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<p>1</p><p>DIREITO EMPRESARIAL: PARTE GERAL E</p><p>TÍTULOS DE CRÉDITO - AULA N. 13</p><p>UNIDADE V - Elementos do Exercício da Atividade Empresarial</p><p>3. Colaboradores da empresa (Arts. 1.169 a 1.178, CC/02)</p><p>Dentre os colaboradores da empresa, temos agentes auxiliares</p><p>dependentes e independentes.</p><p>Os agentes dependentes são aqueles que prestam seus serviços</p><p>mediante vínculo empregatício, ou seja, a pessoa física que presta</p><p>serviços de caráter não eventual, mediante pagamento de salário e</p><p>sob subordinação jurídica ao empregador (art. 3º, CLT).</p><p>Nesse segmento de dependentes internos ou dependentes externos</p><p>(percorrendo a clientela), temos os que são subordinados</p><p>hierarquicamente ao empresário e regidos pela CLT.</p><p>DIREITO EMPRESARIAL: PARTE</p><p>GERAL E TÍTULOS DE CRÉDITO</p><p>São exemplos de agentes dependentes:</p><p>• Prestando serviços diretos à atividade-fim</p><p>da empresa: os gerentes, os supervisores, as</p><p>secretárias, as recepcionistas, os cobradores,</p><p>os caixas, os atendentes, os auxiliares de</p><p>escritório, os balconistas, os vendedores, os</p><p>propagandistas, os divulgadores, os que</p><p>trabalham na linha de produção, os</p><p>motoristas, os ajudantes, etc.;</p><p>• Atuando na atividade-meio: as telefonistas,</p><p>faxineiros, vigias, contadores, advogados,</p><p>etc.</p><p>DIREITO EMPRESARIAL: PARTE</p><p>GERAL E TÍTULOS DE CRÉDITO</p><p>Dentre os dependentes destacam-se aqueles que atuam internamente</p><p>à empresa e os que atuam externamente. Em relação a esses destaca-</p><p>se o disposto na Lei n. 3.207/1957 (Regulamenta as atividades dos</p><p>empregados vendedores, viajantes ou pracistas.)</p><p>Os agentes independentes são aqueles que prestam serviço à empresa</p><p>de modo autônomo, exercendo sua atividade em nome próprio,</p><p>sendo eles mesmos considerados empresários.</p><p>Exemplos de auxiliares independentes: o corretor, o leiloeiro, o</p><p>auditor, o tradutor, o representante comercial.</p><p>Os auxiliares independentes não são subordinados hierarquicamente</p><p>ao empresário (exercem atividade autônoma)</p><p>2</p><p>DIREITO EMPRESARIAL: PARTE</p><p>GERAL E TÍTULOS DE CRÉDITO</p><p>Para os atos praticados pelos auxiliares dependentes fora do</p><p>estabelecimento comercial, quando relativos a giro comercial da</p><p>empresa, é preciso autorização escrita do empresário - art. 1.178,</p><p>Parágrafo Único, CC/02.</p><p>A responsabilidade do empresário, perante terceiros, sobre os atos</p><p>dos auxiliares desta categoria, inclusive frente as autoridades</p><p>tributárias.</p><p>No caso de desvio de ética ainda existe a punição perante seu</p><p>Conselho e se houver fraude, responde criminalmente.</p><p>O empresário tem direito de regresso contra o mau colaborador.</p><p>DIREITO EMPRESARIAL: PARTE</p><p>GERAL E TÍTULOS DE CRÉDITO</p><p>3.1. Os Agentes Auxiliares e Colaboradores da Empresa:</p><p>A) Os agentes auxiliares da empresa sujeitos à matrícula na Junta</p><p>Comercial (art. 1º, III e 32, Lei n. 8.934/94):</p><p>• os leiloeiros;</p><p>• os tradutores públicos e intérpretes comerciais;</p><p>• os trapicheiros e administradores de armazéns-gerais.</p><p>Os agentes auxiliares da empresa sujeitos à matrícula devem</p><p>observar as regras da INSTRUÇÃO NORMATIVA DREI Nº 72, de</p><p>19 de dezembro de 2019 (Com as atualizações das Instrução</p><p>Normativa DREI nº 74, de 18 de fevereiro de 2020 e da Instrução</p><p>Normativa DREI nº 80, de 16 de abril de 2020) conforme disposto no</p><p>art. 34, da Lei n. 14.195/21.