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<p>Projeto quer incentivar a inclusão das mulheres na política/SANTA CATARINA</p><p>A Escola do Legislativo Deputado Lício Mauro da Silveira, com participação da Ordem dos Advogados do Brasil – Santa Catarina (OAB/SC), lançará nesta terça-feira (15), às 18 horas, o projeto “Caravana da Inclusão da Mulher na Política”. O evento será o Plenário Deputado Paulo Stuart Wright, na Assembleia Legislativa.</p><p>O objetivo principal do projeto é conscientizar as mulheres da necessidade da participação feminina na política. A iniciativa também busca investir na formação e na preparação das mulheres para ocupar cargos eletivos, em todas as regiões de Santa Catarina.</p><p>O evento ocorreu em 24/02/2022 e contou com palestras que abordaram a participação das mulheres nos vários espaços de decisão, o empreendedorismo feminino e as questões legais relacionadas às candidaturas femininas.</p><p>A presidente da OAB/SC, Cláudia Prudêncio, fez a palestra de abertura do evento, com o tema “Sou mulher e posso fazer a diferença”. “O intuito é despertar nas mulheres catarinenses o interesse em ampliar os seus conhecimentos e, principalmente, sua participação em qualquer espaço na vida pública”, afirmou a presidente.</p><p>As deputadas Marlene Fengler (PSD), presidente da Escola, e Luciane Carminatti (PT) abriram os trabalhos e enalteceram o debate em todo o território catarinense em prol de uma efetiva participação da mulher na política.</p><p>A coordenadora da Escola do Legislativo, a ex-vereadora e ex-prefeita de São José, Adeliana Dal Pont, informou que já está confirmada para o dia 7 de março, em Chapecó, a partir das 9h, uma nova reunião em parceria com a Associação das Câmaras do Oeste de Santa Catarina (Acamosc); dia 8, em São Lourenço do Oeste, das 16h às 20h; dia 9 em Guaraciaba, das 18h às 22h. “Nas outras regiões ainda estamos definindo as datas e a programação das palestras.” Adelina destacou a importância da caravana em levar um incentivo à participação das mulheres na política.</p><p>Ela lembra que, logo no início de sua carreira política, foi candidata por imposição, inicialmente só para fazer número. “Foi uma imposição, tinha sido secretária do município e apesar de gostar de política, não me via como candidata. Depois entrei e como tinha meu nome a zelar, trabalhei muito e fui a segunda mais votada.” Adeliana salienta que as mulheres normalmente são lembradas quando são necessárias para cumprir a lei eleitoral. “Nós queremos que elas participem da política e que essa participação seja maior, daí teremos uma mudança nas Casas legislativas.”</p><p>A presidente da OAB/SC, Cláudia Prudêncio, que ministrou a palestra de abertura do evento, com o tema “Sou mulher e posso fazer a diferença”, enfatizou a importância das mulheres participarem efetivamente da política e em todos os cargos públicos e privados. “Quanto mais nós conseguirmos incentivar as mulheres de todo estado a compreender a necessidade de participar, não só do sistema político partidário, mas sim das próprias instituições como a OAB, entre outras, quanto mais mulheres no comando e na gestão, acho que nossa sociedade terá um olhar mais humanizado.”</p><p>A advogada eleitoralista, presidente Comissão de Direito Eleitoral da OAB e membro da Academia Brasileira de Direito Eleitoral e Político (Abradep), Claudia Bressan, abordou os aspectos legais para candidaturas femininas nas eleições deste ano. Ela falou um pouco da reforma eleitoral realizada em 2021, que será aplicada nas eleições deste ano, com destaque à contagem em dobro de votos daquelas candidatas que forem eleitas. “As candidatas que forem eleitas terão o dobro de votos contabilizados para distribuição do fundo partidário e do fundo eleitoral e o impacto disso é que as agremiações terão uma maior preocupação de trazerem mulheres que realmente podem ser eleitas.”</p><p>Também participou do lançamento semipresencial a administradora com pós-graduação em consultoria empresarial e gedista do programa "Psicologia Aplicado a Negócios", Adriana Loch, que falou sobre a mulher e o empreendedorismo, abordando aspectos que levam a mulher a encarar os desafios de conciliar tarefas e como equilibrar carreira, família e sonhos.