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<p>Direito Ambiental</p><p>Da Proteção Ambiental</p><p>Material Teórico</p><p>Responsável pelo Conteúdo:</p><p>Profa. Ms. Solange Aparecida Guimarães</p><p>Revisão Textual:</p><p>Profa. Ms Rosemary Toffoli</p><p>5</p><p>• Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA)</p><p>• SISNAMA – Sistema Nacional do Meio Ambiente</p><p>• Princípios Ambientais</p><p>O objetivo desta unidade é mostrar como estamos trabalhando a questão da proteção do</p><p>meio ambiente. Através da implementação de uma política ambiental nacional, o Brasil</p><p>busca atingir o máximo da proteção ao meio ambiente, assim como evitar a ocorrência de</p><p>danos e grandes impactos ambientais. Instituída pela Lei 6938/81, a Politica Nacional do</p><p>Meio ambiente conta com vários instrumentos para atingir esses objetivos.</p><p>As atividades da unidade II constituem a leitura do material teórico e complementar,</p><p>na atividade de aprofundamento que propõe uma atividade reflexiva, na atividade de</p><p>sistematização do conhecimento, composta por seis questões de autocorreção.</p><p>Não se esqueça de acompanhar os prazos para entrega das atividades. Programe-se para a</p><p>leitura e anote suas dúvidas eventuais para levá-las ao professor tutor.</p><p>· Estudaremos os mecanismos legais para a proteção do</p><p>Meio Ambiente, principalmente a Política Nacional do Meio</p><p>Ambiente. Não deixem de ler o texto teórico da Unidade, bem</p><p>como realizar todas as atividades solicitadas.</p><p>Da Proteção Ambiental</p><p>• Proteção Administrativa do Meio Ambiente</p><p>• Sistema nacional de informação sobre o meio ambiente – SINIMA</p><p>6</p><p>Unidade: Da Proteção Ambiental</p><p>Veja essas imagens e leia os comentários:</p><p>Foto do site Último Segundo</p><p>“Os impactos ambientais causados pelo vazamento de petróleo no mar trará efeitos terriveis</p><p>ao meio ambiente nas áreas afetadas. O óleo deixa marcas por mais de vinte anos, a recuperação</p><p>da área atingida é muito longa e levará anos para se recompor. O contato do petróleo com</p><p>peixes, aves e plantas causa graves efeitos, devido o petróleo ser insolúvel em água e possuir</p><p>uma mistura venenosa. O óleo recobre as penas das aves, sufoca os peixes e acaba com toda</p><p>a vegetação marinha.” – Fonte: http://isaiasribeirojs.zip.net/arch2011-11-01_2011-11-30.html</p><p>Contextualização</p><p>7</p><p>Nesta Unidade, veremos como se dá a proteção do meio ambiente no Brasil, seus principais</p><p>instrumentos e a legislação que trata dessa proteção. Além disso, também vamos conhecer os</p><p>princípios ambientais, que norteiam as ações para proteção do meio ambiente e a prevenção</p><p>dos danos ambientais.</p><p>1. Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA)</p><p>A Política Nacional do Meio Ambiente foi instituída pela Lei 6938/81, tendo sido</p><p>regulamentada posteriormente pelo Decreto 99.274/90, e seu objetivo geral é a preservação,</p><p>a melhoria e a recuperação da qualidade ambiental adequada à vida. Seus princípios estão</p><p>elencados no artigo 2º da Lei:</p><p>“Art 2º - A Política Nacional do Meio Ambiente tem por objetivo a preservação,</p><p>melhoria e recuperação da qualidade ambiental propícia à vida, visando</p><p>assegurar, no País, condições ao desenvolvimento sócio-econômico, aos</p><p>interesses da segurança nacional e à proteção da dignidade da vida humana,</p><p>atendidos os seguintes princípios:</p><p>I - ação governamental na manutenção do equilíbrio ecológico, considerando</p><p>o meio ambiente como um patrimônio público a ser necessariamente</p><p>assegurado e protegido, tendo em vista o uso coletivo;</p><p>II - racionalização do uso do solo, do subsolo, da água e do ar;</p><p>Ill - planejamento e fiscalização do uso dos recursos ambientais;</p><p>IV - proteção dos ecossistemas, com a preservação de áreas representativas;</p><p>V - controle e zoneamento das atividades potencial ou efetivamente</p><p>poluidoras;</p><p>VI - incentivos ao estudo e à pesquisa de tecnologias orientadas para o uso</p><p>racional e a proteção dos recursos ambientais;</p><p>VII - acompanhamento do estado da qualidade ambiental;</p><p>VIII - recuperação de áreas degradadas;</p><p>IX - proteção de áreas ameaçadas de degradação;</p><p>X - educação ambiental a todos os níveis de ensino, inclusive a educação da</p><p>comunidade, objetivando capacitá-la para participação ativa na defesa do</p><p>meio ambiente.”</p><p>De acordo coma PNMA, o meio ambiente é um bem público, que pertence a todos. Essa</p><p>concepção foi recepcionada pela Constituição Federal , no artigo 225. Em função dessa</p><p>característica, o meio ambiente deve ser protegido e preservado, não apenas pelo Estado,mas</p><p>também pela coletividade. A educação ambiental, prevista na Constituição Federal , talvez seja</p><p>uma opção para que as metas da Política Nacional do Meio Ambiente sejam atingidas. A Lei</p><p>9795/99 instituiu uma Política Nacional de Educação Ambiental, para uma adequada difusão</p><p>das questões ambientais e da necessidade de proteção do meio ambiente.