Logo Passei Direto
Buscar
Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.

Prévia do material em texto

<p>01 - DIREITO CONSTITUCIONAL</p><p>PROF. RICARDO MUCIATO MARTINS</p><p>Conceito, Objetivo E Fontes Do Direito</p><p>Constitucional</p><p>Conceito: depende do conceito de Constituição.</p><p>Conceito jurídico: Direito Constitucional, como ciência, é o estudo</p><p>sistematizado da organização jurídica fundamental de um Estado.</p><p>Pode ser: geral; comparado; positivo/particular.</p><p>Objetivo: é a sistematização, para o estudo da organização jurídica fundamental</p><p>dos Estados.</p><p>Fonte:</p><p>• Imediata: é a Constituição, poder constituinte.</p><p>• Mediatas: história, costumes, doutrina e jurisprudência.</p><p>Situação Do Direito Constitucional No</p><p>Quadro Geral Do Direito</p><p>Direito Público:</p><p>• Constitucional</p><p>• Administrativo</p><p>• Penal</p><p>• Financeiro</p><p>• Tributário</p><p>• Processual</p><p>Direito Privado:</p><p>• Civil</p><p>• Empresarial</p><p>• Comercial</p><p>Situação Do Direito Constitucional No</p><p>Quadro Geral Do Direito</p><p>Direito Constitucional pertence ao ramo do Direito Público. Quadro tem finalidade</p><p>pedagógica. Importância do Direito Constitucional extrapola o quadro.</p><p>Constituição organiza juridicamente no aspecto fundamental o Estado e, somente</p><p>após o Estado juridicamente organizado é que se tem a separação de poderes.</p><p>Com a separação de poderes surge o Poder Legislativo, que dá surgimento às normas</p><p>infraconstitucionais, nascendo aí os ramos do Direito. Assim, o Direito Constitucional</p><p>é anterior às normas infraconstitucionais e ao próprio Estado.</p><p>Fazendo analogia a uma árvore, o Direito Constitucional seria o tronco dessa árvore</p><p>e os demais ramos, seriam os galhos.</p><p>Situação Do Direito Constitucional No</p><p>Quadro Geral Do Direito</p><p>Fato ➔ Revolução ➔ Poder Constituinte ➔ Constituição ➔ Estado</p><p>juridicamente organizado ➔ Separação de poderes: Legislativo, Executivo e</p><p>Judiciário ➔ Poder Legislativo produz as normas Infraconstitucionais ➔</p><p>ramos do Direito.</p><p>Direito Constitucional é anterior ao Estado juridicamente organizado.</p><p>Matéria Constitucional</p><p>São matérias constitucionais:</p><p>• Forma do Estado – Unitário ou Composto (Confederação ou Federação).</p><p>• Forma do governo – República ou Monarquia (sistema de governo –</p><p>Presidencial ou Parlamentar; regime de governo – Democracia ou</p><p>Totalitarismo).</p><p>• Modo de aquisição e exercício do poder – eleição.</p><p>• Estruturação dos órgãos de poder – Poder Legislativo, Poder Executivo,</p><p>Poder Judiciário, Ministério Público etc.).</p><p>• Limites de atuação destes órgãos – direitos fundamentais etc.</p><p>Matéria Constitucional</p><p>Regras apenas formalmente constitucionais:</p><p>• Colégio Pedro II – art. 242, CF.</p><p>• Chamada em sala de aula – art. 208, § 3º, CF.</p><p>• Conteúdo do plano de ensino – art. 210, CF.</p><p>Regras apenas materialmente constitucionais:</p><p>• Convenção Americana de Direitos Humanos – Tratado de San José da Costa</p><p>Rica de 22 de novembro de 1969 –, promulgado pelo Decreto n. 678, de 06 de</p><p>novembro de 1992, da Presidência da República.</p><p>Regras formal e materialmente constitucionais:</p><p>• Princípios do Estado brasileiro (forma de Estado, governo etc.) – art. 1º ao 4º,</p><p>CF.</p><p>Sentido Jurídico, Político e Sociológico</p><p>Sociológico (Ferdinand Lassalle, O que é Constituição?):</p><p>Fatores reais do poder: os problemas constitucionais não são problemas de</p><p>Direito, mas do poder.</p><p>Constituição de um país é a soma dos fatores reais do poder que regem um</p><p>país.</p><p>A Constituição real (material) seria, tão somente, o reflexo do somatório dos</p><p>fatores reais de poder que regem uma nação, quais sejam, os poderes</p><p>econômicos, políticos, religiosos, militares etc.</p><p>“Os fatores reais do poder que regulam no seio de cada sociedade são essa</p><p>força ativa e eficaz que informa todas as leis e instituições jurídicas da</p><p>sociedade em apreço, determinando que não possam ser, em substância, a não</p><p>ser tal como elas são”. (Lassalle).</p><p>Sentido Jurídico, Político e Sociológico</p><p>Sociológico (Ferdinand Lassalle, O que é Constituição?):</p><p>“Podem os meus ouvintes plantar no seu quintal uma macieira e segurar</p><p>no seu tronco um papel que diga: ‘Esta árvore é uma figueira’. Bastará</p><p>esse papel para transformar em figueira o que é macieira? Não,</p><p>naturalmente. E embora conseguissem que seus criados, vizinhos e</p><p>conhecidos, por uma razão de solidariedade, confirmassem a inscrição</p><p>existente na árvore de que o pé plantado era uma figueira, a planta</p><p>continuaria sendo o que realmente era e, quando desse frutos, destruiriam</p><p>estes a fábula produzindo maçãs e não figos. Igual acontece com as</p><p>Constituições. De nada servirá o que se escrever numa folha de papel, se</p><p>não se justifica pelos fatos reais e efetivos do poder”.(Lassalle).</p><p>Sentido Jurídico, Político e Sociológico</p><p>Político (Carl Schmitt, Teoria da Constituição):</p><p>A Constituição é a decisão política fundamental, é ato proveniente de um poder soberano</p><p>que dita a ordem social, a política e a jurídica.</p><p>“A essência da Constituição não está contida numa lei ou numa norma. No fundo de toda</p><p>normatização reside uma decisão política do titular do poder constituinte, quer dizer, do</p><p>Povo na Democracia e do Monarca na Monarquia autêntica”. (Carl Schmitt).</p><p>A Constituição representa o resultado da vontade política fundamental do Poder</p><p>Constituinte originário quanto aos temas ligados à estruturação do Estado. O autor</p><p>diferencia Constituição de Leis Constitucionais. No texto constitucional, haveria normas</p><p>que se destacariam pela enorme relevância política, por dizerem respeito à estrutura do</p><p>Estado, aos direitos e garantias fundamentais, ao regime político, à organização dos</p><p>Poderes etc. (Constituição, segundo Schmitt). Por outro lado, haveria normas que não</p><p>apresentariam essa relevância, que só se encontrariam inseridas na Constituição para</p><p>adquirirem maior estabilidade jurídica (Leis constitucionais, segundo Schmitt).</p><p>Sentido Jurídico, Político e Sociológico</p><p>Jurídico (lógico-jurídico/jurídico-positivo) (Hans Kelsen, Teoria Pura do</p><p>Direito).</p><p>A Constituição é um corpo de normas jurídicas fundamentais à estruturação do</p><p>Estado, dotada de plena força normativa capaz de conduzir o processo político,</p><p>servindo de fundamento de validade para a produção normativa.</p><p>Em sentido lógico-jurídico, a Constituição significa a norma fundamental</p><p>hipotética, cuja função é servir de fundamento lógico transcendental de validade</p><p>da Constituição em sentido jurídico-positivo.</p><p>Norma hipotética fundamental traduz-se num verdadeiro comando de cumpra-</p><p>se a Constituição.</p><p>Em sentido jurídico-positivo, a Constituição corresponde à norma jurídica</p><p>suprema, o fundamento de validade das demais normas do ordenamento jurídico.</p><p>Sentido Jurídico, Político e Sociológico</p><p>Jurídico (lógico-jurídico/jurídico-positivo) (Hans Kelsen, Teoria Pura do Direito).</p><p>Norma Hipotética Fundamental</p><p>02 - O PODER CONSTITUINTE</p><p>PROF. RICARDO MUCIATO MARTINS</p><p>Legitimidade E Legalidade</p><p>Legitimidade (poder de direito) – Consensus:</p><p>• A quem cabe o poder.</p><p>• Como se confere o poder.</p><p>Legalidade (poder de fato) – de acordo com as leis.</p><p>Poder Constituinte só pode ser legítimo ou ilegítimo:</p><p>Revolução ➔ Poder Constituinte ➔ Constituição ➔ Estado/separação de</p><p>poderes (Poder Legislativo) ➔ Normas Infraconstitucionais ➔</p><p>legalidade/ilegalidade.</p><p>O Pensamento Político De Sièyes</p><p>Abade Emmanuel Joseph Sieyès (1748 – 1836). Panfleto: Qu’est-ce que le tiers</p><p>État? (O que é o terceiro Estado?)</p><p>A Constituição é fruto de um poder distinto daqueles que ela cria.</p><p>Esta ideia era desconhecida tanto na Idade Antiga como na Idade Média.</p><p>Três Estados na França Absolutista (utilizando ideias contratualistas):</p><p>• Nobreza – privilégio.</p><p>• Alto Clero – privilégio.</p><p>• Povo (incluindo a burguesia) – elemento humano que constitui a França.</p><p>Natureza Do Poder Constituinte</p><p>Positivismo Jurídico – poder de fato.</p><p>Jusnaturalismo – poder de Direito.</p><p>Titularidade E Exercício Do Poder Constituinte</p><p>Exercício do Poder Constituinte:</p><p>• Democracia Direta: povo.</p><p>• Democracia Representativa ou Indireta: Assembleia</p><p>Constituinte.</p><p>Espécies De Poder Constituinte</p><p>Poder constituinte:</p><p>• Originário.</p><p>• Derivado:</p><p>• De reforma: emenda</p><p>iniciativa é tanto em relação</p><p>a atividade econômica quanto a liberdade de manifestação do pensamento</p><p>ou a liberdade para iniciar qualquer projeto individual ou coletivo, sempre</p><p>dentro dos limites legais.</p><p>PRINCÍPIOS, FUNDAMENTOS E OBJETIVOS DO ESTADO</p><p>BRASILEIRO</p><p>Pluralismo político – assegura a ampla e livre participação popular nos</p><p>destinos políticos do país, garantindo o pluripartidarismo e a diversidade</p><p>ideológica, inclusive para criticar políticas públicas e de governo.</p><p>PRINCÍPIOS, FUNDAMENTOS E OBJETIVOS DO ESTADO</p><p>BRASILEIRO</p><p>c) Tripartição das funções do poder</p><p>Art. 1º. Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por</p><p>meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta</p><p>Constituição.</p><p>Este artigo definido no singular – o –, indica a existência de apenas um</p><p>poder determinado, que não se divide (uno e indivisível). Assim, não</p><p>existem poderes, no sentido literal do termo.</p><p>PRINCÍPIOS, FUNDAMENTOS E OBJETIVOS DO ESTADO</p><p>BRASILEIRO</p><p>Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o</p><p>Legislativo, o Executivo e o Judiciário.</p><p>Este artigo se refere a existência não de três poderes, mas três</p><p>instituições que exercem funções do poder: a legislativa, a executiva e a</p><p>jurisdicional.</p><p>O que se adota é o sistema de freios e contrapesos, de Montesquieu, pelo</p><p>qual uma ação do poder somente se efetiva se os três órgãos encontram-</p><p>se em harmonia, caso contrário o sistema trava.</p><p>PRINCÍPIOS, FUNDAMENTOS E OBJETIVOS DO ESTADO</p><p>BRASILEIRO</p><p>d) Objetivos fundamentais – art. 3º, incisos I a IV da CF/88</p><p>Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do</p><p>Brasil:</p><p>I - construir uma sociedade livre, justa e solidária; II - garantir o</p><p>desenvolvimento nacional; III - erradicar a pobreza e a marginalização e</p><p>reduzir as desigualdades sociais e regionais; IV - promover o bem de</p><p>todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer</p><p>outras formas de discriminação.</p><p>PRINCÍPIOS, FUNDAMENTOS E OBJETIVOS DO ESTADO</p><p>BRASILEIRO</p><p>Tais objetivos indicam os fins do Estado, que não se confundem com suas</p><p>funções de legislar, executar as normas e julgar. Pode-se pensar que, uma</p><p>vez atingidos os objetivos (fins) do Estado, este pode ser dispensado.</p><p>Porém, tais objetivos, como se observa, são inalcançáveis, o que não</p><p>poderia ser diferente. Também, ainda que se alcance tais objetivos, em</p><p>razão das necessidades serem inesgotáveis, outros surgirão e o Estado</p><p>continuará a ser necessário. Porém, é claro que o Estado não é um fim em</p><p>si mesmo.</p><p>PRINCÍPIOS, FUNDAMENTOS E OBJETIVOS DO ESTADO</p><p>BRASILEIRO</p><p>e) Princípios do Estado brasileiro nas relações internacionais – art. 4º</p><p>da CF/88</p><p>Nas relações internacionais do Estado brasileiro com outras nações e</p><p>organizações internacionais, o Brasil deve seguir os seguintes princípios:</p><p>PRINCÍPIOS, FUNDAMENTOS E OBJETIVOS DO ESTADO</p><p>BRASILEIRO</p><p>Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações</p><p>internacionais pelos seguintes princípios: I - independência nacional; II</p><p>- prevalência dos direitos humanos; III - autodeterminação dos povos;</p><p>IV - não-intervenção; V - igualdade entre os Estados; VI - defesa da</p><p>paz; VII - solução pacífica dos conflitos; VIII - repúdio ao terrorismo e</p><p>ao racismo; IX - cooperação entre os povos para o progresso da</p><p>humanidade; X - concessão de asilo político. Parágrafo único. A</p><p>República Federativa do Brasil buscará a integração econômica,</p><p>política, social e cultural dos povos da América Latina, visando à</p><p>formação de uma comunidade latino-americana de nações.</p><p>PRINCÍPIOS, FUNDAMENTOS E OBJETIVOS DO ESTADO</p><p>BRASILEIRO</p><p>Tais incisos acabam repetindo uma mesma matéria, podendo ser reunidos</p><p>em alguns grupos:</p><p>Independência nacional – atualmente é uma situação assegurada, mas é</p><p>bom lembrar que, inclusive na Europa, há povos que lutam por sua</p><p>independência, como a nação Basca. A este princípio se soma o da</p><p>autodeterminação dos povos, igualdade entre os Estados e não intervenção</p><p>– incisos I, III, IV e V.</p><p>PRINCÍPIOS, FUNDAMENTOS E OBJETIVOS DO ESTADO</p><p>BRASILEIRO</p><p>Prevalência dos direitos humanos – após um longo período de período</p><p>de governo militar, o Brasil adere à luta contra a violação dos direitos</p><p>fundamentais nos incisos II, VIII e X. A ele se une o princípio do repúdio</p><p>ao terrorismo e ao racismo e a concessão de asilo político. Asilo político é</p><p>ato de soberania estatal, de competência do Presidente da República. É o</p><p>acolhimento do estrangeiro que entra em território nacional, perseguido</p><p>pela prática de crimes relacionados com a segurança do Estado, que não</p><p>configurem crime comum, tais como: crimes políticos, dissidência política</p><p>e livre manifestação do pensamento.</p><p>PRINCÍPIOS, FUNDAMENTOS E OBJETIVOS DO ESTADO</p><p>BRASILEIRO</p><p>Solução pacífica dos conflitos – é a defesa da paz sem se utilizar como</p><p>meio a guerra. As crises devem ser solucionadas por Cortes</p><p>internacionais, mediação, arbitragem ou outros meios pacíficos – incisos</p><p>VI e VII.</p><p>Cooperação entre os povos para o progresso da humanidade – é o</p><p>intercâmbio de conhecimento científico e a busca da integração</p><p>econômica, política, social e cultural dos povos da América Latina,</p><p>visando à formação de uma comunidade latino-americana de nações –</p><p>inciso IX e parágrafo único.</p><p>PRINCÍPIOS, FUNDAMENTOS E OBJETIVOS DO ESTADO</p><p>BRASILEIRO</p><p>Material complementar sugerido: vídeo aula</p><p>https://www.youtube.com/watch?v=Od6WAj4LWbI</p><p>Leitura de uma das doutrinas sugeridas no plano de ensino.</p><p>https://www.youtube.com/watch?v=Od6WAj4LWbI</p><p>07 - DA ORGANIZAÇÃO DO ESTADO</p><p>PROF. RICARDO MUCIATO MARTINS</p><p>Federação</p><p>Formas de Organização do Estado:</p><p>• Estado unitário.</p><p>• Confederação.</p><p>• Federação (art. 1º, caput e 18 CF/88).</p><p>Federação é uma aliança ou união indissolúvel de Estados, baseada em</p><p>uma Constituição.</p><p>“Os Estados que ingressam na federação perdem sua soberania no</p><p>momento mesmo do ingresso, preservando, contudo, uma autonomia</p><p>política limitada.” Dalmo de Abreu Dallari.</p><p>Federação</p><p>A importância do princípio federativo:</p><p>• Descentralização do poder político.</p><p>• Exercício do princípio democrático.</p><p>• Poder político mais próximo ao cidadão.</p><p>Federação</p><p>Traços comuns a toda Federação:</p><p>• Existência de dois planos harmônicos de poder de governo.</p><p>• Estado plural para o Direito Público Interno e Unitário para o</p><p>Direito Internacional.</p><p>• Órgão de cúpula do Poder Judiciário que mantém o equilíbrio</p><p>federativo e garante a ordem constitucional.</p><p>• Legislativo federal bicameral</p><p>• Constituição prevê os princípios da Federação, da República e</p><p>os mecanismos da intervenção federal.</p><p>A Federação Norte-Americana</p><p>Surgimento da Federação Norte-Americana:</p><p>• Ano de 1776: independência das treze colônias.</p><p>• Ano de 1781: criação da Confederação dos Estados Americanos.</p><p>• Ano de 1787: criação da Constituição e dos EUA (Convenção da</p><p>Filadélfia).</p><p>• Criada de fora para dentro: centrípeta.</p><p>• Na distribuição de competências, há uma maior autonomia para os</p><p>Estados-membros: centrífuga.</p><p>A Federação da Constituição de 1988</p><p>• Criada de dentro para fora: centrífuga.</p><p>• Repetiu a fórmula da Constituição Republicana de 1891.</p><p>• Elevou os municípios à categoria de entes federativos.</p><p>• Distribui as competências com concentração/centralização na</p><p>União: centrípeta.</p><p>A Repartição de Competência Constitucional</p><p>Repartição:</p><p>Princípio da predominância dos interesses e princípio da simetria</p><p>• União – artigo 21, 22, 23 e 24. interesse nacional ou geral</p><p>• Territórios – artigo 33. pertence à União</p><p>• Estados-membros – artigo 23, 24 e 25. interesse regional</p><p>• Município – artigo 23 e 30. interesse local</p><p>• Distrito Federal – artigo 23, 24 e 32. acumula competências estaduais e</p><p>municipais</p><p>A Repartição de Competência Constitucional</p><p>• União: competências enumeradas.</p><p>• Município: competências enumeradas.</p><p>• Estados-membros: competência residual.</p><p>• Distrito Federal: competências estaduais mais municipais.</p><p>Vedações</p><p>(Art. 19 CF)</p><p>Vedado à União, Estados, Distrito Federal e Municípios:</p><p>• Estabelecer, subvencionar ou embaraçar o funcionamento de</p><p>cultos religiosos e igrejas.</p><p>• Recusar fé aos documentos públicos uns dos outros.</p><p>• Criar distinções entre os brasileiros e preferencias entre si.</p><p>08 - DA UNIÃO</p><p>RICARDO MUCIATO MARTINS</p><p>NATUREZA JURÍDICA</p><p>a) Natureza jurídica</p><p>Pessoa jurídica de direito público interno: age com</p><p>autonomia em nome próprio.</p><p>Pessoa jurídica de direito público internacional:</p><p>age com soberania em nome da República</p><p>Federativa do Brasil.</p><p>COMPETÊNCIA CONSTITUCIONAL</p><p>Legislativa:</p><p>•Privativa (art. 22 CF).</p><p>•Concorrente (art. 24 CF).</p><p>Administrativa ou não legislativa:</p><p>•Exclusiva (art. 21 CF).</p><p>•Comum (art. 23 CF).</p><p>COMPETÊNCIA CONSTITUCIONAL LEGISLATIVA PRIVATIVA</p><p>Competência Legislativa Privativa (art. 22, CF):</p><p>Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:</p><p>I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo,</p><p>aeronáutico, espacial e do trabalho;</p><p>II - desapropriação;</p><p>III - requisições civis e militares, em caso de iminente perigo e em tempo</p><p>de guerra;</p><p>IV - águas, energia, informática, telecomunicações e radiodifusão;</p><p>V - serviço postal;</p><p>VI - sistema monetário e de medidas, títulos e garantias dos metais;</p><p>[...]</p><p>COMPETÊNCIA CONSTITUCIONAL LEGISLATIVA PRIVATIVA</p><p>Competência Legislativa Privativa (art. 22, CF):</p><p>Art. 18, § 2º. Os Territórios Federais integram a União, e sua</p><p>criação, transformação em Estado ou reintegração ao Estado</p><p>de origem serão reguladas em lei complementar.</p><p>§ 3º Os Estados podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou</p><p>desmembrar-se para se anexarem a outros, ou formarem novos</p><p>Estados ou Territórios Federais, mediante aprovação da</p><p>população diretamente interessada, através de plebiscito, e do</p><p>Congresso Nacional, por lei complementar.</p><p>COMPETÊNCIA CONSTITUCIONAL LEGISLATIVA</p><p>CONCORRENTE</p><p>Competência Legislativa Concorrente (comum ou paralela) (art. 24,</p><p>CF):</p><p>União legisla sobre normas gerais (art. 24, § 1º, CF)</p><p>Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar</p><p>concorrentemente sobre:</p><p>I - direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e urbanístico;</p><p>II - orçamento;</p><p>III - juntas comerciais;</p><p>IV - custas dos serviços forenses;</p><p>V - produção e consumo;</p><p>COMPETÊNCIA CONSTITUCIONAL LEGISLATIVA</p><p>CONCORRENTE</p><p>V - produção e consumo;</p><p>VI - florestas, caça, pesca, fauna, conservação da</p><p>natureza, defesa do solo e dos recursos naturais, proteção</p><p>do meio ambiente e controle da poluição;</p><p>[...]</p><p>§ 1º No âmbito da legislação concorrente, a</p><p>competência da União limitar-se-á a estabelecer normas</p><p>gerais.</p><p>COMPETÊNCIA CONSTITUCIONAL ADMINISTRATIVA</p><p>EXCLUSIVA</p><p>Competência Administrativa Exclusiva (art. 21, CF):</p><p>Art. 21. Compete à União:</p><p>I - manter relações com Estados estrangeiros e participar de organizações</p><p>internacionais;</p><p>II - declarar a guerra e celebrar a paz;</p><p>III - assegurar a defesa nacional;</p><p>IV - permitir, nos casos previstos em lei complementar, que forças</p><p>estrangeiras transitem pelo território nacional ou nele permaneçam</p><p>temporariamente;</p><p>V - decretar o estado de sítio, o estado de defesa e a intervenção federal;</p><p>VI - autorizar e fiscalizar a produção e o comércio de material bélico;</p><p>COMPETÊNCIA CONSTITUCIONAL ADMINISTRATIVA</p><p>EXCLUSIVA</p><p>VII - emitir moeda;</p><p>VIII - administrar as reservas cambiais do País e fiscalizar as operações</p><p>de natureza financeira, especialmente as de crédito, câmbio e</p><p>capitalização, bem como as de seguros e de previdência privada;</p><p>IX - elaborar e executar planos nacionais e regionais de ordenação do</p><p>território e de desenvolvimento econômico e social;</p><p>X - manter o serviço postal e o correio aéreo nacional;</p><p>XI - explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou</p><p>permissão, os serviços de telecomunicações, nos termos da lei, que</p><p>disporá sobre a organização dos serviços, a criação de um órgão regulador</p><p>e outros aspectos institucionais;</p><p>COMPETÊNCIA CONSTITUCIONAL ADMINISTRATIVA</p><p>EXCLUSIVA</p><p>XII - explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou</p><p>permissão: a) os serviços de radiodifusão sonora, e de sons e imagens e</p><p>demais serviços de telecomunicações; a) os serviços de radiodifusão</p><p>sonora, e de sons e imagens; b) os serviços e instalações de energia</p><p>elétrica e o aproveitamento energético dos cursos de água, em articulação</p><p>com os Estados onde se situam os potenciais hidroenergéticos; c) a</p><p>navegação aérea, aeroespacial e a infraestrutura aeroportuária; d) os</p><p>serviços de transporte ferroviário e aquaviário entre portos brasileiros e</p><p>fronteiras nacionais, ou que transponham os limites de Estado ou</p><p>Território; e) os serviços de transporte rodoviário interestadual e</p><p>internacional de passageiros; f) os portos marítimos, fluviais e lacustres;</p><p>[...]</p><p>COMPETÊNCIA CONSTITUCIONAL</p><p>Competência Administrativa Comum (cumulativa ou paralela) (art. 23,</p><p>CF).</p><p>União elabora normas de cooperação por meio de Leis Complementares</p><p>(art. 23, § único, CF):</p><p>Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito</p><p>Federal e dos Municípios:</p><p>I - zelar pela guarda da Constituição, das leis e das instituições</p><p>democráticas e conservar o patrimônio público;</p><p>II - cuidar da saúde e assistência pública, da proteção e garantia das</p><p>pessoas portadoras de deficiência;</p><p>COMPETÊNCIA CONSTITUCIONAL</p><p>III - proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histórico,</p><p>artístico e cultural, os monumentos, as paisagens naturais notáveis e os</p><p>sítios arqueológicos;</p><p>IV - impedir a evasão, a destruição e a descaracterização de obras de arte e</p><p>de outros bens de valor histórico, artístico ou cultural;</p><p>V - proporcionar os meios de acesso à cultura, à educação, à ciência, à</p><p>tecnologia, à pesquisa e à inovação;</p><p>[...]</p><p>Parágrafo único. Leis complementares fixarão normas para a</p><p>cooperação entre a União e os Estados, o Distrito Federal e os</p><p>Municípios, tendo em vista o equilíbrio do desenvolvimento e do bem-</p><p>estar em âmbito nacional.</p><p>BENS DA UNIÃO –ART. 20 CF/88</p><p>Art. 20. São bens da União:</p><p>I - os que atualmente lhe pertencem e os que lhe vierem a ser atribuídos;</p><p>II - as terras devolutas indispensáveis à defesa das fronteiras, das</p><p>fortificações e construções militares, das vias federais de comunicação e à</p><p>preservação ambiental, definidas em lei;</p><p>III - os lagos, rios e quaisquer correntes de água em terrenos de seu</p><p>domínio, ou que banhem mais de um Estado, sirvam de limites com outros</p><p>países, ou se estendam a território estrangeiro ou dele provenham, bem</p><p>como os terrenos marginais e as praias fluviais;</p><p>BENS DA UNIÃO –ART. 20 CF/88</p><p>IV as ilhas fluviais e lacustres nas zonas limítrofes com outros países; as</p><p>praias marítimas; as ilhas oceânicas e as costeiras, excluídas, destas, as</p><p>que contenham a sede de Municípios, exceto aquelas áreas afetadas ao</p><p>serviço público e a unidade ambiental federal, e as referidas no art. 26, II;</p><p>V - os recursos naturais da plataforma continental e da zona econômica</p><p>exclusiva;</p><p>VI - o mar territorial;</p><p>VII - os terrenos de marinha e seus acrescidos;</p><p>VIII - os potenciais de energia hidráulica;</p><p>IX - os recursos minerais, inclusive os do subsolo;</p><p>X - as cavidades naturais subterrâneas e os sítios arqueológicos e pré-</p><p>históricos;</p><p>XI - as terras tradicionalmente ocupadas pelos índios.</p><p>INTERVENÇÃO FEDERAL: CONCEITO E REQUISITOS</p><p>Conceito: “A intervenção consiste em medida excepcional de supressão</p><p>temporária da autonomia de determinado ente federativo, fundada em</p><p>hipóteses taxativamente previstas no texto constitucional, e que visa à</p><p>unidade e preservação da soberania do Estado Federal e das autonomias da</p><p>União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios” (Alexandre de</p><p>Moraes).</p><p>“Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal,</p><p>exceto para: [...]”.</p><p>“Art. 21. Compete à União: [...] V - decretar o estado de sítio, o estado de</p><p>defesa e a intervenção federal”.</p><p>“Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República: [...] X -</p><p>decretar e executar</p><p>a intervenção federal”.</p><p>INTERVENÇÃO FEDERAL: CONCEITO E REQUISITOS</p><p>Requisitos:</p><p>• Ocorrência de hipótese prevista na CF/88 : art. 34, I a VII, CF.</p><p>• Intervenção ocorre de ente político mais amplo sobre a ente político</p><p>imediatamente menos amplo (União intervém em Estado-membro;</p><p>Estado-membro intervém em Município).</p><p>• A decretação é ato político privativo do Chefe do Poder Executivo</p><p>(Presidente da República – intervenção federal; Governador de Estado –</p><p>intervenção estadual). União intervém em Município localizado em</p><p>Território Federal).</p><p>INTERVENÇÃO FEDERAL: ESPÉCIES</p><p>Espécies de Intervenção Federal:</p><p>• Espontânea.</p><p>• Provocada:</p><p>• Por Solicitação.</p><p>• Por Requisição.</p><p>INTERVENÇÃO FEDERAL: ESPÉCIES</p><p>Espontânea – art. 34, I, II, III e V, CF:</p><p>“Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal,</p><p>exceto para:</p><p>I - manter a integridade nacional;</p><p>II - repelir invasão estrangeira ou de uma unidade da Federação em</p><p>outra;</p><p>III - pôr termo a grave comprometimento da ordem pública; [...]</p><p>V - reorganizar as finanças da unidade da Federação que:</p><p>a) suspender o pagamento da dívida fundada por mais de dois anos</p><p>consecutivos, salvo motivo de força maior;</p><p>b) deixar de entregar aos Municípios receitas tributárias fixadas nesta</p><p>Constituição, dentro dos prazos estabelecidos em lei”.</p><p>INTERVENÇÃO FEDERAL: ESPÉCIES</p><p>Provocada por solicitação – art. 34, IV, CF:</p><p>“Art. 34. [...] IV - garantir o livre exercício de qualquer dos Poderes nas</p><p>unidades da Federação”.</p><p>Obs.: Apenas por solicitação dos Poderes Legislativo e Executivo dos</p><p>Estados e Distrito Federal para garantir o livre exercícios de suas</p><p>atribuições constitucionais.</p><p>Não se aplica ao Poder Judiciário que irá solicitar ao Supremo Tribunal</p><p>Federal (art. 36, I, CF/88) a intervenção federal.</p><p>“Art. 36. A decretação da intervenção dependerá:</p><p>I - no caso do art. 34, IV, de solicitação do Poder Legislativo ou do Poder</p><p>Executivo coacto ou impedido [...]”.</p><p>INTERVENÇÃO FEDERAL: ESPÉCIES</p><p>Provocada por requisição – art. 34, IV, VI e VII, CF:</p><p>1. Requisição do STF:</p><p>“Art. 34. [...] IV - garantir o livre exercício de qualquer dos Poderes nas</p><p>unidades da Federação.”</p><p>Neste caso: “Art. 36. A decretação da intervenção dependerá: I - no caso</p><p>do art. 34, IV, de [...] requisição do Supremo Tribunal Federal, se a</p><p>coação for exercida contra o Poder Judiciário”.</p><p>INTERVENÇÃO FEDERAL: ESPÉCIES</p><p>Obs.:</p><p>Assim, o Poder Judiciário estadual ou distrital (TJ) deve solicitar a</p><p>intervenção federal ao STF, provocar por Reclamação, que, garantido o</p><p>devido processo legal, com contraditório e ampla defesa, irá julgar.</p><p>Julgando improcedente, o pedido é arquivado.</p><p>Julgando procedente, requisitará a intervenção ao Presidente da</p><p>República.</p><p>INTERVENÇÃO FEDERAL: ESPÉCIES</p><p>2. Requisição do STF, STJ ou TSE: “VI - prover a execução de lei</p><p>federal, ordem ou decisão judicial”. Aqui temos duas situações:</p><p>a. Quando Estado-membro ou o Distrito Federal deixa de executar</p><p>lei federal: “Art. 36. A decretação da intervenção dependerá: [...] III -</p><p>de provimento, pelo Supremo Tribunal Federal, de representação do</p><p>Procurador-Geral da República [...] no caso de recusa à execução de lei</p><p>federal”.</p><p>INTERVENÇÃO FEDERAL: ESPÉCIES</p><p>A representação deve ser do Procurador Geral da República, único</p><p>legitimado. Alexandre de Morais sugere chamar a representação de Ação</p><p>de Executoriedade de Lei Federal. Deve ser observado o devido processo</p><p>legal, com a ampla defesa e contraditório.</p><p>Julgando improcedente, o pedido é arquivado.</p><p>Julgando procedente, requisitará a intervenção ao Presidente da</p><p>República.</p><p>INTERVENÇÃO FEDERAL: ESPÉCIES</p><p>b. Quando Estado-membro ou o Distrito Federal desobedecer ordem ou</p><p>decisão judicial: “Art. 36. A decretação da intervenção dependerá: [...]</p><p>II - no caso de desobediência a ordem ou decisão judiciária, de</p><p>requisição do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça</p><p>ou do Tribunal Superior Eleitoral.”</p><p>INTERVENÇÃO FEDERAL: ESPÉCIES</p><p>Neste caso a representação deve ser feita por quem tenha interesse no</p><p>cumprimento da ordem (mandado de busca e apreensão, ordem de despejo,</p><p>reintegração de posse etc.) e ser dirigida ao:</p><p>• STF quando a ordem ou decisão não cumprida for dele próprio.</p><p>• TSE quando a ordem ou decisão não cumprida for da justiça eleitoral.</p><p>• STJ quando a ordem ou decisão não cumprida for de outro tribunal.</p><p>INTERVENÇÃO FEDERAL: ESPÉCIES</p><p>Deve ser observado o devido processo legal, com a ampla defesa e</p><p>contraditório.</p><p>Julgando improcedente, o pedido é arquivado.</p><p>Julgando procedente, requisitará a intervenção ao Presidente da</p><p>República.</p><p>INTERVENÇÃO FEDERAL: ESPÉCIES</p><p>3. Requisição do STF: “VII - assegurar a observância dos seguintes</p><p>princípios constitucionais:</p><p>a) forma republicana, sistema representativo e regime democrático;</p><p>b) direitos da pessoa humana;</p><p>c) autonomia municipal;</p><p>d) prestação de contas da administração pública, direta e indireta.</p><p>e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais,</p><p>compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e</p><p>desenvolvimento do ensino.</p><p>e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais,</p><p>compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e</p><p>desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde”.</p><p>INTERVENÇÃO FEDERAL: ESPÉCIES</p><p>Obs.:</p><p>Esse são chamados de princípios constitucionais sensíveis.</p><p>A não observância possibilita ao Procurador Geral da República, único</p><p>legitimado, a ingressar com ação no STF pedindo a declaração de</p><p>inconstitucionalidade do ato que não observa princípio constitucional e</p><p>pedindo também a intervenção federal no Estado-membro ou Distrito</p><p>Federal – dois pedidos.</p><p>INTERVENÇÃO FEDERAL: ESPÉCIES</p><p>Alexandre de Moraes sugere o nome Ação Direta de</p><p>Inconstitucionalidade Interventiva.</p><p>Deve ser observado o devido processo legal, com a ampla defesa e</p><p>contraditório.</p><p>Julgando improcedente, o pedido é arquivado.</p><p>Julgando procedente, requisitará a intervenção ao Presidente da</p><p>República.</p><p>PROCEDIMENTO</p><p>São quatro fases, mas somente se passa por três delas, dependendo da</p><p>espécie de intervenção:</p><p>1. Iniciativa: Presidente da República, Procurador Geral da República,</p><p>Poderes estaduais ou do Distrito Federal, interessado no cumprimento de</p><p>ordem ou decisão judicial etc.</p><p>“Art. 129. São funções institucionais do Ministério Público: [...] IV -</p><p>promover a ação de inconstitucionalidade ou representação para fins de</p><p>intervenção da União e dos Estados, nos casos previstos nesta</p><p>Constituição”.</p><p>2. Fase Judicial: procedimento judicial (por requisição). Dispensa o</p><p>controle político. Neste caso as fases serão: iniciativa, fase judicial e</p><p>decreto interventivo.</p><p>PROCEDIMENTO</p><p>3. Decreto Interventivo: é ato privativo do Presidente da República que</p><p>pode elaborar o decreto após ouvidos os Conselho da República e</p><p>Conselho de Defesa Nacional. O decreto deve especificar a amplitude,</p><p>prazo, condições para a execução da intervenção federal e, se necessário, o</p><p>nome do interventor.</p><p>PROCEDIMENTO</p><p>“Art. 36. [...] § 1º O decreto de intervenção, que especificará a amplitude,</p><p>o prazo e as condições de execução e que, se couber, nomeará o</p><p>interventor [...]”.</p><p>“Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República: [...] X -</p><p>decretar e executar a intervenção federal”.</p><p>“Art. 90. Compete ao Conselho da República pronunciar-se sobre: I -</p><p>intervenção federal, estado de defesa e estado de sítio”.</p><p>“Art. 91. [...] § 1º Compete ao Conselho de Defesa Nacional: [...] II -</p><p>opinar sobre a decretação do estado de defesa, do estado de sítio e da</p><p>intervenção federal”.</p><p>Obs.: Neste caso as fases serão: iniciativa, fase judicial e decreto</p><p>interventivo.</p><p>PROCEDIMENTO</p><p>4. Controle Político: ocorre quando a intervenção não tiver a fase judicial,</p><p>ou seja, quando for espontânea ou provocada por solicitação. O controle</p><p>político do decreto de intervenção federal é realizado pelo Congresso</p><p>Nacional em votação por maioria simples.</p><p>“Art. 36. [...] § 1º O</p><p>decreto de intervenção [...], será submetido à</p><p>apreciação do Congresso Nacional ou da Assembleia Legislativa do</p><p>Estado, no prazo de vinte e quatro horas.</p><p>§ 2º Se não estiver funcionando o Congresso Nacional ou a Assembleia</p><p>Legislativa, far-se-á convocação extraordinária, no mesmo prazo de</p><p>vinte e quatro horas”.</p><p>PROCEDIMENTO</p><p>“Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional: [...] IV -</p><p>aprovar o estado de defesa e a intervenção federal, autorizar o estado de</p><p>sítio, ou suspender qualquer uma dessas medidas”.</p><p>“Art. 57. O Congresso Nacional reunir-se-á, anualmente, na Capital</p><p>Federal, de 2 de fevereiro a 17 de julho e de 1º de agosto a 22 de</p><p>dezembro. [...] § 6º A convocação extraordinária do Congresso Nacional</p><p>far-se-á: I - pelo Presidente do Senado Federal, em caso de decretação de</p><p>estado de defesa ou de intervenção federal, de pedido de autorização para</p><p>a decretação de estado de sítio e para o compromisso e a posse do</p><p>Presidente e do Vice-Presidente da República”.</p><p>Obs.: Ocorrendo fase judicial não haverá controle político e vice-versa.</p><p>EFEITOS DA DECRETAÇÃO DA INTERVENÇÃO FEDERAL</p><p>• A intervenção federal é um limite circunstancial ao exercício do poder</p><p>constituinte derivado de reforma, ficando proibida a alteração do texto</p><p>constitucional (emendas constitucionais) durante sua vigência.</p><p>• Autoridades podem ser afastadas de seus cargos e retornarem ao cessar a</p><p>medida.</p><p>• O Estado-membro ou Distrito Federal sob intervenção tem suspensa sua</p><p>autonomia constitucional.</p><p>“Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta: [...] § 1º</p><p>A Constituição não poderá ser emendada na vigência de intervenção</p><p>federal, de estado de defesa ou de estado de sítio”.</p><p>“Art. 36. [...] § 4º Cessados os motivos da intervenção, as autoridades</p><p>afastadas de seus cargos a estes voltarão, salvo impedimento legal”.</p><p>EFEITOS DA DECRETAÇÃO DA INTERVENÇÃO FEDERAL</p><p>Obs.: O Presidente da República está dispensado de decretar a</p><p>intervenção federal, quando provocado por requisição, quando conseguir</p><p>solucionar a situação que motivou a requisição de intervenção, sem a</p><p>necessidade desta medida extrema:</p><p>“Art. 36. [...] § 3º Nos casos do art. 34, VI e VII, ou do art. 35, IV,</p><p>dispensada a apreciação pelo Congresso Nacional ou pela Assembleia</p><p>Legislativa, o decreto limitar-se-á a suspender a execução do ato</p><p>impugnado, se essa medida bastar ao restabelecimento da normalidade”.</p><p>INTERVENÇÃO FEDERAL NO BRASIL</p><p>Decreto n. 9.288, de 16 de fevereiro de 2018. Decreta intervenção federal</p><p>no Estado do Rio de Janeiro com o objetivo de pôr termo ao grave</p><p>comprometimento da ordem pública.</p><p>Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-</p><p>2018/2018/Decreto/D9288.htm#textoimpressao.</p><p>INTERVENÇÃO FEDERAL NO BRASIL</p><p>Art. 1º Fica decretada intervenção federal no Estado do Rio de Janeiro até 31 de dezembro de 2018.</p><p>§ 1º A intervenção de que trata o caput se limita à área de segurança pública, conforme o disposto no</p><p>Capítulo III do Título V da Constituição e no Título V da Constituição do Estado do Rio de Janeiro.</p><p>§ 2º O objetivo da intervenção é pôr termo a grave comprometimento da ordem pública no Estado do</p><p>Rio de Janeiro.</p><p>Art. 2º Fica nomeado para o cargo de Interventor o General de Exército Walter Souza Braga Netto.</p><p>Parágrafo único. O cargo de Interventor é de natureza militar.</p><p>Art. 3º As atribuições do Interventor são aquelas previstas no art. 145 da Constituição do Estado do Rio</p><p>de Janeiro necessárias às ações de segurança pública, previstas no Título V da Constituição do Estado do</p><p>Rio de Janeiro.</p><p>§ 1º O Interventor fica subordinado ao Presidente da República e não está sujeito às normas estaduais</p><p>que conflitarem com as medidas necessárias à execução da intervenção.</p><p>§ 2º O Interventor poderá requisitar, se necessário, os recursos financeiros, tecnológicos, estruturais e</p><p>humanos do Estado do Rio de Janeiro afetos ao objeto e necessários à consecução do objetivo da</p><p>intervenção.</p><p>INTERVENÇÃO FEDERAL NO BRASIL</p><p>§ 3º O Interventor poderá requisitar a quaisquer órgãos, civis e militares, da administração pública</p><p>federal, os meios necessários para consecução do objetivo da intervenção.</p><p>§ 4º As atribuições previstas no art. 145 da Constituição do Estado do Rio de Janeiro que não tiverem</p><p>relação direta ou indireta com a segurança pública permanecerão sob a titularidade do Governador do</p><p>Estado do Rio de Janeiro.</p><p>§ 5º O Interventor, no âmbito do Estado do Rio de Janeiro, exercerá o controle operacional de todos os</p><p>órgãos estaduais de segurança pública previstos no art. 144 da Constituição e no Título V da</p><p>Constituição do Estado do Rio de Janeiro.</p><p>Art. 4º Poderão ser requisitados, durante o período da intervenção, os bens, serviços e servidores afetos</p><p>às áreas da Secretaria de Estado de Segurança do Estado do Rio de Janeiro, da Secretaria de</p><p>Administração Penitenciária do Estado do Rio de Janeiro e do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do</p><p>Rio de Janeiro, para emprego nas ações de segurança pública determinadas pelo Interventor.</p><p>Art. 5º Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.</p><p>Brasília, 16 de fevereiro de 2018; 197º da Independência e 130º da República.</p><p>MICHEL TEMER</p><p>09 - ESTADOS-MEMBROS</p><p>PROF. RICARDO MUCIATO MARTINS</p><p>Natureza jurídica</p><p>Natureza jurídica: Estados-membros são pessoa jurídica de direito</p><p>público interno.</p><p>Criação: art. 18, § 3º, e 48, VI, CF:</p><p>• Incorporação.</p><p>• Fusão.</p><p>• Subdivisão.</p><p>• Desmembramento.</p><p>• Novo território: guerra ou compra (Acre).</p><p>Natureza jurídica</p><p>Requisitos para criação:</p><p>• Plebiscito com aprovação da população diretamente interessada.</p><p>• Lei Complementar federal – Congresso Nacional.