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<p>O DIREITO NA ÍNDIA ANTIGA</p><p>Professor: Rodrigo Freitas Palma</p><p>Discente: Francisco Nunes de Oliveira</p><p>DRÁCON E SÓLON</p><p>Introdução</p><p>A democracia ateniense foi um sistema político caracterizado pela participação direta dos cidadãos livres, originada e influenciada pelas reformas de Clístenes no século VI a.C. Essa forma de governo destacava-se pela inclusão de órgãos como a Ekklesia (Assembleia Popular), a Boulé (Conselho dos Quinhentos) e os Tribunais Populares, que permitiam aos cidadãos tomar decisões políticas e administrativas.</p><p>Resumo sobre a democracia ateniense</p><p>· A democracia ateniense foi o sistema político estabelecido na cidade de Atenas, que floresceu no século V a.C.</p><p>· Era caracterizado pela participação direta dos cidadãos livres nas assembleias populares, tribunais e na tomada de decisões políticas.</p><p>· A democracia ateniense teve origem no contexto da pólis grega.</p><p>· Os principais órgãos da democracia ateniense eram a Ekklesia (Assembleia Popular), a Boulé (Conselho dos Quinhentos) e os Tribunais Populares, que permitiam a participação dos cidadãos na tomada de decisões políticas.</p><p>· As reformas de Clístenes foram cruciais para fortalecer a democracia ateniense.</p><p>· A democracia ateniense atingiu seu ápice na época de Péricles, mas enfrentou instabilidades durante a Guerra do Peloponeso.</p><p>· A intervenção estrangeira, como a conquista macedônica por Alexandre, o Grande, e os regimes oligárquicos que sucederam a guerra resultaram em seu declínio gradual.</p><p>· Fatores como a exclusão das mulheres e a dependência da escravidão minavam os princípios de igualdade e liberdade que fundamentavam a democracia ateniense."</p><p>O que foi a democracia ateniense?</p><p>A democracia ateniense antiga foi um sistema político complexo e evolutivo que se desenvolveu ao longo do tempo. Para entender seus antecedentes, é importante examinar a organização da pólis (cidade-estado grega), a legislação e o fenômeno da tirania em Atenas até a reforma de Clístenes.</p><p>As cidades-estados gregas, como Atenas, eram politicamente independentes e autônomas. Cada pólis tinha sua própria forma de governo, leis e instituições. A organização social geralmente incluía uma Assembleia Popular (Ekklesia), um conselho (Boulé) e magistrados eleitos.</p><p>Antes da democracia, Atenas passou por diferentes formas de governo. No Período Arcaico, a cidade era governada por reis, mas o poder dos reis foi gradualmente reduzido em favor de uma aristocracia. A legislação era influenciada por líderes políticos e legisladores, como Drácon e Sólon, cujas reformas tiveram um impacto significativo na estrutura política e social da cidade.</p><p>Drácon (século VII a.C.)</p><p>Drácon foi um legislador ateniense conhecido por suas leis extremamente severas, especialmente em questões de crime e punição. Sua legislação mais famosa é conhecida como "Código de Drácon", que foi escrito em 621 a.C. Essas leis eram notórias por sua dureza, aplicando punições desproporcionalmente severas para uma série de delitos.</p><p>Por exemplo, suas leis estabeleciam a pena de morte para uma variedade de crimes, incluindo o roubo. Isso levou à expressão "leis draconianas", usada até hoje para se referir a leis extremamente rígidas ou punitivas.</p><p>A severidade deste código fez com que o adjetivo draconiano (do francês draconien) chegasse à posteridade como sinônimo de desumano, excessivamente rígido ou drástico.</p><p>Foi esse legislador que instituiu em Atenas o Conselho dos Quatrocentos (escolhido por votação), que foi de grande importância para a democracia ateniense. Ele também é considerado o responsável pela primeira constituição escrita de Atenas.