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<p>RESUMO MÉTODO E TÉCNICA DE PESQUISA EM</p><p>ADMINISTRAÇÃO – 2023.2</p><p>PESQUISA CIENTÍFICA - é um processo sistemático de busca de conhecimento ou respostas</p><p>específicas. Ela começa com ideias gerais, busca confirmação ou refutação de forma</p><p>organizada, usando métodos específicos, visando obter conhecimento da realidade</p><p>empírica, e apresenta resultados de acordo com o método.</p><p>DIFERENÇA ENTRE CONHECIMENTO EMPÍRICO E CONHECIMENTO CIENTÍFICO - A realidade</p><p>empírica é tudo o que existe e pode ser conhecido através da experiência, ou seja, pelos</p><p>nossos sentidos e consciência. A experiência é o conhecimento que adquirimos</p><p>naturalmente ao longo da vida, sem organização específica.</p><p>A ciência não é muito diferente de outras formas de conhecimento, pois também busca</p><p>entender os fenômenos. O que a torna única é que usa principalmente a observação,</p><p>experimentação e confirmação para alcançar suas interpretações.</p><p>Em resumo, o conhecimento empírico se baseia na experiência comum e não segue</p><p>procedimentos científicos rigorosos, enquanto o conhecimento científico é obtido através</p><p>de métodos formais, é objetivo e visa a precisão e confiabilidade.</p><p>TIPOS DE CONHECIMENTO (CIENTÍFICO, FILOSÓFICO, RELIGIOSO, SENSO COMUM) -</p><p>Conhecimento é construído por meio da existência de 3 elementos: o sujeito que conhece, o</p><p>objeto (que é conhecido) e a imagem.</p><p>CONHECIMENTO VULGAR OU SENSO COMUM - O conhecimento vulgar, ou senso comum,</p><p>é o tipo de conhecimento em que as pessoas não sabem exatamente por que algo acontece.</p><p>As pessoas adquirem esse conhecimento na vida cotidiana, muitas vezes de forma aleatória,</p><p>com base na experiência pessoal ou no que ouvem de outros. Geralmente, é resultado de</p><p>tentativa e erro, sem um método específico, e não é científico. Às vezes, é apenas</p><p>transmitido de geração em geração e se torna parte das tradições de uma comunidade.</p><p>Exemplo: o leite, ao ferver, transborda. Por isso ficamos de olho quando colocamos o leite</p><p>para ferver.</p><p>CONHECIMENTO FILOSÓFICO - Podemos abordar a corrupção no Brasil de duas maneiras: o</p><p>senso comum, que tende a generalizar e simplificar o problema, e a perspectiva filosófica,</p><p>que nos incentiva a entender a corrupção de forma mais profunda, questionando suas raízes</p><p>e implicações éticas. O conhecimento filosófico nos capacita a explorar o sentido da vida</p><p>para além do que é diretamente perceptível, indo além dos dados empíricos. Isso diferencia</p><p>a filosofia, que trata de questões transcendentais, da pesquisa empírica, que lida com dados</p><p>concretos e observáveis.</p><p>Resumindo, o conhecimento filosófico é uma forma de entendimento que se origina de</p><p>nossas impressões sensoriais, busca uma compreensão universal da realidade e, embora</p><p>não forneça respostas definitivas, enriquece nossa capacidade de contemplar o sentido da</p><p>vida e das questões concretas que enfrentamos.</p><p>CONHECIMENTO RELIGIOSO OU TEOLÓGICO - é aquele obtido através da fé religiosa,</p><p>baseado na revelação divina e em doutrinas que contêm proposições sagradas e inspiradas</p><p>pelo sobrenatural. Essas verdades são consideradas infalíveis, indiscutíveis e exatas,</p><p>conhecidas como dogmas.</p><p>CONHECIMENTO CIENTÍFICO - Organizado, sistemático e Lógico. “O conhecimento científico</p><p>é racional, metódico, sistemático, preciso, verificável e público. Seus problemas são</p><p>caracterizados; seus resultados são claros. A ciência torna preciso o que o senso comum</p><p>conhece de maneira indefinida.”</p><p>ÉTICA NO DIA A DIA E NA PESQUISA ACADÊMICA - “Ética é, portanto, a ciência dos</p><p>costumes ou dos atos humanos, e seu objeto é a moralidade (no que diz respeito a direitos</p><p>e deveres), entendendo-se por moralidade a caracterização desses mesmos atos como bons</p><p>ou maus.” “A ética de um pesquisador irá depender de algumas questões pessoais, tais</p><p>como a formação filosófica e religiosa do pesquisador, sua experiência, seus valores</p><p>pessoais, dentre outros aspectos importantes.”