</p><p>“Art. 18, § 3º Os Estados podem incorporar-se entre si, subdividir-se</p><p>ou desmembrar-se para se anexarem a outros, ou formarem novos</p><p>Estados ou Territórios Federais, mediante aprovação da população</p><p>diretamente interessada, através de plebiscito, e do Congresso</p><p>Nacional, por lei complementar”.</p><p>Bens dos Estados – art. 26 CF</p><p>“Art. 26. Incluem-se entre os bens dos Estados:</p><p>I - as águas superficiais ou subterrâneas, fluentes, emergentes e em</p><p>depósito, ressalvadas, neste caso, na forma da lei, as decorrentes de</p><p>obras da União;</p><p>II - as áreas, nas ilhas oceânicas e costeiras, que estiverem no seu</p><p>domínio, excluídas aquelas sob domínio da União, Municípios ou</p><p>terceiros;</p><p>III - as ilhas fluviais e lacustres não pertencentes à União;</p><p>IV - as terras devolutas não compreendidas entre as da União”.</p><p>Competências Estaduais</p><p>A) Legislativa:</p><p>1. Reservada – art. 25, § 1º, CF.</p><p>2. Enumerada – art. 18, § 4º, 25, § 3º etc., CF.</p><p>3. Delegada – art. 22, § único, CF. Requisitos: formal; material;</p><p>implícito (art. 19, III, CF).</p><p>4. Concorrente (comum ou paralela) – não-cumulativa ou</p><p>suplementar:</p><p>• Suplementar-complementar – art. 24, §§ 1º e 2º, CF.</p><p>• Suplementar-supletiva – art. 24, §§ 3º e 4º, CF.</p><p>Competências Estaduais</p><p>B) Administrativa ou não-legislativa:</p><p>1. Reservada – art. 25, § 1º, CF – limites – art. 21, 23 e 30,</p><p>CF.</p><p>2. Enumerada – art. 25, § 2º; art. 18 § 4º, CF.</p><p>3. Comum (cumulativa ou paralela) – art. 23, CF. Normas de</p><p>cooperação (art. 23, § único, CF).</p><p>Competência Estadual Legislativa Reservada</p><p>“Art. 25, § 1º São reservadas aos Estados as competências que não lhes sejam vedadas</p><p>por esta Constituição”.</p><p>O que é vedado? Desrespeitar certos limites, que são os princípios constitucionais:</p><p>Princípios constitucionais sensíveis: caso desrespeitados, podem ser decretada a</p><p>intervenção federal no Estado-membro (art. 34, VII, CF).</p><p>Princípios constitucionais extensíveis: são os princípios fundamentais de nossa</p><p>República Federativa do Brasil (art. 1º, 2º, 3º, 4º etc., CF).</p><p>Princípios constitucionais estabelecidos: que se dividem em:</p><p>• Normas de preordenação: normas que preorganizam os Estados-membros, definindo</p><p>regras para a estrutura de seus órgãos ou regras para seu funcionamento. Ex.: eleição do</p><p>Governador e Deputados estaduais, estrutura dos poderes estaduais, regras da</p><p>Administração</p><p>Pública (art. 27, 28, 37, 39 a 41 etc., CF).</p><p>• Normas de competência: normas que definem a competência estadual e dos demais</p><p>entes federados, que não pode ser ignorada sob pena de declaração de</p><p>inconstitucionalidade do ato estadual e intervenção federal (art. 22, 24, 25, 30 etc., CF).</p><p>Competência Estadual Legislativa Enumerada</p><p>“Art. 18 § 4º. A criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento de</p><p>Municípios, far-se-ão por lei estadual, dentro do período determinado por</p><p>Lei Complementar Federal, e dependerão de consulta prévia, mediante</p><p>plebiscito, às populações dos Municípios envolvidos, após divulgação dos</p><p>Estudos de Viabilidade Municipal, apresentados e publicados na forma da</p><p>lei”.</p><p>“Art. 25, § 3º. Os Estados poderão, mediante lei complementar, instituir</p><p>regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões, constituídas</p><p>por agrupamentos de municípios limítrofes, para integrar a organização, o</p><p>planejamento e a execução de funções públicas de interesse comum”.</p><p>Competência Estadual Legislativa Enumerada</p><p>Finalidade: integrar a organização, o planejamento e a execução de</p><p>funções públicas de interesse comum, ou seja, resolução homogênea e</p><p>mais eficaz de problemas regionais.</p><p>• Regiões metropolitanas – conjunto de municípios limítrofes que</p><p>apresenta continuidade urbana e um município polo, como a capital do</p><p>Estado-membro.</p><p>• Aglomerados urbanos – conjunto de municípios limítrofes que</p><p>apresenta continuidade urbana, mas não há um município polo.</p><p>• Microrregiões – conjunto de municípios limítrofes que apresentam</p><p>características sociogeográficas em comum.</p><p>Competência Estadual Legislativa Delegada</p><p>Conceito: competência legislativa privativa da União, que pode ser por ela delegada aos</p><p>Estados-membros e Distrito Federal.</p><p>Requisitos para a delegação:</p><p>• Formal: tem que ser por lei complementar federal.</p><p>• Material: questões específicas das matérias do artigo 22 da CF.</p><p>• Implícito (art. 19, III, CF): deve se observar o princípio da isonomia federativa.</p><p>“Art. 22, Parágrafo único. Lei complementar poderá autorizar os Estados a legislar</p><p>sobre questões específicas das matérias relacionadas neste artigo”.</p><p>“Art. 19. É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: [...] III -</p><p>criar distinções entre brasileiros ou preferências entre si”.</p><p>Competência Estadual Legislativa Concorrente</p><p>Comum ou paralela, não-cumulativa ou suplementar:</p><p>• suplementar-complementar: a União legisla sobre os assuntos do artigo</p><p>24 da CF, limitando-se a criar as normas gerais. Os Estados-membros e</p><p>Distrito Federal legislam de forma suplementar, complementando das</p><p>normas gerais federais – art. 24, §§ 1º e 2º, CF.</p><p>• suplementar-supletiva: caso a União não crie a norma geral, Estados-</p><p>membros e Distrito Federal passam a ter competência legislativa</p><p>suplementar-supletiva, também chamada de competência plena, legislando</p><p>sobre as matérias do artigo 24 da CF inclusive no aspecto geral – art. 24,</p><p>§§ 3º e 4º, CF.</p><p>Competência Estadual Legislativa Concorrente</p><p>Obs.:</p><p>• As leis estaduais e distritais sobre questões gerais somente valem para</p><p>a própria unidade da federação.</p><p>• Vindo a União posteriormente a criar a lei geral, as normas estaduais e</p><p>distritais terão sua eficácia suspensa naquilo que for contrário.</p><p>• Prestem atenção que o legislador constituinte acerto ao conceituar esse</p><p>fenômeno como suspensão e não revogação.</p><p>Competência Estadual Legislativa Concorrente</p><p>“Art. 24, § 1º. No âmbito da legislação concorrente, a competência da</p><p>União limitar-se-á a estabelecer normas gerais.</p><p>§ 2º A competência da União para legislar sobre normas gerais não</p><p>exclui a competência suplementar dos Estados.</p><p>§ 3º Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a</p><p>competência legislativa plena, para atender a suas peculiaridades.</p><p>§ 4º A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a</p><p>eficácia da lei estadual, no que lhe for contrário”.</p><p>Competência Estadual Administrativa Reservada</p><p>“Art. 25, § 1º São reservadas aos Estados as competências que não lhes sejam vedadas por</p><p>esta Constituição”.</p><p>O que é vedado? Desrespeitar certos limites, que são os princípios constitucionais:</p><p>Princípios constitucionais sensíveis: caso desrespeitados, podem ser decretada a</p><p>intervenção federal no Estado-membro (art. 34, VII, CF).</p><p>Princípios constitucionais extensíveis: são os princípios fundamentais de nossa</p><p>República Federativa do Brasil (art. 1º, 2º, 3º, 4º etc., CF).</p><p>Princípios constitucionais estabelecidos: que se dividem em:</p><p>• Normas de preordenação: normas que preorganizam os Estados-membros, definindo a</p><p>estrutura de seus órgãos ou regras para seu funcionamento. Ex.: eleição do Governador e</p><p>Deputados estaduais, estrutura dos poderes estaduais, regras da Administração Pública</p><p>(art. 27, 28, 37, 39 a 41 etc., CF).</p><p>• Normas de competência: normas que definem a competência estadual e dos demais</p><p>entes federados, que não pode ser ignorada sob pena de declaração de</p><p>inconstitucionalidade do ato estadual e intervenção federal (art. 21, 23, 25, 30 etc., CF).</p><p>Competência Estadual Administrativa Enumerada</p><p>“Art. 25, § 2º. Cabe aos Estados explorar diretamente, ou</p><p>mediante concessão, os serviços locais de gás canalizado, na</p><p>forma da lei, vedada a edição de medida provisória para a sua</p><p>regulamentação”.</p><p>Competência Estadual Administrativa Comum</p><p>Cumulativa ou paralela:</p><p>“Art. 23, Parágrafo único. Leis complementares fixarão normas para a</p><p>cooperação entre a União e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios,</p><p>tendo em vista o equilíbrio do desenvolvimento e do bem-estar em âmbito</p><p>nacional”.</p><p>Obs.: A competência do artigo 23 da CF é comum à União, Estados-</p><p>membros, Distrito Federal e Municípios. Os Estados-membros legislam</p><p>respeitando as leis complementares que fixam normas para cooperação entre</p><p>as unidades da federação.</p><p>Autonomia dos Estados-membros</p><p>“Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e</p><p>Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem</p><p>como fundamentos”.</p><p>“Art. 18. A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil</p><p>compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos</p><p>termos desta Constituição”.</p><p>República Federativa do Brasil possui soberania. Conforme artigo 21, I da CF., a União age</p><p>com soberania em nome da República Federativa do Brasil.</p><p>Estados-membros possuem autonomia formal, conforme CF.</p><p>“Art. 21. Compete à União: I - manter relações com Estados estrangeiros e participar de</p><p>organizações internacionais”.</p><p>Autonomia dos Estados-membros</p><p>Estados-membros possuem autonomia formal, mas a autonomia</p><p>material ou real depende de três fatores:</p><p>1. Auto-organização e normatização própria.</p><p>2. Autogoverno.</p><p>3. Autoadministração.</p><p>01 Auto-organização e Normatização Própria</p><p>Auto-organização: é a capacidade que os Estados-membros possuem</p><p>de criarem suas próprias Constituições, sem interferência externa.</p><p>Art. 25, CF. “Os Estados organizam-se e regem-se pelas</p><p>Constituições e leis que adotarem, observados os princípios desta</p><p>Constituição”.</p><p>Art. 11, ADCT. “Cada Assembleia Legislativa, com poderes</p><p>constituintes, elaborará a Constituição do Estado, no prazo de um</p><p>ano, contado da promulgação da Constituição Federal, obedecidos os</p><p>princípios desta”.</p><p>01 Auto-organização e Normatização Própria</p><p>Normatização própria: é a capacidade dos Estados-membros criarem</p><p>suas próprias normas, sem interferência externa.</p><p>A competência legislativa estadual está prevista na CF, conforme visto</p><p>anteriormente: competência legislativa reservada, enumerada, delegada</p><p>e concorrente.</p><p>“Art. 25. Os Estados organizam-se e regem-se pelas Constituições e</p><p>leis que adotarem, observados os princípios desta Constituição”.</p><p>02 Autogoverno: Conceito</p><p>Autogoverno: é a capacidade dos Estados-membros fazerem sua</p><p>próprias escolhas, se autodeterminando por seus próprios órgãos</p><p>governamentais, sem dependerem de outros. Seu limite são os princípios</p><p>constitucionais.</p><p>• Poder Legislativo estadual.</p><p>• Poder Executivo estadual.</p><p>• Poder Judiciário estadual.</p><p>02 Autogoverno: Poder Legislativo Estadual</p><p>“Art. 27. O número de Deputados à Assembleia Legislativa corresponderá ao triplo da</p><p>representação do Estado na Câmara dos Deputados e, atingido o número de trinta e seis,</p><p>será acrescido de tantos quantos forem os Deputados Federais acima de doze.</p><p>§ 1º Será de quatro anos o mandato dos Deputados Estaduais, aplicando- sê-lhes as</p><p>regras desta Constituição sobre sistema eleitoral, inviolabilidade, imunidades, remuneração,</p><p>perda de mandato, licença, impedimentos e incorporação às Forças Armadas.</p><p>§ 2º O subsídio dos Deputados Estaduais será fixado por lei de iniciativa da Assembleia</p><p>Legislativa, na razão de, no máximo, setenta e cinco por cento daquele estabelecido, em</p><p>espécie, para os Deputados Federais, observado o que dispõem os arts. 39, § 4º, 57, § 7º,</p><p>150, II, 153, III, e 153, § 2º, I.</p><p>§ 3º Compete às Assembleias Legislativas dispor sobre seu regimento interno, polícia e</p><p>serviços administrativos de sua secretaria, e prover os respectivos cargos.</p><p>§ 4º A lei disporá sobre a iniciativa popular no processo legislativo estadual”.</p><p>02 Autogoverno: Poder Executivo Estadual</p><p>“Art. 28. A eleição do Governador e do Vice-Governador de Estado, para</p><p>mandato de quatro anos, realizar-se-á no primeiro domingo de outubro, em</p><p>primeiro turno, e no último domingo de outubro, em segundo turno, se houver, do</p><p>ano anterior ao do término do mandato de seus antecessores, e a posse ocorrerá em</p><p>primeiro de janeiro do ano subsequente, observado, quanto ao mais, o disposto no</p><p>art. 77.</p><p>§ 1º Perderá o mandato o Governador que assumir outro cargo ou função na</p><p>administração pública direta ou indireta, ressalvada a posse em virtude de concurso</p><p>público e observado o disposto no art. 38, I, IV e V.</p><p>§ 2º Os subsídios do Governador, do Vice-Governador e dos Secretários de</p><p>Estado serão fixados por lei de iniciativa da Assembleia Legislativa, observado o</p><p>que dispõem os arts. 37, XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I.”</p><p>02 Autogoverno: Poder Judiciário Estadual</p><p>“Art. 92. São órgãos do Poder Judiciário: [...] VII - os Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito</p><p>Federal e Territórios”.</p><p>“Art. 125. Os Estados organizarão sua Justiça, observados os princípios estabelecidos nesta</p><p>Constituição.</p><p>§ 1º A competência dos tribunais será definida na Constituição do Estado, sendo a lei de</p><p>organização judiciária de iniciativa do Tribunal de Justiça.</p><p>§ 2º Cabe aos Estados a instituição de representação de inconstitucionalidade de leis ou atos</p><p>normativos estaduais ou municipais em face da Constituição Estadual, vedada a atribuição da</p><p>legitimação para agir a um único órgão.</p><p>§ 3º A lei estadual poderá criar, mediante proposta do Tribunal de Justiça, a Justiça Militar</p><p>estadual, constituída, em primeiro grau, pelos juízes de direito e pelos Conselhos de Justiça e, em</p><p>segundo grau, pelo próprio Tribunal de Justiça, ou por Tribunal de Justiça Militar nos Estados em que</p><p>o efetivo militar seja superior a vinte mil integrantes.</p><p>§ 4º Compete à Justiça Militar estadual processar e julgar os militares dos Estados, nos crimes</p><p>militares definidos em lei e as ações judiciais contra atos disciplinares militares, ressalvada a</p><p>competência do júri quando a vítima for civil, cabendo ao tribunal competente decidir sobre a perda</p><p>do posto e da patente dos oficiais e da graduação das praças.</p><p>02 Autogoverno: Poder Judiciário Estadual</p><p>§ 5º Compete aos juízes de direito do juízo militar processar e julgar, singularmente, os crimes</p><p>militares cometidos contra civis e as ações judiciais contra atos disciplinares militares, cabendo ao</p><p>Conselho de Justiça, sob a presidência de juiz de direito, processar e julgar os demais crimes</p><p>militares.</p><p>§ 6º O Tribunal de Justiça poderá funcionar descentralizadamente, constituindo Câmaras</p><p>regionais, a fim de assegurar o pleno acesso do jurisdicionado à justiça em todas as fases do</p><p>processo.</p><p>§ 7º O Tribunal de Justiça instalará a justiça itinerante, com a realização de audiências e demais</p><p>funções da atividade jurisdicional, nos limites territoriais da respectiva jurisdição, servindo-se de</p><p>equipamentos públicos e comunitários.</p><p>Art. 126. Para dirimir conflitos fundiários, o Tribunal de Justiça proporá a criação de varas</p><p>especializadas, com competência exclusiva para questões agrárias.</p><p>Parágrafo único. Sempre que necessário à eficiente prestação jurisdicional, o juiz far-se-á presente</p><p>no local do litígio”.</p><p>03 Autoadministração</p><p>A autoadministração é principalmente uma decorrência de se ter autogoverno.</p><p>Como os Estados-membros possuem um Poder Executivo próprio, também se</p><p>autoadministram. Porém, também se faz necessário que possuam arrecadação</p><p>própria para cobrirem as despesas.</p><p>Os Estados-membros arrecadam os seguintes tributos: impostos, taxas e</p><p>contribuições de melhoria, além de contribuições sociais.</p><p>Tributo: “Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor</p><p>nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e</p><p>cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada” (Art. 3º, CTN).</p><p>03 Autoadministração</p><p>Imposto: “Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato</p><p>gerador uma situação independente de qualquer atividade</p><p>estatal específica, relativa ao contribuinte” (Art. 16, CTN).</p><p>03 Autoadministração</p><p>Taxa: são cobradas em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização,</p><p>efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao</p><p>contribuinte ou postos a sua disposição (Art. 145, II, CF).</p><p>Contribuição de melhoria: são sobradas em decorrência de obras públicas (Art.</p><p>145, III, CF).“A contribuição de melhoria cobrada pela União, pelos Estados, pelo</p><p>Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, é</p><p>instituída para fazer face ao custo de obras públicas de que decorra valorização</p><p>imobiliária, tendo como limite total a despesa realizada e como limite individual o</p><p>acréscimo de valor que da obra resultar para cada imóvel beneficiado” (Art. 81,</p><p>CTN).</p><p>03 Autoadministração</p><p>Contribuição social: são cobradas com finalidade social, por exemplo,</p><p>previdência e assistência social.</p><p>“Art. 149. [...] § 1º A União, os Estados, o Distrito Federal e os</p><p>Municípios instituirão, por meio de lei, contribuições para custeio de</p><p>regime próprio de previdência social, cobradas dos servidores ativos,</p><p>dos aposentados e dos pensionistas, que poderão ter alíquotas</p><p>progressivas de acordo com o valor da base de contribuição ou dos</p><p>proventos de aposentadoria e de pensões”.</p><p>Autonomia dos Estados-membros</p><p>Portanto os Estados-membros possuem autonomia de fato, pois têm:</p><p>1. Auto-organização e normatização própria.</p><p>2. Autogoverno.</p><p>3. Autoadministração.</p><p>Intervenção Estadual</p><p>Os Estados-membros podem intervir nos Municípios de seu território. A União pode intervir nos</p><p>Municípios localizados em Território Federal. Atualmente não existem Territórios Federais no Brasil,</p><p>portanto atualmente é impossível ocorrer.</p><p>O decreto de intervenção estadual é elaborado pelo Governador de Estado, sendo ato privativo</p><p>seu. Deve conter os mesmos requisitos do decreto de intervenção federal.</p><p>A decretação de intervenção em município somente pode ocorrer nas hipóteses do artigo 35 da CF.</p><p>A intervenção é espontânea do Governador de Estado ou provocada por solicitação da Câmara</p><p>Municipal ou do Tribunal de Contas do Estado, havendo o controle político na hipótese do art.</p><p>35, I, II e III, CF.</p><p>A intervenção é provocada por requisição, havendo fase judicial na hipótese do art. 35, IV, CF.</p><p>Autoridades afastadas retornam aos cargos.</p><p>Intervenção Estadual</p><p>A intervenção é provocada por requisição, havendo fase judicial na</p><p>hipótese do art. 35, IV, CF.</p><p>Município não respeitou princípios da Constituição Estadual,</p><p>não</p><p>cumpre lei, ordem ou decisão judicial.</p><p>O julgamento da representação é feita no Tribunal de Justiça, que</p><p>garantirá o devido processo legal, com os corolários do contraditório e</p><p>ampla defesa.</p><p>Havendo fase judicial, não existe controle político.</p><p>Intervenção Estadual</p><p>“Art. 35. O Estado não intervirá em seus Municípios, nem a União nos Municípios</p><p>localizados em Território Federal, exceto quando:</p><p>I - deixar de ser paga, sem motivo de força maior, por dois anos consecutivos, a</p><p>dívida fundada;</p><p>II - não forem prestadas contas devidas, na forma da lei;</p><p>III - não tiver sido aplicado o mínimo exigido da receita municipal na manutenção e</p><p>desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde;</p><p>IV - o Tribunal de Justiça der provimento a representação para assegurar a</p><p>observância de princípios indicados na Constituição Estadual, ou para prover a</p><p>execução de lei, de ordem ou de decisão judicial”.</p><p>Intervenção Estadual</p><p>“Art. 36. A decretação da intervenção dependerá:</p><p>§ 1º O decreto de intervenção, que especificará a amplitude, o prazo e as condições</p><p>de execução e que, se couber, nomeará o interventor, será submetido à apreciação do</p><p>Congresso Nacional ou da Assembleia Legislativa do Estado, no prazo de vinte e</p><p>quatro horas.</p><p>§ 2º Se não estiver funcionando o Congresso Nacional ou a Assembleia Legislativa,</p><p>far-se-á convocação extraordinária, no mesmo prazo de vinte e quatro horas.</p><p>§ 3º Nos casos do art. 34, VI e VII, ou do art. 35, IV, dispensada a apreciação pelo</p><p>Congresso Nacional ou pela Assembleia Legislativa, o decreto limitar-se-á a</p><p>suspender a execução do ato impugnado, se essa medida bastar ao restabelecimento</p><p>da normalidade.</p><p>§ 4º Cessados os motivos da intervenção, as autoridades afastadas de seus cargos a</p><p>estes voltarão, salvo impedimento legal”.</p><p>10 - MUNICÍPIOS</p><p>PROF. RICARDO MUCIATO MARTINS</p><p>NATUREZA JURÍDICA</p><p>Natureza jurídica: pessoa jurídica de direito público</p><p>interno – autonomia.</p><p>“Art. 18. A organização político-administrativa da República</p><p>Federativa do Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito</p><p>Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos desta</p><p>Constituição.</p><p>NATUREZA JURÍDICA</p><p>Criação: art. 18, § 4º, CF.</p><p>Requisitos:</p><p>• Lei estadual.</p><p>• Período determinado por Lei Complementar Federal.</p><p>• Consulta à população dos municípios envolvidos – plebiscito.</p><p>• Divulgação de Estudo de Viabilidade Municipal</p><p>Art. 18 [...] “§ 4º A criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento de</p><p>Municípios, far-se-ão por lei estadual, dentro do período determinado por Lei</p><p>Complementar Federal, e dependerão de consulta prévia, mediante plebiscito, às</p><p>populações dos Municípios envolvidos, após divulgação dos Estudos de Viabilidade</p><p>Municipal, apresentados e publicados na forma da lei”.</p><p>NATUREZA JURÍDICA</p><p>Período determinado por Lei Complementar Federal.</p><p>Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão n. 2682 – decisão publicada</p><p>no DJ de 06/09/07 – 18 meses para suprir omissão com a criação da Lei</p><p>Complementar Federal.</p><p>Emenda Constitucional n. 57/2008 criou o artigo 96 da CF:</p><p>“Art. 96. Ficam convalidados os atos de criação, fusão, incorporação e</p><p>desmembramento de Municípios, cuja lei tenha sido publicada até 31 de dezembro de</p><p>2006, atendidos os requisitos estabelecidos na legislação do respectivo Estado à época</p><p>de sua criação”.</p><p>COMPETÊNCIA MUNICIPAL</p><p>Competência Municipal Legislativa:</p><p>• Enumerada: art. 30, III ao IX, art. 144, § 8º, art. 182 etc., CF.</p><p>• Exclusiva: genérica – interesse local (art. 30, I, CF).</p><p>• Suplementar: art. 30, II, CF.</p><p>Competência Municipal Administrativa ou não-legislativa:</p><p>• Exclusiva: genérica – interesse local (art. 30, I, CF).</p><p>• Enumerada: art. 30, III ao IX, CF etc.</p><p>• Comum: art. 23 CF. Normas de cooperação (art. 23, § único,</p><p>CF).</p><p>COMPETÊNCIA MUNICIPAL LEGISLATIVA ENUMERADA</p><p>Principal competência legislativa (art. 30, III ao IX, art. 144, § 8º, art. 182 etc., CF).</p><p>“Art. 30. Compete aos Municípios: [...]</p><p>III - instituir e arrecadar os tributos de sua competência, bem como aplicar suas rendas, sem prejuízo</p><p>da obrigatoriedade de prestar contas e publicar balancetes nos prazos fixados em lei;</p><p>IV - criar, organizar e suprimir distritos, observada a legislação estadual;</p><p>V - organizar e prestar, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, os serviços públicos</p><p>de interesse local, incluído o de transporte coletivo, que tem caráter essencial;</p><p>VI - manter, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado, programas de educação</p><p>infantil e de ensino fundamental;</p><p>VII - prestar, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado, serviços de atendimento à</p><p>saúde da população;</p><p>VIII - promover, no que couber, adequado ordenamento territorial, mediante planejamento e controle</p><p>do uso, do parcelamento e da ocupação do solo urbano;</p><p>IX - promover a proteção do patrimônio histórico-cultural local, observada a legislação e a ação</p><p>fiscalizadora federal e estadual”.</p><p>COMPETÊNCIA MUNICIPAL LEGISLATIVA ENUMERADA</p><p>“Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é</p><p>exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do</p><p>patrimônio, através dos seguintes órgãos:</p><p>[...]</p><p>§ 8º Os Municípios poderão constituir guardas municipais destinadas à proteção de</p><p>seus bens, serviços e instalações, conforme dispuser a lei”.</p><p>“Art. 182. A política de desenvolvimento urbano, executada pelo Poder Público</p><p>municipal, conforme diretrizes gerais fixadas em lei, tem por objetivo ordenar o pleno</p><p>desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o bem- estar de seus</p><p>habitantes”.</p><p>COMPETÊNCIA MUNICIPAL LEGISLATIVA EXCLUSIVA</p><p>“Art. 30. Compete aos Municípios: I - legislar sobre assuntos de interesse</p><p>local”.</p><p>É chamada genérica, pois compete aos Municípios legislar sobre assuntos de</p><p>interesse local, sem ter a CF especificado qualquer matéria em especial (art.</p><p>30, I, CF).</p><p>São de interesse local:</p><p>• Horário de funcionamento do comércio.</p><p>• Trânsito urbano.</p><p>• Alvará de licença de instalação de comércio.</p><p>COMPETÊNCIA MUNICIPAL LEGISLATIVA SUPLEMENTAR</p><p>“Art. 30. Compete aos Municípios: [...] II - suplementar a</p><p>legislação federal e a estadual no que couber.”</p><p>Limites:</p><p>• Existência da lacuna ou omissão.</p><p>• Concordância com a legislação federal e estadual.</p><p>• Existência de interesse local.</p><p>COMPETÊNCIA MUNICIPAL ADMINISTRATIVA ENUMERADA</p><p>“Art. 30. Compete aos Municípios: [...]</p><p>III - instituir e arrecadar os tributos de sua competência, bem como aplicar suas rendas,</p><p>sem prejuízo da obrigatoriedade de prestar contas e publicar balancetes nos prazos</p><p>fixados em lei;</p><p>IV - criar, organizar e suprimir distritos, observada a legislação estadual;</p><p>V - organizar e prestar, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, os serviços</p><p>públicos de interesse local, incluído o de transporte coletivo, que tem caráter essencial;</p><p>VI - manter, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado, programas de</p><p>educação infantil e de ensino fundamental;</p><p>VII - prestar, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado, serviços de</p><p>atendimento à saúde da população;</p><p>VIII - promover, no que couber, adequado ordenamento territorial, mediante</p><p>planejamento e controle do uso, do parcelamento e da ocupação do solo urbano;</p><p>IX - promover a proteção do patrimônio histórico-cultural local, observada a legislação e</p><p>a ação fiscalizadora federal e estadual”.</p><p>COMPETÊNCIA MUNICIPAL ADMINISTRATIVA EXCLUSIVA</p><p>“Art. 30. Compete aos Municípios: I - legislar sobre assuntos de</p><p>interesse local”.</p><p>Lacuna constitucional: não apenas legislar, mas também praticar</p><p>atos administrativos ou não-legislativos.</p><p>Competência genérica.</p><p>COMPETÊNCIA MUNICIPAL ADMINISTRATIVA COMUM</p><p>“Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do</p><p>Distrito Federal e dos Municípios:</p><p>[...]</p><p>Parágrafo único. Leis complementares fixarão normas para a</p><p>cooperação entre a União e os Estados, o Distrito Federal</p><p>e os</p><p>Municípios, tendo em vista o equilíbrio do desenvolvimento e do</p><p>bem-estar em âmbito nacional”.</p><p>AUTONOMIA DOS MUNICÍPIOS</p><p>Possuem autonomia formal nos termos do caput do artigo 18 da</p><p>CF.</p><p>Para terem autonomia de material ou real é necessário que</p><p>apresentem:</p><p>• Auto-organização e normatização própria.</p><p>• Autogoverno.</p><p>• Autoadministração.</p><p>AUTO-ORGANIZAÇÃO E NORMATIZAÇÃO PRÓPRIA</p><p>Auto-organização: art. 29, CF e art. 11, § único, do ADCT.</p><p>“Art. 29. O Município reger-se-á por lei orgânica, votada em dois turnos, com</p><p>o interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços dos membros da</p><p>Câmara Municipal, que a promulgará, atendidos os princípios estabelecidos</p><p>nesta Constituição, na Constituição do respectivo Estado e os seguintes</p><p>preceitos.”</p><p>“Art. 11. [...] Parágrafo único. Promulgada a Constituição do Estado, caberá à</p><p>Câmara Municipal, no prazo de seis meses, votar a Lei Orgânica respectiva,</p><p>em dois turnos de discussão e votação, respeitado o disposto na Constituição</p><p>Federal e na Constituição Estadual”.</p><p>AUTO-ORGANIZAÇÃO E NORMATIZAÇÃO PRÓPRIA</p><p>Normatização própria.</p><p>Os Municípios elaboraram suas próprias normas, tendo</p><p>competência legislativa:</p><p>• Enumerada: art. 30, III ao IX, art. 144, § 8º, art. 182 etc., CF.</p><p>• Exclusiva: genérica – interesse local (art. 30, I, CF).</p><p>• Suplementar: art. 30, II, CF.</p><p>AUTOGOVERNO</p><p>Para possuir autogoverno é necessário possui Poder Legislativo,</p><p>Poder Executivo e Poder Judiciário próprio.</p><p>Municípios não possuem Poder Judiciário, por isso seu</p><p>autogoverno é tido como mitigado, limitado.</p><p>AUTOGOVERNO – PODER EXECUTIVO</p><p>Poder Executivo: art. 29, I ao III, V etc., CF.</p><p>“Art. 29.</p><p>[...]</p><p>I - eleição do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Vereadores, para mandato de</p><p>quatro anos, mediante pleito direto e simultâneo realizado em todo o País;</p><p>II - eleição do Prefeito e do Vice-Prefeito realizada no primeiro domingo de</p><p>outubro do ano anterior ao término do mandato dos que devam suceder,</p><p>aplicadas as regras do art. 77, no caso de Municípios com mais de duzentos mil</p><p>eleitores;</p><p>III - posse do Prefeito e do Vice-Prefeito no dia 1º de janeiro do ano</p><p>subsequente ao da eleição;</p><p>[...]”</p><p>AUTOGOVERNO – PODER EXECUTIVO</p><p>“V - subsídios do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Secretários Municipais</p><p>fixados por lei de iniciativa da Câmara Municipal, observado o que dispõem os</p><p>arts. 37, XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I;</p><p>[...]</p><p>X - julgamento do Prefeito perante o Tribunal de Justiça;</p><p>XIV - perda do mandato do Prefeito, nos termos do art. 28, parágrafo único.</p><p>[...]</p><p>§ 2º. Constitui crime de responsabilidade do Prefeito Municipal:</p><p>I - efetuar repasse que supere os limites definidos neste artigo;</p><p>II - não enviar o repasse até o dia vinte de cada mês; ou,</p><p>III - enviá-lo a menor em relação à proporção fixada na Lei Orçamentária”.</p><p>AUTOGOVERNO – PODER LEGISLATIVO</p><p>Poder Legislativo: art. 29, IV, VI, VII, VIII, IX, XI, XII, XIII, etc., CF.</p><p>“Art. 29. [...]</p><p>IV - para a composição das Câmaras Municipais, será observado o limite</p><p>máximo de:</p><p>a) 9 (nove) Vereadores, nos Municípios de até 15.000 (quinze mil) habitantes;</p><p>b) 11 (onze) Vereadores, nos Municípios de mais de 15.000 (quinze mil)</p><p>habitantes e de até 30.000 (trinta mil) habitantes; [...]</p><p>e) 17 (dezessete) Vereadores, nos Municípios de mais de 80.000 (oitenta mil)</p><p>habitantes e de até 120.000 (cento e vinte mil) habitantes; [...]</p><p>x) 55 (cinquenta e cinco) Vereadores, nos Municípios de mais de 8.000.000</p><p>(oito milhões) de habitantes”;</p><p>AUTOGOVERNO – PODER LEGISLATIVO</p><p>Para estabelecer o limite de subsídio dos vereadores, há três limites</p><p>estabelecidos na CF:</p><p>• Número de habitantes do Município.</p><p>• Total da despesa com a remuneração dos Vereadores, que não pode</p><p>ultrapassar 5% da receita do Município.</p><p>• Total da despesa do Poder Legislativo Municipal, incluídos os subsídios</p><p>dos Vereadores e excluídos os gastos com aposentados, que não pode</p><p>ultrapassar os percentuais do art. 29-A da CF, relativos ao somatório da</p><p>receita tributária e das transferências recebidas pelos Municípios,</p><p>efetivamente realizados no ano anterior.</p><p>• A Câmara Municipal não pode gastar mais de 70% de sua receita com folha</p><p>de pagamento, incluído o gasto com o subsídio de seus Vereadores.</p><p>AUTOGOVERNO – PODER LEGISLATIVO</p><p>“VI - o subsídio dos Vereadores será fixado pelas respectivas Câmaras</p><p>Municipais em cada legislatura para a subsequente, observado o que dispõe</p><p>esta Constituição, observados os critérios estabelecidos na respectiva Lei</p><p>Orgânica e os seguintes limites máximos:</p><p>a) em Municípios de até dez mil habitantes, o subsídio máximo dos Vereadores</p><p>corresponderá a vinte por cento do subsídio dos Deputados Estaduais; [...]</p><p>d) em Municípios de cem mil e um a trezentos mil habitantes, o subsídio</p><p>máximo dos Vereadores corresponderá a cinquenta por cento do subsídio dos</p><p>Deputados Estaduais; [...]</p><p>f) em Municípios de mais de quinhentos mil habitantes, o subsídio máximo dos</p><p>Vereadores corresponderá a setenta e cinco por cento do subsídio dos</p><p>Deputados Estaduais”;</p><p>AUTOGOVERNO – PODER LEGISLATIVO</p><p>“VII - o total da despesa com a remuneração dos Vereadores não poderá</p><p>ultrapassar o montante de cinco por cento da receita do Município;</p><p>VIII - inviolabilidade dos Vereadores por suas opiniões, palavras e votos no</p><p>exercício do mandato e na circunscrição do Município;</p><p>IX - proibições e incompatibilidades, no exercício da vereança, similares, no que</p><p>couber, ao disposto nesta Constituição para os membros do Congresso Nacional</p><p>e na Constituição do respectivo Estado para os membros da Assembleia</p><p>Legislativa; [...]</p><p>XI - organização das funções legislativas e fiscalizadoras da Câmara Municipal;</p><p>XII - cooperação das associações representativas no planejamento municipal;</p><p>XIII - iniciativa popular de projetos de lei de interesse específico do Município,</p><p>da cidade ou de bairros, através de manifestação de, pelo menos, cinco por cento</p><p>do eleitorado”;</p><p>AUTOGOVERNO – PODER LEGISLATIVO</p><p>“Art. 29-A. O total da despesa do Poder Legislativo Municipal, incluídos os subsídios dos</p><p>Vereadores e excluídos os gastos com inativos, não poderá ultrapassar os seguintes</p><p>percentuais, relativos ao somatório da receita tributária e das transferências previstas no §</p><p>5º do art. 153 e nos arts. 158 e 159, efetivamente realizado no exercício anterior:</p><p>I - 7% (sete por cento) para Municípios com população de até 100.000 (cem mil)</p><p>habitantes;</p><p>II - 6% (seis por cento) para Municípios com população entre 100.000 (cem mil) e</p><p>300.000 (trezentos mil) habitantes; [...]</p><p>VI - 3,5% (três inteiros e cinco décimos por cento) para Municípios com população acima</p><p>de 8.000.001 (oito milhões e um) habitantes.</p><p>§ 1º. A Câmara Municipal não gastará mais de setenta por cento de sua receita com folha</p><p>de pagamento, incluído o gasto com o subsídio de seus Vereadores. [...]</p><p>§ 3º. Constitui crime de responsabilidade do Presidente da Câmara Municipal o</p><p>desrespeito ao § 1º deste artigo”.</p><p>AUTOADMINISTRAÇÃO</p><p>Autoadministração: art. 23, 29, 30, 145, 156 etc., CF.</p><p>“Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os</p><p>seguintes tributos:</p><p>I - impostos;</p><p>II - taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou</p><p>potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos</p><p>a sua disposição;</p><p>III - contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas”.</p><p>“Art. 149. [...] § 1º A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão,</p><p>por meio de lei, contribuições para custeio de regime próprio de previdência social,</p><p>cobradas dos servidores ativos, dos aposentados e dos pensionistas, que poderão ter</p><p>alíquotas progressivas de acordo com o valor da base de contribuição ou dos proventos de</p><p>aposentadoria e de pensões”.</p><p>FISCALIZAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA DOS</p><p>MUNICÍPIOS</p><p>Fiscalização da legalidade da arrecadação e despesas, que ocorre de forma:</p><p>• Interna:</p><p>art. 31 caput, CF:</p><p>– Fidelidade dos agentes públicos responsáveis pelos bens e valores.</p><p>– Execução das obras e serviços públicos.</p><p>• Externa: art. 29, XI e 31, §§ 1º ao 4º, CF, realizada pelo Poder Legislativo</p><p>com o auxílio do Tribunal de Contas.</p><p>FISCALIZAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA DOS</p><p>MUNICÍPIOS</p><p>“Art. 31. A fiscalização do Município será exercida pelo Poder Legislativo Municipal,</p><p>mediante controle externo, e pelos sistemas de controle interno do Poder Executivo</p><p>Municipal, na forma da lei.</p><p>§ 1º O controle externo da Câmara Municipal será exercido com o auxílio dos</p><p>Tribunais de Contas dos Estados ou do Município ou dos Conselhos ou Tribunais de</p><p>Contas dos Municípios, onde houver.</p><p>§ 2º O parecer prévio, emitido pelo órgão competente sobre as contas que o Prefeito</p><p>deve anualmente prestar, só deixará de prevalecer por decisão de dois terços dos</p><p>membros da Câmara Municipal.</p><p>§ 3º As contas dos Municípios ficarão, durante sessenta dias, anualmente, à disposição</p><p>de qualquer contribuinte, para exame e apreciação, o qual poderá questionar-lhes a</p><p>legitimidade, nos termos da lei.</p><p>§ 4º É vedada a criação de Tribunais, Conselhos ou órgãos de Contas Municipais”.</p><p>11 - DISTRITO FEDERAL, TERRITÓRIO</p><p>FEDERAL E REGIÕES ADMINISTRATIVAS</p><p>PROF. RICARDO MUCIATO MARTINS</p><p>NATUREZA JURÍDICA DO DISTRITO FEDERAL</p><p>Distrito Federal é pessoa jurídica de direito público interno –</p><p>autonomia.</p><p>Art. 18, caput da CF.</p><p>“Art. 18. A organização político-administrativa da República</p><p>Federativa do Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito</p><p>Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos desta</p><p>Constituição.</p><p>§ 1º Brasília é a Capital Federal.”</p><p>BENS DO DISTRITO FEDERAL</p><p>Art. 16, § 3º, do ADCT.</p><p>“Art. 16. [...] § 3º. Incluem-se entre os bens do</p><p>Distrito Federal aqueles que lhe vierem a ser</p><p>atribuídos pela União na forma da lei”.</p><p>COMPETÊNCIAS DO DISTRITO FEDERAL</p><p>Legislativa:</p><p>• Reservada: Art. 32, § 1º, CF.</p><p>• Delegada: art. 22, § único, CF.</p><p>• Concorrente: art. 24, §§ 1º ao 4º, CF.</p><p>• Suplementar-complementar.</p><p>• Suplementar-supletiva.</p><p>Administrativa ou não-legislativa:</p><p>• Reservada: art. 32, § 1º, CF.</p><p>• Comum: art. 23, CF.</p><p>COMPETÊNCIAS DO DISTRITO FEDERAL:</p><p>LEGISLATIVA</p><p>Legislativa reservada: art. 32, § 1º, CF.</p><p>“Art. 32, § 1º. Ao Distrito Federal são atribuídas</p><p>as competências legislativas reservadas aos</p><p>Estados e Municípios”.</p><p>COMPETÊNCIAS DO DISTRITO FEDERAL:</p><p>LEGISLATIVA</p><p>Legislativa delegada: art. 22, § único, CF. Requisitos:</p><p>• Formal.</p><p>• Material.</p><p>• Implícito (art. 19, III, CF).</p><p>“Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre: [...]</p><p>Parágrafo único. Lei complementar poderá autorizar os Estados a legislar sobre</p><p>questões específicas das matérias relacionadas neste artigo”.</p><p>“Art. 19. É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:</p><p>[...]</p><p>III – criar distinções entre brasileiros ou preferências entre si”.</p><p>COMPETÊNCIAS DO DISTRITO FEDERAL: LEGISLATIVA</p><p>Legislativa concorrente (comum, paralela, não-cumulativa ou suplementar):</p><p>• Suplementar-complementar : art. 24, §§ 1º e 2º, CF.</p><p>• Suplementar-supletiva: art. 24, §§ 3º e 4º, CF.</p><p>“Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar</p><p>concorrentemente sobre: [...]</p><p>§ 1º No âmbito da legislação concorrente, a competência da União limitar-se-á a</p><p>estabelecer normas gerais.</p><p>§ 2º A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a</p><p>competência suplementar dos Estados.</p><p>§ 3º Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência</p><p>legislativa plena, para atender a suas peculiaridades.</p><p>§ 4º A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia da lei</p><p>estadual, no que lhe for contrário”.</p><p>COMPETÊNCIAS DO DISTRITO FEDERAL:</p><p>ADMINISTRATIVA</p><p>Competência administrativa ou não-legislativa</p><p>reservada: Art. 32, caput e § 1º, CF. Lacuna, pois não são</p><p>apenas legislativas, mas também administrativas.</p><p>“Art. 32, § 1º. Ao Distrito Federal são atribuídas as</p><p>competências legislativas reservadas aos Estados e</p><p>Municípios”.</p><p>Art. 32, caput. “O Distrito Federal, vedada sua divisão em</p><p>Municípios [...]”.