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<p>1</p><p>CONSTITUCIONALIZAÇÃO DA SAÚDE E SAÚDE DA</p><p>MULHER, CRIANÇA, ADOLESCENTE E IDOSO</p><p>1</p><p>Sumário</p><p>NOSSA HISTÓRIA ................................... Erro! Indicador não definido.</p><p>DIREITO Á SAÚDE....................................................................................3</p><p>CONSTITUCIONALIZAÇÃO DO DIREITO Á SAÚDE...............................6</p><p>DIREITOS HUMANOS APLICADOS Á SAÚDE DA MULHER................15</p><p>O DIREITO Á SAÚDE DO ECA...............................................................18</p><p>DIREITO Á SAÚDE DO IDOSO...............................................................24</p><p>REFERÊNCIAS.......................................................................................31</p><p>2</p><p>NOSSA HISTÓRIA</p><p>A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de</p><p>empresários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de</p><p>Graduação e Pós-Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como</p><p>entidade oferecendo serviços educacionais em nível superior.</p><p>A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de</p><p>conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a</p><p>participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua</p><p>formação contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais,</p><p>científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o</p><p>saber através do ensino, de publicação ou outras normas de comunicação.</p><p>A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma</p><p>confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base</p><p>profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições</p><p>modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica,</p><p>excelência no atendimento e valor do serviço oferecido.</p><p>3</p><p>DIREITO Á SAÚDE</p><p>O preâmbulo da Constituição Federal (CRFB/88) é um documento que</p><p>apesar do diminuto tamanho traduz uma grande carga de intenções do</p><p>constituinte originário ao propor um novo diploma.</p><p>Permeado por valores primordiais e pelos objetivos inerentes a um</p><p>Estado Democrático e de Direito, o preâmbulo é de fundamental importância</p><p>para a hermenêutica dos dispositivos constitucionais positivados.</p><p>Nesse diapasão, conforme os ensinamentos de Alexandre de Moraes</p><p>(2006), o preâmbulo, ao indicar uma ruptura com o ordenamento constitucional</p><p>anterior, não só certifica a origem e legitimidade do novo texto constitucional,</p><p>mas, principalmente, proclama uma nova ordem de princípios.</p><p>4</p><p>Tais princípios, ao ver de J. J. Gomes Canotilho e Vital Moreira (apud</p><p>SILVA, 2006), são diretivos vinculantes que imantam todo o sistema de normas</p><p>e, necessariamente, irradiam por todo o ordenamento jurídico, visando dar</p><p>efetividade aos valores de justiça, bem estar, igualdade e liberdade, de modo</p><p>que se construa uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos.</p><p>Nesta perspectiva de garantia de valores supremos é que o constituinte</p><p>originário, no artigo 1º, III da CRFB/88, elencou como um dos fundamentos da</p><p>República Federativa do Brasil o princípio da dignidade da pessoa humana.</p><p>André Ramos Tavares (2007) ressalta que o princípio da dignidade do homem</p><p>precede a todos os demais princípios por sê-lo substrato básico de todo e</p><p>qualquer direito fundamental e, portanto, está incutido nas diversas</p><p>manifestações dos direitos inerentes à pessoa humana.</p><p>Vislumbra-se, portanto, a indissociável disposição de direitos</p><p>fundamentais, como a garantia do direito à vida, à liberdade, à igualdade etc (art.</p><p>5º, caput, CRFB/88), a fim de se preservar a dignidade humana em seu sentido</p><p>mais amplo. Em que pese o direito à vida, este é o mais fundamental de todos</p><p>os direitos, pois sua proteção é imperativa, tendo em vista constituir pré-requisito</p><p>de existência e exercício de todos os demais direitos. Contudo, cabe observar</p><p>que o direito a vida só se satisfaz com a presença de uma qualificadora que é a</p><p>vida com dignidade.</p><p>Para se alcançar tal dignidade é que surge o Estado como assegurador</p><p>do bem-estar social, empenhado em articular ações que dêem efetividade aos</p><p>direitos sociais constitucionalmente assegurados, como o direito à moradia, ao</p><p>trabalho, ao lazer e à saúde, dentre outros.</p><p>Com muita pertinência, Julio César de Sá Rocha (apud TAVARES, 2007,</p><p>p. 754) observa que a saúde deve ser entendida como a “concretização da sadia</p><p>qualidade de vida. [...] Conseqüentemente, a discussão e a compreensão da</p><p>saúde passa pela afirmação da cidadania plena e pela aplicabilidade dos</p><p>dispositivos garantidores dos direitos sociais da Constituição Federal”.</p><p>A Constituição Federal prevê, no artigo 5º, caput, expressamente, “a</p><p>inviolabilidade do direito à vida”. É o mais básico dos direitos, haja vista ser</p><p>verdadeiro pré-requisito de existência de qualquer outro direito.</p><p>5</p><p>Segundo André Ramos Tavares (2007), o conteúdo do direito à vida</p><p>assume duas vertentes. A primeira diz respeito ao direito de permanecer vivo,</p><p>justificando que, [...] inicialmente, cumpre assegurar a todos o direito de</p><p>simplesmente continuar vivo, permanecer existindo até a interrupção da vida por</p><p>causas naturais. Isso se faz com a segurança pública, com a proibição da justiça</p><p>privada e com o respeito, por parte do Estado, à vida de seus cidadãos.