</p><p>———————————————————————————————————</p><p>SENADO E A POLITICA PARA AS MULHERES</p><p>Uma minoria: a das mulheres que participam da vida política no país. De acordo com o IBGE, mais da metade da população brasileira (51,13%) é feminina, e elas representam, segundo Tribunal Superior Eleitoral, 53% do eleitorado. No entanto, ocupam hoje menos de 15% dos cargos eletivos.</p><p>Desde o início da República, em 1889, o país teve uma única presidente, Dilma Rousseff, e apenas 16 governadoras mulheres. Dessas, só oito foram eleitas para o cargo, as demais eram vice-governadoras que ocuparam o posto com a saída do titular.</p><p>As oito eleitas governaram seis estados — Maranhão, Rio Grande do Norte, Pará, Rio de Janeiro, Roraima e Rio Grande do Sul —, sendo três delas no Rio Grande do Norte. O estado nordestino, aliás, é pioneiro em participação feminina na política. Foi o primeiro, em 1927, a autorizar as mulheres a votarem e serem votadas. Também foi, em 1928, o primeiro do país a eleger uma prefeita: Alzira Soriano, na cidade de Lajes.</p><p>Apenas com o Código Eleitoral de 1932, há 90 anos, o voto feminino foi autorizado em todo o Brasil. As brasileiras então puderam ir às urnas e eleger seus representantes. Entre eles, elegeu-se uma mulher, Carlota Pereira de Queirós, em São Paulo, deputada pioneira do Parlamento.</p><p>— Ocupamos apenas 15% das cadeiras na Câmara dos Deputados; no Senado, são 13%. Nas assembleias estaduais, a mesma situação: apenas 161 mulheres foram eleitas, o que também representa uma média de 15% do total de postos. Uma vergonha! Temos de garantir a paridade de gênero no Congresso Nacional e nas assembleias. A lei que exigiu um mínimo de 30% de mulheres candidatas nas chapas foi importante, mas não é suficiente — protestou Vanessa Negrini.</p><p>Violência política</p><p>A consultora Mila Landin destaca outra frente de atuação para ampliar essa participação feminina no poder público: o combate à violência política, que atinge as mulheres, em razão do gênero, com o objetivo de prejudicar ou anular o exercício de seus direitos.</p><p>Ela lembra o assassinato da vereadora Marielle Franco no Rio de Janeiro, em 2018, como um caso emblemático de violência política de gênero. Em 2021, foi sancionada a Lei 14.192, que estabelece normas para prevenir, reprimir e combater a violência política contra a mulher.</p><p>— Mas não basta que a lei exista. É necessário que as instituições funcionem, investiguem os casos de violência e punam os criminosos. Ainda é comum que políticas mulheres ocupem posições de pouco destaque. E viram alvo de ataques de conteúdo machista quando se sobressaem — lamenta a consultora.</p><p>Relatora no Senado do PL 5.613/2020, que foi transformado na Lei 14.192, a senadora Daniella Ribeiro (PSD-PB) enfatiza que é fundamental assegurar condições para que as mulheres que têm vocação para a política sigam essa carreira.</p><p>— Não adianta dizer que é preciso mais mulheres na política e não oferecer condições, não mostrar caminhos, através dos partidos, para que isso realmente se concretize. Eu, por exemplo, enfrentei muitas dificuldades por ser mulher. Fui a primeira senadora eleita pelo meu estado, a Paraíba, e hoje posso afirmar mais do que nunca que, sim, precisamos de mais mulheres na política.</p><p>É preciso ainda a conscientização das eleitoras para que saibam escolher seus representantes, homens ou mulheres, de acordo com suas propostas e ideologias. A senadora Soraya Thronicke (União-MS) considera relevante haver figuras femininas que sirvam de exemplo e inspiração às outras mulheres e que possam representá-las verdadeiramente.</p><p>Soraya ressalta a atuação das senadoras desta legislatura, que fortaleceram sua representatividade por meio da Bancada Feminina, reunindo parlamentares de ideologias políticas diversas, mas que convergem na luta em defesa da mulher.</p><p>Uma crescente participação de mulheres na política possibilita que as pautas classificadas como “femininas” tenham maior visibilidade</p><p>no poder público, sejam consideradas relevantes e recebam um tratamento adequado. Mila Landin acrescenta que a presença da mulher na discussão política leva a avanços na legislação e na formulação de políticas públicas.</p><p>Para a senadora Zenaide Maia (Pros-RN), algumas experiências só são vividas pelas mulheres, o que acaba influenciando o modo como elas fazem política, como no caso do enfrentamento ao machismo e ao racismo. Há também uma sensibilidade maior na defesa dos direitos relativos à maternidade, ressalta.