</p><p>TIPOS DE PESQUISA UTILIZADAS NAS CIÊNCIAS SOCIAIS E NA ADMINISTRAÇÃO -</p><p>1. Pesquisa Exploratória: definida quando há uma quantidade limitada de</p><p>informações acessíveis, e é necessário explorar mais a fundo para desenvolver</p><p>e refinar conceitos, bem como formular suposições;</p><p>2. Pesquisa Explicativa: essa abordagem analisa os elementos que influenciam a</p><p>manifestação de certos acontecimentos;</p><p>3. Pesquisa Descritiva: o foco principal aqui é listar e organizar informações, sem</p><p>a intenção de confirmar ou negar hipóteses preliminares. Isso prepara o terreno para uma</p><p>futura pesquisa que busca explicações, apoiada em experimentos;</p><p>4. Pesquisa Pura: pode ser descrita como uma pesquisa que gera descobertas destinadas a</p><p>um horizonte distante, carecendo de relevância imediata;</p><p>5. Pesquisa Aplicada: aqui já carece de um resultado rápido;</p><p>6. Pesquisa Quantitativa: os números refletem a realidade, sendo os dados</p><p>coletados sujeitos a uma análise estatística mais objetiva. A abordagem adotada é</p><p>predominantemente empírico-analítica, nesse método, a ênfase está na coleta de dados</p><p>objetivos e na análise cuidadosa para obter insights e conclusões fundamentados;</p><p>7. Pesquisa Qualitativa: nesta, a realidade é expressa em palavras. Os dados são</p><p>interpretados com uma maior influência da subjetividade do pesquisador;</p><p>8. Pesquisa Convencional: tem a base no empirismo, ligado ao que pode ser recebido por</p><p>meio de experiências: o que se vê, toca, ouve, cheira ou sente;</p><p>9. Pesquisa não-convencional: uma ideia pode começar a partir da maneira como uma</p><p>empresa está organizada, precisando de um jeito especial de ser analisada para aquela</p><p>situação, e depois ser usada em outras situações também;</p><p>10. Método crítico-dialético: Um único item pode ser entendido de diferentes maneiras,</p><p>muitas vezes opostas, dependendo dos ângulos pelos quais é observado;</p><p>11. Pesquisa-ação: essa é uma forma de pesquisa social que se baseia em experiências reais.</p><p>Ela é cuidadosamente planejada e realizada, geralmente relacionada a ações ou à resolução</p><p>de problemas que afetam um grupo. Tanto os pesquisadores quanto as pessoas envolvidas</p><p>colaboram ou participam ativamente no processo;</p><p>12. Pesquisa Participante: Surge nas interações comunicativas com indivíduos ou conjuntos</p><p>do caso estudado. Os pesquisadores buscam envolver-se na situação, identificando-se com</p><p>valores e comportamentos para obter aprovação;</p><p>13. Pesquisa Estudo de Caso: refere-se à análise aprofundada de uma situação específica,</p><p>visando adquirir um conhecimento profundo e detalhado sobre o objeto de estudo;</p><p>14. Método Delphi: reúne a opinião de especialistas de forma anônima e interativa,</p><p>buscando chegar a um consenso sobre um tema. Envolve várias rodadas de questionários e</p><p>é útil quando se busca previsões ou decisões informadas baseadas na experiência de</p><p>especialistas.</p><p>COMO ELABORAR UM FICHAMENTO E SUA UTILIDADE NA PESQUISA - Fichamento é uma</p><p>excelente forma de registrar o que você lê, economizando tempo ao evitar a necessidade de</p><p>consultar o texto original. Também ajuda a melhorar a compreensão do conteúdo lido.</p><p>A ficha de conteúdo permite anotar ideias essenciais do texto, incluindo a página de referência,</p><p>servindo como um resumo dos pontos principais do material. Isso simplifica a organização e o</p><p>estudo. A ficha bibliográfica, por sua vez, registra informações sobre a publicação e permite</p><p>comentários sobre a obra, como seu conteúdo, abordagem e aplicação. Ela ajuda a organizar a</p><p>bibliografia a ser estudada.</p><p>MÉTODOS DE PESQUISA CIENTÍFICA - O método científico, um guia estruturado para</p><p>alcançar objetivos e descobrir verdades na pesquisa, é uma abordagem crucial.</p><p>O método dedutivo, que parte do geral para o particular.</p><p>“Exemplo:</p><p>Premissa 1: Todo humano é mortal (geral).</p><p>Premissa 2: Carlos é humano (particular).</p><p>Conclusão: Carlos é mortal.”</p><p>Que contrasta com o método indutivo, que parte do particular para o geral.