</p><p>A segunda, por sua vez, refere-se ao direito de viver dignamente, sobre o</p><p>qual dispõe que [...] é preciso assegurar um nível mínimo de vida, compatível</p><p>com a dignidade humana. Isso inclui o direito à alimentação adequada, à moradia</p><p>(art. 5º, XXIII), ao vestuário, à saúde (196), à educação (art. 205), à cultura (art.</p><p>215) e ao lazer (art. 217).</p><p>O direito à vida se cumpre, nesse último sentido, por meio de um aparato</p><p>estatal que ofereça amparo à pessoa que não disponha de recursos aptos a seu</p><p>sustento, propiciando-lhe uma vida saudável (grifamos).</p><p>É nesta segunda perspectiva, em particular à garantia constitucional do</p><p>direito à saúde - previsto no art. 6º, caput e delineado no art. 196 e seguintes da</p><p>CRFB/88 - que o Supremo Tribunal Federal já reconheceu ‘que o direito à saúde</p><p>representa conseqüência constitucional indissociável do direito à vida’ (AgRg no</p><p>RE 271.286-8-RS Relator Min. Celso de Melo). Ainda nesse enfoque,</p><p>complementa o Ministro:</p><p>O direito público subjetivo à saúde representa prerrogativa jurídica indisponível</p><p>assegurada à generalidade das pessoas pela própria Constituição da República (art.196). Traduz</p><p>bem jurídico constitucionalmente tutelado, por cuja integridade deve velar, de maneira</p><p>responsável, o Poder Público, a quem incumbe formular – e implementar – políticas sociais e</p><p>econômicas idôneas que visem a garantir, aos cidadãos, inclusive àqueles portadores do vírus</p><p>HIV, o acesso universal e igualitário à assistência farmacêutica e médico-hospitalar”. (AgRg no</p><p>RE 271.286-8-RS Relator Min. Celso de Melo).</p><p>CONSTITUCIONALIZAÇÃO DO DIREITO Á SAÚDE</p><p>6</p><p>Direito à saúde no âmbito internacional: Segundo Bobbio, O direito à</p><p>saúde é considerado direito social fundamental, ao lado do direito ao trabalho e</p><p>do direito à educação.</p><p>§ Direito à saúde no âmbito internacional: Os direitos sociais:</p><p> Classificam-se como Direitos de 2ª Geração;</p><p> Exigem uma ação positiva do Estado;</p><p> Proclamam a igualdade material e o bem-estar social</p><p>Direito à saúde no âmbito internacional: Os direitos humanos, segundo</p><p>Bobbio,</p><p>”[...] por mais fundamentais que sejam, são direitos históricos, ou seja, nascidos em</p><p>certas circunstâncias, caracterizadas por lutas em defesa de novas liberdades contra velhos</p><p>poderes, e nascidos de modo gradual, não todos de uma vez e nem de uma vez por todas”.</p><p>Direito à saúde no âmbito internacional:</p><p>Reconhecimento dos Direitos Sociais na Constituição</p><p> Constituição Mexicana (1917)</p><p> Constituição</p><p>de Weimar (1919)</p><p>DECLARAÇÃO UNIVERSAL DE DIREITOS HUMANOS (1948) Artigo</p><p>25, §1º. Toda pessoa tem direito a um padrão de vida capaz de assegurar a si e</p><p>a sua família saúde e bem-estar, inclusive alimentação, vestuário, habitação,</p><p>cuidados médicos e os serviços sociais indispensáveis, e direito à segurança em</p><p>caso de desemprego, doença, invalidez, viuvez, velhice ou outros casos de</p><p>perda dos meios de subsistência em circunstâncias fora de seu controle.</p><p>PACTO INTERNACIONAL DOS DIREITOS ECONÔMICOS, SOCIAIS E</p><p>CULTURAIS (1966) Artigo 12,</p><p>§1º. Os Estados-partes no presente Pacto reconhecem o direito de toda</p><p>pessoa de desfrutar o mais elevado nível de saúde física e mental.</p><p>Direito à Saúde no Brasil: Fruto dos movimentos populares durante a</p><p>redemocratização política; VIII Conferência Nacional da Saúde (1986): Os</p><p>sanitaristas fixaram as bases da nova política de saúde, reconhecendo</p><p>7</p><p>expressamente o direito à saúde como direito social e definindo garantias no</p><p>texto constitucional</p><p>CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL DE 1988</p><p>Art. 6º. São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a</p><p>moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à</p><p>maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta</p><p>Constituição.</p><p>Segundo Dallari, ”O termo é empregado com seu sentido de direito</p><p>subjetivo na reivindicação do "direito à saúde" [...] Assim sendo, a saúde, definida</p><p>como direito, deve inevitavelmente conter aspectos sociais e individuais”</p><p>Direito à Saúde no Brasil: q Desdobra-se em direito individual à saúde:</p><p>§ Privilegia a liberdade, permitindo a escolha do tipo de vida que</p><p>pretendem viver, da relação com o meio ambiente, das condições de trabalho e,</p><p>quando doentes, dos recursos médico-sanitários, dos tratamentos, etc.;</p><p>Direito à Saúde no Brasil: q Desdobra-se em direito social à saúde: §</p><p>Privilegia a igualdade, impondo limitações aos para que todos possam usufruir</p><p>igualmente as vantagens da vida em sociedade e ofertando cuidados de saúde</p><p>do mesmo nível a todos que deles necessitam § Exemplo: obrigatoriedade de</p><p>vacinação.</p><p>Tendo em vista o número cada vez maior das ações levadas à apreciação</p><p>do judiciário na tutela à saúde, discute-se se este direito é ou não um direito</p><p>objetivo, cabível a todos os cidadãos de forma generalizada. Esta tutela à vida é</p><p>algo recente, fruto da ideia do neoconstitucionalismo que não foi apreciado em</p><p>outras Constituições.