</p><p>O seu código de leis durou até a época de Sólon, que reteve do código de Drácon apenas as leis relativas ao homicídio.</p><p>Morte</p><p>Segundo é relatado na Suda (uma espécie de enciclopédia primitiva) supostamente morreu em 620 a.C. por excesso de carinho. Durante uma visita a um teatro da ilha de Egina, no litoral da Grécia, foi recebido por seus apoiadores com uma revoada de chapéus, capas e outros itens de vestimenta — uma típica demonstração de respeito, equivalente a uma prolongada salva de palmas. Foi tanto tecido que ele não conseguiu se desvencilhar e morreu sufocado.</p><p>Leis draconianas</p><p>As leis draconianas têm um importante papel na história do Direito, mas não são o primeiro código de leis escrita, como havia sido proposto antes. O primeiro código de leis grego foi o de Zaleuco de Locros.</p><p>E uma de suas características era a previsão de penas pecuniárias.</p><p>Afirmava, essencialmente, a supremacia dos poderes públicos. Consagrava o direito de jurisdição do pai sobre o filho, mas suprimiu a vingança particular. Para os crimes graves, aqueles submetidos ao Areópago, as penas eram a morte ou o exílio. O código escrito por Drácon, contudo, não era uma constituição pois não contemplava os problemas econômicos e sociais. Estes, somente seriam resolvidos por Sólon de Atenas.</p><p>Deve-se a Drácon o começo de um importante princípio do Direito Penal: a diferença entre o homicídio involuntário, voluntário e legítima defesa.</p><p>No código de Drácon, a punição para qualquer forma de roubo era a morte. Tanto o furto como o assassinato recebiam a mesma punição: a morte. Dêmades, político ateniense do século IV a.C., disse que "as leis de Drácon tinham sido escritas com sangue e não com tinta". As leis eram tão severas que os atenienses as aboliram, não por algum decreto, mas apenas deixando de cumpri-las.</p><p>Pausânias menciona um exemplo curioso da aplicação da lei draconiana: Teágenes (filho de Timóstenes) foi um grande vencedor dos Jogos Olímpicos. Quando ele morreu, um dos seus inimigos ia toda noite à sua estátua, e chicoteava o bronze, como se estivesse chicoteando o próprio Teágenes, até a vez em que a estátua caiu e matou o homem. Os parentes do morto, então, processaram a estátua por assassinato, e ela foi condenada e jogada no fundo do mar — pena baseada no código de Drácon, que previa o banimento para objetos inanimados que caíssem e matassem um homem.</p><p>Sólon (c. 594 a.C.)</p><p>Sólon foi outro importante legislador ateniense, cujas reformas visavam resolver os conflitos sociais e econômicos que ameaçavam a estabilidade de Atenas. Ele foi escolhido como arconte (um dos principais magistrados) em 594 a.C. e, durante seu mandato, promulgou uma série de leis conhecidas como as "leis de Sólon" ou "Constituição de Sólon"."</p><p>Suas reformas foram amplas e visavam principalmente resolver questões relacionadas à dívida, como escravidão por dívida, e distribuição desigual de terras. Entre suas medidas mais importantes estavam:</p><p>· A Seisachtheia, ou "Remoção dos Fardos", uma medida que cancelava as dívidas e libertava os cidadãos atenienses que haviam caído em escravidão por dívida;</p><p>· A instituição de quatro classes de cidadãos baseadas em critérios de renda, conhecidas como as "Quatro Classes de Sólon", que determinavam direitos e responsabilidades políticas com base na riqueza;</p><p>· Proibição da venda de um cidadão livre como escravo por dívida.