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<p>PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS 1. DIFERENÇA ENTRE PRINCÍPIO E REGRA: PRINCÍPIOS: enunciam elementos gerais, que determinam as bases dos procedimentos em determinadas áreas, como é o caso do direito à vida (art. 5° CRFB/88). Os princípios do Direito Penal, como regra geral, são expressões normativas de valor específico, a qual servem de base para o Condicionamento, orientação e compreensão do ordenamento jurídico, anto para a sua aplicação e conexão, quanto para a edição de novas normas Penais. REGRAS: enunciam elementos mais específicos, determinando os procedimentos a serem adotados em situações concretas, como é o caso do crime previsto no art. 121 do Código Penal que determina a pena de 6 a 20 anos para aquele que matar alguém. Geralmente as regras trazem de forma clara e direta as consequências de seu descumprimento. 2. PRINCÍPIO DA LEGALIDADE OU RESERVA LEGAL Proibição de leis vagas, indeterminadas ou imprecisas. Art. 5°, XXXIX da CRFB: "XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal;" Art. 1° do CP. "Art. 1° - Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação legal." Vedação de medida provisória em matéria penal (CF, art. 62, § 1°, I, b). Formalidades para edição da norma também dizem respeito ao princípio da legalidade (Processo Legislativo).</p><p>3. PRINCÍPIO DA INTERVENÇÃO MÍNIMA OU ÚLTIMA RATIO Direito Penal somente deve atuar quando os demais ramos do direito revelarem-se incapazes de dar a tutela devida a bens relevantes da vida do Indivíduo e da própria sociedade; Fragmentariedade: é decorrente da intervenção mínima (está dentro dela) e preconiza que o Direito Penal é um sistema descontínuo de proteção de bens, pois seleciona aqueles que irá proteger. Como exemplo temos o crime de Adultério que foi revogado em 2005! 4. PRINCÍPIO DA RESPONSABILIDADE PESSOAL Proíbe-se o castigo penal pelo fato de outrem. Inexiste em Direito Penal a responsabilidade coletiva. CRFB/88, art. 5°, XLV: "nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de Reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos Sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido;" 5. PRINCÍPIO DA RESPONSABILIDADE SUBJETIVA Não basta que o fato seja materialmente causado pelo agente, ficando sua responsabilidade penal condicionada à existência de voluntariedade, leia-se dolo ou Culpa. 6. PRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE DA LEI PENAL MAIS SEVERA Fenômeno da extra-atividade da lei penal. Art. 5°, XL, CF: "Lei penal não retroage, salvo para beneficiar o réu."</p><p>Art. 5°, XXXIX, CF "não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal;" Art. 1° CP. "Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação legal." Ultra-atividade da lei mais benéfica - art. 2° CP. "Art. 2° Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória." Lei excepcional ou temporária art. 3° CP. "Art. 3° - A lei excepcional ou temporária, embora, decorrido o período de sua duração ou cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado durante sua vigência." 7. PRINCÍPIO DA PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA OU DA NÃO CULPA A CRFB/88 diferentemente de alguns documentos internacionais, não presume, expressamente que o cidadão seja inocente, mas impede que ele seja considerado culpado até a decisão condenatória em definitivo. artigo 2, da Convenção Americana de Direitos Humanos dispõe que: "Toda pessoa acusada de um delito tem direito a que se presuma sua Inocência enquanto não for legalmente comprovada sua CRFB/88 - Art. 5° - LVII "ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória;" 8. PRINCÍPIO DA INDIVIDUALIZAÇÃO DA PENA</p><p>Por que o referido princípio pareça estar afeto as atividades do juiz quando da Prolação da sentença, a individualização da pena deve estar clara na definição do Tipo penale a punição a ser aplicada (Legislativo); Na imposição da pena pelo Magistrado (Judiciário); e na execução (Executivo). Art. 5° LEP - "Art. 5° Os condenados serão classificados, segundo os seus antecedentes e personalidade, para orientar a individualização da execução penal." CRFB/88 - Art. 5° - XLVI - "a lei regulará a individualização da pena e [...]" 9. PRINCÍPIO DA Desenvolvido por Claus Roxin, considera que comportamentos que produzam lesões Insignificantes aos objetos jurídicos tutelados pela norma penal devem ser considerados penalmente irrelevantes. Critérios do STF para Analisar a Insignificância da Conduta Criminosa: MARI Mínima Ofensividade da Conduta do Agente; Ausência/Nenhuma de Periculosidade Social da Ação; Reduzido Grau de Reprovabilidade do Comportamento; Inexpressividade da Lesão Jurídica provocada; Tem sido aplicado pelo Judiciário em crimes de furto, mas não deve ser confundido com o furto de pequeno valor ou com o furto famélico. furto famélico ocorre quando o agente, em situação de extrema penúria, causa um dano ao patrimônio alheio, cometendo o crime de furto para saciar uma premência urgente e relevante sua ou de outra pessoa, pois se não suprisse tal necessidade poderia ele ou outrem vir a sofrer danos em seus bens juridicamente tutelados.</p><p>Furto privilegiado/pequeno valor, no entendimento majoritário, é aquela que não ultrapassa um salário mínimo. A coisa de valor insignificante, por sua vez, deve ser inexpressiva. APLICAÇÃO DA LEI PENAL 1. TEORIA DA NORMA JURÍDICO PENAL Normas penais têm a função de definir as infrações penais, proibindo Ou impondo condutas, sob ameaça expressa e específica de pena. Preceito primário - descreve condutas "Art. 121. Matar alguém" (CP). Preceito secundário - cominação abstrata de pena "reclusão, de seis a Vinte anos" (CP). 2. FONTES DO DIREITO PENAL Imediatas, diretas 1. Princípios ou primárias 2. Regras FONTES DO DIREITO PENAL 1. Costumes Mediatas, 2. Doutrina indiretas ou secundárias 3. Jurisprudência 4.Tratados internacionais 3. NORMA PENAL EM BRANCO Nas normas penais em branco o preceito primário é incompleto, mas o secundário é determinado.