</p><p>Mas, tão importante quanto tutelar este direito à saúde é garantir a sua</p><p>eficácia, pois uma vez positivado este direito no ordenamento jurídico, tem ele</p><p>poder vinculante obrigando os entes públicos a estabelecerem políticas para a</p><p>sua promoção. A problemática gira em torno da falta de definição do que é saúde</p><p>e até onde vai à obrigação do Estado para efetivar tal direito.</p><p>O conceito de saúde assentado pela Organização Mundial da Saúde -</p><p>OMS determina que “La saludesun estado de completo bienestar físico, mental</p><p>8</p><p>y social, y no solamentelaausencia de afecciones o enfermedades”,27</p><p>relacionando-o a vários aspectos que influenciam no aparecimento e na sua</p><p>cura. Este conceito não tem sido modificado desde o ano de 1948, quando foi</p><p>celebrada a Constituição da Organização Mundial da Saúde.</p><p>A 8ª Conferência Nacional de Saúde que ficou marcada pela participação</p><p>da população nas discussões ampliou este conceito definindo que: “Saúde é a</p><p>resultante das condições de alimentação, habitação, educação, renda, meio</p><p>ambiente, trabalho, transporte, emprego, lazer, liberdade, acesso e posse da</p><p>terra e acesso a serviços de saúde”.</p><p>Pode-se extrair deste novo conceito que é fundamental ter qualidade de</p><p>vida para dispor de saúde e, portanto, o estado de pobreza e de exclusão são</p><p>fatores que dificultam o acesso à saúde e, que, políticas sociais e econômicas</p><p>que assegurem desenvolvimento econômico sustentável e distribuição de renda</p><p>diminuem o risco de enfermidades proporcionando assim uma vida mais</p><p>saudável. O estado de saúde retira do ser humano as condições de viver com</p><p>dignidade. O Ministério da Saúde juntamente com a Fundação Oswaldo Cruz e</p><p>a Organização Pan Americana de Saúde realizaram no ano de 2003 o Projeto</p><p>Saúde 2004 - Contribuição aos debates da 12ª Conferência Nacional de Saúde</p><p>que tinha como tema: “Saúde: um direito de todos e dever do Estado – A saúde</p><p>que temos, o SUS que queremos”</p><p>. Este projeto visava subsidiar o planejamento governamental setorial, em</p><p>especial a implantação do Plano Plurianual 2004-2007 e a formulação de</p><p>diretrizes para a elaboração do Plano Nacional de Saúde . Outra importante</p><p>finalidade era convocar a sociedade à reflexão sobre o direito à saúde, reunindo</p><p>interlocutores das diversas regiões do País, como membros de ONG‟s, auditores</p><p>do Tribunal de Contas, Procuradores do Ministério Público, Parlamentares das</p><p>três esferas de governo e gerentes de unidades de saúde de referência regional</p><p>que se dividiram em grupos diversificados para responderem questões acerca</p><p>da saúde relacionadas à área com que trabalham.</p><p>A partir das conclusões obtidas nesse encontro, destacam-se três pontos</p><p>fundamentais para a efetivação do direito á saúde como direito fundamental:</p><p>i) o direito à integridade e à dignidade;</p><p>9</p><p>ii) o reconhecimento e o respeito à diferença;</p><p>iii) a territorialidade dos problemas.</p><p>O direito à integridade e à dignidade envolve questões relativas ao direito</p><p>a uma vida digna, onde as necessidades sociais sejam atendidas, tais como:</p><p>i) saneamento, com os devidos tratamentos de lixo, esgoto e</p><p>fornecimento de água tratada:</p><p>ii) direito a uma boa alimentação, para promover o bem estar e</p><p>tornando o individuo mais forte e,</p><p>iii) direito a um condição socioeconômica estável para evitar impactos</p><p>sobre a vida emocional das pessoas (a falta de uma alimentação</p><p>regular pode influenciar em transtornos psíquicos e no aumento da</p><p>violência doméstica).</p><p>Pode não parecer, mas tais aspectos são fundamentalmente importantes</p><p>no estudo do direito à saúde, pois este direito é ,apenas, uma extensão do</p><p>sentido da dignidade. Como buscar o direito à saúde se ele não se sente</p><p>completo, integro físico e moralmente, digno de merecê-lo? É necessário que</p><p>suas necessidades estejam sendo atendidas para promover o bem-estar e</p><p>facilitar o seu atendimento.</p><p>Quando se fala em reconhecimento e respeitos às diferenças, que é uma</p><p>condição para uma realização do direito universal à saúde, reporta-se às</p><p>inúmeras classes existentes em nosso país, sejam os negros, índios, idosos,</p><p>crianças, deficientes, homossexuais, dependentes químicos e tantos outros. O</p><p>atendimento precisa ser diferenciado, qualificado para cada uma dessas classes,</p><p>pois a necessidades variam e por isso não pode haver generalização.</p><p>Destarte, como as necessidades variam em função dos grupos sociais a</p><p>serem atendidos, também variam em relação ao território no qual estão</p><p>inseridos, de acordo com as especificidades e variedades regionais. Se, por</p><p>exemplo, na região Sudeste a principal dificuldade é a falta de atenção integrada</p><p>e humanizada aos pacientes, na região Centro Oeste a precariedade no</p><p>atendimento e à inadequação da oferta de serviços, é a questão a ser vencida.</p><p>10</p><p>O principal problema da região Nordeste segundo discussões dos</p><p>interlocutores participantes deste projeto são dois: o desrespeito ao papel do</p><p>controle social e a baixa resolutividade da atenção básica .