</p><p>COMPETÊNCIAS DO DISTRITO FEDERAL:</p><p>ADMINISTRATIVA</p><p>Competência administrativa ou não-legislativa comum</p><p>(cumulativa ou paralela): art. 23, CF. Normas de cooperação (art. 23,</p><p>§ único, CF):</p><p>“Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito</p><p>Federal e dos Municípios: [...]</p><p>Parágrafo único. Leis complementares fixarão normas para a</p><p>cooperação entre a União e os Estados, o Distrito Federal e os</p><p>Municípios, tendo em vista o equilíbrio do desenvolvimento e do</p><p>bem-estar em âmbito nacional”.</p><p>AUTONOMIA DO DISTRITO FEDERAL</p><p>Possuem autonomia formal nos termos do caput do artigo 18 da CF.</p><p>Para terem autonomia material ou real é necessário que apresentem:</p><p>• Auto-organização e normatização própria.</p><p>• Autogoverno:</p><p>• Poder Executivo.</p><p>• Poder Legislativo.</p><p>• Poder Judiciário.</p><p>• Autoadministração.</p><p>“Art. 18. A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil</p><p>compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos</p><p>autônomos, nos termos desta Constituição”.</p><p>AUTONOMIA DO DISTRITO FEDERAL:</p><p>AUTO-ORGANIZAÇÃO E NORMATIZAÇÃO PRÓPRIA</p><p>AUTO-ORGANIZAÇÃO: art. 32, caput, CF e art. 11 do ADCT.</p><p>Art. 32, caput, CF. “O Distrito Federal, vedada sua divisão em Municípios, reger-se-</p><p>á por lei orgânica, votada em dois turnos com interstício mínimo de dez dias, e</p><p>aprovada por dois terços da Câmara Legislativa, que a promulgará, atendidos os</p><p>princípios estabelecidos nesta Constituição”.</p><p>Art. 11. ADCT. “Cada Assembleia Legislativa, com poderes constituintes, elaborará a</p><p>Constituição do Estado, no prazo de um ano, contado da promulgação da</p><p>Constituição Federal, obedecidos os princípios desta”.</p><p>AUTONOMIA DO DISTRITO FEDERAL:</p><p>AUTO-ORGANIZAÇÃO E NORMATIZAÇÃO PRÓPRIA</p><p>NORMATIZAÇÃO PRÓPRIA: art. 32, § 1º, CF.</p><p>Art. 32, § 1º, CF. “Ao Distrito Federal são atribuídas as</p><p>competências legislativas reservadas aos Estados e</p><p>Municípios”.</p><p>AUTONOMIA DO DISTRITO FEDERAL:</p><p>AUTOGOVERNO – PODER EXECUTIVO</p><p>AUTOGOVERNO:</p><p>Poder Executivo: art. 32, § 2º, CF.</p><p>“Art. 32. [...] § 2º. A eleição do Governador e do Vice-Governador,</p><p>observadas as regras do art. 77, e dos Deputados Distritais coincidirá com</p><p>a dos Governadores e Deputados Estaduais, para mandato de igual</p><p>duração. [...]</p><p>§ 4º Lei federal disporá sobre a utilização, pelo Governo do Distrito</p><p>Federal, das polícias civil e militar e do corpo de bombeiros militar”.</p><p>AUTONOMIA DO DISTRITO FEDERAL:</p><p>AUTOGOVERNO – PODER LEGISLATIVO</p><p>Poder Legislativo: art. 32, § 3º, CF.</p><p>“Art. 32. [...] § 3º. Aos Deputados Distritais e à Câmara Legislativa</p><p>aplica-se o disposto no art. 27”.</p><p>“Art. 27. O número de Deputados à Assembleia Legislativa</p><p>corresponderá ao triplo da representação do Estado na Câmara dos</p><p>Deputados e, atingido o número de trinta e seis, será acrescido de tantos</p><p>quantos forem os Deputados Federais acima de doze. [...]”.</p><p>AUTONOMIA DO DISTRITO FEDERAL:</p><p>AUTOGOVERNO – PODER JUDICIÁRIO</p><p>Poder Judiciário: art. 21, XIII, 22, XVII e 48 IX, CF. Organizado e mantido pela</p><p>União.</p><p>“Art. 21. Compete à União: [...] XIII – organizar e manter o Poder Judiciário, o</p><p>Ministério Público do Distrito Federal e dos Territórios e a Defensoria Pública dos</p><p>Territórios”.</p><p>“Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre: [...] XVII – organização</p><p>judiciária, do Ministério Público do Distrito Federal e dos Territórios e da Defensoria</p><p>Pública dos Territórios, bem como organização administrativa destes.”</p><p>“Art. 48. Cabe ao Congresso Nacional, com a sanção do Presidente da República,</p><p>não exigida esta para o especificado nos arts. 49, 51 e 52, dispor sobre todas as matérias</p><p>de competência da União, especialmente sobre: [...] IX – organização administrativa,</p><p>judiciária, do Ministério Público e da Defensoria Pública da União e dos Territórios e</p><p>organização judiciária e do Ministério Público</p><p>do Distrito Federal”.</p><p>AUTONOMIA DO DISTRITO FEDERAL:</p><p>AUTOGOVERNO – PODER JUDICIÁRIO</p><p>“Art. 61, § 1º. São de iniciativa privativa do Presidente da República as leis</p><p>que: II - disponham sobre: d) organização do Ministério Público e da Defensoria</p><p>Pública da União, bem como normas gerais para a organização do Ministério</p><p>Público e da Defensoria Pública dos Estados, do Distrito Federal e dos</p><p>Territórios”.</p><p>“Art. 134. [...] § 1º. Lei complementar organizará a Defensoria Pública da</p><p>União e do Distrito Federal e dos Territórios e prescreverá normas gerais para</p><p>sua organização nos Estados, em cargos de carreira, providos, na classe inicial,</p><p>mediante concurso público de provas e títulos, assegurada a seus integrantes a</p><p>garantia da inamovibilidade e vedado o exercício da advocacia fora das</p><p>atribuições institucionais”.</p><p>AUTONOMIA DO DISTRITO FEDERAL:</p><p>AUTOADMINISTRAÇÃO</p><p>AUTOADMINISTRAÇÃO: art. 32, § 1º, 145, 147, 149, § 1º, 155, 156, CF.</p><p>“Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir</p><p>os seguintes tributos: I - impostos; II - taxas, em razão do exercício do poder de</p><p>polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e</p><p>divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição; III - contribuição de</p><p>melhoria, decorrente de obras públicas”.</p><p>“Art. 149. [...] § 1º A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios</p><p>instituirão, por meio de lei, contribuições para custeio de regime próprio de</p><p>previdência social, cobradas dos servidores ativos, dos aposentados e dos</p><p>pensionistas, que poderão ter alíquotas progressivas de acordo com o valor da base de</p><p>contribuição ou dos proventos de aposentadoria e de pensões”.</p><p>AUTONOMIA DO DISTRITO FEDERAL:</p><p>AUTOADMINISTRAÇÃO</p><p>“Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos</p><p>sobre:</p><p>I - transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens ou direitos;</p><p>II - operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de</p><p>serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda</p><p>que as operações e as prestações se iniciem no exterior;</p><p>III - propriedade de veículos automotores”.</p><p>“Art. 147. Competem à União, em Território Federal, os impostos estaduais</p><p>e, se o Território não for dividido em Municípios, cumulativamente, os</p><p>impostos municipais; ao Distrito Federal cabem os impostos municipais”.</p><p>AUTONOMIA DO DISTRITO FEDERAL:</p><p>AUTOADMINISTRAÇÃO</p><p>“Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos sobre:</p><p>I - propriedade predial e territorial urbana;</p><p>II - transmissão “inter vivos”, a qualquer título, por ato oneroso, de bens imóveis, por</p><p>natureza ou acessão física, e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia,</p><p>bem como cessão de direitos a sua aquisição;</p><p>III - serviços de qualquer natureza, não compreendidos no art. 155, II, definidos em lei</p><p>complementar”.</p><p>Impostos:</p><p>• Estaduais</p><p>• Municipais</p><p>HISTÓRICO DOS TERRITÓRIOS FEDERAIS</p><p>Constituição Republicana de 1891 não os previa.</p><p>O Brasil adquiriu o Território do Acre da Bolívia por meio do Tratado de Petrópolis,</p><p>de 1903, disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/1900-</p><p>1909/D05161.html.</p><p>O Tratado foi recepcionado pelo Decreto n. 1.179, de 18 de fevereiro de 1904,</p><p>disponível em: https://www2.camara.leg.br/legin/fed/decret/1900-1909/decreto-1179-</p><p>18-fevereiro-1904-583547-publicacaooriginal-106345-pl.html.</p><p>O Decreto n. 1181/1904 autorizou o Presidente da República a administrar</p><p>provisoriamente o Território Federal do Acre, disponível em:</p><p>https://www2.camara.leg.br/legin/fed/decret/1900-1909/decreto-1181-25-fevereiro-</p><p>1904-583573-publicacaooriginal-106366-pl.html.</p><p>HISTÓRICO DOS TERRITÓRIOS FEDERAIS</p><p>A Constituição de 1934, no artigo 16, passou a prever a possibilidade da União ter</p><p>Territórios Federais; artigo 5º, das Disposições Transitórias também determinou a</p><p>indenização aos Estados do Amazonas e do Mato Grosso, que ingressaram com ação</p><p>judicial requerendo indenização por prejuízos sofridos.</p><p>“Art. 16 CF/1934. “Além do Acre, constituirão territórios nacionais outros que</p><p>venham a pertencer à União, por qualquer título legítimo”.</p><p>“Art. 5º, Disposições Transitórias. “A União indenizará os Estados do Amazonas e</p><p>Mato Grosso dos prejuízos que lhes tenham advindo da incorporação do Acre ao</p><p>território nacional. O valor fixado por árbitros, que terão em conta os benefícios</p><p>oriundos do convênio e as indenizações pagas à Bolívia, será aplicado, sob a</p><p>orientação do Governo federal, em proveito daqueles Estados”.</p><p>HISTÓRICO DOS TERRITÓRIOS FEDERAIS</p><p>Somente na CF/88 a lide foi definitivamente encerrada:</p><p>Art. 12. [...] § 5º, ADCT. “Ficam reconhecidos e homologados</p><p>os atuais limites do Estado do Acre com os Estados do</p><p>Amazonas e de Rondônia, conforme levantamentos</p><p>cartográficos e geodésicos realizados pela Comissão Tripartite</p><p>integrada por representantes dos Estados e dos serviços técnico-</p><p>especializados do Instituto Brasileiro de Geografia e</p><p>Estatística”.</p><p>HISTÓRICO DOS TERRITÓRIOS FEDERAIS</p><p>Indenizações para a Bolívia (Ciclo da Borracha):</p><p>Amazonas: Ação Civil Originária n. 09, do Supremo Tribunal Federal, requerendo a</p><p>incorporação do Acre Setentrional, área correspondente à região localizada acima da linha</p><p>do paralelo 10º20’00”, alegando posse imemorial e domínio antigo da área. Recebeu 350</p><p>mil contos de réis (aproximadamente US$20 milhões) de indenização, pagos pela União.</p><p>Mato Grosso: perdeu parte de seu território para a Bolívia em troca do Território do Acre.</p><p>Recebeu 350 mil contos de réis (aproximadamente US$20 milhões) de indenização, pagos</p><p>pela União.</p><p>Bolívia:</p><p>Brasil pagou à Bolívia 2 milhões de libras esterlinas (aproximadamente US$ 290</p><p>milhões), entregou parte do território do Mato Grosso (3.164 km²), construiu a ferrovia</p><p>entre o Rio Madeira até Mamoré (1907 a 1912), com aproximadamente 366 km de</p><p>extensão. A estrada de ferro custou US$ 623 milhões, trabalharam 60 mil operários, sendo</p><p>que 10 mil morreram de malária, febre amarela e disenteria, e, 30 mil precisaram de</p><p>tratamento médico.</p><p>NATUREZA JURÍDICA DOS TERRITÓRIOS FEDERAIS</p><p>Territórios Federais são somente meras descentralizações</p><p>administrativas-territoriais da União: art. 18, § 2º e 33, CF</p><p>“Art. 18. A organização político-administrativa da República Federativa do</p><p>Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios,</p><p>todos autônomos, nos termos desta Constituição.</p><p>[...]</p><p>§ 2º Os Territórios Federais integram a União, e sua criação,</p><p>transformação em Estado ou reintegração ao Estado de origem serão</p><p>reguladas em lei complementar”.</p><p>“Art. 33. A lei disporá sobre a organização administrativa e judiciária dos</p><p>Territórios”.</p><p>CRIAÇÃO, TRANSFORMAÇÃO E ORGANIZAÇÃO</p><p>DOS TERRITÓRIOS FEDERAIS</p><p>Art. 18, § 2.º, CF e art. 13, 14 e 15 do ADCT.</p><p>Art. 18, § 2º: “Os Territórios Federais integram a União, e sua criação, transformação</p><p>em Estado ou reintegração ao Estado de origem serão reguladas em lei complementar”.</p><p>Não há critérios para transformação dos Territórios Federais em Estados-membros na</p><p>CF/88. Por analogia, pode-se utilizar o art. 9º do ADCT da CF/46:</p><p>“Art. 9º - O Território do Acre será elevado à categoria de Estado com a denominação de</p><p>Estado do Acre, logo que as suas rendas se tornem iguais às do Estado atualmente de</p><p>menor arrecadação”.</p><p>CRIAÇÃO, TRANSFORMAÇÃO E ORGANIZAÇÃO</p><p>DOS TERRITÓRIOS FEDERAIS</p><p>Art. 12. ADCT. “Será criada, dentro de noventa dias da promulgação da</p><p>Constituição, Comissão de Estudos Territoriais, com dez membros</p><p>indicados pelo Congresso Nacional e cinco pelo Poder Executivo, com a</p><p>finalidade de apresentar estudos sobre o território nacional e anteprojetos</p><p>relativos a novas unidades territoriais, notadamente na Amazônia Legal e</p><p>em áreas pendentes de solução.</p><p>§ 1º. No prazo de um ano, a Comissão submeterá ao Congresso Nacional os</p><p>resultados de seus estudos para, nos termos da Constituição, serem</p><p>apreciados nos doze</p><p>constitucional (art. 60); e de</p><p>revisão constitucional (art. 3º, ADCT).</p><p>• Decorrente (criação das constituições dos estados-</p><p>membros – art. 25 CF e art. 11 do ADCT). Emenda às</p><p>Constituições estaduais.</p><p>Espécies De Poder Constituinte</p><p>Poder Constituinte originário: edita a Constituição nova, substituindo a</p><p>anterior ou organizando um Estado que não existia (primeira Constituição).</p><p>Suas características são:</p><p>• Inicial – não se fundamenta em qualquer outro.</p><p>• Ilimitado – positivistas chamam de soberania, pois não é limitado pelo</p><p>Direito positivo. Para os jusnaturalistas é autônomo, pois não é limitado</p><p>pelo Direito positivo, mas deve sujeitar-se ao Direito Natural.</p><p>• Incondicionado – não possui fórmula preestabelecida para sua</p><p>manifestação, mas não pode alterar as cláusulas pétreas e possui certas</p><p>normas prefixadas de votação e de como se darão os trabalhos constituintes</p><p>(pré-Constituição).</p><p>Espécies De Poder Constituinte</p><p>O poder Derivado é um poder constituído (Derivado ou</p><p>Instituído), mas não constituinte. Tem por características ser:</p><p>• Subordinado – deve respeitar os fundamentos estabelecidos</p><p>pelo Poder Constituinte Originário, dispostos na Constituição.</p><p>• Condicionado – qualquer reforma deve ser realizada</p><p>harmonicamente à Constituição Federal.</p><p>• Limitado – poder constituído deve obediência as normas de</p><p>elaboração impostas, bem como ao conteúdo da Constituição</p><p>Federal, que não pode sofrer alteração.</p><p>Espécies De Poder Constituinte</p><p>O poder Constituinte Constitucionalizado (Derivado) é uma criação do originário como os</p><p>demais poderes e a própria Constituição.</p><p>O poder de revisão somente pode modificar a Constituição em toda sua extensão caso tal</p><p>possibilidade esteja prevista na própria Constituição, fruto do poder originário.</p><p>Poder constituinte derivado reformador possui os seguintes limites:</p><p>• Temporais – certas Constituições somente permitem sua revisão em época certa. Ex.:</p><p>Constituição francesa de 03 de setembro e 1791.</p><p>• Circunstanciais – outras proíbem sob determinadas circunstâncias a reforma. Ex. durante</p><p>intervenção federal, estado de defesa ou estado de sítio (artigo 60, § 1.º).</p><p>• Materiais – são as cláusulas pétreas. Ex. proibição de sequer deliberar sobre propostas</p><p>tendentes a abolir a forma federativa de Estado, o voto direto, secreto, universal e periódico,</p><p>a separação dos poderes e os direitos e garantias individuais (artigo 60, § 4.º).</p><p>• Formais – a rigidez do processo legislativo para a aprovação de uma Emenda à Constituição</p><p>(art. 60).</p><p>Revolução E Resistência</p><p>A Revolução sempre é pautada por certas ideias força.</p><p>Tais ideias força significam uma verdadeira pré-Constituição estabelecida pelo Poder</p><p>Constituinte originário, este sim inicial, autônomo e incondicionado.</p><p>Eles investem a Assembleia no papel de agente.</p><p>A revolução, portanto, é o veículo do Poder Constituinte Originário. A revolução tem Poder</p><p>Constituinte.</p><p>Porém, há Constituições não precedidas de revolução.</p><p>Mas o povo possui o direito constitucional, já que todo o poder lhe pertence, de revolução, sem o</p><p>qual o Poder Constituinte não poderia originariamente exprimir-se. O poder de revolução, em</p><p>nossa atual Constituição está implícito.</p><p>Ao lado do direito de resistência, o direito de revolução é o último recurso da liberdade. Deve</p><p>ser utilizado em casos extremos.</p><p>De fato, a revolução é sempre feita por uma minoria mas só se legitima pela adesão da maioria.</p><p>O Poder Constituinte Originário no Brasil</p><p>• A Constituinte de 1987 foi convocada pela Emenda Constitucional n.º 26</p><p>de 27 de novembro de 1985, alterando a Constituição Federal de 1967,</p><p>com redação modificada pela Emenda Constitucional n.º 1 de 1969.</p><p>• Na Assembleia Constituinte de 1987, portanto, não houve manifestação</p><p>do Poder Constituinte Originário.</p><p>• A Emenda n. 26 somente alterou o procedimento de revisão/modificação</p><p>da Constituição de 1967.</p><p>03 - CONSTITUIÇÃO</p><p>PROF. RICARDO MUCIATO MARTINS</p><p>Classificação Das Constituições</p><p>José Afonso da Silva</p><p>Quanto ao conteúdo:</p><p>• Materiais.</p><p>• Formais - Colégio Pedro II – art. 242; chamada em sala de aula –</p><p>art. 208, § 3º; conteúdo do plano de ensino – art. 210.</p><p>• Substanciais (José Afonso).</p><p>Quanto à forma:</p><p>• Escritas – formal.</p><p>• Não-escritas – histórica.</p><p>Classificação Das Constituições</p><p>Quanto ao modo de elaboração:</p><p>• Dogmáticas – formal e escrita.</p><p>• Históricas – não-escrita.</p><p>Quanto à origem:</p><p>• Promulgadas – democrática.</p><p>• Outorgadas – cesaristas.</p><p>• Pactuada – pacto entre Monarca e Poder Legislativo.</p><p>Classificação Das Constituições</p><p>Quanto à estabilidade:</p><p>• Imutáveis.</p><p>• Superrígidas – rígida com cláusulas pétreas.</p><p>• Rígidas – alteração pelo poder constituinte derivado de reforma.</p><p>• Flexíveis – alteração pelo procedimento legislativo ordinário.</p><p>• Semirrígidas – parte do texto rígido, parte flexível – Constituição 1824.</p><p>• Fixa – alteração pelo poder constituinte originário.</p><p>Quanto à extensão ou finalidade:</p><p>• Analíticas – extensa.</p><p>• Sintéticas – liberal, com separação de poderes e declaração de direitos. Ex.:</p><p>EUA.</p><p>Classificação Das Constituições</p><p>Outros autores:</p><p>Quanto ao conteúdo ideológico:</p><p>• Social – analítica, declara direitos sociais.</p><p>• Liberal – sintética, limita poder estatal.</p><p>Quanto à ideologia:</p><p>• Eclética – diferentes ideologias.</p><p>• Ortodoxa – única ideologia.</p><p>Quanto à correspondência com a realidade:</p><p>• Nominal – possui força política mas não jurídica (Estado não respeita).</p><p>• Normativa – respeitada pelo Estado.</p><p>• Semântica – demonstra o poder do Estado, não se preocupa com o povo.</p><p>Classificação Das Constituições</p><p>Quanto ao sistema:</p><p>• Principiológica – firmada em princípios.</p><p>• Preceitual – firmada em regras de seu texto.</p><p>Quanto à unidade:</p><p>• Orgânica – um único documento.</p><p>• Inorgânica – composta por vários textos.</p><p>Quanto à decretação:</p><p>• Autoconstituição – elaborada pelo próprio povo.</p><p>• Heteroconstituição – elaborada por outro Estado – intervenção.</p><p>Classificação Das Constituições</p><p>Celso Ribeiro Bastos:</p><p>Constituição Ideológica (normas abertas) – falta de determinação horizontal</p><p>(conscientemente incompleta) e vertical (normas abertas, vagas):</p><p>• Normas programáticas: estabelecem programas, soluções de compromisso;</p><p>eficácia limitada</p><p>• Normas principiológicas: eficácia plena, abstratos, regulam o fato quando</p><p>mediatizados por normas. Aguardam a criação de normas que lhe venha a</p><p>dar eficácia; função prospectiva (vai ganhando eficácia). Serve de critério de</p><p>interpretação (objeto de interpretação e diretriz)</p><p>Constituição Orgânica (normas densas).</p><p>Classificação Das Constituições</p><p>Manoel Gonçalves Ferreira Filho – quanto à finalidade:</p><p>• Constituição-garantia (liberal, clássica).</p><p>• Constituição-balanço (URSS 1924, 1936 e 1977).</p><p>• Constituição-dirigente (Portugal 1976).</p><p>Elementos Da Constituição</p><p>• Orgânicos (estrutura do Estado e do Poder).</p><p>• Limitativos (direitos e garantias fundamentais).</p><p>• Socioideológicos (compromisso social do Estado – Da ordem</p><p>econômica e financeira, Da ordem social).</p><p>• Estabilização constitucional (normas de solução dos conflitos</p><p>constitucionais, defesa da Constituição, do Estado e das Instituições</p><p>Democráticas – intervenção federal, estado de sítio e de defesa, ação</p><p>de inconstitucionalidade, processo de emenda à Constituição).</p><p>• Formais de aplicabilidade (o preâmbulo, disposições transitórias, §</p><p>1º do artigo 5º, CF/88).</p><p>A recepção, Repristinação E Desconstitucionalização</p><p>Recepção – superveniência de uma nova Constitucional, leis</p><p>infraconstitucionais anteriores são recepcionadas.</p><p>Repristinação – revalidação de norma infraconstitucional revogada pela</p><p>Constituição anterior, mas que apresenta compatibilidade com a atual.</p><p>Impossível no Direito brasileiro.</p><p>Desconstitucionalização – norma constitucional anterior, compatível com a</p><p>nova Constituição, teria vigência como lei ordinária no novo sistema</p><p>constitucional. Impossível no Direito brasileiro.</p><p>04 - INTERPRETAÇÃO, INTEGRAÇÃO E</p><p>APLICAÇÃO</p><p>PROF. RICARDO MUCIATO MARTINS</p><p>Interpretação</p><p>meses subseqüentes, extinguindo-se logo após”.</p><p>CRIAÇÃO, TRANSFORMAÇÃO E ORGANIZAÇÃO</p><p>DOS TERRITÓRIOS FEDERAIS</p><p>“Art. 235. Nos dez primeiros anos da criação de Estado, serão observadas as seguintes normas básicas:</p><p>I - a Assembléia Legislativa será composta de dezessete Deputados se a população do Estado for inferior a</p><p>seiscentos mil habitantes, e de vinte e quatro, se igual ou superior a esse número, até um milhão e</p><p>quinhentos mil;</p><p>II - o Governo terá no máximo dez Secretarias;</p><p>III - o Tribunal de Contas terá três membros, nomeados, pelo Governador eleito, dentre brasileiros de</p><p>comprovada idoneidade e notório saber;</p><p>IV - o Tribunal de Justiça terá sete Desembargadores;</p><p>V - os primeiros Desembargadores serão nomeados pelo Governador eleito, escolhidos da seguinte forma:</p><p>a) cinco dentre os magistrados com mais de trinta e cinco anos de idade, em exercício na área do novo</p><p>Estado ou do Estado originário;</p><p>b) dois dentre promotores, nas mesmas condições, e advogados de comprovada idoneidade e saber jurídico,</p><p>com dez anos, no mínimo, de exercício profissional, obedecido o procedimento fixado na Constituição”;</p><p>CRIAÇÃO, TRANSFORMAÇÃO E ORGANIZAÇÃO</p><p>DOS TERRITÓRIOS FEDERAIS</p><p>“VI - no caso de Estado proveniente de Território Federal, os cinco primeiros Desembargadores poderão ser</p><p>escolhidos dentre juízes de direito de qualquer parte do País;</p><p>VII - em cada Comarca, o primeiro Juiz de Direito, o primeiro Promotor de Justiça e o primeiro Defensor Público serão</p><p>nomeados pelo Governador eleito após concurso público de provas e títulos;</p><p>VIII - até a promulgação da Constituição Estadual, responderão pela Procuradoria-Geral, pela Advocacia-Geral e pela</p><p>Defensoria-Geral do Estado advogados de notório saber, com trinta e cinco anos de idade, no mínimo, nomeados pelo</p><p>Governador eleito e demissíveis "ad nutum";</p><p>IX - se o novo Estado for resultado de transformação de Território Federal, a transferência de encargos</p><p>financeiros da União para pagamento dos servidores optantes que pertenciam à Administração Federal ocorrerá</p><p>da seguinte forma:</p><p>a) no sexto ano de instalação, o Estado assumirá vinte por cento dos encargos financeiros para fazer face ao</p><p>pagamento dos servidores públicos, ficando ainda o restante sob a responsabilidade da União;</p><p>b) no sétimo ano, os encargos do Estado serão acrescidos de trinta por cento e, no oitavo, dos restantes cinqüenta</p><p>por cento;</p><p>X - as nomeações que se seguirem às primeiras, para os cargos mencionados neste artigo, serão disciplinadas na</p><p>Constituição Estadual;</p><p>XI - as despesas orçamentárias com pessoal não poderão ultrapassar cinqüenta por cento da receita do Estado”.</p><p>CRIAÇÃO, TRANSFORMAÇÃO E ORGANIZAÇÃO</p><p>DOS TERRITÓRIOS FEDERAIS</p><p>Resultado do Estudo da Comissão de Estudos Territoriais</p><p>Projeto de Lei Complementar n. 35/1988, disponível em:</p><p>https://www.camara.leg.br/proposicoesWeb/prop_mostrarintegra;jsessionid=FF408B</p><p>8277FC1F6EF98160924F4C8720.proposicoesWebExterno1?codteor=1233905&file</p><p>name=Dossie+-PLP+35/1988</p><p>• Estado do Tapajós.</p><p>• Território Federal de Rio Negro.</p><p>• Território Federal do Alto Solimões.</p><p>• Território Federal do Araguaia.</p><p>ORGANIZAÇÃO DOS TERRITÓRIOS FEDERAIS</p><p>Organização:</p><p>Lei Ordinária Federal (art. 33, CF).</p><p>“Art. 33. A lei disporá sobre a organização administrativa e judiciária</p><p>dos Territórios.</p><p>§ 1º Os Territórios poderão ser divididos em Municípios, aos quais se</p><p>aplicará, no que couber, o disposto no Capítulo IV deste Título”.</p><p>GOVERNO DOS TERRITÓRIOS FEDERAIS:</p><p>PODER EXECUTIVO</p><p>Poder Executivo: art. 33, § 3º, 22, XVII e 48 IX, 84, XIV, 52, III, c, CF.</p><p>“Art. 33. A lei disporá sobre a organização administrativa e judiciária dos Territórios. [...]</p><p>§ 3º. Nos Territórios Federais com mais de cem mil habitantes, além do Governador</p><p>nomeado na forma desta Constituição [...].”</p><p>“Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República: [...] XIV - nomear, após</p><p>aprovação pelo Senado Federal, os Ministros do Supremo Tribunal Federal e dos</p><p>Tribunais Superiores, os Governadores de Territórios, o Procurador-Geral da República,</p><p>o presidente e os diretores do banco central e outros servidores, quando determinado em</p><p>lei”.</p><p>“Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal: [...] III - aprovar previamente,</p><p>por voto secreto, após argüição pública, a escolha de: [...] c) Governador de Território”.</p><p>GOVERNO DOS TERRITÓRIOS FEDERAIS:</p><p>PODER LEGISLATIVO</p><p>Poder Legislativo: art. 33, § 3º, CF.</p><p>“Art. 33. A lei disporá sobre a organização administrativa e judiciária dos</p><p>Territórios. [...]</p><p>§ 3º. Nos Territórios Federais com mais de cem mil habitantes, além do</p><p>Governador nomeado na forma desta Constituição, haverá órgãos judiciários de</p><p>primeira e segunda instância, membros do Ministério Público e defensores</p><p>públicos federais; a lei disporá sobre as eleições para a Câmara Territorial e</p><p>sua competência deliberativa”.</p><p>“Art. 45. [...] § 2º Cada Território elegerá quatro Deputados”.</p><p>GOVERNO DOS TERRITÓRIOS FEDERAIS:</p><p>PODER JUDICIÁRIO</p><p>Poder Judiciário: art. 33, § 3º, 21, XIII, 22, XVII e 48 IX, CF.</p><p>Art. 33, § 3º, CF. “Nos Territórios Federais com mais de cem mil habitantes, além do Governador</p><p>nomeado na forma desta Constituição, haverá órgãos judiciários de primeira e segunda instância,</p><p>membros do Ministério Público e defensores públicos federais; a lei disporá sobre as eleições para a</p><p>Câmara Territorial e sua competência deliberativa”.</p><p>“Art. 21. Compete à União: [...] XIII - organizar e manter o Poder Judiciário, o Ministério Público do</p><p>Distrito Federal e dos Territórios e a Defensoria Pública dos Territórios”.</p><p>“Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre: [...] XVII - organização judiciária, do</p><p>Ministério Público do Distrito Federal e dos Territórios e da Defensoria Pública dos Territórios, bem</p><p>como organização administrativa destes”.</p><p>“Art. 48. Cabe ao Congresso Nacional, com a sanção do Presidente da República, não exigida esta para</p><p>o especificado nos arts. 49, 51 e 52, dispor sobre todas as matérias de competência da União, especialmente</p><p>sobre: [...] IX - organização administrativa, judiciária, do Ministério Público e da Defensoria Pública</p><p>da União e dos Territórios e organização judiciária e do Ministério Público do Distrito Federal”.</p><p>ADMINISTRAÇÃO DOS TERRITÓRIOS FEDERAIS</p><p>Administração: art. 33, caput, 22, XVII e 48 IX, 147, CF.</p><p>“Art. 147. Competem à União, em Território Federal, os</p><p>impostos estaduais e, se o Território não for dividido em</p><p>Municípios, cumulativamente, os impostos municipais; ao</p><p>Distrito Federal cabem os impostos municipais”.</p><p>ADMINISTRAÇÃO DOS TERRITÓRIOS FEDERAIS</p><p>Territórios Federais não se autoadministram. São</p><p>administrados pela União.</p><p>A União organiza os Territórios Federais para que possam</p><p>ser futuramente transformadas em Estados-membros</p><p>autônomos (artigo 235 da CF).</p><p>PRESTAÇÃO DE CONTAS DOS TERRITÓRIOS</p><p>FEDERAIS</p><p>Prestação de Contas: Art. 33, § 2º CF.</p><p>Art. 33, § 2º, CF. “As contas do Governo do Território serão</p><p>submetidas ao Congresso Nacional, com parecer prévio do</p><p>Tribunal de Contas da União”.</p><p>REGIÕES ADMINISTRATIVAS</p><p>Conceito: (art. 43, CF) são organizadas por Lei Complementar.</p><p>Incentivos: (art. 43, § 2º, CF):</p><p>• igualdade de tarifas, fretes, seguros etc.</p><p>• juros favorecidos.</p><p>• isenções, reduções ou diferimentos.</p><p>• prioridade de investimentos.</p><p>Regiões administrativas:</p><p>• SUDENE – Nordeste.</p><p>• SUDAM – Amazônia.</p><p>• SUFRAMA – Zona Franca de Manaus.</p><p>• SUDECO – Centro-oeste.</p><p>REGIÕES ADMINISTRATIVAS</p><p>Art. 43. Para efeitos administrativos, a União poderá articular sua ação em um mesmo complexo</p><p>geoeconômico e social, visando a seu desenvolvimento e à redução das desigualdades regionais.</p><p>§ 1º Lei complementar disporá sobre:</p><p>I - as condições para integração de regiões em desenvolvimento;</p><p>II - a composição dos organismos regionais que executarão, na forma da lei, os planos regionais,</p><p>integrantes dos planos nacionais de desenvolvimento econômico e social, aprovados juntamente com</p><p>estes.</p><p>§ 2º Os incentivos regionais compreenderão, além de outros, na forma da lei:</p><p>I - igualdade de tarifas, fretes, seguros e outros itens de custos e preços de responsabilidade do Poder</p><p>Público;</p><p>II - juros favorecidos para financiamento de atividades prioritárias;</p><p>III - isenções, reduções ou diferimento temporário de tributos federais devidos por pessoas físicas ou</p><p>jurídicas;</p><p>IV - prioridade para o aproveitamento econômico e social dos rios e das massas de água represadas ou</p><p>represáveis nas regiões de baixa renda, sujeitas a secas periódicas.</p><p>§ 3º Nas áreas a que se refere o § 2º, IV, a União incentivará a recuperação de terras áridas e cooperará</p><p>com os pequenos e médios proprietários rurais para o estabelecimento, em suas glebas, de fontes de água</p><p>e de pequena irrigação.</p><p>12 - DA ORGANIZAÇÃO DOS PODERES</p><p>PROF. RICARDO MUCIATO MARTINS</p><p>SEPARAÇÃO DAS FUNÇÕES E NÃO SEPARAÇÃO DE</p><p>PODERES</p><p>• A CF determina que todo o poder emana do povo, que o exerce diretamente ou por</p><p>seus representantes (democracia e soberania do popular).</p><p>• Ao dispor que “todo o poder emana do povo”, estabelece que o poder é uno e</p><p>indivisível (artigo definido “o”, no singular), pertencente exclusivamente ao povo.</p><p>• Esse poder é o poder político, a soberania popular.</p><p>• Legislativo, Executivo e Judiciário são órgãos que exercem funções do poder (poder</p><p>que pertence ao povo) e não são poderes em si. O termo Poder é apenas parte do nome</p><p>composto, mantido por tradição.</p><p>• Art. 1º [...] Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de</p><p>representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.</p><p>• Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o</p><p>Executivo e o Judiciário.</p><p>SEPARAÇÃO DAS FUNÇÕES E NÃO SEPARAÇÃO DE</p><p>PODERES</p><p>•A separação das funções do poder é uma forma de</p><p>limitar a atividade do Estado. Também são formas</p><p>de limitação:</p><p>• Circunscrever o campo de atuação do Estado: declarações de</p><p>direitos, atribuição de competências etc.</p><p>• Divisão territorial: federalismo.</p><p>• Divisão funcional: tripartição das funções.</p><p>TRIPARTIÇÃO DAS FUNÇÕES ESTATAIS</p><p>•Aristóteles (A Política), funções da cidade-</p><p>estado:</p><p>• Deliberante: decisões fundamentais;</p><p>• Executiva: implementação das decisões pelos magistrados;</p><p>• Judiciária: fazer justiça.</p><p>•Todas as funções exercidas por um único órgão.</p><p>TRIPARTIÇÃO DAS FUNÇÕES ESTATAIS</p><p>• John Locke (Segundo Tratado do Governo Civil), funções:</p><p>• Legislativa – decidir sobre o uso da força pública</p><p>• Executiva – aplicar a força pública no plano interno (manter a</p><p>ordem e o direito)</p><p>• Federativa – manter relações com outros Estados</p><p>• As função Legislativa deveria ser exercida por um órgão.</p><p>• A função Executiva e a função Federativa por outro órgão.</p><p>TRIPARTIÇÃO DAS FUNÇÕES ESTATAIS</p><p>• Charles-Louis de Secondat, barão de La Brède e de Montesquieu (Do Espírito</p><p>das Leis):</p><p>• Legislativa – criar normas;</p><p>• Executiva – executar as normas (administrar);</p><p>• Judiciária – preservar o respeito às normas (solucionar as lides).</p><p>• Funções exercidas por órgãos distintos.</p><p>• Instituiu o sistema de freios e contrapesos, com órgãos independentes e</p><p>autônomos entre si.</p><p>• Art. 16 da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, francesa, de 1789:</p><p>• “Toda sociedade na qual a garantia dos direitos não estiver assegurada, nem</p><p>determinada a separação dos poderes, não tem constituição”.</p><p>TRAÇO IMPORTANTE DA TEORIA DE</p><p>MONTESQUIEU</p><p>• O importância da Teoria de Montesquieu não é a separação das funções do poder</p><p>em três, mas o sistema de freios e contrapesos.</p><p>• Havendo três órgãos realizando funções, para classificar a atividade do Estado</p><p>pode-se utilizar dois critérios:</p><p>• Critério formal: classificação do ato público considerando-se suas</p><p>consequências/efeitos. Todos os órgãos realizam todas as funções, havendo</p><p>funções típicas e atípicas;</p><p>• Critério orgânico ou subjetivo: classificação do ato público considerando-se o</p><p>órgão que o realizou. Essa forma de classificação não é viável, levando a erro.</p><p>FUNÇÕES E FINS DOS ESTADOS</p><p>• Funções: legislativa, executiva e judiciária (art. 2º, CF).</p><p>• Fins: são os objetivos do Estado, previstos no art. 3º, CF.</p><p>• Não confundir as funções com os fins.</p><p>• Funções representam o meio e objetivos os fins do Estado.</p><p>• Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:</p><p>• I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;</p><p>• II - garantir o desenvolvimento nacional;</p><p>• III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais;</p><p>• IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e</p><p>quaisquer outras formas de discriminação.</p><p>FUNÇÕES E FINS DOS ESTADOS</p><p>• Pode-se alterar as funções ou os fins?</p><p>• Art. 60, § 4º CF: separação dos Poderes é cláusula pétrea.</p><p>• Art. 3 º CF, objetivos da CF, são princípios fundamentais, portanto,</p><p>cláusula pétrea.</p><p>• Porém, pétreo é o sistema de freios e contrapesos.</p><p>• As funções que o Estado exerce não representam um fim em si mesmo.</p><p>• Os órgãos que exercem funções do poder podem ser alterados para se</p><p>conseguir uma maior eficácia do meio na realização dos fins.</p><p>• Os meios são tão importantes quanto os fins.</p><p>• Deve-se buscar realizar os fins, mas utilizando meio democrático.</p><p>• Atingidos os fins, novos serão estabelecidos.</p><p>CLASSIFICAÇÃO DAS ATIVIDADES DO</p><p>ESTADO</p><p>•Critério orgânico ou subjetivo:</p><p>•quanto ao órgão que a pratica.</p><p>•Critério formal:</p><p>•quanto aos efeitos jurídicos produzidos pelo ato.</p><p>A SEPARAÇÃO DAS FUNÇÕES ESTATAIS NA</p><p>CONSTITUIÇÃO BRASILEIRA</p><p>• O art. 2º, CF adota o sistema de “separação clássica dos poderes” (cláusula</p><p>pétrea art. 60, § 4º, III): poderes legislativo, executivo e judiciário.</p><p>• Importante é o sistema de freios e contrapesos e não quantos órgãos exercem</p><p>funções do poder.</p><p>• Caso considere que órgãos do poder são aqueles que possuem imunidades e</p><p>garantias semelhantes à do Poder Judiciário, é possível afirmar que o Ministério</p><p>Público (art. 127, CF) e o Tribunal de Contas (art. 73, § 3º, CF), em menor grau,</p><p>também são órgãos do poder.</p><p>• Caso considere que são órgãos do poder aqueles que exercem uma função do</p><p>poder (criar norma, executar norma e julgar/punir quem descumpre norma),</p><p>neste caso são apenas o Poder Legislativo, Poder Executivo e Poder Judiciário.</p><p>13 - PODER LEGISLATIVO</p><p>PROF. RICARDO MUCIATO MARTINS</p><p>FUNÇÕES LEGISLATIVAS</p><p>• Típicas:</p><p>•Legislativa (art. 48; 51, III e IV; 52, XII e XIII etc., CF);</p><p>•Fiscalização:</p><p>• político-administrativa (49, V, X; 50; 51, I; 52, I, II; 58, § 2º, II</p><p>ao V, 3º, CF etc.);</p><p>• financeiro-orçamentária (49, IX; 50; 51, II; 70 ao 75, CF etc.).</p><p>•Atípicas:</p><p>•Executiva – art. 57, § 2º ,CF etc.;</p><p>• Judiciária – art. 51, I; 52, I e II; 86, CF etc.</p><p>ESTRUTURA DO PODER LEGISLATIVO</p><p>• Congresso Nacional é bicameral (art. 44, CF):</p><p>• Competência:</p><p>• Com sanção (art. 48, CF);</p><p>• Sem sanção (art. 49, CF);</p><p>• Deliberação por maioria simples – art. 47.</p><p>• Mesa do Congresso Nacional: Art. 57, § 5º. A Mesa do Congresso Nacional</p><p>será presidida pelo Presidente do Senado Federal, e os demais cargos serão</p><p>exercidos, alternadamente, pelos ocupantes de cargos equivalentes na</p><p>Câmara dos Deputados e no Senado Federal.</p><p>ESTRUTURA DO PODER LEGISLATIVO</p><p>• Congresso Nacional: com sanção (art. 48, CF):</p><p>Art. 48. Cabe ao Congresso Nacional, com a sanção do Presidente da República, não</p><p>exigida esta para o especificado nos arts. 49, 51 e 52, dispor sobre todas as matérias de</p><p>competência da União, especialmente sobre:</p><p>I - sistema tributário, arrecadação e distribuição de rendas;</p><p>II - plano plurianual, diretrizes orçamentárias, orçamento anual, operações de crédito,</p><p>dívida pública e emissões de curso forçado;</p><p>III - fixação e modificação do efetivo das Forças Armadas;</p><p>IV - planos e programas nacionais, regionais e setoriais de desenvolvimento;</p><p>V - limites do território nacional, espaço aéreo e marítimo e bens do domínio da União;</p><p>VI - incorporação, subdivisão ou desmembramento</p><p>de áreas de Territórios ou Estados,</p><p>ouvidas as respectivas Assembléias Legislativas;</p><p>VII - transferência temporária da sede do Governo Federal;</p><p>VIII - concessão de anistia;</p><p>ESTRUTURA DO PODER LEGISLATIVO</p><p>•Congresso Nacional: sem sanção (art. 49, CF):</p><p>Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional:</p><p>I - resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos internacionais que acarretem</p><p>encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio nacional;</p><p>II - autorizar o Presidente da República a declarar guerra, a celebrar a paz, a permitir que</p><p>forças estrangeiras transitem pelo território nacional ou nele permaneçam</p><p>temporariamente, ressalvados os casos previstos em lei complementar;</p><p>III - autorizar o Presidente e o Vice-Presidente da República a se ausentarem do País,</p><p>quando a ausência exceder a quinze dias;</p><p>IV - aprovar o estado de defesa e a intervenção federal, autorizar o estado de sítio, ou</p><p>suspender qualquer uma dessas medidas;</p><p>V - sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou</p><p>dos limites de delegação legislativa;</p><p>VI - mudar temporariamente sua sede;</p><p>ESTRUTURA DO PODER LEGISLATIVO</p><p>•Câmara de Deputados:</p><p>•Competência – art. 51, CF;</p><p>•Total de 513 deputados – Lei Complementar 78/93</p><p>– mínimo 8, máximo 70;</p><p>•Território Federal – 04 Deputados Federais (art. 45,</p><p>§ 2º, CF);</p><p>•Mandato de 04 anos;</p><p>•Eleição proporcional.</p><p>ESTRUTURA DO PODER LEGISLATIVO</p><p>• Câmara de Deputados: competência – art. 51, CF:</p><p>Art. 51. Compete privativamente à Câmara dos Deputados:</p><p>I - autorizar, por dois terços de seus membros, a instauração de processo contra o</p><p>Presidente e o Vice-Presidente da República e os Ministros de Estado;</p><p>II - proceder à tomada de contas do Presidente da República, quando não apresentadas ao</p><p>Congresso Nacional dentro de sessenta dias após a abertura da sessão legislativa;</p><p>III - elaborar seu regimento interno;</p><p>IV - dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia, criação, transformação ou</p><p>extinção dos cargos, empregos e funções de seus serviços, e a iniciativa de lei para fixação</p><p>da respectiva remuneração, observados os parâmetros estabelecidos na lei de diretrizes</p><p>orçamentárias;</p><p>V - eleger membros do Conselho da República, nos termos do art. 89, VII. [...]</p><p>ESTRUTURA DO PODER LEGISLATIVO</p><p>•Senado Federal:</p><p>•Competência – art. 52, CF;</p><p>•Total de 81 senadores;</p><p>•Estados-membros e Distrito Federal – 3 senadores</p><p>(art. 46, § 1º, CF);</p><p>•Mandato de 08 anos;</p><p>•Eleição majoritária;</p><p>•Dois suplentes.