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Prévia do material em texto

<p>1</p><p>Direito da</p><p>Propriedade</p><p>2</p><p>3</p><p>Sumário</p><p>Situações Jurídicas</p><p>Aspectos Introdutórios sobre as Situações e as Relações Jurídicas</p><p>Aspectos Gerais sobre as Relações Jurídicas</p><p>Conceito e Teorias</p><p>Estrutura da Relação Jurídica</p><p>Relação Jurídica e Situação Jurídica</p><p>Bens Jurídicos</p><p>Aspectos Introdutórios sobre os Bens Jurídicos</p><p>Distinção Entre Coisa e Bem Jurídico</p><p>Conceito de Bem Jurídico</p><p>Bens Corpóreos e Incorpóreos</p><p>Patrimônio</p><p>Classificações dos Bens</p><p>Aspectos Gerais sobre as Classificações dos Bens Jurídicos</p><p>Bens Considerados em si Mesmos</p><p>Bens Imóveis</p><p>Bens Móveis</p><p>Bens Fungíveis e Consumíveis</p><p>Bens Divisíveis</p><p>Bens Singulares e Coletivos</p><p>Dos Bens Reciprocamente Considerados</p><p>CLIQUE NO CAPÍTULO PARA SER REDIRECIONADO</p><p>6</p><p>7</p><p>8</p><p>9</p><p>11</p><p>13</p><p>15</p><p>16</p><p>17</p><p>19</p><p>20</p><p>22</p><p>24</p><p>25</p><p>27</p><p>27</p><p>28</p><p>29</p><p>30</p><p>31</p><p>32</p><p>4</p><p>Sumário</p><p>Bens Públicos</p><p>Aquisições, Modificações e Perda dos Direitos</p><p>Aspectos Introdutórios sobre Aquisições Modificações e Perda de</p><p>Direito</p><p>Aquisição de Direitos</p><p>Aquisição de Direitos no Âmbito Patrimonial</p><p>Classificação Quanto ao Processamento da Aquisição de Direitos</p><p>Classificação Quanto à Extensão da Aquisição de Direitos</p><p>Classificação Quanto ao Processo Formativo da Aquisição de Direitos</p><p>Outros Aspectos da Aquisição de Direitos</p><p>Conservação ou Defesa de Direitos</p><p>Modificação de Direitos</p><p>Espécies de Modificação de Direitos</p><p>Extinção dos Direitos</p><p>Referências</p><p>CLIQUE NO CAPÍTULO PARA SER REDIRECIONADO</p><p>33</p><p>35</p><p>35</p><p>36</p><p>36</p><p>36</p><p>38</p><p>39</p><p>39</p><p>40</p><p>41</p><p>42</p><p>42</p><p>42</p><p>44</p><p>5</p><p>Objetivos Definição</p><p>Explicando Melhor Você Sabia?</p><p>Acesse Resumindo</p><p>Nota Importante</p><p>Saiba Mais Reflita</p><p>Atividades Testando</p><p>Para o início do</p><p>desenvolvimento de uma</p><p>nova competência;</p><p>Se houver necessidade</p><p>de se apresentar um novo</p><p>conceito;</p><p>Algo precisa ser melhor</p><p>explicado ou detalhado;</p><p>Curiosidades indagações</p><p>lúdicas sobre o tema em</p><p>estudo, se forma necessárias;</p><p>Se for preciso acessar um</p><p>ou mais sites para fazer</p><p>download, assistir vídeos, ler</p><p>textos, ouvir podcast;</p><p>Quando for preciso se fazer</p><p>um resumo acumulativo</p><p>das últimas abordagens;</p><p>Quando forem necessárias</p><p>observações ou</p><p>complementações para o</p><p>seu conhecimento;</p><p>As observações escritas</p><p>tiveram que ser priorizadas</p><p>para você;</p><p>Textos, referências</p><p>bibliográficas e links para</p><p>aprofundamento do seu</p><p>conhecimento;</p><p>Se houver a necessidade</p><p>de chamar a atenção</p><p>sobre algo a ser refletido ou</p><p>discutido sobre;</p><p>Quando alguma atividade</p><p>de autoaprendizagem for</p><p>aplicada;</p><p>Quando o desenvolvimento de</p><p>uma competência for concluído</p><p>e questões forem explicadas.</p><p>6</p><p>@faculdadelibano_</p><p>1</p><p>Situações</p><p>Jurídicas</p><p>7</p><p>Direito da Propriedade Capitulo 1</p><p>Situações Jurídicas</p><p>Aspectos Introdutórios sobre as Situações e as Relações Jurídicas</p><p>O Direito Civil é responsável por estabelecer as relações firmadas entre os indivíduos.</p><p>Assim, as relações jurídicas têm como origem a necessidade e a existência dos</p><p>relacionamentos presentes na vida em sociedade, por isso são de interesse, além de ser</p><p>objeto de estudo, do Direito.</p><p>Formalmente, é correto dizer que as relações jurídicas têm como ponto de partida os</p><p>fatos jurídicos, que acabam envolvendo os acontecimentos naturais ou voluntários que</p><p>expressam algum nível de relevância para o sistema jurídico. Assim, os fatos jurídicos</p><p>responsáveis por despertar o interesse ou o campo de atuação pertencente à esfera</p><p>jurídica irão gerar uma identificação entre o fato ocorrido e a determinada norma</p><p>jurídica, de forma a surgir um conjunto de direitos, deveres e obrigações que decorrem</p><p>do fato em questão, considerando os ensinamentos dos doutrinadores.</p><p>É importante ressaltar que nem todo fato é capaz de produzir interesse e relevância</p><p>para o âmbito jurídico. Para que o fato seja dotado de juridicidade, é preciso que seja</p><p>previsto de forma prévia pelo ordenamento jurídico que o enquadre como tal.</p><p>Objetivos</p><p>Ao término deste capítulo, você será capaz de entender em que consiste</p><p>a ciência do Direito e como ela está relacionada com a moral e com</p><p>a justiça. Certamente isto será fundamental para a compreensão dos</p><p>capítulos a seguir. Motivado para desenvolver esta competência? Então</p><p>vamos lá. Avante!</p><p>8</p><p>Direito da Propriedade Situações Jurídicas Capitulo 1</p><p>Outro aspecto importante a ser esclarecido é a distinção entre fato e ato jurídico, já que</p><p>esses dois termos não podem ser confundidos. Assim, em conformidade com o ensinado</p><p>por Mello (2009, p. 370), o fato jurídico é um gênero do qual o ato jurídico é espécie.</p><p>O mencionado autor conceitua “ato jurídico” como sendo “qualquer acontecimento a</p><p>que o Direito imputa e enquanto imputa efeito jurídicos”, enquanto os fatos jurídicos</p><p>são situações simples que apresentam consequência no âmbito jurídico, sendo estas</p><p>fixadas por lei. Nesse sentido, o autor apresenta uma regra geral acerca da distinção</p><p>presente entre as expressões “ato jurídico” e “fato jurídico”, a partir da qual conclui que:</p><p>Toda vez que se estiver perante uma dicção prescritiva de direito (seja ela oral,</p><p>escrita, expressada por mímica ou sinais convencionais) estar-se-á perante um</p><p>ato jurídico; ou seja, perante um comando jurídico. Quando, diversamente, se esteja</p><p>ante um evento não prescritivo ao qual o Direito atribua consequências jurídicas,</p><p>estar-se-á perante um fato jurídico. (MELLO, 2009, p. 370)</p><p>Em outras palavras, os fatos jurídicos podem ser compreendidos como todo</p><p>acontecimento que seja capaz de produzir efeitos jurídicos, independentemente deste</p><p>ser natural ou humano. Os fatos jurídicos categorizados como decorrentes das ações</p><p>humanas são, justamente, os atos jurídicos, sendo estes responsáveis por criar, modificar</p><p>ou extinguir as relações jurídicas. É importante destacar que os negócios jurídicos</p><p>também são fatos jurídicos decorrentes da conduta pessoal, ou seja, da vontade</p><p>humana.</p><p>Aspectos Gerais sobre as Relações Jurídicas</p><p>Diante do exposto até aqui, já foi possível compreender que as relações jurídicas estão</p><p>presentes em nosso cotidiano, sendo atuais nos mais diversos setores das nossas vidas,</p><p>já que se manifestam nas esferas pessoais, profissionais e sociais. Ao nos relacionarmos</p><p>com outras pessoas, mesmo que não notemos, estamos firmando relações jurídicas, isto</p><p>é, a quantidade de relações firmadas no âmbito jurídico é tão ampla que é praticamente</p><p>impossível que as legislações consigam dispor acerca de todas, por isso o Direito é um</p><p>campo que precisa estar em constante atualização, para que possa continuar tendo</p><p>efetividade e aplicação com base nas necessidades e vontades humanas.</p><p>14 Direito Civil</p><p>9</p><p>Direito da Propriedade Situações Jurídicas Capitulo 1</p><p>Dessa maneira, querido aluno, antes de adentrar nos detalhes acerca das relações</p><p>jurídicas presentes no âmbito das relações privadas pertencentes ao Direito Civil, você</p><p>consegue imaginar alguma situação prática cotidiana que comprove a presença das</p><p>relações jurídicas no dia a dia?</p><p>Se a sua resposta a essa pergunta foi “não”, fique tranquilo, pois iremos aprender os</p><p>principais aspectos sobre esse tema em detalhes. Contudo, de fato, as relações jurídicas</p><p>estão presentes em nossa rotina, assim, podemos citar como exemplos de relações</p><p>jurídicas o vínculo firmado entre o locador e o locatário, que estabelecem um contrato</p><p>de locação, assim como a relação resultante do casamento ou da união estável.