</p><p>As dificuldades podem ser as mesmas em diferentes regiões, mas as</p><p>causas variam de acordo com as politicas de governo adotadas em cada uma</p><p>delas, podendo ser de natureza técnica, gerencial ou política. Na região Norte,</p><p>por exemplo, é notória a carência de recursos e infraestrutura, enquanto na</p><p>região Sudeste o principal obstáculo a se vencer é a falta de atenção aos</p><p>pacientes, oferecer um tratamento humanizado.</p><p>Mas tal problema</p><p>já era de se esperar devido ao grande número de</p><p>pessoas que vivem naquela região e que procuram atendimento na rede pública</p><p>de saúde. Mais, somados a todos esses fatores apresentados acima, tem-se</p><p>como a principal causa da crise na saúde, apontada por todos os interlocutores</p><p>das cinco regiões que participaram do Projeto Saúde 2004, a inadequação na</p><p>estrutura e a precariedade no atendimento.</p><p>Ao fim do projeto foram apontadas sugestões de políticas públicas e</p><p>sociais que podem colaborar na solução de melhorias da saúde em nosso país,</p><p>sendo elas:</p><p>i) alargamento dos padrões de inclusão social;</p><p>ii) articulação das questões econômicas, sociais e ambientais no</p><p>planejamento governamental visando à equidade:</p><p>ii) ao estabelecimento de vínculos mais concretos entre os diferentes</p><p>setores sociais nos espaços de gestão;</p><p>iii) à democratização das tarefas de coordenação de interesses no</p><p>processo decisório;</p><p>iv) ao fortalecimento de processos orgânicos de negociação.</p><p>Tais debates como este realizados no Projeto Saúde 2004 que reúne um</p><p>número diversificado de diferentes instituições e funções são de extrema</p><p>importância para a realização de da interação social e política por estarem ali</p><p>representados as várias classes institucionais e setoriais que representam a</p><p>realidade social de nosso país.</p><p>11</p><p>Cumprindo estas diretrizes formuladas no Projeto Saúde 2004, espera-se</p><p>melhorar a qualidade de vida e os padrões de saúde da sociedade necessários</p><p>à efetivação do direito à saúde.</p><p>Do direito à vida e da proteção da dignidade da pessoa humana, decorrem</p><p>vários outros direitos, entre eles, à vida. O direito à saúde foi uma conquista da</p><p>sociedade brasileira, na Constituição de 1988, como direito público subjetivo a</p><p>prestações estatais, que o reconheceu o como direito de todos e dever do</p><p>Estado, estabelecendo à universalidade, a integralidade, a equidade, a</p><p>descentralização, a regionalização e a participação da população como os</p><p>princípios e diretrizes legais do sistema único de saúde (SUS).</p><p>Pode-se retirar do texto constitucional que:</p><p>a) são titulares desse direito todas as pessoas que se encontrarem sob o</p><p>manto da Constituição, sendo ou não brasileiras e, residindo ou não no País;</p><p>b) que o responsável pela realização desse direito é o Estado (sem</p><p>prejuízo do disposto no art. 199 que trata sobre a iniciativa privada);</p><p>c) O Estado deve agir mediante adoção de políticas sociais para prover a</p><p>saúde e o bem estar dos cidadãos;</p><p>d) Essas políticas devem visar à redução do risco de doença procurando</p><p>prevenir, promover, proteger e agir na recuperação quando falharem as etapas</p><p>anteriores. Convém destacar que a novel Constituição destinou uma seção</p><p>especifica para o direito à saúde, a sua importância.</p><p>Ele encontra-se situado no Título VIII – Da Ordem Social, no Capítulo II</p><p>– Da Seguridade Social, na Seção II – Da Saúde. A Ordem Social, conforme</p><p>previsão do art. 193 da CF, in verbis: “A ordem social tem como base o primado</p><p>do trabalho, e como objetivo o bem-estar e a justiça sociais.” Pode-se extrair do</p><p>texto citado que a ordem social, e tudo que ela integra, tem como objetivo o</p><p>bemestar social e a justiça social.</p><p>O direito à saúde esta, ainda, situado dentro do quadro da Seguridade</p><p>Social, que, na forma do art. 194 da Constituição. Refletindo sobre a inclusão do</p><p>referido artigo no capítulo mencionado, percebe-se que a vontade do legislador</p><p>era mesmo proteger o bem maior através de politicas públicas adotadas pelo</p><p>12</p><p>Estado visando prevenir e reduzir o risco de doenças e promover o cuidado à</p><p>saúde.</p><p>Já o art. 198 esquematiza como o Estado deve se organizar para</p><p>proporcionar o acesso à saúde, determinando a descentralização, o atendimento</p><p>integral, participação da comunidade. A atribuição deve se dar conforme</p><p>determina o art. 18 da Constituição onde a responsabilidade será da União, dos</p><p>Estados e do Município, em caráter preventivo, mas sem prejuízo das politicas</p><p>assistenciais e de forma que a comunidade entenda o direito esse direito e possa</p><p>dar a sua contribuição quando necessário.</p><p>O direito à saúde está vinculado ao princípio da dignidade e só se</p><p>concretiza quando o individuo se sente integro, inserido na sociedade, sendo</p><p>caracterizado pelo art. 6º da Constituição como um direito social, juntamente com</p><p>a educação, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social,</p><p>entre outros.</p><p>A concretização dos direitos fundamentais e a promoção do bem estar à</p><p>sociedade é o grande desafio a ser vencido pelo nosso Estado Democrático de</p><p>Direito nos dias atuais, pois se tem que satisfazer as necessidades individuais</p><p>frente às necessidades coletivas e os recursos para isto acaba se colocando</p><p>como empecilho por serem escassos, ao passo que as necessidades coletivas</p><p>são inesgotáveis e se colocam mais importantes frente às individuais.