</p><p>— A mulher precisa conquistar seu espaço através do voto, do trabalho, da sensibilidade e da participação efetiva. Porque a mulher tem um jeito diferente de ser. Ela é mais humilde, mais acolhedora, mais exigente com ela mesma — completa a senadora Nilda Gondim (MDB-PB).</p><p>A senadora Mara Gabrilli (PSDB-SP) concorda que o olhar da mulher é mais carregado de humanidade. Talvez até pela construção social em que foi delegado às mulheres o papel de cuidadora, acredita:</p><p>— Essas características nos tornam mais aptas a olhar para vulnerabilidades no país e construir políticas que de fato impactam positivamente a vida das pessoas que mais precisam.</p><p>Três em cada dez candidatas nas eleições de 2020 foram discriminadas por serem mulheres. O dado é da segunda edição da pesquisa Equidade de Gênero na Política, realizada pelo DataSenado em parceria com o Observatório da Mulher contra a Violência.</p><p>De acordo com o levantamento, ao responderem à pergunta “Você já foi discriminado(a) no ambiente político por causa do seu gênero?”, 32% das candidatas entrevistadas responderam positivamente, contra 10% dos candidatos do sexo masculino entrevistados.</p><p>O relatório completo dessa pesquisa será divulgado durante o seminário Mais Mulheres na Política, que acontecerá no Plenário do Senado nesta segunda, dia 30 de maio, a partir das 14h (com transmissão ao vivo pela TV Senado e pelo portal e-Cidadania).</p><p>A primeira edição da pesquisa, realizada em 2016, analisou os candidatos às eleições de 2012.</p><p>Baixa representatividade</p><p>O levantamento investigou os motivos da baixa representatividade feminina em cargos eletivos, além da presença de violência política em ambos os gêneros. Entre 22 de março e 13 de abril de 2022, foram entrevistados 2.850 candidatos, que foram questionados sobre suas motivações para entrar na política, a influência da família e a responsabilidade em relação às atividades domésticas, entre outros assuntos.</p><p>O estudo contou com o apoio do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que assinou um acordo de cooperação técnica com o DataSenado. O TSE forneceu os dados de candidatos e candidatas das eleições de 2018 e 2020, o que possibilitou as entrevistas por telefone com essas pessoas.</p><p>— A novidade deste ano em relação à edição de 2016 é o bloco sobre violência política, em que é possível comparar a opinião de homens e mulheres e a vivência deles em relação a essa situação — ressaltou Isabela.</p><p>— Nos envergonha sermos o rodapé da representatividade feminina em relação ao mundo: sermos apenas 15% no Legislativo, quando a média mundial é 30%.</p><p>Fonte: Agência Senado</p><p>Pequenas mudanças positivas</p><p>A Emenda Constitucional 111, promulgada em setembro de 2021, determinou a contagem em dobro dos votos dados a mulheres e pessoas negras no cálculo da distribuição dos recursos dos fundos partidário e eleitoral nas eleições. A medida vale a partir deste ano até 2030. outra emenda constitucional foi promulgada pelo Congresso como ação afirmativa para estimular candidaturas femininas. A EC 117 incluiu na Constituição a aplicação de percentuais mínimos de recursos do fundo partidário nas campanhas de mulheres e em programas voltados à participação delas na política.</p><p>Na prática, passa a ser regra constitucional a destinação de 30% dos recursos de campanha dos partidos para candidaturas femininas. E se o partido lançar mais que 30% de candidaturas femininas, o tempo de rádio e TV e os recursos devem aumentar na mesma proporção.</p><p>— Essas características nos tornam mais aptas a olhar para vulnerabilidades no país e construir políticas que de fato impactam positivamente a vida das pessoas que mais precisam.</p><p>PARTICIPAÇÃO FEMININA</p><p>NO SENADO</p><p>1871</p><p>A PRIMEIRA SENADORA</p><p>Herdeira do trono imperial do Brasil, a princesa Isabel teve direito a uma cadeira no Senado quando completou 25 anos de idade. Senadores da época se dividiram quanto à legitimidade da questão, e alguns argumentavam que apenas os príncipes homens teriam esse direito. Não há registros que ela tenha exercido o cargo, mas Isabel é considerada a primeira mulher senadora na história do país.