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<p>Exame clínico e diagnóstico do</p><p>Sistema Respiratório</p><p>1. INTRODUÇÃO</p><p>O sistema respiratório dos animais de pequeno porte é basicamente composto</p><p>pelo trato respiratório superior e inferior. O trato superior inclui as cavidades nasais,</p><p>nasofaringe, laringe e traquéia cervical; já o trato inferior é composto pela traquéia</p><p>intratorácica, brônquios, pulmões, pleura, mediastino, espaço pleural, diafragma e parede</p><p>torácica.</p><p>O trato respiratório tem diversas funções como troca gasosa, absorção de</p><p>medicamentos, controle respiratório, tosse ou espirro e regulação da temperatura</p><p>corpórea. Essas funções podem ser alteradas quando o animal apresenta alguma</p><p>enfermidade respiratória ou uma doença secundaria, que afeta de forma indireta suas</p><p>funções.</p><p>2. REVISÃO DE LITERATURA</p><p>O trato respiratório superior inclui as cavidades nasais, a nasofaringe, a laringe e a</p><p>traquéia até a entrada torácica. O trato respiratório inferior inclui a traquéia intratorácica,</p><p>os brônquios, pulmões, a pleura e o espaço pleural, o diafragma e a parede torácica.</p><p>Na anamnese fatores como idade e raça do animal, a duração dos achados</p><p>clínicos, o ambiente e o manejo, viajem ou transporte recente, vacinações e medicações</p><p>prévias e atuais podem fornecer indícios da causa e da natureza de doença respiratória.</p><p>No exame físico do trato respiratório em geral se faz primeiro a inspeção</p><p>audiovisual da respiração, seguindo-se o exame do trato respiratório inferior e do superior,</p><p>concluindo-se com quaisquer testes diagnósticos especiais.</p><p>A inspeção audiovisual da respiração é melhor fazer em local calmo, por</p><p>observação à distância, sem perturbar o animal, incluindo avaliação da freqüência, do</p><p>ritmo, do tipo, da profundidade e da simetria da respiração, além de quaisquer ruídos</p><p>respiratórios associados à respiração.</p><p>Na freqüência, uma inspiração, uma expiração e uma pausa entre elas</p><p>corresponde a um ciclo respiratório, que é contado por número de respirações por minuto.</p><p>O ritmo é considerado normal quando há inspiração, expiração e pausa, já quando se</p><p>refere ao tipo, este pode ser torácico – onde as excursões são feitas principalmente pela</p><p>parede torácica, ou abdominal – onde a inspiração e a expiração são executadas pelos</p><p>músculos abdominais e pelo diafragma.</p><p>Na profundidade podem ocorrer variações das excursões normais das paredes</p><p>torácica e abdominal, podendo ser superficiais ou profundas e na simetria dos</p><p>movimentos da parede torácica, normalmente ambas se movem de modo regular.</p><p>Dispnéia é o termo utilizado para definir respiração difícil ou forçada, que se</p><p>caracteriza por movimentos excessivos ou excursões e óbvios das paredes torácica e</p><p>abdominal a cada respiração.</p><p>Sons respiratórios anormais podem audíveis durante a respiração sem o auxílio do</p><p>estetoscópio. Quando ocorrem em repouso, em geral indicam doença do trato</p><p>respiratório, incluindo grunhido expiratório, tosse, ronco, estritor, estertor, espirro e espirro</p><p>inverso.</p><p>A tosse é um reflexo iniciado pela estimulação do centro da tosse, podendo</p><p>originar-se na faringe, na laringe, na traquéia e nos brônquios. O objetivo da tosse é</p><p>remover o excesso de muco, produtos inflamatórios ou material estranho do trato</p><p>respiratório distal da laringe, podendo ser aguda, crônica, seca (improdutiva), produtiva,</p><p>alta (ruidosa) ou baixa. O espirro é uma exalação forçada característica do ar do trato</p><p>respiratório, sendo que animais normais apresentam espirros ocasionais.