</p><p>Grandes mudanças acontecem após a promulgação da Constituição de</p><p>1988, dentre elas, destacam-se como sendo as mais importantes, a atuação do</p><p>governo na aplicação de políticas públicas visando à proteção dos direitos dos</p><p>cidadãos, a inclusão do individuo na sociedade e a efetivação de seus direitos.</p><p>Nesta Constituição foi inovador o valor ofertado ao direito à saúde, que foi</p><p>elevado ao status de direito fundamental.38 Constitucionalizando este direito, a</p><p>saúde deixa de ser motivo de discussão apenas entre médicos, hospitais e</p><p>empresas de plano de saúde, passando a interessar a promotores, advogados,</p><p>defensores públicos e juízes por importar em defesa de direito fundamental a</p><p>existência de direito fundamental à existência da pessoa humana.</p><p>13</p><p>Nas Constituições anteriores à de 1988, a União tinha competência para</p><p>legislar sobre defesa e proteção da saúde. Possuía tal atribuição, um caráter</p><p>administrativo e a União garantia à população, apenas, uma proteção contra</p><p>endemias e epidemias, conforme expõe Dallari: “Nenhum texto constitucional se</p><p>refere explicitamente à saúde como integrante do interesse público fundante do</p><p>pacto social até a promulgação da Carta de 1988.”</p><p>Atualmente, a saúde comporta um direito de natureza positiva, exigindo</p><p>que o governo adote medidas que visem à efetividade desse direito, prevenindo</p><p>doenças e tratando delas.</p><p>Frise-se que, a não efetivação de tal garantia consolidada nos textos</p><p>constitucionais para realização desse direito, dá ensejo a uma ação de</p><p>inconstitucionalidade por omissão conforme determina os arts 102, I, “a” e 103,</p><p>§2º da CF 88. Porém, não é só o poder público o destinatário desta norma, os</p><p>particulares,igualmente, tem o dever de promover e proteger a saúde, pois estão</p><p>igualmente vinculados.</p><p>Estes não poderão ofender a integridade física e moral, pois, estarão</p><p>consequentemente, ferindo a saúde alheia e sujeitos, assim, as penas na esfera</p><p>criminal e cível. Tal determinaçãose estende aos planos de saúde, que devem,</p><p>na medida do possível, atenderem àqueles que estiverem vinculados a eles e</p><p>precisarem de tratamento com eficiência, respeitando as relações entre</p><p>particulares.</p><p>O indivíduo, portador deste direito, pode atuar isolada e individualmente</p><p>para promoção e preservação de sua saúde, através de medidas que não</p><p>comprometam o bem estar físico e mental do corpo, adotando posturas corretas</p><p>em relação à ingestão de alimentos saudáveis, prática de exercícios físicos, uso</p><p>de álcool e drogas.</p><p>Atuando com prevenção, a pessoa humana estará menos propensa a</p><p>necessitar de cuidados, e quando não tiver recursos para arcar o tratamento,</p><p>recorrer ao Estado para custear seu tratamento. Aliás, para que determinado</p><p>procedimento seja realizado, é necessário à anuência do paciente. Muito se</p><p>discute sobre o titular desse direito.</p><p>14</p><p>Para a sorte dos turistas que frequentam nosso país, esse entendimento</p><p>restritivo não é adotado pelos nossos magistrados, pois, caso contrário, somente</p><p>aos brasileiros e aos</p><p>estrangeiros residentes no país teriam direito a prevenção</p><p>e promoção da saúde e aqueles que não residissem aqui, e estivessem a</p><p>passeio ou a negócios seriam impossibilitados de usarem o sistema de saúde de</p><p>nosso país sem o direito de sequer recorrer ao judiciário para ser atendido.</p><p>A intepretação literal é afastada em favor do princípio da universalidade</p><p>dos direitos fundamentais.</p><p>DIREITOS HUMANOS APLICADOS Á SAÚDE DA MULHER</p><p>O direito em sua concepção interna coloca o ser humano no cerne de</p><p>sua essência. A busca pela proteção dos direitos humanos básicos ainda é um</p><p>projeto a ser alcançado, principalmente no Brasil. Dentro dessa visibilidade, se</p><p>insere a tutela do direito à saúde no sentido de sensibilizar a sociedade brasileira</p><p>para o respeito às diferenças dos diversos grupos sociais.</p><p>A Lei nº. 8.080/90, conhecida com Lei Orgânica da Saúde, ratificou a</p><p>concepção de saúde disposta na Declaração dos Direitos do Homem ao dispor:</p><p>“a saúde tem como fatores determinantes e condicionantes, entre outros, a</p><p>alimentação, a moradia, o saneamento básico, o meio ambiente, o trabalho, a</p><p>renda, a educação, o transporte, o lazer e o acesso aos bens e serviços</p><p>essenciais (...) Parágrafo único – Dizem respeito também à saúde as ações que,</p><p>por força do disposto no artigo anterior, se destinam a garantir às pessoas e à</p><p>coletividade condições de bem-estar físico, mental e social”.</p><p>Seguindo essa orientação, o Projeto do Milênio da Organização das</p><p>Nações Unidas participa de um plano de ação global para combater quadro</p><p>sintomático grave em países em desenvolvimento.</p><p>15</p><p>Aproximadamente, cerca de 530.000 mulheres em idade reprodutiva</p><p>morrem no mundo, segundo dados da ONU – Organização das Nações Unidas</p><p>de problemas facilmente tratáveis. Assim, traçouse um Plano de Ação Global</p><p>com a força-tarefa na Saúde Materna e Infantil, mediante recomendações</p><p>políticas para fortalecer o sistema de saúde, garantir a disponibilidade</p><p>medicamentosa e o acesso universal ao atendimento.