</p><p>8</p><p>Unidade: Da Proteção Ambiental</p><p>1.1. Objetivos Específicos da PNMA</p><p>O art. 4º da Lei 6938/81 dispõe sobre os objetivos específicos da PNMA:</p><p>Art 4º - A Política Nacional do Meio Ambiente visará:</p><p>I - à compatibilização do desenvolvimento econômico-social com a</p><p>preservação da qualidade do meio ambiente e do equilíbrio ecológico;</p><p>II - à definição de áreas prioritárias de ação governamental relativa à</p><p>qualidade e ao equilíbrio ecológico, atendendo aos interesses da União,</p><p>dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios;</p><p>III - ao estabelecimento de critérios e padrões de qualidade ambiental e de</p><p>normas relativas ao uso e manejo de recursos ambientais;</p><p>IV - ao desenvolvimento de pesquisas e de tecnologias nacionais orientadas</p><p>para o uso racional de recursos ambientais;</p><p>V - à difusão de tecnologias de manejo do meio ambiente, à divulgação</p><p>de dados e informações ambientais e à formação de uma consciência</p><p>pública sobre a necessidade de preservação da qualidade ambiental e do</p><p>equilíbrio ecológico;</p><p>VI - à preservação e restauração dos recursos ambientais com vistas à sua</p><p>utilização racional e disponibilidade permanente, concorrendo para a</p><p>manutenção do equilíbrio ecológico propício à vida;</p><p>VII - à imposição, ao poluidor e ao predador, da obrigação de recuperar e/ou</p><p>indenizar os danos causados e, ao usuário, da contribuição pela utilização</p><p>de recursos ambientais com fins econômicos.</p><p>Art 5º - As diretrizes da Política Nacional do Meio Ambiente serão</p><p>formuladas em normas e planos, destinados a orientar a ação dos</p><p>Governos da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e</p><p>dos Municípios no que se relaciona com a preservação da qualidade</p><p>ambiental e manutenção do equilíbrio ecológico, observados os princípios</p><p>estabelecidos no art. 2º desta Lei.</p><p>Parágrafo único - As atividades empresariais públicas ou privadas serão</p><p>exercidas em consonância com as diretrizes da Política Nacional do Meio</p><p>Ambiente.”</p><p>Tanto o objetivo geral quanto os objetivos específicos da PNMA nos levam a concluir que ao</p><p>tentar compatibilizar a defesa do meio ambiente com o desenvolvimento econômico , e ainda,</p><p>com a justiça social, sua maior preocupação é com o desenvolvimento sustentável, e de forma</p><p>geral, com a efetividade do princípio da dignidade da pessoa humana. Afinal, sem um meio</p><p>ambiente equilibrado e sustentável, é impossível a preservação da dignidade da pessoa humana</p><p>na forma prevista pela nossa Constituição Federal.</p><p>1.2. Conceitos fundamentais previstos na Lei 6938/81</p><p>Além dos princípios e objetivos gerais e específicos da Política Nacional do Meio Ambiente,</p><p>a Lei 6938/81 também trouxe conceitos essenciais para a compreensão do Direito Ambiental e</p><p>da proteção do meio ambiente. Esses conceitos estão dispostos no Art. 3º da Lei:</p><p>9</p><p>Art 3º - Para os fins previstos nesta Lei, entende-se por:</p><p>I - meio ambiente, o conjunto de condições, leis, influências e interações</p><p>de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida</p><p>em todas as suas formas;</p><p>II - degradação da qualidade ambiental, a alteração adversa das</p><p>características do meio ambiente;</p><p>III - poluição, a degradação da qualidade ambiental resultante de</p><p>atividades que direta ou indiretamente:</p><p>a) prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da população;</p><p>b) criem</p><p>condições adversas às atividades sociais e econômicas;</p><p>c) afetem desfavoravelmente a biota;</p><p>d) afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente;</p><p>e) lancem matérias ou energia em desacordo com os padrões ambientais</p><p>estabelecidos;</p><p>IV - poluidor, a pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado,</p><p>responsável, direta ou indiretamente, por atividade causadora de</p><p>degradação ambiental;</p><p>V - recursos ambientais: a atmosfera, as águas interiores, superficiais</p><p>e subterrâneas, os estuários, o mar territorial, o solo, o subsolo, os</p><p>elementos da biosfera, a fauna e a flora. (Redação dada pela Lei nº</p><p>7.804, de 1989)”</p><p>Os conceitos dispostos na Política Nacional do Meio Ambiente são de grande importância</p><p>prática, pois é através destes conceitos que se estabelece se determinadas atividades são</p><p>ou não lícitas. Os conceitos dão efetividade à pretensão social de se preservar e proteger</p><p>o meio ambiente, conforme disposição do artigo 225 da Constituição Federal. Através dos</p><p>conceitos técnicos, científicos e jurídicos , os conceitos instrumentais da Política Nacional do</p><p>Meio Ambiente se materializam por meio das atividade normativas dos órgãos competentes</p><p>dentro da estrutura do SISNAMA (Sistema Nacional do Meio Ambiente), criado pela PNMA, e</p><p>que será o objeto de estudo do tópico a seguir.</p><p>2. SISNAMA – Sistema Nacional do Meio Ambiente</p><p>O SISNAMA foi criado pelo artigo 6º da Lei 6938/81, e detém a competência para</p><p>implementar a Política Nacional do meio Ambiente e, para tanto, congrega todos os entes</p><p>públicos que desempenhem funções ambientais, especialmente de proteção e melhoria da</p><p>qualidade do meio ambiente. Sua estrutura é a seguinte:</p><p>a) Órgão Superior: O Conselho de Governo (CG) . Sua função é assessorar a Presidência</p><p>da República na tomada de decisões e formulação de diretrizes de ação governamental</p><p>em matéria ambiental.</p><p>10</p><p>Unidade: Da Proteção Ambiental</p><p>b) Órgão consultivo e deliberativo: o Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA).</p><p>Também foi instituído pela Lei 6938/81,e é o órgão maior do Sistema.</p><p>c) Órgão Central: O Ministério do Meio Ambiente (MMA). É responsável pela coordenação,</p><p>supervisão, planejamento e controle da execução das políticas ambientais, e das diretrizes</p><p>governamentais fixadas para o meio ambiente.</p><p>d) Órgão Executor: o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais</p><p>Renováveis (IBAMA)</p><p>e) Órgãos Seccionais: Os órgãos ou entidades estaduais responsáveis pela execução de</p><p>programas, projetos e pelo controle e fiscalização de atividades capazes de provocar a</p><p>degradação ambiental</p><p>f) Órgãos locais: os Órgãos ou entidades municipais, responsáveis pelo controle e</p><p>fiscalização dessas atividades em suas respectivas jurisdições.</p><p>2.1 CONAMA – Conselho Nacional do Meio Ambiente</p><p>O CONAMA é considerado o coração do SISNAMA, em função da abrangência e relevância</p><p>de suas atribuições. É presidido pelo Ministro do Meio Ambiente e tem como principal finalidade</p><p>assessorar, estudar e propor ao Conselho de Governo, diretrizes de políticas governamentais</p><p>para o meio ambiente e os recursos naturais e deliberar,no âmbito de sua competência, sobre</p><p>normas e padrões compatíveis com o meio ambiente ecologicamente equilibrado e essencial à</p><p>sadia qualidade de vida,como dispõe a Constituição Federal.</p><p>A composição do CONAMA é definida pelos Decretos 3.942/2001 e 6.792/2009. As</p><p>competências do CONAMA estão dispostas no artigo 8º da Lei 6938/81, com as alterações</p><p>do Decreto 99.274/90 e da lei 11.941/2009. É importante fazer a leitura desses dispositivos</p><p>legais.(PRODUÇÃO: TEM COMO CHAMAR A ATENÇÃO PARA ESTE PONTO , COM UMA</p><p>ESPÉCIE DE AVISO OU CHAMADA?)</p><p>O CONAMA tem outras atribuições dadas pelo Decreto 99.274/90. De acordo com o art. 4º</p><p>do referido Decreto , o CONAMA tem a seguinte composição:</p><p>-Plenário</p><p>-Câmaras Técnicas</p><p>-Câmara Recursal</p><p>-Comitê de Políticas Ambientais</p><p>-Grupos de Trabalho</p><p>-Grupos Assessores</p><p>Apesar da polêmica que cerca os poderes atribuídos ao CONAMA,que emite resoluções com</p><p>verdadeira força de lei, este continua a atuar em prol da qualidade do meio ambiente e da</p><p>regulação de atividades potencialmente poluidoras, sendo seus atos normativos reconhecidos</p><p>como legítimos, e aplicáveis à toda a sociedade.</p><p>11</p><p>2.2. IBAMA</p><p>O IBAMA – Instituto brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis, é uma</p><p>autarquia federal em regime especial, e foi criado pela Lei 7.735/89. É vinculado ao MMA, e sua</p><p>função é exercer o poder de polícia ambiental federal, executar ações da Política Nacional do</p><p>Meio Ambiente na esfera federal e trabalhar em outras ações supletivas de fiscalização.</p><p>Apesar de não constar do art. 6º, inc. IV da Lei 6.938/81, o Decreto 99.274/90, alterado pelo</p><p>Decreto 6792/2009, instituiu um outro órgão executor do SISNAMA, além do IBAMA: O Instituto</p><p>Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade – ICMBIO, uma autarquia federal, criada pela</p><p>Lei 11.516/2007, e que passou a gerir as Unidades de Conservação Ambientais.</p><p>3. Princípios Ambientais</p><p>Os princípios ambientais fundamentam o sistema jurídico ambiental,e diferem das regras,</p><p>das leis por terem maior grau de abstração, de indeterminabilidade e por serem mais genéricos.</p><p>Os princípios, de forma geral, servem para auxiliar os operadores do Direito, seja para</p><p>interpretação, seja para a compreensão de institutos jurídicos. Não é diferente com os princípios</p><p>ambientais. Os princípios ambientais representam um papel extremamente importante, pois</p><p>definem a postura do cidadão com relação ao meio ambiente, assim como delimitam a posição</p><p>das decisões do poder judiciário em matéria ambiental.</p><p>Existe uma extensa relação de princípios ambientais em nosso ordenamento, e cada</p><p>doutrinador ou autor trabalha com aqueles que considera realmente relevantes. Essa enorme</p><p>variedade de princípios demonstra que não há uma uniformização desses princípios pela</p><p>doutrina, e nem pela legislação. Mas todos são a favor do meio ambiente.</p><p>Em razão dessa variedade, estudaremos os princípios mais relevantes e populares, presentes</p><p>em praticamente todas as doutrinas de direito ambiental, mencionados inclusive por diversas</p><p>leis e por decisões do judiciário em matéria ambiental.</p><p>3.1. Princípio do Desenvolvimento Sustentável</p><p>O princípio do desenvolvimento sustentável contempla as dimensões humana, física,</p><p>econômica, política, cultural e social em harmonia com a proteção ambiental.</p><p>O princípio foi consagrado no Relatório Brundtland, que o definiu assim:</p><p>“O desenvolvimento que satisfaz as necessidades do presente sem comprometer a capacidade</p><p>de as futuras gerações satisfazerem as suas próprias necessidades”</p><p>A importância desse princípio fica ainda mais clara no texto constitucional, art. 225:</p><p>12</p><p>Unidade: Da Proteção Ambiental</p><p>“Art. 225 Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado,</p><p>bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-</p><p>se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo</p><p>para as presentes e futuras gerações”(grifo nosso)</p><p>A base do princípio do desenvolvimento sustentável é, portanto, encontrar o equilíbrio</p><p>entre o desenvolvimento econômico e a proteção ambiental, com o uso racional dos recursos</p><p>naturais, a fim de que sejam preservados também os direitos das gerações futuras. Produção e</p><p>consumo devem ser sustentáveis, pois os recursos naturais são escassos, e seu uso desenfreado</p><p>trará consequências dramáticas para o planeta.