</p><p>Norma penal em branco heterogênea: é aquela que é complementada por um dispositivo legal que não tem origem na mesma instância legislativa. É aquela que é complementada por um dispositivo legal que não tem origem na mesma instância legislativa. Ex: Art. 33 da Lei 11.343/06 - conceito de drogas é definido por Portaria da ANVISA., pois a Lei 11.343/06 é norma hierarquicamente superior à portaria da ANVISA. Norma penal em branco homogênea: a norma penal em branco homogênea é aquela cuja complementação advém de um dispositivo legal que tem a mesma natureza jurídica e a mesma fonte legisladora. Ex: Arts. 235 a 237 do CP - conceitos referentes aos impedimentos matrimoniais estão no art. 1521 do Código Civil (CC), pois o CP e o CC são de mesma hierarquia. 4. VALIDADE E EFICÁCIA DA LEI PENAL NO TEMPO A. ANTERIORIDADE DA LEI PENAL art. 1° do CP consagra tanto o princípio da anterioridade como da Legalidade. "Art. 1° Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia Cominação legal". Art. 5°, da CF tem a mesma redação. B. LEI PENAL NO TEMPO Art. 5° - CRFB/88 XL "a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu." REGRA - A lei penal não retroagirá. EXCEÇÃO A lei penal poderá retroagir quando de alguma forma possa trazer benefício ao infrator.</p><p>Art. 5°, XL da CF. Abolitio criminis e novatio legis (lei nova). Art. 2° do CP. "Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória." A lei penal no tempo tem como objetivo demarcar o momento exato em que a norma penal terá sua incidência legal ao caso concreto. Tempus Regit Actum: O direito de punir do Estado só nasce após delimitação da norma, que alcançando a conduta praticada pelo sujeito durante a sua criação e vigência, deverá sancioná-lo na forma da lei. É a partir desse momento, qual seja, da vigência da lei penal, que as pessoas devem deixar de praticar o comportamento proibitivo da norma, evitando, logo, a sua incidência legal. Extra-atividade: a Lei Penal pode "movimentar-se" no tempo (para beneficiar o réu) e a esse movimento dá-se o nome de que pode ser dividida em: I) Retroatividade - possibilidade da lei penal ser aplicada a fatos praticados antes de sua vigência. Exemplo: Lei de Drogas que em 2006 passou a considerar o usuário como estando incurso no delito do artigo 28 da referida lei (pena de advertência, prestação de serviços e medida educativa) enquanto que a lei antiga 6368/76 previa pena de 6 meses a 2 anos de detenção, além de multa. II) Ultra-atividade possibilidade de aplicação da lei penal mesmo após sua revogação ou cessação de efeitos. Exemplo: Nova Lei de Abuso de Autoridade (13.869/2029) que entrou em vigor no início de 2020. No entanto, os fatos praticados sob a vigência da lei 4898/65 devem ser aplicados ao autor, uma vez que, a lei que deixou de "existir" era mais benéfica.</p><p>Lei Excepcional: vigência durante situações extraordinárias como as calamidades e Guerras (Código Penal Militar). Lei Temporária: prazo pré-estabelecido de Vigência. Nos grandes eventos, como Copa e Olimpíada. TEMPO DO CRIME TEORIAS Teoria da atividade: crime considera-se praticado no momento da conduta. Não importando o momento do resultado; É a adotada pelo art. do CP: "Art. 4° Considera-se praticado a crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o momento do resultado" Teoria do resultado: o delito considera-se praticado no momento do Resultado. Teoria mista ou da ubiquidade: momento do crime é tanto o da conduta Quanto do resultado. Exemplo 1 - Adolescente FULANO de 17 anos, faltando apenas um dia para completar 18 anos, vem a Disparar arma de fogo contra seu desafeto, deixando-o gravemente ferido. Após uma semana no Hospital, a vítima falece em decorrência exclusiva da ação de FULANO. Mesmo a vítima vindo a óbito, FULANO responderá pelo fato na qualidade de inimputável, ou seja, nos moldes do ECA. Exemplo 2 - ATENÇÃO - tempo do crime também vale para a vítima, ou seja, no mesmo caso do Homicídio, se a conduta for perpetrada por maior de idade contra menor de 14 anos ou maior de 60 Anos, incide hipótese de aumento de pena (art. 121, §4°, parte final). Atenção para uma Exceção a regra geral:</p><p>Súmula 711 STF: A lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou permanente, se a sua Vigência é anterior à cessação da continuidade ou da permanência. 5. VALIDADE E EFICÁCIA DA LEI PENAL NO ESPAÇO C. LUGAR DO CRIME Teoria mista ou da ubiquidade local do crime é tanto o da conduta quanto o do resultado; esta é a teoria adotada pelo art. 6° do CP. Art. 6° - "Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir- se o resultado." Regras gerais de definição da competência: art. 69 e seguintes do CPP. Art. 69. Determinará a competência jurisdicional: - - o lugar da infração: - - o domicílio ou residência do réu; III - a natureza da infração; IV - a distribuição; V a conexão ou continência; VI a prevenção; VII - a prerrogativa de função. Teoria da atividade: lugar do crime é aquele em que foi praticada a conduta, Ou seja, os atos executórios. Teoria do resultado: lugar do crime considera-se aquele em que ocorreu o Resultado, ou seja, a consumação. CRIME E IMPUTABILIDADE PENAL</p><p>TEORIA DO DELITO CONCEITO DE CRIME Conceito analítico de crime, a partir do qual Surge a concepção bipartida do delito. A análise do crime inicia pela tipicidade, passando-se em seguida para a ilicitude, sendo que por fim verifica-se a culpabilidade. Para concepção bipartida crime é o fato típico e ilícito, sendo a culpabilidade pressuposto para aplicação da pena. Para maioria da doutrina no Brasil crime é fato típico e ilícito, Conforme artigos 23 e 26 do CP. Art. 1° Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação legal. Art. 23 Não há crime quando o agente pratica o fato: - em estado de necessidade; II - em legítima defesa; III - em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito. Excesso punível Parágrafo único agente, em qualquer das hipóteses deste artigo, responderá pelo excesso doloso ou culposo. Art. 26 - É isento de pena o agente que, por doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. Redução de pena Parágrafo único A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, em virtude de perturbação de saúde mental ou por desenvolvimento mental incompleto ou retardado não era inteiramente capaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. (Redação dada pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984)</p><p>O art. 1° da Lei n. 3.914/41 (Lei de Introdução ao Código Penal e da lei das Contravenções Penais) descreve conceito de crime da seguinte forma: "Considera-se crime a infração penal a que a lei comina pena de reclusão ou de