</p><p>A inspiração do Projeto do Milênio reconhece a inexistência de fronteiras</p><p>entre as Nações quando se trata de saúde humana, motivo pelo qual a melhoria</p><p>deverá ser administrada por políticas públicas que garantam sua efetiva</p><p>aplicação.</p><p>Laframboise (1973) define que a concreção da saúde passa pelos</p><p>seguintes fatores: ambiente, biologia humana, estilo de vida e organização de</p><p>atenção à saúde. Conceitualmente, saúde não implica ausência de doença, mas</p><p>ao completo bem-estar físico, mental e social. Esta orientação pretende chamar</p><p>a atenção para a união e complementaridade existente entre corpo e mente.</p><p>Nessa dimensão positiva, o bem-estar corporal abraça o social e a</p><p>personalidade humana. Por conseguinte, a necessidade de desdobrarmos o</p><p>direito à saúde em direitos compartimentados na medicina, sendo elas: saúde</p><p>clínica, reprodutiva, sexual, psiquiátrica, oncológica, preventiva e esportiva. As</p><p>subespécies clínica, reprodutiva, sexual e oncológica tratam o paciente quando</p><p>acoimado da doença.</p><p>Já a psiquiátrica e psicológica enfocam o contexto social e os distúrbios</p><p>da personalidade humana. A saúde preventiva atua de forma prévia ao</p><p>aparecimento do quadro clínico e a esportiva é direcionada para os praticantes</p><p>de esporte de forma usual ou profissional.</p><p>Sob o olhar feminino, as mulheres, casadas ou solteiras, com filhos ou</p><p>sem, grávidas ou não, têm o seu direito aos cuidados médicos, a fim de prevenir,</p><p>detectar precocemente, tratar e/ou reabilitar de qualquer problema de saúde aos</p><p>quais estejam expostas ou que com eles possam concorrer de modo direto ou</p><p>indireto.</p><p>16</p><p>O DIREITO Á SAÚDE DO ECA</p><p>17</p><p>Art. 14. O Sistema Único de Saúde promoverá programas de assistência</p><p>médica e odontológica para a prevenção das enfermidades que ordinariamente</p><p>afetam a população infantil, e campanhas de educação sanitária para pais,</p><p>educadores e alunos.</p><p>Parágrafo único. É obrigatória a vacinação das crianças nos casos</p><p>recomendados pelas autoridades sanitárias ."</p><p>No entanto, a efetivação do direito à saúde da criança e do adolescente</p><p>é um dos deveres que incumbe à família, conforme artigo 4º do ECA :</p><p>"Art. 4º É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do</p><p>poder público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos</p><p>referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à</p><p>profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à</p><p>convivência familiar e comunitária ."</p><p>O cuidado com a saúde dos filhos é um dever inerente ao poder familiar,</p><p>e assim, o descumprimento deste dever pode levar desde a aplicação de</p><p>medidas leves aos pais até à destituição do poder familiar, conforme</p><p>artigo 129 do Estatuto da Criança e do Adolescente :</p><p>"Art. 129. São medidas aplicáveis aos pais ou responsável:</p><p>I - encaminhamento a programa oficial ou comunitário de proteção à</p><p>família;</p><p>II - inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio, orientação e</p><p>tratamento a alcoólatras e toxicômanos;</p><p>III - encaminhamento a tratamento psicológico ou psiquiátrico;</p><p>IV - encaminhamento a cursos ou programas de orientação;</p><p>V - obrigação de matricular o filho ou pupilo e acompanhar sua</p><p>freqüência e aproveitamento escolar;</p><p>VI - obrigação de encaminhar a criança ou adolescente a tratamento</p><p>especializado;</p><p>18</p><p>VII - advertência;</p><p>VIII - perda da guarda;</p><p>IX - destituição da tutela;</p><p>X - suspensão ou destituição do pátrio poder ."</p><p>"Art. 10. Os hospitais e demais estabelecimentos de atenção à saúde de</p><p>gestantes, públicos e particulares, são obrigados a:</p><p>V - manter alojamento conjunto, possibilitando ao neonato a</p><p>permanência junto à mãe ."</p><p>A comunicação da suspeita de maus tratos deve ser obrigatoriamente</p><p>feita ao Conselho Tutelar (e não ao juiz).</p><p>O descumprimento deste dever pelo hospital e outros estabelecimentos</p><p>elencados no artigo 245 configuram infração administrativa, punível com multa.</p><p>"Art. 13. Os casos de suspeita ou confirmação de maus-tratos contra</p><p>criança ou adolescente serão obrigatoriamente comunicados ao Conselho</p><p>Tutelar da respectiva localidade, sem prejuízo de outras providências legais.</p><p>Art. 245. Deixar o médico, professor ou responsável por estabelecimento</p><p>de atenção à saúde e de ensino fundamental, pré-escola ou creche, de</p><p>comunicar à autoridade competente os casos de que tenha conhecimento,</p><p>envolvendo suspeita ou confirmação de maus-tratos contra criança ou</p><p>adolescente:</p><p>Pena - multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se o dobro</p><p>em caso de reincidência. "</p><p>As entidades de atendimento são responsáveis pelo planejamento e</p><p>execução das medidas de proteção e medidas sócio educativas (artigo 90).