</p><p>Conceito e Teorias</p><p>Segundo Ráo (1999), um dos primeiros conceitos atribuídos às relações jurídicas foi</p><p>estabelecido por Savingy, que apresenta tais relações como sendo o vínculo jurídico</p><p>formado entre as pessoas, podendo também ser firmado entre indivíduos e grupos, ou</p><p>até mesmo entre grupos, no qual cada uma das partes que compõe a relação tem uma</p><p>função distinta e um papel determinado a ser cumprido, de modo que uma das partes</p><p>deve prestar algum serviço e/ou produto à outra. É importante destacar, ainda, que as</p><p>relações jurídicas irão surgir a partir da manifestação de vontade das partes envolvidas.</p><p>Desde o estabelecimento do conceito de relações</p><p>básicos de Direito Penal. Saraiva: São Paulo, 2012.</p><p>VENOSA, S. S. Direito Civil: parte geral. São Paulo: Atlas, 2004.</p><p>46</p><p>jurídicas, esse termo passou a ser</p><p>utilizado nas mais diversas legislações civilistas do mundo, estando presente no Código</p><p>Civil brasileiro de 1916, assim como no atual Código Civil brasileiro, que está em vigor</p><p>desde 2002.</p><p>Apesar do conceito apresentado, as mudanças ocorridas no meio jurídico tiveram como</p><p>resultado a criação de duas teorias relativas à definição das relações jurídicas, sendo</p><p>estas denominadas Teoria Personalista e Teoria Normativista.</p><p>Assim, os adeptos da teoria personalista, também conhecida como Teoria Subjetivista,</p><p>em conformidade com o pensamento de Silva (2010), acreditam que a relação é firmada</p><p>a partir do vínculo entre dois ou mais indivíduos e/ou grupos, tendo como origem uma</p><p>relação social, que possa ter como resultado a promoção de consequências jurídicas,</p><p>assim, há dois fatores determinantes: a relação social e a transformação da relação</p><p>10</p><p>Direito da Propriedade Situações Jurídicas Capitulo 1</p><p>de fato em relação de direito, correspondendo à ordem material e à ordem formal,</p><p>respectivamente.</p><p>As vantagens trazidas por essa teoria para o campo estrutural e formal são importantes,</p><p>contudo, parte da doutrina tece duras críticas a essa corrente teórica, já que, com base</p><p>na sua definição, alguns tipos de relações jurídicas acabam ficando excluídas, por</p><p>exemplo, aquelas relações que apresentam somente um sujeito ou pessoa, como nos</p><p>assuntos relativos aos direitos personalíssimos.</p><p>Por sua vez, a Teoria Normativista, também denominada Teoria Objetivista, estabelece</p><p>que a relação jurídica será firmada entre os sujeitos e o ordenamento jurídico, sendo a</p><p>união oficializada com base nos termos presentes na norma jurídica. As partes presentes</p><p>na relação em questão não se encontram em situação de oposição, mas formam uma</p><p>colaboração recíproca, que deve ser regida em conformidade com as mencionadas</p><p>normas. Em outras palavras, o ordenamento jurídico será responsável por se encontrar</p><p>em um dos lados da relação, à medida que o outro é composto pelos sujeitos que terão</p><p>seus interesses regulados pela norma.</p><p>A Teoria Normativista supre a crítica destinada à Teoria Personalista, já que por meio</p><p>dela é possível que as relações jurídicas sejam firmadas entre as pessoas e os grupos</p><p>compostos por estas, mas também entre um sujeito e uma coisa, ou entre pessoas</p><p>e lugares, e assim por diante, eliminando a restrição apresentada pela teoria anterior.</p><p>Apesar de suprir esse quesito, críticas distintas a esse fator acabam surgindo. Assim,</p><p>são apresentadas três principais críticas destinadas à Teoria Normativista, sendo elas</p><p>(AMARAL, 2007):</p><p>1. O direito disciplina e organiza as relações entre homens na tutela de seus interesses.</p><p>2. A relação jurídica supõe um poder jurídico a que se contrapõe correspondente dever,</p><p>não podendo este se dirigir contra coisas, ou lugares, mas sim contra pessoas.</p><p>3. É inconcebível um poder de uma pessoa sem a correspondente limitação com as</p><p>demais.</p><p>11</p><p>Direito da Propriedade Situações Jurídicas Capitulo 1</p><p>Assim, as críticas destinadas à Teoria Objetivista acabam sendo maiores e mais duras,</p><p>já que, na tentativa de sanar as lacunas presentes na Teoria Personalista, acaba</p><p>estabelecendo o ordenamento jurídico e a própria como norma, sendo parte da relação</p><p>jurídica, um fato inconcebível. Se as relações jurídicas fossem realmente estabelecidas</p><p>dessa maneira, então, as pessoas e os grupos integrantes das relações jurídicas não</p><p>teriam autonomia para dispor acerca dos seus interesses, pois apenas a norma seria</p><p>objeto da mencionada relação, não podendo ser estabelecidos critérios externos a ela,</p><p>mesmo que fornecida a devida obediência legal.</p><p>Ao contrário do que afirma a Teoria Normativa, as relações jurídicas só podem ser</p><p>firmadas entre as pessoas e os grupos que estas possam vir a compor, não sendo</p><p>admitidas as supostas relações jurídicas firmadas entre as pessoas, as coisas e os</p><p>lugares, já que estes são considerados elementos externos à relação, não integrando os</p><p>seus elementos.</p><p>Estrutura da Relação Jurídica</p><p>A relação jurídica pode ser compreendida como o vínculo estabelecido entre duas ou</p><p>mais pessoas em razão de interesses em comum ou voltados para determinado objeto,</p><p>devendo ser levadas em consideração as normas presentes no ordenamento jurídico</p><p>brasileiro. Diante disso, existem quatro elementos que compõem a estrutura da relação</p><p>jurídica presente no Direito Civil, estando estas representadas na Figura 1.</p><p>FIGURA 1</p><p>Estrutura da relação jurídica</p><p>FONTE</p><p>Elaborada pela autora (2020).</p><p>12</p><p>Direito da Propriedade Situações Jurídicas Capitulo 1</p><p>Nesse sentido, o primeiro elemento estrutural a ser destacado no âmbito das relações</p><p>jurídicas é o sujeito. Este é subdividido em sujeito ativo e passivo, tendo em vista que as</p><p>relações não são unilaterais. Assim, todos os sujeitos presentes nas relações em questão</p><p>têm direitos e deveres.</p><p>EXEMPLO:</p><p>Com o intuito de esclarecer o fato de todos os sujeitos presentes nas relações jurídicas</p><p>terem direitos e deveres, imagine a seguinte situação: João decide comprar um imóvel</p><p>localizado no bairro x, já que a residência fica mais próxima ao seu local de trabalho.</p><p>Diante disso, entra em contato com o vendedor do referido imóvel, o senhor Mário, que</p><p>informa que a residência custa R$ 150 mil, estabelecendo, ainda, a forma de pagamento.</p><p>Satisfeito com o valor e, depois de realizar a visita ao seu futuro imóvel, José decide</p><p>efetuar a compra e o devido contrato é firmado com Mário. Assim, o imóvel é entregue</p><p>após o pagamento da entrada no valor de R$ 15 mil, sendo o restante dividido em 30</p><p>meses. Nesse exemplo, temos uma relação jurídica, na qual João e Mário são os sujeitos,</p><p>e João tem o direito de receber o imóvel, à medida que apresente o dever de pagar o</p><p>valor acordado, enquanto Mário apresenta o dever de entregar o imóvel, tendo o direito</p><p>de receber o mencionado pagamento. Diante disso, querido aluno, acredito que tenha</p><p>ficado mais clara a afirmação de que todos os sujeitos presentes na relação jurídica</p><p>apresentam tanto direitos como deveres, e não apenas um desses.</p><p>Levando em consideração o exemplo acima, quem você acredita que está ocupando o</p><p>papel de sujeito ativo e quem é o sujeito passivo?</p><p>O sujeito ativo é aquele que ocupa a posição de credor na relação, aquele que tem</p><p>o direito de exigir seu cumprimento, na medida em que o sujeito passivo ocupa o</p><p>lugar de devedor da prestação principal, conforme Ráo (1999). Assim, respondendo ao</p><p>questionamento acima, o sujeito ativo seria Mário, já que a sua parte de entregar o imóvel</p><p>foi cumprida e o ele tem o direito de cobrar o pagamento das parcelas acordadas, sendo,</p><p>portanto, o credor da relação, enquanto João seria o devedor e, consequentemente,</p><p>estaria ocupando a posição de sujeito passivo.</p><p>O outro elemento estrutural referente à relação jurídica é o objeto, sendo esse o elemento</p><p>sobre o qual os sujeitos fixam o acordo. Ainda considerando o exemplo fornecido, o</p><p>objeto das relações jurídicas entre João e Mário seria o imóvel.</p><p>13</p><p>Direito da Propriedade Situações Jurídicas Capitulo 1</p><p>Este não deve ser confundido com o conteúdo dos direitos. Em outras palavras, o objeto</p><p>da relação jurídica poderá ser entendido como tudo aquilo que possa ser submetido ao</p><p>uso, às necessidades e aos interesses dos sujeitos de direito.