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<p>Direito Ambiental</p><p>O Meio Ambiente na Constituição Federal de 1988</p><p>Material Teórico</p><p>Responsável pelo Conteúdo:</p><p>Profa. Ms. Solange Aparecida Guimarães</p><p>Revisão Textual:</p><p>Profa. Ms. Rosemary Toffoli</p><p>5</p><p>• A Constituição de 1988</p><p>• O Meio Ambiente e a Ordem Econômica na</p><p>Constituição Federal</p><p>• Função Social da Propriedade</p><p>Ao fazer a leitura do texto, procure anotar os pontos que considere mais importantes e anote</p><p>também as suas dúvidas, pois o tema é fundamental para a aplicação do Direito Ambiental.</p><p>Para um bom aproveitamento do curso, leia o material teórico atentamente antes de realizar</p><p>as atividades. É importante também respeitar os prazos estabelecidos no cronograma.</p><p>· Nesta Unidade, estudaremos as disposições constitucionais</p><p>sobre o meio ambiente. Além do artigo 225, a CF dispôs</p><p>sobre as questões ambientais em muitos outros artigos, com</p><p>referências diretas e indiretas à proteção do meio ambiente</p><p>natural, artificial, cultural e do trabalho. Também analisaremos</p><p>as competências em matéria ambiental, tema fundamental no</p><p>estudo do Direito ambiental. É muito importante que todos os</p><p>artigos da Constituição que tratam do meio ambiente sejam</p><p>lidos, e por isso, quase todos forma reproduzidos ao longo</p><p>desta Unidade, para melhor compreensão e análise do tema.</p><p>O Meio Ambiente na Constituição Federal de 1988</p><p>• Saúde</p><p>• Ministério Público</p><p>• Indígenas</p><p>• Competência em Matéria Ambiental</p><p>• Referências Constitucionais sobre Meio Ambiente</p><p>6</p><p>Unidade: O Meio Ambiente na Constituição Federal de 1988</p><p>A Função social da propriedade tem estreita relação com a função ambiental. A Constituição</p><p>Federal prevê essa proteção de forma ampla.</p><p>Ou seja, hoje as limitações ao Direito de Propriedade são de ordem socioambiental.</p><p>Ordem Econômica: o legislador constituinte reconhece a importância e protege a iniciativa</p><p>econômica, mas esta deve estar em harmonia com a proteção do meio ambiente, e não visar,</p><p>exclusivamente, ao lucro!!</p><p>A Constituição também protege os indígenas e suas tradições!</p><p>Foi fundamental no desenvolvimento da proteção ambiental as disposições constitucionais</p><p>sobre o meio ambiente. O respeito à Constituição, à proteção dos bens ambientais, às</p><p>competências ambientais farão toda a diferença agora e no futuro.</p><p>Contextualização</p><p>7</p><p>Conforme já mencionamos anteriormente, a Constituição Federal de 1988 trouxe grandes</p><p>inovações em matéria ambiental, sendo até mesmo chamada por alguns de “Constituição</p><p>Verde”. O legislador constituinte de 1988 buscou apresentar uma efetiva tutela para o meio</p><p>ambiente, trazendo mecanismos para sua proteção e controle.</p><p>Nos vários artigos que se referem ao meio ambiente na ordem constitucional, vê-se logo o</p><p>perfil interdisciplinar da questão, pois referem-se a aspectos econômicos, sociais, administrativos,</p><p>alcançando inclusive matérias de ordem penal e de saúde pública.</p><p>É sempre bom lembrarmos o artigo 225 da Constituição, base do atual sistema de proteção</p><p>ambiental no Brasil:</p><p>1. A Constituição de 1988</p><p>“Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente</p><p>equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade</p><p>de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de</p><p>defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.</p><p>§ 1º - Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público:</p><p>I - preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o</p><p>manejo ecológico das espécies e ecossistemas;</p><p>II - preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do País e fiscalizar</p><p>as entidades dedicadas à pesquisa e manipulação de material genético;</p><p>III - definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus</p><p>componentes a serem especialmente protegidos, sendo a alteração e a</p><p>supressão permitidas somente através de lei, vedada qualquer utilização</p><p>que comprometa a integridade dos atributos que justifiquem sua proteção;</p><p>IV - exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade</p><p>potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente,</p><p>estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará publicidade;</p><p>V - controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas,</p><p>métodos e substâncias que comportem risco para a vida, a qualidade</p><p>de vida e o meio ambiente;</p><p>VI - promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a</p><p>conscientização pública para a preservação do meio ambiente;</p><p>VII - proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas</p><p>que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de</p><p>espécies ou submetam os animais a crueldade.