detenção, quer Isoladamente, quer alternativa ou cumulativamente com a pena de multa; contravenção, a Infração penal a que a lei comina, isoladamente, pena de prisão simples ou de multa, ou Ambas, alternativa ou cumulativamente" CONCEITO DE BEM JURÍDICO TUTELADO São os bens jurídicos que o legislador seleciona para o direito penal proteger (Ex: Vida, saúde física e mental, honra, patrimônio e dignidade sexual). INFRAÇÃO PENAL Tipos de infrações penais: A diferença é de gravidade quanto ao bem jurídico lesado. Crimes ou delitos: estão previstos no CP e na legislação especial. Contravenções: estão previstas na Lei de Contravenções Penais (Decreto-Lei 3.688/41) Infração Penal é Gênero, podendo ser dividida em CRIME/Delito e Contravenção Penal (Crime Anão, Delito Liliputiano ou Crime Vagabundo). CLASSIFICAÇÃO DA INFRAÇÕES PENAIS Sistemas Classificatórios Tripartido: crimes, delitos e contravenções. Equivaleria ao menor Potencial ofensivo, médio potencial ofensivo e elevado potencial Ofensivo). Alguns países definem a competência policial a partir destes Três níveis (municipal, estadual e federal).</p><p>Bipartido: crimes ou delitos e contravenções. É adotado no Brasil. Classificação quanto ao sujeito ativo do delito Crime comum: não há especificação do sujeito ativo. Ex: art. 129 do CP. Crime próprio: sujeito ativo determinado. Ex: art. 312 do CP. Crime de mão própria: sujeito ativo personalíssimo. Ex: art. 342 do CP. Crime de concurso necessário: Ex: art. 288 do CP. Classificação quanto ao resultado do delito Crime material: prevê um resultado e este é necessário para Consumação. Ex: art. 121 do CP. Crime formal: prevê um resultado, mas este não é necessário para Consumação do delito. Ex: art. 159 do CP. Crime de mera conduta: não prevê resultado. Ex: art. 150 do CP. Classificação quanto à consumação Crime permanente: momento consumativo se alonga no tempo. Ex: art. 148 do CP. Crime instantâneo: momento consumativo não se alonga no tempo. Ex: art. 140 do CP (injúria verbal) DO FATO TÍPICO Fato típico: é o fato que corresponde exatamente aos elementos constitutivos do tipo penal.</p><p>Elementos do fato típico: a) conduta dolosa ou culposa; b) resultado (só nos crimes materiais); c) nexo causal (só nos crimes materiais); d) tipicidade. A) Conduta: ação ou omissão humana, consciente e voluntária, dirigida a uma Finalidade. Elementos da conduta: vontade coação física exclui a vontade. finalidade - realizar busca em alguém pode ser crime se comprovado o desvio de finalidade. exteriorização - há necessidade de ação ou omissão. consciência erro de tipo exclui a consciência. Ato e conduta: conduta é a realização da vontade humana por meio de um ou Mais atos. Na conduta omissiva a vontade humana é deduzida da não Realização de atos que deveriam ter sido praticados. Formas de conduta: ação e omissão. Sujeitos da conduta típica: sujeitos ativo e passivo. Objetos jurídico: bem jurídico tutelado. Ex: Patrimônio no caso do furto. Objeto material: pessoa ou coisa sobre a qual recai a conduta do agente. Ex: No furto é o objeto subtraído. B) Resultado Conceito: modificação do mundo exterior provocada pela conduta humana. Sob este ponto de vista, há crimes em que não ocorre resultado. Crimes formal, material e de mera conduta. C) Nexo Causal e Iter criminis Iter criminis é o caminho do crime, dividindo-se em: Cogitação;</p><p>Preparação; Execução Consumação. Art. 31, CP - "O ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio, salvo disposição expressa em contrário, não são puníveis, se o crime não chega, pelo menos, a ser tentado." Crime consumado: é aquele em que foram realizados todos os elementos constantes de sua definição legal - art. 14, I, CP. Art. 14 Diz-se o crime: Crime consumado - consumado, quando nele se reúnem todos os elementos de sua definição legal; Tentativa (conatus): iniciada a execução, o crime não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do - Art. 14, II, parágrafo único, CP. Art. 14 - Diz-se o crime: Crime consumado Tentativa - tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente. Pena de tentativa Parágrafo único - Salvo disposição em contrário, pune-se a tentativa com a pena correspondente ao crime consumado, diminuída de um a dois terços. -1/3 a 2/3 Formas de tentativa: Imperfeita: fase de execução não se encerra; Perfeita: fase de Execução se encerra. Desistência voluntária: Art. 15, parte, CP.</p><p>Art. 15 - O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execução [...] só responde pelos atos já praticados. Arrependimento eficaz: Art. 15, parte, CP. Art. 15 - O agente que, voluntariamente, [...] impede que o resultado se produza, só responde pelos atos já praticados. Arrependimento posterior: Art. 16 do CP. Art. 16 - Nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa, reparado o dano ou restituída a coisa, até o recebimento da denúncia ou da queixa, por ato voluntário do agente, a pena será reduzida de um a dois terços. Crime impossível: art. 17 do CP. Art. 17 Não se pune a tentativa quando, por ineficácia absoluta do meio ou por absoluta impropriedade do objeto, é impossível consumar-se o crime. Do tipo penal nos crimes DOLOSOS Dolo é o elemento psicológico da conduta, constituindo-se em um dos elementos do fato típico. Elementos do dolo: consciência e vontade Dolo abrange todos os elementos do tipo. Fases da conduta: interna e externa. Do tipo penal nos crimes CULPOSOS Culpa: constitui-se no elemento normativo da conduta, sendo que sua Verificação necessita de um prévio juízo de valor, sem o qual não se sabe se ela está ou não presente. Normativo é o sentimento médio da sociedade sobre o Que é justo ou injusto.