</p><p>Por fim, ainda considerando os ensinamentos de Raó (1999) e Silva (2010)</p><p>o último elemento que integra a estrutura das relações jurídicas é o vínculo, sendo esse</p><p>compreendido como o elo, a conexão, o laço jurídico estabelecido entre as partes,</p><p>responsável por atribuir a cada um dos sujeitos uma função dentro da relação jurídica.</p><p>É a partir do vínculo que os sujeitos podem pretender ou exigir algo, desde que este seja</p><p>determinado ou determinável. A origem do vínculo pode surgir com base no contrato</p><p>ou na própria legislação.</p><p>É importante destacar outro elemento, a garantia. É por meio desta que serão</p><p>estabelecidas sanções para o caso do contrato ou da norma não ser cumprida. Dessa</p><p>forma,</p><p>a sanção, para ser validada, deve ser fixada em conformidade com as formas de</p><p>coerção legais e adequadas. Assim a garantia será responsável por fornecer justiça e</p><p>assegurar a efetividade e a segurança jurídica referente à relação em estudo, conforme</p><p>Santos (2006). Diante disso, é em virtude da garantia que o direito torna-se subjetivo</p><p>exigível.</p><p>Relação Jurídica e Situação Jurídica</p><p>As relações jurídicas surgem por meio dos fatos jurídicos. Essa é apenas uma das</p><p>razões que expressa a mutabilidade apresentada pelas relações jurídicas, sendo estas</p><p>dinâmicas e não estáticas. Em outras palavras, essa afirmação é o mesmo que dizer</p><p>que o sujeito ativo, a depender do momento, poderá passar a ser sujeito passivo, e vice-</p><p>versa, conforme Corrêa (2017). Essa foi uma das evoluções relativas às mencionadas</p><p>relações, demonstrando a complexidade que as situações jurídicas podem representar.</p><p>Assim, dispor acerca das situações jurídicas é o mesmo que falar sobre os interesses</p><p>relativos aos sujeitos, sob o ponto de vista de que a oposição fixa entre sujeito ativo e</p><p>passivo não existe, já que as atuais possibilidades jurídicas e o cenário social tornam</p><p>esse aspecto mais flexível e moldável.</p><p>14</p><p>Direito da Propriedade Situações Jurídicas Capitulo 1</p><p>As situações jurídicas serão objetivas e relativas aos fatos presentes nas normas</p><p>jurídicas, uma vez que as situações jurídicas subjetivas terão como base as previsões</p><p>estabelecidas em conformidade com os negócios jurídicos.</p><p>Atualmente, as situações jurídicas ocupam um espaço muito maior que a simples</p><p>oposição entre o que é subjetivo e aquilo que é objetivo, tendo em vista que busca</p><p>abranger os avanços e as evoluções presentes nos mais diversos setores sociais.</p><p>Resumindo</p><p>E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo tudinho?</p><p>Agora, só para termos certeza de que você realmente entendeu o</p><p>tema de estudo deste capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Você</p><p>deve ter aprendido que as relações jurídicas estão presentes em nosso</p><p>cotidiano, mesmo quando não as percebemos, sendo que tais relações</p><p>são estabelecidas por meio dos fatos jurídicos, que, por sua vez, são</p><p>gênero do qual os atos jurídicos são considerados espécies, ou seja, não</p><p>pode haver confusão entre esses dois conceitos. Além disso, também</p><p>aprendemos qual é o conceito de relação jurídica e as discussões</p><p>relativas às teorias normativas e personalistas. Em seguida, passamos a</p><p>estudar os elementos da relação jurídica, sendo esses os sujeitos ativos e</p><p>passivos, o objeto, a garantia e o vínculo. Por fim, pudemos compreender</p><p>que as evoluções e os avanços naturais da essência humana promovem</p><p>impactos às relações e às situações jurídicas, sendo necessário que</p><p>estas se tornem mais flexíveis, de modo que a pessoa presente na</p><p>relação jurídica possa iniciá-la na posição de sujeito ativo e terminar</p><p>como sujeito passivo, pois esse âmbito do Direito Civil é marcado pela</p><p>dinamicidade.</p><p>15</p><p>@faculdadelibano_</p><p>2</p><p>Bens Jurídicos</p><p>16</p><p>Direito da Propriedade Capitulo 2</p><p>Bens Jurídicos</p><p>Aspectos Introdutórios sobre os Bens Jurídicos</p><p>Desde os primórdios, grande parte da vida humana e das relações jurídicas firmadas</p><p>giravam em torno do que os seres humanos têm ou não tem. Diante disso, surgiram</p><p>desdobramentos como o direito voltado para a propriedade e a necessidade da</p><p>proteção dos aspectos relativas a ela. Assim, a vida em sociedade faz com que os seres</p><p>humanos passassem a dar valor a certas situações, apresentando desejos direcionados</p><p>a determinados objetos. Dessa forma, surgem as disputas estabelecidas entre os</p><p>indivíduos, bem como são despertados sentimentos de competição, concorrência,</p><p>inveja, entre outros.</p><p>A valoração destinada aos objetos pode surgir em razão de uma diversidade de fatores,</p><p>sendo a maior parte naturais da convivência humana e da vida em sociedade, já que</p><p>resultam da satisfação das necessidades, da escassez, da simples realização de desejos</p><p>e vontade ou, ainda, da utilidade desempenhada pelo bem em questão.</p><p>Assim, antes que iniciemos o nosso estudo acerca dos bens de forma mais aprofundada,</p><p>primeiro, é necessário que estabeleçamos uma distinção entre “bens” e “coisas”, tendo</p><p>em vista que a confusão entre esses dois conceitos é comum no linguajar cotidiano,</p><p>sendo uma temática responsável por promover debates até mesmo entre doutrinadores</p><p>consagrados.</p><p>Objetivos</p><p>Ao término deste capítulo, você será capaz de entender em que consiste</p><p>a ciência do Direito e como ela está relacionada com a moral e com</p><p>a justiça. Certamente isto será fundamental para a compreensão dos</p><p>capítulos a seguir. Motivado para desenvolver esta competência? Então</p><p>vamos lá. Avante!</p><p>17</p><p>Direito da Propriedade Bens Jurídicos Capitulo 2</p><p>Distinção Entre Coisa e Bem Jurídico</p><p>No âmbito do Direito Civil, os termos “coisa” e “bem” são de suma importância para a</p><p>regulação de vários direitos relacionados à vida humana, porém estabelecer o conceito</p><p>e a distinção entre essas suas definições não é uma tarefa fácil, principalmente quando</p><p>levamos em conta a variedade de opiniões sobre a temática.</p><p>Parte da confusão relativa à distinção entre os conceitos de “coisa” e “bem” ocorre</p><p>porque o Código Civil de 1916 não indicava diferenças entre “coisa” e “bem”. Ambos os</p><p>termos eram entendidos como sinônimos, ora sendo utilizada a terminologia “bem”, ora</p><p>sendo utilizado o termo “coisa”.</p><p>Entretanto, com a entrada em vigor do Código Civil de 2002, passou a ser verificada</p><p>uma mudança, já que o termo “bem” foi utilizado no Livro II, e durante toda a parte geral</p><p>da mencionada legislação, enquanto “coisa” passou a estar presente em outro espaço</p><p>do Código Civil, demonstrando que “bem” e “coisa”, em conformidade com o atual</p><p>Código, não poderiam ser entendidos como iguais, assim, foram iniciadas as polêmicas</p><p>discussões acerca das suas diferenças.</p><p>Nesse sentido, Fiúza (2004, p. 171) apresenta “coisa” como uma espécie de bem. Dessa</p><p>forma, o bem pode ser compreendido como “tudo aquilo que é útil às pessoas”;</p><p>enquanto “coisa” é entendida como “todo o bem suscetível de avaliação econômica</p><p>e apropriação pela pessoa”, ainda em conformidade com os ensinamentos de Fiúza</p><p>(2004, p. 171). Assim, o autor em questão entende “bem” como um conceito mais amplo</p><p>do que aquele tido por “coisa”, já que abrange situações que não são dotadas de valor</p><p>econômico, como aspectos relativos à vida, à saúde e à liberdade.</p><p>O posicionamento de Fiúza (2004) apresenta críticas, e alguns doutrinadores acabam</p><p>tendo opinião distinta, e até mesmo oposta ao que o autor aponta como fator de distinção</p><p>entre os dois conceitos. Dessa maneira, Diniz (2015) e Venosa (2004), ao falarem sobre</p><p>“bem” e “coisa”, afirmam que bem é espécie do qual coisa é gênero. Sob esse ponto de</p><p>vista, o conceito mais abrangente seria pertencente à coisa, e não a bem.