</p><p>ESTRUTURA DO PODER LEGISLATIVO</p><p>• Senado Federal: competência – art. 52, CF:</p><p>Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal:</p><p>I - processar e julgar o Presidente e o Vice-Presidente da República nos crimes de</p><p>responsabilidade, bem como os Ministros de Estado e os Comandantes da Marinha, do</p><p>Exército e da Aeronáutica nos crimes da mesma natureza conexos com aqueles;</p><p>II processar e julgar os Ministros do Supremo Tribunal Federal, os membros do Conselho</p><p>Nacional de Justiça e do Conselho Nacional do Ministério Público, o Procurador-Geral da</p><p>República e o Advogado-Geral da União nos crimes de responsabilidade;</p><p>III - aprovar previamente, por voto secreto, após argüição pública, a escolha de:</p><p>a) Magistrados, nos casos estabelecidos nesta Constituição;</p><p>b) Ministros do Tribunal de Contas da União indicados pelo Presidente da República;</p><p>c) Governador de Território;</p><p>d) Presidente e diretores do banco central;</p><p>e) Procurador-Geral da República;</p><p>f) titulares de outros cargos que a lei determinar;</p><p>ESTRUTURA DO PODER LEGISLATIVO</p><p>IV - aprovar previamente, por voto secreto, após argüição em sessão secreta, a</p><p>escolha dos chefes de missão diplomática de caráter permanente; [...]</p><p>XIII - dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia, criação, transformação</p><p>ou extinção dos cargos, empregos e funções de seus serviços, e a iniciativa de lei</p><p>para fixação da respectiva remuneração, observados os parâmetros estabelecidos na</p><p>lei de diretrizes orçamentárias;</p><p>XIV - eleger membros do Conselho da República, nos termos do art. 89, VII.</p><p>XV - avaliar periodicamente a funcionalidade do Sistema Tributário Nacional, em</p><p>sua estrutura e seus componentes, e o desempenho das administrações tributárias da</p><p>União, dos Estados e do Distrito Federal e dos Municípios.</p><p>IMUNIDADES E VEDAÇÕES</p><p>• Imunidade e vedações parlamentares</p><p>•materiais (excludente de antijuridicidade ou da punibilidade) - art.</p><p>53, caput, CF;</p><p>• formais (causa impeditiva do processo):</p><p>• desde a expedição do diploma (53, § 1º, CF);</p><p>• julgamento no STF (53, § 1º, CF).</p><p>• não podem ser presos, exceto flagrante de crime inafiançável (53, § 2º,</p><p>CF);</p><p>• crime anterior – processo prossegue;</p><p>• crime durante mandato – pode ser sustado o prosseguimento por maioria</p><p>de votos. Prazo de 45 dias para votar pedido de suspensão (53, § 3º, 4º,</p><p>5º, CF)</p><p>• prescrição suspensa (53, § 5º, CF).</p><p>IMUNIDADES E VEDAÇÕES</p><p>• Imunidades formais:</p><p>Art. 53. Os Deputados e Senadores são invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de</p><p>suas opiniões, palavras e votos.</p><p>§ 1º Os Deputados e Senadores, desde a expedição do diploma, serão submetidos a</p><p>julgamento perante o Supremo Tribunal Federal.</p><p>§ 2º Desde a expedição do diploma, os membros do Congresso Nacional não poderão ser</p><p>presos, salvo em flagrante de crime inafiançável. Nesse caso, os autos serão remetidos</p><p>dentro de vinte e quatro horas à Casa respectiva, para que, pelo voto da maioria de seus</p><p>membros, resolva sobre a prisão.</p><p>§ 3º Recebida a denúncia contra o Senador ou Deputado, por crime ocorrido após a</p><p>diplomação, o Supremo Tribunal Federal dará ciência à Casa respectiva, que, por iniciativa</p><p>de partido político nela representado e pelo voto da maioria de seus membros, poderá, até a</p><p>decisão final, sustar o andamento da ação.</p><p>§ 4º O pedido de sustação será apreciado pela Casa respectiva no prazo improrrogável de</p><p>quarenta e cinco dias do seu recebimento pela Mesa Diretora.</p><p>§ 5º A sustação do processo suspende a prescrição, enquanto durar o mandato.</p><p>IMUNIDADES E VEDAÇÕES</p><p>•Outras imunidades:</p><p>•Prestar depoimento (53, § 6º, CF);</p><p>•Incorporação às Forças Armadas (53, § 7º, CF);</p><p>•Estado de Sítio (53, § 8º, CF).</p><p>IMUNIDADES E VEDAÇÕES</p><p>• Outras imunidades:</p><p>Art. 53. Os Deputados e Senadores são invioláveis, civil e penalmente, por</p><p>quaisquer de suas opiniões, palavras e votos. [...]</p><p>§ 6º Os Deputados e Senadores não serão obrigados a testemunhar sobre</p><p>informações recebidas ou prestadas em razão do exercício do mandato, nem sobre</p><p>as pessoas que lhes confiaram ou deles receberam informações.</p><p>§ 7º A incorporação às Forças Armadas de Deputados e Senadores, embora</p><p>militares e ainda que em tempo de guerra, dependerá de prévia licença da Casa</p><p>respectiva.</p><p>§ 8º As imunidades de Deputados ou Senadores subsistirão durante o estado de</p><p>sítio, só podendo ser suspensas mediante o voto de dois terços dos membros da</p><p>Casa respectiva, nos casos de atos praticados fora do recinto do Congresso</p><p>Nacional, que sejam incompatíveis com a execução da medida.</p><p>IMUNIDADES E VEDAÇÕES</p><p>•Vedações (art. 54, CF):</p><p>• Expedição do diploma: manter contrato com pessoa jurídica de</p><p>direito público; exercer cargo nessa empresa.</p><p>• Posse: ser proprietário de empresa privada que tenha contrato com</p><p>governo; exercer cargo nessa empresa; patrocinar causa contra</p><p>Estado, possuir mais de um mandato.</p><p>IMUNIDADES E VEDAÇÕES</p><p>• Vedações (art. 54, CF):</p><p>Art. 54. Os Deputados e Senadores não poderão:</p><p>I - desde a expedição do diploma:</p><p>a) firmar ou manter contrato com pessoa jurídica de direito público, autarquia, empresa</p><p>pública, sociedade de economia mista ou empresa concessionária de serviço público, salvo</p><p>quando o contrato obedecer a cláusulas uniformes;</p><p>b) aceitar ou exercer cargo, função ou emprego remunerado, inclusive os de que sejam</p><p>demissíveis "ad nutum", nas entidades constantes da alínea anterior;</p><p>II - desde a posse:</p><p>a) ser proprietários, controladores ou diretores de empresa</p><p>que goze de favor decorrente de</p><p>contrato com pessoa jurídica de direito público, ou nela exercer função remunerada;</p><p>b) ocupar cargo ou função de que sejam demissíveis "ad nutum", nas entidades referidas no</p><p>inciso I, "a";</p><p>c) patrocinar causa em que seja interessada qualquer das entidades a que se refere o inciso I,</p><p>"a";</p><p>d) ser titulares de mais de um cargo ou mandato público eletivo.</p><p>IMUNIDADES E VEDAÇÕES</p><p>• Perda (art. 55, CF);</p><p>• Decisão de maioria absoluta: vedações; falta de decorro;</p><p>condenado pela prática de crime;</p><p>• Declarada pela Mesa: faltar a 1/3 das sessões; Justiça</p><p>Eleitoral decidir; perder ou tiver suspensos os direitos</p><p>políticos.</p><p>IMUNIDADES E VEDAÇÕES</p><p>Perda (art. 55, CF):</p><p>Art. 55. Perderá o mandato o Deputado ou Senador:</p><p>I - que infringir qualquer das proibições estabelecidas no artigo anterior;</p><p>II - cujo procedimento for declarado incompatível com o decoro</p><p>parlamentar;</p><p>III - que deixar de comparecer, em cada sessão legislativa, à terça parte</p><p>das sessões ordinárias da Casa a que pertencer, salvo licença ou missão</p><p>por esta autorizada;</p><p>IV - que perder ou tiver suspensos os direitos políticos;</p><p>V - quando o decretar a Justiça Eleitoral, nos casos previstos nesta</p><p>Constituição;</p><p>VI - que sofrer condenação criminal em sentença transitada em julgado.</p><p>IMUNIDADES E VEDAÇÕES</p><p>§ 1º - É incompatível com o decoro parlamentar, além dos casos definidos no</p><p>regimento interno, o abuso das prerrogativas asseguradas a membro do Congresso</p><p>Nacional ou a percepção de vantagens indevidas.</p><p>§ 2º Nos casos dos incisos I, II e VI, a perda do mandato será decidida pela Câmara</p><p>dos Deputados ou pelo Senado Federal, por maioria absoluta, mediante provocação da</p><p>respectiva Mesa ou de partido político representado no Congresso Nacional,</p><p>assegurada ampla defesa.</p><p>§ 3º Nos casos previstos nos incisos III a V, a perda será declarada pela Mesa da Casa</p><p>respectiva, de ofício ou mediante provocação de qualquer de seus membros, ou de</p><p>partido político representado no Congresso Nacional, assegurada ampla defesa.</p><p>§ 4º A renúncia de parlamentar submetido a processo que vise ou possa levar à perda</p><p>do mandato, nos termos deste artigo, terá seus efeitos suspensos até as deliberações</p><p>finais de que tratam os §§ 2º e 3º.</p><p>IMUNIDADES E VEDAÇÕES</p><p>•Não ocorre a perda (56, CF)</p><p>• Investido no cargo de Ministro de Estado, Governador de</p><p>Território, Secretário de Estado, do Distrito Federal, de Território,</p><p>de Prefeitura de Capital ou chefe de missão diplomática</p><p>temporária; opta pela remuneração.</p><p>• Licenciado pela respectiva Casa por motivo de doença, ou para</p><p>tratar, sem remuneração, de interesse particular, desde que, neste</p><p>caso, o afastamento não ultrapasse cento e vinte dias por sessão</p><p>legislativa.</p><p>• Convoca suplente caso licença superior a 120 dias; não havendo</p><p>suplente se fará eleição se faltar mais de 15 meses para término de</p><p>mandato.</p><p>IMUNIDADES E VEDAÇÕES</p><p>•Não ocorre a perda (56, CF):</p><p>Art. 56. Não perderá o mandato o Deputado ou Senador:</p><p>I - investido no cargo de Ministro de Estado, Governador de Território, Secretário de</p><p>Estado, do Distrito Federal, de Território, de Prefeitura de Capital ou chefe de</p><p>missão diplomática temporária;</p><p>II - licenciado pela respectiva Casa por motivo de doença, ou para tratar, sem</p><p>remuneração, de interesse particular, desde que, neste caso, o afastamento não</p><p>ultrapasse cento e vinte dias por sessão legislativa.</p><p>§ 1º O suplente será convocado nos casos de vaga, de investidura em funções</p><p>previstas neste artigo ou de licença superior a cento e vinte dias.</p><p>§ 2º Ocorrendo vaga e não havendo suplente, far-se-á eleição para preenchê-la se</p><p>faltarem mais de quinze meses para o término do mandato.</p><p>§ 3º Na hipótese do inciso I, o Deputado ou Senador poderá optar pela remuneração</p><p>do mandato.</p><p>REUNIÕES E COMISSÕES</p><p>•Reuniões (art. 57, CF):</p><p>•Anuais (art. 57, caput, CF): duração: 2 de fevereiro a 17 de julho e</p><p>1º agosto a 22 de dezembro.</p><p>• Sessões conjuntas (art. 57, § 3º, CF):</p><p>• Inaugurar sessão; elaborar Regimento Comum; Posse Pres. e Vice;</p><p>conhecer e deliberar veto.</p><p>• Preparatórias (art. 57, § 4º, CF): 1º fevereiro; início da legislatura;</p><p>eleição para mesa com mandato de 2 anos sem recondução;</p><p>REUNIÕES E COMISSÕES</p><p>•Reuniões (art. 57, CF):</p><p>Art. 57. O Congresso Nacional reunir-se-á, anualmente, na Capital</p><p>Federal, de 2 de fevereiro a 17 de julho e de 1º de agosto a 22 de</p><p>dezembro.</p><p>§ 1º As reuniões marcadas para essas datas serão transferidas para o</p><p>primeiro dia útil subseqüente, quando recaírem em sábados, domingos</p><p>ou feriados.</p><p>§ 2º A sessão legislativa não será interrompida sem a aprovação do</p><p>projeto de lei de diretrizes orçamentárias.</p><p>REUNIÕES E COMISSÕES</p><p>§ 3º Além de outros casos previstos nesta Constituição, a Câmara dos</p><p>Deputados e o Senado Federal reunir-se-ão em sessão conjunta para:</p><p>I - inaugurar a sessão legislativa;</p><p>II - elaborar o regimento comum e regular a criação de serviços comuns às</p><p>duas Casas;</p><p>III - receber o compromisso do Presidente e do Vice-Presidente da</p><p>República;</p><p>IV - conhecer do veto e sobre ele deliberar.</p><p>§ 4º Cada uma das Casas reunir-se-á em sessões preparatórias, a partir de</p><p>1º de fevereiro, no primeiro ano da legislatura, para a posse de seus</p><p>membros e eleição das respectivas Mesas, para mandato de 2 (dois) anos,</p><p>vedada a recondução para o mesmo cargo na eleição imediatamente</p><p>subseqüente.</p><p>REUNIÕES E COMISSÕES</p><p>•Reuniões Extraordinárias (art. 57, § 6º, 7º, 8º, CF):</p><p>•Art. 57 § 6º I: Pres. Senado em caso de sítio, defesa e intervenção</p><p>federal, posse Pres. e Vice;</p><p>•Art. 57 § 6º II: Pres. Câmara, Senado, Pres. República; maioria</p><p>simples convoca e confirmação por maioria absol. – urgência ou</p><p>relevância;</p><p>•Não cabe qualquer indenização;</p><p>•Medidas Provisórias entram na pauta.</p><p>REUNIÕES E COMISSÕES</p><p>• Reuniões (art. 57, CF):</p><p>Art. 57. § 6º A convocação extraordinária do Congresso Nacional far-se-á:</p><p>I - pelo Presidente do Senado Federal, em caso de decretação de estado de defesa ou</p><p>de intervenção federal, de pedido de autorização para a decretação de estado de sítio e</p><p>para o compromisso e a posse do Presidente e do Vice-Presidente da República;</p><p>II - pelo Presidente da República, pelos Presidentes da Câmara dos Deputados e do</p><p>Senado Federal ou a requerimento da maioria dos membros de ambas as Casas, em</p><p>caso de urgência ou interesse público relevante, em todas as hipóteses deste inciso</p><p>com a aprovação da maioria absoluta de cada uma das Casas do Congresso Nacional.</p><p>§ 7º Na sessão legislativa extraordinária, o Congresso Nacional somente deliberará</p><p>sobre a matéria para a qual foi convocado, ressalvada a hipótese do § 8º deste artigo,</p><p>vedado o pagamento de parcela indenizatória, em razão da convocação.</p><p>§ 8º Havendo medidas provisórias em vigor na data de convocação extraordinária do</p><p>Congresso Nacional, serão elas automaticamente incluídas na pauta da convocação.</p><p>REUNIÕES E COMISSÕES</p><p>• Comissões parlamentares (art. 58, CF):</p><p>• Composição: mais fielmente possível representação do partido em plenário.</p><p>• Competência: votar projeto de lei; audiência pública; convocar ministro;</p><p>receber petição e reclamação; depoimento autoridade e cidadão; fiscalizar obras</p><p>e serviços públicos;</p><p>• Permanentes (art. 58, caput, CF): criadas em razão da matéria, subsistem</p><p>através das legislaturas;</p><p>• Temporárias (art. 58, caput, CF): extinguem-se com a legislatura ou atingindo a</p><p>finalidade;</p><p>• Mistas: formadas por deputados e senadores (166, § 1º, CF);</p><p>• Representativas (art. 58, § 4º, CF);</p><p>• Temáticas;</p><p>• Comissão de Constituição e Justiça – CCJ;</p><p>• Comissão Parlamentar de Inquérito.</p><p>REUNIÕES E COMISSÕES</p><p>•Comissões parlamentares (art. 58, CF):</p><p>•Comissões Parlamentares de Inquérito: (art. 58, § 3º):</p><p>• Poderes de investigação das autoridades judiciais;</p><p>• Criadas por requerimento de 1/3 de deputados e/ou 1/3 senadores;</p><p>•Apuração de fato determinado;</p><p>• Temporárias;</p><p>•Mistas ou não;</p><p>• Conclusões são enviadas ao Ministério Público.</p><p>REUNIÕES E COMISSÕES</p><p>• Comissões parlamentares (art. 58, CF):</p><p>Art. 58. O Congresso Nacional e suas Casas terão comissões</p><p>permanentes e temporárias, constituídas na forma e com as</p><p>atribuições previstas no respectivo regimento ou no ato de que</p><p>resultar sua criação.</p><p>§ 1º Na constituição das Mesas e de cada Comissão, é</p><p>assegurada, tanto quanto possível, a representação proporcional</p><p>dos partidos ou dos blocos parlamentares que participam da</p><p>respectiva Casa.</p><p>REUNIÕES E COMISSÕES</p><p>§ 2º Às comissões, em razão da matéria de sua competência, cabe:</p><p>I - discutir e votar projeto de lei que dispensar, na forma do regimento, a</p><p>competência do Plenário, salvo se houver recurso de um décimo dos</p><p>membros da Casa;</p><p>II - realizar audiências públicas com entidades da sociedade civil;</p><p>III - convocar Ministros de Estado para prestar informações sobre assuntos</p><p>inerentes a suas atribuições;</p><p>IV - receber petições, reclamações, representações ou queixas de qualquer</p><p>pessoa contra atos ou omissões das autoridades ou entidades públicas;</p><p>V - solicitar depoimento de qualquer autoridade ou cidadão;</p><p>VI - apreciar programas de obras, planos nacionais, regionais e setoriais de</p><p>desenvolvimento e sobre eles emitir parecer.</p><p>REUNIÕES E COMISSÕES</p><p>• Comissões parlamentares (art. 58, CF):</p><p>Art. 58. § 3º As comissões parlamentares de inquérito, que terão poderes de</p><p>investigação próprios das autoridades judiciais, além de outros previstos nos</p><p>regimentos das respectivas Casas, serão criadas pela Câmara dos Deputados e pelo</p><p>Senado Federal, em conjunto ou separadamente, mediante requerimento de um terço</p><p>de seus membros, para a apuração de fato determinado e por prazo certo, sendo suas</p><p>conclusões, se for o caso, encaminhadas ao Ministério Público, para que promova a</p><p>responsabilidade civil ou criminal dos infratores.</p><p>§ 4º Durante o recesso, haverá uma Comissão representativa do Congresso Nacional,</p><p>eleita por suas Casas na última sessão ordinária do período legislativo, com</p><p>atribuições definidas no regimento comum, cuja composição reproduzirá, quanto</p><p>possível, a proporcionalidade da representação partidária.</p><p>14 - ESPÉCIES NORMATIVAS</p><p>PROF. RICARDO MUCIATO MARTINS</p><p>ESPÉCIES NORMATIVAS</p><p>•Norma é gênero. Espécies normativas federais estão</p><p>previstas no art. 59 da CF:</p><p>• Emendas à Constituição;</p><p>• Leis Complementares;</p><p>• Leis Ordinárias;</p><p>• Medidas Provisórias;</p><p>• Leis Delegadas;</p><p>• Decretos Legislativos e Resoluções.</p><p>• Ainda podemos acrescentar os Tratados Internacionais</p><p>sobre Direitos Humanos: aprovados por procedimento</p><p>especial e procedimento ordinário.</p><p>ESPÉCIES NORMATIVAS</p><p>• Tratados Internacionais sobre Direitos Humanos:</p><p>Art. 5º CF:</p><p>§ 2º Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não</p><p>excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por</p><p>ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a</p><p>República Federativa do Brasil seja parte.</p><p>§ 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos</p><p>humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso</p><p>Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos</p><p>respectivos membros, serão equivalentes às emendas</p><p>constitucionais.</p><p>ESPÉCIES NORMATIVAS</p><p>•CF – poder constituinte originário;</p><p>•TIDH – aprovados por procedimento especial;</p><p>•EC – poder constituinte derivado;</p><p>•Normas supralegais:</p><p>• TIDH – aprovados pelo procedimento ordinário;</p><p>• Normas infraconstitucionais:</p><p>• LC, LO, LD, MP, Resoluções e DL e TI sobre outras</p><p>matérias.</p><p>• Normas infralegais:</p><p>• Decretos Regulamentares, Portarias e Instruções</p><p>Normativas.</p><p>EMENDAS À CONSTITUIÇÃO</p><p>•Necessidade de emenda:</p><p>•Constituição é uma norma aberta;</p><p>•Texto desatualiza.</p><p>•Limites: núcleo essencial:</p><p>•Expressos;</p><p>•Implícitos.</p><p>EMENDAS À CONSTITUIÇÃO</p><p>•Expressos:</p><p>•Materiais (cláusulas pétreas – art. 60, § 4º: art. 5º, art. 150</p><p>etc. CF);</p><p>•Circunstanciais (art. 60, § 1.º, CF);</p><p>• Formais ou procedimentais:</p><p>• Iniciativa (art. 60, I, II e III, CF) – 1/3 dep/senad; Pres. Rep.,</p><p>1/2 UF;</p><p>• Discussão e votação (art. 60, § 2º, CF) – 3/5 votos; votada</p><p>duas vezes em cada casa;</p><p>• Promulgação e publicação – mesas da Câmara e do Senado</p><p>(art. 60, § 3º, CF);</p><p>• Temporais: rejeição, nova proposta somente na próxima</p><p>sessão legislativa (art. 60, § 5º, CF).</p><p>EMENDAS À CONSTITUIÇÃO</p><p>Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta:</p><p>I - de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou do Senado</p><p>Federal;</p><p>II - do Presidente da República;</p><p>III - de mais da metade das Assembléias Legislativas das unidades da Federação,</p><p>manifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa de seus membros.</p><p>§ 1º A Constituição não poderá ser emendada na vigência de intervenção federal, de</p><p>estado de defesa ou de estado de sítio.</p><p>§ 2º A proposta será discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacional, em dois</p><p>turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, três quintos dos votos dos</p><p>respectivos membros.</p><p>§ 3º A emenda à Constituição será promulgada pelas Mesas da Câmara dos</p><p>Deputados e do Senado Federal, com o respectivo número de ordem. [...]</p><p>§ 5º A matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou havida por prejudicada não</p><p>pode ser objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa.</p><p>EMENDAS À CONSTITUIÇÃO</p><p>Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta:</p><p>[...]</p><p>§ 4º Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a</p><p>abolir:</p><p>I - a forma federativa de Estado;</p><p>II - o voto direto, secreto, universal e periódico;</p><p>III - a separação dos Poderes;</p><p>IV - os direitos e garantias individuais.</p><p>§ 5º A matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou havida por</p><p>prejudicada não pode ser objeto de nova proposta na mesma sessão</p><p>legislativa.</p><p>EMENDAS À CONSTITUIÇÃO</p><p>Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao</p><p>contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal</p><p>e aos Municípios: [...]</p><p>III - cobrar tributos:</p><p>a) em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da</p><p>vigência da lei que os houver instituído ou aumentado;</p><p>b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada</p><p>a lei que os instituiu ou aumentou;</p><p>c) antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido</p><p>publicada a lei que os instituiu ou aumentou, observado o</p><p>disposto na alínea b; [...]</p><p>EMENDAS À CONSTITUIÇÃO</p><p>•Implícitos:</p><p>•Proibição de supressão dos limites</p><p>expressos;</p><p>•Proibição de alterar o titular do poder</p><p>de emenda.</p><p>LEIS COMPLEMENTARES</p><p>• Iniciativa (art. 61, caput, CF) – igual a Lei Ordinária:</p><p>• Deputados federais e Senadores, Comissões Parlamentares,</p><p>Presidente da República, Supremo Tribunal Federal, Tribunais</p><p>Superiores, Procurador-Geral da República e cidadãos (iniciativa</p><p>popular);</p><p>•Discussão e votação (art. 65 e 69, CF);</p><p>• Sanção e veto (art. 66 e 67, CF);</p><p>• Promulgação e publicação (66, § 7º, CF).</p><p>•Diferença em relação à Lei Ordinária:</p><p>• Material: art. 7º, I; 14, § 9º; 18, § 2º, 3º, 4º; 21, IV; 22, § único;</p><p>40, § 4º etc, CF;</p><p>• Formal: quórum para a aprovação – LC (art. 69, CF) e LO (art.</p><p>47, CF).</p><p>LEIS COMPLEMENTARES</p><p>Art. 61. A iniciativa das leis complementares e ordinárias cabe a qualquer membro ou</p><p>Comissão da Câmara dos Deputados, do Senado Federal ou do Congresso Nacional, ao</p><p>Presidente da República, ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores, ao</p><p>Procurador-Geral da República e aos cidadãos, na forma e nos casos previstos nesta</p><p>Constituição.</p><p>§ 1º São de iniciativa privativa do Presidente da República as leis que:</p><p>I - fixem ou modifiquem os efetivos das Forças Armadas;</p><p>II - disponham sobre:</p><p>a) criação de cargos, funções ou empregos públicos na administração direta e autárquica</p><p>ou aumento de sua remuneração;</p><p>b) organização administrativa e judiciária, matéria tributária e orçamentária, serviços</p><p>públicos e pessoal da administração dos Territórios;</p><p>c) servidores públicos da União e Territórios, seu regime jurídico, provimento de</p><p>cargos, estabilidade e aposentadoria;</p><p>LEIS COMPLEMENTARES</p><p>d) organização do Ministério Público e da Defensoria Pública da União, bem como</p><p>normas gerais para</p><p>a organização do Ministério Público e da Defensoria Pública dos</p><p>Estados, do Distrito Federal e dos Territórios;</p><p>e) criação, estruturação e atribuições dos Ministérios e órgãos da administração</p><p>pública;</p><p>e) criação e extinção de Ministérios e órgãos da administração pública, observado o</p><p>disposto no art. 84, VI;</p><p>f) militares das Forças Armadas, seu regime jurídico, provimento de cargos,</p><p>promoções, estabilidade, remuneração, reforma e transferência para a reserva.</p><p>§ 2º A iniciativa popular pode ser exercida pela apresentação à Câmara dos</p><p>Deputados de projeto de lei subscrito por, no mínimo, um por cento do eleitorado</p><p>nacional, distribuído pelo menos por cinco Estados, com não menos de três décimos</p><p>por cento dos eleitores de cada um deles.</p><p>LEIS COMPLEMENTARES</p><p>•Lei ordinária:</p><p>Art. 47. Salvo disposição constitucional em</p><p>contrário, as deliberações de cada Casa e de suas</p><p>Comissões serão tomadas por maioria dos</p><p>votos, presente a maioria absoluta de seus</p><p>membros.</p><p>•Lei Complementar:</p><p>Art. 69. As leis complementares serão aprovadas por</p><p>maioria absoluta.</p><p>LEIS ORDINÁRIAS</p><p>• Iniciativa (art. 61, caput, CF);</p><p>Art. 63. Não será admitido aumento da despesa prevista:</p><p>I - nos projetos de iniciativa exclusiva do Presidente da República,</p><p>ressalvado o disposto no art. 166, § 3º e § 4º (Alteração da Lei</p><p>Orçamentária);</p><p>II - nos projetos sobre organização dos serviços administrativos da</p><p>Câmara dos Deputados, do Senado Federal, dos Tribunais Federais e</p><p>do Ministério Público.</p><p>•Discussão e votação (art. 65 e 47, CF);</p><p>• Sanção e veto (art. 66 e 67, CF);</p><p>• Promulgação e publicação (66, § 7º, CF).</p><p>MEDIDAS PROVISÓRIAS</p><p>• Força de lei – ato administrativo (art. 62, caput, CF);</p><p>• Iniciativa – Presidente da República (art. 62, caput, CF);</p><p>• Pressupostos: urgência e relevância – Comissão Mista avalia (art.</p><p>62, caput e § § 5º e 9º, CF).</p><p>• Produz efeito a partir da edição;</p><p>Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República</p><p>poderá adotar medidas provisórias, com força de lei, devendo submetê-las</p><p>de imediato ao Congresso Nacional.[...]</p><p>§ 5º A deliberação de cada uma das Casas do Congresso Nacional sobre o</p><p>mérito das medidas provisórias dependerá de juízo prévio sobre o</p><p>atendimento de seus pressupostos constitucionais.</p><p>§ 9º Caberá à comissão mista de Deputados e Senadores examinar as</p><p>medidas provisórias e sobre elas emitir parecer, antes de serem apreciadas,</p><p>em sessão separada, pelo plenário de cada uma das Casas do Congresso</p><p>Nacional.</p><p>MEDIDAS PROVISÓRIAS</p><p>•Discussão e votação inicia pela Câmara dos</p><p>Deputados:</p><p>Art. 62, § 8º As medidas provisórias terão sua votação</p><p>iniciada na Câmara dos Deputados.</p><p>•A MP vale por 60 dias e pode ser prorrogada uma</p><p>vez por mais 60 dias – após 45º dia tranca a pauta.</p><p>•Prazo fica suspenso durante recesso.</p><p>MEDIDAS PROVISÓRIAS</p><p>Art. 60, § 3º As medidas provisórias, ressalvado o disposto nos §§ 11 e 12</p><p>perderão eficácia, desde a edição, se não forem convertidas em lei no</p><p>prazo de sessenta dias, prorrogável, nos termos do § 7º, uma vez por</p><p>igual período, devendo o Congresso Nacional disciplinar, por decreto</p><p>legislativo, as relações jurídicas delas decorrentes. [...]</p><p>§ 4º O prazo a que se refere o § 3º contar-se-á da publicação da medida</p><p>provisória, suspendendo-se durante os períodos de recesso do Congresso</p><p>Nacional. [...]</p><p>§ 6º Se a medida provisória não for apreciada em até quarenta e cinco</p><p>dias contados de sua publicação, entrará em regime de urgência,</p><p>subseqüentemente, em cada uma das Casas do Congresso Nacional,</p><p>ficando sobrestadas, até que se ultime a votação, todas as demais</p><p>deliberações legislativas da Casa em que estiver tramitando.</p><p>§ 7º Prorrogar-se-á uma única vez por igual período a vigência de</p><p>medida provisória que, no prazo de sessenta dias, contado de sua</p><p>publicação, não tiver a sua votação encerrada nas duas Casas do</p><p>Congresso Nacional.</p><p>MEDIDAS PROVISÓRIAS</p><p>• Limite material – vedações (art. 62, § 1º, CF):</p><p>Art. 61, § 1º, I - relativa a:</p><p>a) nacionalidade, cidadania, direitos políticos, partidos políticos e direito</p><p>eleitoral;</p><p>b) direito penal, processual penal e processual civil;</p><p>c) organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a carreira e</p><p>a garantia de seus membros;</p><p>d) planos plurianuais, diretrizes orçamentárias, orçamento e créditos</p><p>adicionais e suplementares, ressalvado o previsto no art. 167, § 3º;</p><p>II - que vise a detenção ou seqüestro de bens, de poupança popular ou</p><p>qualquer outro ativo financeiro;</p><p>III - reservada a lei complementar;</p><p>IV - já disciplinada em projeto de lei aprovado pelo Congresso Nacional</p><p>e pendente de sanção ou veto do Presidente da República.</p><p>MEDIDAS PROVISÓRIAS</p><p>•Sobre impostos (art. 62, § 2º, CF – da competência da</p><p>União deve observar o princípio da anterioridade</p><p>normal ou nonagesimal, exceto impostos de</p><p>Importação e Exportação, IPI, IOF e Extraordinário</p><p>por guerra).</p><p>•Anterioridade é contada a partir da aprovação da MP;</p><p>Art. 62, § 2º. Medida provisória que implique instituição</p><p>ou majoração de impostos, exceto os previstos nos arts.</p><p>153, I, II, IV, V, e 154, II, só produzirá efeitos no exercício</p><p>financeiro seguinte se houver sido convertida em lei até o</p><p>último dia daquele em que foi editada.</p><p>MEDIDAS PROVISÓRIAS</p><p>•Rejeitada a Medida Provisória, o Congresso</p><p>Nacional disciplina as relações jurídicas por</p><p>Decreto Legislativo em 60 dias (art. 62, § 3º ao</p><p>9º e 11º e 12º CF).</p><p>•Não feito o Decreto legislativo, continua</p><p>aplicando a MP às relações jurídicas criadas por</p><p>ela.</p><p>§ 11. Não editado o decreto legislativo a que se refere o § 3º</p><p>até sessenta dias após a rejeição ou perda de eficácia de</p><p>medida provisória, as relações jurídicas constituídas e</p><p>decorrentes de atos praticados durante sua vigência</p><p>conservar-se-ão por ela regidas.</p><p>MEDIDAS PROVISÓRIAS</p><p>• Rejeitada a MP, somente pode ser reeditada na sessão legislativa</p><p>seguinte (art. 62, § 10º, CF):</p><p>§ 10. É vedada a reedição, na mesma sessão legislativa, de medida</p><p>provisória que tenha sido rejeitada ou que tenha perdido sua eficácia por</p><p>decurso de prazo.</p><p>• Convertida a MP em lei com alteração no texto, segue para sanção</p><p>ou veto:</p><p>§ 12. Aprovado projeto de lei de conversão alterando o texto original da</p><p>medida provisória, esta manter-se-á integralmente em vigor até que seja</p><p>sancionado ou vetado o projeto.</p><p>• A Lei de Conversão aprovada é promulgada e publicada pelo</p><p>Presidente da República.</p><p>LEIS DELEGADAS</p><p>• Iniciativa - Presidente da República.</p><p>Art. 68. As leis delegadas serão elaboradas pelo Presidente da República,</p><p>que deverá solicitar a delegação ao Congresso Nacional.</p><p>• Conteúdo da delegação – limites materiais:</p><p>§ 1º Não serão objeto de delegação os atos de competência exclusiva do</p><p>Congresso Nacional, os de competência privativa da Câmara dos Deputados</p><p>ou do Senado Federal, a matéria reservada à lei complementar, nem a</p><p>legislação sobre:</p><p>I - organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a carreira e a</p><p>garantia de seus membros;</p><p>II - nacionalidade, cidadania, direitos individuais, políticos e eleitorais;</p><p>III - planos plurianuais, diretrizes orçamentárias e orçamentos.</p><p>LEIS DELEGADAS</p><p>•A forma de delegação é a Resolução do Congresso</p><p>Nacional (art. 68, CF) que deve especificar:</p><p>•Conteúdo da delegação – matéria que está sendo</p><p>delegada;</p><p>• Termos do exercício.</p><p>§ 2º A delegação ao Presidente da República terá a forma</p><p>de resolução do Congresso Nacional, que especificará</p><p>seu conteúdo e os termos de seu exercício.</p><p>LEIS DELEGADAS</p><p>• A resolução pode determinar a apreciação de projeto</p><p>pelo Congresso Nacional (art. 68, § 3º, CF);</p><p>• Caso não determine, ainda assim pode o Congresso</p><p>Nacional sustar a Lei Delegada (art. 49, V, CF);</p><p>Art. 68, § 3º Se a resolução determinar a apreciação do</p><p>projeto pelo Congresso Nacional, este a fará em votação</p><p>única, vedada qualquer emenda.</p><p>Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional:</p><p>V - sustar os atos normativos do Poder Executivo que</p><p>exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de</p><p>delegação legislativa;</p><p>LEIS DELEGADAS</p><p>•Sanção ou veto – não ocorre;</p><p>•Promulgação e publicação – Presidente da</p><p>República;</p><p>•A delegação perde seu valor após o fim da</p><p>legislatura que a concedeu.</p><p>DECRETOS LEGISLATIVOS E RESOLUÇÕES</p><p>• Decretos Legislativos:</p><p>• Iniciativa: regula matérias de competência do Congresso Nacional e</p><p>suas Casas;</p><p>• É espécie normativa que produz efeito externo (art. 62, § 3º, CF);</p><p>• Não depende de sanção ou veto;</p><p>• Discussão e votação: na Casa que o editou;</p><p>• Promulgação e publicação é feita pela própria Casa.</p><p>Art. 62, § 3º As medidas provisórias, ressalvado o disposto nos §§</p><p>11 e 12 perderão eficácia, desde a edição, se não forem convertidas</p><p>em lei no prazo de sessenta dias, prorrogável, nos termos do § 7º,</p><p>uma vez por igual período, devendo o Congresso Nacional</p><p>disciplinar, por decreto legislativo, as relações jurídicas delas</p><p>decorrentes.</p><p>DECRETOS LEGISLATIVOS E RESOLUÇÕES</p><p>•Resoluções Legislativas:</p><p>•Regula matérias de competência do Congresso Nacional e</p><p>de suas Casas;</p><p>• É espécie normativa que produz efeito interno (art. 68, §</p><p>2º, CF);</p><p>•Não depende de sanção ou veto;</p><p>•Discussão e votação: na Casa que o editou;</p><p>• Promulgação e publicação é feita pela própria Casa.</p><p>Art. 68, § 2º A delegação ao Presidente da República terá a</p><p>forma de resolução do Congresso Nacional, que especificará</p><p>seu conteúdo e os termos de seu exercício.</p><p>15 - PODER EXECUTIVO</p><p>PROF. RICARDO MUCIATO MARTINS</p><p>ATRIBUIÇÕES DO PODER EXECUTIVO</p><p>• Funções típicas:</p><p>• Administrativa:</p><p>• Chefe de Estado – relações internacionais; art. 84, 79, §</p><p>único e 88</p><p>• Chefe de Governo – chefia da administração e gerência dos</p><p>negócios políticos e administrativos internos da União.</p><p>• Funções atípicas:</p><p>• Jurisdicional;</p><p>• Legislativa.</p><p>ATRIBUIÇÕES DO PODER EXECUTIVO</p><p>• Atribuições – Art. 76. O Poder Executivo é exercido pelo Presidente da</p><p>República, auxiliado pelos Ministros de Estado:</p><p>• Presidente da República – art. 84, CF. Pode delegar competência – art.</p><p>84, § único, CF.</p><p>• Vice-Presidente – art. 79, § único, CF.</p><p>• Art. 79. Parágrafo único. O Vice-Presidente da República, além de</p><p>outras atribuições que lhe forem conferidas por lei complementar,</p><p>auxiliará o Presidente, sempre que por ele convocado para missões</p><p>especiais.</p><p>• Ministros de Estado – art. 87 e art. 88, CF.</p><p>ATRIBUIÇÕES DO PODER EXECUTIVO</p><p>Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:</p><p>I - nomear e exonerar os Ministros de Estado;</p><p>II - exercer, com o auxílio dos Ministros de Estado, a direção superior da</p><p>administração federal;</p><p>III - iniciar o processo legislativo, na forma e nos casos previstos nesta</p><p>Constituição;</p><p>IV - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir</p><p>decretos e regulamentos para sua fiel execução;</p><p>V - vetar projetos de lei, total ou parcialmente;</p><p>VI - dispor, mediante decreto, sobre:</p><p>a) organização e funcionamento da administração federal, quando</p><p>não implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos</p><p>públicos;</p><p>b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos;</p><p>ATRIBUIÇÕES DO PODER EXECUTIVO</p><p>VII - manter relações com Estados estrangeiros e acreditar seus</p><p>representantes diplomáticos;</p><p>VIII - celebrar tratados, convenções e atos internacionais, sujeitos a</p><p>referendo do Congresso Nacional;</p><p>IX - decretar o estado de defesa e o estado de sítio;</p><p>X - decretar e executar a intervenção federal;</p><p>XI - remeter mensagem e plano de governo ao Congresso Nacional por</p><p>ocasião da abertura da sessão legislativa, expondo a situação do País e</p><p>solicitando as providências que julgar necessárias;</p><p>XII - conceder indulto e comutar penas, com audiência, se necessário,</p><p>dos órgãos instituídos em lei;</p><p>XIII - exercer o comando supremo das Forças Armadas, nomear os</p><p>Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, promover seus</p><p>oficiais-generais e nomeá-los para os cargos que lhes são privativos;</p><p>ATRIBUIÇÕES DO PODER EXECUTIVO</p><p>XIV - nomear, após aprovação pelo Senado Federal, os Ministros do Supremo Tribunal</p><p>Federal e dos Tribunais Superiores, os Governadores de Territórios, o Procurador-Geral</p><p>da República, o presidente e os diretores do banco central e outros servidores, quando</p><p>determinado em lei;</p><p>XV - nomear, observado o disposto no art. 73, os Ministros do Tribunal de Contas da</p><p>União;</p><p>XVI - nomear os magistrados, nos casos previstos nesta Constituição, e o Advogado-</p><p>Geral da União;</p><p>XVII - nomear membros do Conselho da República, nos termos do art. 89, VII;</p><p>XVIII - convocar e presidir o Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional;</p><p>XIX - declarar guerra, no caso de agressão estrangeira, autorizado pelo Congresso</p><p>Nacional ou referendado por ele, quando ocorrida no intervalo das sessões legislativas, e,</p><p>nas mesmas condições, decretar, total ou parcialmente, a mobilização nacional;</p><p>XX - celebrar a paz, autorizado ou com o referendo do Congresso Nacional;</p><p>XXI - conferir condecorações e distinções honoríficas;</p><p>ATRIBUIÇÕES DO PODER EXECUTIVO</p><p>XXII - permitir, nos casos previstos em lei complementar, que forças</p><p>estrangeiras transitem pelo território nacional ou nele permaneçam</p><p>temporariamente;</p><p>XXIII - enviar ao Congresso Nacional o plano plurianual, o projeto de lei de</p><p>diretrizes orçamentárias e as propostas de orçamento previstos nesta</p><p>Constituição;</p><p>XXIV - prestar, anualmente, ao Congresso Nacional, dentro de sessenta dias</p><p>após a abertura da sessão legislativa, as contas referentes ao exercício anterior;</p><p>XXV - prover e extinguir os cargos públicos federais, na forma da lei;</p><p>XXVI - editar medidas provisórias com força de lei, nos termos do art. 62;</p><p>XXVII - exercer outras atribuições previstas nesta Constituição.</p><p>Parágrafo único. O Presidente da República poderá delegar as atribuições</p><p>mencionadas nos incisos VI, XII e XXV, primeira parte, aos Ministros de</p><p>Estado, ao Procurador-Geral da República ou ao Advogado-Geral da União, que</p><p>observarão os limites traçados nas respectivas delegações.</p><p>ATRIBUIÇÕES DO PODER EXECUTIVO</p><p>Art. 87. Os Ministros de Estado serão escolhidos dentre brasileiros maiores de vinte e</p><p>um anos e no exercício dos direitos políticos.</p><p>Parágrafo único. Compete ao Ministro de Estado, além de outras atribuições</p><p>estabelecidas nesta Constituição e na lei:</p><p>I - exercer a orientação, coordenação e supervisão dos órgãos e entidades da administração</p><p>federal na área de sua competência e referendar os atos e decretos assinados pelo</p><p>Presidente da República;</p><p>II - expedir instruções para a execução das leis, decretos e regulamentos;</p><p>III - apresentar ao Presidente da República relatório anual de sua gestão no Ministério;</p><p>IV - praticar os atos pertinentes às atribuições que lhe forem outorgadas ou delegadas pelo</p><p>Presidente da República.</p><p>Art. 88. A lei disporá sobre a criação e extinção de Ministérios e órgãos da administração</p><p>pública.</p><p>PRESIDENCIALISMO BRASILEIRO</p><p>• Características:</p><p>• Jurídicas:</p><p>• Separação de poderes;</p><p>• Chefia do Estado e do Governo reunidas;</p><p>• Independência do Executivo e Legislativo.</p><p>PRESIDENCIALISMO BRASILEIRO</p><p>• Características:</p><p>• Políticas (segundo José Afonso da Silva):</p><p>• Predominância do Presidente da República;</p><p>• Descrédito no Poder Legislativo (subserviente ou corrupto);</p><p>• Interferência crescente do governo nas áreas social, econômica e</p><p>segurança pública;</p><p>• Regime de “ditadura” branca (Poder Judiciário ou Forças Armadas,</p><p>eventualmente interferem).</p><p>RESPONSABILIDADE DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA</p><p>• Democracia exige governo responsável.</p><p>• Crime comum:</p><p>• Relação com as funções de Presidente da República.</p><p>Julgamento no STF;</p><p>• Não possui relação com as funções – aguarda o término do</p><p>mandato. Suspende a prescrição.</p><p>RESPONSABILIDADE DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA</p><p>• Democracia exige governo responsável.</p><p>• Crime de responsabilidade – atentam contra a CF. Julgamento</p><p>no Senado:</p><p>• Infrações políticas (art. 85, caput, I ao IV, CF);</p><p>• Infrações funcionais (art. 85, V ao VII, CF).Art. 85, Parágrafo único.