</p><p>A Constituição de 1988 foi a primeira a trazer ao ordenamento jurídico brasileiro a igualdade de direitos e obrigações entre homens e mulheres (artigo 5º, inciso I). A igualdade jurídica prevista de forma expressa no texto deve muito ao trabalho de 26 mulheres eleitas em 1986 para a Assembleia Nacional Constituinte, instalada no ano seguinte e responsável pela elaboração da nova Carta da República.</p><p>O grupo, conhecido como a “Bancada do Batom”, manteve mobilizações e pressões ao longo do processo constituinte e serviu de elo com os movimentos sociais de representação feminina. As deputadas e senadoras se articularam em torno das reivindicações da “Carta da Mulher Brasileira aos Constituintes”, entregue a Ulysses Guimarães, presidente da Assembleia Nacional Constituinte, elaborada pelo Conselho Nacional dos Direitos da Mulher como resultado de uma intensa campanha nacional.</p><p>Cerca de 80% dessas propostas foram incorporados ao texto constitucional, assegurando às mulheres diversos direitos fundamentais, como a licença-maternidade de 120 dias, a proteção do mercado de trabalho e a proibição de diferença salarial, de exercício de funções e de critério de admissão. A nova Constituição também criou novas obrigações do Estado brasileiro de implementar políticas públicas voltadas para a salvaguarda das mulheres na sociedade.</p><p>Representatividade</p><p>Em 34 anos, as mulheres passaram a ocupar cadeiras nos três Poderes: na Presidência na República (Dilma Rousseff, de 2010 a 2016), nos Tribunais Superiores, na Câmara dos Deputados e no Senado Federal.</p><p>Atualmente, o Supremo Tribunal Federal e Superior Tribunal de Justiça (STJ) são presididos por mulheres: ministras Rosa Weber e Maria Thereza de Assis Moura, respectivamente. Há duas ministras no STF, seis no Tribunal Superior do Trabalho (TST) e seis no STJ. No Poder Legislativo, elas ocupam 77 cadeiras na Câmara dos Deputados e 17 no Senado Federal.</p><p>Em 2008, o plenário do STF testemunhou mais uma vitória da representatividade feminina, quando a primeira mulher indígena a se tornar advogada no Brasil ocupou a tribuna para defender o povo da etnia Wapichana. Joênia Batista de Carvalho atuou no julgamento sobre os limites da Reserva Indígena Raposa Serra do Sol (PET 3388).</p><p>“Passo a passo, avançamos no caminho da concretização efetiva da igualdade de gênero, assegurada no texto constitucional, e da participação nos espaços de poder”, afirmou a ministra Rosa Weber, quando recebeu a Medalha Mietta Santiago, em março deste ano, na Câmara dos Deputados.</p><p>Contudo, segundo a ministra do STF Cármen Lúcia, ainda há um déficit social grande. “Nas primeiras instâncias do Poder Judiciário, onde se ingressa por concurso público, as mulheres hoje estão em igualdade ou em maioria. Mas, nos cargos superiores, em que atua também uma arena política, se tem um número muito menor de mulheres”.</p><p>5. IGUALDADE DE GÊNERO</p><p>As fábricas e oficinas instaladas pelos Amigos do Bem oferecem oportunidades de emprego para mulheres do sertão. Muitas delas nunca haviam recebido um salário. Nas escolas e Centros de Transformação, meninas e meninos recebem educação de qualidade e são encorajados a seguir os seus sonhos.</p><p>PROJETO DE LEI Nº , DE 2013 (Da Sra. IRINY LOPES) Dispõe sobre normas de equidade de gênero e raça, de igualdade das condições de trabalho, de oportunidade e de remuneração no serviço público. O Congresso Nacional decreta: Art. 1º Esta Lei dispõe sobre normas de equidade</p><p>de gênero e raça, de igualdade das condições de trabalho, de oportunidade e de remuneração no serviço público. Art. 2º A Administração Pública federal direta e indireta garantirá idêntica remuneração a cargos ou funções iguais, independente do sexo do servidor público. Art. 3º Os servidores públicos terão igualdade de oportunidades e de trato, independentemente de sua etnia, religião, opinião política, gênero e orientação sexual. Art. 4º A Administração Pública federal direta e indireta desenvolverá políticas destinadas a combater o preconceito de gênero, orientação sexual, raça e etnia, propondo instrumentos que eliminem distorções, consolidem a igualdade de oportunidades ao emprego, aos cargos, e à remuneração justa e compatível entre homens e mulheres, independente de gênero, orientação sexual, raça e etnia. 