</p><p>No exame detalhado do trato respiratório superior são analisados nariz e focinho –</p><p>onde são inspecionados e palpados em busca de presença de massas, quanto à sua</p><p>simetria e à existência de depressões; narinas e cavidades nasais – incluindo exame da</p><p>respiração a partir das narinas, corrimento nasal, mucosas nasais e abertura das</p><p>cavidades nasais; seios paranasais – sendo incomum como doença primária, porém</p><p>podendo ser acometidos secundariamente em doenças como aspergilose ou neoplasias,</p><p>necessitando de anestesia geral e radiografias; faringe – onde examina-se com cuidado a</p><p>mucosa oral, os dentes e utilizando da anestesia geral, toda orofaringe, as tonsilas e o</p><p>palato mole; laringe – avaliando-se à palpação e por último a traquéia que é avaliada à</p><p>palpação, tentando-se provocar tosse e observando sua evidência quanto aos casos de</p><p>colapso de traquéia.</p><p>O trato respiratório inferior é examinado por palpação, auscultação e percussão do</p><p>tórax. Na palpação do tórax, palpa-se a parede torácica para detectar costelas fraturadas,</p><p>ferimentos, enfisema subcutâneo ou dor torácica.</p><p>Na auscultação do trato respiratório, ausculta-se em especial os pulmões, sendo</p><p>que o ideal é realizar o exame em um ambiente silencioso e sem ruídos de fundo. Os</p><p>sons respiratórios normais diferem de acordo com a espessura da parede torácica, a</p><p>idade do animal, os padrões de movimentos respiratórios e o local de auscultação. Todas</p><p>as partes de ambos os campos pulmonares, da traquéia e da laringe devem ser</p><p>auscultadas, e os sons respiratórios são avaliados quanto a suas características</p><p>acústicas, ao momento do ciclo respiratório (inspiração ou expiração), à localização</p><p>anatômica de sons adventícios e a áreas de ausência de sons. É necessário interpretar</p><p>essas variáveis para avaliar a natureza das lesões existentes. As características acústicas</p><p>dos sons respiratórios e seu significado estão resumidos no quadro abaixo.</p><p>A percussão acústica do tórax é uma técnica não invasiva para detectar lesões</p><p>pleurais e parenquimatosas superficiais, estando indicada quando a auscultação dos</p><p>pulmões revela sons respiratórios menos audíveis. A anormalidade mais comum a exigir</p><p>percussão acústica é o abafamento dos sons pulmonares por uma efusão pleural ou</p><p>lesões expansivas dos pulmões ou da cavidade pleural.</p><p>O objetivo é determinar se há áreas de maior ressonância ou macicez que possam</p><p>indicar a presença de lesões, porém existem algumas limitações, como muita prática por</p><p>parte do profissional para chegar a ter proficiência diagnóstica, só podem ser detectadas</p><p>lesões expansivas relativamente grandes nos pulmões e as ondas sonoras à percussão</p><p>penetram a uma profundidade de vários centímetros, só sendo possível detectar lesões</p><p>pleurais e parenquimatosas superficiais como dito anteriormente.</p><p>Dentre os testes diagnósticos auxiliares encontram-se avaliação laboratorial de</p><p>secreções e exsudatos respiratórios, lavado broncoalveolar, pleuroscopia, pleurocentese</p><p>(toracocentese) e biopsia pulmonar; imagens clínicas alcançadas por meio de radiografia,</p><p>ultra-sonografia, fluoroscopia (intensificador de imagem), ressonância magnética e</p><p>tomografia computadorizada e hemogasometria e por último testes de imunologia como</p><p>teste alérgico, teste do antígeno intradérmico e sorologia.</p><p>3. CONCLUSÃO</p><p>Na aula prática aprendemos que para fazer um bom exame do sistema respiratório,</p><p>devemos realizar uma boa anamnese, um exame clínico detalhado com inspeção,</p><p>palpação, percussão, auscultação e se for necessário para fechar um provável</p><p>diagnóstico devemos partir para os exames complementares. Tendo sempre em mente</p><p>que devemos avaliar o animal em um local tranqüilo para minimizar o estresse da</p><p>manipulação.</p><p>4. BIBLIOGRAFIA</p><p>RADOSTITS, O.M; MAYHEW, I.G.J; HOUSTON, D.M. Exame Clínico e</p><p>Diagnóstico em Veterinária. Guanabara Koogan, 578 p.</p>