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99 99165-2562 PROPOSTA DE REDAÇÃO A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “O espaço das mulheres no cenário político”, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista. TEXTO I Deputadas e especialistas criticaram nesta sexta-feira (27) a baixa representatividade feminina na política brasileira. O tema foi debatido pelo Observatório Nacional da Mulher na Política, da Secretaria da Mulher da Câmara dos Deputados. Procuradora da Mulher da Câmara, a deputada Tereza Nelma (PSDB-AL) lamentou o percentual ainda pequeno de mulheres no Parlamento brasileiro, em comparação com países conhecidos por negarem direitos às mulheres. “Somos apenas 15% dos integrantes na Câmara Federal. E o Brasil perde para quase todos os países da América Latina em percentuais de participação política de mulheres. Vejam só, até neste momento difícil do Afeganistão, principalmente para as mulheres e crianças, vemos que lá o Parlamento tem 27% de mulheres”, declarou. Em julho, o Brasil ocupava a posição de número 140 no que se refere à participação política feminina, em ranking que contempla 192 países pesquisados pela União Interparlamentar. O País está atrás de todas as nações da América Latina, com exceção do Paraguai e do Haiti. No Brasil, a Câmara dos Deputados possui apenas 15% de mulheres; e o Senado Federal,12%. Em âmbito municipal, 900 municípios não tiveram sequer uma vereadora eleita nas eleições de 2020. Disponível em: <https://www.camara.leg.br/noticias/800827-especialistas-lamentam-baixa-representatividade-feminina-na-politica/> TEXTO II Disponível em: <https://www12.senado.leg.br/noticias/infomaterias/2022/05/aliados-na-luta-por-mais-mulheres-na-politica/> TEXTO III Primeira mulher a ser eleita governadora de Pernambuco, Raquel Lyra (PSDB) montou o secretariado com o maior número de mulheres da história do estado. Dos 27 nomes escolhidos para a equipe, 13 são mulheres. A maioria da equipe, porém, é composta por homens: eles são 14 em todo o secretariado. O número de mulheres, no entanto, é bem superior aos demais governos. A equipe que encerrou o mandato do ex-governador Paulo Câmara (PSB) tinha cinco mulheres entre 23 secretários (21,73% da equipe). Desde 1995, entre os times anunciados após as posses dos governadores, o que tinha mais mulheres era o composto por Eduardo Campos no segundo mandato, em 2011. A gestão começou com quatro mulheres entre 27 secretários. Uma delas era a própria Raquel Lyra, então secretária especial de Articulação Social. Disponível em:<https://www.gazetadopovo.com.br/republica/lula-tem-numero-recorde-de-mulheres-em-ministerios-alto-escalao/> TEXTO IV : A Emenda Constitucional (EC) nº 97/2017 vedou, a partir de 2020, a celebração de coligações nas eleições proporcionais para a Câmara dos Deputados, Câmara Legislativa, assembleias legislativas e câmaras municipais. Um dos principais reflexos da mudança se dará no ato do pedido de registro de candidaturas à Justiça Eleitoral, especialmente porque, com o fim das coligações, cada partido deverá, individualmente, indicar o mínimo de 30% de mulheres filiadas para concorrer no pleito. Segundo o Glossário Eleitoral, coligação é a união de dois ou mais partidos com vistas à apresentação conjunta de candidatos a determinada eleição. Quando é celebrada uma coligação, esse grupo de partidos passa a se relacionar com a Justiça Eleitoral de uma maneira única. Contudo, com as alterações promovidas pela EC 97, nas eleições proporcionais, cada agremiação partidária terá de indicar seus candidatos. De acordo com o secretário Judiciário do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Fernando Alencastro, a partir de 2020, as legendas deverão encaminhar à Justiça Eleitoral, juntamente com o Demonstrativo de Regularidade de Atos Partidários (DRAP), a lista de candidatas que concorrerão no pleito, respeitando-se o percentual mínimo de 30% e o máximo de 70% para candidaturas de cada sexo. A regra está prevista no artigo 10, parágrafo 3º da Lei nº 9.504/1997 (Lei das Eleições). “Antes, a indicação de mulheres para participar das eleições era por coligação e, agora, será por partido. A mudança vai impactar principalmente o fomento à participação feminina na política, muito