</p><p>DIREITO EMPRESARIAL: PARTE</p><p>GERAL E TÍTULOS DE CRÉDITO</p><p>B) Os prepostos disciplinados pelo Código Civil (art. 1.169 a 1.178):</p><p>• os Gerentes (art. 1.172 a 1.176):</p><p> preposto permanente no exercício da empresa, na sede desta, ou</p><p>em sucursal, filial ou agência</p><p>• os Contadores (art. 1.177 e 1.178)</p><p> Trata-se de preposto encarregado de sua escrituração.</p><p> Sua atuação pode ser interna ou fora do estabelecimento.</p><p> Pelos atos culposos, são pessoalmente responsáveis, perante os</p><p>preponentes; e, pelos atos dolosos, respondem solidariamente com</p><p>o preponente, perante terceiros.</p><p>3</p><p>DIREITO EMPRESARIAL: PARTE</p><p>GERAL E TÍTULOS DE CRÉDITO</p><p>C) Outros cuja atuação integra os atos de empresa (Contratos):</p><p>• Os Corretores;</p><p>• Os Despachantes;</p><p>• Os Agentes de Informação;</p><p>• Os Auditores Independentes;</p><p>• Os Representantes Comerciais.</p><p>DIREITO EMPRESARIAL: PARTE</p><p>GERAL E TÍTULOS DE CRÉDITO</p><p>O corretor é aquela pessoa física ou jurídica, que tem por ocupação</p><p>profissional a aproximação das partes interessadas em realizar um</p><p>determinado negócio, mediante pagamento, denominado de</p><p>corretagem.</p><p> Espécies de corretagem:</p><p>a) Corretagem Livre.</p><p>O código Civil no art. 722, ao definir a corretagem, não condiciona a</p><p>existência ou validade do contrato à habilitação especial do corretor.</p><p>Pablo Stolze e Rodolpho Pamplona Filho (2016): A corretagem livre</p><p>pode ser praticada por qualquer pessoa capaz, que exerce o ofício de</p><p>intermediador continuadamente, não dependendo da designação</p><p>oficial. Há autonomia no exercício da atividade sem exigências de</p><p>formalismos.</p><p>DIREITO EMPRESARIAL: PARTE</p><p>GERAL E TÍTULOS DE CRÉDITO</p><p>A respeito da corretagem livre Maria Helena Diniz (2016) menciona</p><p>as hipóteses: Os corretores livres de espetáculos públicos e diversões;</p><p>de empréstimos de obras de arte; de automóveis; de pedras</p><p>preciosas; de publicidade; de serviços de trabalhadores em geral ou</p><p>especializados; de artistas de esportistas profissionais, de</p><p>conferencistas; de bens móveis e imóveis etc.</p><p>b) Corretagem Oficial.</p><p>Pablo Stolze e Rodolpho Pamplona Filho (2016): A corretagem</p><p>oficial e aquela praticada por corretores investidos de ofício público,</p><p>gozando de prerrogativas inerentes ao exercício de tal múnus, como,</p><p>por exemplo, a fé pública. Exigem-se requisitos especiais para</p><p>exercê-la, estabelecidos em normas específicas de diversas naturezas.</p><p>4</p><p>DIREITO EMPRESARIAL: PARTE</p><p>GERAL E TÍTULOS DE CRÉDITO</p><p>Destaca Flávio Tartuce (2016) que existem seis categorias de atuação</p><p>dos corretores oficiais: a) fundos públicos, b) mercadorias, c) navios,</p><p>d) operações de câmbio, e) seguros, f) valores; sendo suas atuações</p><p>reguladas por leis especiais.</p><p>A corretagem de imóveis e a regulação do seu exercício foram</p><p>recepcionadas pela Lei nº 6.530, de 12/05/1978 – Lei Orgânica da</p><p>Profissão do Corretor de Imóveis e Decreto n. 81.871/78.</p><p>DIREITO EMPRESARIAL: PARTE</p><p>GERAL E TÍTULOS DE CRÉDITO</p><p>Os corretores que nos interessam diretamente são os que atuam no</p><p>área empresarial, dentre os quais se destacam os corretores de</p><p>fundos públicos ou valores mobiliários, os corretores de seguro, os</p><p>corretores de mercadoria e os corretores de navio.