</p><p>18</p><p>Direito da Propriedade Bens Jurídicos Capitulo 2</p><p>Assim, conforme Clóvis Beviláqua:</p><p>A palavra coisa, ainda que, sob certas relações, corresponda, na técnica jurídica,</p><p>ao termo bem, todavia dele se distingue. Há bens jurídicos que não são coisas:</p><p>a liberdade, a honra, a vida, por exemplo. E, embora o vocábulo coisa seja, no</p><p>domínio do Direito, tomado em sentido mais ou menos amplo, podemos afirmar</p><p>que designa, mais particularmente, os bens que são, ou podem ser, objeto de</p><p>direitos reais. Nesse sentido, dizemos direito das coisas. (BEVILAQUA, 1955 p. 152 apud</p><p>GONÇALVES, 2011, p. 265)</p><p>Nesse sentido, Rodrigues (2003) apresenta um entendimento ainda mais limitado</p><p>acerca daquilo que pode ser enquadrado como bem jurídico, já que, de acordo com o</p><p>seu posicionamento, as coisas têm conceito mais abrangente, e os bens serão espécies</p><p>destes, sendo considerados aquilo que apresentam valor econômico, diante disso,</p><p>afirma-se que:</p><p>Ainda dentro do conceito econômico, nem todas as coisas úteis são consideradas</p><p>bens, pois, se existirem em grande abundância na natureza, ninguém se dará</p><p>ao trabalho de armazená-las. Assim, nada mais útil ao homem do que o ar</p><p>atmosférico, mas,</p><p>como ele abunda na natureza, não é um bem econômico. Desse</p><p>modo, poder-se-iam definir bens econômicos como aquelas coisas que, sendo</p><p>úteis ao homem, existem em quantidade limitada no universo, ou seja, são bens</p><p>econômicos as coisas úteis e raras, porque só elas são suscetíveis de apropriação.</p><p>(RODRIGUES, 2003, p. 115)</p><p>Há um terceiro posicionamento utilizado por outros doutrinadores, porém estes não</p><p>apresentam distinções entre as diferenciações correspondentes a coisa e bem, usando</p><p>os dois termos como sinônimos.</p><p>Essa é uma temática que ainda não foi pacificada pela doutrina, por isso é fonte de</p><p>divergência, porém, ao longo dos ensinamentos contidos nesse e-book, iremos adotar</p><p>o posicionamento apresentado por Diniz (2015), por meio do qual “coisa” é um conceito</p><p>mais abrangente.</p><p>19</p><p>Direito da Propriedade Bens Jurídicos Capitulo 2</p><p>Sob essa ótica, as coisas irão abarcar assuntos que vão além do jurídico e/ou do</p><p>econômico, englobando até mesmo aquilo que não pode ser considerado como objeto</p><p>de direito, por exemplo, o universo. Assim, as “coisas” são tudo que existe, excluindo o</p><p>homem, enquanto os bens serão entendidos como coisas úteis, apropriáveis e dotadas</p><p>de valor econômico. Ressalta-se, ainda, que, como o Código Civil de 2002 dispõe sobre os</p><p>bens jurídicos que têm valor econômico, entende-se que essa legislação adota o mesmo</p><p>posicionamento que o escolhido por nós, existindo, também, controvérsias doutrinárias</p><p>sobre essa afirmação, esclarecendo mais uma vez que esse é o posicionamento adotado</p><p>no presente e-book.</p><p>Dessa forma, seguiremos o aprendizado sobre os aspectos gerais dos bens jurídicos,</p><p>levando em consideração a abordagem de que “bem” é espécie, da qual “coisa” é</p><p>gênero. Vamos adiante!</p><p>Conceito de Bem Jurídico</p><p>Toda ciência apresenta um objeto de estudo, assim, no campo das Ciências Jurídicas,</p><p>essa realidade não é diferente. Levando em consideração os assuntos abordados pelo</p><p>Direito Civil, precisamos entender o conceito e a classificação relativa aos bens.</p><p>É importante lembrar que o Direito Civil tem como base as relações jurídicas estabelecidas</p><p>entre as pessoas, independentemente destas serem físicas ou jurídicas, tendo em vista</p><p>a satisfação dos desejos e as necessidades dessas pessoas por meio da aquisição de</p><p>bens. Diante disso, e considerando os elementos estruturais pertencentes às relações</p><p>jurídicas, podemos afirmar que os objetos destas sãos os bens, podendo este ser</p><p>compreendido como tudo que possa ser submetido ao poder e ao uso dos sujeitos de</p><p>direito.</p><p>Nesse sentido, os bens jurídicos podem ser entendidos como todos os objetos materiais</p><p>ou imateriais que apresentem alguma utilidade para os seres humanos, seja esta física</p><p>ou ideal, em conformidade com Beviláqua (1955). Assim, Rodrigues (2003, p. 115) determina</p><p>que “para a Economia Política, bens são aquelas coisas que, sendo úteis aos homens,</p><p>provocam a sua cupidez e, por conseguinte, são objetos de apropriação privada”.</p><p>20</p><p>Direito da Propriedade Bens Jurídicos Capitulo 2</p><p>Nem todo bem pode ser considerado como um bem jurídico. Dessa forma, será</p><p>considerado jurídico o bem que seja dotado de utilidade física ou imaterial, sendo objeto</p><p>de uma relação jurídica, independentemente de ser pessoal ou real. Para Teles (2004,</p><p>p. 46) “são bens jurídicos a vida, a liberdade a propriedade, o casamento, a família, a</p><p>honra, a saúde, enfim, todos os valores importantes para a sociedade”.</p><p>Por sua vez, ao apresentar o conceito de bem jurídico, Toledo (2012, p .16) determina</p><p>que “bens jurídicos são valores éticos sociais que o Direito seleciona, com o objetivo de</p><p>assegurar a paz social, e coloca sob a sua proteção para que não sejam expostos a</p><p>perigo de ataque ou lesões efetivas”.</p><p>Já para o aclamado doutrinador civilista Gonçalves (2011, p. 266), este conceitua “bem”</p><p>como “as coisas materiais, concretas, úteis aos homens e de expressão econômica,</p><p>suscetíveis de apropriação, bem como as de existência imaterial economicamente</p><p>apreciáveis”.</p><p>Aluno, para que você possa entender melhor o que é um bem, seguem alguns exemplos</p><p>de objetos que se enquadram como tal: a sua casa é um bem jurídico, um carro, um</p><p>livro, um CD. Ademais, as suas roupas, o seu smartphone e a sua televisão também são</p><p>bens.</p><p>Bens Corpóreos e Incorpóreos</p><p>Uma das classificações relativas aos bens jurídicos que era abordada pelo Direito Romano,</p><p>mas que não foi recepcionada pelo Código Civil de 2002, é a distinção estabelecida</p><p>entre os bens corpóreos e incorpóreos.</p><p>Mesmo que não esteja presente entre as classes de bens jurídicas presentes na legislação</p><p>atual, ainda exercem certa importância para o estabelecimento de outros conceitos</p><p>relativos ao âmbito do Direito Civil.</p><p>Gonçalves (2011), ao citar a afirmação apresentada por Freitas (1952), informa que a não</p><p>recepção se deu em razão da divisão entre a “coisa”, como objeto material, e o direito</p><p>não é uma classificação considerada prática, por isso acabou sendo ignorada.</p><p>21</p><p>Direito da Propriedade Bens Jurídicos Capitulo 2</p><p>Contudo, o nível de abstração apresentado por essa divisão é utilizado no que se refere</p><p>a alguns institutos específicos do Direito Civil, já que a relação jurídica pode ter como</p><p>base tanto os objetos dotados de existência material como aqueles que apresentam</p><p>existência abstrata.</p><p>Nesse sentido, é imprescindível para o nosso conhecimento entender que os bens</p><p>corpóreos serão aqueles que existem no plano físico, sendo concretos, tangíveis e</p><p>visíveis, enquanto os bens incorpóreos são dotados de um certo grau de abstração,</p><p>sendo enquadrados com aqueles que não existem no plano físico e, portanto, não são</p><p>concretos.</p><p>Na tentativa de esclarecer esses dois conceitos, aluno, pense na sua casa, você</p><p>consegue ver a sua casa? Consegue pegar a sua casa? A sua casa existe fisicamente?</p><p>Tenho certeza que você respondeu “sim” para todas essas perguntas. Isso significa que</p><p>a sua casa é um bem corpóreo. Por outro lado, agora eu quero que você pense na sua</p><p>saúde, mesmo sabendo que ela é um direito fundamental para a sua existência, você</p><p>consegue pegar na sua saúde? Consegue ver a sua saúde? A sua saúde existe no plano</p><p>físico? Agora, sei que mesmo compreendendo a importância exercida pela saúde e o</p><p>que significa ter saúde, você respondeu aos meus questionamentos com “não”, isso</p><p>quer dizer que a sua saúde é um bem incorpóreo.</p><p>Os bens corpóreos e incorpóreos não são sinônimos para os bens tangíveis e intangíveis,</p><p>respectivamente, essa seria uma visão correta perante o Direito dos romanos, mas as</p><p>diversas modificações científicas e sociais que vivenciamos acabaram por estabelecer</p><p>critérios que tornam possível essa distinção. Por exemplo, alguns tipos de gases podem</p><p>ser enquadrados como bens intangíveis, porém isso não os tornam incorpóreos, pois</p><p>mesmo que não possamos vê-los ou pegá-los, sabemos que eles existem e podem ser</p><p>percebidos por outros sentidos humanos, sendo esse mesmo critério aplicado para as</p><p>formas de energia.