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<p>Dra. Joseline Mirele Pinson de Vargas Lucas Silva de Oliveira CARTILHA BÁSICA DE EXECUÇÃO PENAL Que direitos eu tenho?</p><p>Inicialmente, destaca-se que esse e-book não tem a pretensão de esgotar a matéria de execução penal, mas proporcionar pessoas restritas de liberdade, condenados, familiares e estudantes de direito em geral, determinadas noções básicas sobre a sistemática de cumprimento da pena. Trata-se de uma iniciativa da VEC Regional de Caxias do Sul, na pessoa de sua Magistrada, Dra. Joseline Mirele Pinson de Vargas e de seu assessor Lucas Silva de Oliveira. O material se tornará também cartilha impressa, a ser distribuída nas casas prisionais da região da Serra Gaúcha, a fim de auxiliar a todos aqueles que estão em cumprimento de pena a entenderem melhor sua situação e seus direitos.</p><p>Pena Privativa de Liberdade</p><p>Regimes Prisionais No sistema brasileiro existem três regimes de cumprimento de pena: fechado, semiaberto e aberto.</p><p>1) Regime Fechado Esse regime é cumprido em estabelecimento de segurança máxima ou média (Penitenciária ou Presídio). É fixado quando a pena é estabelecida em patamar superior a oito anos de reclusão, ou quando condenado seja reincidente os as circunstâncias judiciais, consideradas no momento da análise da pena, assim recomendem. Excepcionalmente, conforme entendimento dos Tribunais Superiores, pode ser substituído pela prisão domiciliar, na linha das hipóteses do artigo 117, da LEP, por motivo de doença grave, quando atendimento adequado não pode ser prestado no estabelecimento prisional, ou nos casos de gestantes e mães de crianças pequenas, quando há necessidade de cuidado materno.</p><p>2) Regime Semiaberto O semiaberto, por lei, deveria ser cumprido em colônia agrícola, industrial ou similar. Ele é destinado para cumprimento de pena de reclusão ou detenção superior a quatro anos e igual ou inferior a oito anos. Também se aplica para pena inferior a quatro anos caso condenado seja reincidente ou as circunstâncias judiciais (artigo 59, do CP), indiquem. Em razão da insuficiência de vagas ou ausência de local adequado para cumprimento, pode ser cumprido na forma harmonizada (Súmula Vinculante 56 do STF); na prática, a harmonização estabelece cumprimento de pena em prisão domiciliar, com monitoramento eletrônico, ou outra forma de fiscalização. Nas VECs Regionais de Caxias do Sul, regime semiaberto é cumprido em prisão domiciliar, com tornozeleira eletrônica.</p><p>3) Regime Aberto Deveria, pela legislação, ser cumprido em casa de albergado. É fixado quando a pena de reclusão ou detenção é igual ou inferior a quatro anos. Funcionaria da seguinte forma: de dia preso estudaria/trabalharia e a noite e dias de folga se recolheria na casa de albergado. Na prática, raramente existem casa de albergado funcionando nas Comarcas. Assim, via de regra, regime aberto é cumprido em prisão domiciliar, devendo apenado observar condições obrigatórias (artigo 115, da LEP), podendo ainda estar sujeito a circunstâncias especiais, conforme caso concreto.</p><p>Nas VECs Regionais de Caxias do Sul, os presos do regime aberto cumprem pena em prisão domiciliar, mediante cumprimento de algumas obrigações, dentre elas a apresentação periódica, para assinatura do livro de presenças da prisão domiciliar, junto ao estabelecimento penal, uma vez que não há na região casa de albergado apta para recebimento de condenados. Então, são esses os três regimes que temos vigentes no nosso país, sendo que cumprimento de pena se dá de forma progressiva, ou seja, do regime mais gravoso para menos gravoso*, quando atendidos os requisitos. fechado semiaberto aberto</p><p>Progressão de Regime Conforme O artigo 112 da LEP, a pena Passa-se do regime fechado privativa de liberdade será executada em forma progressiva, com a para O regime semiaberto transferência para regime menos rigoroso, a ser determinada pelo juiz, quando O preso tiver cumprido os e, por fim para regime aberto requisitos objetivo e subjetivo.