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<p>Teoria geral dos recursos e impactos estratégicos</p><p>Prof. Felipe Varela, Prof. Arthur Bobsin de Moraes</p><p>Descrição</p><p>Você vai conferir um breve estudo sobre teoria geral dos recursos:</p><p>análise do conceito de recurso, classificações, princípios recursais,</p><p>efeitos principais, juízo de admissibilidade e mérito recursal.</p><p>Propósito</p><p>O estudo dos recursos é imprescindível para o dia a dia dos operadores</p><p>do direito, considerando a frequência com que utilizado na prática, muito</p><p>maior do que qualquer outro meio de impugnação de decisões judiciais.</p><p>Além disso, trata-se de remédio processual considerado um</p><p>desdobramento do próprio processo, apto a provocar um reexame da</p><p>decisão judicial impugnada, o que demonstra a relevância de se estudar</p><p>o conteúdo.</p><p>Preparação</p><p>Antes de iniciar seus estudos, tenha em mãos o Código de Processo</p><p>Civil (CPC) para a consulta dos dispositivos legais que serão</p><p>mencionados.</p><p>Objetivos</p><p>11/09/2024, 16:25 Teoria geral dos recursos e impactos estratégicos</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/46681/index.html?brand=estacio# 1/55</p><p>Módulo 1</p><p>Recursos</p><p>Analisar o conceito, a classificação e os princípios dos recursos.</p><p>Módulo 2</p><p>Juízo de admissibilidade e juízo de mérito</p><p>recursal</p><p>Identificar o significado de juízo de admissibilidade e juízo de mérito</p><p>recursal.</p><p>Módulo 3</p><p>Efeitos de recurso</p><p>Listar os principais efeitos do recurso.</p><p>Introdução</p><p>Neste estudo, trabalharemos parte significativa da teoria geral</p><p>dos recursos, o que engloba:</p><p>Conceito de recurso</p><p>Classificação dos recursos</p><p>Princípios recursais</p><p>Juízo de admissibilidade e mérito recursal</p><p>Principais efeitos dos recursos</p><p></p><p>11/09/2024, 16:25 Teoria geral dos recursos e impactos estratégicos</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/46681/index.html?brand=estacio# 2/55</p><p>O conteúdo passará, principalmente, pelas seguintes indagações:</p><p>O que define os recursos?</p><p>Pode um recurso impugnar apenas parte da decisão?</p><p>O recorrente tem liberdade para criticar qualquer vício da</p><p>decisão impugnada ou tem sua fundamentação limitada a</p><p>algum tipo de vício?</p><p>Todo recurso pode discutir matéria de fato?</p><p>O que é recurso adesivo?</p><p>Quais são os principais princípios do sistema recursal?</p><p>O que é o juízo de admissibilidade e o juízo de mérito</p><p>recursal? Como eles funcionam?</p><p>O estudo aqui apresentado responderá todas essas indagações</p><p>de forma concisa e didática, utilizando-se constantemente de</p><p>exemplos para melhor compreensão do assunto.</p><p>Material para download</p><p>Clique no botão abaixo para fazer o download do</p><p>conteúdo completo em formato PDF.</p><p>Download material</p><p>11/09/2024, 16:25 Teoria geral dos recursos e impactos estratégicos</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/46681/index.html?brand=estacio# 3/55</p><p>1 - Recursos</p><p>Ao �nal deste módulo, você será capaz de analisar o conceito, a classi�cação e os princípios</p><p>dos recursos.</p><p>O que é um recurso?</p><p>Confira, neste vídeo, os recurso e os elementos fundamentais de sua</p><p>definição. Acompanhe!</p><p>Conceitos e características dos</p><p>recursos</p><p>A partir de uma acepção técnica, confira como Barbosa Moreira</p><p>conceitua o recurso!</p><p>11/09/2024, 16:25 Teoria geral dos recursos e impactos estratégicos</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/46681/index.html?brand=estacio# 4/55</p><p>O remédio voluntário idôneo a</p><p>ensejar, dentro do mesmo</p><p>processo, a reforma, a</p><p>invalidação, o esclarecimento</p><p>ou a integração de decisão</p><p>judicial que se impugna.</p><p>(Moreira, 2012, p. 233)</p><p>Embora tenha sido elaborado quando vigente o Código de Processo Civil</p><p>de 1973 (CPC/73), esse conceito ainda é atual e muito bem aceito pela</p><p>jurisprudência e doutrina, pois reúne todas as características principais</p><p>do recurso.