</p><p>§ 2º - Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar</p><p>o meio ambiente degradado, de acordo com solução técnica exigida</p><p>pelo órgão público competente, na forma da lei.</p><p>§ 3º - As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão</p><p>os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas,</p><p>independentemente da obrigação de reparar os danos causados.</p><p>8</p><p>Unidade: O Meio Ambiente na Constituição Federal de 1988</p><p>Percebemos que as disposições nos parágrafos do artigo 225 têm por objetivo dar efetividade ao</p><p>previsto no caput, ou seja, que todos tem direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado.O</p><p>caput do art. 225 representou uma verdadeira mudança de paradigmas no ordenamento jurídico</p><p>brasileiro, uma vez que erigiu o meio ambiente a condição de patrimônio público e de proteção</p><p>especial. Além disso, a norma constitucional também especificou essa proteção.</p><p>Os “bens de uso comum” não compreendem apenas os bens públicos, mas também os bens de</p><p>domínio privado, pois é possível a fixação de obrigações a serem cumpridas por seus proprietários.</p><p>Todas as pessoas têm o dever de envidar esforços para a proteção do meio ambiente.</p><p>Ninguém tem o direito de, deliberadamente, causar dano ao meio ambiente, pois isso caracterizaria</p><p>a agressão a um bem que pertence a todos. O Poder Público tem um papel importante nesse processo</p><p>e dele devem ser cobradas ações condizentes com os dispositivos constitucionais.</p><p>O direito a um meio ambiente ecologicamente equilibrado é indisponível e tem a natureza de</p><p>direito público subjetivo, ou seja, pode ser exercido inclusive em face do próprio Poder Público,</p><p>pois a ele também incumbe a tarefa de protegê-lo.O mesmo dever imposto ao Poder Público se</p><p>estende também a todos os cidadãos.</p><p>No aspecto econômico, até pouco tempo atrás a ideia era de que as preocupações com</p><p>o meio ambiente apenas criariam obstáculos ao crescimento econômico, e não poderiam ser</p><p>maiores que o desenvolvimento econômico e industrial dos países em desenvolvimento.A</p><p>prioridade era a aceleração do crescimento econômico.O respeito ao meio ambiente geraria</p><p>custos desnecessários, o que tornava a degradação ambiental uma opção econômica.</p><p>A nova sistemática ambiental trazida pela Constituição Federal não se restringe ao artigo 225,</p><p>havendo outros dispositivos constitucionais sobre a matéria. O Título VII, que trata da Ordem</p><p>Econômica e Financeira, traz em seu artigo 170, o seguinte:</p><p>2. O Meio Ambiente e a Ordem Econômica na Constituição Federal</p><p>§ 4º - A Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o</p><p>Pantanal Mato-Grossense e a Zona Costeira são patrimônio nacional, e sua</p><p>utilização far-se-á, na forma da lei, dentro de condições que assegurem a</p><p>preservação do meio ambiente, inclusive quanto ao uso dos recursos naturais.</p><p>§ 5º - São indisponíveis as terras devolutas ou arrecadadas pelos Estados, por</p><p>ações discriminatórias, necessárias à proteção dos ecossistemas naturais.</p><p>§ 6º - As usinas que operem com reator nuclear deverão ter sua localização</p><p>definida em lei federal, sem o que não poderão ser instaladas.”</p><p>9</p><p>Percebe-se portanto que o meio ambiente interfere na livre iniciativa, e não poderia ser</p><p>diferente, nos termos da nova ordem constitucional.Muitas atividades comerciais e industriais</p><p>precisam de licença ambiental para funcionar1, justamente para que o meio</p><p>ambiente seja</p><p>protegido de eventuais atividades danosas.</p><p>A disposição constitucional sobre a ordem econômica e o respeito ao meio ambiente é tão</p><p>séria que a própria Constituição estipulou a possibilidade de desconsideração da pessoa jurídica,</p><p>como verificamos no art. 173,§ 5º:</p><p>Um dos princípios da ordem econômica é a defesa do meio ambiente (art. 170,VI,CF)2. Assim, quem</p><p>lesa o meio ambiente, viola o disposto no art. 170, e se sujeita as sanções previstas no artigo 173, § 5º.</p><p>O desenvolvimento econômico deve ser capaz de assegurar a todos os membros da sociedade</p><p>uma existência digna, e esta existência digna está irreversivelmente ligada à preservação do meio</p><p>ambiente, pois sem essa preservação a continuidade da vida em nosso planeta estará comprometida.