</p><p>3.2. Princípio do poluidor-pagador</p><p>O princípio do poluidor-pagador está previsto na Declaração do Rio (ECO-92), no 16º</p><p>princípio:</p><p>“As autoridades nacionais devem procurar assegurar a internalização dos</p><p>custos ambientais e o uso dos instrumentos econômicos, levando em conta</p><p>o critério de que quem contamina deve, em princípio, arcar com os custos</p><p>da contaminação, levando-se em conta os interesse público sem distorcer o</p><p>comércio e os investimentos internacionais”</p><p>O objetivo desse princípio é responsabilizar o poluidor</p><p>com o custo da degradação ambiental,</p><p>seja esse custo preventivo ou reparatório. Mas a principal ideia é evitar o dano ambiental, pois</p><p>em geral, esse dano é de difícil reparação ou mesmo irreparável , já que o valor do prejuízo é</p><p>inestimável. Tome-se como exemplo, o derramamento de óleo em arquipélago onde existam</p><p>espécimes raros da fauna e da flora, inclusive ameaçados de extinção. Qual seria o preço</p><p>dessa reparação?</p><p>A Lei 6938/81 no artigo 4º , inc. VII também tratou do princípio do poluidor-pagador. Também</p><p>na Lei 6938/81, no artigo 14 encontramos a penalização para aqueles que não cumprirem</p><p>com as medidas necessárias à preservação ambiental ou reparação dos danos causados pela</p><p>degradação da qualidade ambiental.O parágrafo 1º é fundamento legal para o princípio do</p><p>poluidor-pagador e para a responsabilidade objetiva:</p><p>“Sem obstar a aplicação das penalidades previstas neste artigo, é o poluidor</p><p>obrigado, independentemente da existência de culpa, a indenizar ou</p><p>reparar os danos causados ao meio ambiente e a terceiros, afetados por sua</p><p>atividade. O Ministério Público da União e dos Estados terá legitimidade</p><p>para propor ação de responsabilidade civil e criminal, por danos causados</p><p>ao meio ambiente” (grifo nosso)</p><p>13</p><p>3.3. Princípio do usuário- pagador</p><p>Esse princípio está bastante ligado ao princípio do poluidor-pagador. Refere-se ao indivíduo</p><p>que se utiliza de um determinado recurso natural, mesmo que na qualidade de consumidor</p><p>final, e que deve arcar com os custos necessários a fim de tornar possível esse uso, evitando que</p><p>seja suportado pelo Poder Público ou por terceiros.</p><p>Esse princípio tem natureza meramente remuneratória, diferentemente do princípio do</p><p>poluidor-pagador, que tem natureza reparatória e punitiva</p><p>3.4. Princípio da função sócio ambiental da propriedade</p><p>O Código Civil de 2002 atribuiu à propriedade, além da função social, também a função</p><p>ambiental. Essa é a determinação do Art. 1228, par. 1º:</p><p>“Art. 1.228. O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa,</p><p>e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua</p><p>ou detenha.</p><p>§ 1o O direito de propriedade deve ser exercido em consonância com as</p><p>suas finalidades econômicas e sociais e de modo que sejam preservados, de</p><p>conformidade com o estabelecido em lei especial, a flora, a fauna, as belezas</p><p>naturais, o equilíbrio ecológico e o patrimônio histórico e artístico, bem como</p><p>evitada a poluição do ar e das águas.</p><p>Alguns estudiosos denominam apenas de princípio da função social da propriedade, porque a</p><p>função social já englobaria a preocupação com a preservação do meio ambiente, de acordo com</p><p>o texto constitucional. Cabe ao proprietário atender a função social da sua propriedade , seja</p><p>urbano ou rural, preservando os recursos naturais que estão presentes ou incorporados nele, bem</p><p>como utilizar a propriedade de forma a não prejudicar o meio ambiente e os recursos naturais.</p><p>3.5 Princípio da informação</p><p>A informação de caráter ambiental tem seu fundamento na Declaração do Rio/92, em seu</p><p>artigo 10:</p><p>“no nível nacional, cada indivíduo deve ter acesso adequado a informações</p><p>relativas ao meio ambiente de que disponham as autoridades públicas, inclusive</p><p>informações sobre materiais e atividades perigosas em suas comunidades”</p><p>O objetivo desse princípio é estimular o processo de educação individual e da comunidade,</p><p>possibilitando à pessoa informada,tomar posição ou mesmo manifestar-se a respeito da matéria</p><p>da qual foi informada.Esse princípio representa o acesso às informações ambientais e estimula</p><p>a implementação da educação ambiental.</p><p>Os órgãos públicos têm fundamental importância nesse processo, pois têm o dever de</p><p>repassar para a sociedade as informações recebidas,exceto aquelas que se refiram a segredos</p><p>industriais ou de Estado .</p><p>14</p><p>Unidade: Da Proteção Ambiental</p><p>A Lei 6938/81 ,em seu artigo 9º, fez previsão de um sistema nacional de informação sobre o</p><p>meio ambiente, o SINIMA, do qual trataremos mais adiante.