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<p>Direito Internacional e</p><p>Relações Econômicas</p><p>Aula 2</p><p>Prof. Vagner PATINI</p><p>Agenda do encontro:</p><p>• ROTEIRO DE ESTUDOS</p><p>ü Sujeitos de Direito Internacional:</p><p>• Estado</p><p>• Organizações Internacionais</p><p>• Nacionalidade</p><p>Obra Recomenda:</p><p>Malheiro, Emerson Penha. (Método OAB). Direito Internacional e Direitos</p><p>Humano. 2 – ed. rev. – Rio de Janeiro: Forence; São Paulo: Método, 2016.</p><p>(Prof. FMU)</p><p>Estado</p><p>Introdução</p><p>“O Estado é uma criação humana que estrutura um sistema orgânico, de natureza</p><p>política e jurídica, da sociedade. Ele detém incontáveis direitos e deveres na órbita das</p><p>relações exteriores, pactuados mediante tratados, convenções, acordos ou convalidados</p><p>pelos costumes e é o ponto em torno do qual se desenvolve a sociedade internacional.”</p><p>Malheiro, Emerson Penha. (Método OAB). Direito Internacional e Direitos Humano. 2 – ed. rev. – Rio de Janeiro: Forence; São Paulo:</p><p>Método, 2016. pg. 172.</p><p>Elementos constitutivos</p><p>Povo – comunidade de indivíduos, nacionais, com vínculo político jurídico. Difere de</p><p>população, que inclui estrangeiros, e tem aspecto apenas estatístico.</p><p>Território – área geográfica sobre a qual exerce soberania, incluindo o espaço aéreo e</p><p>marítimo. Pouco importa o tamanho. Não se incluem embaixadas, aeronaves e</p><p>embarcações militares;</p><p>Governo soberano – poder político soberano em relação às demais instituições. Há</p><p>dois aspectos: soberania interna é a característica da superioridade do poder do Estado</p><p>frente aos demais núcleos de poder existentes. Já a externa é a independência é o</p><p>relacionamento com os demais Estados, a celebração de tratados, o direito de legação</p><p>e o de declarar guerra.</p><p>Surgimento e extinção</p><p>Ocupação e posse: Este era um meio antigo de surgimento de Estados, em que um</p><p>território era ocupado e mantido por um grupo ou nação. No entanto, esse método</p><p>não é mais aceito pelo direito internacional, que reconhece a inviolabilidade dos</p><p>territórios existentes.</p><p>Desmembramento: O desmembramento ocorre quando um Estado se divide em dois</p><p>ou mais novos Estados. Um exemplo contemporâneo disso é a separação do Sudão em</p><p>Sudão e Sudão do Sul, em 2011.</p><p>Dissolução total: A dissolução total ocorre quando um Estado deixa</p><p>de existir completamente, geralmente como resultado de um colapso político ou social.</p><p>Exemplos disso incluem o Império Austro-Húngaro após a Primeira Guerra Mundial e a</p><p>União Soviética após o fim da Guerra Fria.</p><p>Fusão com outro Estado: A fusão ocorre quando dois ou mais Estados decidem se unir</p><p>para formar um novo Estado. Um exemplo disso é a reunificação da Alemanha Oriental</p><p>e Ocidental em 1990.</p><p>Anexação: A anexação ocorre quando um Estado incorpora um território que</p><p>anteriormente pertencia a outro Estado. Um exemplo recente disso é a anexação da</p><p>Crimeia pela Rússia em 2014, após um referendo controverso.</p><p>Dissolução total: A dissolução total ocorre quando um Estado deixa</p><p>de existir completamente, geralmente como resultado de um colapso político ou social.</p><p>Exemplos disso incluem o Império Austro-Húngaro após a Primeira Guerra Mundial e a</p><p>União Soviética após o fim da Guerra Fria.</p><p>Fusão com outro Estado: A fusão ocorre quando dois ou mais Estados decidem se unir</p><p>para formar um novo Estado. Um exemplo disso é a reunificação da Alemanha Oriental</p><p>e Ocidental em 1990.</p><p>Anexação: A anexação ocorre quando um Estado incorpora um território que</p><p>anteriormente pertencia a outro Estado. Um exemplo recente disso é a anexação da</p><p>Crimeia pela Rússia em 2014, após um referendo controverso.