</p><p>Esses crimes serão definidos em lei especial, que estabelecerá as</p><p>normas de processo e julgamento.</p><p>• Aplica a Lei</p><p>n. 1.079/1950, com interpretação do STF, ADPF 378 MC/DF,</p><p>disponível em:</p><p>http://portal.stf.jus.br/processos/downloadPeca.asp?id=308870644&ext=.pdf.</p><p>RESPONSABILIDADE DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA</p><p>Art. 85. São crimes de responsabilidade os atos do Presidente da República que atentem</p><p>contra a Constituição Federal e, especialmente, contra:</p><p>I - a existência da União;</p><p>II - o livre exercício do Poder Legislativo, do Poder Judiciário, do Ministério Público</p><p>e dos Poderes constitucionais das unidades da Federação;</p><p>III - o exercício dos direitos políticos, individuais e sociais;</p><p>IV - a segurança interna do País;</p><p>V - a probidade na administração;</p><p>VI - a lei orçamentária;</p><p>VII - o cumprimento das leis e das decisões judiciais.</p><p>Parágrafo único. Esses crimes serão definidos em lei especial, que estabelecerá as normas</p><p>de processo e julgamento.</p><p>RESPONSABILIDADE DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA</p><p>• Juízo de admissibilidade do processo:</p><p>• Notícia do crime é apresentada na Câmara dos Deputados.</p><p>• Presidente da Câmara dos Deputados faz uma primeira avaliação das</p><p>notícias de crime.</p><p>• Comissão analisa gravidade dos fatos e valor das provas (artigo 51, I e</p><p>86, CF).</p><p>• Câmara dos Deputados julga em plenário, garantido o devido</p><p>processo legal, ampla defesa e contraditório:</p><p>• Improcedente (arquiva);</p><p>• Procedente (autoriza o processo por 2/3 votos). Crime comum: STF;</p><p>Crime de responsabilidade: Senado.</p><p>RESPONSABILIDADE DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA</p><p>Art. 51. Compete privativamente à Câmara dos Deputados:</p><p>I - autorizar, por dois terços de seus membros, a instauração de processo</p><p>contra o Presidente e o Vice-Presidente da República e os Ministros de</p><p>Estado;</p><p>Art. 86. Admitida a acusação contra o Presidente da República, por dois</p><p>terços da Câmara dos Deputados, será ele submetido a julgamento perante</p><p>o Supremo Tribunal Federal, nas infrações penais comuns, ou perante o</p><p>Senado Federal, nos crimes de responsabilidade.</p><p>RESPONSABILIDADE DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA</p><p>• Crime comum: STF recebe autorização para o processo.</p><p>• Crime comum que tenha relação com o mandato, envia ao</p><p>Ministério Público. Procurador Geral da República:</p><p>• Pede arquivamento;</p><p>• Novas investigações;</p><p>• Aguardar provocação da vítima - representação;</p><p>• Ação penal privada: queixa-crime;</p><p>• Oferece denúncia.</p><p>RESPONSABILIDADE DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA</p><p>• STF recebe a denúncia ou queixa-crime e Presidente da</p><p>República é suspenso por até 180 dias.</p><p>• Instrução processual, com a garantia do devido processo</p><p>legal, ampla defesa e contraditório.</p><p>• Julgamento ocorre em plenário do STF:</p><p>• Absolvição – arquiva processo;</p><p>• Condenação – aplica a pena prevista em lei, inclusive prisão.</p><p>• Perda do cargo ocorre como consequência da condenação – art. 15,</p><p>III, CF.</p><p>RESPONSABILIDADE DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA</p><p>Art. 86, § 1º. O Presidente ficará suspenso de suas funções:</p><p>I - nas infrações penais comuns, se recebida a denúncia ou queixa-crime</p><p>pelo Supremo Tribunal Federal;</p><p>§ 2º Se, decorrido o prazo de cento e oitenta dias, o julgamento não estiver</p><p>concluído, cessará o afastamento do Presidente, sem prejuízo do regular</p><p>prosseguimento do processo.</p><p>§ 3º Enquanto não sobrevier sentença condenatória, nas infrações</p><p>comuns, o Presidente da República não estará sujeito a prisão.</p><p>§ 4º O Presidente da República, na vigência de seu mandato, não pode ser</p><p>responsabilizado por atos estranhos ao exercício de suas funções.</p><p>RESPONSABILIDADE DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA</p><p>• Crime de Responsabilidade: processo e julgamento no Senado.</p><p>• Senado não é mais obrigado a instaurar processo – STF.</p><p>• Instaurado o processo no Senado, o Presidente da República é</p><p>suspenso por até 180 dias.</p><p>• Comissão Parlamentar Processante investiga e elabora relatório</p><p>pedindo a procedência ou improcedência do processo.</p><p>• É garantido o devido processo legal, ampla defesa e contraditório.</p><p>• O processo ocorre no Senado e é presidido pelo Presidente do</p><p>STF.</p><p>RESPONSABILIDADE DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA</p><p>• O julgamento ocorre no plenário do Senado:</p><p>• Absolvição: processo é arquivado.</p><p>• Condenação depende de 2/3 dos votos – art. 52, § único,</p><p>CF.</p><p>• Pena: perda do mandato e inabilitação para o exercício de</p><p>função pública por 8 anos. Vota-se separadamente.</p><p>RESPONSABILIDADE DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA</p><p>Art. 86, § 1º. O Presidente ficará suspenso de suas funções:</p><p>II - nos crimes de responsabilidade, após a instauração do processo pelo Senado</p><p>Federal.</p><p>Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal:</p><p>I - processar e julgar o Presidente e o Vice-Presidente da República nos crimes de</p><p>responsabilidade, bem como os Ministros de Estado e os Comandantes da Marinha, do</p><p>Exército e da Aeronáutica nos crimes da mesma natureza conexos com aqueles;</p><p>Parágrafo único. Nos casos previstos nos incisos I e II, funcionará como Presidente o</p><p>do Supremo Tribunal Federal, limitando-se a condenação, que somente será proferida</p><p>por dois terços dos votos do Senado Federal, à perda do cargo, com inabilitação, por</p><p>oito anos, para o exercício de função pública, sem prejuízo das demais sanções judiciais</p><p>cabíveis.</p><p>ELEIÇÃO DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA</p><p>• Eleição:</p><p>Art. 77. A eleição do Presidente e do Vice-Presidente da República</p><p>realizar-se-á, simultaneamente, no primeiro domingo de outubro, em</p><p>primeiro turno, e no último domingo de outubro, em segundo turno, se</p><p>houver, do ano anterior ao do término do mandato presidencial vigente.</p><p>§ 1º A eleição do Presidente da República importará a do Vice-Presidente</p><p>com ele registrado.</p><p>ELEIÇÃO DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA</p><p>• Eleição:</p><p>§ 2º Será considerado eleito Presidente o candidato que, registrado por partido</p><p>político, obtiver a maioria absoluta de votos, não computados os em branco e os</p><p>nulos.</p><p>§ 4º Se, antes de realizado o segundo turno, ocorrer morte, desistência ou</p><p>impedimento legal de candidato, convocar-se-á, dentre os remanescentes, o de</p><p>maior votação.</p><p>§ 5º Se, na hipótese dos parágrafos anteriores, remanescer, em segundo lugar, mais</p><p>de um candidato com a mesma votação, qualificar-se-á o mais idoso.</p><p>Art. 82. O mandato do Presidente da República é de quatro anos e terá início em</p><p>primeiro de janeiro do ano seguinte ao da sua eleição.</p><p>POSSE DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA</p><p>• Posse:</p><p>Art. 78. O Presidente e o Vice-Presidente da República tomarão posse em</p><p>sessão do Congresso Nacional, prestando o compromisso de manter,</p><p>defender e cumprir a Constituição, observar as leis, promover o bem</p><p>geral do povo brasileiro, sustentar a união, a integridade e a</p><p>independência do Brasil.</p><p>IMPEDIMENTO E VACÂNCIA</p><p>• Impedimento e vacância (art. 79 ao 81, CF):</p><p>• Impedimento é momentâneo e o Presidente da República retorna ao</p><p>cargo. Ocorre substituição.</p><p>• Vacância é definitiva e o Presidente da República não retornará ao</p><p>cargo. Ocorre sucessão.</p><p>IMPEDIMENTO E VACÂNCIA</p><p>• Impedimento:</p><p>• Ocorre a substituição do Presidente da República.</p><p>Art. 79. Substituirá o Presidente, no caso de impedimento, e suceder-lhe-</p><p>á, no de vaga, o Vice-Presidente.</p><p>Art. 80. Em caso de impedimento do Presidente e do Vice-Presidente, ou</p><p>vacância dos respectivos cargos, serão sucessivamente chamados ao</p><p>exercício da Presidência o Presidente da Câmara dos Deputados, o do</p><p>Senado Federal e o do Supremo Tribunal Federal.</p><p>IMPEDIMENTO E VACÂNCIA</p><p>• Vacância:</p><p>• Ocorre a sucessão do Presidente da República, pelo Vice-</p><p>Presidente da República: Art. 79. Substituirá o Presidente, no</p><p>caso de impedimento, e suceder-lhe-á, no de vaga, o Vice-</p><p>Presidente.</p><p>IMPEDIMENTO E VACÂNCIA</p><p>Art. 77, Parágrafo único. Se, decorridos dez dias da data fixada para a</p><p>posse, o Presidente ou o Vice-Presidente, salvo motivo de força maior, não</p><p>tiver assumido o cargo, este será declarado vago.</p><p>Art. 83. O Presidente e o Vice-Presidente da República não poderão, sem</p><p>licença do Congresso Nacional, ausentar-se do País por período superior</p><p>a quinze dias, sob pena de perda do cargo.</p><p>Art. 52. Parágrafo único. Nos casos previstos nos incisos</p><p>I e II, funcionará</p><p>como Presidente o do Supremo Tribunal Federal, limitando-se a</p><p>condenação, que somente será proferida por dois terços dos votos do</p><p>Senado Federal, à perda do cargo, com inabilitação, por oito anos, para o</p><p>exercício de função pública, sem prejuízo das demais sanções judiciais</p><p>cabíveis.</p><p>IMPEDIMENTO E VACÂNCIA</p><p>• Em caso de vacância dos cargos de Presidente e Vice-</p><p>Presidente:</p><p>• O cargo será ocupado por aqueles que podem substituir o</p><p>Presidente da República, mas apenas para convocar novas</p><p>eleições.</p><p>• Presidente da Câmara, do Senado e do Presidente do STF, não</p><p>possuem legibilidade para suceder ao cargo.</p><p>• A última vaga pode ocorrer:</p><p>• Nos 2 primeiros anos de mandato e a eleição será direta, em 90 dias.</p><p>• Nos 2 últimos anos e a eleição será indireta no Congresso Nacional, em</p><p>30 dias.</p><p>IMPEDIMENTO E VACÂNCIA</p><p>• Última vaga nos 2 primeiros anos de mandato:</p><p>Art. 81. Vagando os cargos de Presidente e Vice-Presidente da</p><p>República, far-se-á eleição noventa dias depois de aberta a</p><p>última vaga.</p><p>Art. 77, § 3º. Se nenhum candidato alcançar maioria absoluta na</p><p>primeira votação, far-se-á nova eleição em até vinte dias após a</p><p>proclamação do resultado, concorrendo os dois candidatos mais</p><p>votados e considerando-se eleito aquele que obtiver a maioria dos</p><p>votos válidos.</p><p>IMPEDIMENTO E VACÂNCIA</p><p>• Última vaga nos 2 últimos anos de mandato:</p><p>Art. 81. § 1º Ocorrendo a vacância nos últimos dois anos do</p><p>período presidencial, a eleição para ambos os cargos será feita</p><p>trinta dias depois da última vaga, pelo Congresso Nacional, na</p><p>forma da lei.</p><p>§ 2º Em qualquer dos casos, os eleitos deverão completar o</p><p>período de seus antecessores.</p><p>CONSELHO DA REPÚBLICA E CONSELHO DE DEFESA</p><p>NACIONAL</p><p>• Conselho da República:</p><p>• Composição:</p><p>Art. 89. O Conselho da República é órgão superior de consulta do</p><p>Presidente da República, e dele participam:</p><p>I - o Vice-Presidente da República;</p><p>II - o Presidente da Câmara dos Deputados;</p><p>III - o Presidente do Senado Federal;</p><p>CONSELHO DA REPÚBLICA E CONSELHO DE DEFESA</p><p>NACIONAL</p><p>IV - os líderes da maioria e da minoria na Câmara dos Deputados;</p><p>V - os líderes da maioria e da minoria no Senado Federal;</p><p>VI - o Ministro da Justiça;</p><p>VII - seis cidadãos brasileiros natos, com mais de trinta e cinco anos de</p><p>idade, sendo dois nomeados pelo Presidente da República, dois eleitos</p><p>pelo Senado Federal e dois eleitos pela Câmara dos Deputados, todos com</p><p>mandato de três anos, vedada a recondução.</p><p>Art. 90. § 1º O Presidente da República poderá convocar Ministro de</p><p>Estado para participar da reunião do Conselho, quando constar da pauta</p><p>questão relacionada com o respectivo Ministério.</p><p>CONSELHO DA REPÚBLICA E CONSELHO DE DEFESA</p><p>NACIONAL</p><p>• Situação em que deve se manifestar:</p><p>Art. 90. Compete ao Conselho da República pronunciar-se sobre:</p><p>I - intervenção federal, estado de defesa e estado de sítio;</p><p>II - as questões relevantes para a estabilidade das instituições democráticas.</p><p>Art. 90. § 2º. A lei regulará a organização e o funcionamento do Conselho</p><p>da República.</p><p>CONSELHO DA REPÚBLICA E CONSELHO DE DEFESA</p><p>NACIONAL</p><p>• Conselho da Defesa Nacional:</p><p>• Composição:</p><p>Art. 91. O Conselho de Defesa Nacional é órgão de consulta do Presidente da República</p><p>nos assuntos relacionados com a soberania nacional e a defesa do Estado democrático, e</p><p>dele participam como membros natos:</p><p>I - o Vice-Presidente da República;</p><p>II - o Presidente da Câmara dos Deputados;</p><p>III - o Presidente do Senado Federal;</p><p>IV - o Ministro da Justiça;</p><p>V - o Ministro de Estado da Defesa;</p><p>VI - o Ministro das Relações Exteriores;</p><p>VII - o Ministro do Planejamento.</p><p>VIII - os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica.</p><p>CONSELHO DA REPÚBLICA E CONSELHO DE DEFESA</p><p>NACIONAL</p><p>• Conselho da Defesa Nacional:</p><p>• Situação em que deve se manifestar:</p><p>Art. 91. O Conselho de Defesa Nacional é órgão de consulta do</p><p>Presidente da República nos assuntos relacionados com a</p><p>soberania nacional e a defesa do Estado democrático, e dele</p><p>participam como membros natos:</p><p>§ 1º Compete ao Conselho de Defesa Nacional:</p><p>CONSELHO DA REPÚBLICA E CONSELHO DE DEFESA</p><p>NACIONAL</p><p>I - opinar nas hipóteses de declaração de guerra e de celebração da paz, nos</p><p>termos desta Constituição;</p><p>II - opinar sobre a decretação do estado de defesa, do estado de sítio e da</p><p>intervenção federal;</p><p>III - propor os critérios e condições de utilização de áreas indispensáveis à</p><p>segurança do território nacional e opinar sobre seu efetivo uso, especialmente na</p><p>faixa de fronteira e nas relacionadas com a preservação e a exploração dos</p><p>recursos naturais de qualquer tipo;</p><p>IV - estudar, propor e acompanhar o desenvolvimento de iniciativas necessárias a</p><p>garantir a independência nacional e a defesa do Estado democrático.</p><p>§ 2º A lei regulará a organização e o funcionamento do Conselho de Defesa</p><p>Nacional.</p><p>16 - PODER JUDICIÁRIO</p><p>PROF. RICARDO MUCIATO MARTINS</p><p>FUNÇÃO JURISDICIONAL</p><p>• Típica:</p><p>• Jurisdicional.</p><p>• Atípica:</p><p>• Administrativa;</p><p>• Legislativa.</p><p>ESTRUTURA DO PODER JUDICIÁRIO</p><p>• Escolha dos membros dos Tribunais:</p><p>• CNJ – art. 103-B, CF</p><p>• STF – art. 101, CF;</p><p>• STJ – art. 104, CF;</p><p>• TST – art. 111-A, CF;</p><p>• TSE – art. 119, CF;</p><p>• STM – art. 123, CF;</p><p>• TRF – art. 107 e 94, CF;</p><p>• TRT – art. 115, CF</p><p>• TRE – art. 120, § 1º, CF</p><p>• Tribunais de Justiça estaduais –</p><p>art. 94, CF;</p><p>• Juízes do Trabalho – art. 116, CF;</p><p>• Juizados Especiais – art. 98, CF.</p><p>FUNÇÃO JURISDICIONAL: ESCOLHA DOS MEMBROS</p><p>Art. 101. O Supremo Tribunal Federal compõe-se de onze</p><p>Ministros, escolhidos dentre cidadãos com mais de trinta e cinco</p><p>e menos de sessenta e cinco anos de idade, de notável saber</p><p>jurídico e reputação ilibada.</p><p>Parágrafo único. Os Ministros do Supremo Tribunal Federal</p><p>serão nomeados pelo Presidente da República, depois de</p><p>aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal.</p><p>FUNÇÃO JURISDICIONAL: ESCOLHA DOS MEMBROS</p><p>Art. 104. O Superior Tribunal de Justiça compõe-se de, no mínimo, trinta e três</p><p>Ministros.</p><p>Parágrafo único. Os Ministros do Superior Tribunal de Justiça serão nomeados pelo</p><p>Presidente da República, dentre brasileiros com mais de trinta e cinco e menos de</p><p>sessenta e cinco anos, de notável saber jurídico e reputação ilibada, depois de aprovada</p><p>a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal, sendo:</p><p>I - um terço dentre juízes dos Tribunais Regionais Federais e um terço dentre</p><p>desembargadores dos Tribunais de Justiça, indicados em lista tríplice elaborada pelo</p><p>próprio Tribunal;</p><p>II - um terço, em partes iguais, dentre advogados e membros do Ministério Público</p><p>Federal, Estadual, do Distrito Federal e Territórios, alternadamente, indicados na forma</p><p>do art. 94.</p><p>FUNÇÃO JURISDICIONAL: ESCOLHA DOS MEMBROS</p><p>Art. 119. O Tribunal Superior Eleitoral compor-se-á, no mínimo, de sete</p><p>membros, escolhidos:</p><p>I - mediante eleição, pelo voto secreto:</p><p>a) três juízes dentre os Ministros do Supremo Tribunal Federal;</p><p>b) dois juízes dentre os Ministros do Superior Tribunal de Justiça;</p><p>II - por nomeação do Presidente da República, dois juízes dentre seis</p><p>advogados de notável saber jurídico e idoneidade moral, indicados pelo</p><p>Supremo Tribunal Federal.</p><p>Parágrafo único. O Tribunal Superior Eleitoral elegerá seu Presidente e o</p><p>Vice-Presidente dentre os Ministros do Supremo Tribunal Federal, e o</p><p>Corregedor Eleitoral dentre os Ministros do Superior Tribunal de Justiça.</p><p>FUNÇÃO JURISDICIONAL: COMPETÊNCIA ORIGINÁRIA</p><p>• Competência originária:</p><p>• Conselho Nacional de Justiça – art. 103-B, § 4º CF</p><p>• STF – art. 102, I CF;</p><p>• STJ – art. 105, I CF;</p><p>• Justiça do Trabalho – art. 114, CF;</p><p>• Justiça Eleitoral – art. 121, CF;</p><p>• Justiça Militar – art. 124, CF;</p><p>• TRF – art. 108, I CF;</p><p>• Juízes federais – 109, CF.</p><p>FUNÇÃO JURISDICIONAL: COMPETÊNCIA ORIGINÁRIA</p><p>Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição,</p><p>cabendo-lhe:</p><p>I - processar e julgar, originariamente:</p><p>a) a ação direta de inconstitucionalidade de lei</p><p>ou ato normativo federal ou estadual e a ação</p><p>declaratória de constitucionalidade de lei ou ato normativo federal;</p><p>b) nas infrações penais comuns, o Presidente da República, o Vice-Presidente, os membros do</p><p>Congresso Nacional, seus próprios Ministros e o Procurador-Geral da República;</p><p>c) nas infrações penais comuns e nos crimes de responsabilidade, os Ministros de Estado e</p><p>os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, ressalvado o disposto no art. 52, I,</p><p>os membros dos Tribunais Superiores, os do Tribunal de Contas da União e os chefes de missão</p><p>diplomática de caráter permanente;</p><p>d) o habeas corpus , sendo paciente qualquer das pessoas referidas nas alíneas anteriores; o</p><p>mandado de segurança e o habeas data contra atos do Presidente da República, das Mesas da</p><p>Câmara dos Deputados e do Senado Federal, do Tribunal de Contas da União, do Procurador-</p><p>Geral da República e do próprio Supremo Tribunal Federal;</p><p>FUNÇÃO JURISDICIONAL: COMPETÊNCIA ORIGINÁRIA</p><p>e) o litígio entre Estado estrangeiro ou organismo internacional e a União, o</p><p>Estado, o Distrito Federal ou o Território;</p><p>f) as causas e os conflitos entre a União e os Estados, a União e o Distrito Federal,</p><p>ou entre uns e outros, inclusive as respectivas entidades da administração indireta;</p><p>g) a extradição solicitada por Estado estrangeiro;</p><p>h) Revogado EC 45/2004;</p><p>i) o habeas corpus , quando o coator for Tribunal Superior ou quando o coator ou o</p><p>paciente for autoridade ou funcionário cujos atos estejam sujeitos diretamente à</p><p>jurisdição do Supremo Tribunal Federal, ou se trate de crime sujeito à mesma</p><p>jurisdição em uma única instância;</p><p>j) a revisão criminal e a ação rescisória de seus julgados;</p><p>l) a reclamação para a preservação de sua competência e garantia da autoridade de</p><p>suas decisões;</p><p>FUNÇÃO JURISDICIONAL: COMPETÊNCIA ORIGINÁRIA</p><p>m) a execução de sentença nas causas de sua competência originária, facultada a</p><p>delegação de atribuições para a prática de atos processuais;</p><p>n) a ação em que todos os membros da magistratura sejam direta ou indiretamente</p><p>interessados, e aquela em que mais da metade dos membros do tribunal de origem</p><p>estejam impedidos ou sejam direta ou indiretamente interessados;</p><p>o) os conflitos de competência entre o Superior Tribunal de Justiça e quaisquer</p><p>tribunais, entre Tribunais Superiores, ou entre estes e qualquer outro tribunal;</p><p>p) o pedido de medida cautelar das ações diretas de inconstitucionalidade;</p><p>q) o mandado de injunção, quando a elaboração da norma regulamentadora for</p><p>atribuição do Presidente da República, do Congresso Nacional, da Câmara dos</p><p>Deputados, do Senado Federal, das Mesas de uma dessas Casas Legislativas, do</p><p>Tribunal de Contas da União, de um dos Tribunais Superiores, ou do próprio Supremo</p><p>Tribunal Federal;</p><p>r) as ações contra o Conselho Nacional de Justiça e contra o Conselho Nacional do</p><p>Ministério Público.</p><p>FUNÇÃO JURISDICIONAL: COMPETÊNCIA ORIGINÁRIA</p><p>Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça:</p><p>I - processar e julgar, originariamente:</p><p>a) nos crimes comuns, os Governadores dos Estados e do Distrito Federal, e, nestes e</p><p>nos de responsabilidade, os desembargadores dos Tribunais de Justiça dos Estados</p><p>e do Distrito Federal, os membros dos Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito</p><p>Federal, os dos Tribunais Regionais Federais, dos Tribunais Regionais Eleitorais e</p><p>do Trabalho, os membros dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos Municípios e</p><p>os do Ministério Público da União que oficiem perante tribunais;</p><p>b) os mandados de segurança e os habeas data contra ato de Ministro de Estado, dos</p><p>Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica ou do próprio Tribunal;</p><p>c) os habeas corpus , quando o coator ou paciente for qualquer das pessoas</p><p>mencionadas na alínea "a", ou quando o coator for tribunal sujeito à sua jurisdição,</p><p>Ministro de Estado ou Comandante da Marinha, do Exército ou da Aeronáutica,</p><p>ressalvada a competência da Justiça Eleitoral;</p><p>FUNÇÃO JURISDICIONAL: COMPETÊNCIA ORIGINÁRIA</p><p>d) os conflitos de competência entre quaisquer tribunais, ressalvado o disposto no</p><p>art. 102, I, "o", bem como entre tribunal e juízes a ele não vinculados e entre juízes</p><p>vinculados a tribunais diversos;</p><p>e) as revisões criminais e as ações rescisórias de seus julgados;</p><p>f) a reclamação para a preservação de sua competência e garantia da autoridade de</p><p>suas decisões;</p><p>g) os conflitos de atribuições entre autoridades administrativas e judiciárias da União,</p><p>ou entre autoridades judiciárias de um Estado e administrativas de outro ou do Distrito</p><p>Federal, ou entre as deste e da União;</p><p>h) o mandado de injunção, quando a elaboração da norma regulamentadora for</p><p>atribuição de órgão, entidade ou autoridade federal, da administração direta ou indireta,</p><p>excetuados os casos de competência do Supremo Tribunal Federal e dos órgãos da</p><p>Justiça Militar, da Justiça Eleitoral, da Justiça do Trabalho e da Justiça Federal;</p><p>i) a homologação de sentenças estrangeiras e a concessão de exequatur às cartas</p><p>rogatórias;</p><p>FUNÇÃO JURISDICIONAL: COMPETÊNCIA RECURSAL</p><p>• Competência recursal:</p><p>• STF – art. 102, II e III, CF;</p><p>• STJ – art. 105, II e III CF;</p><p>• TRF – art. 108, II CF.</p><p>FUNÇÃO JURISDICIONAL: COMPETÊNCIA RECURSAL</p><p>Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da</p><p>Constituição, cabendo-lhe:</p><p>II - julgar, em recurso ordinário:</p><p>a) o habeas corpus , o mandado de segurança, o habeas data e o mandado de injunção</p><p>decididos em única instância pelos Tribunais Superiores, se denegatória a decisão;</p><p>b) o crime político;</p><p>III - julgar, mediante recurso extraordinário, as causas decididas em única ou última</p><p>instância, quando a decisão recorrida:</p><p>a) contrariar dispositivo desta Constituição;</p><p>b) declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal;</p><p>c) julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face desta Constituição.</p><p>d) julgar válida lei local contestada em face de lei federal.</p><p>FUNÇÃO JURISDICIONAL: COMPETÊNCIA RECURSAL</p><p>Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça:</p><p>II - julgar, em recurso ordinário:</p><p>a) os habeas corpus decididos em única ou última instância pelos</p><p>Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito</p><p>Federal e Territórios, quando a decisão for denegatória;</p><p>b) os mandados de segurança decididos em única instância pelos</p><p>Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito</p><p>Federal e Territórios, quando denegatória a decisão;</p><p>c) as causas em que forem partes Estado estrangeiro ou organismo</p><p>internacional, de um lado, e, do outro, Município ou pessoa residente ou</p><p>domiciliada no País;</p><p>FUNÇÃO JURISDICIONAL: COMPETÊNCIA RECURSAL</p><p>Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça:</p><p>III - julgar, em recurso especial, as causas decididas, em única ou última</p><p>instância, pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos</p><p>Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando a decisão recorrida:</p><p>a) contrariar tratado ou lei federal, ou negar-lhes vigência;</p><p>b) julgar válido ato de governo local contestado em face de lei federal;</p><p>c) der a lei federal interpretação divergente da que lhe haja atribuído</p><p>outro tribunal.</p><p>FUNÇÃO JURISDICIONAL: PRERROGATIVA DE FORO</p><p>• Ministros do STF:</p><p>• Infração penal comum, no próprio STF (art. 102, I, b, CF);</p><p>• Crime de responsabilidade, no Senado Federal (art. 52, II, CF).</p><p>• Ministros do STJ, TST, TSE, STM – art. 102, I, c CF;</p><p>• TRF, TRE, TRT e TJ – art. 105, I, a, CF;</p><p>• Juízes federais, militares e do trabalho, art. 108, I, “a”, CF.</p><p>FUNÇÃO JURISDICIONAL: COMPETÊNCIA RECURSAL</p><p>Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a</p><p>guarda da Constituição, cabendo-lhe:</p><p>I - processar e julgar, originariamente:</p><p>b) nas infrações penais comuns, o Presidente da República, o Vice-</p><p>Presidente, os membros do Congresso Nacional, seus próprios Ministros</p><p>e o Procurador-Geral da República;</p><p>Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal:</p><p>II processar e julgar os Ministros do Supremo Tribunal</p><p>Das Normas Constitucionais</p><p>Hermenêutica Jurídica. Necessidade:</p><p>• O texto constitucional possui alto grau de generalidade e abstração.</p><p>• As vários preceitos constitucionais devem ser compreendidos em consonância uns com</p><p>os outros.</p><p>A interpretação busca harmonizar o texto constitucional com suas finalidades, adequando-</p><p>as à realidade e pleiteando a maior aplicabilidade dos direitos, garantias e liberdades</p><p>públicas. Mutação constitucional.</p><p>Lacuna:</p><p>• A situação não está prevista na Constituição.</p><p>• Existe uma situação análoga tratada na Constituição, não sendo razoável a não</p><p>normatização da presente situação.</p><p>• A interpretação não pode superar a falta de previsão constitucional, usamos integração.</p><p>Interpretação Das Normas Constitucionais</p><p>Princípios de interpretação (José Joaquim Gomes Canotilho):</p><p>• Unidade da Constituição: a interpretação deve evitar contradições entre as normas.</p><p>• Efeito integrador: deve favorecer a integração política e social, visando reforçar a</p><p>unidade política do Estado.</p><p>• Máxima efetividade ou eficiência: a norma deve ser interpretada de maneira que lhe</p><p>seja concedida a maior eficácia possível. Abranja o maior número de casos.</p><p>• Justeza ou conformidade funcional: não pode ser interpretada de maneira a perturbar</p><p>o esquema organizatório-funcional constitucionalmente estabelecido. A estrutura do</p><p>Estado (princípio do mínimo existencial x princípio da reserva do possível).</p><p>• Concordância prática ou harmonização: as normas em conflito devem ser ajustadas</p><p>de maneira que uma não anule outra.</p><p>• Força normativa da constituição: interpretação deve garantir a maior eficácia,</p><p>aplicabilidade e permanência das normas constitucionais.</p><p>Da Interpretação Conforme A Constituição</p><p>As normas infraconstitucionais devem ser interpretadas levando-se em conta a norma</p><p>maior, a Constituição.</p><p>A declaração de inconstitucionalidade da norma infraconstitucional é medida</p><p>extremada que deve ser guardada para as normas realmente incompatíveis com a</p><p>Constituição.</p><p>Quando se declara uma norma inconstitucional, produz-se uma modificação no</p><p>ordenamento jurídico, o que é sempre traumático.</p><p>A interpretação conforme a Constituição, no entanto, é situação quer surge apenas</p><p>quando a norma infraconstitucional comporta várias interpretações, umas conforme</p><p>a Constituição, que devem ser as preferidas, e outras em desconformidade com ela.</p><p>Da Interpretação Conforme A Constituição</p><p>Normas infraconstitucionais precisam ser interpretadas para que fiquem</p><p>conforme a Constituição. O STF tem realizado a interpretação das</p><p>seguintes maneiras:</p><p>• Com redução de texto.</p><p>• Sem redução de texto, atribuindo a norma impugnada uma</p><p>interpretação que lhe preserve a constitucionalidade.</p><p>• Sem redução de texto, excluindo uma interpretação que lhe acarretaria</p><p>a inconstitucionalidade.</p><p>Integração</p><p>Utilizada após a interpretação do texto constitucional, quando a lacuna,</p><p>imprecisão ou conflito de normas persiste.</p><p>Diferença entre interpretação e integração:</p><p>• Interpretação: ocorre dentro do âmbito normativo. Extrai-se o</p><p>significado do preceito normativo diante de uma hipótese por ele</p><p>regulada.</p><p>• Integração: significa encontrar uma solução normativa para uma</p><p>hipótese que não se encontra regulada na Constituição.</p><p>Integração</p><p>Omissão legislativa:</p><p>As lacunas também não se confundem com as omissões legislativas, que são tratadas</p><p>pela ação de inconstitucionalidade por omissão.</p><p>Omissão legislativa pode ser intencional:</p><p>• Falta de determinação vertical.</p><p>• Falta de determinação horizontal.</p><p>Quando a interpretação não consegue encontrar uma solução normativa para um caso</p><p>concreto, surge a possibilidade de integração.</p><p>Mas o fato é que existem situações práticas não prevista expressamente na norma.</p><p>Inclusive na norma constitucional.</p><p>Ex.: a proteção constitucional da casa foi, por meio da integração, estendida ao escritório</p><p>de trabalho do particular.</p><p>Aplicabilidade Das Normas Constitucionais</p><p>Quanto à aplicabilidade, as normas constitucionais são</p><p>classificadas em razão da:</p><p>• Eficácia.</p><p>• Tempo.</p><p>• Espaço.</p><p>Aplicabilidade Das Normas Constitucionais</p><p>1. Quanto à Eficácia:</p><p>• Absoluta ou supereficazes – cláusulas pétreas que não dependem de complementação</p><p>(Maria Helena Diniz).</p><p>• Plena – não dependem de complementação. Art. 5º, § 1º, CF/88.</p><p>• Contida ou de eficácia relativa restringível – não dependem de complementação mas</p><p>podem ter sua eficácia restringida por norma infraconstitucional. Art. 5º, XIII, CF/88.</p><p>• Limitada ou de eficácia relativa dependente de complementação legislativa –</p><p>dependem sempre de complementação:</p><p>• Normas constitucionais de princípio institutivo (início de estruturação de</p><p>instituições, órgãos ou entidades – art. 224, art. 33; art. 90, § 2º; art. 113; art. 161,</p><p>I, CF/88).</p><p>• Normas constitucionais de princípio programático (art. 196; art. 205; art. 215; art.</p><p>227, CF/88).</p><p>Aplicabilidade Das Normas Constitucionais</p><p>2. Quanto ao Tempo:</p><p>• Da promulgação à quebra da Constituição.</p><p>A nova Constituição desaloja por completo a anterior (caráter inicial e originário).</p><p>As normas constitucionais anteriores não continuam a valer e com a nova Constituição</p><p>elas desaparecem – abandono, quebra.</p><p>A recepção de normas constitucionais anteriores pela nova Constituição somente é</p><p>possível se expressamente determinado no novo texto.</p><p>Quando ao direito ordinário anterior, este é recepcionado nas seguintes condições:</p><p>• Os princípios gerais passam a ser aqueles previstos na nova Constituição.</p><p>• Todo o ordenamento jurídico tem de ser reinterpretado à luz da nova Constituição.</p><p>• As normas contrárias à nova Constituição não são recepcionadas.</p><p>Aplicabilidade Das Normas Constitucionais</p><p>3. Quanto ao Espaço:</p><p>• Soberania nacional.</p><p>As normas constitucionais têm seu âmbito espacial de</p><p>atuação coincidente com a soberania nacional.</p><p>05 - HISTÓRICO DAS CONSTITUIÇÕES</p><p>BRASILEIRAS</p><p>PROF. RICARDO MUCIATO MARTINS</p><p>BRASIL COLÔNIA</p><p>a) Brasil Colônia</p><p>Prime fase – Colônia – 1500 a 1815</p><p>1534 – Inicia a fase das capitanias hereditárias, tendo o Imperador D. João III</p><p>doado a Duarte Coelho Pereira a Capitania de Pernambuco.</p><p>1549 – Inicia o sistema de Governadores-gerais, com a nomeação de Tomé de</p><p>Sousa como o primeiro Governador-geral do Brasil.</p><p>Nesta fase não havia Constituição, mas dois documentos trouxeram a organização</p><p>política para a Colônia – as Cartas de Doação (disponível em:</p><p>http://bdlb.bn.gov.br/acervo/handle/20.500.12156.3/37106) e o Regimento do</p><p>Governador-geral (disponível em: https://www.historia-</p><p>brasil.com/colonia/constituicao-1548.htm).</p><p>As Cartas de Doação são consideradas pré-constituições brasileiras e o Regimento</p><p>do Governador-geral de Tomé de Sousa a primeira “constituição brasileira”.</p><p>http://bdlb.bn.gov.br/acervo/handle/20.500.12156.3/37106</p><p>https://www.historia-brasil.com/colonia/constituicao-1548.htm</p><p>BRASIL IMPÉRIO</p><p>b) Brasil Império – 1822 a 1889</p><p>Segunda fase – Monarquia</p><p>1808 – Tem início com a chegada da família Imperial e sua corte ao Brasil, fugidos das</p><p>Guerras Napoleônicas. Logo em seguida o Imperador D. João VI, por meio da Carta Régia de</p><p>28 de janeiro de 1808, abre os portos do Brasil às nações amigas (disponível em:</p><p>https://www2.camara.leg.br/legin/fed/carreg_sn/anterioresa1824/cartaregia-35757-28-janeiro-</p><p>1808-539177-publicacaooriginal-37144-pe.html).</p><p>1815 – O Brasil é elevado à condição de Reino Unido a Portugal e Algarves, encerrando</p><p>definitivamente a fase de colônia, por meio de uma Carta de Lei de 16 de dezembro de 1815,</p><p>assinada por D. João VI (disponível em:</p><p>https://www2.camara.leg.br/legin/fed/carlei/anterioresa1824/cartadelei-39554-16-dezembro-</p><p>1815-569929-publicacaooriginal-93095-pe.html). De Colônia o Brasil é elevado à condição</p><p>de Reino.</p><p>https://www2.camara.leg.br/legin/fed/carreg_sn/anterioresa1824/cartaregia-35757-28-janeiro-1808-539177-publicacaooriginal-37144-pe.html</p><p>https://www2.camara.leg.br/legin/fed/carlei/anterioresa1824/cartadelei-39554-16-dezembro-1815-569929-publicacaooriginal-93095-pe.html</p><p>Federal, os</p><p>membros do Conselho Nacional de Justiça e do Conselho Nacional do</p><p>Ministério Público, o Procurador-Geral da República e o Advogado-Geral</p><p>da União nos crimes de responsabilidade;</p><p>FUNÇÃO JURISDICIONAL: COMPETÊNCIA RECURSAL</p><p>Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal,</p><p>precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe:</p><p>I - processar e julgar, originariamente:</p><p>c) nas infrações penais comuns e nos crimes de</p><p>responsabilidade, os Ministros de Estado e os Comandantes da</p><p>Marinha, do Exército e da Aeronáutica, ressalvado o disposto no</p><p>art. 52, I, os membros dos Tribunais Superiores, os do Tribunal</p><p>de Contas da União e os chefes de missão diplomática de caráter</p><p>permanente;</p><p>ESTRUTURA DO PODER JUDICIÁRIO</p><p>GARANTIAS DA MAGISTRATURA</p><p>• São imprescindíveis:</p><p>• Ao exercício da democracia;</p><p>• Para preservar a separação de poderes;</p><p>• Ao respeito dos direitos fundamentais.</p><p>• As garantias são:</p><p>• Institucionais;</p><p>• Aos membros.</p><p>GARANTIAS DA MAGISTRATURA</p><p>• Garantias institucionais:</p><p>• Autonomia funcional, administrativa e financeira (art. 96 e</p><p>99, CF);</p><p>• Modo de escolha dos dirigentes dos tribunais (artigo 96, I, a,</p><p>CF).</p><p>GARANTIAS DA MAGISTRATURA – INSTITUCIONAIS</p><p>Art. 96. Compete privativamente:</p><p>I - aos tribunais:</p><p>a) eleger seus órgãos diretivos e elaborar seus regimentos internos, com observância das</p><p>normas de processo e das garantias processuais das partes, dispondo sobre a competência e o</p><p>funcionamento dos respectivos órgãos jurisdicionais e administrativos;</p><p>b) organizar suas secretarias e serviços auxiliares e os dos juízos que lhes forem vinculados,</p><p>velando pelo exercício da atividade correicional respectiva;</p><p>c) prover, na forma prevista nesta Constituição, os cargos de juiz de carreira da respectiva</p><p>jurisdição;</p><p>d) propor a criação de novas varas judiciárias;</p><p>e) prover, por concurso público de provas, ou de provas e títulos, obedecido o disposto no</p><p>art. 169, parágrafo único, os cargos necessários à administração da Justiça, exceto os de</p><p>confiança assim definidos em lei;</p><p>f) conceder licença, férias e outros afastamentos a seus membros e aos juízes e servidores</p><p>que lhes forem imediatamente vinculados;</p><p>GARANTIAS DA MAGISTRATURA – INSTITUCIONAIS</p><p>Art. 99. Ao Poder Judiciário é assegurada autonomia administrativa e</p><p>financeira.</p><p>§ 1º Os tribunais elaborarão suas propostas orçamentárias dentro dos</p><p>limites estipulados conjuntamente com os demais Poderes na lei de</p><p>diretrizes orçamentárias.</p><p>§ 2º O encaminhamento da proposta, ouvidos os outros tribunais</p><p>interessados, compete:</p><p>I - no âmbito da União, aos Presidentes do Supremo Tribunal Federal e dos</p><p>Tribunais Superiores, com a aprovação dos respectivos tribunais;</p><p>II - no âmbito dos Estados e no do Distrito Federal e Territórios, aos</p><p>Presidentes dos Tribunais de Justiça, com a aprovação dos respectivos</p><p>tribunais.</p><p>GARANTIAS DA MAGISTRATURA – INSTITUCIONAIS</p><p>§ 3º Se os órgãos referidos no § 2º não encaminharem as respectivas propostas</p><p>orçamentárias dentro do prazo estabelecido na lei de diretrizes orçamentárias, o</p><p>Poder Executivo considerará, para fins de consolidação da proposta</p><p>orçamentária anual, os valores aprovados na lei orçamentária vigente, ajustados</p><p>de acordo com os limites estipulados na forma do § 1º deste artigo.</p><p>§ 4º Se as propostas orçamentárias de que trata este artigo forem encaminhadas</p><p>em desacordo com os limites estipulados na forma do § 1º, o Poder Executivo</p><p>procederá aos ajustes necessários para fins de consolidação da proposta</p><p>orçamentária anual.</p><p>§ 5º Durante a execução orçamentária do exercício, não poderá haver a</p><p>realização de despesas ou a assunção de obrigações que extrapolem os limites</p><p>estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias, exceto se previamente</p><p>autorizadas, mediante a abertura de créditos suplementares ou especiais.</p><p>GARANTIAS DA MAGISTRATURA – INSTITUCIONAIS</p><p>• Modo de escolha dos dirigentes dos Tribunais.</p><p>Art. 96. Compete privativamente:</p><p>I - aos tribunais:</p><p>a) eleger seus órgãos diretivos e elaborar seus regimentos internos, com</p><p>observância das normas de processo e das garantias processuais das partes,</p><p>dispondo sobre a competência e o funcionamento dos respectivos órgãos</p><p>jurisdicionais e administrativos;</p><p>GARANTIAS DA MAGISTRATURA –AOS MEMBROS</p><p>• Aos membros:</p><p>• De liberdade (artigo 95, I, II e III, CF):</p><p>Art. 95. Os juízes gozam das seguintes garantias:</p><p>I - vitaliciedade, que, no primeiro grau, só será adquirida após dois anos</p><p>de exercício, dependendo a perda do cargo, nesse período, de deliberação</p><p>do tribunal a que o juiz estiver vinculado, e, nos demais casos, de sentença</p><p>judicial transitada em julgado;</p><p>II - inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público, na forma do</p><p>art. 93, VIII;</p><p>III - irredutibilidade de subsídio, ressalvado o disposto nos arts. 37, X e</p><p>XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I.</p><p>GARANTIAS DA MAGISTRATURA –AOS MEMBROS</p><p>• De imparcialidade (artigo 95, § único, I a V, CF):</p><p>Art. 95. Parágrafo único. Aos juízes é vedado:</p><p>I - exercer, ainda que em disponibilidade, outro cargo ou função, salvo uma de</p><p>magistério;</p><p>II - receber, a qualquer título ou pretexto, custas ou participação em processo;</p><p>III - dedicar-se à atividade político-partidária.</p><p>IV - receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribuições de pessoas</p><p>físicas, entidades públicas ou privadas, ressalvadas as exceções previstas em lei;</p><p>V - exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se afastou, antes de</p><p>decorridos três anos do afastamento do cargo por aposentadoria ou exoneração.