</p><p>Dever objetivo de cuidado é a exigência de cuidado que todas as pessoas devem ter. Tipo aberto: a conduta culposa não é descrita no tipo penal. Inobservância do dever de cuidado: é manifestado por meio de três Modalidades de culpa: Imprudência: ação. Negligência: omissão. Imperícia: falta de habilidade para o exercício de atividade ou função DA ILICITUDE A existência de uma causa de justificação faz da ação típica uma ação lícita ou permitida. As causas justificantes ou excludentes da ilicitude, têm implícita uma norma Permissiva ou autorizante de caráter independente. Essa norma, torna lícitas a Conduta proibida ou a não realização da conduta ordenada. Art. 23 - Não há crime quando o agente pratica o fato: I em estado de necessidade; em legítima defesa; III em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito. Excesso punível Parágrafo único - agente, em qualquer das hipóteses deste artigo, responderá pelo excesso doloso ou culposo. I. Estado de necessidade "Art. 24, CP - Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para salvar de perigo atual, que não provocou por sua vontade,</p><p>nem podia de outro modo evitar, direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias, não Era razoável exigir-se. § 1° - Não pode alegar estado de necessidade quem tinha o dever legal de enfrentar o perigo. § 2° - Embora seja razoável exigir-se o sacrifício do direito ameaçado, a pena poderá ser reduzida de um a dois terços. Requisitos subjetivos: Ciência da situação fática. Vontade ou ânimo de salvar o bem jurídico em perigo. Requisitos objetivos: Perigo atual e inevitável. Direito próprio ou alheio, cujo sacrifício não era razoável exigir- se. Exceção do Art. 24, § 2° do CP. Não provocado pela vontade do agente. Inexistência do dever de enfrentar o perigo (CP, art. 24, § Policial Militar por juramento previsto em lei tem o dever de enfrentar o perigo. II. Legitima Defesa Art. 25, CP - Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem. Parágrafo único. Observados os requisitos previstos no caput deste artigo, considera-se também em legítima defesa o agente de segurança pública que repele agressão ou risco de agressão a vítima mantida refém durante a prática de crimes. Requisito subjetivo: ciência da agressão vontade de defender-se.</p><p>Requisitos objetivos: Agressão atual ou iminente Agressão Injusta de Direito próprio ou Alheio. Meios necessários, empregados com moderação. ADPF 779 - Legítima defesa da honra foi considerada inconstitucional. Doutrina discute a necessidade da previsão legal de tal situação, que já Seria uma decorrência do caput III. Estrito cumprimento do dever legal Conceito: a ação se dá no estrito cumprimento de dever legal (CP, art. 23, III, parte), ou seja, o agente cumpre exatamente aquilo que é prescrito pelo ordenamento jurídico, sendo sua conduta considerada lícita. Colisão de deveres: o dever de realizar a ação ordenada (prender em e, por outro lado, o dever de não realizar a ação proibida (não abusar dos meios), sempre devem ser sopesados pelo agente. Requisito objetivo: cumprimento do dever nos limites estabelecidos pela norma. Requisito subjetivo: ciência do devere vontade de cumpri-lo, no estrito limite da lei. IV. Exercício regular de direito Conceito: exercício de uma faculdade em conformidade com o sistema Jurídico, sendo que não se pode considerar ilícita a prática de um ato justificado ou permitido pela lei. Exemplos: intervenção cirúrgica e atividade desportiva. Requisito objetivo: atuação efetiva no exercício regular de direitos.</p><p>Requisito subjetivo: conhecimento do direito e a vontade de lo. V. Consentimento do ofendido consentimento do ofendido não está expressamente previsto na legislação brasileira mas pode ser considerado causa de exclusão da ilicitude. Ocorre nas situações em que o agente ofende ou em perigo um direito com o consentimento da pessoa que dele pode validamente dispor. Consentimento pode ser escrito, verbal, expresso ou tácito. Exemplos: cirurgias estéticas E de esterilização. Requisitos objetivos: Capacidade de consentir; Anterioridade do consentimento; Atuação nos limites do consentido. Requisito subjetivo: Ciência do consenso Vontade de atuar nos limites do consentido. DA CULPABILIDADE Elementos que integram a culpabilidade: Imputabilidade. Potencial Consciência da ilicitude do fato. Exigibilidade de Conduta Diversa.</p><p>Inimputabilidade e culpabilidade diminuída Imputabilidade é a capacidade de culpabilidade. Sistemas adotados: Biológico Psicológico Biopsicológico Sistema penal brasileiro adota prioritariamente o sistema Biopsicológico, com exceção dos menores de 18 anos (biológico) - CF, art. 228 e CP, art. 27. Indígena Não Integrado é Inimputável? Resposta: A Condição de Índio não integrado não gera por si só, a presunção de incapacidade penal! A regra é a sua imputabilidade, que poderá ser afastada quando doente mental, menor de 18 anos ou diante de embriaguez acidental completa. O que pode ocorrer, é o afastamento da CULPABILIDADE do indígena por ficar latente a ausência de POTENCIAL CONSCIÊNCIA da Art. 3°, da Lei 6001/73 Índio ou Silvícola - É todo indivíduo de origem e ascendência pré-colombiana que se identifica e é identificado como pertencente a um grupo étnico cujas características culturais o distinguem da sociedade nacional; - Comunidade Indígena ou Grupo Tribal - É um conjunto de famílias ou comunidades índias, quer vivendo em estado de completo isolamento em relação aos outros setores da comunhão nacional, quer em contatos intermitentes ou permanentes, sem contudo estarem neles integrados. Potencial Consciência da do fato É a consciência do agente em saber e conhecer a antijuricidade do fato, ou seja, que potencialmente saiba que o fato é ilícito e que a conduta que está praticando é vedada por lei.</p><p>Exemplo: O cidadão que mesmo sendo casado em seu país de origem vem a casar novamente no Brasil com várias mulheres, acabando por praticar o crime do artigo 235 do CP. No entanto, o fez em razão de que em seu país de origem essa conduta é permitida e aceita socialmente. Exigibilidade de Conduta Diversa Consiste na expectativa social de um comportamento diferente daquele que foi adotado pelo agente. A lei estabelece duas hipóteses de exclusão da exigibilidade de conduta diversa, coação moral irresistível e obediência hierárquica (art. 22 CP). Art. 22. É isento de pena o agente que, por doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter criminoso do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. Coação moral irresistível Também é conhecida como grave ameaça, pois a coação física (vis absoluta) exclui a própria ação sendo a conduta atípica. É tudo aquilo que pressiona a vontade do agente, impondo determinado comportamento a este, de forma a eliminar ou reduzir o poder de escolha. A irresistibilidade da coação é mensurada pelo mal ameaçado, devendo a ameaça ser grave. A coação resistível não exclui a culpabilidade, podendo ser considerada uma atenuante genérica (CP, art. 65, III, c) Art. 65 - São circunstâncias que sempre atenuam a pena: III ter o agente:</p><p>c) cometido o crime sob coação a que podia resistir, ou em cumprimento de ordem de autoridade superior, ou sob a influência de violenta emoção, provocada por ato injusto da vítima; Obediência hierárquica: há divergência se a hierarquia deve derivar de uma relação de direito público, ou se pode derivar também das relações privadas. Entende-se hoje que a exclusão da culpabilidade não precisa estar expressamente prevista na lei, podendo ser supralegal. PENAS E MEDIDAS DE SEGURANÇA SANÇÃO PENAL GÊNERO MEDIDA DE PENA SEGURANÇA ESPÉCIE ESPÉCIE PENA é a sanção prevista em nosso ordenamento jurídico aos imputáveis. MEDIDA DE SEGURANÇA é reservada aos inimputáveis ou "semi-imputáveis" em razão de doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado. Art. 32, CP - As penas são - privativas de liberdade; - restritivas de direitos; III - de multa.