</p><p>A propriedade é um direito real, que possibilita o uso, gozo e disposição da coisa, permitindo</p><p>ao proprietário, o direito de retirá-la de alguém que a detenha injustamente. O art. 5º da CF/88</p><p>garante a propriedade privada, atendida a sua função social. Essa determinação indica uma</p><p>evolução ocorrida no que se refere ao conceito de propriedade que, de exercício pleno e absoluto,</p><p>passou a a ter relação direta com a sociedade, de forma a compartilhar benefícios e não prejudicar</p><p>terceiros. A função social, e agora também, a função ambiental, adicionadas ao interesse privado</p><p>que reveste a propriedade, explicita o interesse público incorporado ao seu conteúdo.</p><p>1 Art. 10 da Lei 6938/81</p><p>2 MORAES, Luis Carlos Silva de. Curso de Direito Ambiental. São Paulo: Atlas,2006.p.37.</p><p>“Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano</p><p>e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos a existência digna, conforme</p><p>os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios:</p><p>(...)</p><p>VI – defesa do meio ambiente.</p><p>Parágrafo único: é assegurado a todos livre exercício de qualquer atividade</p><p>econômica, independentemente de autorização de órgãos públicos, salvo</p><p>nos casos previstos em lei” (grifo nosso)</p><p>“§5º A lei, sem prejuízo da responsabilidade individual dos dirigentes</p><p>da pessoa jurídica, estabelecerá a responsabilidade desta, sujeitando-a às</p><p>punições compatíveis com sua natureza, nos atos praticados contra a</p><p>ordem econômica e financeira e contra a economia popular”. (grifo nosso)</p><p>3. Função Social da Propriedade</p><p>10</p><p>Unidade: O Meio Ambiente na Constituição Federal de 1988</p><p>A propriedade, sob a égide da função social, passa a ter sentido jurídico apenas quando</p><p>submetida a valores sociais norteadores de uma ordem pública humanista ou social, como é o</p><p>caso da proteção dos recursos ambientais. Dessa forma, o art. 186, contido no capítulo referente</p><p>à Política Agrícola e Fundiária, dispõe expressamente que a função social é cumprida quando a</p><p>propriedade rural atende, simultaneamente, segundo critérios e graus de exigência estabelecidos</p><p>em lei, a requisitos dentre os quais “a utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e a</p><p>preservação do meio ambiente3.</p><p>O Código Civil determina, no par. 1º do art. 1228, que “O direito de propriedade deve ser</p><p>exercido em consonância com as suas finalidades econômicas e sociais e de modo que sejam</p><p>preservados, de conformidade com o estabelecido em lei especial, a flora, a fauna, as belezas</p><p>naturais, o equilíbrio ecológico e o patrimônio histórico e artístico, bem como evitada a poluição</p><p>do ar e das águas”.Fica clara a imposição de uma restrição ao exercício do outrora absoluto</p><p>direito real de propriedade, com a finalidade de proteger valores como o meio ambiente e o</p><p>desenvolvimento socioeconômico.</p><p>O conceito legal de meio ambiente abrange a noção de equilíbrio entre as condições e</p><p>interações físicas, químicas e biológicas que regem a vida em todas as suas formas.A perda</p><p>desse equilíbrio é motivo de degradação ambiental e poluição.De acordo com a PNMA, Lei</p><p>6938/81, a poluição ambiental é uma das causas do prejuízo à saúde da população em geral e,</p><p>também, dos demais seres vivos.</p><p>A poluição atmosférica, água fora dos padrões de qualidade, o contato com águas</p><p>contaminadas por esgoto, poluição sonora e outros fatores, são fontes de doenças. Quando</p><p>essas condições de desequilíbrio ocorrem no ambiente de trabalho, a questão envolve outro</p><p>ramo do direito ambiental – o meio ambiente do trabalho. A CF/88 incluiu, entre as atribuições</p><p>do Sistema único de Saúde, a colaboração na proteção do meio ambiente, incluindo o meio</p><p>ambiente do trabalho (art. 200, inc. VIII).</p><p>O Ministério Público tem o dever constitucional de proteger o meio ambiente. Ao desenvolver</p><p>o papel de “defensor” do ambiente, ele desenvolve atividades em três âmbitos do direito:</p><p>o administrativo, o civil e o penal. Dessa maneira, o Ministério Público fiscaliza as funções</p><p>administrativas dos órgãos que fazem parte da administração pública e que trabalham na defesa</p><p>do meio ambiente; bem como facilita o acesso à justiça, trabalhando como representante da</p><p>3 GRANZIERA, Maria Luiza. Direito Ambiental. São Paulo: Editora Atlas,2011, p.83</p><p>4. Saúde</p><p>5. Ministério Público</p><p>11</p><p>coletividade, quando da instauração do Inquérito Civil e da propositura da Ação Civil Pública;</p><p>além de atuar repressivamente e punitivamente, por meio da Ação Penal Pública em defesa</p><p>do meio ambiente. O Ministério Público está apto para exercer a proteção do meio ambiente,</p><p>porquanto possui estrutura funcional independente e Promotores de Justiça capacitados a</p><p>exercer o Direito nas questões pertinentes a defesa ambiental.</p><p>O artigo 129 da CF destaca as funções institucionais do Ministério Público.