</p><p>Assim, em outras palavras, os bens corpóreos podem ser entendidos como aquilo que</p><p>tem existência física, material e/ou que possa ser percebido por qualquer um dos sentidos</p><p>humanos, isto é, tanto pelo tato quanto pelos outros quatro sentidos, por isso afirmar que</p><p>todo bem corpóreo é tangível não está correto, já que alguns bens intangíveis podem</p><p>ser enquadrados como corpóreos.</p><p>22</p><p>Direito da Propriedade Bens Jurídicos Capitulo 2</p><p>Por sua vez, a relação dos bens incorpóreos com a abstração se tornou ainda maior, já</p><p>que passaram a ser compreendidos como aquilo que possui uma existência abstrata</p><p>ou ideal, conforme Gonçalves (2011, p. 267), assim são entendidos como “criações da</p><p>mente reconhecidas pela ordem jurídica”.</p><p>Diante disso, mesmo que essa classificação não esteja presente de forma expressa no</p><p>texto do Código Civil de 2002, é utilizada, ainda que de forma indireta, já que os direitos</p><p>reais só se aplicam sobre os bens corpóreos, excluindo do seu campo de atuação os bens</p><p>considerados como incorpóreos. Outra prova</p><p>de que esses conceitos são utilizados é</p><p>manifestada quando falamos na transferência dos bens, pois os bens corpóreos podem</p><p>ser transferidos por meio da compra e venda, da doação e da permuta, enquanto os</p><p>bens incorpóreos são transferidos por meio da cessão, sendo exemplo disso a cessão</p><p>de créditos.</p><p>Existem situações em que a posse passa a ser aplicada aos bens incorpóreos,</p><p>principalmente com os avanços tecnológicos vinculados aos meios virtuais. Além disso,</p><p>os conceitos de propriedade e domínio não podem ser confundidos, tendo em vista que</p><p>a propriedade pode se referir tanto a bens corpóreos quanto incorpóreos, enquanto o</p><p>domínio só faz menção aqueles.</p><p>Patrimônio</p><p>É possível afirmar que tanto os bens corpóreos como os incorpóreos integram o</p><p>patrimônio da pessoa humana e devem ser protegidos como tal. Assim, o patrimônio</p><p>pode ser compreendido como o conjunto de bens pertencentes às pessoas físicas e/ou</p><p>jurídicas, sendo esse o objeto das relações jurídicas econômicas, podendo ser abordado</p><p>pelos direitos reais e pelos direitos de obrigação ou pessoais.</p><p>Nesse sentido, “o patrimônio é formado pelo conjunto de relações ativas e passivas,</p><p>e esse vínculo entre os direitos e as obrigações do titular, constituído por força de lei,</p><p>infunde ao patrimônio o caráter de universalidade de direito” (RODRIGUES, 2003 apud</p><p>LACERDA, 2015).</p><p>23</p><p>Direito da Propriedade Bens Jurídicos Capitulo 2</p><p>Assim, o patrimônio pode ser dividido em global ou ativo, sendo o primeiro referente a</p><p>todas as relações jurídicas que envolvam conteúdo econômico, enquanto o segundo</p><p>é mais restrito, estando relacionado apenas às relações jurídicas nas quais a pessoa é</p><p>credora e, consequentemente, sujeito ativo da mencionada relação.</p><p>Salienta-se, ainda, que só poderá ser considerado patrimônio aquilo que tenha valor</p><p>pecuniário. Dessa maneira, as qualidades pessoais destinadas ao ganho de dinheiro não</p><p>podem ser enquadradas como patrimônio, bem como os direitos não patrimoniais, sendo,</p><p>por exemplo, alguns destes relativos às relações afetivas, aos direitos personalíssimos e</p><p>que não têm valor econômico.</p><p>Resumindo</p><p>E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo tudinho?</p><p>Agora, só para termos certeza de que você realmente entendeu o tema</p><p>de estudo deste capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Você deve</p><p>ter aprendido que os bens jurídicos estão presentes em nosso cotidiano</p><p>de diversas maneiras, sendo esse um assunto regulado pelo Código</p><p>Civil, responsável por gerar algumas polêmicas no campo doutrinário</p><p>e jurisprudencial, sendo exemplo dessas discussões a não pacificação</p><p>relativa à diferença existente entre “bem” e “coisa”, já que o Código Civil</p><p>de 2002 adota as duas nomenclaturas, mas em momentos distintos.</p><p>No entanto, adotamos a postura de que o conceito de “coisa” é mais</p><p>amplo, sendo, portanto, gênero do qual “bem” é espécie. Em seguida,</p><p>passamos a compreender, com base nas definições de doutrinadores</p><p>renomados, aquilo que pode ser conceituado como bem jurídico. Ao</p><p>longo desse capítulo, também entendemos que mesmo que os bens</p><p>corpóreos e incorpóreos não integrem a classificação presente no atual</p><p>Código Civil brasileiro, ainda são utilizados por ele de forma indireta,</p><p>exercendo importância para esse ramo jurídico. Por fim, entendemos o</p><p>que é patrimônio, que pode pertencer às pessoas físicas e às pessoas</p><p>jurídicas, englobando os passivos e os ativos.</p><p>24</p><p>@faculdadelibano_</p><p>3</p><p>Classificações dos</p><p>Bens</p><p>25</p><p>Direito da Propriedade Capitulo 3</p><p>Classificações dos Bens</p><p>Aspectos Gerais sobre as Classificações dos Bens Jurídicos</p><p>Os bens têm natureza patrimonial, já que todo bem pode ser incorporado ao patrimônio</p><p>das pessoas, sejam estas jurídicas ou físicas. Ainda, existem aqueles bens não patrimoniais,</p><p>que se referem a bens que não podem ter o seu valor econômico calculado.</p><p>A doutrina apresenta várias classificações acerca das categorias e classificações dos</p><p>bens jurídicos, contudo, em nosso estudo, iremos abordar as classificações apresentadas</p><p>pelo texto normativo presente no Código Civil brasileiro de 2002.</p><p>Nesse sentido, a classificação dos bens leva em consideração diversos critérios, sendo</p><p>alguns específicos e outros mais amplos, sendo ainda válido destacar que o fato de um</p><p>bem se encaixar em uma dada categoria não o torna pertencente unicamente a esse</p><p>espaço, já que pode competir a mais de uma classificação ao mesmo tempo, tendo em</p><p>vista que diversos fatores são observados, ora sendo dada ênfase às relações jurídicas,</p><p>ora às qualidade físicas dos bens e, em outros momentos, ainda fazendo referência ao</p><p>titular do domínio e à relação da qual o bem jurídico faz parte.</p><p>Quando observamos o disposto no Código Civil de 2002, podemos verificar que o Livro</p><p>II, pertencente à Parte Geral, em título único, apresenta três capítulos distintos, contendo</p><p>as mais variadas classificações, sendo essas:</p><p>Objetivos</p><p>Neste capítulo, vamos entender são as classificações referentes aos bens</p><p>jurídicos presentes no Código Civil. Ademais, passaremos a compreender</p><p>cada uma dessas classificações e as suas implicações. Isso será</p><p>fundamental para o exercício de sua profissão. E então? Motivado para</p><p>desenvolver esta competência? Vamos lá. Avante!</p><p>26</p><p>Direito da Propriedade Classificações dos Bens Capitulo 3</p><p>I) dos bens considerados em si mesmos; II) dos bens reciprocamente considerados; e III)</p><p>dos bens públicos, sendo que os bens considerados em si mesmos apresentam ainda</p><p>cinco categorias que são abordadas em detalhes pelos dispositivos do mencionado</p><p>Código. Essas seções referentes são referentes a, em conformidade com o Código Civil</p><p>de 2002: I) dos bens imóveis; II) dos bens móveis; III) dos bens fungíveis e consumíveis; IV)</p><p>dos bens divisíveis; V) dos bens singulares e coletivos, como representado pela Figura 2.</p><p>Dois tipos de bens foram retirados do Código Civil de 2002, quando comparado o seu</p><p>texto com o contido no Código Civil de 1916.</p><p>Dessa forma, os bens relativos às coisas foram do comércio, e os bens de família deixaram</p><p>de ser abordados nesse espaço, pois foram tratados de maneira distinta e associados a</p><p>assuntos mais conexos com a sua natureza.</p><p>FIGURA 2</p><p>Classificação dos bens jurídicos</p><p>FONTE</p><p>Elaborada pela autora, com base em Brasil (2002).</p><p>27</p><p>Direito da Propriedade Classificações dos Bens Capitulo 3</p><p>Bens Considerados em si Mesmos</p><p>Os bens considerados em si mesmos englobam subcategorias classificatórias,</p><p>envolvendo os bens imóveis, os bens móveis, os bens fungíveis e consumíveis, bem como</p><p>os bens divisíveis, os bens singulares e coletivos. Assim, vamos estudar cada uma dessas</p><p>classificações a seguir.</p><p>Bens Imóveis</p><p>Uma das principais classificações presentes no campo dos bens considerados em si</p><p>mesmos é relativa aos bens móveis e imóveis. Esses conceitos e distinção fazem parte</p><p>não somente do cotidiano de profissionais do âmbito jurídico, mas também do restante</p><p>dos cidadãos.