</p><p>IMPORTANTE lembrar que além das penas previstas pelo cometimento de uma infração penal, esta pode acarretar a perda de uma série de direitos, como perda do cargo ou função pública, a incapacidade para o exercício do poder familiar, etc. PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE TEMPO MÁXIMO: cumprimento das penas privativas de liberdade não pode ser superior a 40 (quarenta) anos. A pena de RECLUSÃO deve ser cumprida em regime fechado, semi-aberto ou aberto. A de DETENÇÃO, em regime semi-aberto, ou aberto, salvo necessidade de transferência a regime fechado. REGIME FECHADO a execução da pena em estabelecimento de segurança máxima ou média; REGIME SEMI-ABERTO a execução da pena em colônia agrícola, industrial ou estabelecimento similar; REGIME ABERTO a execução da pena em casa de albergado ou estabelecimento adequado. PENA RESTRITIVA DE DIREITOS Art. 43. As penas restritivas de direitos são: I - prestação pecuniária; - perda de bens e valores; III - limitação de fim de semana; IV - prestação de serviço à comunidade ou a entidades públicas;</p><p>V interdição temporária de direitos; VI - limitação de fim de semana. ATENÇÃO: Penas Restritivas de Direitos são penas autônomas! Existem também na Legislação Penal Especial, como é o caso da Lei de Abuso de Autoridade (Lei 13.869/2019) PENAS E MEDIDAS DE SEGURANÇA - Multa A pena de Multa (art. 49 CP) consiste no pagamento ao fundo penitenciário da quantia fixada na sentença e calculada em dias-multa. No mínimo, de 10 (dez) e, no máximo, de 360 (trezentos e sessenta) dias-multa. O valor do dia-multa será fixado pelo juiz não podendo ser inferior a um trigésimo do maior salário-mínimo mensal vigente ao TEMPO DO FATO, nem superior a 5 (cinco) vezes esse salário. Súmula 693 STF - Não cabe habeas corpus contra decisão condenatória a pena de multa, ou relativo a processo em curso por infração penal a que a pena pecuniária seja a única cominada. PENAS E MEDIDAS DE SEGURANÇA - MEDIDA DE SEGURANÇA Enquanto a Pena possui caráter Aflitivo, a medida de segurança é Curativa; A pena é dosada proporcionalmente a gravidade do fato e a medida de segurança é vinculada diretamente à periculosidade do agente; Espécies de medidas de segurança (art. 96 CP) - Internação em hospital de custódia e tratamento psiquiátrico ou, à falta, em outro estabelecimento adequado; (Crime apenado com Reclusão)</p><p>- sujeição a tratamento ambulatorial. (Crime apenado com detenção e se mostrar recomendável ao caso concreto) CRIMES CONTRA A VIDA ART. 121 - HOMICÍDIO Art. 121. Matar alguém: Pena - reclusão, de 6 a 20 anos. CASO DE DIMINUIÇÃO DE PENA - privilegiado § 1° Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral, ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, o juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço. ATENÇÃO: Homicídio Privilegiado é DOLOSO e dessa forma não permite a aplicação do Perdão Judicial! HOMICÍDIO QUALIFICADO (todas são crimes hediondos Lei 8.072/90) § 2° Se o homicídio é cometido: - mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe; -> Qualificadora subjetiva. - - por motivo fútil; -> Qualificadora subjetiva. III - com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum; -> Qualificadoras objetivas.</p><p>IV - à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido; -> Qualificadoras objetivas. -> Qualificadora subjetiva. V - para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime: Conexão com outro crime, que pode ou não ocorrer. Conexão teleológica "assegurar a execução". Conexão consequencial - "ocultação do crime", "impunidade" e "vantagem". VII - contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal, integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição: Crime de Homicídio do inciso VII é chamado de Homicídio Funcional ou Polialicídio pela Doutrina. VIII com emprego de arma de fogo de uso restrito ou proibido: -> Qualificadora de ordem objetiva. Pena - reclusão, de 12 a 30 anos. FEMINICÍDIO -> Qualificadoras subjetivas. Atenção: Sujeito Ativo nesse caso, pode ser tanto Homem quanto Mulher! A violência aqui, é uma violência de gênero! VI contra a mulher por razões da condição de sexo feminino: Pena - reclusão, de 12 a 30 § Considera-se que há razões de condição de sexo feminino quando o crime envolve:</p><p>violência doméstica e familiar; menosprezo ou discriminação à condição de mulher. § 7° A pena do feminicídio é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se o crime for praticado: durante a gestação ou nos 3 (três) meses posteriores ao parto; contra pessoa maior de 60 (sessenta) anos, com deficiência ou com doenças degenerativas que acarretem condição limitante ou de vulnerabilidade física ou mental; III na presença física ou virtual de descendente ou de ascendente da vítima; IV em descumprimento das medidas protetivas de urgência previstas nos incisos I, e III do caput do art. 22 da Lei n° 11.340, de 7 de agosto de 2006. Súmula 600 do STJ: "Para configuração da violência doméstica e familiar prevista no artigo 5° da lei 11.340/2006, lei Maria da Penha, não se exige a coabitação entre autor e vítima". HOMICÍDIO CONTRA MENOR DE 14 (QUATORZE) ANOS IX - contra menor de 14 (quatorze) anos: Pena reclusão, de 12 a 30 anos. § 2°-B. A pena do homicídio contra menor de 14 (quatorze) anos é AUMENTADA DE: 1/3 (um terço) até a metade se a vítima é pessoa com deficiência ou com doença que implique o aumento de sua