</p><p>Reconhecimento de Estado e Governo</p><p>O reconhecimento de Estado é um ato unilateral, político e discricionário, através do</p><p>qual um Estado reconhece outro ente como um novo Estado soberano. Suas</p><p>características incluem ser unilateral, discricionário, irrevogável, meramente</p><p>declaratório, podendo ser expresso ou tácito, incondicionado e individual.</p><p>Existem casos de Estados com pouco ou nenhum reconhecimento, como a República</p><p>Turca do Norte do Chipre, Sealand e Somalilândia (Atlas de Países que não existem).</p><p>Já o reconhecimento de governo ocorre em situações de ruptura institucional ou</p><p>política. Assim como o reconhecimento de Estado, possui características de ser</p><p>unilateral, discricionário, irrevogável, meramente declaratório, podendo ser individual</p><p>ou coletivo.</p><p>A doutrina de Tobar estabelece que o reconhecimento de</p><p>um governo só ocorre se o mesmo contar com efetiva</p><p>aprovação popular, enquanto a doutrina de Estrada indica a</p><p>impossibilidade desse reconhecimento, pois configuraria</p><p>uma intromissão indevida em interesses internos.</p><p>A Cláusula Democrática, presente no Protocolo de Ushuaia</p><p>(Dec. 4210/2002), é um exemplo de mecanismo que</p><p>promove a democracia nos países do Mercosul.</p><p>A Doutrina Tobar é um princípio do direito internacional público relacionado ao reconhecimento de</p><p>governos. Ela foi estabelecida em 1907 pelo diplomata equatoriano Carlos R. Tobar, em</p><p>meio a uma crise política na América Central.</p><p>De acordo com a Doutrina Tobar, um governo deve ser reconhecido como legítimo apenas se contar com a</p><p>aprovação efetiva da população do país em questão. Isso significa que o reconhecimento de um governo</p><p>não deve ser baseado apenas em critérios formais ou legais, mas também na legitimidade percebida pelo</p><p>povo governado.</p><p>A Doutrina Estrada é um princípio da política externa mexicana formulado pelo diplomata e político</p><p>mexicano Genaro Estrada em 1930. Ela estabelece a não intervenção nos assuntos internos de outros</p><p>países como um princípio fundamental das relações internacionais.</p><p>De acordo com essa doutrina, os Estados devem se abster de intervir nos assuntos internos de outros</p><p>Estados, respeitando sua soberania e independência. A Doutrina Estrada foi adotada pelo México como um</p><p>princípio orientador de sua política externa e tem sido um dos pilares das relações internacionais latino-</p><p>americanas, especialmente no que diz respeito à não intervenção em assuntos de outros países.</p><p>Direitos e Deveres dos Estados</p><p>Direitos dos Estados:</p><p>•Direito à existência, defesa e conservação de sua soberania e integridade territorial.</p><p>•Direito à autodeterminação, que inclui o direito de determinar livremente seu status político e</p><p>de buscar, desenvolver e manter seu próprio modelo político, econômico, social e cultural.</p><p>•Direito à igualdade soberana, o que significa que todos os Estados são iguais em direito e</p><p>possuem igualdade de direitos e deveres.</p><p>•Direito à auto-organização e administração interna, que abrange a capacidade dos Estados de</p><p>determinar suas próprias leis, instituições e políticas internas.</p><p>•Direito a não sofrer intervenção em seus assuntos internos por outros Estados.</p><p>•Direito ao exercício de poder soberano sobre seu território, povo e recursos naturais.</p><p>Direitos e Deveres dos Estados</p><p>Deveres dos Estados:</p><p>•Dever de respeitar os direitos de outros Estados, o que inclui o respeito à soberania e</p><p>integridade territorial de outros Estados.</p><p>•Dever de não intervir nos assuntos internos de outros Estados.</p><p>•Dever de buscar a solução pacífica de controvérsias internacionais, o que implica o uso</p><p>de meios pacíficos, como negociação, mediação e arbitragem, para resolver disputas.</p><p>•Dever de cooperar internacionalmente para promover o desenvolvimento econômico,</p><p>social e cultural e para alcançar objetivos comuns da comunidade internacional, como a</p><p>paz e a segurança internacionais.