</p><p>E quais são os requisitos para a progressão de regime?</p><p>1) Requisito Subjetivo É a boa conduta carcerária, comprovada pelo diretor do estabelecimento prisional, mediante apresentação de ACC (atestado de conduta carcerária). Conforme entendimento jurisprudencial, pode haver também requerimento de avaliação psicossocial (o chamado exame criminológico), quando as circunstâncias concretas do caso recomendem. Na prática, é reservado para hipóteses de condenação por crime hediondo e/ou praticado mediante violência/grave ameaça, e/ou de presos que possuam vasto saldo de pena a cumprir, ou, ainda, considerável histórico de intercorrências disciplinares. É importante observar que, pela Súmula 439 do STJ, somente é possível a exigência de exame mediante decisão motivada e fundamentada, de acordo com caso concreto, já que a lei deixou de considerá-lo requisito essencial para a progressão.</p><p>Importante destacar, ainda, que INDEFERIMENTO da progressão com base no requisito subjetivo exige comprovação ampla da inaptidão do preso para gozo de regime menos severo.</p><p>2) Requisito Objetivo É relacionado ao tempo de pena cumprido e a pena aplicada. Seguem os percentuais previstos no artigo 112 da LEP. 2.1. Depois da Lei 11.464/2007 e antes da Lei 13.964/19 - Pacote Anticrime Crime comum - apenado primário: 1/6 (hoje, praticamente equivalente a 16%) Crime comum - apenado reincidente: 1/6 Crime hediondo - apenado primário: 2/5 (hoje, praticamente equivalente a 40%) Crime hediondo - apenado reincidente: 3/5 (hoje, praticamente equivalente a 60%) OBS.: Crimes hediondos praticados antes de 2007, progressão em 1/6.</p><p>2.2. Depois da Lei 13.964/19 - Pacote Anticrime (em vigor a partir de 23/01/2020) Crime comum - apenado primário - sem violência/grave ameaça: 16% Crime comum - apenado reincidente - sem violência/grave ameaça: 20% Crime comum - apenado primário - com violência/grave ameaça: 25% Crime comum - apenado reincidente em crime cometido com violência/grave ameaça: 30% Crime hediondo/equiparado - apenado primário: 40% Crime hediondo/equiparado - apenado primário - com resultado morte: 50% Comando, individual ou coletivo, de organização criminosa estruturada para a prática de crime hediondo/equiparado: 50% Milícia privada: 50% Apenado reincidente em crime hediondo/equiparado: 60% Apenado reincidente em crime hediondo/equiparado com resultado morte: 70%</p><p>2.3. Progressão de regime para mulher gestante ou mãe ou responsável por crianças ou pessoas com deficiência, cumulativamente: Não ter cometido crime com violência/grave ameaça; Não ter cometido crime contra seu filho/dependente; Cumprimento de 1/8 da pena no regime anterior. Primária; Bom comportamento carcerário (ACC); Não ter integrado organização criminosa. Cometimento de novo crime doloso ou falta grave implica na revogação do benefício.</p><p>Importante: Ou atingiu o tempo previso e tem o requisito, ou não atingiu e não possui, devendo então a progressão ser indeferida. Observação: cometimento de falta grave durante a execução da pena interrompe prazo para a obtenção da progressão no regime de cumprimento da pena, caso em que o reinício da contagem do requisito objetivo terá como base a pena remanescente (modificação da data-base para fins de progressão). Súmula 534 STJ e art. 112, 6° da LEP.</p><p>Regressão de Regime Previsão legal: art. 118, da LEP.</p><p>Hipóteses: 1) Prática de falta grave: Conforme previsão do art. 50, da LEP, comete falta grave o preso que: (I) incitar ou participar de movimento para subverter a ordem ou a disciplina; (II) fugir; (III) possuir, indevidamente, instrumento capaz de ofender a integridade física de outrem; (IV) provocar acidente de trabalho; (V) descumprir, no regime aberto, as condições impostas; (VI) inobservar os deveres previstos nos incisos e V, do artigo 39, da LEP; (VII) tiver em sua posse, utilizar ou fornecer aparelho telefônico, de rádio ou similar, que permita a comunicação com outros presos ou com ambiente externo; (VIII) recusar submeter-se ao procedimento de identificação do perfil genético.