</p><p>CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA – CNJ</p><p>• CNJ é um órgão de controle externo da atividade</p><p>jurisdicional (artigo 103-B, CF):</p><p>• Composição (art. 103-B, I a XII, CF);</p><p>• Competência (art. 103-B, § 4º, CF).</p><p>CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA – CNJ</p><p>Art. 103-B. O Conselho Nacional de Justiça compõe-se de 15 (quinze)</p><p>membros com mandato de 2 (dois) anos, admitida 1 (uma) recondução,</p><p>sendo:</p><p>I - o Presidente do Supremo Tribunal Federal;</p><p>II - um Ministro do Superior Tribunal de Justiça, indicado pelo respectivo</p><p>tribunal;</p><p>III - um Ministro do Tribunal Superior do Trabalho, indicado pelo respectivo</p><p>tribunal;</p><p>IV - um desembargador de Tribunal de Justiça, indicado pelo Supremo Tribunal</p><p>Federal;</p><p>V - um juiz estadual, indicado pelo Supremo Tribunal Federal;</p><p>VI - um juiz de Tribunal Regional Federal, indicado pelo Superior Tribunal de</p><p>Justiça;</p><p>CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA – CNJ</p><p>VII - um juiz federal, indicado pelo Superior Tribunal de Justiça;</p><p>VIII - um juiz de Tribunal Regional do Trabalho, indicado pelo Tribunal</p><p>Superior do Trabalho;</p><p>IX - um juiz do trabalho, indicado pelo Tribunal Superior do Trabalho;</p><p>X - um membro do Ministério Público da União, indicado pelo Procurador-Geral</p><p>da República;</p><p>XI um membro do Ministério Público estadual, escolhido pelo Procurador-Geral</p><p>da República dentre os nomes indicados pelo órgão competente de cada</p><p>instituição estadual;</p><p>XII - dois advogados, indicados pelo Conselho Federal da Ordem dos</p><p>Advogados do Brasil;</p><p>XIII - dois cidadãos, de notável saber jurídico e reputação ilibada, indicados um</p><p>pela Câmara dos Deputados e outro pelo Senado Federal.</p><p>CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA – CNJ</p><p>§ 4º Compete ao Conselho o controle da atuação administrativa e</p><p>financeira do Poder Judiciário e do cumprimento dos deveres funcionais</p><p>dos juízes, cabendo-lhe, além de outras atribuições que lhe forem</p><p>conferidas pelo Estatuto da Magistratura:</p><p>I - zelar pela autonomia do Poder Judiciário e pelo cumprimento do</p><p>Estatuto da Magistratura, podendo expedir atos regulamentares, no</p><p>âmbito de sua competência, ou recomendar providências;</p><p>II - zelar pela observância do art. 37 e apreciar, de ofício ou mediante</p><p>provocação, a legalidade dos atos administrativos praticados por</p><p>membros ou órgãos do Poder Judiciário, podendo desconstituí-los, revê-</p><p>los ou fixar prazo para que se adotem as providências necessárias ao</p><p>exato cumprimento da lei, sem prejuízo da competência do Tribunal de</p><p>Contas da União;</p><p>CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA – CNJ</p><p>III - receber e conhecer das reclamações contra membros ou órgãos do Poder Judiciário,</p><p>inclusive contra seus serviços auxiliares, serventias e órgãos prestadores de serviços notariais</p><p>e de registro que atuem por delegação do poder público ou oficializados, sem prejuízo da</p><p>competência disciplinar e correicional dos tribunais, podendo avocar processos disciplinares</p><p>em curso, determinar a remoção ou a disponibilidade e aplicar outras sanções</p><p>administrativas, assegurada ampla defesa;</p><p>IV - representar ao Ministério Público, no caso de crime contra a administração pública ou</p><p>de abuso de autoridade;</p><p>V - rever, de ofício ou mediante provocação, os processos disciplinares de juízes e membros</p><p>de tribunais julgados há menos de um ano;</p><p>VI - elaborar semestralmente relatório estatístico sobre processos e sentenças prolatadas,</p><p>por unidade da Federação, nos diferentes órgãos do Poder Judiciário;</p><p>VII - elaborar relatório anual, propondo as providências que julgar necessárias, sobre a</p><p>situação do Poder Judiciário no País e as atividades do Conselho, o qual deve integrar</p><p>mensagem do Presidente do Supremo Tribunal Federal a ser remetida ao Congresso</p><p>Nacional, por ocasião da abertura da sessão legislativa.</p><p>17 - PROCESSO LEGISLATIVO</p><p>PROF. RICARDO MUCIATO MARTINS</p><p>PROCESSO LEGISLATIVO</p><p>• Processo é o instrumento para a criação das normas previstas</p><p>no artigo 59 da CF.</p><p>• Procedimento é o modo como os atos deste processo devem</p><p>ser realizados.</p><p>Art. 59. Parágrafo único. Lei complementar disporá sobre a</p><p>elaboração, redação, alteração e consolidação das leis.</p><p>PROCESSO LEGISLATIVO</p><p>• Classificação:</p><p>• Em relação à organização política:</p><p>• Autocrático – monarquias;</p><p>• Indireto ou representativo – democracias indiretas ou</p><p>representativas;</p><p>• Direto – democracias diretas;</p><p>• Semidireto – representantes elaboram o projeto de lei que é</p><p>aprovado por referendo.</p><p>PROCESSO LEGISLATIVO</p><p>• Em relação às fases procedimentais:</p><p>• Comum ou ordinário – Lei Ordinária e Lei Complementar;</p><p>• Especial – Medida Provisória, Lei Delegada, Decreto, Resolução,</p><p>Emenda à Constituição etc.;</p><p>• Sumário – 45 dias Casa Iniciadora e 45 dias Casa Revisora + 10 dias</p><p>emenda Casa Iniciadora. Projetos de Iniciativa do Presidente da</p><p>República. Tranca a pauta. Prazo suspenso no recesso e não se aplica</p><p>aos projetos de Códigos.</p><p>PROCESSO LEGISLATIVO</p><p>Art. 64. § 1º - O Presidente da República poderá solicitar urgência para</p><p>apreciação de projetos de sua iniciativa.</p><p>§ 2º Se, no caso do § 1º, a Câmara dos Deputados e o Senado Federal</p><p>não se manifestarem sobre a proposição, cada qual sucessivamente, em</p><p>até quarenta e cinco dias, sobrestar-se-ão todas as demais deliberações</p><p>legislativas da respectiva Casa, com exceção das que tenham prazo</p><p>constitucional determinado, até que se ultime a votação.</p><p>§ 3º A apreciação das emendas do Senado Federal pela Câmara dos</p><p>Deputados far-se-á no prazo de dez dias, observado quanto ao mais o</p><p>disposto no parágrafo anterior.</p><p>§ 4º Os prazos do § 2º não correm nos períodos de recesso do</p><p>Congresso Nacional, nem se aplicam aos projetos de código.</p><p>FASES DO PROCESSO LEGISLATIVO ORDINÁRIO</p><p>• Iniciativa: fase introdutória;</p><p>• Discussão e votação: fase constitutiva – deliberação parlamentar;</p><p>• Sanção ou veto: fase constitutiva – deliberação executiva;</p><p>• Promulgação e publicação: fase complementar.</p><p>INICIATIVA</p><p>• Iniciativa:</p><p>• Parlamentar (art. 61, caput, CF);</p><p>• Extraparlamentar (art. 61, caput, CF);</p><p>• Concorrente – regra geral;</p><p>• Privativa – exceção: Pres. da Repúb. (art. 61, § 1º e 165); Poder</p><p>Judiciário (art. 99, § 1º); Ministério Público (art. 127, § 2º, art. 128 §</p><p>5º, CF) etc.</p><p>INICIATIVA</p><p>Art. 61. A iniciativa das leis complementares e ordinárias cabe a qualquer</p><p>membro ou Comissão da Câmara dos Deputados, do Senado Federal ou do</p><p>Congresso Nacional, ao Presidente da República, ao Supremo Tribunal</p><p>Federal, aos Tribunais Superiores, ao Procurador-Geral da República e aos</p><p>cidadãos, na forma e nos casos previstos nesta Constituição. § 1º São de</p><p>iniciativa privativa do Presidente da República as leis que:</p><p>§ 1º São de iniciativa privativa do Presidente da República as leis que:</p><p>I - fixem ou modifiquem os efetivos das Forças Armadas;</p><p>II - disponham sobre:</p><p>a) criação de cargos, funções ou empregos públicos na administração direta</p><p>e autárquica ou aumento de sua remuneração;</p><p>INICIATIVA</p><p>b) organização administrativa e judiciária, matéria tributária e</p><p>orçamentária, serviços públicos e pessoal da administração dos Territórios;</p><p>c) servidores públicos da União e Territórios, seu regime jurídico,</p><p>provimento de cargos, estabilidade e aposentadoria;</p><p>d) organização do Ministério Público e da Defensoria Pública da União,</p><p>bem como normas gerais para a organização do Ministério Público e da</p><p>Defensoria Pública dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios;</p><p>e) criação e extinção de Ministérios e órgãos da administração pública,</p><p>observado o disposto no art. 84, VI;</p><p>f) militares das Forças Armadas, seu regime jurídico, provimento de</p><p>cargos, promoções, estabilidade, remuneração, reforma e transferência</p><p>para a reserva.</p><p>INICIATIVA</p><p>Art. 99. Ao Poder Judiciário é assegurada autonomia</p><p>administrativa e financeira. § 1º Os tribunais elaborarão suas</p><p>propostas orçamentárias dentro dos limites estipulados</p><p>conjuntamente com os demais Poderes na lei de diretrizes</p><p>orçamentárias.</p><p>Art. 127. O Ministério Público é instituição permanente,</p><p>essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a</p><p>defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses</p><p>sociais e individuais indisponíveis. [...] § 3º O Ministério</p><p>Público elaborará sua proposta orçamentária dentro dos</p><p>limites estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias.</p><p>DISCUSSÃO E VOTAÇÃO</p><p>• Iniciativa extraparlamentar:</p><p>• A discussão e votação tem início sempre pela Câmara dos Deputados. Ex.: Art. 61,</p><p>§ 2º A iniciativa popular pode ser exercida pela apresentação à Câmara dos</p><p>Deputados de projeto de lei subscrito por, no mínimo, um por cento do eleitorado</p><p>nacional, distribuído pelo menos por cinco Estados, com não menos de três décimos</p><p>por cento dos eleitores de cada um deles.</p><p>• Iniciativa parlamentar:</p><p>• Deputado Federal ou Comissão da Câmara dos Deputados, a discussão e votação</p><p>tem início pela Câmara dos Deputados.</p><p>• Senador ou Comissão do Senado, a discussão e votação tem início pelo Senado</p><p>Federal.</p><p>• A Casa pela qual começa a discussão e votação é chamada Casa Principal</p><p>ou Iniciadora. A outra Casa será a Casa Revisora.</p><p>DISCUSSÃO E VOTAÇÃO</p><p>• A Casa deliberativa principal recebe o projeto e envia para a verificação de</p><p>constitucionalidade pela Comissão de Constituição e Justiça:</p><p>• Comissão de Constituição, Justiça e Redação (Câmara dos Deputados) ou</p><p>Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (Senado Federal).</p><p>• Caso aprovada por maioria simples, segue para o Plenário ou Comissão Temática,</p><p>conforme dispuser o Regimento Interno da Casa:</p><p>• Porém, por recurso de 1/10 dos parlamentares, o projeto pode ser retirado da</p><p>Comissão e levado ao Plenário – art. 58, § 2º, I, CF.</p><p>• Rejeitado, o projeto somente pode ser objeto de discussão numa próxima sessão</p><p>legislativa ou caso seja reapresentado por maioria absoluta dos Deputados ou</p><p>Senadores (art. 67, CF).</p><p>DISCUSSÃO E VOTAÇÃO</p><p>Art. 58. O Congresso Nacional e suas Casas terão comissões permanentes e</p><p>temporárias, constituídas na forma e com as atribuições previstas no</p><p>respectivo regimento ou no ato de que resultar sua criação. § 2º Às</p><p>comissões, em razão da matéria de sua competência, cabe: [...] I - discutir e</p><p>votar projeto de lei que dispensar, na forma do regimento, a competência</p><p>do Plenário, salvo se houver recurso de um décimo dos membros da Casa.</p><p>Art. 67. A matéria constante de projeto de lei rejeitado somente poderá</p><p>constituir objeto de novo projeto, na mesma sessão legislativa, mediante</p><p>proposta da maioria absoluta dos membros de qualquer das Casas</p><p>do</p><p>Congresso Nacional.</p><p>DISCUSSÃO E VOTAÇÃO</p><p>• Aprovado, o projeto segue à casa Revisora onde será revisto em um só</p><p>turno de discussão e votação – art. 65, CF:</p><p>• Passará pela Comissão de Constituição e Justiça.</p><p>• Caso seja rejeitado, o projeto será arquivado – art. 67, CF.</p><p>• Aprovado pela Casa Revisora, segue para o Presidente da República –</p><p>autógrafo – para a sanção ou veto.</p><p>• Aprovado com emendas, estas voltam à Casa deliberativa principal para</p><p>discussão e votação em um turno (art. 65, § único).</p><p>DISCUSSÃO E VOTAÇÃO</p><p>• Caso a emenda possua destaque, este deve ser votado</p><p>separadamente.</p><p>• Caso a emenda exija divisão, vota-se em partes.</p><p>• Não existe emenda da emenda.</p><p>• Após votação, o projeto segue com as emendas aprovadas, caso</p><p>existam, para o Presidente da República.</p><p>Art. 65. O projeto de lei aprovado por uma Casa será revisto pela outra, em</p><p>um só turno de discussão e votação, e enviado à sanção ou promulgação, se a</p><p>Casa revisora o aprovar, ou arquivado, se o rejeitar. Parágrafo único. Sendo o</p><p>projeto emendado, voltará à Casa iniciadora.</p><p>DISCUSSÃO E VOTAÇÃO</p><p>• Não há prazo na Constituição Federal para o Poder Legislativo</p><p>discutir e votar projeto de lei. Os prazos existem nos Regimentos</p><p>das Casas.</p><p>• O único prazo é quanto ao processo legislativo sumário (art. 64,</p><p>§§ 1º ao 4º, CF).</p><p>SANÇÃO OU VETO</p><p>• Sanção é aprovação e veto é rejeição.</p><p>• A sanção pode ser tácita, pelo transcurso do tempo, não exigindo</p><p>formalidade.</p><p>• Veto tem formalidades e possui as seguintes características:</p><p>• Jurídico (art. 66, § 1º, CF) ou Político (art. 66, § 1º, CF);</p><p>• Expresso (art. 66, caput, § 1º e 3º, CF) – 15 dias úteis;</p><p>• Motivado ou formalizado (art. 66, § 2º, CF);</p><p>• Total ou parcial (art. 66, §§ 1º e 2º, CF);</p><p>• Supressivo (art. 66, § 2º, CF);</p><p>• Superável ou relativo (art. 66, § 4º, CF).</p><p>• Sessão conjunta do Congresso Nacional em 30 dias por maioria</p><p>absoluta. Tranca a pauta.</p><p>SANÇÃO OU VETO</p><p>• Art. 66. A Casa na qual tenha sido concluída a votação enviará o projeto</p><p>de lei ao Presidente da República, que, aquiescendo, o sancionará.</p><p>• § 1º Se o Presidente da República considerar o projeto, no todo ou em</p><p>parte, inconstitucional ou contrário ao interesse público, vetá-lo-á</p><p>total ou parcialmente, no prazo de quinze dias úteis, contados da data</p><p>do recebimento, e comunicará, dentro de quarenta e oito horas, ao</p><p>Presidente do Senado Federal os motivos do veto.</p><p>• § 2º O veto parcial somente abrangerá texto integral de artigo, de</p><p>parágrafo, de inciso ou de alínea.</p><p>SANÇÃO OU VETO</p><p>• § 3º Decorrido o prazo de quinze dias, o silêncio do Presidente da</p><p>República importará sanção.</p><p>• § 4º O veto será apreciado em sessão conjunta, dentro de trinta dias a</p><p>contar de seu recebimento, só podendo ser rejeitado pelo voto da</p><p>maioria absoluta dos Deputados e Senadores.</p><p>• § 5º Se o veto não for mantido, será o projeto enviado, para</p><p>promulgação, ao Presidente da República.</p><p>• § 6º Esgotado sem deliberação o prazo estabelecido no § 4º, o veto</p><p>será colocado na ordem do dia da sessão imediata, sobrestadas as</p><p>demais proposições, até sua votação final.</p><p>PROMULGAÇÃO E PUBLICAÇÃO</p><p>• Promulgação – garante a executoriedade à lei. Atesta que a ordem</p><p>jurídica foi inovada, declarando que uma lei existe e deve ser cumprida</p><p>(66, § 7º).</p><p>• Publicação – é a comunicação dirigida a todos, informando-os da</p><p>existência da lei. É a publicação no Diário Oficial. Conhecimento</p><p>público. Cabe também ao Presidente da República a publicação da lei</p><p>ordinária.</p><p>• Vacatio legis – prazo de 45 dias para que a lei entre em vigor em todo o país e</p><p>03 meses nos Estados estrangeiros, após sua publicação (artigo 1.º da LICC). A</p><p>própria lei pode estabelecer prazo diverso.</p><p>PROMULGAÇÃO E PUBLICAÇÃO</p><p>Art. 66, § 7º, CF:</p><p>Se a lei não for promulgada dentro de quarenta e oito horas pelo Presidente</p><p>da República, nos casos dos § 3º e § 5º, o Presidente do Senado a promulgará,</p><p>e, se este não o fizer em igual prazo, caberá ao Vice-Presidente do Senado</p><p>fazê-lo.</p><p>Art. 1º, LICC – Decreto-Lei n. 4.657, de 04 de Setembro de 1942:</p><p>Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país quarenta e</p><p>cinco dias depois de oficialmente publicada. § 1º Nos Estados, estrangeiros,</p><p>a obrigatoriedade da lei brasileira, quando admitida, se inicia três meses</p><p>depois de oficialmente publicada.</p><p>18 - CONTROLE DE</p><p>CONSTITUCIONALIDADE</p><p>PROF. RICARDO MUCIATO MARTINS</p><p>1</p><p>CONCEITO</p><p>• O controle de constitucionalidade decorre do princípio da</p><p>supremacia da Constituição.</p><p>• Sendo a Constituição a norma suprema, deve-se controlar para</p><p>que uma norma infraconstitucional não a contrarie.</p><p>• A norma que contraria a Constituição deve ser declarada</p><p>inválida.</p><p>• O STF definiu que o controle se realiza entre o cotejo da norma</p><p>impugnada com o chamado bloco de constitucionalidade:</p><p>Constituição, Tratados Internacional sobre Direitos Humanos,</p><p>recepcionados pelo procedimento especial de emenda</p><p>constitucional e princípios e direitos fundamentais implícitos.</p><p>2</p><p>TIPOS DE INCONSTITUCIONALIDADE</p><p>• Por ação / por omissão.</p><p>• Formal / material.</p><p>• Total / parcial.</p><p>• Direta / indireta.</p><p>• Derivada, consequente ou por arrastamento.</p><p>• Superveniente.</p><p>• Norma constitucional / inconstitucional.</p><p>• Normas programáticas.</p><p>3</p><p>ESPÉCIES DE CONTROLE</p><p>• Quanto ao órgão que realiza:</p><p>• Controle jurisdicional:</p><p>• Difuso, por via de defesa ou exceção, concreto, incidental,</p><p>aberto etc. Modelo norte-americano – caso Marbury versus</p><p>Madison, 1803, julgado pelo juiz John Marshall.</p><p>• Concentrado, por via de ação, abstrato etc. Modelo europeu –</p><p>Áustria e Alemanha.</p><p>• Controle político.</p><p>• Controle misto.</p><p>4</p><p>ESPÉCIES DE CONTROLE</p><p>• Quanto ao momento:</p><p>• Preventivo.</p><p>• Repressivo.</p><p>5</p><p>O CONTROLE NO DIREITO BRASILEIRO</p><p>• A principal forma de controle de constitucionalidade realizada</p><p>no Brasil é o controle judicial repressivo e concentrado no</p><p>STF.</p><p>• Porém, também ocorre de forma difusa e repressiva pelos</p><p>demais órgãos do Poder Judiciário.</p><p>• Por fim, é realizado de forma preventiva pelo Poder Executivo</p><p>e pelo Poder Legislativo.</p><p>6</p><p>O CONTROLE JURISDICIONAL DIFUSO</p><p>• Controle de constitucionalidade pelo Poder Judiciário:</p><p>• Difuso (art. 97, CF).</p><p>• Por Recurso Extraordinário a decisão pode chegar ao</p><p>STF (art. 102, III).</p><p>• Poder ser repressivo ou preventivo (mandado de</p><p>segurança).</p><p>• Efeito vinculante por meio da edição de Súmula</p><p>Vinculante (EC n. 45/2004, art. 103-A CF.</p><p>7</p><p>O CONTROLE JURISDICIONAL DIFUSO</p><p>Art. 103-A. O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por</p><p>provocação, mediante decisão de dois terços dos seus membros, após</p><p>reiteradas decisões sobre matéria constitucional, aprovar súmula que, a</p><p>partir de sua publicação na imprensa oficial, terá efeito vinculante em</p><p>relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração</p><p>pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal, bem</p><p>como proceder à sua revisão ou cancelamento, na forma estabelecida em</p><p>lei.</p><p>§ 1º A súmula terá por objetivo a validade, a interpretação e a eficácia de</p><p>normas determinadas, acerca das quais haja controvérsia atual entre</p><p>órgãos judiciários ou entre esses e a administração pública que acarrete</p><p>grave insegurança jurídica e relevante multiplicação de processos sobre</p><p>questão idêntica.</p><p>8</p><p>O CONTROLE JURISDICIONAL DIFUSO</p><p>§ 2º Sem prejuízo do que vier a ser estabelecido em lei, a aprovação,</p><p>revisão ou cancelamento de súmula poderá ser provocada por aqueles</p><p>que podem propor a ação direta de inconstitucionalidade.</p><p>§ 3º Do ato administrativo ou decisão judicial que contrariar a súmula</p><p>aplicável ou que indevidamente a aplicar, caberá reclamação ao</p><p>Supremo Tribunal Federal que, julgando-a procedente, anulará o ato</p><p>administrativo ou cassará a decisão judicial reclamada, e</p><p>determinará que outra seja proferida com ou sem a aplicação da</p><p>súmula, conforme o caso.</p><p>9</p><p>O CONTROLE JURISDICIONAL DIFUSO</p><p>• Decisão vale inter partes e tem efeito ex tunc (retroage).</p><p>• Quando</p><p>a decisão é no STF, o entendimento atual da Corte é</p><p>que ela pode dar efeito erga omnes à decisão (geral) e pode</p><p>modular os efeitos da decisão.</p><p>• Ao Senado Federal competia suspender a execução, no todo ou</p><p>em parte, da norma declarada inconstitucional por decisão</p><p>definitiva do STF, porém, em um caso de mutação</p><p>constitucional o STF decidiu que o Senado Federal apenas dá</p><p>publicidade da declaração de inconstitucionalidade.</p><p>10</p><p>O CONTROLE JURISDICIONAL DIFUSO</p><p>•Modulação dos efeitos da decisão:</p><p>• Tendo em vista razões de segurança jurídica ou</p><p>de excepcional interesse social, poderá o</p><p>Supremo Tribunal Federal, por maioria de dois</p><p>terços de seus membros, restringir os efeitos</p><p>daquela declaração ou decidir que ela só tenha</p><p>eficácia a partir de seu trânsito em julgado ou</p><p>de outro momento que venha a ser fixado</p><p>11</p><p>O CONTROLE JURISDICIONAL DIFUSO</p><p>Art. 52, CF. Compete privativamente ao Senado Federal: [...] X -</p><p>suspender a execução, no todo ou em parte, de lei declarada</p><p>inconstitucional por decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal;</p><p>Art. 27. Lei n. 9.868/1999 (Ação direta de inconstitucionalidade e ação</p><p>declaratória de constitucionalidade). Ao declarar a inconstitucionalidade</p><p>de lei ou ato normativo, e tendo em vista razões de segurança jurídica ou</p><p>de excepcional interesse social, poderá o Supremo Tribunal Federal, por</p><p>maioria de dois terços de seus membros, restringir os efeitos daquela</p><p>declaração ou decidir que ela só tenha eficácia a partir de seu trânsito em</p><p>julgado ou de outro momento que venha a ser fixado</p><p>12</p><p>O CONTROLE JURISDICIONAL CONCENTRADO</p><p>• Realizado por meio da:</p><p>• Ação Direta de Inconstitucionalidade;</p><p>• Ação de Inconstitucionalidade por Omissão;</p><p>• Ação Declaratória de Constitucionalidade;</p><p>• Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental.</p><p>13</p><p>O CONTROLE JURISDICIONAL CONCENTRADO</p><p>Legitimidade ativa para as ações (art. 103, CF):</p><p>I - o Presidente da República;</p><p>II - a Mesa do Senado Federal;</p><p>III - a Mesa da Câmara dos Deputados</p><p>IV - a Mesa de Assembleia Legislativa ou da Câmara Legislativa do</p><p>Distrito Federal;</p><p>V - o Governador de Estado ou do Distrito Federal;</p><p>VI - o Procurador-Geral da República;</p><p>VII - o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;</p><p>VIII - partido político com representação no Congresso Nacional;</p><p>IX - confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional.</p><p>14</p><p>O CONTROLE JURISDICIONAL CONCENTRADO</p><p>• Também participam das ações:</p><p>• O Procurador Geral da República:</p><p>• Como autor da ação.</p><p>• Como custos legis: defensor da ordem jurídica ou advogado</p><p>da Constituição.</p><p>• Art. 103, § 1º, CF. O Procurador-Geral da República deverá</p><p>ser previamente ouvido nas ações de inconstitucionalidade e</p><p>em todos os processos de competência do Supremo Tribunal</p><p>Federal.</p><p>15</p><p>O CONTROLE JURISDICIONAL CONCENTRADO</p><p>• O Advogado Geral da União:</p><p>• Tem a obrigação constitucional de defender a constitucionalidade da</p><p>norma impugnada – defensor legis.</p><p>• Porém o STF liberou o AGU para livremente atuar no processo,</p><p>defendendo a constitucionalidade ou inconstitucionalidade da</p><p>norma.</p><p>• Art. 103, § 3º, CF: Quando o Supremo Tribunal Federal apreciar a</p><p>inconstitucionalidade, em tese, de norma legal ou ato normativo,</p><p>citará, previamente, o Advogado-Geral da União, que defenderá o</p><p>ato ou texto impugnado.</p><p>• Não atua na ADC.</p><p>16</p><p>O CONTROLE JURISDICIONAL CONCENTRADO</p><p>• O amicus curiae:</p><p>• Amigo da Corte: é um representante de interesses</p><p>moral e institucional que irá colaborar com o</p><p>julgador, fornecendo subsídios, prestando</p><p>informações e esclarecimentos relevantes para a</p><p>decisão mais justa.</p><p>• Não confundir com o terceiro interessado no</p><p>julgamento: interesse particular na decisão da</p><p>causa.</p><p>17</p><p>O CONTROLE JURISDICIONAL CONCENTRADO</p><p>• O julgamento procedente destas ações produz os</p><p>seguintes efeitos:</p><p>• Efeito vinculante em relação aos demais órgãos do</p><p>Poder Judiciário e órgãos da administração pública.</p><p>• Efeito erga omnes e ex tunc (art. 102, § 2º, CF).</p><p>• É admitida cautelar.</p><p>• A norma declarada inconstitucional é inválida,</p><p>podendo ser nula ou anulável – anulável em caso de</p><p>modulação dos efeitos da decisão.</p><p>18</p><p>O CONTROLE JURISDICIONAL CONCENTRADO</p><p>• CF, art. 102, § 2º. As decisões definitivas de</p><p>mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal</p><p>Federal, nas ações diretas de</p><p>inconstitucionalidade e nas ações declaratórias de</p><p>constitucionalidade produzirão eficácia contra</p><p>todos e efeito vinculante, relativamente aos</p><p>demais órgãos do Poder Judiciário e à</p><p>administração pública direta e indireta, nas</p><p>esferas federal, estadual e municipal</p><p>19</p><p>O CONTROLE JURISDICIONAL CONCENTRADO</p><p>• Limites:</p><p>• O Poder Judiciário somente pode agir como legislador</p><p>negativo, não podendo criar norma, em razão do princípio da</p><p>separação dos poderes. STF, excepcionalmente agiu como</p><p>legislador positivo.</p><p>• Somente analisa inconstitucionalidade de norma Federal,</p><p>Estadual e Distrital. Normas municipais são analisadas no</p><p>Tribunal de Justiça do Estado, em relação à Constituição</p><p>Estadual. Exceção: ADPF.</p><p>20</p><p>O CONTROLE JURISDICIONAL CONCENTRADO</p><p>• Limites:</p><p>• Somente se analisa a inconstitucionalidade de</p><p>norma contemporânea à Constituição. Lei anterior</p><p>está sujeita ao mecanismo da recepção. Exceção:</p><p>ADPF.</p><p>• A norma declarada inconstitucional é inválida e</p><p>nula. Com a modulação a norma pode ser anulável.</p><p>21</p><p>O CONTROLE JURISDICIONAL CONCENTRADO</p><p>• Ação Direta de Inconstitucionalidade – ADI</p><p>(art. 102, I, “a” e 103, caput, CF):</p><p>• Inconstitucionalidade formal ou material, total ou</p><p>parcial.</p><p>• Nesta ação se pede a declaração de</p><p>inconstitucionalidade da norma impugnada.</p><p>22</p><p>O CONTROLE JURISDICIONAL CONCENTRADO</p><p>• Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão – ADI por</p><p>Omissão (art. 103 caput e § 2º):</p><p>• A omissão torna-se inconstitucional caso o órgão omisso já</p><p>tenha tido prazo razoável e não supriu a omissão.</p><p>• STF deve agir como legislador negativo, não podendo criar a</p><p>norma. Excepcionalmente o STF agiu assim.</p><p>• A omissão pode ser de um Poder ou Órgão administrativo.</p><p>23</p><p>O CONTROLE JURISDICIONAL CONCENTRADO</p><p>• Omissão por Poder: STF dará ciência da omissão, em</p><p>razão do princípio da separação dos poderes.</p><p>• Omissão por órgão administrativo: STF dará prazo de</p><p>30 dias para o órgãos administrativo omisso suprir a</p><p>omissão.</p><p>• Art. 103, § 2º, CF: Declarada a inconstitucionalidade por</p><p>omissão de medida para tornar efetiva norma constitucional,</p><p>será dada ciência ao Poder competente para a adoção das</p><p>providências necessárias e, em se tratando de órgão</p><p>administrativo, para fazê-lo em trinta dias.</p><p>24</p><p>O CONTROLE JURISDICIONAL CONCENTRADO</p><p>• Ação Declaratória de Constitucionalidade – ADC (art.</p><p>102, I, “a” e 103, caput, CF):</p><p>• É a mesma ADI, mas com sinal trocado/invertido.</p><p>• Incluída na CF pela Emenda Constitucional n. 3/1993:</p><p>• Os legitimados a ingressar com as ações do controle pode</p><p>utilizar a ADC quando houver controvérsia acerca da</p><p>constitucionalidade de norma, mas estão convencidos de que</p><p>esta é constitucional. Serve para trazer segurança jurídica.</p><p>25</p><p>O CONTROLE JURISDICIONAL CONCENTRADO</p><p>• Arguição de Descumprimento de Preceito</p><p>Fundamental – ADPF (art. 102, § 1º, e 103, caput,</p><p>CF).</p><p>• É utilizada para evitar ou reparar lesão a preceito</p><p>fundamental, resultante de ato do Poder Público e quando for</p><p>relevante o fundamento da controvérsia constitucional</p><p>sobre lei ou ato normativo federal, estadual ou municipal,</p><p>incluídos os anteriores à Constituição.</p><p>26</p><p>O CONTROLE JURISDICIONAL CONCENTRADO</p><p>• O legislador usou o termo arguição para diferenciá-la das</p><p>ações do controle de constitucionalidade.</p><p>• O termo preceito fundamental não existe na Constituição. A</p><p>jurisprudência do STF e a doutrina consideram preceito</p><p>fundamental:</p><p>• Cláusulas pétreas – art. 60, § 4º, CF.</p><p>• Direitos e garantias fundamentais – art. 5º, CF e outros.</p><p>• Princípios constitucionais sensíveis – art. 34, VII, CF.</p><p>• Princípios da República Federativa do Brasil – art. 1º</p><p>ao 4º, CF.</p><p>27</p><p>O CONTROLE JURISDICIONAL CONCENTRADO</p><p>• Existem dois tipos de ADPF (Lei n.</p><p>9.882/1999): autônoma e incidental.</p><p>• Autônoma:</p><p>• Quando não for possível o uso das demais ações do</p><p>controle concentrado.</p><p>• Quando for relevante o fundamento da controvérsia</p><p>constitucional sobre lei ou ato normativo federal, estadual</p><p>e distrital.</p><p>28</p><p>O CONTROLE JURISDICIONAL CONCENTRADO</p><p>• ADPF – Lei n. 9.882/1999.</p><p>• Incidental:</p><p>• Quando for relevante o fundamento da controvérsia</p><p>constitucional sobre lei ou ato normativo municipal.</p><p>• Quando for relevante o fundamento da controvérsia</p><p>constitucional sobre lei ou ato normativo federal, estadual ou</p><p>municipal, anteriores à Constituição.</p><p>29</p><p>O CONTROLE PELO PODER LEGISLATIVO</p><p>• O Poder Legislativo realiza o controle por meio das:</p><p>• Comissões de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados ou</p><p>Senado Federal – preventivo (art. 58, § 2º, I, CF).</p><p>• Comissão mista do Congresso Nacional que analisa os pressupostos</p><p>de urgência e relevância das Medidas Provisórias editadas pelo</p><p>Presidente da República – repressivo (art. 62, § 5º, CF).</p><p>• Quando o Congresso Nacional susta o ato normativo do Poder</p><p>Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou susta Lei</p><p>Delegada que ultrapassou os limites de delegação legislativa –</p><p>repressivo (art. 49, V, CF).</p><p>30</p><p>O CONTROLE PELO PODER EXECUTIVO</p><p>• Poder Executivo:</p><p>• Quando o Presidente da República veta um projeto de</p><p>lei por motivo jurídico – preventivo (art. 66, § 1º, CF).</p><p>• Art. 66, CF. A Casa na qual tenha sido concluída a votação</p><p>enviará o projeto de lei ao Presidente da República, que,</p><p>aquiescendo, o sancionará. § 1º Se o Presidente da</p><p>República considerar o projeto, no todo ou em parte,</p><p>inconstitucional ou contrário ao interesse público, vetá-lo-</p><p>á total ou parcialmente [...].</p><p>31</p><p>19 - DAS FUNÇÕES ESSENCIAIS À</p><p>JUSTIÇA</p><p>PROF. RICARDO MUCIATO MARTINS</p><p>1</p><p>MINISTÉRIO PÚBLICO</p><p>•Até a CF/88 era um órgão vinculado ao Poder Executivo, sendo</p><p>responsável por sua defesa, assessoria e orientação jurídica.</p><p>•Com a CF/88 ganhou autonomia, passando a ser uma instituição</p><p>permanente, essencial à função jurisdicional do Estado.</p><p>• Sua competência é a defesa da ordem jurídica, do regime</p><p>democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis.</p><p>Art. 127. O Ministério Público é instituição permanente, essencial à função</p><p>jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime</p><p>democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis.</p><p>2</p><p>MINISTÉRIO PÚBLICO</p><p>•É um órgão autônomo pois:</p><p>• Está desvinculado dos Poderes, possuindo funções próprias.</p><p>• A CF/88 lhe atribui os princípios da unidade, indivisibilidade,</p><p>independência ou autonomia funcional e do promotor natural</p><p>(art. 127, § 1º, CF).</p><p>• Possui garantias constitucionais equivalentes à do Poder</p><p>Judiciário.</p><p>• Art. 127. § 1º - São princípios institucionais do Ministério Público a</p><p>unidade, a indivisibilidade e a independência funcional.</p><p>3</p><p>MINISTÉRIO PÚBLICO</p><p>Art. 128. O Ministério Público abrange:</p><p>I - o Ministério Público da União, que compreende:</p><p>a) o Ministério Público Federal;</p><p>b) o Ministério Público do Trabalho;</p><p>c) o Ministério Público Militar;</p><p>d) o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios;</p><p>II - os Ministérios Públicos dos Estados.</p><p>4</p><p>MINISTÉRIO PÚBLICO</p><p>•Garantias constitucionais do Ministério</p><p>Público:</p><p>• Institucionais.</p><p>•Aos membros:</p><p>• De liberdade.</p><p>• De imparcialidade, que são as vedações.</p><p>5</p><p>MINISTÉRIO PÚBLICO</p><p>• Institucionais:</p><p>• Autonomia funcional, administrativa e financeira (art.127,</p><p>§§ 2º e 3º, CF).</p><p>Art. 127. § 2º Ao Ministério Público é assegurada autonomia</p><p>funcional e administrativa, podendo, observado o disposto no art.</p><p>169, propor ao Poder Legislativo a criação e extinção de seus</p><p>cargos e serviços auxiliares, provendo-os por concurso público de</p><p>provas ou de provas e títulos, a política remuneratória e os planos</p><p>de carreira; a lei disporá sobre sua organização e funcionamento.</p><p>§ 3º O Ministério Público elaborará sua proposta orçamentária</p><p>dentro dos limites estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias.</p><p>6</p><p>MINISTÉRIO PÚBLICO</p><p>Art. 129. São funções institucionais do Ministério Público:</p><p>I - promover, privativamente, a ação penal pública, na forma da lei;</p><p>II - zelar pelo efetivo respeito dos Poderes Públicos e dos serviços</p><p>de relevância pública aos direitos assegurados nesta Constituição,</p><p>promovendo as medidas necessárias a sua garantia;</p><p>III - promover o inquérito civil e a ação civil pública, para a</p><p>proteção do patrimônio público e social, do meio ambiente e de</p><p>outros interesses difusos e coletivos;</p><p>IV - promover a ação de inconstitucionalidade ou representação</p><p>para fins de intervenção da União e dos Estados, nos casos</p><p>previstos nesta Constituição;</p><p>7</p><p>MINISTÉRIO PÚBLICO</p><p>V - defender judicialmente os direitos e interesses das populações indígenas;</p><p>VI - expedir notificações nos procedimentos administrativos de sua</p><p>competência, requisitando informações e documentos para instruí-los, na</p><p>forma da lei complementar respectiva;</p><p>VII - exercer o controle externo da atividade policial, na forma da lei</p><p>complementar mencionada no artigo anterior;</p><p>VIII - requisitar diligências investigatórias e a instauração de inquérito</p><p>policial, indicados os fundamentos jurídicos de suas manifestações</p><p>processuais;</p><p>IX - exercer outras funções que lhe forem conferidas, desde que compatíveis</p><p>com sua finalidade, sendo-lhe vedada a representação judicial e a</p><p>consultoria jurídica de entidades públicas.</p><p>8</p><p>MINISTÉRIO PÚBLICO</p><p>•Modo de escolha do Procurador Geral da</p><p>República (art. 128, §§ 1º ao 3º, CF).</p><p>Art. 128. § 1º O Ministério Público da União tem por chefe o</p><p>Procurador-Geral da República, nomeado pelo Presidente da</p><p>República dentre integrantes da carreira, maiores de trinta e</p><p>cinco anos, após a aprovação de seu nome pela maioria absoluta</p><p>dos membros do Senado Federal, para mandato de dois anos,</p><p>permitida a recondução.</p><p>9</p><p>MINISTÉRIO PÚBLICO</p><p>•Aos membros:</p><p>• De liberdade (art. 128, § 5º, I, CF);</p><p>• Vitaliciedade, após dois anos de exercício, não podendo</p><p>perder o cargo senão por sentença judicial transitada em</p><p>julgado;</p><p>• Inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público,</p><p>mediante decisão do órgão colegiado competente do</p><p>Ministério Público, pelo voto da maioria absoluta de seus</p><p>membros, assegurada ampla defesa;</p><p>• Irredutibilidade de subsídio, fixado na forma do art. 39, §</p><p>4º, e ressalvado o disposto nos arts. 37, X e XI, 150, II, 153,</p><p>III, 153, § 2º, I.</p><p>10</p><p>MINISTÉRIO PÚBLICO</p><p>•De imparcialidade (art. 128, § 5º, II e § 6º, CF), que</p><p>são as vedações:</p><p>a) receber, a qualquer título e sob qualquer pretexto, honorários,</p><p>percentagens ou custas processuais;</p><p>b) exercer a advocacia;</p><p>c) participar de sociedade comercial, na forma da lei;</p><p>d) exercer, ainda que em disponibilidade, qualquer outra função</p><p>pública, salvo uma de magistério;</p><p>11</p><p>MINISTÉRIO PÚBLICO</p><p>e) exercer atividade político-partidária;</p><p>f) receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribuições</p><p>de pessoas físicas, entidades públicas ou privadas, ressalvadas as</p><p>exceções previstas em lei.</p><p>§ 6º Aplica-se aos membros do Ministério Público o disposto no</p><p>art. 95, parágrafo único, V.</p><p>Art. 95, § único. Aos juízes é vedado. V - exercer a advocacia no</p><p>juízo ou tribunal do qual se afastou, antes de decorridos três anos</p><p>do afastamento do cargo por aposentadoria ou exoneração.</p><p>12</p><p>CONSELHO NACIONAL DO MINISTÉRIO PÚBLICO</p><p>•A CF/88 trata da composição e competências do CNMP:</p><p>• Composição – art. 130-A, CF/88.</p><p>• Competências – art. 130-A, § 2º, CF/88.</p><p>13</p><p>CONSELHO NACIONAL DO MINISTÉRIO PÚBLICO</p><p>Art. 130-A. O Conselho Nacional do Ministério Público compõe-se</p><p>de quatorze membros nomeados pelo Presidente da República,</p><p>depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado</p><p>Federal, para um mandato de dois anos, admitida uma recondução,</p><p>sendo:</p><p>I o Procurador-Geral da República, que o preside;</p><p>II quatro membros</p><p>do Ministério Público da União, assegurada a</p><p>representação de cada uma de suas carreiras;</p><p>14</p><p>CONSELHO NACIONAL DO MINISTÉRIO PÚBLICO</p><p>III três membros do Ministério Público dos Estados;</p><p>IV dois juízes, indicados um pelo Supremo Tribunal Federal e</p><p>outro pelo Superior Tribunal de Justiça;</p><p>V dois advogados, indicados pelo Conselho Federal da Ordem dos</p><p>Advogados do Brasil;</p><p>VI dois cidadãos de notável saber jurídico e reputação ilibada,</p><p>indicados um pela Câmara dos Deputados e outro pelo Senado</p><p>Federal.</p><p>15</p><p>CONSELHO NACIONAL DO MINISTÉRIO PÚBLICO</p><p>Art. 130-A. § 2º Compete ao Conselho Nacional do Ministério Público o</p><p>controle da atuação administrativa e financeira do Ministério Público e</p><p>do cumprimento dos deveres funcionais de seus membros, cabendo lhe:</p><p>I zelar pela autonomia funcional e administrativa do Ministério Público,</p><p>podendo expedir atos regulamentares, no âmbito de sua competência, ou</p><p>recomendar providências;</p><p>II zelar pela observância do art. 37 e apreciar, de ofício ou mediante</p><p>provocação, a legalidade dos atos administrativos praticados por</p><p>membros ou órgãos do Ministério Público da União e dos Estados,</p><p>podendo desconstituí-los, revê-los ou fixar prazo para que se adotem as</p><p>providências necessárias ao exato cumprimento da lei, sem prejuízo da</p><p>competência dos Tribunais de Contas;</p><p>16</p><p>CONSELHO NACIONAL DO MINISTÉRIO PÚBLICO</p><p>III - receber e conhecer das reclamações contra membros ou órgãos do</p><p>Ministério Público da União ou dos Estados, inclusive contra seus</p><p>serviços auxiliares, sem prejuízo da competência disciplinar e</p><p>correicional da instituição, podendo avocar processos disciplinares em</p><p>curso, determinar a remoção ou a disponibilidade e aplicar outras</p><p>sanções administrativas, assegurada ampla defesa;</p><p>IV rever, de ofício ou mediante provocação, os processos disciplinares de</p><p>membros do Ministério Público da União ou dos Estados julgados há</p><p>menos de um ano;</p><p>V elaborar relatório anual, propondo as providências que julgar</p><p>necessárias sobre a situação do Ministério Público no País e as atividades</p><p>do Conselho, o qual deve integrar a mensagem prevista no art. 84, XI.</p><p>17</p><p>ADVOCACIA PÚBLICA</p><p>•Atribuição é representar a União, judicial e</p><p>extrajudicialmente, prestar assessoria e consultoria jurídica</p><p>(art. 131, CF/88). O órgão que exerce a advocacia pública</p><p>da União é a Advocacia-Geral da União.</p><p>•A execução de dívida ativa de natureza tributária cabe à</p><p>Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional.</p><p>Art. 131, § 3º - Na execução da dívida ativa de natureza tributária, a</p><p>representação da União cabe à Procuradoria-Geral da Fazenda</p><p>Nacional, observado o disposto em lei.