</p><p>Todos devem estar registrados na Junta Comercial e devem manter</p><p>rigorosos registros de sua ocupação, através de livros próprios.</p><p>Quando de seu registro, devem prestar um compromisso solene e</p><p>fiança.</p><p>DIREITO EMPRESARIAL: PARTE</p><p>GERAL E TÍTULOS DE CRÉDITO</p><p>Os corretores de mercadoria são encarregados de negociar as</p><p>mercadorias depositadas em armazéns gerais ou vendidas em bolsas</p><p>de mercadorias. [Decreto n° 20.881. de 1931]</p><p>5</p><p>DIREITO EMPRESARIAL: PARTE</p><p>GERAL E TÍTULOS DE CRÉDITO</p><p>Os corretores de navios ou shipbroker intermediam a venda de</p><p>espaços vagos e fretes em navios, bem como seguros marítimos,</p><p>atuando junto às alfândegas, onde também devem estar inscritos.</p><p>[Lei n° 4.726, de 13/07/1965, e Decreto n° 54.956, de 6/11/1964 =</p><p>Decreto n° 19.009 de 1929]</p><p>Os corretores de navios</p><p>atuam no cenário do</p><p>afretamento marítimo, como</p><p>intermediário na relação</p><p>entre afretadores e fretadores.</p><p>DIREITO EMPRESARIAL: PARTE</p><p>GERAL E TÍTULOS DE CRÉDITO</p><p>Os corretores de seguros [Lei n. 4.594 de 29/12/1964], pessoas físicas</p><p>ou jurídicas, aproximam os particulares das companhias</p><p>seguradoras, oferecendo diversos produtos e efetuando o contrato</p><p>entre as partes, como intermediário, fato que o diferencia dos demais</p><p>corretores. Devem estar inscritos também no Departamento</p><p>Nacional de Seguros Privados.</p><p>DIREITO EMPRESARIAL: PARTE</p><p>GERAL E TÍTULOS DE CRÉDITO</p><p>Os corretores de fundos públicos ou valores mobiliários [Lei n. 4.728</p><p>de 14/7/1965 – art. 8º] atuam no mercado de capitais, intermediando</p><p>a venda e compra de títulos e valores, agindo nas bolsas de valores.</p><p>Devem, por força de lei, constituir pessoa jurídica. A operadora deve</p><p>estar registrada na Bolsa de Valores.</p><p>6</p><p>DIREITO EMPRESARIAL: PARTE</p><p>GERAL E TÍTULOS DE CRÉDITO</p><p>Os leiloeiros ou agentes de leilões auxiliam o empresário,</p><p>encarregando-se da oferta pública de bens para a venda em pregão.</p><p>Também devem estar matriculados na Junta Comercial, perante a</p><p>qual prestam compromisso e fiança. [Decreto nº 21.981, de</p><p>19/10/1932]</p><p>DIREITO EMPRESARIAL: PARTE</p><p>GERAL E TÍTULOS DE CRÉDITO</p><p>O leiloeiro recebe uma porcentagem sobre o valor da venda (de 3% a</p><p>5% pagos pelo vendedor e mais 5% pago pelo comprador), chamada</p><p>comissão. Deve manter livros próprios para registrar as mercadorias</p><p>que entraram e saíram de seus depósitos, registros de suas</p><p>atividades, os leilões, para documentar o comprador.</p><p>O leiloeiro fica de posse do objeto da venda, que fica sob sua guarda</p><p>em seus depósitos. Efetuado o leilão, deve prestar contas ao vendedor</p><p>no prazo de cinco dias.</p><p>DIREITO EMPRESARIAL: PARTE</p><p>GERAL E TÍTULOS DE CRÉDITO</p><p>Os Tradutores Público e Intérpretes Comerciais [Decreto n. 13.609</p><p>de 21/10/1943 – Revogado pela Lei n. 14.195 de 26/08/2021] = A</p><p>profissão passou a ser regulada pela Lei 14.195/21 nos arts. 22 a 34.</p><p>Esses profissionais possuem a habilitação legal para traduzir textos</p><p>falados e escritos, devendo registrar-se na Junta Comercial, podem</p><p>ou não ser submetidos a concurso público para aferição de aptidão.</p><p>Presumem-se fiéis e exatas as traduções realizadas por tradutor e</p><p>intérprete público. Caso realizem tradução incompleta, imprecisa,</p><p>errada ou fraudulenta estarão sujeitos, além de eventual</p><p>responsabilização civil e criminal, a sanções administrativas</p><p>aplicadas sob prévio processo legal a cargo das Juntas Comerciais</p><p>(arts. 28 a 30, Lei n. 14.195/21)</p><p>7</p><p>DIREITO EMPRESARIAL: PARTE</p><p>GERAL E TÍTULOS DE CRÉDITO</p><p>Sua remuneração é feita com base em tabela organizada pela Junta.