</p><p>Profundo conhecedor das leis, foi convocado como legislador pela aristocracia em meio a um contexto de tensão social na pólis, quando os demais grupos sociais viam as reformas de Drácon (ocorridas por volta de 621 a.C.) como algo insuficiente. Na sua reforma, Sólon proibiu a hipoteca da terra e a escravidão por endividamento através da chamada lei Seisachtheia; dividiu a sociedade pelo critério censitário (pela renda anual) e criou um tribunal de justiça, a helieia. Suas atitudes, no entanto, desagradaram a aristocracia, que não queria perder seus privilégios oligárquicos, e o povo, que desejava mais que uma política censitária, e sim a promoção de uma reforma agrária.</p><p>De acordo com a Constituição ateniense, Sólon legislou para todos os cidadãos serem admitidos na Eclésia e criou um tribunal helieia formado a partir de todos os cidadãos. A helieia parece ter sido a Eclésia, ou alguma parte representativa da mesma, sentada como</p><p>júri, dando às pessoas comuns não só o poder de eleger funcionários, mas também chamá-los a prestar contas. No entanto, alguns estudiosos duvidam que Sólon tenha incluído os tetes na Eclésia, o que seria demasiado ousado para um aristocrata nesse período arcaico. As fontes antigas atribuem-lhe a criação de um Conselho de Quatrocentos, elaborado a partir das quatro tribos atenienses para servir como um comité de direção para a Eclésia alargada. No entanto, muitos estudiosos modernos têm duvidado disso também.</p><p>Sólon também modificou o código de leis de Drácon, que já não era mais seguido por causa de seu rigor. A punição do roubo, que era a morte, passou a ser uma multa igual ao dobro do valor roubado.</p><p>Dentre os 6 mil cidadãos atenienses chamados no Tribunal de Heliaia de heliastas, eram escolhidos por votação os julgadores, sempre em número ímpar, quando passavam a ser chamados de dikastas, que atuavam nas sessões de justiça — as chamadas dikasterias. No julgamento de Sócrates, houve 801 dikastas.</p><p>É que as leis em nada diferiam das teias de aranha: se, como estas, estavam aptas a prender os fracos e pequenos que conseguissem apanhar, seriam, contudo, despedaçadas pelos poderosos e pelos ricos." Esta frase é muitas vezes equivocadamente atribuída a Solon, mas foi dita por Anacársis, ao saber que Sólon havia sido designado para elaborar um código de leis para os atenienses.</p><p>Sólon em Heródoto</p><p>Sólon em Histórias de Heródoto é descrito como um cidadão Ateniense desembarcando em Sardes de uma viagem para a qual se licenciara de seus compromissos com a polis de Atenas por dez anos alegando desejar ver novas terras. Ele havia antes de sair de Atenas escrito Leis que, segundo Heródoto justificariam o real motivo dele se ausentar de Atenas para não ser obrigado a revogá-las. Sólon chegara de uma passagem pelo Egito, onde tinha sido hospedado pelo rei Amásis, faraó do Egito. Em Sardes foi hospedado pelo rei Creso, quem o interroga sobre quem seria o homem mais feliz que já encontrara.</p><p>Poesia</p><p>Sólon também se dedicou à escrita de poesia elegíaca. Em suas elegias, Sólon expressa seu conjunto de ideias políticas. Seus versos nos chegaram de maneira fragmentária, a partir de citações de autores antigos como Aristóteles, Demóstenes, Teofrasto, Diógenes Laércio, Diodoro Sículo e Plutarco.</p><p>Bibliografia</p><p>· FALCO, Vittorio de; COIMBRA, Aluízio F. Os elegíacos gregos de Calino a Crates. São Paulo, 1941</p><p>· MALHADAS, Daisi; MOURA NEVES, Maria H. de. Antologia de poetas gregos de Homero a Píndaro. Araraquara: FFCLAr-UNESP, 1976</p><p>· BARROS, Gilda N. M. de. Sólon de Atenas - A cidadania antiga. São Paulo: Humanitas, 1999</p><p>· CARDOSO, G.C. Sólon. In: Plutarco - Vidas Paralelas, v. 1. São Paulo: Paumape, p. 170-206, 1991.</p><p>image1.jpeg</p>