</p><p>OBS.: A prática de falta média ou leve, cuja previsão está no RDP (Regimento Disciplinar Penitenciário, aplicado internamente nas Casas Prisionais), gera apenas a aplicação do sancionamento administrativo. 1.1) Prática de crime doloso: de acordo com art. 52, da LEP, a prática de crime doloso no curso da execução da pena também constitui falta grave.</p><p>2) Nova condenação que torne incabível regime atual Mediante soma de penas, ou obediência à ordem da respectiva sentença.</p><p>3) Regressão cautelar: É cabível, por exemplo, nos casos em que condenado cometeu falta grave, onde Juiz, dentro do poder cautelar que lhe é inerente, poderá determinar de imediato o retorno do sentenciado ao regime mais severo, não constituindo tal providência constrangimento ilegal, conforme entendimento dos Tribunais. Sendo assim, ciente de que condenado praticou falta grave, pode juiz, dentro do poder cautelar que lhe é inerente, determinar a permanência do preso em regime prisional mais severo até que incidente seja resolvido.</p><p>Livramento Condicional que é? É a concessão de liberdade antecipada ao condenado, condicionada a determinadas exigências durante restante da pena que deveria cumprir preso.</p><p>Quem tem direito ao livramento condicional? O sujeito condenado a pena igual ou superior a dois anos. Há a possibilidade de soma de penas para alcance do marco. Previsão legal: art. 83 e seguintes, do Código Penal; art. 131 e seguintes, da LEP.</p><p>Requisitos 1) Requisito subjetivo: Bom comportamento carcerário + ausência de cometimento de falta grave nos últimos 12 meses + bom desempenho no trabalho que lhe foi atribuído + aptidão para a própria subsistência mediante trabalho honesto. Ainda, para condenado por crime doloso, cometido com violência ou grave ameaça à pessoa: constatação de condições pessoais que façam presumir que o liberado não voltará a delinquir.</p><p>2) Requisito objetivo: Antes da Lei 13.964/19 (em vigor a partir de 23/01/2020) Crime comum - apenado primário: 1/3 Crime comum - apenado reincidente (em crime doloso): 1/2 Crime hediondo - apenado primário: 2/3 Crime hediondo - apenado reincidente: 1/1 - não tem direito Associação para tráfico: 2/3 (cf. previsão específica do art. 44, p. , Lei 11.343/06).</p><p>Depois da Lei 13.964/19 (em vigor a partir de 23/01/2020) Vedação ao livramento condicional: hediondo primário com resultado morte (112, VI, a); hediondo reincidente com resultado morte (112, VIII). Só aplica para crimes cometidos depois da vigência da Lei. OBS.: A contagem do prazo para livramento condicional se inicia a partir do início do cumprimento da pena. OBS.: Se considera como tempo de cumprimento de pena período de detração e de remição.</p><p>Hipóteses de revogação do livramento condicional (art. 86, CP): I - apenado condenado a PPL, por sentença transitada em julgado, por crime cometido durante a vigência do benefício (ou antes, aproveitando período de prova); II - por crime anterior, observado disposto no art. 84 do CP (possível manter o LC, se com a soma de penas, apenado segue com os requisitos implementados). III - revogação facultativa: (1) liberado deixar de cumprir qualquer das obrigações; (2) for irrecorrivelmente condenado, por crime ou contravenção, a pena que não seja privativa de liberdade.</p><p>Efeitos da revogação do livramento condicional: Revogado o livramento, não poderá ser novamente concedido (podendo obter o benefício com relação à nova pena), e, salvo quando a revogação resulta de condenação por outro crime anterior àquele benefício, não se desconta na pena o tempo em que esteve solto o condenado (aproveitamento do período de prova). Extinção da pena do apenado em livramento condicional: Cumprimento das condições pelo restante do período de pena, conforme art. 146, da LEP.