</p><p>Assim, os bens imóveis são abordados pelos artigos de 79 a 81 do Código Civil de 2002,</p><p>sendo definido no caput do mencionado art. 79 como sendo “o solo e tudo quanto se</p><p>lhe incorporar natural ou artificialmente” (BRASIL, 2002, on-line). Dessa maneira, não são</p><p>os aspectos naturais e originais da natureza que se atrelam ao solo e são considerados</p><p>imóveis, mas também aqueles construídos pelo homem e que seja incorporado a ele.</p><p>Um grande exemplo de imóvel artificial são as casas. O termo imóvel é, muitas vezes,</p><p>usado como sinônimo para a palavra “casas”.</p><p>Além disso, podemos citar como imóvel natural as árvores e as plantas rasteiras,</p><p>deixando bem claro que não são todos os tipos de plantas que podem ser consideradas</p><p>imóveis, já que aquelas que se encontram em vasos removíveis, como o próprio nome</p><p>afirma, podem ser removidas, e, portanto, deslocadas. Dessa forma, são considerados</p><p>bens imóveis para os efeitos legais “os direitos reais sobre imóveis e as ações que os</p><p>asseguram e o direito à sucessão aberta” (BRASIL, 2002, on-line).</p><p>28</p><p>Direito da Propriedade Classificações dos Bens</p><p>Capitulo 3</p><p>O art. 81 determina quais são os bens imóveis por ficção aplicada ao âmbito jurídico,</p><p>sendo eles:</p><p>Art. 81. Não perdem o caráter de imóveis:</p><p>I. as edificações que, separadas do solo, mas conservando a sua unidade, forem</p><p>removidas para outro local;</p><p>II. os materiais provisoriamente separados de um prédio, para nele se reempregarem.</p><p>(BRASIL, 2002, on-line)</p><p>Nesse sentindo, estes são aqueles bens considerados imóveis a partir de determinações</p><p>legais, assim, pode ser citado como exemplo a herança que por determinação do direito</p><p>sucessório passe a ser considerada como imóvel em razão do regime jurídico aplicável.</p><p>Bens Móveis</p><p>Por sua vez, em conformidade com o art. 82 do Código Civil brasileiro de 2002, os bens</p><p>móveis são aqueles “suscetíveis de movimento próprio, ou de remoção por força alheia,</p><p>sem alteração da substância ou destinação econômico-social” (BRASIL, 2002).</p><p>Dessa maneira, essa é uma definição que se contrapõe à apresentada acerca dos bens</p><p>imóveis, já que os primeiros podem ser transportados, enquanto os segundos não, assim,</p><p>um smartphone (Figura 3) é um bem móvel.</p><p>FIGURA 3</p><p>Exemplo de bem</p><p>móvel</p><p>FONTE</p><p>Pixabay.</p><p>29</p><p>Direito da Propriedade Classificações dos Bens Capitulo 3</p><p>Dentro dos bens móveis ainda há outra subdivisão, já que podem ser compreendidos</p><p>por sua natureza, por determinação ou antecipação. Os bens móveis por natureza</p><p>são aqueles dotados de movimentos próprios, podendo ainda ser semoventes, que se</p><p>movem por si só, ou propriamente ditos, e que, assim, dependem de força alheia para</p><p>sejam movidos.</p><p>Já os bens móveis, por determinação legal, são os presentes no art. 83 do Código Civil,</p><p>sendo esses: “as energias que tenham valor econômico; os direitos reais sobre objetos</p><p>móveis e as ações correspondentes; e os direitos pessoais de caráter patrimonial e</p><p>respectivas ações” (BRASIL, 2002, on-line). Por fim, os bens por antecipação são aqueles</p><p>que se incorporam ao solo, mas desde o princípio têm o interesse e a intenção de que</p><p>essa separação ocorra, para que o bem possa ser convertido em bem móvel.</p><p>Bens Fungíveis e Consumíveis</p><p>Para que falemos na classificação relativa aos bens fungíveis e consumíveis, também é</p><p>necessário que passemos a entender o que pode ser considerado como bem infungível</p><p>e consumível. A distinção presente entre os bens fungíveis e os infungíveis tem relação</p><p>com a natureza apresentada pelos bens, tendo em vista que os bens fungíveis são</p><p>aqueles que podem ser substituídos por outros, devendo ser levado em conta apenas os</p><p>atributos relativos à sua quantidade, às características e à natureza, em conformidade</p><p>com o art. 85 do Código Civil, enquanto os bens infungíveis apresentam traços que</p><p>demarcam as suas peculiaridades, não podendo ser substituídos, já que estão sendo</p><p>negociados em razão dos traços exclusivos que possuem.</p><p>EXEMPLO:</p><p>Para que você possa compreender melhor o assunto, imagine um vaso de flores simples</p><p>e comum. Existem vários outros tipos de vasos semelhantes a esses. Dessa forma, se</p><p>algum imprevisto ou acidente acontecer com o mencionado vaso, ele poderia ser,</p><p>facilmente, substituído por outro. Agora imagine a situação em que João se interessou</p><p>em adquirir determinado vaso, pois este tem origem histórica, sendo um vaso que era</p><p>utilizado pela rainha Mary Stuart da Escócia. Assim, os demais vasos não cumpriram o</p><p>papel assumido por esse vaso em questão, já que apenas aquele pertenceu à rainha</p><p>Mary, enquanto os demais não. Diante disso, o vaso comum e simples é um bem fungível,</p><p>uma vez que o vaso que pertenceu à rainha Mary Stuart é um bem infungível.</p><p>30</p><p>Direito da Propriedade Classificações dos Bens Capitulo 3</p><p>Por sua vez, os bens consumíveis, segundo o art. 86 do Código Civil de 2002, “são</p><p>consumíveis os bens móveis cujo uso importa destruição imediata da própria substância,</p><p>sendo também considerados tais os destinados à alienação” (BRASIL, 2002, on-line). Em</p><p>outras palavras, os bens consumíveis podem ser compreendidos como aqueles que</p><p>se esgotam, se acabam ou que são destruídos após a sua utilização, sendo estes os</p><p>consumíveis de fato, envolvendo a comida e os descartáveis, entre outros, sendo também</p><p>entendido como consumível aqueles bens que são objeto de alienação, denominados</p><p>“consumíveis de direito”. Nesse caso, o bem poderá ser consumível para o vendedor, ao</p><p>mesmo tempo em que é inconsumível para quem o adquire, conforme Gonçalves (2011).</p><p>Diante disso, ainda conforme Gonçalves (2011), os bens inconsumíveis são aqueles que</p><p>não podem ser destruídos com a sua utilização, podendo ser usados por repetidas vezes</p><p>sem que a sua essência ou função seja afetada. Um exemplo seria um livro, já que, ao</p><p>adquirirmos o livro, podemos lê-lo várias vezes até que ele não sirva mais para uso,</p><p>podendo ser que passe por gerações, a depender da maneira com que foi utilizado.</p><p>Um bem originalmente consumível pode ser inconsumível, a depender das circunstâncias</p><p>que envolvam a relação jurídica. Um exemplo disso é uma garrafa de vinho guardada</p><p>como recordação de um casamento, tornando-se inconsumível por aquilo que</p><p>representa, e não por sua natureza.</p><p>Bens Divisíveis</p><p>Os bens divisíveis são abordados pelos artigos 87 e 88 do Código Civil de 2002, sendo</p><p>compreendidos como aqueles bens que podem ser fracionados sem que isso resulte</p><p>em alteração na sua substância ou importe na diminuição significativa do seu valor,</p><p>também não sendo capaz de proporcionar prejuízo ao uso e às finalidades a que se</p><p>destinam, em conformidade com o Código em questão.</p><p>Mesmo que os bens indivisíveis não sejam conceituados pelo determinado instrumento</p><p>legal, a sua definição pode ser concluída em contraposição à apresentada. Os bens</p><p>indivisíveis podem ser entendidos como aqueles que não apresentam possibilidade de</p><p>serem divididos, seja essa indivisibilidade resultante da sua própria natureza ou atribuída</p><p>por determinação legal ou convenção entre as partes envolvidas, tendo em vista o</p><p>disposto por Gonçalves (2011). Um notebook (Figura 4), por exemplo, é um bem indivisível</p><p>31</p><p>Direito da Propriedade Classificações dos Bens Capitulo 3</p><p>Mesmo que, originalmente, determinado bem seja divisível por sua natureza, este pode</p><p>passar a ser considerado como indivisível em razão de uma determinação legal ou por</p><p>vontade das partes envolvidas na relação jurídica em questão.</p><p>Bens Singulares e Coletivos</p><p>A última classificação pertencente aos bens consideráveis em si mesmos é relativa aos</p><p>bens singulares e coletivos. Dessa maneira, os bens singulares são aqueles considerados</p><p>em sua individualidade e representados por sua unidade autônoma, podendo ser</p><p>subdivididos em simples e compostos.