</p><p>18</p><p>ADVOCACIA PÚBLICA</p><p>•Os Estados-membros e o Distrito Federal possuem as</p><p>Procuradorias que exercem a representação judicial e a</p><p>consultoria jurídica da respectiva unidade federada (art.</p><p>132, CF/88).</p><p>19</p><p>ADVOCACIA PÚBLICA</p><p>Art. 131. A Advocacia-Geral da União é a instituição que, diretamente</p><p>ou através de órgão vinculado, representa a União, judicial e</p><p>extrajudicialmente, cabendo-lhe, nos termos da lei complementar que</p><p>dispuser sobre sua organização e funcionamento, as atividades de</p><p>consultoria e assessoramento jurídico do Poder Executivo.</p><p>Art. 132. Os Procuradores dos Estados e do Distrito Federal,</p><p>organizados em carreira, na qual o ingresso dependerá de concurso</p><p>público de provas e títulos, com a participação da Ordem dos</p><p>Advogados do Brasil em todas as suas fases, exercerão a</p><p>representação judicial e a consultoria jurídica das respectivas</p><p>unidades federadas.</p><p>20</p><p>ADVOCACIA PÚBLICA</p><p>• O Advogado Geral da União (art. 131, § 1º, CF) é de livre</p><p>nomeação do Presidente da República, devendo ser cidadão, ter</p><p>mais de 35 anos, reputação ilibada e notável saber jurídico.</p><p>• Demais membros são escolhidos por concurso público.</p><p>Art. 131, § 1º - A Advocacia-Geral da União tem por chefe o Advogado-Geral</p><p>da União, de livre nomeação pelo Presidente da República dentre cidadãos</p><p>maiores de trinta e cinco anos, de notável saber jurídico e reputação</p><p>ilibada.</p><p>§ 2º - O ingresso nas classes iniciais das carreiras da instituição de que trata</p><p>este artigo far-se-á mediante concurso público de provas e títulos.</p><p>21</p><p>ADVOCACIA PÚBLICA</p><p>•Procuradores possuem garantia de estabilidade:</p><p>Art. 132. Parágrafo único. Aos procuradores referidos</p><p>neste artigo é assegurada estabilidade após três anos</p><p>de efetivo exercício, mediante avaliação de</p><p>desempenho perante os órgãos próprios, após relatório</p><p>circunstanciado das corregedorias.</p><p>22</p><p>ADVOCACIA PÚBLICA</p><p>• Advocacia-Geral da União é composta pelos seguintes órgãos:</p><p>• PGU – Procuradoria Geral da União: presta orientação jurídica e defesa</p><p>administração direta federal.</p><p>• CGU – Controladoria Geral da União: presta consultoria jurídica para</p><p>administração direta federal.</p><p>• PGFN – Procuradoria Geral da Fazenda Nacional: executa as dívidas</p><p>fiscais federais.</p><p>• PGF – Procuradoria Geral Federal: presta orientação jurídica e defesa para</p><p>as autarquias e fundação federais.</p><p>• PGBC – Procuradoria Geral do Banco Central: presta orientação jurídica</p><p>e defesa do Banco Central.</p><p>23</p><p>Advocacia privada</p><p>• Representada pela OAB – Ordem dos Advogados do Brasil.</p><p>• Em regra os Conselhos fiscalizadores de profissões regulamentadas</p><p>em lei são constituídos sob a forma de autarquias.</p><p>• A OAB foi declarada pelo STF como um entidade sui generis, não</p><p>sendo considerada uma entidade da Administração Indireta (ADI n.</p><p>3.026/DF).</p><p>• A OAB é uma entidade independente que exerce função</p><p>institucional de natureza constitucional (administração da justiça</p><p>pela defesa de direitos individuais e coletivos), não se comparando às</p><p>demais autarquias profissionais, não estando sujeita à prestação de</p><p>contas ao Tribunal de Contas (controle contábil, financeiro,</p><p>orçamentário e patrimonial) e ao concurso público.</p><p>24</p><p>Advocacia privada</p><p>•A CF/88 declara um princípio e uma garantia aos</p><p>advogados:</p><p>• Princípio da indispensabilidade do advogado Art. 133,</p><p>CF), mas existem exceções.</p><p>• Imunidade material – inviolabilidade por seus atos e</p><p>manifestações no exercício da profissão, nos limites da lei</p><p>(art. 133, CF).</p><p>25</p><p>Advocacia privada</p><p>•Exceção ao princípio da indispensabilidade do</p><p>advogado:</p><p>• Juizado Especial (Lei n. 9.099/1995):</p><p>Art. 9º Nas causas de valor até vinte salários mínimos, as partes</p><p>comparecerão pessoalmente, podendo ser assistidas por advogado; nas de</p><p>valor superior, a assistência é obrigatória.</p><p>§ 1º Sendo facultativa a assistência, se uma das partes comparecer assistida</p><p>por advogado, ou se o réu for pessoa jurídica ou firma individual, terá a outra</p><p>parte, se quiser, assistência judiciária prestada por órgão instituído junto ao</p><p>Juizado Especial, na forma da lei local.</p><p>§ 2º O Juiz alertará as partes da conveniência do patrocínio por advogado,</p><p>quando a causa o recomendar.</p><p>26</p><p>Advocacia privada</p><p>•Habeas Corpus:</p><p>Art. 654 do CPP. O habeas corpus poderá ser impetrado por</p><p>qualquer pessoa, em seu favor ou de outrem, bem como pelo</p><p>Ministério Público.</p><p>27</p><p>Advocacia privada</p><p>•Reclamatória Trabalhista:</p><p>Art. 791 da CLT - Os empregados e os empregadores poderão</p><p>reclamar pessoalmente perante a Justiça do Trabalho e</p><p>acompanhar as suas reclamações até o final.</p><p>Art. 839 - A reclamação poderá ser apresentada:</p><p>a) pelos empregados e empregadores, pessoalmente, ou por</p><p>seus representantes, e pelos sindicatos de classe;</p><p>28</p><p>DEFENSORIA PÚBLICA</p><p>• É uma Instituição permanente, essencial à função jurisdicional</p><p>e instrumento do regime democrático.</p><p>• Suas funções são prestar orientação jurídica, promover os direitos</p><p>humanos e a defesa, em todos os graus, judicial e extrajudicial,</p><p>dos direitos individuais e coletivos, de forma integral e gratuita,</p><p>aos necessitados.</p><p>29</p><p>DEFENSORIA PÚBLICA</p><p>Art. 134. A Defensoria Pública é instituição permanente,</p><p>essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe,</p><p>como expressão e instrumento do regime democrático,</p><p>fundamentalmente, a orientação jurídica, a promoção dos</p><p>direitos</p><p>humanos e a defesa, em todos os graus, judicial e</p><p>extrajudicial, dos direitos individuais e coletivos, de forma</p><p>integral e gratuita, aos necessitados, na forma do inciso LXXIV</p><p>do art. 5º desta Constituição Federal.</p><p>30</p><p>DEFENSORIA PÚBLICA</p><p>•Definição de necessitado – Lei n. 1.060/1950 e CPC:</p><p>Art. 2º. Gozarão dos benefícios desta Lei os nacionais ou estrangeiros</p><p>residentes no país, que necessitarem recorrer à Justiça penal, civil, militar</p><p>ou do trabalho. (Revogado pela Lei n º 13.105, de 2015 - CPC).</p><p>Parágrafo único. - Considera-se necessitado, para os fins legais, todo</p><p>aquele cuja situação econômica não lhe permita pagar as custas do</p><p>processo e os honorários de advogado, sem prejuízo do sustento próprio</p><p>ou da família. (Revogado pela Lei n º 13.105, de 2015).</p><p>Art. 98 do CPC. A pessoa natural ou jurídica, brasileira ou</p><p>estrangeira, com insuficiência de recursos para pagar as custas, as</p><p>despesas processuais e os honorários advocatícios tem direito à</p><p>gratuidade da justiça, na forma da lei.</p><p>31</p><p>DEFENSORIA PÚBLICA</p><p>•Princípios da Defensoria Pública (no que couber se aplica</p><p>à Defensoria Pública as normas constitucionais reservadas</p><p>à magistratura):</p><p>• Unidade.</p><p>• Indivisibilidade.</p><p>• Independência funcional.</p><p>Art. 134, § 4º São princípios institucionais da Defensoria Pública a</p><p>unidade, a indivisibilidade e a independência funcional, aplicando-se</p><p>também, no que couber, o disposto no art. 93 e no inciso II do art. 96</p><p>desta Constituição Federal.</p><p>32</p><p>DEFENSORIA PÚBLICA</p><p>•Unidade entre a Defensoria da União, Distrito Federal e</p><p>Territórios e Defensoria Pública dos Estados-membros.</p><p>•O ingresso na carreira é por concurso público de provas e</p><p>títulos.</p><p>•A Defensoria pública possui garantias:</p><p>• Institucionais: autonomia.</p><p>•Aos membros:</p><p>• De liberdade – inamovibilidade.</p><p>• De imparcialidade – vedação de exercer advocacia.</p><p>33</p><p>DEFENSORIA PÚBLICA</p><p>•Garantia institucional: autonomia funcional,</p><p>administrativa e certa autonomia financeira.</p><p>Art. 134. § 2º Às Defensorias Públicas Estaduais são asseguradas</p><p>autonomia funcional e administrativa e a iniciativa de sua</p><p>proposta orçamentária dentro dos limites estabelecidos na lei de</p><p>diretrizes orçamentárias e subordinação ao disposto no art. 99, §</p><p>2º.</p><p>§ 3º Aplica-se o disposto no § 2º às Defensorias Públicas da</p><p>União e do Distrito Federal.</p><p>34</p><p>DEFENSORIA PÚBLICA</p><p>Art. 134. § 1º Lei complementar organizará a Defensoria</p><p>Pública da União e do Distrito Federal e dos Territórios e</p><p>prescreverá normas gerais para sua organização nos Estados, em</p><p>cargos de carreira, providos, na classe inicial, mediante</p><p>concurso público de provas e títulos, assegurada a seus</p><p>integrantes a garantia da inamovibilidade e vedado o exercício</p><p>da advocacia fora das atribuições institucionais.</p><p>35</p><p>20 - DA DEFESA DO ESTADO E DAS</p><p>INSTITUIÇÕES DEMOCRÁTICAS</p><p>PROF. RICARDO MUCIATO MARTINS</p><p>ESTADO DE SÍTIO E ESTADO DE DEFESA</p><p>• Estado de Defesa (art. 136) e Estado de Sítio (art. 137 ao art.</p><p>139)</p><p>• Conceito: medidas excepcionais para a restauração da ordem</p><p>pública.</p><p>• Sujeitas aos princípios da necessidade e temporariedade.</p><p>• Decretação é atribuição privativa do Presidente da República.</p><p>• Requisitos:</p><p>• ouvir os Conselhos da República e de Defesa Nacional (art. 136 caput e</p><p>137 caput).</p><p>• Estar presente uma das situações que autorizam a decretação da medida.</p><p>• Permissão do Congresso Nacional.</p><p>Estado de Defesa</p><p>• Presidente decreta a medida ou sua prorrogação e envia em 24 horas</p><p>com a justificativa ao Congresso Nacional, que decide por maioria</p><p>absoluta.</p><p>• Caso esteja em recesso, será convocado extraordinariamente para se</p><p>reunir em cinco dias.</p><p>• O Congresso Nacional aprecia o decreto em 10 dias e continua reunido</p><p>até o final da medida.</p><p>• Rejeitado o decreto, cessam imediatamente as medidas tomadas, sob</p><p>pena de crime de responsabilidade.</p><p>Estado de Defesa</p><p>Art. 136. O Presidente da República pode, ouvidos o Conselho da República e o</p><p>Conselho de Defesa Nacional, decretar estado de defesa para preservar ou prontamente</p><p>restabelecer, em locais restritos e determinados, a ordem pública ou a paz social</p><p>ameaçadas por grave e iminente instabilidade institucional ou atingidas por calamidades</p><p>de grandes proporções na natureza.</p><p>§ 4º Decretado o estado de defesa ou sua prorrogação, o Presidente da República,</p><p>dentro de vinte e quatro horas, submeterá o ato com a respectiva justificação ao</p><p>Congresso Nacional, que decidirá por maioria absoluta.</p><p>§ 5º Se o Congresso Nacional estiver em recesso, será convocado,</p><p>extraordinariamente, no prazo de cinco dias.</p><p>§ 6º O Congresso Nacional apreciará o decreto dentro de dez dias contados de seu</p><p>recebimento, devendo continuar funcionando enquanto vigorar o estado de defesa.</p><p>§ 7º Rejeitado o decreto, cessa imediatamente o estado de defesa.</p><p>Estado de Defesa</p><p>•Prazo de vigência de até 30 dias e pode ser prorrogado</p><p>uma única vez por até mais 30 dias, se persistirem as</p><p>razões.</p><p>•A necessidade da prorrogação deve ser justificada pelo</p><p>Presidente da República, que será votada no Congresso</p><p>Nacional.</p><p>Estado de Defesa</p><p>Art. 136. § 2º O tempo de duração do estado de defesa</p><p>não será superior a trinta dias, podendo ser prorrogado</p><p>uma vez, por igual período, se persistirem as razões que</p><p>justificaram a sua decretação.</p><p>Estado de Defesa</p><p>• Motivos:</p><p>• Para preservar ou prontamente restabelecer (preventiva ou</p><p>repressiva).</p><p>• em locais restritos e determinados.</p><p>• a ordem pública ou a paz social.</p><p>• ameaçadas por grave e iminente instabilidade institucional.</p><p>• atingidas por calamidades de grandes proporções na natureza.</p><p>Estado de Defesa</p><p>Art. 136. O Presidente da República pode, ouvidos o Conselho da</p><p>República e o Conselho de Defesa Nacional, decretar estado de</p><p>defesa para preservar ou prontamente restabelecer, em locais</p><p>restritos e determinados, a ordem pública ou a paz social</p><p>ameaçadas por grave e iminente instabilidade institucional ou</p><p>atingidas por calamidades de grandes proporções na natureza.</p><p>Estado de Defesa</p><p>•O decreto indicará:</p><p>• O tempo de duração.</p><p>• Especificará as áreas a serem abrangidas.</p><p>• indicará, nos termos e limites da lei, as medidas coercitivas a</p><p>vigorarem.</p><p>Estado de Defesa</p><p>Art. 136. § 1º O decreto que instituir o estado de defesa</p><p>determinará o tempo de sua duração, especificará as</p><p>áreas a serem abrangidas e indicará, nos termos e limites</p><p>da lei, as medidas coercitivas a vigorarem.</p><p>Estado de Defesa</p><p>• Medidas:</p><p>• restrições aos direitos de reunião, ainda que exercida no seio das</p><p>associações.</p><p>• Restrição ao sigilo de correspondência.</p><p>• Restrição ao sigilo de comunicação telegráfica e telefônica.</p><p>• Apenas na hipótese de calamidade pública:</p><p>• ocupação e uso temporário de bens e serviços públicos,</p><p>respondendo a União pelos danos e custos decorrentes.</p><p>Estado de Defesa</p><p>Art. 136. §1º.</p><p>I - restrições aos direitos de:</p><p>a) reunião, ainda que exercida no seio das associações;</p><p>b) sigilo de correspondência;</p><p>c) sigilo de comunicação telegráfica e telefônica;</p><p>II - ocupação e uso temporário de bens e serviços públicos, na hipótese de</p><p>calamidade pública, respondendo a União pelos danos e custos</p><p>decorrentes.</p><p>Estado de Defesa</p><p>• É possível a prisão por crime contra o Estado, determinada pelo executor da</p><p>medida.</p><p>• Ela será por este comunicada imediatamente ao juiz competente, que a</p><p>relaxará, se não for legal.</p><p>• É facultado ao preso requerer exame de corpo de delito à autoridade policial.</p><p>• a comunicação da prisão será acompanhada de declaração, pela autoridade, do</p><p>estado físico e mental do detido no momento de sua autuação.</p><p>• a prisão ou detenção de qualquer pessoa não poderá ser superior a dez dias,</p><p>salvo quando autorizada pelo Poder Judiciário.</p><p>• é vedada a incomunicabilidade do preso.</p><p>Estado de Defesa</p><p>Art. 136. § 3º Na vigência do estado de defesa:</p><p>I - a prisão por crime contra o Estado, determinada pelo executor da</p><p>medida, será por este comunicada imediatamente ao juiz competente, que</p><p>a relaxará, se não</p><p>for legal, facultado ao preso requerer exame de corpo</p><p>de delito à autoridade policial;</p><p>II - a comunicação será acompanhada de declaração, pela autoridade, do</p><p>estado físico e mental do detido no momento de sua autuação;</p><p>III - a prisão ou detenção de qualquer pessoa não poderá ser superior a dez</p><p>dias, salvo quando autorizada pelo Poder Judiciário;</p><p>IV - é vedada a incomunicabilidade do preso.</p><p>Estado de Sítio</p><p>• O Presidente solicita ao Congresso Nacional autorização para decretar ou</p><p>prorrogar e relatará os motivos determinantes do pedido</p><p>• Congresso Nacional decide por maioria absoluta.</p><p>• Solicitada durante recesso, o Presidente do Senado Federal convoca</p><p>extraordinariamente o Congresso Nacional a se reunir em 5 dias.</p><p>• O Congresso Nacional permanece em funcionamento até o término do</p><p>estado de sítio.</p><p>Estado de Sítio</p><p>Art. 137. O Presidente da República pode, ouvidos o Conselho da República e o</p><p>Conselho de Defesa Nacional, solicitar ao Congresso Nacional autorização</p><p>para decretar o estado de sítio nos casos de:</p><p>Parágrafo único. O Presidente da República, ao solicitar autorização para decretar</p><p>o estado de sítio ou sua prorrogação, relatará os motivos determinantes do</p><p>pedido, devendo o Congresso Nacional decidir por maioria absoluta.</p><p>Art. 138. § 2º Solicitada autorização para decretar o estado de sítio durante o</p><p>recesso parlamentar, o Presidente do Senado Federal, de imediato, convocará</p><p>extraordinariamente o Congresso Nacional para se reunir dentro de cinco dias,</p><p>a fim de apreciar o ato.</p><p>§ 3º O Congresso Nacional permanecerá em funcionamento até o término das</p><p>medidas coercitivas.</p><p>Estado de Sítio</p><p>• O decreto indicará:</p><p>• Duração.</p><p>• Medidas necessárias para a execução.</p><p>• as garantias constitucionais que ficarão suspensas.</p><p>• Depois de publicado o decreto, o Presidente da República designará o</p><p>executor das medidas específicas e as áreas abrangidas.</p><p>Estado de Sítio</p><p>Art. 138. O decreto do estado de sítio indicará sua duração, as</p><p>normas necessárias a sua execução e as garantias</p><p>constitucionais que ficarão suspensas, e, depois de publicado, o</p><p>Presidente da República designará o executor das medidas</p><p>específicas e as áreas abrangidas.</p><p>Estado de Sítio</p><p>• MOTIVOS: O estado de sítio pode ser decretado por dois</p><p>motivos:</p><p>• Comoção grave de repercussão nacional ou quando o Estado de Defesa</p><p>não surte efeito.</p><p>• Decretação de estado de guerra ou resposta a agressão armada</p><p>estrangeira.</p><p>Estado de Sítio</p><p>Art. 137. O Presidente da República pode, ouvidos o Conselho da</p><p>República e o Conselho de Defesa Nacional, solicitar ao</p><p>Congresso Nacional autorização para decretar o estado de sítio nos</p><p>casos de:</p><p>I - comoção grave de repercussão nacional ou ocorrência de fatos</p><p>que comprovem a ineficácia de medida tomada durante o estado de</p><p>defesa;</p><p>II - declaração de estado de guerra ou resposta a agressão armada</p><p>estrangeira.</p><p>Estado de Sítio</p><p>• Prazo: o estado de sítio:</p><p>• no caso do art. 137, I, 30 dias e prorrogado de cada vez por 30 dias</p><p>no máximo.</p><p>• Inciso II, decretado por todo o tempo que perdurar a guerra ou a</p><p>agressão armada estrangeira.</p><p>Estado de Sítio</p><p>Art. 138. § 1º O estado de sítio, no caso do art. 137, I, não</p><p>poderá ser decretado por mais de trinta dias, nem prorrogado,</p><p>de cada vez, por prazo superior; no do inciso II, poderá ser</p><p>decretado por todo o tempo que perdurar a guerra ou a</p><p>agressão armada estrangeira.</p><p>Estado de Sítio</p><p>• Medidas coercitivas:</p><p>• Estado de Sítio decretado com fundamentos no inciso I, do artigo 137:</p><p>comoção grave de repercussão nacional ou ocorrência de fatos que</p><p>comprovem a ineficácia de medida tomada durante o estado de defesa:</p><p>• medidas do artigo 139.</p><p>• Estado de Sítio decretado com fundamentos no inciso II, do artigo 137:</p><p>declaração de estado de guerra ou resposta a agressão armada estrangeira:</p><p>• Qualquer medida necessária.</p><p>Estado de Sítio</p><p>Art. 139. Na vigência do estado de sítio decretado com fundamento no art. 137, I, só</p><p>poderão ser tomadas contra as pessoas as seguintes medidas:</p><p>I - obrigação de permanência em localidade determinada;</p><p>II - detenção em edifício não destinado a acusados ou condenados por crimes comuns;</p><p>III - restrições relativas à inviolabilidade da correspondência, ao sigilo das comunicações,</p><p>à prestação de informações e à liberdade de imprensa, radiodifusão e televisão, na forma</p><p>da lei;</p><p>IV - suspensão da liberdade de reunião;</p><p>V - busca e apreensão em domicílio;</p><p>VI - intervenção nas empresas de serviços públicos;</p><p>VII - requisição de bens.</p><p>Parágrafo único. Não se inclui nas restrições do inciso III a difusão de pronunciamentos</p><p>de parlamentares efetuados em suas Casas Legislativas, desde que liberada pela</p><p>respectiva Mesa.</p><p>Responsabilidades no Estado de Sítio e Estado de Defesa</p><p>• Congresso cria uma Comissão 5 membros que acompanha e</p><p>fiscaliza as medidas tomadas durante a exceção.</p><p>• Terminado o período de exceção, o Presidente da República envia</p><p>Mensagem ao Congresso Nacional, com a relação nominal dos</p><p>atingidos e as medidas que cada um sofreu, justificando sua</p><p>aplicação (art. 140 e 141, CF).</p><p>Responsabilidades no Estado de Sítio e Estado de Defesa</p><p>Art. 140. A Mesa do Congresso Nacional, ouvidos os líderes partidários,</p><p>designará Comissão composta de cinco de seus membros para</p><p>acompanhar e fiscalizar a execução das medidas referentes ao estado de</p><p>defesa e ao estado de sítio.</p><p>Art. 141. Cessado o estado de defesa ou o estado de sítio, cessarão também</p><p>seus efeitos, sem prejuízo da responsabilidade pelos ilícitos cometidos por</p><p>seus executores ou agentes.</p><p>Parágrafo único. Logo que cesse o estado de defesa ou o estado de sítio, as</p><p>medidas aplicadas em sua vigência serão relatadas pelo Presidente da</p><p>República, em mensagem ao Congresso Nacional, com especificação e</p><p>justificação das providências adotadas, com relação nominal dos</p><p>atingidos e indicação das restrições aplicadas.</p><p>Forças Armadas</p><p>• É compostas pela Marinha, o Exército e a Aeronáutica. São</p><p>instituições permanentes e regulares – art. 142 e art. 143.</p><p>• Estão sujeitas aos princípios da hierarquia e da disciplina.</p><p>• O Comandante supremo das forças armadas é o Presidente da</p><p>República.</p><p>• Objetivos:</p><p>• defesa da pátria.</p><p>• garantia dos poderes constitucionais.</p><p>• garantia da lei e da ordem, por iniciativa dos poderes</p><p>constitucionais.</p><p>Forças Armadas</p><p>Art. 142. As Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo</p><p>Exército e pela Aeronáutica, são instituições nacionais permanentes</p><p>e regulares, organizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob</p><p>a autoridade suprema do Presidente da República, e destinam-se à</p><p>defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por</p><p>iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem.</p><p>Forças Armadas</p><p>•Os militares não possuem todos os direitos dos servidores</p><p>públicos civis:</p><p>• ao militar são proibidas a sindicalização e a greve.</p><p>• o militar, enquanto em serviço ativo, não pode estar filiado a</p><p>partidos políticos.</p><p>• Habeas corpus em relação a punições disciplinares militares</p><p>(há jurisprudência formada em sentido contrário).</p><p>Forças Armadas</p><p>Art. 142.</p><p>§ 2º Não caberá habeas corpus em relação a punições disciplinares militares.</p><p>§ 3º Os membros das Forças Armadas são denominados militares, aplicando-se-lhes, além das que</p><p>vierem a ser fixadas em lei, as seguintes disposições:</p><p>I - as patentes, com prerrogativas, direitos e deveres a elas inerentes, são conferidas pelo Presidente</p><p>da República e asseguradas em plenitude aos oficiais da ativa, da reserva ou reformados, sendo-</p><p>lhes privativos os títulos e postos militares e, juntamente com os demais membros, o uso dos</p><p>uniformes das Forças Armadas;</p><p>II - o militar em atividade que tomar posse em cargo ou emprego público civil permanente,</p><p>ressalvada a hipótese prevista no art. 37, inciso XVI, alínea "c", será transferido para a reserva, nos</p><p>termos da lei;</p><p>III - o militar da ativa que, de acordo com a lei, tomar posse em cargo, emprego ou função pública</p><p>civil temporária, não eletiva, ainda</p><p>que da administração indireta, ressalvada a hipótese prevista no</p><p>art. 37, inciso XVI, alínea "c", ficará agregado ao respectivo quadro e somente poderá, enquanto</p><p>permanecer nessa situação, ser promovido por antiguidade, contando-se-lhe o tempo de serviço</p><p>apenas para aquela promoção e transferência para a reserva, sendo depois de dois anos de</p><p>afastamento, contínuos ou não, transferido para a reserva, nos termos da lei;</p><p>Forças Armadas</p><p>IV - ao militar são proibidas a sindicalização e a greve;</p><p>V - o militar, enquanto em serviço ativo, não pode estar filiado a partidos políticos;</p><p>VI - o oficial só perderá o posto e a patente se for julgado indigno do oficialato ou com ele</p><p>incompatível, por decisão de tribunal militar de caráter permanente, em tempo de paz, ou de</p><p>tribunal especial, em tempo de guerra;</p><p>VII - o oficial condenado na justiça comum ou militar a pena privativa de liberdade superior a</p><p>dois anos, por sentença transitada em julgado, será submetido ao julgamento previsto no inciso</p><p>anterior;</p><p>VIII - aplica-se aos militares o disposto no art. 7º, incisos VIII, XII, XVII, XVIII, XIX e XXV, e</p><p>no art. 37, incisos XI, XIII, XIV e XV, bem como, na forma da lei e com prevalência da atividade</p><p>militar, no art. 37, inciso XVI, alínea "c";</p><p>X - a lei disporá sobre o ingresso nas Forças Armadas, os limites de idade, a estabilidade e outras</p><p>condições de transferência do militar para a inatividade, os direitos, os deveres, a remuneração, as</p><p>prerrogativas e outras situações especiais dos militares, consideradas as peculiaridades de suas</p><p>atividades, inclusive aquelas cumpridas por força de compromissos internacionais e de guerra.</p><p>Forças Armadas</p><p>• Serviço militar:</p><p>• É obrigatório para os homens que completam dezoito anos.</p><p>• O serviço alternativo pode ser atribuído:</p><p>• Pelas Forças Armadas, nos termos da lei.</p><p>• Em tempo de paz.</p><p>• Após alistamento militar.</p><p>• A quem alegar imperativo de consciência, entendendo-se como tal o decorrente</p><p>de crença religiosa e de convicção filosófica ou política.</p><p>• Para se eximir de atividade de caráter essencialmente militar.</p><p>• Mulheres e os eclesiásticos ficam isentos do serviço militar obrigatório</p><p>em tempo de paz, sujeitos, porém, a outros encargos que a lei lhes</p><p>atribuir.</p><p>Forças Armadas</p><p>Art. 143. O serviço militar é obrigatório nos termos da lei.</p><p>§ 1º Às Forças Armadas compete, na forma da lei, atribuir serviço</p><p>alternativo aos que, em tempo de paz, após alistados, alegarem</p><p>imperativo de consciência, entendendo-se como tal o decorrente de</p><p>crença religiosa e de convicção filosófica ou política, para se</p><p>eximirem de atividades de caráter essencialmente militar.</p><p>§ 2º - As mulheres e os eclesiásticos ficam isentos do serviço</p><p>militar obrigatório em tempo de paz, sujeitos, porém, a outros</p><p>encargos que a lei lhes atribuir.</p><p>Segurança pública</p><p>• É um dever do Estado e também direito e responsabilidade de</p><p>todos.</p><p>• Sua finalidade é a preservação da ordem pública e da</p><p>incolumidade das pessoas e do patrimônio.</p><p>• Órgãos (art. 144, § 1º, CF):</p><p>• Polícia Federal: instituída por lei, órgão permanente, organizado e</p><p>mantido pela União e estruturado em carreira.</p><p>• Polícia Rodoviária Federal: instituída por lei, órgão permanente,</p><p>organizado e mantido pela União e estruturado em carreira.</p><p>• Polícia Ferroviária Federal: instituída por lei, órgão permanente,</p><p>organizado e mantido pela União e estruturado em carreira.</p><p>Segurança pública</p><p>• Polícia civil: dirigidas por delegados de polícia de carreira.</p><p>Subordinam-se aos Governadores dos Estados, do Distrito</p><p>Federal e dos Territórios.</p><p>• Polícia Militar: polícia ostensiva e forças auxiliares e reserva</p><p>do Exército. subordinam-se aos Governadores dos Estados, do</p><p>Distrito Federal e dos Territórios.</p><p>• Corpos de Bombeiros Militar: forças auxiliares e reserva do</p><p>Exército. subordinam-se aos Governadores dos Estados, do</p><p>Distrito Federal e dos Territórios.</p><p>Segurança pública</p><p>• Polícias Penais federal, estaduais e distrital: são vinculadas ao</p><p>órgão administrador do sistema penal da unidade federativa a</p><p>que pertencem e, as estaduais e distrital, aos Governadores</p><p>dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios.</p><p>• guardas municipais: sua criação é facultativa.</p><p>Segurança pública</p><p>• Competência dos órgãos:</p><p>• Polícia Federal:</p><p>• apurar infrações penais contra a ordem política e social ou em detrimento de</p><p>bens, serviços e interesses da União ou de suas entidades autárquicas e</p><p>empresas públicas, assim como outras infrações cuja prática tenha repercussão</p><p>interestadual ou internacional e exija repressão uniforme, segundo se dispuser</p><p>em lei.</p><p>• prevenir e reprimir o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o</p><p>contrabando e o descaminho, sem prejuízo da ação fazendária e de outros</p><p>órgãos públicos nas respectivas áreas de competência.</p><p>• exercer as funções de polícia marítima, aeroportuária e de fronteiras.</p><p>• exercer, com exclusividade, as funções de polícia judiciária da União.</p><p>Segurança pública</p><p>• Polícia Rodoviária Federal:</p><p>• patrulhamento ostensivo das rodovias federais.</p><p>• Polícia Ferroviária Federal:</p><p>• patrulhamento ostensivo das ferrovias federais.</p><p>Segurança pública</p><p>• Polícias Civis:</p><p>• Ressalvada a competência da União, as funções de polícia</p><p>judiciária e a apuração de infrações penais, exceto as</p><p>militares.</p><p>• Polícias Militares:</p><p>• Policiamento ostensivo e preservação da ordem pública.</p><p>• Corpos de Bombeiros Militares:</p><p>• Além das atribuições definidas em lei, a execução de</p><p>atividades de defesa civil.</p><p>Segurança pública</p><p>• Polícias Penais federal, estaduais e distrital:</p><p>• cabe a segurança dos estabelecimentos penais.</p><p>• Guardas Municipais:</p><p>• São destinadas à proteção de seus bens, serviços e</p><p>instalações, conforme dispuser a lei.</p><p>Segurança pública</p><p>• A remuneração dos servidores policiais integrantes dos</p><p>órgãos relacionados neste artigo será fixada na forma do § 4º</p><p>do art. 39.</p><p>Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão conselho</p><p>de política de administração e remuneração de pessoal, integrado por servidores</p><p>designados pelos respectivos Poderes.</p><p>§ 4º O membro de Poder, o detentor de mandato eletivo, os Ministros de Estado e os</p><p>Secretários Estaduais e Municipais serão remunerados exclusivamente por</p><p>subsídio fixado em parcela única, vedado o acréscimo de qualquer gratificação,</p><p>adicional, abono, prêmio, verba de representação ou outra espécie</p><p>remuneratória, obedecido, em qualquer caso, o disposto no art. 37, X e XI.</p><p>Segurança pública</p><p>• A segurança viária, exercida para a preservação da ordem</p><p>pública e da incolumidade das pessoas e do seu patrimônio nas</p><p>vias públicas:</p><p>• Compreende a educação, engenharia e fiscalização de trânsito, além</p><p>de outras atividades previstas em lei, que assegurem ao cidadão o</p><p>direito à mobilidade urbana eficiente.</p><p>• E compete, no âmbito dos Estados, do Distrito Federal e dos</p><p>Municípios, aos respectivos órgãos ou entidades executivos e seus</p><p>agentes de trânsito, estruturados em carreira, na forma da lei.</p><p>BRASIL IMPÉRIO</p><p>1822 – (7 de setembro) Independência do Brasil em relação à Portugal,</p><p>com a assinatura do Tratado do Rio de Janeiro, também</p><p>chamado Tratado Luso-Brasileiro e Tratado de Paz, Amizade e Aliança,</p><p>de 29 de agosto de 1825. Pelo Tratado o Brasil se responsabilizou em</p><p>pagar indenização em dinheiro para Portugal (disponível em:</p><p>https://concordia.itamaraty.gov.br/pesquisa?TituloAcordo=do%20de%20</p><p>Paz%20e%20Alian%C3%A7a&tipoPesquisa=1&TipoAcordo=BL,TL,</p><p>ML).</p><p>1824 – É outorgada a primeira Constituição do Brasil.</p><p>https://concordia.itamaraty.gov.br/pesquisa?TituloAcordo=do%20de%20Paz%20e%20Alian%C3%A7a&tipoPesquisa=1&TipoAcordo=BL,TL,ML</p><p>CONSTITUIÇÃO DE 1824</p><p>c) Constituição de 1824</p><p>Constituição Política do Império do Brasil, outorgada em 25.03.1824.</p><p>Disponível em:</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao24.htm</p><p>Características:</p><p>- Primeiro passo rumo à democracia.</p><p>- Constituição mais duradoura.</p><p>- Semirrígida. Art. 178.</p><p>- Manteve a integridade nacional.</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao24.htm</p><p>CONSTITUIÇÃO DE 1824</p><p>- Foi outorgada por Dom Pedro I.</p><p>- Teve forte influência pelo liberalismo clássico (direitos individuais de 1ª</p><p>geração).</p><p>- Adotou a separação de Poderes, mas foi além, por conta do Poder</p><p>Moderador.</p><p>- Previa o Estado Unitário, dividido em províncias.</p><p>- A forma de governo era a monarquia hereditária.</p><p>- Contemplou eleições indiretas e voto censitário (pela condição financeira).</p><p>- Havia eleições dos deputados, mas os senadores eram vitalícios, nomeados</p><p>pelo Imperador.</p><p>- Foi a Constituição mais longa, acabando apenas em 1889.</p><p>- Era classificada também como nominativa, pois não regulou a vida política</p><p>do Estado.</p><p>CONSTITUIÇÃO DE 1824</p><p>- Transforma as capitanias existentes em províncias.</p><p>- Institui um governo monárquico hereditário, constitucional e</p><p>representativo.</p><p>- Voto censitário – Senador: oitocentos mil réis anuais; Deputado:</p><p>quatrocentos mil réis; votar nas Assembleias paroquiais: cem mil réis anuais;</p><p>votar na eleição dos Deputados, Senadores, e Membros dos Conselhos de</p><p>Província: duzentos mil réis.</p><p>- Sofre apenas uma emenda (disponível em:</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lim/LIM16.htm).</p><p>- O poder político foi dividido, segundo a teoria de Benjamin Constant, em</p><p>quatro órgãos: Poder Legislativo, Poder Executivo, Poder Judiciário e Poder</p><p>Moderador.</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lim/LIM16.htm</p><p>CONSTITUIÇÃO DE 1891</p><p>d) Constituição de 1891</p><p>Terceira fase – Republicana</p><p>República Velha ou Primeira República</p><p>Decreto n. 01, de 15/11/1889 – Federação e Estados Unidos do Brasil.</p><p>Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/1851-</p><p>1899/D0001.htm</p><p>Constituição da República dos Estados Unidos do Brasil, promulgada em</p><p>24/02/1891. Disponível em:</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao24.htm</p><p>“Comissão dos Cinco” (Rui Barbosa quem redigiu o texto final da</p><p>Constituição).</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/1851-1899/D0001.htm</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao24.htm</p><p>CONSTITUIÇÃO DE 1891</p><p>Características:</p><p>- Foi realizada uma assembleia constituinte para promulgar a Constituição.</p><p>- O habeas corpus passou a integrar a Constituição.</p><p>- Abandonou-se o voto censitário (exceção os mendigos).</p><p>- Cada uma das antigas províncias são transformadas em Estados-membros e</p><p>juntas formam os Estados Unidos do Brasil.</p><p>- O regime representativo adotado foi o presidencialismo.</p><p>- Adota a forma federativa de Estado e forma republicana de governo.</p><p>- A doutrina da tríplice separação dos poderes (Montesquieu) foi adotada,</p><p>terminando-se com o quarto poder.</p><p>- Permite o surgimento da República do café com leite.</p><p>CONSTITUIÇÃO DE 1891</p><p>- Seu principal mentor foi Ruy Barbosa, fortemente influenciado pelos</p><p>norte-americanos.</p><p>- Teve acréscimo de garantias, mas a principal foi o habeas corpus.</p><p>- Era considerada rígida e nominativa, pois suas disposições não</p><p>encontraram a realidade social.</p><p>CONSTITUIÇÃO DE 1891</p><p>Presidentes do período: República Velha ou Primeira República.</p><p>15.11.1889 a 23.11.1891 – Marechal Manuel Deodoro da Fonseca (Marechal Deodoro da Fonseca) –</p><p>República da Espada, que termina com Prudente de Morais.</p><p>23.11.1891 a 15.11.1894 - Marechal Floriano Vieira Peixoto (Marechal Floriano Peixoto) – Marechal de</p><p>Ferro. Enfrentou a Revolução Federalista, que termina com Prudente de Morais: guerra civil gaúcha entre</p><p>federalistas (maragatos) contra os republicanos (pica-paus). Ordenou o massacre de Anhatomirim, onde</p><p>185 desterrenses foram fuzilados em 1894, num dos episódios mais sangrentos da Revolução Federalista, e</p><p>a ilha de Nossa Senhora do Desterro teve seu nome alterado para Florianópolis em homenagem ao seu</p><p>algoz. As ordens foram cumpridas pelo Coronel Moreira Cezar, epilético, morto em Canudos.</p><p>15.11.1894 a 15.11.1898 - Prudente José de Morais Barros (Prudente de Morais) – Prudente Demais –</p><p>enfrenta a Revolução Federalista e a Revolta de Canudos, demorando a tomar decisões. Por motivo de</p><p>saúde, afastou-se do governo, assumindo o Vice-Presidente Manuel Vitorino Pereira de 10 de</p><p>novembro de 1896 a 3 de março de 1897. Em 5 de novembro de 1897 Prudente de Morais foi recepcionar</p><p>os militares vitoriosos em Canudos; acabou sendo alvo de um atentado contra a sua vida. O</p><p>soldado Marcelino Bispo de Melo não conseguiu atingir o presidente, mas acabou matando, a punhaladas,</p><p>o Marechal Carlos Machado Bittencourt, Ministro da Guerra. O vice-presidente Manuel Vitorino foi</p><p>indiciado no inquérito sobre o atentado, acusado de envolvimento no ato criminoso.</p><p>CONSTITUIÇÃO DE 1891</p><p>15.11.1898 a 15.11.1902 - Manuel Ferraz de Campos Sales (Campos Sales) – São Paulo. Saiu</p><p>vaiado do palácio, ao término de seu governo.</p><p>15.11.1902 a 15.11.1906 - Francisco de Paula Rodrigues Alves (Rodrigues Alves) – São</p><p>Paulo. Revolta da Vacina em 1904. Comprou a região do Acre da Bolívia, pelo Tratado de</p><p>Petrópolis.</p><p>15.11.1906 a 14.06.1909 - Afonso Augusto Moreira Penna (Afonso Penna) – Minas Gerais.</p><p>Morreu antes de terminar o mandato. Interligou a Amazônia ao Rio de Janeiro pelo fio</p><p>telegráfico, por meio de uma expedição de Cândido Rondon. Em 1908 perdeu parte do apoio</p><p>político por ter delegado sua assessoria política a jovens lideranças. Afonso Pena ficou com</p><p>sua imagem política abalada e, no mesmo período, perdeu o segundo de seus nove filhos com</p><p>Maria Guilhermina de Oliveira Penna. Os dois episódios abalaram sua saúde, ocasionando sua</p><p>morte por pneumonia no dia 14 de junho de 1909 no Rio de Janeiro.</p><p>14.06.1909 a 15.11.1910 - Nilo Peçanha (Nilo Peçanha). Assumiu após a morte de Afonso</p><p>Penna. Criou o Serviço de Proteção ao Índio, sob a direção de Cândido Rondon.</p><p>CONSTITUIÇÃO DE 1891</p><p>15.11.1910 a 15.11.1914 - Marechal Hermes Rodrigues da Fonseca (Marechal Hermes da</p><p>Fonseca) – fama de burro e fedia, casado com a espetacular Nair de Teffé, pintora, cantora,</p><p>atriz, pianista e a primeira mulher caricaturista do mundo. Filha do Barão de Teffé e foi a</p><p>segunda esposa do Marechal e a maior primeira dama da Primeira República ou República</p><p>Velha. Enfrentou a Revolta da Chibata e no fim do seu mandato estourou a Guerra do</p><p>Contestado, na divisa do Paraná com Santa Catarina. Era sobrinho do Marechal Deodoro da</p><p>Fonseca. Revolta da Chibata. Durante o governo de Epitácio Pessoa, foi preso como</p><p>presidente do Clube Militar devido a uma conspiração militar arquitetada contra o governo.</p><p>Foi solto seis meses depois.</p><p>15.11.1914 a 15.11.1918 - Venceslau Brás Pereira Gomes (Venceslau Brás) – Minas Gerais</p><p>– enfrentou a 1ª Guerra Mundial e a Greve Geral de 1917. Batalha das Toninhas, na qual o</p><p>Almirante Pedro Max Fernando Frontin e marinheiros inexperientes do Cruzador Bahia,</p><p>mataram 46 toninhas, confundindo-as com submarinos alemães, no Estreito de Gibraltar.</p><p>15.11.1918 a 28.07.1919 - Delfim Moreira da Costa Ribeiro (Delfim Moreira) – Minas</p><p>Gerais. Vice de Rodrigues Alves, que foi reeleito Presidente da República, mas morreu</p><p>vítima da gripe espanhola antes de tomar posse. Delfim Moreira exerceu a Presidência de 15</p><p>de novembro de 1918 a 28 de julho de 1919. Deixou o cargo após nova eleição para</p><p>Presidente da República. O Vice assumia apenas temporariamente.</p><p>CONSTITUIÇÃO DE 1891</p><p>28.07.1919 a 15.11.1922 - Epitácio da Silva Pessoa (Epitácio Pessoa) – Minas Gerais.</p><p>Professor de Direito, foi deputado no Congresso Constituinte de 1890 a 1891; Ministro da</p><p>Justiça no Governo Campos Sales; e exerceu simultaneamente os cargos de Ministro do</p><p>Supremo Tribunal Federal e de Procurador-Geral da República de 1902 a 1905. Enfrentou</p><p>várias crises.</p><p>15.11.1922 a 15.11.1926 - Authur da Silva Bernardes (Arthur Bernardes) – Minas Gerais.</p><p>Ordenou o fechamento dos sindicatos e dos jornais de esquerda. Reformou a Constituição, em</p><p>1926, com o objetivo de restringir a exploração de recursos do subsolo.</p><p>15.11.1926 a 24.10.1930 - Washington Luís Pereira de Sousa (Washington Luís) – São Paulo.</p><p>Enfrentou a Crise de 1929, a Grande Depressão, com a Quebra da Bolsa de Nova Iorque em</p><p>1930. Foi deposto na chamada Revolução Liberal, em 24 de outubro de 1930.</p><p>Júlio Prestes de Albuquerque – eleito não assumiu em razão do Golpe de 1930 – São Paulo.</p><p>Disputou as eleições em março de 1930 contra Getúlio Vargas. Venceu com mais de 300 mil</p><p>votos de diferença, mas, como era hábito nas eleições da República Velha, o resultado oficial</p><p>foi recebido com descrédito pelos candidatos derrotados.