</p><p>A Lei Federal 9.605/98, faz expressa previsão sobre a não divulgação de informações sobre</p><p>danos ambientais, dispondo como crime tal negligência de quem tinha o dever de informar e</p><p>notificar.</p><p>O princípio da informação constitui um dever imposto ao poluidor de notificar (avisar) o</p><p>Poder Público e a coletividade em caso de ocorrência ou risco de danos ambientais.</p><p>3.6 Princípio da reparação integral</p><p>A reparação integral do dano ambiental encontra previsão na Declaração do Rio/92, em seu</p><p>Princípio 13:</p><p>“ Princípio 13- Os Estados devem desenvolver legislação nacional</p><p>relativa a responsabilidade e indenização das vítimas de poluição</p><p>e outros danos ambientais. Os estados devem ainda cooperar de forma</p><p>expedita e determinada para o desenvolvimento de normas de direito</p><p>ambiental internacional relativas a responsabilidade e indenização por efeitos</p><p>adversos de danos ambientais causados, em áreas fora de sua jurisdição, por</p><p>atividades dentro de sua jurisdição ou sob seu controle.” (grifo nosso)</p><p>Portanto, havendo degradação ambiental ou poluição, o autor fica obrigado a reparar o dano</p><p>ocorrido, pois a nossa legislação atual sobre a matéria não admite que a degradação ambiental</p><p>subsista sem a devida reparação.</p><p>A lei 6938/81 separou o princípio da responsabilidade do princípio do poluidor-pagador.</p><p>O princípio da responsabilidade (art. 4º da Lei 6938/81) determina que aquele que causa o</p><p>dano é obrigado a repará-lo.Observe-se que, de acordo com a referida lei, a obrigação de</p><p>indenizar é secundária em relação à obrigação de recuperar o dano, somente sendo exigível se</p><p>a recomposição não for possível .</p><p>3.7 Princípio da cooperação</p><p>Cooperação significa soma de esforços.É essencial para o combate aos problemas envolvendo</p><p>o meio ambiente, como a poluição, a degradação, a pobreza, a seca etc. O princípio da</p><p>cooperação está previsto em tratados e acordos internacionais, e,no ordenamento pátrio,de</p><p>forma genérica, na Constituição Federal, art. 225</p><p>A Conferência de Estocolmo/72 fez previsão sobre o princípio da cooperação em dois</p><p>dispositivos: um tratando da cooperação no que tange à efetiva responsabilização por danos e</p><p>um outro que trata da necessidade da cooperação para ações conjuntas em matéria ambiental.O</p><p>princípio 22 da Conferência deixa clara a obrigação de se criar regras de direito internacional</p><p>a fim de facilitar a responsabilização e as eventuais indenizações por danos ambientais que</p><p>um Estado venha a causar a outro.O princípio 24 trata das ações conjuntas, que deverão ser</p><p>desenvolvidas pelos Estados.</p><p>15</p><p>A Conferência Rio/92 também tratou do princípio da cooperação, assim como a Convenção</p><p>sobre Diversidade Biológica (CDB), de 1992.Nessas conferências, ficou claro que o dever de</p><p>cooperar não é exequível, pois representam a vontade genérica das nações. São diretrizes a</p><p>serem seguidas, tão somente. O que se espera da comunidade internacional é um esforço para</p><p>que tais diretrizes sejam seguidas, a bem do meio ambiente.</p><p>O princípio da cooperação dá o rumo para a efetivação de outras políticas referentes à</p><p>finalidade do bem comum .Fundamenta a legislação que tem por objetivo aumentar a informação</p><p>e a participação nos processos que envolvem decisões na política ambiental.</p><p>3.8 Princípio da precaução e da prevenção</p><p>Esses princípios representam um dos mais importantes norteadores do Direito Ambiental, e</p><p>um dos mais efetivos na tutela do meio ambiente.</p><p>Uma observação que se deve fazer no estudo desses princípios é com relação a similaridade</p><p>terminológica dos termos “prevenção” e “precaução”. Antes da Declaração Rio/92, o termo</p><p>prevenção era usado continuamente, tendo sido substituído após a ECO/92 pelo termo precaução.</p><p>Entretanto, nenhum dos termos deixou de existir, o que criou uma certa confusão entre alguns</p><p>autores, e fez com que várias opiniões surgissem a respeito. Apesar das duas express��es possuírem</p><p>significados semelhantes, é preciso que se faça a distinção, para que os dois princípios sejam</p><p>corretamente</p><p>entendidos, embora na prática, as expressões sejam usadas indistintamente.</p><p>O princípio da precaução encontra seu fundamento no princípio 15 da Declaração Rio de</p><p>1992:</p><p>“Para proteger o meio ambiente medidas de precaução devem ser largamente</p><p>aplicadas pelos Estados segundo as suas capacidades. Em caso de risco</p><p>de danos graves ou irreversíveis, a ausência de certeza científica absoluta</p><p>não deve servir de pretexto para procrastinar a adoção de medidas efetivas</p><p>visando a prevenir a degradação do meio ambiente.”</p><p>O princípio da prevenção está expressamente previsto na Constituição Federal de 1988, em</p><p>seu artigo 225, caput, e § 1º, inc.V, ao estabelecer o dever do Poder Público e da coletividade</p><p>de proteger e preservar o meio ambiente para as presentes e futuras gerações.</p><p>O princípio da prevenção está alicerçado em medidas que evitem o surgimento de danos</p><p>ao meio ambiente, e atua sobre fatores,ações e empreendimentos já existentes, e que não</p><p>foram impedidos quando em estágio inicial por falta de legislação específica que permitisse</p><p>a precaução, ou que mudaram sua potencialidade para o dano após a sua constituição no</p><p>meio ambiente.