</p><p>Assim, em conformidade com o art. 89 do Código Civil de 2002, os bens singulares</p><p>são definidos como “os bens que, embora reunidos, se consideram de per si,</p><p>independentemente dos demais” (BRASIL, 2002, on-line).</p><p>Por sua vez, os bens coletivos são formados a partir da junção de vários bens entendidos</p><p>como singulares, que apresentam como resultado um bem homogêneo em sua</p><p>totalidade.</p><p>O conceito atribuído aos bens coletivos pelo Código Civil de 2002, por meio do art. 90, se</p><p>relaciona com a “universalidade de fato à pluralidade de bens singulares que, pertinentes</p><p>à mesma pessoa, tenham destinação unitária” (BRASIL, 2002, on-line), enfatizando ainda,</p><p>no parágrafo único do mencionado artigo que, “os bens que formam essa universalidade</p><p>podem ser objeto de relações jurídicas próprias” (BRASIL, 2002, on-line).</p><p>FIGURA 1</p><p>Exemplo de bem indivisível</p><p>FONTE</p><p>Pixabay.</p><p>32</p><p>Direito da Propriedade Classificações dos Bens Capitulo 3</p><p>Um exemplo que pode ser apresentado com o intuito de esclarecer esses conceitos</p><p>pode ser visto a seguir: um boi é considerado como um bem singular, contudo, o</p><p>gado é composto por diversos bois, podendo ser compreendido como dotado de</p><p>homogeneidade, havendo troca e venda relativa ao gado.</p><p>Outro exemplo de fácil entendimento se refere aos livros, já que um livro é entendido</p><p>como um bem singular, uma vez que uma biblioteca</p><p>um vínculo entre o atual</p><p>e o anterior proprietário, de maneira que não ocorra interposições ou transferências de</p><p>uma pessoa para outra. Existem situações nas quais o bem já esteve sob o domínio de</p><p>alguém em momento anterior, mas não houve a transferência ao titular pelo anterior</p><p>proprietário, devendo, ainda, ser levado em conta os casos em que a propriedade tiver</p><p>sido tomada de forma natural e violenta por outrem, não tendo havido a transferência.</p><p>Outro exemplo será apresentado com o intuito de esclarecer essa hipótese de aquisição.</p><p>Imagine a situação em que você se aproprie de um bem abandonado, logo, não haverá</p><p>a transferência e a aquisição será originária, pois o vínculo com o bem encontrado</p><p>será estabelecido no momento de sua apropriação e domínio. Também é um exemplo</p><p>as hipóteses de usucapião, que é uma aquisição originária, e que, em alguns casos, é</p><p>caracterizada pela presença de violência, quando for concedida contra a vontade do</p><p>atual proprietário. Assim, o bem terá sido adquirido de forma originária e sem a formação</p><p>38</p><p>Direito da Propriedade Aquisições, Modificações e Perda dos Direitos Capitulo 4</p><p>do vínculo com o proprietário, não havendo a transferência, mas sim a aquisição por</p><p>meio de decisão judicial.</p><p>Por sua vez, ainda segundo Gonçalves (2011), a aquisição por modo derivado, ao</p><p>contrário do verificado na aquisição de modo originário, irá ocorrer quando houver o</p><p>estabelecimento do vínculo entre o proprietário atual e o anterior. Dessa maneira, será</p><p>necessário que ocorra a transferência do direito de uma pessoa para a outra, assim,</p><p>o direito adquirido irá permanecer com todas as qualidades ou os defeitos presentes</p><p>anteriormente.</p><p>Um exemplo de aquisição por modo derivado são todas aquelas que têm como base os</p><p>contratos de compra e venda, nos quais duas partes estão envolvidas, uma fornecendo</p><p>o valor em pecúnia determinado e a outra adquirindo o bem jurídico em questão, seja</p><p>esse uma casa, um carro, um livro, um smartphone e assim por diante.</p><p>Um fato importante da aquisição do modo derivado consiste na ideia de que ninguém</p><p>pode transmitir mais do que possui, por isso a transferência ocorre com as características</p><p>pertencentes ao titular anterior, sendo transferidos juntamente com a aquisição de</p><p>todos os ônus pertencentes ao direito.</p><p>Não entendeu? Pense no seguinte exemplo: você deseja adquirir um imóvel que está</p><p>à venda, contudo, este tem dívidas de Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial</p><p>Urbana (IPTU), porém você o adquire mesmo assim. Dessa forma, será transferido para</p><p>a sua propriedade, tanto a casa quanto as dívidas relacionadas a ela.</p><p>Diante do exposto, a principal diferença entre a aquisição originária e a aquisição</p><p>derivada tem como escopo a existência da relação entre o proprietário atual e o que o</p><p>antecedeu, pois se essa relação existir, a aquisição será derivada; caso não exista, será</p><p>originária.</p><p>Classificação Quanto ao Processamento da Aquisição de Direitos</p><p>Além da aquisição ser originária ou derivada, existem outras classificações responsáveis</p><p>por categorizar a aquisição de direitos, podendo ser onerosa ou gratuita. A aquisição</p><p>será onerosa quando for necessário que ocorra uma contraprestação entre as partes</p><p>39</p><p>Direito da Propriedade Aquisições, Modificações e Perda dos Direitos Capitulo 4</p><p>envolvidas na relação jurídica, assim, voltamos para o exemplo da compra e venda da</p><p>casa, já que aqui teremos duas partes que irão se beneficiar com o acordo estabelecido,</p><p>tendo os seus interesses atendidos, pois uma parte passará a ser proprietário da casa,</p><p>enquanto a outra passará a ter o dinheiro correspondente à venda.</p><p>Por sua vez, a aquisição gratuita é caracterizada pelo fato de apenas uma das partes se</p><p>beneficiar com a aquisição. Em outras palavras, apenas um lado dos envolvidos irá obter</p><p>vantagem a partir da relação jurídica firmada, isso ocorre, por exemplo, nos casos de</p><p>sucessão hereditária, na qual o autor da herança não será beneficiado com a partilha,</p><p>mas sim os seus ascendentes ou descendentes, não havendo contraprestação, tendo</p><p>em vista os ensinamentos apresentados por Gonçalves (2011).</p><p>Classificação Quanto à Extensão da Aquisição de Direitos</p><p>Outra classificação que merece destaque é a que categoriza a aquisição de direitos</p><p>com base em sua extensão, podendo acontecer por título singular e por título universal.</p><p>A classificação da aquisição de direitos a título singular se refere à aquisição que ocorre</p><p>com base em bens determinados, assim, mais uma vez mencionando o contrato de</p><p>compra e venda da casa, a aquisição se refere a uma casa determinada, e não a</p><p>qualquer casa. Se o imóvel em questão, por algum motivo, não estiver mais disponível, o</p><p>contrato não poderá ser efetuado e a aquisição não ocorrerá.</p><p>Já a aquisição de direitos a título universal apresenta um caráter mais genérico, tendo</p><p>em vista que se refere à aquisição sobre todos os direitos que estão sendo transferidos.</p><p>Um exemplo é a sucessão que ocorre em casos de morte, pois o herdeiro passará a ser</p><p>dono de todos os direitos do seu antecessor.</p><p>Classificação Quanto ao Processo Formativo da Aquisição de Direitos</p><p>A última classificação referente à aquisição de direitos é aquela que se refere ao seu</p><p>processo formativo, visto que esse pode ocorrer de forma simples ou complexa. Assim,</p><p>será simples quando a aquisição de direitos for realizada em apenas um ato, à medida</p><p>que será complexa quando o processo de aquisição de direitos precisar de mais de um</p><p>40</p><p>Direito da Propriedade Aquisições, Modificações e Perda dos Direitos Capitulo 4</p><p>ato para que seja formado. Como exemplo de uma aquisição de direito por processo</p><p>formativo simples, temos a assinatura em um cheque, enquanto usucapião é uma</p><p>aquisição de direito por processo complexo.</p><p>Outros Aspectos da Aquisição de Direitos</p><p>Além das mencionadas classificações, é importante para o campo da aquisição de</p><p>direitos, o entendimento sobre o que pode ser compreendido como Direito Atual, Direito</p><p>Futuro, expectativa de Direito, Direito Eventual e Direito Convencional.Segundo Oliveira</p><p>(1998), o Direito Atual faz menção aos direitos que já foram incorporados ao domínio</p><p>do titular e, em razão disso, já podem ser exercidos pelos titulares da maneira que o</p><p>proprietário desejar, assim, um smartphone que já foi comprado e entregue pode ser</p><p>utilizado para o que o dono desejar, seja esse um uso simples ou excêntrico.