</p><p>“Exemplo: A pesquisa eleitoral é exemplo do raciocínio indutivo.</p><p>Pela amostragem de</p><p>eleitores realiza-se a pesquisa que irá ser utilizada para encontrar o percentual de votos de</p><p>cada um dos candidatos.”</p><p>O método dialético, por sua vez, reconcilia o dedutivo e o indutivo, reconhecendo sua</p><p>importância no raciocínio.</p><p>Exemplo: Tese: Considere a tese como uma afirmação inicial, por exemplo, "a liberdade</p><p>individual é a coisa mais importante".</p><p>Antítese: Em seguida, apresente uma antítese, uma posição oposta, como "a ordem social e</p><p>a segurança são mais importantes do que a liberdade individual".</p><p>Síntese: Agora, em vez de simplesmente escolher um lado, o método dialético busca uma</p><p>síntese, que é uma posição intermediária que reconcilia as duas perspectivas. Nesse caso, a</p><p>síntese poderia ser algo como "a liberdade individual é importante, mas deve ser</p><p>equilibrada com a necessidade de ordem social e segurança".</p><p>O método quantitativo lida com dados em termos de quantidade.</p><p>“Exemplos: entrevistas pessoais no domicílio, em pontos de fluxo, por telefone, envio de</p><p>questionário por mala-direta, encarte de questionários em revistas ou mesmo embalagens</p><p>de produtos e questionários via internet.”</p><p>O método qualitativo enfoca a análise do conteúdo.</p><p>“Exemplo: Pesquisa de opinião sobre determinado conteúdo de um curso para o qual são</p><p>convidados professores das áreas afins. (necessidade de Matemática em cursos de</p><p>Administração).”</p><p>O método observacional baseia-se em processos sensoriais naturais.</p><p>“Na Administração, o método observacional é empregado em vários aspectos:</p><p>1) na observação direta das pessoas – exemplo: análise de perfil profissional de um</p><p>funcionário;</p><p>2) por meio de perguntas – aplicação de entrevistas e questionários, por exemplo, na busca</p><p>por eficiência na produção de um produto;</p><p>3) exame de documentos – como, por exemplo, análise de balanço da empresa (idem).”</p><p>O método comparativo resulta do estudo de indivíduos, classes, fenômenos ou fatos, com o</p><p>intuito de destacar diferenças e semelhanças entre eles.</p><p>Além disso, o método estatístico utiliza a teoria estatística da probabilidade e fornece</p><p>suporte valioso para pesquisas nas Ciências Sociais.</p><p>PESQUISA EXPERIMENTAL E NÃO EXPERIMENTAL - A Pesquisa Experimental de campo é</p><p>uma abordagem de pesquisa que envolve a realização de um estudo em uma situação real,</p><p>em vez de um ambiente de laboratório. Nesse tipo de pesquisa, o pesquisador manipula</p><p>uma ou mais variáveis independentes, que são fatores que podem afetar o resultado da</p><p>pesquisa, sob condições controladas, mas em um contexto do mundo real.</p><p>Uma pesquisa não experimental é um tipo de pesquisa que não envolve a manipulação ativa</p><p>de variáveis independentes pelo pesquisador. Em vez disso, esse tipo de pesquisa busca</p><p>observar e descrever fenômenos ou relações entre variáveis, sem intervenção direta.</p><p>ASPECTOS RELEVANTES NA DELIMITAÇÃO DO TEMA DE PESQUISA - Antes disso é</p><p>necessário escolher o tema do estudo para então delimitá-lo. Delimitar o objeto de estudo</p><p>significa definir claramente os aspectos específicos que serão foco da pesquisa. Isso envolve</p><p>identificar exatamente o que você planeja investigar, analisar e discutir em seu estudo. Essa</p><p>delimitação é fundamental para direcionar sua pesquisa de maneira eficaz.</p><p>A delimitação não deve ser muito ampla, o que significaria abordar um tema de maneira</p><p>genérica e superficial, dificultando a obtenção de conclusões significativas. Por outro lado,</p><p>não deve ser excessivamente específica, a ponto de ser impossível encontrar informações</p><p>ou materiais relevantes sobre o assunto, o que tornaria a pesquisa impraticável.</p><p>OS PASSOS MAIS IMPORTANTES NO TRABALHO DE PESQUISA - Escolher um Tópico de</p><p>Pesquisa: Identificar um tópico de interesse que seja relevante para o campo de estudo.</p><p>Revisar a Literatura: Realizar uma revisão da literatura existente para entender o que já foi</p><p>pesquisado sobre o tema e identificar lacunas no conhecimento.