</p><p>As entidades que desenvolvem programa de internação possuem as</p><p>seguintes obrigações (artigo 94):</p><p>19</p><p>"I - observar os direitos e garantias de que são titulares os adolescentes;</p><p>II - não restringir nenhum direito que não tenha sido objeto de restrição na</p><p>decisão de internação;</p><p>III - oferecer atendimento personalizado, em pequenas unidades e</p><p>grupos reduzidos;</p><p>IV - preservar a identidade e oferecer ambiente de respeito e dignidade</p><p>ao adolescente;</p><p>V - diligenciar no sentido do restabelecimento e da preservação dos</p><p>vínculos familiares;</p><p>VI - comunicar à autoridade judiciária, periodicamente, os casos em que</p><p>se mostre inviável ou impossível o reatamento dos vínculos familiares;</p><p>VII - oferecer instalações físicas em condições adequadas de</p><p>habitabilidade, higiene, salubridade e segurança e os objetos necessários à</p><p>higiene pessoal;</p><p>VIII - oferecer vestuário e alimentação suficientes e adequados à faixa</p><p>etária dos adolescentes atendidos;</p><p>IX - oferecer cuidados médicos, psicológicos, odontológicos e</p><p>farmacêuticos;</p><p>X - propiciar escolarização e profissionalização;</p><p>XI - propiciar atividades culturais, esportivas e de lazer;</p><p>XII -</p><p>propiciar assistência religiosa àqueles que desejarem, de acordo</p><p>com suas crenças;</p><p>XIII - proceder a estudo social e pessoal de cada caso;</p><p>XIV - reavaliar periodicamente cada caso, com intervalo máximo de seis</p><p>meses, dando ciência dos resultados à autoridade competente;</p><p>XV - informar, periodicamente, o adolescente internado sobre sua</p><p>situação processual;</p><p>20</p><p>XVI - comunicar às autoridades competentes todos os casos de</p><p>adolescentes portadores de moléstias infecto-contagiosas;</p><p>XVII - fornecer comprovante de depósito dos pertences dos</p><p>adolescentes;</p><p>XVIII - manter programas destinados ao apoio e acompanhamento de</p><p>egressos;</p><p>XIX - providenciar os documentos necessários ao exercício da cidadania</p><p>àqueles que não os tiverem;</p><p>XX - manter arquivo de anotações onde constem data e circunstâncias</p><p>do atendimento, nome do adolescente, seus pais ou responsável, parentes,</p><p>endereços, sexo, idade, acompanhamento da sua formação, relação de seus</p><p>pertences e demais dados que possibilitem sua identificação e a individualização</p><p>do atendimento. "</p><p>O Dia Nacional da Saúde é comemorado em 5 de agosto. A data foi</p><p>escolhida em homenagem ao médico Oswaldo Cruz, que nasceu em 5 de agosto</p><p>de 1872. Ele entrou na faculdade de medicina aos 15 anos e depois especializou-</p><p>se em bacteriologia. Em 1903, foi nomeado Diretor-Geral de Saúde Pública,</p><p>cargo equivalente ao de Ministro da Saúde. Durante o período que atuou na</p><p>saúde pública, lutou contra a febre amarela, a peste bubônica e a varíola.</p><p>O Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA diz que crianças e</p><p>adolescentes devem ter o seu direito à vida e à saúde protegido com prioridade</p><p>pela família, pela comunidade, pela sociedade em geral e pelo poder público</p><p>(governantes e autoridades públicas).</p><p>As crianças têm primazia para receber proteção e socorro em qualquer</p><p>circunstância. Têm também o direito de serem atendidas com precedência pelos</p><p>serviços públicos ou de relevância pública.</p><p>Além disso, o ECA diz que nenhuma criança ou adolescente sofrerá</p><p>qualquer forma de negligência (descuido, desleixo, menosprezo) e</p><p>discriminação.</p><p>21</p><p>Os governantes devem implementar políticas sociais públicas que</p><p>permitam o nascimento e o desenvolvimento sadio e harmonioso, em condições</p><p>dignas de existência.</p><p>É o governo que responde pela saúde pública e cuida de questões</p><p>fundamentais para que a população viva em um ambiente adequado: com</p><p>saneamento básico, coleta de lixo e manutenção de áreas verdes.</p><p>22</p><p>DIREITO Á SAÚDE DO IDOSO</p><p>Art. 15. É assegurada a atenção integral à saúde do idoso, por</p><p>intermédio do Sistema Único de Saúde - SUS, garantindo-lhe o acesso universal</p><p>e igualitário, em conjunto articulado e contínuo das ações e serviços, para a</p><p>prevenção, promoção, proteção e recuperação da saúde, incluindo a atenção</p><p>especial às doenças que afetam preferencialmente os idosos.</p><p>§ 1.º A prevenção e a manutenção da saúde do idoso serão efetivadas</p><p>por meio de:</p><p>I - cadastramento da população idosa em base territorial;</p><p>II - atendimento geriátrico e gerontológico em ambulatórios;</p><p>23</p><p>III - unidades geriátricas de referência, com pessoal especializado nas</p><p>áreas de geriatria e gerontologia social;</p><p>IV - atendimento domiciliar, incluindo a internação, para a população que</p><p>dele necessitar e esteja impossibilitada de se locomover, inclusive para idosos</p><p>abrigados e acolhidos por instituições públicas, filantrópicas ou sem fins</p><p>lucrativos e eventualmente conveniadas com o Poder Público, nos meios urbano</p><p>e rural;</p><p>V - reabilitação orientada pela geriatria e gerontologia, para redução das</p><p>seqüelas decorrentes do agravo da saúde.</p><p>§ 2.º Incumbe ao Poder Público fornecer aos idosos, gratuitamente,</p><p>medicamentos, especialmente os de uso continuado, assim como próteses,</p><p>órteses e outros recursos relativos ao tratamento, habilitação ou reabilitação.</p><p>§ 3.º É vedada a discriminação do idoso nos planos de saúde pela</p><p>cobrança de valores diferenciados em razão da idade.</p><p>§ 4.º Os idosos portadores de deficiência ou com limitação incapacitante</p><p>terão atendimento especializado, nos termos da lei.</p><p>Art. 16. Ao idoso internado ou em observação é assegurado o direito a</p><p>acompanhante, devendo o órgão de saúde proporcionar as condições</p><p>adequadas para a sua permanência em tempo integral, segundo o critério</p><p>médico.