</p><p>Imunidades do Estado</p><p>Jurisdição – certos fatos, pessoas ou bens estão sujeitos à</p><p>jurisdição do Estado, ou seja, ao poder judiciário do</p><p>mesmo, não do estrangeiro.</p><p>Execução – proibição de que medidas executórias</p><p>previstas no ordenamento jurídico estatal estrangeira,</p><p>sejam aplicadas contra essas pessoas ou bens pelas</p><p>autoridades do Estado.</p><p>Jurisdição – Um Estado soberano não terá seus atos subordinados à jurisdição de outro</p><p>Estado. Este princípio de igualdade jurídica é conhecido como "par in parem non habet</p><p>judicium" (um igual não é julgado por um igual).</p><p>A aplicação desse princípio depende do</p><p>tipo de ato em questão.</p><p>•Atos de império: quando o Estado age em sua soberania, como na emissão de vistos, relações</p><p>diplomáticas e concessão de asilo, a imunidade é absoluta. Por exemplo, se um consulado</p><p>estrangeiro em outro país emite um visto para um cidadão, esse ato é considerado um ato de</p><p>império e está protegido pela imunidade de jurisdição.</p><p>•Atos de gestão: quando o Estado age como administrador, como na contratação de funcionários</p><p>ou em questões relacionadas à sua participação societária, o juiz pode apreciar o caso e não há</p><p>imunidade. Por exemplo, se um Estado estrangeiro contrata um fornecedor de serviços em outro</p><p>país e surge uma disputa sobre o pagamento, esse ato é considerado um ato de gestão e não está</p><p>protegido pela imunidade de jurisdição.</p><p>Execução – Segundo a Convenção de Viena, é</p><p>proibida a tomada de medidas executórias contra</p><p>bens pertencentes a Estados estrangeiros. No</p><p>entanto, é possível que o Estado estrangeiro</p><p>renuncie a essa imunidade de execução. Por</p><p>exemplo, se um Estado estrangeiro possui um</p><p>imóvel em outro país e não paga impostos sobre</p><p>o mesmo, o Estado receptor não pode tomar</p><p>medidas executórias para cobrar esses impostos,</p><p>a menos que o Estado estrangeiro renuncie a sua</p><p>imunidade.</p><p>Competência para Julgamento em Casos Envolvendo Estado Estrangeiro:</p><p>1.Estado Estrangeiro vs. União, Estados e Distrito Federal:</p><p>Competência do Supremo Tribunal Federal (STF) - Artigo 102, inciso I, alínea e da</p><p>Constituição Federal.</p><p>Isso significa que as causas judiciais entre um Estado estrangeiro e a União,</p><p>Estados ou Distrito Federal devem ser julgadas pelo STF, o tribunal máximo do</p><p>país, em sua competência originária.</p><p>2. Estado Estrangeiro vs. Município ou pessoa residente ou domiciliada no Brasil:</p><p>Competência da Justiça Federal - Artigo 109, inciso II da Constituição Federal.</p><p>Após o julgamento em primeira instância, é possível recorrer ao Superior Tribunal de</p><p>Justiça (STJ) - Artigo 105, inciso II, alínea c da Constituição Federal.</p><p>Isso significa que as causas judiciais entre um Estado estrangeiro e um município</p><p>brasileiro ou uma pessoa residente ou domiciliada no Brasil devem ser julgadas pela</p><p>Justiça Federal, com possibilidade de recurso ao STJ.</p><p>3. Estado Estrangeiro vs. Pessoas Físicas em Relações Trabalhistas:</p><p>Competência da Justiça do Trabalho - Artigo 114 da Constituição Federal.</p><p>Isso significa que as causas judiciais entre um Estado estrangeiro e pessoas físicas que</p><p>envolvam relações trabalhistas devem ser julgadas pela Justiça do Trabalho.</p><p>Organizações</p><p>Internacionais</p><p>Introdução</p><p>“A organização internacional intergovernamental é uma associação estável e voluntária</p><p>de pessoas jurídicas de direito internacional público, criada mediante tratado</p><p>constitutivo, geralmente denominado carta ou constituição, com finalidade legalmente</p><p>aceita, propósitos internacionalmente admitidos e personalidade típica, diferente da</p><p>dos membros que a integram, compondo-se em estrutura específica e dotada da</p><p>faculdade de determinar suas próprias normas, com funções particulares e o exercício</p><p>de poderes concedidos pelos filiados”</p><p>Malheiro, Emerson Penha. (Método OAB). Direito Internacional e Direitos Humano. 