</p><p>A Constituição Federal destinou um capítulo aos indígenas, onde reconhece sua organização</p><p>social e cultural em geral, as diferenças culturais indígenas, assegura aos índios o direito de</p><p>manter íntegras a sua cultura e identidade, e coloca como dever do Estado a sua manutenção</p><p>e proteção (art.231). Dá ainda legitimidade processual para defender seus direitos (art.232), ao</p><p>dizer que os índios, suas comunidades e organizações são partes legítimas para ingressar em</p><p>juízo em defesa de seus direitos e interesses, intervindo o MP em todos os atos do processo.</p><p>De acordo com o art.129, V, CF cabe ao MP defender judicialmente os direitos e interesses das</p><p>populações indígenas.</p><p>O Estatuto do Índio (Lei 6.001/73), que está em revisão no Congresso Nacional, é o diploma</p><p>jurídico mais importante sobre as populações indígenas no Brasil. Segundo dispõe o seu artigo</p><p>3º, índio ou silvícola “é todo indivíduo de origem e ascendência pré-colombiana, que se identifica</p><p>e é identificada como pertencente a um grupo étnico cujas características culturais o distinguem</p><p>da sociedade nacional”.</p><p>Os indígenas são tutelados pelo Poder Público em todas as suas esferas (art. 7º, Lei 6001/73)</p><p>que deve protegê-lo, bem como as comunidades indígenas preservando seus direitos. O órgão</p><p>que tutela os interesses indígenas é a FUNAI.</p><p>Nos termos do art.232, CF: Os índios, suas comunidades e organizações são partes</p><p>legítimas para ingressar em juízo em defesa de seus direitos e interesses, intervindo o MP</p><p>em todos os atos do processo4.</p><p>Nos termos da Constituição Federal de 1988, o Brasil é uma República Federativa, e</p><p>compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, sendo todos autônomos</p><p>entre si.Essa autonomia explica-se pela existência de órgãos governamentais próprios e também</p><p>pela previsão constitucional de competências exclusivas aos Estados da Federação.</p><p>4 http://www.aultimaarcadenoe.com.br/direitos-dos-indios/.</p><p>6. Indígenas</p><p>7. Competência em Matéria Ambiental</p><p>12</p><p>Unidade: O Meio Ambiente na Constituição Federal de 1988</p><p>Podemos falar em dois tipos de competência em matéria ambiental: a competência legislativa</p><p>e a material. A competência legislativa pode ser:</p><p>a) Exclusiva: é atribuída a um ente com exclusão dos demais. Essa competência é indelegável.</p><p>É prevista no artigo 25,§§ 1º e 2º da CF;</p><p>b) Privativa: é colocada como própria de uma entidade, mas é passível de delegação e</p><p>suplementação.É prevista no artigo 22 e parágrafo</p><p>único da CF;</p><p>c) Concorrente: é a competência prevista no art. 24 da CF.Sua principal característica é a</p><p>possibilidade de União, Estados e Distrito Federal legislarem sobre um mesmo assunto ou</p><p>matéria, sendo que cabe à União legislar sobre normas gerais;</p><p>d) Suplementar: é correlata á concorrente. Atribui competência a Estados, Distrito Federal</p><p>(art.24,§ 2º) e Municípios (art.30,I e II) para legislarem sobre normas que suplementem o</p><p>conteúdo de princípios e normas gerais ou que supram a falta ou omissão destas.</p><p>Já a competência material pode ser:</p><p>a) Exclusiva: é reservada a uma entidade, excluindo-se as demais.Está prevista no artigo 21</p><p>da CF;</p><p>b) Comum: é atribuída a todos os entes da Federação, que, nas mesmas condições, podem</p><p>exercê-la. Porém a competência de um não exclui a do outro, pois essa competência é</p><p>cumulativa. Previsão do art. 23 da CF.</p><p>7.1. Competência Legislativa Ambiental</p><p>O sistema de repartição de competências previsto na CF é complexo. Foi dividido de forma a</p><p>fixar as competências privativas da União, a competência privativa para legislar sobre o que for</p><p>de interesse predominantemente local aos municípios, as competências concorrentes da União,</p><p>estados e Distrito Federal, e a competência remanescente aos estados-membros, para legislarem</p><p>sobre tudo o que não for competência privativa da União ou dos Municípios5.</p><p>A competência legislativa, no que se refere às questões ambientais, está delimitada basicamente</p><p>no artigo 24 da CF. Nota-se pela análise do artigo que a competência para legislar sobre a</p><p>maioria das questões ambientais é concorrente, sendo dever da União a edição de normas</p><p>gerais,basilares, e aos estados-membros e Distrito Federal ,a edição de normas específicas.</p><p>Com relação aos estados-membros, a competência é suplementar no que concerne às</p><p>matérias cuja competência legislativa é concorrente.Isso permite aos estados-membros legislar</p><p>para suprir omissões, complementar e pormenorizar os dispositivos gerais federais, sendo</p><p>possível adequar a legislação às necessidades regionais.A possibilidade de legislar plenamente</p><p>restringe-se aos casos em que não exista lei federal pertinente (art. 24, § 3º, CF).