</p><p>O princípio da precaução tem por objetivo impedir o surgimento de condutas que possam</p><p>culminar em prejuízo para o meio ambiente, a partir de instrumentos efetivos de avaliação do</p><p>impacto ambiental e de sua potencialidade danosa ao meio ambiente.</p><p>O sistema jurídico pátrio estabeleceu mecanismos de prevenção de danos ambientais através</p><p>de Estudos de Impacto Ambiental (EIA/RIMA),e do licenciamento ambiental, que serão tratados</p><p>em tópico próprio.</p><p>16</p><p>Unidade: Da Proteção Ambiental</p><p>4. Proteção Administrativa do Meio Ambiente</p><p>O Estado , de acordo com a CF de 1988, tem o dever de proteger o meio ambiente. Cabe</p><p>à Administração Pública, através de seus agentes, que atuam sob o regime jurídico de Direito</p><p>Público, a atividade concreta e imediata voltada à consecução dos interesses de toda a sociedade .</p><p>A PNMA criou alguns importantes instrumentos para efetivação dessa proteção administrativa.</p><p>Vamos estudar os mais significativos desses instrumentos de proteção.</p><p>4.1. Zoneamento Ambiental</p><p>O zoneamento ambiental , também chamado de zoneamento ecológico-econômico (ZEE),</p><p>é um dos instrumentos para a efetivação da Política Nacional do Meio Ambiente, de acordo</p><p>com a previsão do inc. II, do art. 9º da Lei 6938/81. Foi regulado bem depois pelo Decreto</p><p>4.297/2002, que traça o perfil dessa importante ferramenta de planejamento ambiental, que</p><p>infelizmente ainda é pouco usada pelo Poder Público.</p><p>O zoneamento ambiental é uma espécie de intervenção estatal sobre o território, com a</p><p>finalidade de reparti-lo em zonas de acordo com o melhor interesse na preservação ambiental</p><p>e no uso sustentável dos recursos naturais. Para sua implementação, deverão ser consideradas</p><p>a importância ecológica, as limitações e as fragilidades dos ecossistemas, estabelecendo-se</p><p>vedações, restrições e alternativas de exploração do território e determinando-se, conforme o</p><p>caso, também o remanejamento de atividades incompatíveis com suas diretrizes gerais.</p><p>Um outro decreto, n.º 99.540 de 28/12/01, estabeleceu a Comissão Coordenadora</p><p>de Zoneamento Ecológico – Econômico do Território Nacional, responsável por planejar,</p><p>coordenar, acompanhar e avaliar a execução dos ZEEs, apoiando os Estados em seus trabalhos;</p><p>e o Grupo de Trabalho Permanente para a Execução do zoneamento, responsável por assessorar</p><p>a Comissão e os Estados da Federação, executar trabalhos de ZEE e elaborar metodologias e</p><p>orientar a elaboração do termo de referência do ZEE.</p><p>Em seu Artigo 8º o decreto que estabelece as diretrizes para o zoneamento ambiental</p><p>lista alguns pontos importantes. Segundo o referido artigo, os “… executores de ZEE</p><p>deverão apresentar: termo de referência detalhado, equipe de coordenação habilitada,</p><p>produtos gerados por GIS (Sistemas de Informações Geográficas – exemplo: mapas),</p><p>projeto específico de mobilização social e envolvimento de grupos sociais interessados, e</p><p>outras considerações”.</p><p>Ao impor restrições, o zoneamento ambiental configura o direito de propriedade e o direito de</p><p>seu uso, conformando-os com a função social da propriedade prevista na Constituição Federal.</p><p>No âmbito municipal, a Constituição Federal de 1988 conferiu ao Poder Público competência</p><p>para, através do Plano Diretor, promover o adequado ordenamento territorial (zoneamento</p><p>urbano) mediante planejamento e controle do uso, do parcelamento e da ocupação do solo</p><p>urbano, visando a proteção da qualidade de vida da população. As decisões sobre zoneamento</p><p>ambiental podem ser tomadas nos vários níveis, ou seja, municipal, regional, estadual ou federal.</p><p>17</p><p>Ocorre que havendo zoneamento na esfera federal, os demais, ou seja, os zoneamentos estaduais,</p><p>regionais e municipais, se elaborados, deverão se ajustar àquele, prevalecendo as normas de</p><p>proteção ambiental que sejam mais restritivas. Isso quer dizer que o zoneamento deve buscar a</p><p>repartição do território e a regulação dos usos dos recursos naturais que possibilitem a melhor</p><p>composição dos conflitos socioambientais.</p><p>O zoneamento ambiental age principalmente como instrumento de planejamento</p><p>territorial com vistas ao desenvolvimento sustentável. Isso porque a divisão de</p><p>determinado território em zonas com diferentes regimes de uso será resultado de estudos</p><p>ambientais e sócio-econômicos e de negociações democráticas entre o governo, o setor</p><p>privado e a sociedade civil, a respeito de estratégias e alternativas que serão adotadas</p><p>para que se alcance o objetivo maior desse instrumento, que é a proteção ambiental e o</p><p>desenvolvimento sustentável.</p><p>4.2 Estudos de impacto ambiental</p><p>Os Estudos de impacto ambiental são considerados como os mais importantes instrumentos</p><p>de prevenção de danos ambientais na atualidade. O CONAMA regulamentou o Estudo de</p><p>Impacto Ambiental (EIA) e o respectivo Relatório de Impacto no Meio Ambiente (RIMA) através</p><p>da Resolução 01/1986, posteriormente alterada pela Resolução CONAMA 11/1986.</p><p>Na Resolução 01/86, o CONAMA elencou , no artigo 2º, as hipóteses de realização obrigatória</p><p>do Estudo de Impacto Ambiental, apontando as atividades em que deveria ser realizado</p><p>compulsoriamente o EIA.