2 – ed. rev. – Rio de Janeiro: Forence; São Paulo:</p><p>Método, 2016. pg. 180.</p><p>Diferença entre Estados e ONGs:</p><p>Os Estados são entidades políticas soberanas, com governo próprio e território definido. Eles são</p><p>formados por um conjunto de pessoas que vivem sob um sistema de leis e autoridades públicas.</p><p>Exemplos de Estados incluem o Brasil, os Estados Unidos e a China.</p><p>Por outro lado, as Organizações Não Governamentais (ONGs) são entidades privadas, formadas</p><p>por pessoas físicas ou jurídicas que compartilham um interesse comum e buscam promover</p><p>causas sociais, culturais, ambientais ou políticas. As ONGs não fazem parte do governo e operam</p><p>de forma independente. Exemplos de ONGs incluem a Anistia Internacional, o Greenpeace e a</p><p>Cruz Vermelha.</p><p>A principal diferença entre Estados e ONGs está na sua natureza e função: os Estados são</p><p>entidades políticas soberanas, enquanto as ONGs são organizações privadas sem fins lucrativos</p><p>que atuam em áreas específicas de interesse público.</p><p>Características das Organizações Internacionais:</p><p>Sujeitos Derivados ou Secundários: São entidades criadas por Estados soberanos através de</p><p>tratados internacionais, atuando como entidades jurídicas separadas dos Estados-membros.</p><p>Ausência de Soberania, mas Autonomia: As organizações internacionais não possuem</p><p>soberania própria, mas gozam de autonomia para tomar decisões dentro dos limites</p><p>estabelecidos pelos Estados-membros.</p><p>Permanência: São estruturas permanentes, projetadas para operar continuamente e lidar</p><p>com questões específicas de forma contínua ao longo do tempo.</p><p>Prerrogativas e Imunidades Necessárias: Desfrutam de certas prerrogativas e imunidades</p><p>para cumprir seus objetivos, incluindo imunidade de jurisdição em alguns casos, para</p><p>garantir sua independência e eficácia.</p><p>Classificação das Organizações Internacionais:</p><p>Finalidades:</p><p>Gerais: Exemplos incluem a Organização das Nações Unidas (ONU), que busca promover a</p><p>paz e a cooperação internacional.</p><p>Específicas: Exemplos incluem a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), o Fundo</p><p>Monetário Internacional (FMI) e a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento</p><p>Econômico (OCDE), que têm objetivos mais específicos relacionados à segurança, economia e</p><p>cooperação entre países desenvolvidos.</p><p>Âmbito de Atuação:</p><p>Universais: Exemplo principal é a ONU, que abrange todos os países do mundo e busca</p><p>promover a paz, os direitos humanos e o desenvolvimento global.</p><p>Regionais: Exemplo inclui a Organização dos Estados Americanos (OEA), que se concentra em</p><p>questões específicas da região das Américas.</p><p>Ingresso de Membros:</p><p>Abertas: Como a ONU, que permite a adesão de todos os Estados que aceitam seus princípios e</p><p>obrigações.</p><p>Abertas Limitadas: Exemplo é a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), que admite</p><p>apenas Estados que tenham o português como língua oficial.</p><p>Fechadas: São organizações em que apenas os Estados que participaram de sua fundação podem</p><p>se tornar membros, como é o caso de algumas organizações regionais.</p><p>Vinculação:</p><p>Dependentes: Estão sujeitas à ordem jurídica interna dos Estados-membros, como é o caso de</p><p>algumas organizações regionais cujas decisões devem ser incorporadas à legislação dos países</p><p>membros.</p><p>Independentes: Não se submetem à ordem jurídica interna dos Estados-membros, tendo sua</p><p>própria estrutura legal e normativa, como é o caso da ONU, que possui suas próprias normas e</p><p>regulamentos.</p><p>Imunidades Baseadas em Tratados, não em Costumes:</p><p>As imunidades das organizações internacionais são estabelecidas principalmente por meio de</p><p>tratados, não sendo baseadas em práticas costumeiras.</p><p>No Brasil, o Supremo Tribunal Federal (STF) reconhece a imunidade absoluta de jurisdição e</p><p>execução das organizações internacionais, como estabelecido nos casos RE 578.542 e</p><p>597.3688.