</p><p>Parágrafo único. Caberá ao profissional de saúde responsável pelo</p><p>tratamento conceder autorização para o acompanhamento do idoso ou, no caso</p><p>de impossibilidade, justificá-la por escrito.</p><p>Art. 17. Ao idoso que esteja no domínio de suas faculdades mentais é</p><p>assegurado o direito de optar pelo tratamento de saúde que lhe for reputado mais</p><p>favorável.</p><p>Parágrafo único. Não estando o idoso em condições de proceder à</p><p>opção, esta será feita:</p><p>I - pelo curador, quando o idoso for interditado;</p><p>24</p><p>II - pelos familiares, quando o idoso não tiver curador ou este não puder</p><p>ser contactado em tempo hábil;</p><p>III - pelo médico, quando ocorrer iminente risco de vida e não houver</p><p>tempo hábil para consulta a curador ou familiar;</p><p>IV - pelo próprio médico, quando não houver curador ou familiar</p><p>conhecido, caso em que deverá comunicar o fato ao Ministério Público.</p><p>Art. 18. As instituições de saúde devem atender aos critérios mínimos</p><p>para o atendimento às necessidades do idoso, promovendo o treinamento e a</p><p>capacitação dos profissionais, assim como orientação a cuidadores familiares e</p><p>grupos de auto-ajuda.</p><p>Art. 19. Os casos de suspeita ou confirmação de maus-tratos contra</p><p>idoso serão obrigatoriamente comunicados pelos profissionais de saúde a</p><p>quaisquer dos seguintes órgãos:</p><p>I - autoridade policial;</p><p>II - Ministério Público;</p><p>III - Conselho Municipal do Idoso;</p><p>IV - Conselho Estadual do Idoso;</p><p>V - Conselho Nacional do Idoso.</p><p>25</p><p>26</p><p>Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido</p><p>mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença</p><p>e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para</p><p>sua promoção, proteção e recuperação.</p><p>27</p><p>O Estatuto do Idoso, Lei Federal 10.741 de 2003, no Título II, Capítulo</p><p>IV, reforça o direito à Saúde da pessoa com mais de 60 anos.</p><p>Todos os adultos mais velhos tem o direito de ter acesso a um programa</p><p>de Atenção Global à Saúde. O SUS – Sistema Único de Saúde é o órgão que</p><p>deve cumprir este direito. Um Geriatra ou Gerontólogo Social deve orientar ações</p><p>para prevenção, promoção, proteção e recuperação da saúde dos idosos.</p><p>O idoso também tem direito ao fornecimento gratuito de medicamentos</p><p>pelo Poder Público. Principalmente os de uso contínuo. Também tem direito de</p><p>receber gratuitamente próteses, órteses e outros recursos relativos ao</p><p>tratamento, habilitação ou reabilitação (por ex.: fraldas geriátricas, aparelhos de</p><p>surdez, dentaduras, etc.) caso necessário.</p><p>Veja aqui a lista de medicamentos gratuitos na Farmácia Popular e</p><p>na rede própria da Farmácia Popular. Para saber quais medicamentos estão</p><p>disponíveis nos Postos de Saúde, acesse o site da prefeitura de sua cidade.</p><p>Para ter acesso a medicamentos fora da lista e a outros materiais, como</p><p>próteses, etc, por favor, procure o Posto de Saúde mais próximo ou a Secretaria</p><p>de Saúde de sua cidade.</p><p>O Planos de Saúde particulares são proibidos de cobrar valores</p><p>diferenciados dos idosos em razão de sua idade.</p><p>O idoso tem ainda o direito ao atendimento domiciliar, incluindo</p><p>internação, nos casos em que a mobilidade esteja comprometida. Todo idoso</p><p>internado ou em observação tem o direito de ter acompanhante em tempo</p><p>integral, desde que a permanência no hospital seja autorizada pelo proissional</p><p>de saúde responsável pelo tratamento e onde não seja vedado (ex.: UTI,</p><p>isolamento).</p><p>Caso o idoso tenha seu direito à saúde negado, ele pode procurar um</p><p>advogado ou a Defensoria</p><p>Pública, se não tiver condições financeiras.</p><p>28</p><p>Envelhecer com Saúde deve ser prioridade de Políticas Públicas e de</p><p>cada um de nós. Quando maior o tempo em que conseguirmos preservar nossas</p><p>funcionalidades e aspectos cognitivos, maior nossa qualidade de vida.</p><p>29</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>BARCFLLONA, Pietro Diritto privato e societâ moderna. Napoli : Jovene,</p><p>1996.</p><p>BERMANN, Ceorge A.; COFBFL, Roger J.; DAVEY, William J.; FOX,</p><p>Eleanor Cases and materiais on European Community Law. St. Paul, MN West,</p><p>1993.</p><p>BOBBIO, Norberto. O positivismo jurídico: lições de filosofia do direito.</p><p>São Paulo: Icone, 1995.</p><p>CABRILLAC, Rémy. Introduction générale au droit. 2.ed. Paris : Daí loz,</p><p>1997.</p><p>CAENEGEM, R. C. van. Uma introdução histórica ao direito privado. São</p><p>Paulo : Martins Fontes, 1995.</p><p>CANOTILHO, j. j. Comes; MOREIRA, Vital. Fundamentos da</p><p>Constituição. Coimbra : Coimbra, 1991.</p><p>CARVALHO, Orlando de. Para uma teoria da relação jurídica civil.</p><p>Coimbra : Centelha, 1981. V.l : A teoria geral da relação jurídica: seu sentido e</p><p>limites.</p><p>CENCI, Angelo (Org.). Ética, racionalidade e modernidade. Passo Fundo</p><p>Ediupf, 1996, CORDEIRO, Antõnio Menezes. Teoria geral do direito civil. ____</p><p>Teoria geral do direito civil (relatório).</p><p>DAVID, René. O direito inglês. São Paulo : Martins Fontes, 1 997.</p><p>DUGUIT, Léon. Fundamentos do direito. Trad.: Márcio Pugliesi. São Paulo,</p><p>1996.</p><p>FIGUEIRA, Eliseu. Renovação do sistema de direito privado. Lisboa</p><p>Caminho, 1989.</p>