</p><p>O recurso é um meio voluntário, portanto, não</p><p>obrigatório. Interpõe recurso o recorrente insatisfeito</p><p>com a decisão judicial proferida. Pode o recurso ser</p><p>manejado pelas partes, terceiros prejudicados e</p><p>Ministério Público, como parte ou fiscal da ordem</p><p>jurídica, nos termos do art. 996 do CPC.</p><p>O recurso impugna apenas pronunciamentos judiciais decisórios, no</p><p>caso, as sentenças e decisões. Os chamados despachos não possuem</p><p>conteúdo decisório; são atos judiciais que apenas impulsionam a</p><p>marcha processual. Portanto, contra eles não cabe recurso, nos termos</p><p>do art. 1.001 do CPC.</p><p>Exemplo</p><p>Há decisões que são irrecorríveis. É o caso da decisão do relator que</p><p>releva a pena de deserção quando o recorrente prova justo impedimento</p><p>e da decisão do relator do recurso especial que considera prejudicado</p><p>recurso extraordinário, nos termos, respectivamente, dos arts.1.007, §6º</p><p>e 1.031, §2º, do CPC.</p><p>Ainda no que diz respeito ao conceito de Barbosa Moreira (2012), veja-</p><p>se que o recurso impugna decisão judicial dentro do mesmo processo</p><p>11/09/2024, 16:25 Teoria geral dos recursos e impactos estratégicos</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/46681/index.html?brand=estacio# 5/55</p><p>em que é proferida. Em outras palavras, prolonga o estado de</p><p>litispendência, não instaurando um novo processo.</p><p>Conforme ensina a doutrina, o recurso é considerado um elemento, um</p><p>aspecto, uma extensão do próprio direito de ação o qual é exercido no</p><p>processo. Ou seja, é um desdobramento do processo.</p><p>Igualmente se apresenta o recurso como um ônus processual, afinal, a</p><p>parte não está obrigada a recorrer do julgamento que o prejudica, “mas</p><p>se o vencido não o interpuser, consolidam-se e se tornam definitivos os</p><p>efeitos da sucumbência” (Marques, 1976, p. 20).</p><p>O direito de recorrer é considerado potestativo, “porque</p><p>produz a instauração do procedimento recursal e o</p><p>respectivo complexo de situações dele decorrentes,</p><p>como o direito à tutela jurisdicional recursal (...) e o</p><p>dever de o órgão julgador examinar a demanda” (Didier</p><p>Jr. et al., 2016, p. 88).</p><p>O conceito de recurso também prevê quatro possíveis resultados que</p><p>podem ser alcançados, são eles:</p><p>A fim de identificar quais desses resultados o recurso busca, é preciso</p><p>examinar o fundamento da decisão impugnada, de modo a identificar o</p><p> Reforma</p><p> Invalidação</p><p> Esclarecimento</p><p> Integração da decisão judicial que se impugna</p><p>11/09/2024, 16:25 Teoria geral dos recursos e impactos estratégicos</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/46681/index.html?brand=estacio# 6/55</p><p>vício ocorrido.</p><p>Além dos recursos, são meios de impugnação de decisão judicial do</p><p>nosso sistema:</p><p></p><p>Ações autônomas de impugnação</p><p></p><p>Sucedâneos recursais</p><p>O recurso, como visto, é meio de impugnação de decisão judicial</p><p>utilizado dentro de um mesmo processo. Ou seja, trata-se de meio que</p><p>se desenvolve no próprio processo. Não à toa, em regra, não há citação</p><p>do recorrido para apresentar contrarrazões, mas sua mera intimação.</p><p>Confira o que diz a doutrina!</p><p>(...) a identidade de processo não</p><p>significa necessariamente a</p><p>identidade de autos, considerando-</p><p>se que o recurso pode se</p><p>desenvolver em autos próprios – por</p><p>exemplo, agravo de instrumento,</p><p>mas continuará a fazer parte do</p><p>mesmo processo no qual a decisão</p><p>impugnada foi proferida.</p><p>(Neves, 2017, p. 1542)</p><p>Por outro lado, a ação autônoma de impugnação é um meio de</p><p>impugnação de decisão que dá origem a um novo processo, diferente do</p><p>recurso, que ocorre dentro do mesmo processo. São exemplos de ações</p><p>autônomas:</p><p>11/09/2024, 16:25 Teoria geral dos recursos e impactos estratégicos</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/46681/index.html?brand=estacio# 7/55</p><p>Ação rescisória</p><p>Reclamação</p><p>Já o sucedâneo recursal é uma categoria residual, que não é recurso</p><p>nem ação autônoma de impugnação.</p><p>Exemplo</p><p>Como sucedâneos recursais, podemos citar: pedido de reconsideração,</p><p>pedido de suspensão da segurança (art. 4º da Lei 8.437/92 e art. 15 da</p><p>Lei 12.016/09) e correição parcial.