É importante</p><p>também frisar que, apesar da possibilidade de legislar em matéria ambiental, os Estados e</p><p>municípios jamais poderão oferecer menos proteção ao meio ambiente do que a União, pois é</p><p>desta a competência para fixar normas gerais.</p><p>5 LEUZINGER,Márcia Diegues;CUREAU,Sandra.Direito Ambiental.São Paulo:Elsevier,2008.p.38</p><p>13</p><p>Se houver conflito entre normas federais e estaduais, sendo suplementar a competência</p><p>estadual, a maior parte da doutrina tem entendido que prevalecem as regras da União, desde</p><p>que o conteúdo da norma seja efetivamente geral. Entretanto, sendo definidos pela Constituição</p><p>os limites para a atuação de cada um dos entes federativos, a edição de normas com conteúdo</p><p>de norma geral pelos Estados, havendo norma Federal, ou ainda, a edição de normas</p><p>específicas pela União, representam verdadeira invasão de competência, tornando</p><p>a norma legal inconstitucional6.</p><p>Assim, ocorrendo o conflito entre a lei federal e a estadual editadas sob o regime de competência</p><p>concorrente, este será resolvido, via de regra, por meio de controle de constitucionalidade.</p><p>O artigo 24 da CF não atribuiu competência para que os Municípios possam legislar sobre as</p><p>matérias lá elencadas.Porém, o artigo 30, em seus incisos I e II, permitem que os Munícipios legislem</p><p>sobre matéria ambiental específica, de interesse local, sendo essa competência suplementar.</p><p>Como trata-se de questão ambiental, não se pode olvidar que o aspecto suplementar se</p><p>refere exclusivamente ao caráter mais restritivo da norma municipal, não se admitindo aquela</p><p>que contrarie ou adultere o objetivo e o conteúdo das normas federais e estaduais, pois a</p><p>majoração da competência municipal poderia implicar no sacrifício da preservação e defesa</p><p>do meio ambiente, constitucionalmente previstos. Isso acontece porque o critério fundamental</p><p>para a solução de conflitos normativos ambientais entre os diferentes entes federativos é o que</p><p>garante a preponderância da norma que melhor defenda o direito fundamental protegido, por</p><p>se tratar de preceito constitucional imposto à ordem jurídica geral.</p><p>7.2.Competência material ambiental</p><p>A competência material ou executiva é atribuída aos entes da Federação, e permite a</p><p>prestação de serviços públicos, a atuação por meio do poder de policia, a intervenção na</p><p>propriedade e no domínio econômico.</p><p>A CF de 1988 atribuiu à União, competência exclusiva para atuar com relação as</p><p>matérias elencadas no artigo 21; aos municípios, outorgou competência exclusiva para</p><p>atuar quanto aos temas previstos nos incisos III a IX do artigo 30, assim como competência</p><p>para agir quando houver interesse local predominante.Aos estados-membros, a CF atribuiu</p><p>competência exclusiva para agir sobre tudo o que não for de competência exclusiva da</p><p>União ou dos municípios.É a chamada competência remanescente.</p><p>Em matéria ambiental, foi atribuída à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos</p><p>Municípios (competência comum), a responsabilidade de proteger os documentos, as obras</p><p>e outros bens de valor histórico, artístico e cultural, os monumentos , as paisagens naturais</p><p>notáveis e os sítios arqueológicos; impedir a destruição desses bens; promover programas</p><p>de construção de moradias e a melhoria das condições habitacionais e de saneamento</p><p>básico;proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas;preservar</p><p>as florestas , a flora e a fauna, registrar, acompanhar e fiscalizar a concessão de direitos de</p><p>pesquisa e exploração de recursos hídricos e minerais em seus territórios. Não se trata de</p><p>competência legislativa, mas de mera cooperação administrativa. Trata-se de competência</p><p>administrativa ou de implementação entre os entes da Federação para atuar em cooperação</p><p>recíproca comum ( art. 23, III,IV,VI,VII,IX e XI da CF)7.</p><p>6 Idem,p.39</p><p>7 SIRVINSKAS,Luis Paulo.Manual de Direito Ambiental. São Paulo: Saraiva, 2008.p.114</p><p>14</p><p>Unidade: O Meio Ambiente na Constituição Federal de 1988</p><p>A competência atribuída pelo art. 23 da CF não envolve o poder de legislar. Assim, para</p><p>executar tal competência, deve-se observar as leis já editadas para a implementação das políticas</p><p>públicas ambientais. A cooperação entre os entes federados está prevista no parágrafo único do</p><p>artigo 23 da CF, e será disciplinada por lei complementar, que até o momento não foi criada.