vulnerabilidade; 2/3 (dois terços) se o autor é ascendente, padrasto ou madrasta, tio, irmão, cônjuge, companheiro, tutor, curador, preceptor ou empregador da vítima ou por qualquer outro título tiver autoridade sobre III 2/3 (dois terços) se o crime for praticado em instituição de educação básica pública ou privada. HOMICÍDIO CULPOSO § 3° Se o homicídio é culposo: Pena - DETENÇÃO, de 1 a 3</p><p>§ 5° Na hipótese de homicídio culposo, o juiz poderá deixar de aplicar a pena, se as consequências da infração atingirem o próprio agente de forma tão grave que a sanção penal se torne desnecessária. § 6° A pena é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se o crime for praticado por milícia privada, sob o pretexto de prestação de serviço de segurança, ou por grupo de extermínio. -> CAUSA EXTINTIVA DE PUNIBILIDADE Aumento de pena § No homicídio culposo, a pena é aumentada de 1/3 (um terço), se o crime resulta de inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício, ou se o agente deixa de prestar imediato socorro à vítima, não procura diminuir as do seu ato, ou foge para evitar prisão em flagrante. Sendo doloso o homicídio, a pena é aumentada de 1/3 (um terço) se o crime é praticado contra pessoa menor de 14 (quatorze) ou maior de 60 (sessenta) anos. § 6° A pena é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se o crime for praticado por milícia privada, sob o pretexto de prestação de serviço de segurança, ou por grupo de extermínio. Grupo de Extermínio: são os matadores, "justiceiros" (civis ou não), que provocam a morte de pessoas tidas como criminosas ou como uma ameaça para a sociedade. Milícia Armada o grupo armado de pessoas (civis ou não) que possuem o objetivo (finalidade) de devolver a segurança retirada das comunidades mais carentes, valendo-se de violência ou grave ameaça. Objeto jurídico - bem jurídico protegido VIDA Extrauterina Objeto material é o objeto da ação (pessoa morta). Elementos objetivos - objeto do crime, o lugar, o tempo, os meios empregados, o verbo, etc. Elementos normativos - valoração jurídica, social, cultural, política, religiosa, etc. Elementos subjetivos - fim perseguido pelo autor do delito. Dolos específico e genérico. Ação ou omissão.</p><p>Momento consumativo - crime instantâneo de efeitos permanentes. Mortes clínica, biológica e cerebral. Tentativa: imperfeita - processo executório é interrompido; perfeita - processo executório é finalizado. Concurso de pessoas: autor, coautor e partícipe ART. 129 - DAS LESÕES CORPORAIS Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem: Pena - DETENÇÃO, de 3 meses a 1 ano. Lesão corporal de natureza grave § 1° Se resulta: Incapacidade para as ocupações habituais, por mais de trinta dias; II perigo de vida; III - debilidade permanente de membro, sentido ou função; IV aceleração de parto: Pena - RECLUSÃO, de 1 a 5 anos. Incapacidade para as ocupações habituais por mais de trinta dias - exame complementar. Perigo de vida perigo concreto. Debilidade permanente de membro, sentido ou função. Aceleração de parto - necessidade de que o feto nasça e sobreviva. Atenção: A perda de dentes tem gerado polêmica, devendo a solução do caso ser buscada no exame pericial! Pois, somente a perícia conseguirá informar se houve apenas a perda do dente ou se houve comprometimento do sistema de mastigação. O STJ já decidiu que a perda de 2 dentes deve ser tratada como debilidade e não como deformidade permanente! (REsp 1620.158/RJ, Dje 20/09/2016) Lesão corporal § 2° Se resulta: - Incapacidade permanente para o trabalho; - enfermidade incuravel; III perda ou inutilização do membro, sentido ou função; IV - deformidade permanente; V aborto: Pena - RECLUSÃO, de 2 a 8 anos.</p><p>Incapacidade permanente para o trabalho incapacidade física ou psíquica. Enfermidade incurável. Perda ou inutilização de membro, sentido ou função. Deformidade permanente é aquela que não pode ser corrigida. Aborto preterdolosa. Atenção: é gravíssima a lesão que acarreta a impotência generandi ou coeundi. Atenção: Tratando-se de órgãos duplos, a lesão para ser enquadrada como gravíssima deve atingir a ambos. Lesão corporal seguida de morte § 3° Se resulta morte e as circunstâncias evidenciam que o agente não quís o resultado, nem assumiu o risco de produzí-lo: Pena - RECLUSÃO, de 4 a 12 anos. Lesão corporal (dolo no antecedente). Morte (culpa no consequente). Atenção: Quando o fato for perpetrado na condução de veículo automotor e restar configurado apenas a lesão corporal, sem morte, consuma-se o crime do artigo 303 do CTB em razão do princípio da especialidade. Art. 303. Praticar lesão corporal culposa na direção de veículo automotor. VEÍCULO AUTOMOTOR todo veículo a motor de propulsão que circule por seus próprios meios, e que serve normalmente para o transporte viário de pessoas e coisas, ou para a tração viária de veículos utilizados para o transporte de pessoas e coisas. termo compreende os veículos conectados a uma linha elétrica e que não circulam sobre trilhos (ônibus elétrico). Diminuição de pena lesão privilegiada mesmas circunstâncias do homicídio privilegiado. § 4° Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, o juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço. Substituição da pena</p><p>§ 5° juiz, não sendo graves as lesões, pode ainda substituir a pena de detenção pela de multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis: - se ocorre qualquer das hipóteses do parágrafo anterior; - se as lesões são recíprocas. Lesão corporal culposa § 6° Se a lesão é culposa: Pena DETENÇÃO, de dois meses a um ano. Possibilidade de substituição por multa nos casos em que as lesões forem leves e privilegiadas ou recíprocas. Atenção: A existência de Lesões Recíprocas não conduz automaticamente a absolvição de ambos! Aumento de pena § 7° Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se ocorrer qualquer das hipóteses dos §§ e 6° do art. 121 deste Código. § 8° Aplica-se à lesão culposa o disposto no § 5° do art. 121. Violência Doméstica § 9° Se a lesão for praticada contra ascendente, descendente, irmão, cônjuge ou companheiro, ou com quem conviva ou tenha convivido, ou, ainda, prevalecendo- se o agente das relações domésticas, de coabitação ou de hospitalidade: Pena DETENÇÃO, de 3 (três) meses a 3 (três) anos. Súmula 589 STJ: É inaplicável o princípio da insignificância