incentivado pela legislação. Agora, o partido não vai poder ter como escudo outros partidos para que, enquanto coligação, eles atingissem os 30%”, observa Alencastro. Participa Mulher Para incentivar o protagonismo feminino na política a Comissão Gestora de Política de Gênero do TSE (TSE Mulheres) criou o projeto #ParticipaMulher. A página na internet dessa campanha permanente da Justiça Eleitoral reúne informações sobre a história do voto feminino, as primeiras mulheres a conquistar espaços de relevância no meio político e notícias que abordam a atualidade dessa participação. A Comissão TSE Mulheres foi instituída em 2019 para atuar no planejamento e no acompanhamento de ações relacionadas ao incentivo à participação feminina na política e na Justiça Eleitoral. A ideia é inspirar mulheres a ocuparem cargos políticos e mostrar que o aumento de lideranças femininas é bom para toda a sociedade. TEXTO V : A sub-representação da mulher na política não é apenas injusta, é também prejudicial ao país (...). “Isso tem que mudar. É uma sub-representação não apenas injusta, mas que tem consequências indesejáveis para o nosso país. Digo isso porque acredito que a maior participação das mulheres — além de fazer avançar as pautas femininas, evidentemente — traz um novo olhar para a política, muda o jeito de se fazer política”, diz o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco. A ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) Cármen Lúcia, também ministra substituta do TSE, lembrou que a desigualdade entre homens e mulheres se reflete no Judiciário, com menos de 40% dos quadros da magistratura ocupados por integrantes do sexo feminino. Para ela, é preciso lembrar que, dentre as mulheres, há, ainda, grupos mais prejudicados: ainda, na magistratura, apenas 7% das mulheres são negras. A ministra lembrou que, apesar de a Constituição garantir igualdade, não há igualdade efetiva nos direitos. “A desigualdade é uma violência, mas nós não estamos mais no momento de buscar uma revolução eventual ou um movimento de mulheres. Nós somos mulheres em movimento histórico e inédito, sim, não é um ou outro movimento. Nós estamos em movimento permanente para que consigamos vencer essa etapa de barbárie contra a civilização, que é de tratar um ser humano como se fosse desigual do outro por ele ser o que ele é”, lembrou a ministra. (Disponível em: https://www12.senado.leg.br/noticias/materias/2022/05/30/sub-representacao-da-mulher-na-politica-prejudica-o-pais-dizem-parlamentares - Acesso em: 18 ago. 2022. Adaptado). TEXTO VI A primeira Marcha das Mulheres em Washington pelo direito ao voto, que aconteceu em 3 de março de 1913, é um marco histórico do surgimento do movimento feminista nos Estados Unidos. As norte-americanas e, principalmente, as britânicas protagonizaram esse movimento que se espalhou pelo mundo. Tal luta estendeu-se por décadas e sofreu muita resistência, tanto da classe política quanto da sociedade da época. Acreditava-se que a expansão dos direitos femininos abalaria a instituição da família. A principal reivindicação das sufragistas está no campo dos direitos políticos: o direito de votar e ser votada. Por que é tão importante ter direitos políticos? No campo da política é que as leis são feitas e os recursos públicos alocados e transformados em programas governamentais. Dessa forma, ter direitos e ser alcançado por políticas públicas é algo que depende de estar-se politicamente representado pelos legisladores e executores eleitos. Quando as mulheres notaram que as desigualdades econômica, educacional e jurídicaque as acometiam tinham relação direta com a ausência de representação delas na classe política, e que sua reparação não seria feita por políticos que não tinham que prestar contas a um eleitorado feminino, elas buscaram ativamente ser incluídas nos direitos políticos. Portanto, o voto e a elegibilidade não seriam fins em si mesmos, mas meios para equalizar-se as demandas femininas desconsideradas nas esferas de decisão. (Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/sociologia/movimento-sufragista.htm#Quais+as+reivindica%C3%A7%C3%B5es+das+sufragistas%3F - Acesso em: 18 ago. 2022. Adaptado). TEXTO VII image3.png image4.png image5.png image1.png image2.png