</p><p>Privilégios da ONU:</p><p>Os privilégios e imunidades da Organização das Nações Unidas (ONU) são estabelecidos por</p><p>meio de convenções e acordos internacionais.</p><p>No Brasil, esses privilégios são reconhecidos e regulamentados pelos decretos 27.784/50 e</p><p>52.288/63, que tratam dos privilégios e imunidades concedidos à ONU e seus funcionários.</p><p>Esses privilégios incluem isenção de impostos e taxas, imunidade de jurisdição e</p><p>inviolabilidade de seus bens e arquivos.</p><p>Os casos RE 578.542 e 597.368 referem-se a recursos extraordinários</p><p>julgados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no Brasil que tratam da imunidade de</p><p>jurisdição e execução de organizações internacionais.</p><p>No RE 578.542, o STF reconheceu a imunidade de jurisdição de uma organização</p><p>internacional em relação a processos judiciais no Brasil, ou seja, a organização não pode</p><p>ser processada perante os tribunais brasileiros,</p><p>salvo nos casos em que ela renuncie a</p><p>essa imunidade.</p><p>Já no RE 597.368, o STF tratou da imunidade de execução de uma organização</p><p>internacional, ou seja, a impossibilidade de que medidas coercitivas sejam tomadas</p><p>contra a organização para cumprir decisões judiciais, salvo nos casos em que ela renuncie</p><p>a essa imunidade.</p><p>Estrutura Básica das Nações Unidas (ONU):</p><p>Assembleia Geral: É o principal órgão deliberativo da ONU, composto por todos os</p><p>Estados-membros, cada um com direito a um voto. Suas decisões não são vinculativas,</p><p>mas têm grande peso político.</p><p>Conselho de Segurança: Responsável pela manutenção da paz e segurança</p><p>internacionais, composto por 15 membros, sendo 5 permanentes (EUA, Rússia, China,</p><p>França e Reino Unido) com poder de veto e 10 membros não permanentes eleitos pela</p><p>Assembleia Geral.</p><p>Conselho Econômico e Social (ECOSOC): Responsável por questões econômicas, sociais,</p><p>culturais e de saúde global, composto por 54 membros eleitos pela Assembleia Geral.</p><p>Secretaria: Chefiada pelo Secretário-Geral, é responsável pela administração</p><p>e operações diárias da ONU. Atualmente, o Secretário-Geral é António Guterres.</p><p>Tribunal Internacional de Justiça: Localizado em Haia, na Holanda, é o principal órgão</p><p>judicial da ONU, responsável por resolver disputas entre Estados.</p><p>Conselho de Tutela: Criado para supervisionar a administração de territórios sob tutela,</p><p>atualmente não está em funcionamento devido à conclusão das tarefas de tutela.</p><p>Exclusões Geográficas:</p><p>Antártida: Regulada pelo Tratado da Antártida, um acordo internacional que estabelece</p><p>a natureza pacífica e a cooperação científica no continente.</p><p>Cidade do Vaticano: A Santa Sé é um observador das Nações Unidas, mas a Cidade do</p><p>Vaticano não é membro devido à sua natureza de microestado.</p><p>Territórios Palestinos: A Palestina é um observador das Nações Unidas, representada</p><p>pela Autoridade Nacional Palestina, mas não é membro pleno.</p><p>Saara Ocidental: Território em disputa entre Marrocos e a Frente Polisário, ainda não</p><p>tem seu status final definido.</p><p>Posição sobre Territórios Não Reconhecidos:</p><p>A ONU considera Taiwan como parte da República Popular da China, e territórios de</p><p>Estados não reconhecidos pela ONU não são excluídos da organização devido à posição</p><p>de que eles são parte de algum Estado-membro da ONU reconhecido.</p><p>Estrutura Básica das Nações Unidas:</p><p>Assembleia Geral (AG):</p><p>Decisões por maioria simples, exceto em questões especiais que requerem 2/3</p><p>dos votos, como manutenção da paz, eleição dos membros não permanentes do</p><p>Conselho de Segurança, admissão e expulsão de membros, suspensão de</p><p>direitos de membro, e aprovação do orçamento.</p><p>Realiza suas reuniões de setembro a dezembro.</p><p>Suas resoluções são recomendações e não são vinculativas.