nos crimes ou contravenções penais praticados contra a mulher no âmbito das relações domésticas. Súmula 542 do STJ: A ação penal relativa ao crime de lesão corporal resultante de violência doméstica contra a mulher é pública incondicionada. § 10. Nos casos previstos nos §§ a deste artigo, se as circunstâncias são as indicadas no § 9o deste artigo, aumenta-se a pena em 1/3 (um terço). § 11. Na hipótese do § 9o deste artigo, a pena será aumentada de um terço se o crime for cometido contra pessoa portadora de deficiência. Lei 13.146/2015 Art. 2° Considera-se pessoa com deficiência aquela que tem impedimento de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, o qual, em interação com uma ou mais barreiras, pode obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas. Atenção: Pela Lei, o deficiente não precisa ostentar essa condição para a eternidade! § 12. Se a lesão for praticada contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal, integrantes do sistema prisionale da Força Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra</p><p>seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição, a pena é aumentada de um a dois terços. § 13. Se a lesão for praticada contra a mulher, por razões da condição do sexo feminino, nos termos do § do art. 121 deste Código: Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro anos). Objeto jurídico - direito à integridade e saúde e mental. Objeto material - pessoa sobre a qual recai a lesão corporal. Bem Jurídico Protegido é a incolumidade pessoal do indivíduo (fisiológica + mental + corporal) Importante: A dor é dispensável para a configuração do crime! Elementos objetivos - ação nuclear (ofender) e meios de execução (crime de forma livre). Elementos normativos - conceito jurídico de ofender - lesões esportivas e intervenção médico-cirúrgica Elementos subjetivos - dolo direto ou eventual. Tentativa - tem sido admitida em relação às lesões corporais leves, graves e gravíssimas. ART. 135 OMISSÃO DE SOCORRO Art. 135 - Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à criança abandonada ou extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, ao desamparo ou em grave e iminente perigo; ou não pedir, nesses casos, o socorro da autoridade pública: Pena - DETENÇÃO, de 1 a 6 meses, ou multa. Parágrafo único A pena é aumentada de metade, se da omissão resulta lesão corporal de natureza grave, e triplicada, se resulta em morte. Sujeitos ativo e passivo (específico). Objeto jurídico - segurança, vida e saúde. Objeto material - pessoa não socorrida.</p><p>Elemento objetivo - ação nuclear: "não prestar socorro" e "não pedir socorro". Elemento subjetivo - dolo direto ou eventual de perigo. ART. 136 - MAUS-TRATOS Art. 136 - Expor a perigo a vida ou a saúde de pessoa sob sua autoridade, guarda ou vigilância, para fim de educação, ensino, tratamento ou custódia, quer privando- a de alimentação ou cuidados indispensáveis, quer sujeitando-a a trabalho excessivo ou inadequado, quer abusando de meios de correção ou disciplina: Pena - DETENÇÃO, de dois meses a 1 ano, ou multa. § 1° - Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave: Pena - reclusão, de um a quatro anos. § 2° - Se resulta a morte: Pena - reclusão, de quatro a doze anos. § 3° - Aumenta-se a pena de um terço, se o crime é praticado contra pessoa menor de 14 (catorze) anos. Crime de perigo concreto. Sujeitos ativo e passivo. Objeto jurídico - vida e saúde. Objeto material - próprio sujeito passivo. Elemento objetivo - verbos "expor", "privar", "sujeitar" e "abusar". Forma de execução. Elemento subjetivo - dolos direto ou eventual, mas de perigo. Crime de Tortura - Lei 9.455/97. Na tortura o objetivo é "fazer sofrer, por prazer, por ódio ou qualquer outro sentimento vil" (TJSC - Ap. Crim. n. 1998.014413-2, de São José do Cedro). ART. 137 CP</p><p>Art. 137 - Participar de rixa, salvo para separar os contendores: Pena - DETENÇÃO, de quinze dias a dois meses, ou multa. Parágrafo único - Se ocorre morte ou lesão corporal de natureza grave, aplica-se, pelo fato da participação na rixa, a pena de detenção, de seis meses a dois anos. Sujeitos ativo e passivo são os rixosos (três ou mais). Objeto jurídico - vida e integridade física e indiretamente a ordem pública. Objeto material - rixosos. Elemento objetivo - verbo "participar". Elemento Normativo conceito de rixa: vias de fato generalizada de três ou mais pessoas, todos contra todos. Elemento subjetivo - dolo direto de participar. Parágrafo único: forma qualificada da participação na rixa quando ocorrer morte ou lesão corporal grave. CRIMES CONTRA A HONRA Generalidades Tutela dirige-se a honra que é um bem imaterial. Honra objetiva - refere-se ao conceito que as pessoas têm de alguém quanto as suas características físicas, intelectuais e morais. Honra subjetiva - opinião que as pessoas têm de si mesmas. Dignidade - atributos de aspecto moral. Ex: honestidade e lealdade. Decoro - demais atributos desvinculados da moral. Ex: inteligência e forma física. Tratam-se de crimes formais, pois independem da produção de resultado, que seria o dano a reputação do ofendido. DISPOSITIVOS EM COMUM Art. 141 - As penas cominadas neste Capítulo aumentam-se de um terço, se qualquer dos crimes é cometido:</p><p>contra o Presidente da República, ou contra chefe de governo estrangeiro; contra funcionário público, em razão de suas funções, ou contra os Presidentes do Senado Federal, da Câmara dos Deputados ou do Supremo Tribunal Federal; III na presença de várias pessoas, ou por meio que facilite a divulgação da calúnia, da difamação ou da injúria. IV contra criança, adolescente, pessoa maior de 60 (sessenta) anos ou pessoa com deficiência, excetona hipótese prevista no § 3° do art. 140 deste Código. § 1° Se o crime é cometido mediante paga ou promessa de recompensa, aplica- se a pena em dobro. § 2° Se o crime é cometido ou divulgado em quaisquer modalidades das redes sociais da rede mundial de computadores, aplica-se em triplo a pena. Exclusão do crime Art. 142 Não constituem injúria ou difamação punível: - a ofensa irrogada em juízo, na discussão da causa, pela parte ou por seu procurador; - a opinião desfavorável da crítica literária, artística ou científica, salvo quando inequívoca a intenção de injuriar ou difamar; III o conceito desfavorável emitido por funcionário público, em apreciação ou informação que preste no cumprimento de dever do ofício. Parágrafo único Nos casos dos ns. e III, responde pela injúria ou pela difamação quem lhe dá publicidade. Retratação Art. 143 - O querelado que, antes da sentença, se retrata cabalmente da calúnia ou da difamação, fica isento de pena. Parágrafo único. Nos casos em que o querelado tenha praticado a calúnia ou a difamação utilizando-se de meios de comunicação, a retratação dar-se-á, se assim desejar o ofendido, pelos mesmos meios em que se praticou a ofensa. Art. 144 - Se, de referências, alusões ou frases, se infere calúnia, difamação ou injúria, quem se julga ofendido pode pedir explicações em juízo. Aquele que se recusa a dá-las ou, a critério do juiz, não as dá satisfatórias, responde pela ofensa.