</p><p>Devem manter um livro próprio para o registro das traduções, além</p><p>de poderem realizar os seus atos em meio eletrônico.</p><p>DIREITO EMPRESARIAL: PARTE</p><p>GERAL E TÍTULOS DE CRÉDITO</p><p>O Auditor Independente [Lei n. 6.385 de 07/12/1976]: as empresas</p><p>que operam no mercado de capitais são registradas na Comissão de</p><p>Valores Mobiliários e devem contratar auditoria independente, para</p><p>comprovar a apuração dos resultados para conhecimento dos</p><p>acionistas.</p><p>O trabalho do auditor é examinar, como perito, o desenvolvimento</p><p>das operações contábeis, desde o seu início até o balanço anual ou</p><p>semestral.</p><p>Para mais informações acesse a CVM:</p><p>http://www.cvm.gov.br/menu/regulados/auditores_in</p><p>dependentes/sobre.html</p><p>DIREITO EMPRESARIAL: PARTE</p><p>GERAL E TÍTULOS DE CRÉDITO</p><p>Os despachantes são os profissionais que se desincumbem de liberar</p><p>papéis e documentos junto a repartições em geral. É facultativo ao</p><p>empresário utilizar-se de seus serviços, mesmo em se tratando de</p><p>negócios aduaneiros.</p><p>O despachante aduaneiro é especializado no desembaraço de</p><p>mercadorias nas alfândegas.</p><p>O despachante documentalista, é um despachante geral, com atividades</p><p>em diferentes segmentos econômicos.</p><p>O despachante de trânsito é totalmente especializado em documentação</p><p>de veículos e atua diretamente com o Detran, monitorando diversos tipos</p><p>de documentos, alvarás, licenças e laudos; inscrições, alterações e baixas</p><p>em registros e cadastros; regularização de débitos e créditos; apuração e</p><p>recolhimento de taxas e impostos; realização de vistorias e lacração de</p><p>placas.</p><p>8</p><p>DIREITO EMPRESARIAL: PARTE</p><p>GERAL E TÍTULOS DE CRÉDITO</p><p>O Despachante Aduaneiro e seus ajudantes podem praticar em nome</p><p>dos seus representados os atos relacionados com o despacho</p><p>aduaneiro de bens ou de mercadorias, inclusive bagagem de viajante,</p><p>transportados por qualquer via, na importação ou na exportação.</p><p>[Lei nº 5.425, de 29/04/1968; Dec-Lei nº 366, de 19/12/1968]</p><p>DIREITO EMPRESARIAL: PARTE</p><p>GERAL E TÍTULOS DE CRÉDITO</p><p>O Despachante Documentarista [Lei n. 10.602 de 12/12/2002 e Lei n.</p><p>14.282 de 28/12/2021] Regulamentou o exercício da profissão de</p><p>despachante documentalista.</p><p>Despachante documentalista é o profissional legalmente habilitado</p><p>para praticar, como pessoa física ou mediante constituição de pessoa</p><p>jurídica, as atividades previstas nesta Lei.</p><p>O profissional despachante documentalista é aquele que, entre</p><p>outras exigências, possui registro no conselho profissional da</p><p>categoria de que trata a Lei nº 10.602, de 12 de dezembro de 2002.</p><p>DIREITO EMPRESARIAL: PARTE</p><p>GERAL E TÍTULOS DE CRÉDITO</p><p>Portanto, poderá acompanhar a tramitação de processos e</p><p>procedimentos, cumprir diligências, anexar documentos, prestar</p><p>esclarecimentos, solicitar informações e relatórios, além de executar</p><p>todos os atos pertinentes e necessários à mediação ou à</p><p>representação.</p><p>9</p><p>DIREITO EMPRESARIAL: PARTE</p><p>GERAL E TÍTULOS DE CRÉDITO</p><p>Os Agentes de Informação [Lei n. 3.099 de 24/2/1957 e Decreto n.