</p><p>Para que haja efetividade ás matérias divididas entre os entes da Federação, basta o exercício</p><p>do poder de polícia ambiental, próprio de cada uma das entidades públicas, sem o qual não</p><p>haveria viabilidade para o exercício da competência material.</p><p>No caso de haver interesse local, a entidade pública municipal tem competência exclusiva,</p><p>desde que não haja previsão expressa nos dispositivos constitucionais atribuindo a competência</p><p>às demais entidades.</p><p>A Constituição não se ateve exclusivamente ao artigo 225 para dispor sobre matéria</p><p>ambiental. Muitos outros artigos trazem várias disposições ligadas ao meio ambiente direta ou</p><p>indiretamente, e é muito importante conhecer esses dispositivos.</p><p>8.1 Referências diretas da Constituição ao meio ambiente:</p><p>Art.5º, inc LXIII:</p><p>“LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular</p><p>ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade</p><p>administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo</p><p>comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência;” (grifo nosso)</p><p>Art. 20</p><p>“São bens da União:</p><p>I - os que atualmente lhe pertencem e os que lhe vierem a ser atribuídos;</p><p>II - as terras devolutas indispensáveis à defesa das fronteiras, das fortificações e construções</p><p>militares, das vias federais de comunicação e à preservação ambiental, definidas em lei;</p><p>III - os lagos, rios e quaisquer correntes de água em terrenos de seu domínio,</p><p>ou que</p><p>banhem mais de um Estado, sirvam de limites com outros países, ou se estendam a território</p><p>estrangeiro ou dele provenham, bem como os terrenos marginais e as praias fluviais;</p><p>IV as ilhas fluviais e lacustres nas zonas limítrofes com outros países; as praias marítimas; as</p><p>ilhas oceânicas e as costeiras, excluídas, destas, as que contenham a sede de Municípios,</p><p>exceto aquelas áreas afetadas ao serviço público e a unidade ambiental federal, e as referidas</p><p>no art. 26, II;</p><p>8. Referências Constitucionais sobre Meio Ambiente</p><p>15</p><p>V - os recursos naturais da plataforma continental e da zona econômica exclusiva;</p><p>VI - o mar territorial;</p><p>VII - os terrenos de marinha e seus acrescidos;</p><p>VIII - os potenciais de energia hidráulica;</p><p>IX - os recursos minerais, inclusive os do subsolo;</p><p>X - as cavidades naturais subterrâneas e os sítios arqueológicos e pré-históricos;”. (grifos</p><p>nossos)</p><p>Art. 23</p><p>“É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios:</p><p>(...)III - proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histórico, artístico e cultural,</p><p>os monumentos, as paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológicos;</p><p>IV - impedir a evasão, a destruição e a descaracterização de obras de arte e de outros bens</p><p>de valor histórico, artístico ou cultural;</p><p>V - proporcionar os meios de acesso à cultura, à educação e à ciência;</p><p>VI - proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas;</p><p>VII - preservar as florestas, a fauna e a flora;</p><p>VIII - fomentar a produção agropecuária e organizar o abastecimento alimentar;</p><p>IX - promover programas de construção de moradias e a melhoria das condições habitacionais</p><p>e de saneamento básico;</p><p>X - combater as causas da pobreza e os fatores de marginalização, promovendo a integração</p><p>social dos setores desfavorecidos;</p><p>XI - registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de direitos de pesquisa e exploração de</p><p>recursos hídricos e minerais em seus territórios;” (grifos nossos)</p><p>Art. 24</p><p>“Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre:</p><p>I - direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e urbanístico;</p><p>II - orçamento;</p><p>III - juntas comerciais;</p><p>IV - custas dos serviços forenses;</p><p>V - produção e consumo;</p><p>VI - florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do solo e dos recursos</p><p>naturais, proteção do meio ambiente e controle da poluição;</p><p>VII - proteção ao patrimônio histórico, cultural, artístico, turístico e paisagístico;</p><p>VIII - responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor</p><p>artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico;” (grifos nossos)</p><p>16</p><p>Unidade: O Meio Ambiente na Constituição Federal de 1988</p><p>Art. 26</p><p>“Incluem-se entre os bens dos Estados:</p><p>I - as águas superficiais ou subterrâneas, fluentes, emergentes e em depósito, ressalvadas,</p><p>neste caso, na forma da lei, as decorrentes de obras da União;</p><p>II - as áreas, nas ilhas oceânicas e costeiras, que estiverem no seu domínio, excluídas aquelas</p><p>sob domínio da União, Municípios ou terceiros;</p><p>III - as ilhas fluviais e lacustres não pertencentes à União;” (grifos nossos)</p><p>Art.91, § 1º,III</p><p>“O