</p><p>O direito processual brasileiro adota o sistema de taxatividade recursal.</p><p>Com efeito, só cabe recurso quando expressamente previsto em lei. No</p><p>caso, os recursos do sistema jurídico brasileiro encontram-se no art.</p><p>994 do CPC, segundo o qual são cabíveis os seguintes recursos:</p><p> Apelação</p><p>11/09/2024, 16:25 Teoria geral dos recursos e impactos</p><p>pelo adversário do</p><p>apelante, e que eventualmente a reforma pudesse significar</p><p>prejuízo ao recorrente, incide a coisa julgada. Assim, não há</p><p>se pensar em reformatio in pejus, já que qualquer</p><p>11/09/2024, 16:25 Teoria geral dos recursos e impactos estratégicos</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/46681/index.html?brand=estacio# 50/55</p><p>providência dessa natureza esbarraria na coisa julgada já</p><p>formada quanto a esse capítulo.</p><p>Falta pouco para atingir seus objetivos.</p><p>Vamos praticar alguns conceitos?</p><p>Questão 1</p><p>O julgamento proferido pelo tribunal substitui a decisão impugnada</p><p>no que tiver sido objeto de recurso. Quanto à afirmativa, assinale o</p><p>efeito recursal nela consagrado.</p><p>Parabéns! A alternativa C está correta.</p><p>O julgamento de qualquer recurso é capaz de substituir – para</p><p>todos os efeitos – a decisão recorrida. É o que estabelece o art.</p><p>1008 do CPC, segundo o qual “o julgamento proferido pelo tribunal</p><p>substituirá a decisão impugnada no que tiver sido objeto de</p><p>recurso”.</p><p>Questão 2</p><p>A Efeito regressivo</p><p>B Efeito suspensivo</p><p>C Efeito substitutivo</p><p>D Efeito devolutivo</p><p>E Efeito impeditivo</p><p>11/09/2024, 16:25 Teoria geral dos recursos e impactos estratégicos</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/46681/index.html?brand=estacio# 51/55</p><p>A respeito do efeito suspensivo dos recursos, assinale a alternativa</p><p>correta.</p><p>Parabéns! A alternativa C está correta.</p><p>Conforme os termos do art. 995 do CPC, “os recursos não impedem</p><p>a eficácia da decisão, salvo disposição legal ou decisão judicial em</p><p>sentido diverso”. Desse modo, em regra, as decisões judiciais</p><p>produzem seus efeitos, em que pese a interposição do recurso.</p><p>Considerações �nais</p><p>A</p><p>Todo recurso é dotado de efeito suspensivo</p><p>automático, por determinação legal.</p><p>B</p><p>Nas hipóteses em que o recurso não é dotado de</p><p>efeito suspensivo automático, tal efeito pode ser</p><p>atribuído por despacho irrecorrível proferido pelo</p><p>relator.</p><p>C</p><p>No direito processual civil brasileiro, a regra é que os</p><p>recursos não possuem efeito suspensivo</p><p>automático, nos termos do art. 995 do CPC.</p><p>D</p><p>A sentença é uma decisão que nasce sem produzir</p><p>seus efeitos, tendo em vista que contra ela cabe</p><p>apelação, um recurso dotado de efeito suspensivo</p><p>ope iudicis.</p><p>E</p><p>A eficácia da decisão recorrida pode ser suspensa</p><p>por decisão do relator, se da imediata produção de</p><p>seus efeitos demonstrar o recorrente apenas a</p><p>probabilidade de provimento do recurso.</p><p>11/09/2024, 16:25 Teoria geral dos recursos e impactos estratégicos</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/46681/index.html?brand=estacio# 52/55</p><p>Como foi visto, na definição de Barbosa Moreira (2012), o recurso é “o</p><p>remédio voluntário idôneo a ensejar, dentro do mesmo processo, a</p><p>reforma, a invalidação, o esclarecimento ou a integração de decisão</p><p>judicial que se impugna”.</p><p>Você estudou que os recursos podem ser classificados, considerando:</p><p>A extensão da matéria (recurso total ou parcial).</p><p>A sua fundamentação (recurso de fundamentação livre ou</p><p>vinculada).</p><p>O objeto imediato (recurso ordinário ou excepcional).</p><p>A sua independência ou subordinação (recurso principal ou</p><p>adesivo).