</p><p>50.332 de 3/5/1961] são estabelecimentos que organizam listas</p><p>contendo informações sobre o estado de solvabilidade e pontualidade</p><p>de pessoas e empresas. Geralmente, são chamados de serviços de</p><p>proteção ao crédito.</p><p>Estas agências ou organizações devem estar registradas na Junta</p><p>Comercial e perante a repartição policial. Devem agir preservando a</p><p>ética e a moderação nos meios de divulgação das informações que</p><p>detêm. Estas devem ser fornecidas por escrito, em papel timbrado e</p><p>assinatura do responsável. Podem fornecer, ainda, outros tipos de</p><p>informações. Por isso devem estar registradas junto à autoridade</p><p>policial, já que a tarefa de investigar e informar é da polícia.</p><p>DIREITO EMPRESARIAL: PARTE</p><p>GERAL E TÍTULOS DE CRÉDITO</p><p>3.2 - Dos Prepostos [art. 1.169 a 1.178, CC/02]:</p><p>Preposição empresarial</p><p>A preposição empresarial, ou contrato de emprego na empresa, tanto</p><p>participa do mandato como da prestação de serviços, embora não</p><p>reúna os caracteres exclusivos desses contratos. Se, por um lado, é o</p><p>preposto um empregado, em relação de subordinação frente ao</p><p>empresário, também o representa em negócios com terceiros.</p><p>Prepostos do empresário (antigos agentes auxiliares do comércio):</p><p>são os colaboradores permanentes ou temporários da empresa, com</p><p>ou sem vínculo empregatício, que agem por delegação praticando</p><p>atos negociais em nome do preponente (empresário/sociedade</p><p>empresaria).</p><p>DIREITO EMPRESARIAL: PARTE</p><p>GERAL E TÍTULOS DE CRÉDITO</p><p>Há duas características de prepostos: os gerentes, que administram,</p><p>e os auxiliares, dentro e fora do estabelecimento.</p><p>Não se consideram prepostos:</p><p> os agentes de negócios empresariais que representam um ou mais</p><p>comerciantes, com maior autonomia, mas poderes mais restritos;</p><p> os administradores ou diretores de sociedades, sócios ou não,</p><p>representantes da pessoa jurídica;</p><p> os administradores judiciais de massas falidas;</p><p> os liquidantes de sociedades e</p><p> as várias categorias de empregados subordinados incluídos na</p><p>designação genérica de comerciários.</p><p>10</p><p>DIREITO EMPRESARIAL: PARTE</p><p>GERAL E TÍTULOS DE CRÉDITO</p><p>O preposto, sob a perspectiva do direito, é o representante da</p><p>empresa que conhece os fatos e tem a capacidade de argumentar,</p><p>defender ou esclarecer os assuntos tratados.</p><p>É interessante comentar que a Súmula nº. 377 do TST foi alterada e</p><p>permite que o preposto do pequeno e micro empresário não seja</p><p>obrigatoriamente empregado, em cumprimento ao art. 54 da LC n.º</p><p>123/06.</p><p>DIREITO EMPRESARIAL: PARTE</p><p>GERAL E TÍTULOS DE CRÉDITO</p><p> Tipos de Preposição: Gerentes e Contadores:</p><p>Os gerentes são prepostos que têm poderes de direção</p><p>departamental, mais ou menos ampliados, conforme a estrutura e</p><p>organização técnica da empresa, apresentam algumas variedades de</p><p>nomenclatura: gerente-geral, gerente de sucursal ou de filial, gerente</p><p>de seção etc. São cargos desempenhados em confiança. O âmbito da</p><p>função técnica determina o limite de sua função jurídica, onde atua o</p><p>auxiliar dependente.</p><p>Nos usos comerciais, aos gerentes do estabelecimento são confiados,</p><p>pelo empresário, poderes de direção, de comando, de disciplina e de</p><p>controle sobre os empregados e bens que constituem o</p><p>estabelecimento comercial. Os empregados lhes devem obediência.