</p><p>OBS.: juiz não poderá declarar extinta a pena, enquanto não passar em julgado a sentença em processo a que responde o liberado, por crime cometido na vigência do livramento (uma vez que, se sobrevier condenação, benefício será revogado, perdendo-se período de prova). OBS.: Os efeitos da prática de outra infração penal, no curso do livramento condicional, submetem-se às regras próprias deste benefício (perda período de prova, revogação, etc.) e, portanto, não se confundem com os consectários legais da falta grave (perda dos dias remidos, regressão de regime, alteração data-base).</p><p>Livramento condicional "per saltum": que é isso? Na ocasião em que foi requerido o deferimento do benefício do livramento condicional, o apenado estava cumprindo pena em regime fechado.</p><p>1. Há entendimento no sentido de que, dentro do sistema progressivo de cumprimento da pena, deferimento do livramento, implicando na colocação do apenado que está em regime mais severo diretamente em condição extremamente oposta, retrataria uma progressão de regime per saltum, vedada pelo ordenamento jurídico vigente (Súmula 491, STJ). Assim, se apenado está em regime fechado, entende-se necessário primeiro progredir para o regime semiaberto, para que possa implementar o requisito subjetivo, demonstrando aptidão e condições de cumprir as regras do livramento condicional, para posteriormente, receber o benefício e ficar sob menor vigilância do Estado.</p><p>entendimento, entretanto, no sentido de que livramento condicional é benefício distinto da progressão de regime e com ela não se confunde. Dessa maneira, se apenado alcança lapso temporal e ostenta conduta satisfatória, poderá receber LC, mesmo estando em regime</p><p>Remição que é? É a contagem, como tempo de pena efetivamente cumprido, do período de trabalho ou estudo por parte do condenado. Aplicável ao preso provisório ou definitivo, que se encontre, em regra, no regime fechado ou semiaberto. Excepcionalmente, cabe remição por estudo ao preso do regime aberto ou em livramento condicional.</p><p>Previsão legal: art. 126 e seguintes, da LEP. Remição por trabalho: 1 dia de pena para cada três de trabalho; comprovação por Atestado de Efetivo Trabalho. Remição por estudo: 1 dia de pena para cada 12h de frequência escolar (divididas no mínimo em três dias); possível o acréscimo de 1/3 quando da conclusão de ensino fundamental/médio/superior durante o cumprimento da pena; comprovação por Atestado de Efetivo Estudo.</p><p>6.3.1. Base de cálculo para caso de conclusão de ensino fundamental por meio do ENCCEJA: 1.600 horas-aula. Total de 177 dias de remição. 6.3.2. Base de cálculo para caso de conclusão ensino médio pelo ENEM/ENCCEJA: 1.200 horas-aula. Total de 133 dias de remição.</p><p>Remição pela leitura: Fundamento na Resolução 391/21-CNJ e na Portaria 33 - SUSEPE/RS. Cada obra lida equivale a 4 dias remidos. Necessário que venha ao processo relatório da obra lida + termo de compromisso assinado pelo preso + relatório de avaliação por parte de um professor (que deve classificar texto produzido pelo apenado como apto para remir pela leitura). Se ausente algum dos documentos necessários ou se não forem observadas as</p><p>Remição com base no trabalho externo: Observar que o trabalho externo do preso em regime semiaberto pode ensejar remição, desde que apresente documentos comprobatórios para a casa prisional responsável e que esta apresente AET. De outro lado, a remição do preso em regime aberto é inviável, uma vez que o trabalho é condição inerente ao regime.</p><p>Detração Previsão legal: art. 42, do Código Penal. Computam-se, na pena privativa de liberdade e na medida de segurança, tempo de prisão provisória, no Brasil ou no estrangeiro, de prisão administrativa e de internação.