</p><p>A CF de 1988, no art. 225, inc.IV, referendou a previsão do art. 10, § 3º da Lei 6938/81,</p><p>exigindo o Estudo Prévio de Impacto Ambiental para a instalação de obra ou atividade</p><p>potencialmente causadora de significativa degradação ambiental.</p><p>Para que o EIA tenha validade, é necessário o preenchimento de certos requisitos formais</p><p>e materiais, explicitados nas Resoluções 01/86 e 01/88 do CONAMA.Como o EIA envolve</p><p>a análise de várias áreas do conhecimento, é fundamental que o estudo seja feito por vários</p><p>profissionais, de diversas áreas, que trabalhem em conjunto.Estes profissionais formarão</p><p>o grupo denominado Equipe Multidisciplinar, que permitirá que o Estudo se realize de</p><p>forma completa e eficaz, sanando todas as dúvidas sobre o empreendimento analisado.O</p><p>art. 6º da Resolução 01/86 do CONAMA estabelece os requisitos técnicos para a realização</p><p>do Estudo de Impacto Ambiental. É importante a leitura destes requisitos!</p><p>A Resolução 237/97 do CONAMA ampliou o rol das atividades sujeitas ao EIA/RIMA.</p><p>Entretanto, é bom que se diga que tanto a Resolução 01/86 quanto 237/97 trazem um rol</p><p>exemplificativo, não taxativo. Isso significa que o EIA poderá ser exigido ainda que a atividade</p><p>não faça parte do texto das Resoluções .</p><p>O EIA ocorre normalmente no âmbito do processo de licenciamento ambiental. A partir da</p><p>realização do EIA, deve ser elaborado um Relatório de Impacto Ambiental (RIMA), que constitui</p><p>um resumo do EIA, e aborda os pontos fundamentais do Estudo, com linguagem acessível.A</p><p>finalidade do RIMA é facilitar o acesso à informação sobre o projeto proposto .</p><p>18</p><p>Unidade: Da Proteção Ambiental</p><p>O RIMA integra o EIA e vai refletir todas as conclusões nele apresentadas. Sua elaboração</p><p>deve ser objetiva, respeitando</p><p>o sigilo industrial ( se for solicitado) e deve ser acessível ao público.</p><p>São requisitos do RIMA:</p><p>a) Elencar os objetivos e justificativas do projeto e a sua relação com políticas setoriais e</p><p>planos governamentais;</p><p>b) Descrever e apresentar alternativas tecnológicas do projeto (fontes de energia,matéria-</p><p>prima etc.);</p><p>c) Resumo dos diagnósticos ambientais da área de influência do projeto;</p><p>d) A descrição dos prováveis impactos ambientais da implantação da atividade e dos métodos,</p><p>técnicas e critérios usados para a sua identificação;</p><p>e) Apresentar as características da futura qualidade ambiental da área, comparando</p><p>as diferentes situações de implementação do projeto e até a possibilidade de sua não</p><p>concretização;</p><p>f) Descrição do efeito esperado das medidas mitigadoras em relação aos impactos negativos</p><p>e grau de alteração esperado;</p><p>g) Conclusão e comentários</p><p>Pelas razões e características apresentadas, concluímos que o EIA (EPIA) e o RIMA são</p><p>mecanismos constitucionais fundamentais à tutela do meio ambiente.</p><p>4.3 Licenciamento ambiental</p><p>O licenciamento ambiental é um procedimento administrativo através do qual o órgão</p><p>ambiental competente outorga uma licença de localização, instalação, ampliação e operação</p><p>de empreendimentos e atividades que utilizam recursos ambientais direta ou indiretamente, e</p><p>que são consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras, ou aquelas que, de algum modo,</p><p>possam degradar o meio ambiente, levando-se em conta as disposições legais e as normas</p><p>técnicas aplicáveis a cada caso. A Resolução 237/97 é a que regula o licenciamento ambiental.</p><p>No processo de licenciamento dos empreendimentos, que é feito por órgãos e entidades de</p><p>controle ambiental, são discutidas todas as questões relativas ao uso dos recursos naturais, à</p><p>poluição e à degradação ambiental, assim como as medidas mitigadoras e compensatórias dos</p><p>impactos identificados como passíveis de ocorrer.</p><p>Segundo Maria Luiza Machado Granziera, “o licenciamento ambiental decorre do exercício</p><p>do poder de policia, fundamentado nos princípios da prevenção e da supremacia do interesse</p><p>público sobre o particular. Como manifestação do exercício desse poder , o licenciamento</p><p>ambiental é mecanismo de controle e restrição da atividade humana e tem por fundamento</p><p>impedir que esta venha a ser danosa ao meio ambiente. ”</p><p>Cabe ao Poder Público Federal e ao CONAMA, independentemente da competência de órgãos</p><p>estaduais, a fixação dos critérios para o licenciamento. O principal agente para a outorga das</p><p>licenças ambientais é o órgão estadual integrante do SISNAMA, de acordo com o art. 10 da Lei</p><p>9638/81, que estabeleceu competência aos Estados e supletivamente à União através do IBAMA.</p><p>19</p><p>O Processo de licenciamento compreende as seguintes etapas:</p><p>I. Requerimento dos interessados, com todos os documentos exigidos (art. 17, Decreto</p><p>99.274/91);</p><p>II. Despacho determinando seu processamento, com ordem de publicação no Diário Oficial</p><p>(art. 10,§ 1º, lei 6938/81);</p><p>III. Examinada a documentação, decide-se a próxima etapa de acordo com as peculiaridades</p><p>do empreendimento, ou seja, com ou sem a realização do EIA/RIMA e seus ajustes;</p><p>IV. Apresentação pelo órgão licenciador das medidas mitigadoras para o empreendimento.