</p><p>Formular uma Pergunta de Pesquisa: Desenvolver uma pergunta clara e específica que a</p><p>pesquisa buscará responder.</p><p>Definir Objetivos e Hipóteses: Estabelecer os objetivos da pesquisa e, se aplicável, formular</p><p>hipóteses a serem testadas.</p><p>Coletar Dados: Planejar e executar a coleta de dados, que pode envolver métodos como</p><p>entrevistas, questionários, observações ou análise de documentos.</p><p>Analisar Dados: Processar e analisar os dados coletados para identificar tendências, padrões</p><p>e conclusões.</p><p>Interpretar Resultados: Interpretar os resultados da análise de dados em relação à pergunta</p><p>de pesquisa e aos objetivos estabelecidos.</p><p>Concluir: Resumir as principais descobertas da pesquisa e como elas se relacionam com a</p><p>pergunta de pesquisa.</p><p>Apresentar Resultados: Preparar um relatório ou apresentação que comunique claramente</p><p>os resultados da pesquisa de forma organizada e convincente.</p><p>Citar Fontes e Referências: Garantir que todas as fontes utilizadas sejam citadas</p><p>adequadamente no texto e listadas nas referências bibliográficas.</p><p>Revisar e Editar: Revisar e editar o trabalho para garantir precisão, clareza e conformidade</p><p>com as normas acadêmicas.</p><p>Divulgar os Resultados: Se apropriado, compartilhar os resultados da pesquisa com colegas,</p><p>comunidade acadêmica ou público relevante.</p><p>Revisão por Pares (se aplicável): Em pesquisas acadêmicas, submeter o trabalho a uma</p><p>revisão por pares, onde especialistas no campo revisam e validam o estudo.</p><p>Considerar Implicações e Recomendações: Discutir as implicações práticas das descobertas</p><p>e fazer recomendações para futuras pesquisas ou ações.</p><p>COMO PROPOR O PROBLEMA DE PESQUISA E DEFINIR HIPÓTESES - Identificar uma Área de</p><p>Interesse: Comece identificando uma área de interesse ou um tópico que desperte sua</p><p>curiosidade. Certifique-se de que essa área seja relevante para o campo de estudo em que</p><p>você está trabalhando.</p><p>Revisar a Literatura Existente: Realize uma revisão da literatura para entender o que já foi</p><p>pesquisado sobre o assunto. Isso ajudará a identificar lacunas no conhecimento e a formular</p><p>um problema de pesquisa que contribua para a compreensão existente.</p><p>Formular uma Pergunta de Pesquisa: Com base na revisão da literatura, desenvolva uma</p><p>pergunta de pesquisa clara e específica que você deseja responder. Sua pergunta deve ser</p><p>suficientemente focalizada para ser pesquisável.</p><p>Definir Objetivos da Pesquisa: Estabeleça os objetivos que deseja alcançar com sua</p><p>pesquisa. Eles devem estar alinhados com a pergunta de pesquisa e representar os</p><p>resultados que você espera obter.</p><p>Desenvolver Hipóteses (se aplicável): Se sua pesquisa for do tipo que permite a formulação</p><p>de hipóteses (geralmente pesquisas quantitativas), desenvolva hipóteses que indiquem as</p><p>relações ou diferenças que você espera encontrar. Hipóteses são declarações testáveis que</p><p>guiam sua pesquisa.</p><p>Hipótese Nula (H0): Esta é uma declaração que afirma a ausência de efeito ou diferença</p><p>entre grupos. É o ponto de partida da pesquisa.</p><p>Hipótese Alternativa (H1 ou Ha): Esta é a declaração que contradiz a hipótese nula,</p><p>sugerindo que há um efeito ou diferença significativa.</p><p>Estruturar a Metodologia: Com base na pergunta de pesquisa e nos objetivos, planeje como</p><p>você coletará e analisará os dados para responder à sua pergunta e testar suas hipóteses.</p><p>Isso envolve a escolha de métodos de coleta de dados, seleção de amostra, etc.</p><p>Revisar e Refinar: Revise sua pergunta de pesquisa, objetivos e hipóteses para garantir que</p><p>estejam bem formulados e relacionados à literatura existente. Certifique-se de que sejam</p><p>claros, específicos e viáveis.</p><p>Consultar com Professores ou Especialistas: Se você estiver em um ambiente acadêmico, é</p><p>útil consultar seus professores ou especialistas em seu campo para obter feedback e</p><p>orientação sobre sua pergunta de pesquisa e hipóteses.</p>