</p><p>Importante: o período de prisão provisória a ser detraído deve ser posterior ao dia em que praticado crime mais antigo cuja pena está em execução. Ex.: crime mais antigo é de 2010, só poderá detrair períodos de prisão posteriores a 2010 (vedação de conta-corrente).</p><p>Saída Temporária Previsão legal: art. 122, LEP. Preso do regime fechado não tem direito.</p><p>Hipóteses: Os condenados que cumprem pena em regime semiaberto poderão obter autorização para saída temporária do estabelecimento, sem vigilância direta, para: (i) visita à família; (ii) frequência a curso supletivo profissionalizante, bem como de instrução do 2° grau ou superior, na Comarca do Juízo da Execução; (iii) participação em atividades que concorram para retorno ao convívio social.</p><p>Requisitos: Comportamento adequado + cumprimento mínimo de 1/6 da pena, se o condenado for primário, e 1/4, se reincidente + pode ser cumulada com monitoramento eletrônico. Observação: o STJ tem entendimento de que a saída temporária também pode ser concedida para os presos do regime aberto, uma vez que o apenado poderia, no período solicitado, flexibilizar os horários de entrada e saída do albergue ou de recolhimento domiciliar.</p><p>Prazo: Autorização será concedida por prazo não superior a 7 (sete) dias, podendo ser renovada por mais 4 (quatro) vezes durante ano. Ou seja, apenado tem direito a 35 dias de saída temporária por ano, divididos em 5 períodos. Obs.: Os períodos são solicitados pelo apenado ao Juiz da Execução Penal. É possível, de acordo com parte da jurisprudência, o estabelecimento de calendário programado anualmente. As datas optadas pelo apenado não necessariamente coincidirão com datas festivas.</p><p>Vedações: Condenado que cumpre pena por praticar crime hediondo com resultado morte (aplicável a condenados por crimes praticados partir de 23/01/2020 - Pacote Anticrime). Importante: o benefício será automaticamente revogado quando condenado praticar fato definido como crime doloso, for punido por falta grave, desatender as condições impostas na autorização ou revelar baixo grau de aproveitamento do curso. A recuperação do direito dependerá da absolvição no processo penal, do cancelamento da punição disciplinar ou da demonstração do merecimento do condenado.</p><p>Trabalho Externo Previsão legal: art. 28 e seguintes, da LEP.</p><p>O trabalho externo será admissível para os presos em regime fechado somente em serviço ou obras públicas realizadas por órgãos da Administração Direta ou Indireta, ou entidades privadas, garantida a supervisão contra fuga. No regime semiaberto, autorizado mediante apresentação de carta de emprego. No regime aberto, trata-se, pela lei, de condição para a manutenção do regime.</p><p>Falta Grave</p><p>Algumas hipóteses: As circunstâncias que caracterizam falta grave na execução penal estão previstas no artigo 50 e 52, da LEP. Na prática as situações que mais ocorrem são as relativas a fuga, descumprimento das condições da prisão domiciliar, violação de zona da tornozeleira eletrônica, posse de aparelho celular no interior do presídio e situações de subversão da ordem ou disciplina, também no regime fechado.</p><p>Audiência de Justificação: Nos casos de prática de faltas graves durante a execução da pena, apenado deve ser ouvido em audiência de justificação, conforme previsão do art. 118, § 2°, da LEP. Na solenidade, na presença do Defensor e do Promotor de Justiça, o sentenciado possui direito de apresentar sua justificativa a espeito da suposta infração. Em seguida, são realizadas as alegações pelo Ministério Público e pela defesa, seguidas da decisão do Juiz.</p><p>O apenado que comete falta grave fica sujeito às seguintes penalidades: 1) Regressão de regime para imediatamente anterior ao que se encontra; 2) Alteração da data-base para progressão de regime para a data da falta (ou se fuga, da recaptura); 3) Perda de até 1/3 dos dias remidos</p>

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