Conselho de Defesa Nacional é órgão de consulta do Presidente da República nos</p><p>assuntos relacionados com a soberania nacional e a defesa do Estado democrático, e dele</p><p>participam como membros natos:</p><p>(...) § 1º - Compete ao Conselho de Defesa Nacional:</p><p>(...)III - propor os critérios e condições de utilização de áreas indispensáveis à segurança</p><p>do território nacional e opinar sobre seu efetivo uso, especialmente na faixa de fronteira</p><p>e nas relacionadas com a preservação e a exploração dos recursos naturais de qualquer</p><p>tipo;”(grifos nossos)</p><p>Art. 129, III</p><p>“São funções institucionais do Ministério Público:</p><p>(...)III - promover o inquérito civil e a ação civil pública, para a proteção do patrimônio</p><p>público e social, do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos;” (grifo nosso)</p><p>Art. 170, VI</p><p>“A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem</p><p>por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados</p><p>os seguintes princípios:</p><p>(...)VI - defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento diferenciado conforme o</p><p>impacto ambiental dos produtos e serviços e de seus processos de elaboração e prestação;”</p><p>(grifo nosso)</p><p>Art.173, § 5º</p><p>“Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de atividade</p><p>econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança</p><p>nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei.</p><p>(...)§ 5º - A lei, sem prejuízo da responsabilidade individual dos dirigentes da pessoa jurídica,</p><p>estabelecerá a responsabilidade desta, sujeitando-a às punições compatíveis com sua</p><p>natureza, nos atos praticados contra a ordem econômica e financeira e contra a economia</p><p>popular.” (grifo nosso)</p><p>Art. 174, § 3º</p><p>“Como agente normativo e regulador da atividade econômica, o Estado exercerá, na forma</p><p>da lei, as funções de fiscalização, incentivo e planejamento, sendo este determinante para o</p><p>setor público e indicativo para o setor privado.</p><p>17</p><p>§ 3º - O Estado favorecerá a organização da atividade garimpeira em cooperativas, levando</p><p>em conta a proteção do meio ambiente e a promoção econômico-social dos garimpeiros.”</p><p>(grifos nossos)</p><p>Art. 186, II</p><p>“A função social é cumprida quando a propriedade rural atende, simultaneamente, segundo</p><p>critérios e graus de exigência estabelecidos em lei, aos seguintes requisitos:</p><p>(...)II - utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação do meio</p><p>ambiente;” (grifo nosso)</p><p>Art. 200, VIII</p><p>“Ao sistema único de saúde compete, além de outras atribuições, nos termos da lei</p><p>(...)VIII - colaborar na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do trabalho.” (grifo</p><p>nosso)</p><p>Art.216, V</p><p>“Constituem patrimônio cultural brasileiro os bens de natureza material e imaterial, tomados</p><p>individualmente ou em conjunto, portadores de referência à identidade, à ação, à memória</p><p>dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira, nos quais se incluem:</p><p>(...)V - os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, artístico, arqueológico,</p><p>paleontológico, ecológico e científico.” (grifo nosso)</p><p>Art.220, § 3º,II</p><p>“A manifestação do pensamento, a criação, a expressão e a informação, sob qualquer forma,</p><p>processo ou veículo não sofrerão qualquer restrição, observado o disposto nesta Constituição.</p><p>§ 3º - Compete à lei federal:</p><p>(...)II - estabelecer os meios legais que garantam à pessoa e à família a possibilidade de se</p><p>defenderem de programas ou programações de rádio e televisão que contrariem o disposto</p><p>no art. 221, bem como da propaganda de produtos, práticas e serviços que possam ser</p><p>nocivos à saúde e ao meio ambiente.”(grifo nosso)</p><p>Art.231, §1º</p><p>“. São reconhecidos aos índios sua organização social, costumes, línguas, crenças e tradições,</p><p>e os direitos originários sobre as terras que tradicionalmente ocupam, competindo à União</p><p>demarcá-las, proteger e fazer respeitar todos os seus bens.