</p><p>Conselho de Segurança (CSegurança):</p><p>Composto por 15 membros, sendo 5 permanentes (com direito de veto) e 10 rotativos</p><p>(mandato de 2 anos, sem reeleição subsequente).</p><p>Responsável pela manutenção da paz e segurança internacional, podendo impor</p><p>sanções, autorizar o uso da força e decidir sobre a admissão, suspensão ou expulsão de</p><p>membros.</p><p>Aprova resoluções por maioria de 9 votos, incluindo o voto afirmativo dos cinco</p><p>membros permanentes.</p><p>Secretariado:</p><p>Órgão administrativo e burocrático da ONU.</p><p>O Secretário-Geral é nomeado pela Assembleia Geral por um mandato de 5 anos,</p><p>renovável.</p><p>Conselho Econômico e Social (ECOSOC):</p><p>Conselho Econômico e Social (ECOSOC):</p><p>Responsável por questões econômicas, sociais, culturais e educacionais.</p><p>Composto por 54 membros eleitos para mandatos de 3 anos, com possibilidade de reeleição.</p><p>Conselho de Tutela:</p><p>Suspenso desde 1994, era responsável por supervisionar territórios não independentes.</p><p>Corte Internacional de Justiça (CIJ):</p><p>Localizada em Haia, na Holanda.</p><p>Tem competência consultiva e contenciosa, admitindo apenas Estados como partes em seus</p><p>casos.</p><p>Sua jurisdição contenciosa não é obrigatória e depende do consentimento dos Estados</p><p>envolvidos.</p><p>Línguas Oficiais: árabe, chinês, espanhol, francês, inglês e russo.</p><p>Sistema das Nações Unidas (ONU):</p><p>UNESCO - Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura, sediada</p><p>em Paris, dedicada à promoção da educação, ciência e cultura.</p><p>OMS - Organização Mundial da Saúde, com sede em Genebra, dedicada à promoção da</p><p>saúde global.</p><p>FAO - Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura, com sede em</p><p>Roma, dedicada à erradicação da fome e à promoção da agricultura sustentável.</p><p>UNICEF - Fundo das Nações Unidas para a Infância, sediado em Nova Iorque, dedicado ao</p><p>bem-estar e aos direitos das crianças em todo o mundo.</p><p>OIT - Organização Internacional do Trabalho, com sede em Genebra, dedicada à</p><p>promoção de condições de trabalho dignas e justas.</p><p>OACI - Organização da Aviação Civil Internacional, com sede em Montreal,</p><p>dedicada à segurança e ao desenvolvimento da aviação civil internacional.</p><p>OMI - Organização Marítima Internacional, com sede em Londres, responsável pelo</p><p>desenvolvimento e manutenção do marco regulatório da navegação marítima</p><p>internacional.</p><p>UNIDO - Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial, com sede</p><p>em Viena, dedicada ao desenvolvimento industrial sustentável.</p><p>OMT - Organização Mundial do Turismo, com sede em Madrid, dedicada ao</p><p>desenvolvimento sustentável do turismo.</p><p>OMPI - Organização Mundial da Propriedade Intelectual, com sede em Genebra,</p><p>responsável pela promoção da proteção da propriedade intelectual em todo o mundo.</p><p>UIT - União Internacional de Telecomunicações, com sede em Genebra,</p><p>responsável pela coordenação das telecomunicações internacionais.</p><p>UPU - União Postal Universal, com sede em Berna, responsável pela cooperação e</p><p>desenvolvimento dos serviços postais internacionais.</p><p>OMM - Organização Meteorológica Mundial, com sede em Genebra, dedicada ao estudo</p><p>e previsão do clima e do tempo.</p><p>FMI - Fundo Monetário Internacional, sediado em Washington, DC, dedicado à promoção</p><p>da estabilidade financeira e ao desenvolvimento econômico global.</p><p>BIRD - Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento, também conhecido</p><p>como Banco Mundial, sediado em Washington, DC, dedicado ao financiamento de</p><p>projetos de desenvolvimento em países em desenvolvimento.</p><p>OMC - Organização Mundial do Comércio, com sede em Genebra, responsável pela</p><p>promoção do comércio internacional e pela resolução de disputas comerciais entre os</p><p>países membros.</p><p>OPAQ - Organização para a Proibição das Armas Químicas, com sede em Haia, dedicada à</p><p>eliminação das armas químicas.