</p><p>DIREITO EMPRESARIAL: PARTE</p><p>GERAL E TÍTULOS DE CRÉDITO</p><p>O contabilista (ou contador) é o agente responsável pela escrita</p><p>contábil da</p><p>empresa. Seus atos obrigam a sociedade ou o empresário</p><p>para quem esteja trabalhando. Deve ser bacharel em ciências</p><p>contábeis ou técnico em contabilidade. A escrituração da empresa é</p><p>de suma importância.</p><p>Nas empresas de maior porte, geralmente, é</p><p>mantido um departamento de contabilidade e</p><p>o contador é agente auxiliar dependente. A</p><p>opção em manter contabilidade interna ou</p><p>contratar um escritório de contabilidade</p><p>externo é tomada pelos responsáveis pela</p><p>empresa, levando-se em conta as</p><p>conveniências de custo-benefício.</p><p>11</p><p>DIREITO EMPRESARIAL: PARTE</p><p>GERAL E TÍTULOS DE CRÉDITO</p><p>3.3. Representante Comercial [Lei n.</p><p>4.886/65 = Lei nº 8.420/92 = Lei nº</p><p>12.246/10]</p><p>O representante comercial constitui</p><p>espécie de agente auxiliar de bastante</p><p>interesse entre nós, pois trata-se de</p><p>atividade extremamente difundida</p><p>nos costumes da empresa. Esta, para</p><p>escoar suas mercadorias, serve-se da</p><p>atividade do representante, como seu</p><p>vendedor autônomo. Assim, o</p><p>representante é a empresa</p><p>especializada em vender, no atacado,</p><p>os produtos do representado.</p><p>DIREITO EMPRESARIAL: PARTE</p><p>GERAL E TÍTULOS DE CRÉDITO</p><p>O representante diferencia-se do corretor porque aquele, além de</p><p>fazer a oferta, deter dados e informações de toda a linha de produtos</p><p>da representada, também pratica atos de execução do negócio, de</p><p>modo não eventual, transmitindo-os à representada, para que tome</p><p>suas providências. Não se trata, também, de simples prestação de</p><p>serviços.</p><p>DIREITO EMPRESARIAL: PARTE</p><p>GERAL E TÍTULOS DE CRÉDITO</p><p>A diferença está na remuneração, pois o representante recebe em</p><p>percentual (comissão) dos resultados efetivamente obtidos pelo</p><p>representado.</p><p>Porém, é vedada a inclusão da cláusula “del credere” nos contratos</p><p>de representação comercial (Art. 43, Lei n. 4.886/65).</p><p>O “del credere” (responder pelo crédito concedido) trata-se de uma</p><p>condição vedada ao contrato, pela qual, mediante comissão mais</p><p>elevada que a comum, o Representante se torna responsável pelo</p><p>pagamento do preço no negócio que realizou no desempenho do</p><p>contrato de representação mercantil. Ele garante ao Representado a</p><p>execução da obrigação assumida pelo terceiro. O “del credere”</p><p>assemelha-se ao seguro, ou à fiança, mas com eles não se confunde.</p><p>12</p><p>DIREITO EMPRESARIAL: PARTE</p><p>GERAL E TÍTULOS DE CRÉDITO</p><p>O contrato de representação comercial deve prever as condições e</p><p>requisitos da representação, indicação dos produtos ou artigos,</p><p>prazo do contrato, praça de representação, a comissão, o modo e a</p><p>periodicidade do pagamento, obrigações e responsabilidades das</p><p>partes e a indenização do representante pela rescisão sem justa causa</p><p>(Art. 27, Lei n. 4.886/65).</p><p>Os representantes devem registrar-se</p><p>também no Conselho Regional de</p><p>Representantes Comerciais (Art. 2º,</p><p>Lei n. 4.886/65).</p><p>DIREITO EMPRESARIAL: PARTE</p><p>GERAL E TÍTULOS DE CRÉDITO</p><p>Referências:</p><p>MAMEDE, Gladston. Direito empresarial brasileiro. São Paulo: Atlas,</p><p>2019. v. 1</p><p>COELHO, Fábio Ulhôa. Curso de Direito Comercial. São Paulo:</p><p>Revista dos Tribunais, 2016. v. 1</p><p>CAMPINHO, Sérgio. Curso de Direito Comercial. 16ª ed. São Paulo:</p><p>Saraiva. 2019 – v. 1 - Direito de Empresa.</p>