</p><p>Art. 145 - Nos crimes previstos neste Capítulo somente se procede mediante queixa, salvo quando, no caso do art. 140, § 2°, da violência resulta lesão corporal. Parágrafo único. Procede-se mediante requisição do Ministro da Justiça, no caso do inciso do caput do art. 141 deste Código, e mediante representação do ofendido, no caso do inciso do mesmo artigo, bem como no caso do § 30 do art. 140 deste Código. ART. 138 - CALÚNIA Art. 138 - Caluniar imputando-lhe falsamente fato definido como crime: Pena - DETENÇÃO, de seis meses a dois anos, e multa. § 1° Na mesma pena incorre quem, sabendo falsa a imputação, a propala ou divulga. § 2° - É punível a calúnia contra os mortos. Exceção da verdade § 3° Admite-se a prova da verdade, salvo: - se, constituindo o fato imputado crime de ação privada, o ofendido não foi condenado por sentença irrecorrível; - se o fato é imputado a qualquer das pessoas indicadas no n° do art. 141; III se do crime imputado, embora de ação pública, o ofendido foi absolvido por sentença irrecorrível. Objeto jurídico honra objetiva. Elemento objetivo verbos "caluniar", "imputar" e "propalar". Elemento subjetivo dolo direto e eventual. Ânimos de brincar, de descrever, de defender-se, de corrigir, de aconselhar e exaltação emocional. Consuma-se quando a imputação chega ao conhecimento de outra pessoa além do ofendido. Tentativa - somente na forma escrita. Exceção da verdade a falsidade da imputação é presumida, admitindo prova em contrário - art. 138, § 3° c/c art. 523 do CPP. Caluniar é dizer de forma mentirosa que alguém cometeu crime. Para a ocorrência do crime de calúnia é essencial que haja atribuição falsa de crime. Ex: dizer que fulano furtou o dinheiro do caixa, sabendo que não foi ele, ou que o dinheiro não foi furtado.</p><p>ART. 139 - DIFAMAÇÃO Art. 139 - Difamar alguém, imputando-lhe fato ofensivo à sua reputação: Pena - DETENÇÃO, de 3 meses a 1 ano, e multa. Parágrafo único A exceção da verdade somente se admite se o ofendido é funcionário público e a ofensa é relativa ao exercício de suas funções. Objeto jurídico - honra objetiva. Elemento objetivo - verbos "difamar" e "imputar". Elemento subjetivo - dolo direto e eventual. Consuma-se quando a imputação chega ao conhecimento de outra pessoa além do difamado. Tentativa - somente na forma escrita. Atenção: A falsa Imputação de Contravenção Penal caracteriza o crime de Difamação Difamar - é tirar a boa fama ou o crédito, desacreditar publicamente atribuindo a alguém um fato específico negativo, para ocorrer o crime de difamação o fato atribuído não pode ser considerado crime. Ex: Dizer para os demais colegas que determinado funcionário costuma trabalhar bêbado. ART. 140 - INJÚRIA Art. 140 - Injuriar ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro: Pena - DETENÇÃO, de 1 a 6 meses, ou multa. § 1° - O juiz pode deixar de aplicar a pena: quando o ofendido, de forma reprovável, provocou diretamente a injúria; - - no caso de retorsão imediata, que consista em outra injúria. § 2° - Se a injúria consiste em violência ou vias de fato, que, por sua natureza ou pelo meio empregado, se considerem aviltantes: Pena - DETENÇÃO, de 3 meses a 1 ano, e multa, além da pena correspondente à violência. § 3° Se a injúria consiste na utilização de elementos referentes a religião ou à condição de pessoa idosa ou com deficiência: Pena - RECLUSÃO, de 1 a 3 anos, E multa. Objeto jurídico - honra subjetiva. Elemento objetivo - verbos "injuriar", "ofender".</p><p>Elemento subjetivo - dolos direto ou eventual. Consuma-se quando a imputação chega ao conhecimento do ofendido. Tentativa - somente na forma escrita. Não é admitida a exceção da verdade! Atenção: Retorsão Imediata seria responder com uma injúria quando alguém foi injuriado! Cuidado, a Autoinjúria não é Crime! Exemplo: gritar alto na rua que é filho de um criminoso! ART 150 DO CP Art. 150 - Entrar ou permanecer, clandestina ou astuciosamente, ou contra a vontade expressa ou tácita de quem de direito, em casa alheia ou em suas dependências: Pena - DETENÇÃO, de 1 a 3 meses, ou multa. § 1° - Se o crime é cometido durante a noite, ou em lugar ermo, ou com o emprego de violência ou de arma, ou por duas ou mais pessoas: Pena - DETENÇÃO, de 6 meses a 2 anos, além da pena correspondente à violência. § 2° - (Revogado pela Lei n° de 2019) § 3° - Não constitui crime a entrada ou permanência em casa alheia ou em suas dependências: - durante o dia, com observância das formalidades legais, para efetuar prisão ou outra diligência; - a qualquer hora do dia ou da noite, quando algum crime está sendo ali praticado ou na iminência de o ser. § 4° - A expressão "casa" compreende: qualquer compartimento habitado; Il aposento ocupado de habitação coletiva; III - compartimento não aberto ao público, onde alguém exerce profissão ou atividade. § 5° Não se compreendem na expressão "casa": - hospedaria, estalagem ou qualquer outra habitação coletiva, enquanto aberta, salvo a restrição do do parágrafo anterior; taverna, casa de jogo e outras do mesmo gênero.</p><p>Objeto jurídico - Liberdade individual referente à intimidade e privacidade. Elementos objetivo e normativo. Elemento subjetivo - dolo direto. Sujeitos ativo e passivo (titular do bem tutelado). Divergência entre os moradores. Trata-se de crime de mera conduta, pois não existe resultado. Formas qualificadas do § 1°. Causas de exclusão da ilicitude do § 3°. Conceito de casa - §§ 4° e 5°. Art. 5°, XI, da CRFB. Nova Lei de abuso de autoridade (Art. 22 da Lei 13.869/2019).</p>

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