</p><p>OIM - Organização Internacional para as Migrações, com sede em Genebra, dedicada à</p><p>gestão segura e ordenada das migrações.</p><p>Não fazem parte do Sistema ONU: Cruz Vermelha Internacional, Interpol e o Tribunal</p><p>Penal Internacional (TPI).</p><p>Nacionalidade</p><p>Nacionalidade:</p><p>A nacionalidade é o vínculo jurídico-político que une uma pessoa natural a um Estado.</p><p>Diferencia-se da cidadania, que envolve direitos políticos, como o direito de voto.</p><p>Não deve ser confundida com naturalidade, que é o local de nascimento do indivíduo e é</p><p>imutável.</p><p>Aquisição da Nacionalidade:</p><p>Cada Estado é responsável por determinar as regras para a aquisição da nacionalidade.</p><p>Jus Soli x Jus Sanguinis:</p><p>Jus soli é o direito de solo, em que a nacionalidade é determinada pelo local de</p><p>nascimento.</p><p>Jus sanguinis é o direito de sangue, em que a nacionalidade é determinada pela</p><p>descendência.</p><p>Polipatridia e Apatridia:</p><p>Polipátridas são pessoas com duas ou mais nacionalidades, enquanto apátridas são</p><p>pessoas sem nacionalidade, o que é protegido internacionalmente como um direito</p><p>humano.</p><p>Nacionalidade Brasileira:</p><p>O Brasil adota primariamente o jus soli, mas também aceita o jus sanguinis em várias</p><p>circunstâncias.</p><p>Brasileiros natos incluem aqueles nascidos no Brasil ou em território brasileiro,</p><p>mesmo que de pais estrangeiros, desde que estes últimos não estejam a serviço de</p><p>seu país de origem.</p><p>Também</p><p>são brasileiros natos os nascidos no exterior, desde que um dos pais seja</p><p>brasileiro e esteja a serviço do Brasil, ou que sejam registrados em repartição</p><p>brasileira competente e optem pela nacionalidade após a maioridade.</p><p>O Brasil reconhece a possibilidade de pluralidade de nacionalidades e, no critério</p><p>do jus sanguinis, somente considera até o 1º grau de parentesco (pai ou mãe).</p><p>Estar a serviço do Brasil significa estar oficialmente designado para o cargo ou</p><p>função, como chefes de delegação ou oficiais de missão de paz.</p><p>Brasileiro Naturalizado:</p><p>A nacionalidade brasileira por naturalização ocorre por aquisição derivada ou</p><p>secundária, ou seja, a pessoa era estrangeira e adquire a nacionalidade brasileira.</p><p>Para estrangeiros originários de países de língua portuguesa, é necessário</p><p>estabelecer residência no Brasil por pelo menos 1 ano ininterrupto e ter</p><p>idoneidade moral.</p><p>Para os demais estrangeiros, é necessário residir no Brasil por pelo menos 15 anos</p><p>ininterruptos e não ter condenação penal, conforme jurisprudência do Supremo</p><p>Tribunal Federal (STF).</p><p>Cargos Privativos de Brasileiros Natos:</p><p>Alguns cargos no Brasil são privativos de brasileiros natos, como Presidente da</p><p>República, Vice-Presidente da República, Presidente da Câmara dos Deputados,</p><p>Presidente do Senado Federal, Ministro do Supremo Tribunal</p><p>Federal, Membro da Carreira Diplomática,</p><p>Oficial das Forças Armadas e Ministro de Estado de Defesa.</p><p>Perda da Nacionalidade:</p><p>Tanto o brasileiro nato quanto o naturalizado podem perder a nacionalidade.</p><p>A perda ocorre por sentença judicial quando a pessoa praticar atos nocivos aos</p><p>interesses nacionais, como tráfico, terrorismo ou contrabando, ou quando adquirir</p><p>voluntariamente outra nacionalidade.</p><p>Não perde a nacionalidade se adquirir outra nacionalidade por imposição do</p><p>Estado estrangeiro ou por reconhecimento de nacionalidade originária pela lei</p><p>estrangeira.</p><p>A Constituição brasileira permite a requisição da nacionalidade brasileira para</p><p>aqueles que a perderam, desde que sejam brasileiros natos ou naturalizados,</p><p>exceto em caso de perda por sentença judicial.</p><p>DÚVIDAS</p><p>Prof.: Vagner PATINI</p><p>vagner@patini .adv.br</p><p>https://www.instagran.com/vagnerpatini/</p><p>OBRIGADO.</p><p>mailto:vagner@patini.adv.br</p>

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