</p><p>§ 1º - São terras tradicionalmente ocupadas pelos índios as por eles habitadas em caráter</p><p>permanente, as utilizadas para suas atividades produtivas, as imprescindíveis à preservação</p><p>dos recursos ambientais necessários a seu bem-estar e as necessárias a sua reprodução física</p><p>e cultural, segundo seus usos, costumes e tradições.” (grifo nosso)</p><p>8.2 Referências indiretas da Constituição ao meio ambiente</p><p>Art.21</p><p>“Compete à União:</p><p>XIX - instituir sistema nacional de gerenciamento de recursos hídricos e definir critérios de</p><p>outorga de direitos de seu uso;</p><p>18</p><p>Unidade: O Meio Ambiente na Constituição Federal de 1988</p><p>XX - instituir diretrizes para o desenvolvimento urbano, inclusive habitação, saneamento</p><p>básico e transportes urbanos;</p><p>(...)XXIII - explorar os serviços e instalações nucleares de qualquer natureza e exercer</p><p>monopólio estatal sobre a pesquisa,</p><p>a lavra, o enriquecimento e reprocessamento, a</p><p>industrialização e o comércio de minérios nucleares e seus derivados, atendidos os seguintes</p><p>princípios e condições:</p><p>a) toda atividade nuclear em território nacional somente será admitida para fins pacíficos</p><p>e mediante aprovação do Congresso Nacional;</p><p>b) sob regime de permissão, são autorizadas a comercialização e a utilização de</p><p>radioisótopos para a pesquisa e usos médicos, agrícolas e industriais;</p><p>c) sob regime de permissão, são autorizadas a produção, comercialização e utilização de</p><p>radioisótopos de meia-vida igual ou inferior a duas horas;</p><p>d) a responsabilidade civil por danos nucleares independe da existência de culpa;</p><p>XXIV - organizar, manter e executar a inspeção do trabalho;</p><p>XXV - estabelecer as áreas e as condições para o exercício da atividade de garimpagem, em</p><p>forma associativa”. (grifos nossos)</p><p>Art.22</p><p>“ Compete privativamente à União legislar sobre:</p><p>(...)IV - águas, energia, informática, telecomunicações e radiodifusão;</p><p>(...)XII - jazidas, minas, outros recursos minerais e metalurgia;</p><p>(...)XVI - organização do sistema nacional de emprego e condições para o exercício de</p><p>profissões;” (grifos nossos)</p><p>Art.23</p><p>“É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios:</p><p>(...)III - proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histórico, artístico e cultural,</p><p>os monumentos, as paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológicos;</p><p>IV - impedir a evasão, a destruição e a descaracterização de obras de arte e de outros bens</p><p>de valor histórico, artístico ou cultural;</p><p>Art.24</p><p>“Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre:</p><p>(...)VII - proteção ao patrimônio histórico, cultural, artístico, turístico e paisagístico”</p><p>Art. 30</p><p>“Compete aos Municípios:</p><p>IX - promover a proteção do patrimônio histórico-cultural local, observada a legislação e a</p><p>ação fiscalizadora federal e estadual.” (grifo nosso)</p><p>Art. 182</p><p>“A política de desenvolvimento urbano, executada pelo Poder Público municipal, conforme</p><p>19</p><p>diretrizes gerais fixadas em lei, tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das</p><p>funções sociais da cidade e garantir o bem- estar de seus habitantes.”(grifo nosso)</p><p>Art.196</p><p>“A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e</p><p>econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal</p><p>e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação.” (grifo nosso)</p><p>Percebemos que as disposições constitucionais sobre o meio ambiente são muitas, o que</p><p>reforça a importância do Direito Ambiental na atualidade.</p><p>20</p><p>Unidade: O Meio Ambiente na Constituição Federal de 1988</p><p>A Constituição Federal é a lei mais importante do nosso ordenamento jurídico. Dessa forma,</p><p>seus dispositivos acerca do meio ambiente são essenciais para um bom entendimento e aplicação</p><p>do Direito ambiental, sob todos os aspectos. Leia o texto indicado e assista ao vídeo sugerido e</p><p>aproveite bastante seus estudos.</p><p>1. Direito Constitucional Ambiental: o art. 225 da CF – Prof. Rodrigo Mesquita,</p><p>na TV Justiça - http://youtu.be/pFkFXYdadxk.</p><p>2. Direito constitucional ambiental, por Dayse Braga Martins – artigo do Jus Navigandi</p><p>- http://jus.com.br/artigos/2116/direito-constitucional-ambiental.</p><p>Material Complementar</p><p>21</p><p>FIORILLO,Celso Antonio Pacheco. Estatuto da Cidade Comentado. São Paulo:</p><p>Revista dos Tribunais, 2010.</p><p>GRANZIERA, Maria Luiza Machado. Direito Ambiental. 2ª Ed. , São Paulo: Atlas,2011.</p><p>GRIZZI, Ana Luci Limonta Esteves. Direito Ambiental Aplicado aos contratos.São Paulo:</p><p>Verbo Jurídico, 2008.</p><p>MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. 34. ed. São Paulo: Malheiros, 2008</p><p>MILARE, Edis. Direito do Ambiente: Doutrina, Jurisprudência, Glossario. 6. ed. Sao</p><p>Paulo: Revistas dos Tribunais, 2009.</p><p>SILVA, Jose Afonso. Direito Ambiental Constitucional. 8. ed. São Paulo: Malheiros Editores, 2010.</p><p>SIRVINSKAS, Luis Paulo. Manual de Direito Ambiental. 9. ed. São Paulo: Saraiva, 2011.</p><p>Referências</p><p>22</p><p>Unidade: O Meio Ambiente na Constituição Federal de 1988</p><p>Anotações</p><p>www.cruzeirodosulvirtual.com.br</p><p>Campus Liberdade</p><p>Rua Galvão Bueno, 868</p><p>CEP 01506-000</p><p>São Paulo SP Brasil</p><p>Tel: (55 11) 3385-3000</p>