</p><p>Por sua vez, o Direito Futuro é aquele que ainda não foi incorporado ou constituído,</p><p>mas que existe a possibilidade de que o seja, um exemplo é um automóvel que esteja</p><p>sendo pago em parcelas. A sua propriedade só será transferida em sua totalidade</p><p>quando a última parcela for quitada. Dessa forma, para que a aquisição seja feita em</p><p>sua integralidade é preciso que a obrigação também seja cumprida de forma integral,</p><p>conforme Oliveira (1998).</p><p>FIGURA 5</p><p>Aspectos extras da aquisição de direitos</p><p>FONTE</p><p>Elaborada pela autora, com base em Oliveira (1998).</p><p>41</p><p>Direito da Propriedade Aquisições, Modificações e Perda dos Direitos Capitulo 4</p><p>Ainda em conformidade com Oliveira (1998), a expectativa de Direito se relaciona à</p><p>possibilidade de adquirir um direito. Assim, essa expectativa precisa ser regulada pelo</p><p>ordenamento jurídico, havendo a esperança de que o direito seja adquirido; mas em</p><p>razão de externalidades, pode ser que essa aquisição seja efetuada ou não.</p><p>Um exemplo é o caso do nascituro que tem uma expectativa de direitos, porém só</p><p>poderá ser dotado de sua personalidade jurídica se nascer com vida, caso contrário,</p><p>nunca irá adquirir a mencionada personalidade.</p><p>O Direito Eventual é aquele que depende de certas circunstâncias para que aconteça.</p><p>O interesse do titular ainda não foi completado, em razão da falta de atendimento de</p><p>todos os requisitos necessários e em conformidade com o ordenamento jurídico, tendo</p><p>em vista o exposto por Oliveira (1998). É o caso dos filhos que irão herdar os direitos dos</p><p>pais, após o falecimento destes.</p><p>O Direito Eventual e o Direito</p><p>Condicional não se confundem, pois o Direito Condicional,</p><p>segundo Oliveira (1998), como o próprio norma afirma, depende de condições, sendo</p><p>estas derivadas de evento futuro e incerto, porém o direito em si já está pronto e</p><p>constituído, sendo necessário que a condição em questão ocorra para que a aquisição</p><p>seja efetuada, um exemplo desse tipo de direito é a mãe que promete ao filho um iPhone,</p><p>caso este ingresse em uma universidade para cursar Direito.</p><p>Conservação ou Defesa de Direitos</p><p>É importante destacar que apenas adquirir os direitos não é suficiente, por isso é</p><p>necessário que sejam estabelecidos métodos que garantam a sua manutenção e</p><p>conservação. As medidas podem ser preventivas ou repressivas.</p><p>As medidas serão preventivas quando têm em vista proteger o direito de uma violação</p><p>que ainda não ocorreu, podendo, ainda, serem judiciais ou extrajudiciais.</p><p>42</p><p>Direito da Propriedade Aquisições, Modificações e Perda dos Direitos Capitulo 4</p><p>Modificação de Direitos</p><p>Os direitos não são imutáveis. Com o passar do tempo, pode ser que ocorram modificações</p><p>nestes, porém sem que haja a perda de sua identidade, assim, a modificação será</p><p>configurada quando houver uma mudança em sua estruturação, mas não houver uma</p><p>deformidade relativa à sua substância.</p><p>Espécies de Modificação de Direitos</p><p>As modificações que cercam os direitos podem ocorrer de diversas maneiras, porém</p><p>a doutrina apresenta duas classificações principais referentes a essas modificações,</p><p>estabelecendo que as modificações mais recorrentes são as objetivas e as subjetivas.</p><p>As modificações objetivas podem ser compreendidas como as alterações que atingem o</p><p>objeto das relações jurídicas, podendo ser quantitativas ou qualitativas. As primeiras irão</p><p>ocorrer quando a referida modificação acontecer em razão da quantidade do objeto,</p><p>podendo este ter sofrido um aumento ou uma diminuição, sem que a qualidade seja</p><p>atingida; por sua vez, as modificações objetivas qualitativas se referem à modificação</p><p>do conteúdo do objeto, havendo a manutenção do valor. Um exemplo de modificação</p><p>objetiva qualitativa é aquele em que a venda acordada se refere a sacas de feijão, mas,</p><p>posteriormente, essas sacas forem substituídas por arroz, em acordo das partes.</p><p>Já as modificações subjetivas se referem ao titular do direito, mas não há uma</p><p>alteração da relação jurídica firmada inicialmente. Esse tipo de modificação também é</p><p>denominada “sucessão”, podendo ocorrer tanto entre vivos como em razão da morte de</p><p>um dos envolvidos. Ademais, os sujeitos presentes na relação jurídica também podem</p><p>ser aumentados, passando a envolver mais pessoas do que anteriormente.</p><p>Extinção dos Direitos</p><p>Levando em consideração que os direitos podem ser adquiridos e modificados, também</p><p>existe a possibilidade de que sejam eliminados, assim, essas são as fases da “vida” do</p><p>direito em conformidade com o estabelecido por Venosa (2004, p. 387), tendo em vista</p><p>43</p><p>Direito da Propriedade Aquisições, Modificações e Perda dos Direitos Capitulo 4</p><p>que, segundo o autor, “os direitos nascem, têm existência mais ou menos longa, com ou</p><p>sem modificações, e se extinguem, morrem”.</p><p>Nesse sentido, várias podem ser as causas que resultem na extinção dos direitos, sendo</p><p>algumas dessas situações apresentadas a seguir: os direitos podem ser extintos por meio</p><p>da alienação, da renúncia, do abandono, da decadência, da confusão, do perecimento,</p><p>da prescrição, do falecimento do titular, nos casos dos direitos personalíssimos, da</p><p>condição resolutiva, do término do prazo, da desapropriação e da perempção.</p><p>É importante esclarecer que a extinção dos direitos não pode ser confundida com a</p><p>perda destes, pois na extinção ocorre o desaparecimento do direito que antes pertencia</p><p>ao titular em questão, enquanto na perda há o desligamento do direito do titular, porém</p><p>o direito continua existindo e passa a ser tido por terceiro.</p><p>Resumindo</p><p>E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo tudinho?</p><p>Agora, só para termos certeza de que você realmente entendeu o tema</p><p>de estudo deste capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter</p><p>aprendido que a aquisição de direitos é um pressuposto fundamental</p><p>para que o domínio destes seja estabelecido. O direito pode ser adquirido</p><p>por meio originário ou derivado, podendo ser gratuito ou oneroso,</p><p>simples ou complexo, formado por título singular ou título universal,</p><p>tendo aprendido o que cada uma dessas classificações significa. Em</p><p>seguida, passamos a compreender que não é importante apenas</p><p>adquirir os direitos, mas sim estabelecer formas para que eles sejam</p><p>conservados e defendidos. Posteriormente, aprendemos que os direitos</p><p>não são imutáveis, já que podem passar por modificações objetivas</p><p>ou subjetivas, não havendo alteração na substância do direito em si.</p><p>Por fim, estudamos que a extinção dos direitos pode se dar por meio</p><p>da alienação, da renúncia, do abandono, da decadência, da confusão,</p><p>do perecimento, da prescrição, do falecimento do titular, nos casos dos</p><p>direitos personalíssimos, da condição resolutiva, do término do prazo, da</p><p>desapropriação e da perempção.</p><p>44</p><p>Direito da Propriedade</p><p>Referências</p><p>AMARAL, F. Direito civil: introdução. São Paulo: Saraiva, 2017.</p><p>BEVILÁQUA, C. Teoria Geral do Direito Civil. Rio de Janeiro: Paulo de Azevedo, 1955.</p><p>BRASIL. Lei n° 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Institui o Código Civil. Diário Oficial da</p><p>União: Brasília, DF, 2002. Disponível em: http://www. planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/</p><p>L10406compilada.htm. 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Disponível em: https://www. direitonet.com.br/artigos/</p><p>exibir/2631/Bens. Acesso em: 4 jul. 2022.</p><p>RODRIGUES, S. Direito Civil. São Paulo: Saraiva, 2003. v. 1.</p><p>SANTOS, E. E. As relações jurídicas. Âmbito Jurídico, 2006. Disponível em: https://</p><p>ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-civil/as- relacoes-juridicas. Acesso em: 5 jul.</p><p>2022.</p><p>SILVA, R. B. A importância do conceito de relação jurídica. Jus, 2010. Disponível em: https://</p><p>jus.com.br/artigos/14332/a-importancia-do- conceito-de-relacao-juridica. Acesso em:</p><p>4 jul. 2022.</p><p>TELES, N. M. Direito Penal: parte geral. São Paulo: Atual, 2004.</p><p>TEPEDINO, G. et al. Direito Civil: parte geral. São Paulo: Atlas, 2004. TOLEDO, F. A. Princípios</p>básicos de Direito Penal. Saraiva: São Paulo, 2012.
VENOSA, S. S. Direito Civil: parte geral. São Paulo: Atlas, 2004.
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