia (RCIR) ou Radioterapia Estereotáxica Fracionada (REF)</p><p>Uma extensão da radiocirurgia, liberada em fração única (RCIR) ou frações que podem variar de 2 a 30 (REF). Utiliza sistema de imobilização próprio, não rígido, propiciando, assim, a precisão da estereotaxia e permitindo às estruturas normais adjacentes repararem o dano sublateral. Geralmente indicada para lesões maiores do sistema nervoso central (SNC) e da base do crânio.</p><p>Radioterapia Guiada por Imagem (IGRT)</p><p>associada à IMRT, tem o potencial de irradiar as células doentes, preservando ao máximo os tecidos saudáveis. Aliados ao avanço nas técnicas de imagem, os novos aparelhos permitem visualizar, em tempo real, onde o tumor está. Eles levam em conta, inclusive, os movimentos da respiração do paciente.</p><p>É um equipamento que acompanha a movimentação do tumor a ser tratado, oferecendo uma "mira" mais precisa e com menos riscos de sequelas. Dessa forma, a técnica torna possível usar doses de radiação maiores em alvos cada vez mais específicos, num tempo menor. A técnica é indicada para irradiar células doentes nos mais variados órgãos como próstata, cabeça e pescoço, abdome, reto, entre outros.</p><p>Como funcionam os ciclos da radioterapia?</p><p>Ciclos ou sessões, na realidade, são chamados de frações, que são a divisão da dose total necessária para o</p><p>controle do tumor, algo que varia de acordo com o tumor.</p><p>Muitas vezes, são realizadas pequenas frações diárias, e isso é feito quando o tumor não se recupera do dano no dia a dia, permitindo dar uma dose suficiente para o extermínio do tumor – assim, o tecido normal já tem uma recuperação melhor.</p><p>Cada sessão varia de 15 a 45min – a depender da técnica.</p><p>Braquiterapia</p><p>Braquiterapia</p><p>A braquiterapia é uma forma de radioterapia interna utilizada no tratamento do câncer. Nesse tipo de terapia, fontes de radiação são colocadas diretamente dentro ou próximas ao tumor, permitindo uma entrega precisa da radiação no local afetado, enquanto minimiza a exposição dos tecidos saudáveis ao redor.</p><p>Tipos de braquiterapia</p><p>Braquiterapia de alta taxa de dose (HDR): Nesse método, fontes radioativas de alta intensidade são temporariamente inseridas no corpo, geralmente por meio de cateteres ou aplicadores especiais. A fonte é posicionada no local do tumor por um período de tempo específico, geralmente minutos, e então removida. Isso permite uma alta dose de radiação ser entregue diretamente ao tumor, enquanto os tecidos normais ao redor recebem menos exposição.</p><p>2. Braquiterapia de baixa taxa de dose (LDR): Nesse caso, fontes radioativas de baixa intensidade são permanentemente implantadas no corpo, perto ou dentro do tumor, por meio de sementes ou cápsulas. A radiação é liberada continuamente ao longo do tempo em uma taxa mais baixa do que na HDR, mas ainda assim é suficiente para tratar o câncer de forma eficaz.</p><p>Efeitos colaterais da radioterapia</p><p>Ação da radioterapia apenas no local tratado;</p><p>Queda de cabelo – se RXT na cabeça;</p><p>O principal efeito colateral é a pele vermelha e ressecada - radiodermite</p><p>Para melhorar, evitar a exposição ao sol e o uso de cremes ou pomadas sem autorização médica, pois elas podem deixar resíduos invisíveis que podem piorar a reação da pele.</p><p>Podem surgir outros sintomas a depender da região que será irradiada, que são, em geral transitórios, com incidência somente durante o tratamento, podendo incluir: boca seca, dor para engolir, azia, cólica, diarreia e ardência para urinar.</p><p>Radiodermite</p><p>A radiodermite é definida pela presença de lesão cutânea provocada pela exposição excessiva</p><p>à radiação ionizante, causando desidratação cutânea e culminando em complicações graves como</p><p>lesões ulceradas e, posteriormente, infecções.</p><p>As radiodermites se manifestam de diferentes formas, podendo ser classificadas em agudas</p><p>ou tardias, dependendo da quantidade de radiação absorvida. São caracterizadas desde um leve</p><p>eritema com prurido até a necrose tecidual podendo, em casos mais graves levar à exposição de</p><p>terminações nervosas, causando dor, gerando desconforto, além de alteração da imagem corporal,</p><p>da autoestima e, consequentemente, o isolamento social.</p><p>Assistência de enfermagem na radioterapia</p><p>Ao enfermeiro, cabe planejar, coordenar e prestar cuidados de enfermagem aos clientes do setor, sendo que os cuidados envolvendo alta complexidade e a consulta de enfermagem são atividades privativas do enfermeiro, não podendo ser delegados. As atividades relativas ao ensino e pesquisa igualmente são privativas do enfermeiro, bem como a articulação de todo o funcionamento do ambulatório, inclusive com a provisão de material para o setor.</p><p>Realização de procedimentos como: realização de nebulização, administração de medicações, encaminhamentos em geral, acompanhamento em exames e procedimentos médicos (principalmente na braquiterapia), realização de curativos, cuidados com a traqueostomia e cuidados com o material do setor;</p><p>Ao técnico de enfermagem, cabe prestar cuidados integrais aos clientes do setor, executando tarefas delegadas pelo enfermeiro.</p><p>Referências</p><p>Rodrigues, Andrea, B. and Patrícia Peres de Oliveira. Oncologia para enfermagem. Available from: Manole Bibliotech, (2nd Edition). Editora Manole, 2024.</p><p>image1.jpeg</p><p>image2.jpeg</p><p>image3.png</p><p>image4.png</p><p>image5.png</p><p>image6.png</p><p>image7.png</p><p>image8.png</p><p>image9.png</p><p>image10.png</p><p>image11.jpeg</p><p>image12.jpeg</p><p>image13.jpeg</p><p>image14.png</p>