</p><p>24.10.1930 a 03.11.1930 - Junta governativa: General Augusto Tasso Fragoso, General João</p><p>de Deus Menna Barreto e o Contra-Almirante José Isaías de Noronha. Termina a República</p><p>Velha.</p><p>CONSTITUIÇÃO DE 1934</p><p>e) Constituição de 1934</p><p>Era Vargas</p><p>De 1930 e 1934 – Governo Provisório</p><p>De 1934 a 1937 – Governo Constitucional</p><p>Revolução de 1930 (Getúlio Vargas depõe Washington Luiz)</p><p>1932 - Revolução Constitucionalista em São Paulo</p><p>16/07/1934 é promulgada a segunda Constituição da República dos</p><p>Estados Unidos do Brasil, de fundo socialista (social-democracia).</p><p>Disponível em:</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao34.htm.</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao34.htm</p><p>CONSTITUIÇÃO DE 1934</p><p>Características:</p><p>- Era democrática, fruto da Revolução de 1930.</p><p>- Manteve o sistema republicano, a federação, a divisão de poderes, o presidencialismo</p><p>e o sistema representativo.</p><p>- Passou a admitir o voto feminino.</p><p>- Criou a Justiça Eleitoral.</p><p>- Tratou da ordem econômica e social, da família, educação e cultura.</p><p>- Passou a enumerar direitos fundamentais sociais – grande marca de Getúlio Vargas.</p><p>- Baseou-se na Constituição Weimar (11/08/1919).</p><p>- Estruturalmente, em relação à Constituição de 1891, não houve grandes mudanças,</p><p>pois continuou sendo República, Federação, Presidencialismo, regime representativo e</p><p>contendo a divisão de poderes.</p><p>Presidente do período:</p><p>03.11.1930 a 29.10.1945 - Getúlio Dorneles Vargas</p><p>CONSTITUIÇÃO DE 1937</p><p>f) Constituição de 1937</p><p>De 1937 a 1945 – Estado Novo</p><p>Constituição dos Estados Unidos do Brasil, outorgada em 10/11/1937, de cunho</p><p>fascista. Apelidada de polaca. Disponível em:</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao37.htm.</p><p>Em 1937, os militares integralistas forjaram o "Plano Cohen", em que dizia-se que uma</p><p>conspiração judaico-comunista planejava uma revolução com o amplo apoio do</p><p>Partido Comunista da União Soviética. Principal militar envolvido foi o Capitão</p><p>Olímpio Mourão Filho, que disse: “Em matéria de política não entendo nada. Sou uma</p><p>vaca fardada”. O Plano Cohen, de tão perfeito, foi divulgado pelo General Pedro</p><p>Aurélio de Góis Monteiro na Hora do Brasil em 30 de setembro de 1937 e no dia 10 de</p><p>novembro a ditadura é implementada.</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao37.htm</p><p>CONSTITUIÇÃO DE 1937</p><p>Características:</p><p>- Foi outorgada, sendo denominada de Constituição Polaca.</p><p>- Reforma o sistema representativo para acabar com as lutas partidárias.</p><p>- Confere ao Estado o papel de orientador e coordenador da economia</p><p>nacional.</p><p>- Subordina os direitos individuais ao interesse público.</p><p>- Nacionaliza as atividades e fontes essenciais da riqueza nacional.</p><p>- Instaurou o Estado Novo.</p><p>- A carta outorgada por Getúlio era de inspiração fascista e autoritária.</p><p>- A sua inspiração seria a Constituição Polonesa de 1935.</p><p>CONSTITUIÇÃO DE 1937</p><p>- Havia pena de morte para crimes políticos.</p><p>- Abarcou censura prévia da imprensa.</p><p>- Formalmente, existiam poderes Legislativo e Judiciário, mas materialmente</p><p>não.</p><p>- Fortaleceu o Poder Executivo para reprimir as agitações internas.</p><p>- Atribuiu ao Poder Executivo um papel mais preponderante na elaboração das</p><p>leis.</p><p>- O presidente legislava por decretos-leis.</p><p>- Restringe a ação do Congresso Nacional à função legislativa.</p><p>- Previa a necessidade de ser submetida à apreciação popular denominada de</p><p>plebiscito, o qual jamais aconteceu.</p><p>Presidente do período:</p><p>03.11.1930 a 29.10.1945 - Getúlio Dorneles Vargas</p><p>CONSTITUIÇÃO DE 1937</p><p>Preâmbulo da Constituição de 1937</p><p>O PRESIDENTE DA REPÚBLICA DOS ESTADOS UNIDOS DO BRASIL,</p><p>ATENDENDO às legitimas aspirações do povo brasileiro à paz política e social, profundamente perturbada por</p><p>conhecidos fatores de desordem, resultantes da crescente a gravação dos dissídios partidários, que, uma, notória</p><p>propaganda demagógica procura desnaturar em luta de classes, e da extremação, de conflitos ideológicos,</p><p>tendentes, pelo seu desenvolvimento natural, resolver-se em termos de violência, colocando a Nação sob a funesta</p><p>iminência da guerra civil;</p><p>ATENDENDO ao estado de apreensão criado no País pela infiltração comunista, que se torna dia a dia mais</p><p>extensa e mais profunda, exigindo remédios, de caráter radical e permanente;</p><p>ATENDENDO a que, sob as instituições anteriores, não dispunha, o Estado de meios normais de preservação e de</p><p>defesa da paz, da segurança e do bem-estar do povo;</p><p>Sem o apoio das forças armadas e cedendo às inspirações da opinião nacional, umas e outras justificadamente</p><p>apreensivas diante dos perigos que ameaçam a nossa unidade e da rapidez com que se vem processando a</p><p>decomposição das nossas instituições civis e políticas;</p><p>Resolve assegurar à Nação a sua unidade, o respeito à sua honra e à sua independência, e ao povo brasileiro, sob um</p><p>regime de paz política e social, as condições necessárias à sua segurança, ao seu bem-estar e à sua prosperidade,</p><p>decretando a seguinte Constituição, que se cumprirá desde hoje em todo o Pais:</p><p>CONSTITUIÇÃO DE 1946</p><p>g) Constituição de 1946</p><p>De 1946 a 1964 – República Populista ou Terceira República</p><p>Constituição da República dos Estados Unidos do Brasil, de 18/09/1946.</p><p>Disponível em:</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao46.htm</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao46.htm</p><p>CONSTITUIÇÃO DE 1946</p><p>Características:</p><p>- Foi talvez a melhor Constituição que o Brasil já teve.</p><p>- Forma de Estado era a federação, com autonomia dos Estados.</p><p>- Federalismo voltou a funcionar.</p><p>- Houve uma real “separação dos poderes” e redemocratização do país.</p><p>- A base desta Constituição eram as Constituições de 1891 e de 1934.</p><p>- Coincidiu com o fim da Segunda Guerra Mundial (em 1945).</p><p>- Houve o fim do Estado Novo.</p><p>- Trouxe eleições diretas.</p><p>CONSTITUIÇÃO DE 1946</p><p>- Garantiu a instituição do princípio da inafastabilidade da jurisdição, a</p><p>proibição da pena de morte, o banimento e o confisco.</p><p>- Os direitos dos trabalhadores passaram a ser constitucionalizados, com</p><p>acréscimo do direito de greve.</p><p>- Os partidos políticos passaram a ser trazidos pela Constituição, com o</p><p>princípio da liberdade da criação e organização partidária.</p><p>- Em 1961, uma emenda instaurou o parlamentarismo como sistema de</p><p>governo, com objetivo de reduzir os poderes de João Goulart, por ser</p><p>considerado uma “ameaça” comunista.</p><p>- O parlamentarismo foi rejeitado pelo plebiscito, fixando o presidencialismo,</p><p>o que ocasionou o golpe militar, encerrando a democracia.</p><p>CONSTITUIÇÃO DE 1946</p><p>29.10.1945 a</p><p>31.01.1946 – José Linhares. Era Presidente do Supremo Tribunal</p><p>Federal e foi convocado pelas Forças Armadas para exercer a Presidência da</p><p>República do Brasil, após a derrubada de Getúlio Vargas. Não havia Vice-</p><p>Presidente e o Congresso Nacional estava fechado há mais de sete anos.</p><p>Garantiu a realização das eleições mais livres até então. Ganhou o apelido de</p><p>"José Milhares" e gerou a expressão “os Linhares são milhares”, pela</p><p>quantidade de parentes que empregou.</p><p>31.01.1946 a 31.01.1951 – General Eurico Gaspar Dutra (Dutra). Fama de</p><p>burro. Proibiu o jogo de azar no Brasil, por ordem da Primeira-dama, dona</p><p>Carmela Dutra, a Santinha. Ao recepcionar o Presidente americano Henry</p><p>Truman, em visita ao Brasil, no pós-guerra, no aeroporto de Recife, Dutra</p><p>estende a mão e é cumprimentado pelo presidente americano: – How do you</p><p>do, Dutra? Dutra responde no ato: – How tru you tru, Truman?</p><p>CONSTITUIÇÃO DE 1946</p><p>31.01.1951 a 24.08.1954 – Getúlio Dorneles Vargas (Getúlio Vargas). Governou o Brasil como Presidente da República</p><p>eleito por 3 anos e meio, quando se suicidou. Era chamado por seus simpatizantes de "pai dos pobres". Atentado da Rua</p><p>Tonelero, que fere o jornalista Carlos Lacerda, crítico de Getúlio, e mata o major Rubens Florentino Vaz, guarda-costas</p><p>voluntário de Lacerda, inicia a República do Galeão, com inquérito aberto. O crime é atribuído a guarda-costas de Getúlio,</p><p>Alcino João do Nascimento e Climério Euribes de Almeida, e encomendado por Gregório Fortunato, o Anjo Negro, sem o</p><p>conhecimento de Vargas. Getúlio diz: “Carlos Lacerda levou um tiro no pé. Eu levei dois tiros nas costas". O crime até</p><p>hoje é um mistério, havendo quem diga que o primeiro tiro que atingiu o militar partiu da arma de Lacerda e que Lacerda</p><p>não foi atingido. Os laudos e exames médicos desapareceram do Hospital Miguel Couto. Alcino era uma marceneiro que</p><p>por dinheiro tornou-se matador. Em seu primeiro trabalho matou a pessoa errada, mas foi assim mesmo contratado por</p><p>Climério. O atentado era para ocorrer em outro local e data, mas o carro de Alcino quebrou. Decidiram pegar um taxi,</p><p>sendo o motoristas Nelson Raimundo de Souza, que foi depois identificado e entregou Climério. Gregório Fortunato foi</p><p>assassinado na penitenciária na qual cumpria pena de 25 anos, após ter confessado ser o mandante do crime. Pressionado a</p><p>renunciar pelos militares e pela imprensa, após uma última reunião de ministério, vira-se e despede-se do ministro da</p><p>Justiça Tancredo Neves, dando a ele uma caneta Parker 51 de ouro e diz: "Para o amigo certo das horas incertas!". Getúlio</p><p>Vargas cometeu suicídio com um tiro no coração em seus aposentos no Palácio do Catete, na madrugada de 24 de agosto</p><p>de 1954, deixando uma carta testamento, na qual escreve: “Deixo à sanha de meus inimigos, o legado de minha morte.</p><p>Levo o pesar de não ter podido fazer, por este bom e generoso povo brasileiro, e principalmente pelos mais necessitados,</p><p>todo o bem que pretendia”.</p><p>24.08.1954 a 08.11.1955 – João Fernandes Campos Café Filho (Café Filho). Assume após o suicídio de Getúlio Vargas.</p><p>Em novembro de 1955 foi afastado da presidência por problemas cardíacos, assumindo em seu lugar o presidente da</p><p>Câmara, Carlos Luz.</p><p>CONSTITUIÇÃO DE 1946</p><p>08.11.1955 a 11.11.1955 – Carlos Coimbra da Luz. Foi deposto pelo General Henrique Teixeira Lott,</p><p>logo depois de tomar posse, por tentar impedir a posse do próximo Presidente eleito Juscelino</p><p>Kubitschek. Com o afastamento de Carlos Luz, Café Filho se recupera milagrosamente e se apresenta</p><p>para assumir a Presidência da República. O General Lott desconfia da situação e dá posse ao Presidente</p><p>do Senado, Nereu de Oliveira Ramos.</p><p>11.11.1955 a 31.01.1956 – Nereu de Oliveira Ramos. Assume o país mergulhado em uma profunda crise</p><p>política, após o suicídio de Getúlio. Neste período sobressai a figura do General Lott, Ministro da</p><p>Guerra, que assegurou a posse de Juscelino Kubitschek e de João Goulart, eleitos em 1955, como a</p><p>continuidade democrática</p><p>31.01.1956 a 31.01.1961 – Juscelino Kubitschek de Oliveira (JK). Presidente sorriso. Integrante da</p><p>Polícia Militar de Minas Gerais, na função de médico. Último Presidente da República a tomar posse no</p><p>Palácio do Catete. Em seu governo constrói Brasília. Seu slogan era “cinquenta anos em cinco”. Seu</p><p>período de governo é chamado “Anos Dourados”. Não conseguiu eleger seu sucessor. Apoiou o General</p><p>Lott, que perdeu para Jânio Quadros. Seu governo também foi marcado por denúncias de corrupção em</p><p>obras públicas e escândalos sexuais, mantendo uma amante por 18 anos. Faleceu em um acidente</p><p>automobilístico na Rodovia Presidente Dutra, na “curva do açougueiro”, depois renomeada para “curva</p><p>JK”, quando o Opala em que estava colidiu violentamente contra a traseira de uma carreta carregada de</p><p>gesso. No acidente faleceu também o motorista e seu amigo Geraldo Ribeiro.</p><p>CONSTITUIÇÃO DE 1946</p><p>31.01.1961 a 25.08.1961 – Jânio da Silva Quadros (Jânio Quadros). Usou a vassoura como símbolo em sua campanha, alegando varrer a corrupção do</p><p>governo JK. Dizia ser a campanha do milhão contra o tostão. Não conseguiu que seu candidato a Vice fosse eleito, tendo vencido o Vice de Lott, João</p><p>Goulart. Obteve a maior votação até então, 5,6 milhões de votos. Inspirou-se em Sir Winston Leonard Spencer-Churchill, tratando diretamente com seus</p><p>Ministros e assessores por memorandos, chamados “bilhetinhos de Jânio”. Além de ser autor de um bom Curso Prático de Língua Portuguesa e</p><p>Literatura e Novo Dicionário Prático da Língua Portuguesa, escreveu em coautoria com Afonso Arinos a História do Povo Brasileiro, sendo que Winston</p><p>Churchill havia escrito Uma História dos Povos de Língua Inglesa. Condecorou o guerrilheiro Ernesto Che Guevara com a Grã-Cruz da Ordem</p><p>Nacional do Cruzeiro do Sul e apoiava o regime de Fidel em Cuba. Proibiu o biquíni na transmissão televisada dos concursos de miss, proibiu as rinhas</p><p>de galo, o lança-perfume em bailes de carnaval e regulamentou o jogo carteado, que ainda estão em vigor. Planejou anexar a Guiana Francesa, tendo</p><p>enviado tal ordem ao governador do Amapá (Moura Cavalcanti) que chegou a abrir picadas no mato, abrindo caminho para a invasão. Em 1985 elegeu-</p><p>se Prefeito de São Paulo, derrotando Fernando Henrique Cardoso, contrariando as pesquisas de opinião. FHC chegou a tirar uma foto, publicada</p><p>pela Revista Veja, sentado na cadeira de prefeito. Na posse, ao lado da cadeira e com um tubo de inseticida nas mãos, Jânio declarou: “Desinfeto porque</p><p>nádegas indevidas se sentaram nela.” Em um debate para o Governo de São Paulo em 1982, com Reynaldo de Barros, este o interrompeu dizendo:</p><p>"Pode falar, suas palavras entram por um ouvido e saem pelo outro!". Jânio retrucou: “Mentira! Isto é uma impropriedade física, porque sabidamente, o</p><p>som não se propaga no vácuo!". Quando interpelado por uma jornalista a respeito de sua opinião sobre os homossexuais, foi chamado de "você",</p><p>respondendo à jornalista: "Intimidade gera aborrecimentos ou filhos. Como não quero aborrecimentos com a senhora, e muito menos filhos, trate-me</p><p>por Senhor”. Renunciou ao mandato em 25/08/1961. Especula-se que talvez Jânio não esperasse que sua carta-renúncia fosse efetivamente entregue ao</p><p>Congresso. Pelo menos não a carta original, assinada, com valor de documento. Dizia-se que renunciou após mandar o Vice João Goulart para a</p><p>República Comunista da China. Goulart, apelidado de Jango, tinha fama de esquerdista por ter sido Ministro do Trabalho de Getúlio na década de 50.</p><p>Esperava que os setores conservadores e fortes manifestações populares, como ocorreu na França com a renúncia de Charles de Gaulle, o trouxessem</p><p>novamente ao cargo. Por isso Jânio permaneceu por horas aguardando dentro do avião que o levaria de Brasília a São Paulo por horas, mas nada</p><p>ocorreu, tendo havido movimentações políticas para que a população não soubesse aonde Jânio se encontrava. Jânio Quadros alegou a pressão de</p><p>"forças terríveis" que o obrigavam a renunciar, mas nunca explicou que forças erram essas. Com</p><p>sua renúncia uma crise política se instaurou. Sua</p><p>esposa Eloá faleceu, vítima de câncer, em novembro de 1990, o que agravou seu estado de saúde. Passou os últimos meses de sua vida entre casas de</p><p>repouso e quartos de hospitais. Morreu em São Paulo, internado no Hospital Israelita Albert Einstein, em 16 de fevereiro de 1992, em estado vegetativo,</p><p>vítima de três derrames cerebrais. Quando faleceu em 1992 deixou mais de 66 imóveis para seus herdeiros sendo denunciado como corrupto pela filha,</p><p>que internou numa clínica psiquiátrica à força. Durante a Operação Castelo de Areia, a Polícia Federal revelou que Jânio tinha 20 milhões depositados</p><p>na Suíça em uma conta secreta.</p><p>CONSTITUIÇÃO DE 1946</p><p>25.08.1961 a 08.09.1961 – Paschoal Ranieri Mazzilli. Assumiu o governo</p><p>após a renúncia de Jânio e ter os Ministros militares vetado o nome de</p><p>Goulart. Possuía um cargo meramente formal, já que os três ministros</p><p>militares de Jânio formaram uma Junta Provisória que governou de fato</p><p>durante esses treze dias, enquanto acontecia a Campanha da Legalidade,</p><p>encabeçada por Leonel Brizola, governador do Rio Grande do Sul e</p><p>cunhado de Jango, que exigia a posse de Goulart. Com a adoção do</p><p>regime parlamentarista, e consequente redução dos poderes presidenciais,</p><p>finalmente os militares aceitaram que Goulart assumisse. O primeiro</p><p>Primeiro-Ministro do Brasil, neste período parlamentar, foi Tancredo</p><p>Neves. A experiência parlamentarista, contudo, foi revogada por um</p><p>plebiscito em 6 de janeiro de 1963, depois de também terem sido</p><p>primeiros-ministros Brochado da Rocha e Hermes Lima.</p><p>CONSTITUIÇÃO DE 1946</p><p>Com a renúncia de Jânio Quadros e a impossibilidade de João Goulart assumir o</p><p>cargo, assume o Presidente da Câmara dos Deputados Ranieri Mazzilli, sob a</p><p>supervisão de uma Junta Militar. Foi aprovada a Emenda Constitucional n. 04,</p><p>em 02 de setembro de 1961, e o Brasil adotou o regime parlamentarista. Assim,</p><p>foi permitido a João Goulart assumir a Presidência da República em 08 de</p><p>setembro de 1961.</p><p>Disponível em:</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc_anterior1988/</p><p>emc04-61.htm.</p><p>O regime parlamentarista chegou ao fim quando em uma referendo, que foi</p><p>chamado incorretamente de plebiscito, a população decidiu pelo retorno ao</p><p>regime presidencialista em 06 de janeiro de 1963. Disponível em:</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc_anterior1988/</p><p>emc06-63.htm#art1. O chamada Golpe Branco havia sido revertido.</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc_anterior1988/emc04-61.htm</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc_anterior1988/emc06-63.htm#art1</p><p>CONSTITUIÇÃO DE 1946</p><p>Jango, no entanto, não consegue apaziguar o Brasil, mas, pelo contrário,</p><p>aprofunda a crise política e econômica quando em um discurso inflamado</p><p>em março de 1964, no Rio de Janeiro, determinou a reforma agrária e a</p><p>nacionalização das refinarias estrangeiras de petróleo.</p><p>Imediatamente parte do clero, da imprensa e o empresariado realizaram em</p><p>São Paulo, a "Marcha da Família Com Deus pela Liberdade", que reuniu</p><p>cerca de 500 mil pessoas.</p><p>Em 31 de março de 1964, os militares tomaram o poder e afastaram Jango,</p><p>que fugiu de Brasília para Porto Alegre e dali se exilou no Uruguai.</p><p>Ranieri Mazilli assume novamente a presidência interinamente.</p><p>CONSTITUIÇÃO DE 1946</p><p>08.09.1961 a 01.04.1964 – João Belchior Marques Goulart (João Goulart - Jango). Assumiu a Presidência da República no regime</p><p>parlamentar, mas em 06 de janeiro de 1963, o regime é novamente alterado para presidencialista. Era afilhado político de Getúlio e</p><p>seguiu a linha populista deste. Era excelente jogador de futebol na infância, mas um aluno medíocre. Formou-se em Direito pela</p><p>UFRGS. Nos termos de estudo levava uma vida boêmia, cercado de bebidas e mulheres, tendo contraído sífilis, doença que</p><p>paralisou sua perna esquerda e encerrou sua carreira de jogador. A versão oficial era que tinha levado um coice de uma mula. Foi</p><p>Ministro do Trabalho de Getúlio na década de 50 e esteve sempre envolvido com partidos de esquerda, muito embora fosse de uma</p><p>família rica de estancieiros gaúchos. Em seu governo propôs a reforma agrária, educacional, fiscal, eleitoral, urbana e bancária,</p><p>desagradando os conservadores. Esta insatisfação levou a que no começo de 1964, todas as frentes políticas namorassem o golpe,</p><p>mas ninguém queria iniciá-lo. O general Olímpio Mourão Filho, o mesmo Capitão que em 1937 havia forjado o Plano Cohen, agora</p><p>chefe da 4ª Região Militar em Minas Gerais, resolveu o problema, até porque no dia 9 de maio ele se aposentaria. Na manhã do dia</p><p>31 de março, Mourão disparou telefonemas para todo o Brasil, dizendo: “Minhas tropas estão na rua!”. Escreveu posteriormente em</p><p>seu diário: “Eu estava de pijama e roupão vermelho. Posso dizer com orgulho de originalidade: creio ter sido o único homem no</p><p>mundo, pelo menos, no Brasil, que desencadeou uma revolução de pijama”. Suas ações atingiram de surpresa a cúpula militar. O</p><p>próprio Humberto de Alencar Castello Branco, futuro Presidente da República, daria três telefonemas para que alguém tentasse</p><p>dissuadir o general, mas já era tarde demais. Ou seja: não fosse a pressa do quase aposentado Mourão, o golpe poderia nem ter</p><p>ocorrido. Mourão fora responsável por dois golpes de Estado. Com a deposição de Jango, novamente assume a Presidência da</p><p>República o Presidente da Câmara dos Deputados, Ranieri Mazzilli. João Goulart morreu, oficialmente, por ataque cardíaco, no</p><p>município argentino de Mercedes, Corrientes, em 6 de dezembro de 1976, mas a família suspeitava de assassino por</p><p>envenenamento, por agentes da Operação Condor. A família não permitiu a realização de autópsia.</p><p>https://pt.wikipedia.org/wiki/Mercedes_(Corrientes)</p><p>https://pt.wikipedia.org/wiki/Corrientes_(prov%C3%ADncia)</p><p>CONSTITUIÇÃO DE 1946</p><p>Em 09 de abril de 1964 é editado o Ato Institucional n. 01 que mantém a Constituição mas altera seu texto. Disponível em:</p><p>http://www.planalto.gov.br//CCIVIL_03/AIT/ait-01-64.htm</p><p>“Dispõe sobre a manutenção da Constituição Federal de 1946 e as Constituições Estaduais e respectivas Emendas, com as modificações</p><p>introduzidas pelo Poder Constituinte originário da revolução Vitoriosa.</p><p>À NAÇÃO</p><p>[...]</p><p>A revolução se distingue de outros movimentos armados pelo fato de que nela se traduz, não o interesse e a vontade de um grupo, mas o</p><p>interesse e a vontade da Nação.</p><p>A revolução vitoriosa se investe no exercício do Poder Constituinte. Este se manifesta pela eleição popular ou pela revolução. Esta é a</p><p>forma mais expressiva e mais radical do Poder Constituinte. Assim, a revolução vitoriosa, como Poder Constituinte, se legitima por si</p><p>mesma.</p><p>Fica, assim, bem claro que a revolução não procura legitimar-se através do Congresso. Este é que recebe deste Ato Institucional, resultante</p><p>do exercício do Poder Constituinte, inerente a todas as revoluções, a sua legitimação.</p><p>Em nome da revolução vitoriosa, e no intuito de consolidar a sua vitória, de maneira a assegurar a realização dos seus objetivos e garantir ao</p><p>País um governo capaz de atender aos anseios do povo brasileiro, o Comando Supremo da Revolução, representado pelos Comandantes-</p><p>em-Chefe do Exército, da Marinha e da Aeronáutica resolve editar o seguinte.</p><p>[...]</p><p>Rio de Janeiro-GB, 9 de abril de 1964.</p><p>Gen. Ex. ARTHUR DA COSTA E SILVA</p><p>Tem. Brig. FRANCISCO DE ASSIS CORREIA DE MELLO</p><p>Vice-Alm. AUGUSTO HAMANN RADEMAKER GRUNEWALD”</p><p>http://www.planalto.gov.br/CCIVIL_03/AIT/ait-01-64.htm</p><p>CONSTITUIÇÃO DE 1946</p><p>02.04.1964 a 15.04.1964 – Paschoal Ranieri Mazzilli. O poder era</p><p>exercido, no entanto, por uma junta militar denominada Comando</p><p>Supremo da Revolução, composta por três de seus ministros, o</p><p>General Artur da Costa e Silva (Exército), o Vice-</p><p>Almirante Augusto Rademaker Grünewald (Marinha) e o Tenente-</p><p>Brigadeiro Francisco de Assis Correia de Melo (Aeronáutica). No</p><p>dia 11 de abril de 1964 houve uma eleição indireta na qual foi</p><p>eleito Presidente da República</p><p>o Marechal Humberto de Alencar</p><p>Castelo Branco. Mazzili concorreu e recebeu dois votos.</p><p>CONSTITUIÇÃO DE 1946</p><p>15.04.1964 a 15.03.1967 – Marechal Humberto de Alencar Castello Branco</p><p>(Marechal Castello Branco). Deveria ter terminado o mandato de Jango,</p><p>mas teve seu mandato prorrogado. Implementou o bipartidarismo, com</p><p>ARENA e MDB. Promulgou quatro Atos Institucionais, permitindo a</p><p>intervenção nos Estados e municípios, que o Executivo legislasse por</p><p>decreto-lei, estendeu a eleição indireta para os governos estaduais, fechou o</p><p>Congresso Nacional em outubro de 1966. O Congresso Nacional foi</p><p>reaberto em dezembro de 1966 para aprovar a nova Constituição imposta</p><p>pelo Governo, que ocorreu em 24 de janeiro de 1967. Faleceu em um</p><p>acidente aéreo, muito mal explicado pelos inquéritos militares, em 18 de</p><p>julho de 1967, quando um avião da Força Aérea brasileira atingiu a cauda</p><p>do avião em que estava, nos céus do Estado do Ceará, provocando a queda</p><p>da aeronave. O avião da Força Aérea conseguiu pousar, apesar das avarias.</p><p>CONSTITUIÇÃO DE 1967</p><p>h) Constituição de 1967</p><p>De 1964 a 1985 – Governo Militar</p><p>24/01/1967 – outorgada a Constituição do Brasil. Disponível em:</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao67.htm</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao67.htm</p><p>CONSTITUIÇÃO DE 1967</p><p>Características:</p><p>- Produto dos militares que outorgaram a Constituição.</p><p>- Reduziu a autonomia individual, permitindo suspensão de direitos e garantias</p><p>constitucionais.</p><p>- Definiu eficazmente o direito dos trabalhadores.</p><p>- Houve uma preocupação com aquilo que se convencionou chamar de segurança</p><p>nacional.</p><p>- Tendência de centralização político-administrativa na União, e de ampliação dos</p><p>poderes do Presidente da República.</p><p>- A Constituição limitou os direitos de propriedade, passando a prever a desapropriação</p><p>para fins de reforma agrária com indenização por meio de títulos públicos.</p><p>CONSTITUIÇÃO DE 1967</p><p>Crises políticas e econômicas continuaram e veio o AI n.º 05, de 13/12/68, que rompeu</p><p>com a ordem constitucional, permitindo o fechamento (recesso) do Congresso</p><p>Nacional – Presidente Artur da Costa e Silva. Disponível em:</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/ait/ait-05-68.htm.</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/ait/ait-05-68.htm</p><p>CONSTITUIÇÃO DE 1967</p><p>“São mantidas a Constituição de 24 de janeiro de 1967 e as Constituições Estaduais; O</p><p>Presidente da República poderá decretar a intervenção nos estados e municípios, sem as</p><p>limitações previstas na Constituição, suspender os direitos políticos de quaisquer</p><p>cidadãos pelo prazo de 10 anos e cassar mandatos eletivos federais, estaduais e</p><p>municipais, e dá outras providências.</p><p>O PRESIDENTE DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL, ouvido o Conselho de</p><p>Segurança Nacional, e</p><p>CONSIDERANDO que a Revolução Brasileira de 31 de março de 1964 teve, conforme</p><p>decorre dos Atos com os quais se institucionalizou, fundamentos e propósitos que visavam a</p><p>dar ao País um regime que, atendendo às exigências de um sistema jurídico e político,</p><p>assegurasse autêntica ordem democrática, baseada na liberdade, no respeito à dignidade</p><p>da pessoa humana, no combate à subversão e às ideologias contrárias às tradições de</p><p>nosso povo, na luta contra a corrupção, buscando, deste modo, "os meios indispensáveis à</p><p>obra de reconstrução econômica, financeira, política e moral do Brasil, de maneira a poder</p><p>enfrentar, de modo direito e imediato, os graves e urgentes problemas de que depende a</p><p>restauração da ordem interna e do prestígio internacional da nossa pátria" (Preâmbulo do Ato</p><p>Institucional nº 1, de 9 de abril de 1964);”</p><p>CONSTITUIÇÃO DE 1967/69</p><p>O Congresso Nacional é fechado pelo Pacote de Abril, com 1 Emenda e 6</p><p>Decretos-lei, e outras providências são tomadas, iniciando-se os anos mais</p><p>duros do regime militar.</p><p>O fechamento do Congresso Nacional ocorre pelo Ato Complementar n. 102 do</p><p>Presidente da República Ernesto Beckmann Geisel, de 1º de abril de 1977.</p><p>Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/ACP/acp-102-77.htm.</p><p>Ainda, o Presidente da República editou a Emenda Constitucional n. 8, de 14 de</p><p>abril de 1977, disponível em:</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc_anterior1988/</p><p>emc08-77.htm.</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/ACP/acp-102-77.htm</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc_anterior1988/emc08-77.htm</p><p>CONSTITUIÇÃO DE 1967/69</p><p>Características:</p><p>- Instituída por meio da Emenda n. 1/1969, mas é considerada por muitos</p><p>uma nova Constituição.</p><p>- Foi outorgada.</p><p>- Passou a ser a Constituição da República Federativa do Brasil, alterando</p><p>inclusive o nome da Constituição emendada.</p><p>- Trouxe hipóteses de suspensões de direitos individuais.</p><p>- Era marcadamente autoritária.</p><p>CONSTITUIÇÃO DE 1967/69</p><p>17/10/69 é promulgada a Emenda Constitucional n.º 1 - Constituição da República</p><p>Federativa do Brasil. Disponível em:</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao67EMC69.htm. Por</p><p>muitos é considerada uma nova Constituição. Inclusive o nome da Constituição foi</p><p>alterada.</p><p>Presidentes do período:</p><p>15.03.1967 a 31.08.1969 – Marechal Arthur da Costa e Silva (Marechal Costa e Silva).</p><p>Iniciou a fase mais dura e brutal do regime militar. Publicou o AI-5. A economia cresceu</p><p>e foi um período chamado de Milagre Econômico Brasileiro. Pretendia assinar a</p><p>Emenda Constitucional n. 01 em 7 de setembro de 1969, mas sofreu um derrame</p><p>cerebral e foi sucedido por uma Junta Governativa Provisória. Morreu poucos meses</p><p>depois em 17 de dezembro de 1969.</p><p>31.08.1969 a 30.10.1969 – por impedimento do Presidente Costa e Silva, assume uma</p><p>junta militar: General Aurélio Lyra Tavares, Almirante Augusto Hamann Rademaker</p><p>Grünewald e Brigadeiro Márcio de Souza Mello, que realiza novas eleições indiretas,</p><p>nas quais foi eleito Presidente da República o General Médici.</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao67EMC69.htm</p><p>CONSTITUIÇÃO DE 1967/69</p><p>30.10.1969 a 15.03.1974 – General Emílio Garrastazu Médici (General Médici).</p><p>Continua o Milagre Econômico, mas a dívida externa triplica. Constrói a</p><p>rodovia Transamazônica, a Ponte Rio-Niterói, faz acordo com o Paraguai para a</p><p>construção da Usina de Itaipu. A repressão atinge seu ápice, sendo os seus anos</p><p>de governo conhecidos como Anos de Chumbo, com acusação de torturas e</p><p>mortes. Combateu a guerrilha urbana no Brasil, que sequestrava embaixadores e</p><p>assaltava bancos. Criou várias estatais como: Embrapa, Infraero, Telebrás,</p><p>INCRA, Dataprev, Telebrás, Itaipu Binacional (Hidrelétrica), Embraer. Após o</p><p>mandato, abandonou a vida pública.</p><p>15.03.1974 a 15.03.1979 – General Ernesto Geisel (General Ernesto Geisel).</p><p>Deu início à abertura política. Durante seu governo extinguiu o Estado da</p><p>Guanabara, unindo-o ao Rio de Janeiro; o Estado do Mato Grosso foi dividido,</p><p>dando origem ao Mato Grosso do Sul; reatou relações diplomáticas com a</p><p>República Popular da China; firmou acordos nucleares com a Alemanha</p><p>Ocidental; extinguiu o AI-5.</p><p>CONSTITUIÇÃO DE 1967/69</p><p>15.03.1979 a 15.03.1985 – General João Baptista de Oliveira Figueiredo</p><p>(General Figueiredo). Continuou com a abertura político, concedendo a anistia</p><p>ampla, geral e irrestrita a todos os cassados com base nos Atos Institucionais.</p><p>Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L6683.htm. Extinguiu</p><p>o bipartidarismo. Em razão da crise mundial do petróleo de 1979, enfrentou a</p><p>alta da inflação e crise econômica. Adorava cavalos e tinha um haras. Em agosto</p><p>de 1978, ao conceder uma entrevista sobre seu grande apreço pelos cavalos, um</p><p>repórter perguntou se o futuro presidente gostava do "cheiro do povo".</p><p>Figueiredo respondeu: "O cheirinho do cavalo é melhor (do que o do povo)". E,</p><p>sobre a abertura política, com o início da volta dos exilados, ao ser questionado</p><p>por reportes disse: “É para abrir mesmo: e quem não quiser que abra, eu prendo e</p><p>arrebento”.</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L6683.htm</p><p>CONSTITUINTE DE 1988</p><p>i) Da instalação e do funcionamento da Constituinte de 1988</p><p>Nova República – 1985 em diante.</p><p>Movimento “Direitas Já”.</p><p>Em 15/01/85, eleições indiretas para Presidente da República, sendo eleito</p><p>Tancredo Neves – PMDB, derrotando o candidato do governo, Paulo Salim</p><p>Maluf - PDS.</p><p>Emenda n.º 26 de 27/11/85, convoca a Assembleia Nacional Constituinte.</p><p>Disponível em:</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc_anterior1988/e</p><p>mc26-85.htm.</p><p>A Assembleia se reúne no dia 01/02/87 e a Constituição é promulgada no dia</p><p>5/10/88.</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc_anterior1988/emc26-85.htm</p><p>CONSTITUINTE DE 1988</p><p>A CF/88 é classificada como sendo:</p><p>- quanto à forma: escrita e codificada;</p><p>- quanto à origem: democrática;</p><p>- quanto ao modo de elaboração: dogmática;</p><p>- quanto à ideologia: eclética (ela é aberta, plural);</p><p>- quanto à estabilidade: rígida;</p><p>- quanto ao conteúdo: formal;</p><p>- quanto à extensão: analítica;</p><p>- quanto à finalidade: dirigente;</p><p>CONSTITUINTE DE 1988</p><p>- quanto à ontologia: normativa – embora hoje se diga que a</p><p>brasileira pretende ser normativa, a exemplo do professor Pedro</p><p>Lenza, o que confirma a ideia de que, enquanto não atinge esse</p><p>intento, ela segue sendo nominalista;</p><p>- quanto à sistemática: principiológica;</p><p>- quanto à unidade documental: orgânica;</p><p>- quanto à origem: promulgada.</p><p>CONSTITUINTE DE 1988</p><p>Também pode ser classificada como sendo social, expansiva e dúctil.</p><p>Ainda, a CF/88 tem como estrutura:</p><p>- Preâmbulo;</p><p>- Parte dogmática (corpo permanente); e</p><p>- Atos Das Disposições Transitórias (ADCT).</p><p>Preâmbulo:</p><p>- Teoria da irrelevância jurídica.</p><p>- Teoria da plena eficácia jurídica ou relevância jurídica direta/imediata.</p><p>- Teoria da relevância indireta/mediata.</p><p>CONSTITUINTE DE 1988</p><p>Para o STF:</p><p>O preâmbulo não se situa no âmbito do direito, fazendo apenas parte da</p><p>política, sem possuir valor normativo.</p><p>O Supremo adotou a teoria da irrelevância jurídica do preâmbulo como tese</p><p>principal, mas já adotou a teoria da relevância jurídica indireta/mediata.</p><p>Para a doutrina majoritária: o preâmbulo tem função interpretativa,</p><p>auxiliando na interpretação de valores primordiais que orientaram o</p><p>constituinte na sua elaboração.</p><p>A doutrina adotou a teoria da relevância indireta do preâmbulo.</p><p>CONSTITUINTE DE 1988</p><p>Presidentes do período:</p><p>Tancredo Neves – faleceu antes de tomar posse – assumiu José Sarney</p><p>15.03.1985 a 15.03.1990 - José Ribamar Ferreira de Araújo Costa (José Sarney)</p><p>15.03.1990 a 02.10.1992 - Fernando Afonso Collor de Melo (Fernando Collor)</p><p>02.10.1992 a 31.12.1995 - Itamar Augusto Cautiero Franco (Itamar Franco)</p><p>1º.01.1995 a 31.12.2003 - Fernando Henrique Cardoso (FHC)</p><p>1º.01.2003 a 31.12.2011 - Luiz Inácio Lula da Silva</p><p>1º.01.2012 a 31.08.2016 - Dilma Vana Rousseff</p><p>1º.09.2016 a 31.12.2018 - Michel Miguel Elias Temer Lulia</p><p>1º.01.2019 a 31.12.2022 - Jair Messias Bolsonaro</p><p>1º.01.2023 - Luiz Inácio Lula da Silva</p><p>06 - PRINCÍPIOS, FUNDAMENTOS E</p><p>OBJETIVOS DO ESTADO BRASILEIRO</p><p>RICARDO MUCIATO MARTINS</p><p>PRINCÍPIOS, FUNDAMENTOS E OBJETIVOS DO ESTADO</p><p>BRASILEIRO</p><p>a) Princípios do Estado brasileiro – princípios constitucionais</p><p>extensíveis.</p><p>Art. 1º, caput da CF/88</p><p>“A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos</p><p>Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado</p><p>Democrático de Direito e tem como fundamentos.”</p><p>E lembre-se, o nome de nosso país é República Federativa do Brasil;</p><p>Os artigos 1º ao 4º da CF/88 definem os princípios constitucionais</p><p>extensíveis, que alcançam a todos, pessoas físicas e jurídicas, de direito</p><p>público e privado. São o que existem de mais fundamental em nossa atual</p><p>Constituição Federal.</p><p>PRINCÍPIOS, FUNDAMENTOS E OBJETIVOS DO ESTADO</p><p>BRASILEIRO</p><p>Princípios: República, Federação e Estado Democrático de Direito.</p><p>• Forma de Governo – Monarquia ou República</p><p>• Forma de Estado – Unitário, Confederação ou Federação</p><p>• Regime de Governo/Político – Totalitarismo ou Democracia</p><p>• Sistema de Governo – Parlamentar ou Presidencial</p><p>República – é um regime de governo que se opõe à Monarquia.</p><p>Características da Monarquia - a vitaliciedade do governante e a</p><p>transferência do poder por força de laços hereditários. República (res</p><p>pública - coisa do povo) – alternância no poder por meio democrático.</p><p>PRINCÍPIOS, FUNDAMENTOS E OBJETIVOS DO ESTADO</p><p>BRASILEIRO</p><p>Federação – a ideia moderna de Federação surgiu em 1787, na Convenção</p><p>da Filadélfia, onde as treze ex-colônias inglesas se uniram, dispondo de</p><p>parte de sua soberania, tornando-se autônomas, e constituindo um novo</p><p>Estado, este sim soberano. A federação é uma forma de Estado pela qual se</p><p>objetiva distribuir o poder, preservando a autonomia dos entes políticos</p><p>que a compõem. Importa na descentralização do poder politico.</p><p>• Características: existência de dois planos harmônicos de poder de</p><p>governo; Estado plural para o Direito Público Interno e Unitário para o</p><p>Direito Internacional; Poder Legislativo federal bicameral; Constituição</p><p>prevê os princípios da Federação, República e a intervenção federal;</p><p>órgão de cúpula do Judiciário tem função de manter o equilíbrio</p><p>federativo e garantir a ordem constitucional.</p><p>PRINCÍPIOS, FUNDAMENTOS E OBJETIVOS DO ESTADO</p><p>BRASILEIRO</p><p>Estado Democrático de Direito – engloba dois princípios.</p><p>• Democracia – todo o poder emana do povo: art. 1º, § ú CF/88: “todo o</p><p>poder emana do povo, que o exerce diretamente ou por meio de</p><p>representantes eleitos pelo voto direto”.</p><p>Democracia pode ser direta, indireta/representativa ou semidireta.</p><p>• Estado de Direito – é o império da lei, que tem por fundamento o</p><p>princípio da legalidade – art. 5º, inciso II da CF/88: “ninguém será</p><p>obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei”.</p><p>Ao unir os dois princípios, tem-se o princípio do Estado Democrático de</p><p>Direito: ninguém pode ser obrigado a fazer ou deixar de fazer, salvo em</p><p>razão de lei democraticamente criada.</p><p>PRINCÍPIOS, FUNDAMENTOS E OBJETIVOS DO ESTADO</p><p>BRASILEIRO</p><p>Separação das funções do poder – prevista no art. 2º da CF/88, também é</p><p>um dos princípios fundamentais. Muito embora a redação se refira à</p><p>tripartição dos poderes, o que artigo releva a adoção do sistema de freios e</p><p>contrapesos.</p><p>PRINCÍPIOS, FUNDAMENTOS E OBJETIVOS DO ESTADO</p><p>BRASILEIRO</p><p>b) Os fundamentos do Estado brasileiro – art. 1º, incisos I ao V da</p><p>CF/88</p><p>Soberania – poder supremo e independente. Na Roma antiga era</p><p>conhecido por suprema potestas, imperium.</p><p>Supremo por que na ordem interna não é superado ou igualado por</p><p>nenhum outro. Independente ou autônomo porque na ordem externa se</p><p>iguala ao dos demais Estados, vigendo o princípio da igualdade entre as</p><p>nações. Quanto aos acordos e tratados internacionais, bem como</p><p>submissão a Cortes internacionais, somente se submete às regras às quais</p><p>anuiu.</p><p>PRINCÍPIOS, FUNDAMENTOS E OBJETIVOS DO ESTADO</p><p>BRASILEIRO</p><p>Cidadania – ser cidadão é um status. É um direito fundamental das</p><p>pessoas, decorrente do próprio princípio do Estado Democrático de</p><p>Direito. Ser cidadão é poder participar politicamente dos negócios do</p><p>Estado. Adquire-se a cidadania pelo alistamento eleitoral.</p><p>Dignidade da pessoa humana – é o mínimo de direitos e garantias</p><p>fundamentais invulneráveis que todo estatuto jurídico deve assegurar, com</p><p>o objetivo de garantir o pleno desenvolvimento dos indivíduos. Muito</p><p>embora tenha um conteúdo moral, com esta expressão o legislador</p><p>procurou condenar práticas como tortura, racismo etc.</p><p>PRINCÍPIOS, FUNDAMENTOS E OBJETIVOS DO ESTADO</p><p>BRASILEIRO</p><p>Valores sociais do trabalho e da livre iniciativa – o trabalho é tanto um</p><p>direito como uma obrigação. Todos têm direito ao trabalho para</p><p>sobreviverem. Todos têm obrigação de trabalhar em prol da Nação. A</p><p>proteção do trabalho deve atingir tanto o trabalho subordinado como a</p><p>livre iniciativa. Quando a CF/88 enaltece os valores sociais do trabalho,</p><p>reforça o trabalho como um obrigação. A livre</p>

Mais conteúdos dessa disciplina