</p><p>Aqui podem ocorrer duas situações:</p><p>a) Não aceitação das medidas mitigadoras: nesse caso, o pedido de licença será indeferido,</p><p>cabendo recurso nos termos do art.20 do Decreto 99.274/91.Se o recurso for favorável</p><p>ao requerente, o processo seguirá com a outorga da licença prévia; se a decisão</p><p>do recurso for desfavorável, mantém-se o indeferimento da licença e o processo é</p><p>encerrado.</p><p>b) Aceitação das medidas mitigadoras: o processo seguirá nos termos do art. 19 do</p><p>Decreto 99.274/91, com a outorga da licença prévia (LP); da licença de instalação (LI),</p><p>que autoriza o início da implantação de acordo com o projeto aprovado; e da licença</p><p>de operação (LO), que autoriza , após as verificações necessárias, o início da atividade</p><p>licenciada e o funcionamento de seus equipamentos de controle de poluição, de acordo</p><p>com o previsto nas licenças prévia e de instalação.</p><p>V. Encerramento do processo.</p><p>As licenças concedidas têm prazo de validade. A licença prévia tem prazo de cinco anos;</p><p>a de instalação, seis anos; e a licença de operação, quatro a dez anos.O empreendimento</p><p>estará plenamente licenciado quando alcançar a licença de operação. As licenças outorgadas</p><p>são passíveis de suspensão e cancelamento, caso o empreendedor cometa grave violação dos</p><p>dispositivos de proteção ao meio ambiente.</p><p>5. Sistema nacional de informação sobre o meio ambiente – SINIMA</p><p>O Sistema Nacional de Informação sobre Meio Ambiente (SINIMA) é um dos instrumentos</p><p>da Política Nacional da Meio Ambiente, previsto no inciso VII do artigo 9º da Lei nº 6.938/81.</p><p>O referido sistema é considerado pela Política de Informação do Ministério do Meio Ambiente</p><p>como a plataforma conceitual baseada na integração e compartilhamento de informações entre</p><p>os diversos sistemas existentes ou ainda em construção no âmbito do SISNAMA</p><p>20</p><p>Unidade: Da Proteção Ambiental</p><p>O SINIMA é o instrumento responsável pela gestão da informação no âmbito do Sistema</p><p>Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA), de acordo com a lógica da gestão ambiental</p><p>compartilhada entre as três esferas de governo, tendo como forma de atuação três eixos</p><p>estruturantes:</p><p>Eixo 1 - Desenvolvimento de ferramentas de acesso à informação;</p><p>Eixo 2 - Integração de bancos de dados e sistemas de informação. Esses dois eixos são</p><p>interligados e tratam de ferramentas de geoprocessamento, em consonância com diretrizes</p><p>estabelecidas pelo Governo Eletrônico - E-gov, que permitem a composição de mapas</p><p>interativos com informações provenientes de diferentes temáticas e sistemas de informação.</p><p>São desenvolvidos com o apoio da Coordenação Geral de Tecnologia da Informação e</p><p>Informática - CGTI do MMA;</p><p>Eixo 3 - Fortalecimento do processo de produção, sistematização e análise de estatísticas e</p><p>indicadores relacionados com as atribuições do MMA. Este é o eixo estratégico do SINIMA</p><p>cuja função precípua é fortalecer o processo de produção, sistematização e análise de</p><p>estatísticas e indicadores ambientais; recomendar e definir a sistematização de um conjunto</p><p>básico de indicadores e estabelecer uma agenda com instituições que produzem informação</p><p>ambiental; propiciar avaliações integradas sobre o meio ambiente e a sociedade .</p><p>O acesso pleno á informação ambiental é um dos princípios ambientais previstos na Lei</p><p>6938/81, e por essa razão, é de extrema importância o papel do SINIMA na difusão das Políticas</p><p>Ambientais.</p><p>21</p><p>Além do texto teórico, base de nossa unidade, recomendamos que você assista aos vídeos</p><p>abaixo indicados, bem como faça a leitura dos artigos propostos. Essa atividade vai ajudá-lo</p><p>na elaboração do texto na Atividade de aprofundamento proposta. Programe-se e aproveite!</p><p>1) Carta fictícia sobre um futuro possível , onde se esgotaram muitos dos Recursos Naturais :</p><p>http://www.youtube.com/watch?v=8SCm4sMG6yc</p><p>2) Desenvolvimento Sustentável – Vídeo Educacional da BBC : http://www.youtube.com/</p><p>watch?v=qMKvDbnqZBw</p><p>3) Programa Cidades Sustentáveis: http://www.youtube.com/watch?v=5sTDik3rUug</p><p>4) Hidrelétrica: principal fonte de energia do Brasil: http://www.youtube.com/watch?v=Ljlxsef_</p><p>hFw</p><p>5) Desafio logístico: a Hidrelétrica de Belomonte : http://www.youtube.com/</p><p>watch?v=ZVlvcD7NLN4</p><p>6) TV Senado debate Belomonte: http://www.youtube.com/watch?v=Q9361uQOQlk</p><p>Material Complementar</p><p>22</p><p>Unidade: Da Proteção Ambiental</p><p>AMADO, Frederico Augusto Di Trindade. Direito Ambiental Esquematizado, p.11. São</p><p>Paulo: Editora Gen- Método, 2011.</p><p>GRANZIERA, Maria Luiza Machado. Direito Ambiental. 2ª Ed. , São Paulo: Atlas,2011.</p><p>MILARE, E. Direito do Ambiente: Doutrina, Jurisprudência, Glossario. 6. ed. Sao</p><p>Paulo: Revistas dos Tribunais, 2009.</p><p>SILVA, J. A. Direito Ambiental Constitucional. 8. ed. São Paulo: Malheiros Editores, 2010.</p><p>SIRVINSKAS, L. P. Manual de Direito Ambiental.</p><p>9. ed. São Paulo: Saraiva, 2011.</p><p>Referências</p><p>23</p><p>Anotações</p><p>www.cruzeirodosulvirtual.com.br</p><p>Campus Liberdade</p><p>Rua Galvão Bueno, 868</p><p>CEP 01506-000</p><p>São Paulo SP Brasil</p><p>Tel: (55 11) 3385-3000</p>

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