2 § 1º Nas políticas a que se refere o caput, serão observados o princípio da transversalidade das ações, a Declaração da Organização Internacional do Trabalho (OIT), quanto aos Princípios e Direitos Fundamentais no Trabalho, a Constituição Federal e os tratados internacionais dos quais o Brasil é signatário. § 2º A Administração Pública federal direta e indireta promoverá seminários e palestras que tenham por objeto discutir o tema da violência contra o servidor público, seja de ordem psicológica, moral, física, ética, de privação de direitos ou de ameaça, bem como facilitará a criação de grupos de apoio às vítimas desses atos. Art. 5º As denúncias de violência e assédio sexual ou moral ocorridas no ambiente de trabalho contra servidor público serão apurados pelo órgão competente no prazo máximo de trinta dias, a contar da apresentação de denúncia escrita. Art. 6º A prática de violência e assédio sexual ou moral constitui infração punível nos termos do art. 127, II e III, da Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990, conforme a gravidade da infração cometida, a ser apurada no inquérito administrativo correspondente, sem prejuízo da responsabilidade penal e civil do agente. Art. 7º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. JUSTIFICAÇÃO Pesquisa “Desigualdades de gênero e raça no mercado de trabalho brasileiro e suas implicações para as políticas de emprego”, realizada por Lia Abramo para a Organização Internacional do Trabalho (OIT) – Brasil, em 2004, pontuava que: “Eixos estruturantes dos padrões de desigualdade e exclusão social: é impossível entender a matriz da desigualdade social no Brasil sem considerar as suas dimensões de gênero e raça. É impossível alterar significativamente esse padrão de desigualdade e exclusão sem enfrentar simultaneamente as as desigualdades e a discriminação de gênero e raça”. 3 Com relação às desigualdades de rendimentos, o estudo informa que em 2001, por hora trabalhada: – Mulheres: recebiam 79% do rendimento dos homens – Negros: recebiam 50% do rendimento dos brancos – Mulheres negras: recebiam 39% do rendimento dos homens brancos. Outro estudo, o Relatório Anual das Desigualdades Raciais no Brasil 2007-2008, elaborado pelo Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), divulgou que 20,6 milhões de pessoas ingressaram no mercado de trabalho de 1995 a 2006. Desse número, apenas 7,7 milhões eram brancos. O restante – 12,6 milhões de pessoas – eram pardas e pretas. Entretanto, ao se observar o rendimento mensal real do trabalho, a desigualdade de raça e a de gênero prevalecem. O vencimento médio dos homens brancos em todo país era 53% maior do que a remuneração obtida pelas mulheres brancas. O rendimento dos homens brancos era ainda 98,5% superior ao dos homens negros e pardos e 200% superior ao rendimento das mulheres negras. Esses e outros diagnósticos têm em comum a identificação das desigualdades de oportunidades e de remuneração entre homens e mulheres e brancos e negros, que prevalecem a despeito dos avanços e das políticas públicas voltadas para mulheres e negros/as implementadas nos últimos anos. A pesquisa “Experiências Sindicais com Cláusulas de Inclusão e Igualdade de Oportunidades”, feita pela Internacional de Serviços Públicos - ISP Brasil, em 2006, “evidencia que a luta é importante tanto a/o trabalhador/a do setor privado assim como para o/a servidor/a público/a. As demandas para políticas de igualdade de oportunidades são relevantes para todas as regiões do país e estão acontecendo de maneira mais perceptível no setor privado. O setor público enfrenta entraves burocráticos-políticos mais difíceis para consolidar políticas de inclusão”. Embora existam algumas iniciativas pontuais, como a criação de um Comitê Pró-Equidade no Ministério das Minas e Energias, entendemos que a regra deva valer para todo o serviço público federal Enfim, 4 há que se criar mecanismos que transponham a barreira cultural que submete mulheres, negros e negras, mesmo quando exercem funções idênticas a de homens brancos, a uma inferioridade que não se sustenta mais na atualidade e contraria os preceitos constitucionais, os tratados internacionais que versam sobre o tema e que contam com adesão do Brasil. Nesse sentido, este projeto pretende contribuir para a construção de políticas públicas inclusivas que efetivamente colaborem para a eliminação de toda e qualquer discriminação, seja de gênero, raça e etnia. Cientes da relevância da matéria, esperamos contar com o apoio de nossos nobres Pares no Congresso Nacional para sua aprovação.</p><p>image1.png</p><p>image2.png</p><p>image3.png</p><p>image4.jpg</p>