</p><p>Viu também que a doutrina majoritária aplica aos recursos os seguintes</p><p>princípios fundamentais:</p><p>Princípio do duplo grau de jurisdição</p><p>Princípio da taxatividade</p><p>Princípio da unirrecorribilidade</p><p>Princípio da dialeticidade</p><p>Princípio da fungibilidade</p><p>Princípio da proibição da reformatio in pejus</p><p>Princípio da irrecorribilidade em separado de algumas decisões</p><p>interlocutórias</p><p>Princípio da complementaridade</p><p>Princípio da consumação</p><p>Princípio da primazia do julgamento do mérito recursal</p><p>Princípio da voluntariedade</p><p>Agora, você sabe que, uma vez interposto o recurso, seu julgamento</p><p>será composto por duas fases:</p><p>Juízo de admissibilidade</p><p>Juízo de mérito</p><p>Enfim, foi possível tecer breves comentários sobre os efeitos produzidos</p><p>pelos recursos, em especial, o efeito devolutivo, suspensivo, impeditivo,</p><p>substitutivo, regressivo e translativo.</p><p>Podcast</p><p></p><p>11/09/2024, 16:25 Teoria geral dos recursos e impactos estratégicos</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/46681/index.html?brand=estacio# 53/55</p><p>Ouça um bate-papo sobre os principais tópicos abordados neste</p><p>conteúdo.</p><p>Explore +</p><p>Para aprofundar seus estudos, sugerimos as seguintes leituras:</p><p>Manual dos recursos, rescisória e reclamação, de Marco Antonio</p><p>Rodrigues (2017).</p><p>Teoria geral dos recursos, de Luiz Rodrigues Wambier.</p><p>Aspectos da teoria geral dos recursos no processo civil, de Nelson</p><p>Nery Junior.</p><p>Um estudo de teoria geral do processo: admissibilidade e mérito</p><p>no julgamento dos recursos, de Ada Pellegrini Grinover e João</p><p>Ferreira Braga.</p><p>Referências</p><p>ABELHA, M. Manual de direito processual civil. 6. ed. Rio de Janeiro:</p><p>Forense, 2016.</p><p>ALVIM, T. A. Art. 997. In: CABRAL, A. do P.; CRAMER, R (Coords.).</p><p>Comentários ao novo Código de Processo Civil. 2. ed. Rio de Janeiro:</p><p>Forense, 2016. p. 1495.</p><p>CÂMARA, A. F. O Novo Processo Civil Brasileiro. São Paulo: Atlas, 2015.</p><p>DIDIER JR., F.; CUNHA, L. C. da. Curso de Direito Processual civil: meios</p><p>de impugnação às decisões judiciais e processo nos tribunais. 13. ed.</p><p>Salvador: JusPodivm, 2016. p. 832.</p><p>11/09/2024, 16:25 Teoria geral dos recursos e impactos estratégicos</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/46681/index.html?brand=estacio# 54/55</p><p>MARQUES, J. F. Instituições de direito processual civil. São Paulo:</p><p>Saraiva, 1976.</p><p>MOREIRA, J. C. B. Comentários ao Código de Processo Civil. 16. ed. Rio</p><p>de Janeiro: Forense, 2012.</p><p>NEVES, D. A. A. Manual de Direito Processual Civil. Salvador:</p><p>JusPodivm, 2017.</p><p>THEODORO JR., H. Curso de Direito Processual Civil. 53. ed. Rio de</p><p>Janeiro: Forense, 2020.</p><p>Material para download</p><p>Clique no botão abaixo para fazer o download do</p><p>conteúdo completo em formato PDF.</p><p>Download material</p><p>O que você achou do conteúdo?</p><p>Relatar problema</p><p>11/09/2024, 16:25 Teoria geral dos recursos e impactos estratégicos</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/46681/index.html?brand=estacio# 55/55</p><p>estratégicos</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/46681/index.html?brand=estacio# 8/55</p><p>É possível, contudo, encontrar recursos previstos em lei extravagante,</p><p>como é o caso dos embargos infringentes previstos no art. 34 da Lei nº</p><p>6.830/1980. O recurso de embargos infringentes que era previsto no art.</p><p> Agravo de instrumento</p><p> Agravo interno</p><p> Embargos de declaração</p><p> Recurso ordinário</p><p> Recurso especial</p><p> Recurso extraordinário</p><p> Agravo em recurso especial ou extraordinário</p><p> Embargos de divergência</p><p>11/09/2024, 16:25 Teoria geral dos recursos e impactos estratégicos</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/46681/index.html?brand=estacio# 9/55</p><p>496, III, e 530 do CPC/73 foi substituído no Código atual pela técnica de</p><p>ampliação do colegiado prevista no art. 942 do CPC.</p><p>Classi�cações dos recursos</p><p>Há diversas classificações que podem existir para os recursos. Tudo</p><p>dependerá dos critérios adotados, os quais são os mais variados</p><p>possíveis. Aqui, serão explicadas as quatro classificações mais</p><p>mencionadas pela doutrina. Vamos lá!</p><p>Quanto à extensão da matéria</p><p>Conforme estabelece o art. 1002 do CPC, a decisão pode ser impugnada</p><p>no todo ou em parte. Ou seja, a depender do quanto impugnado, o</p><p>recurso pode ser de duas modalidades. Confira!</p><p>Modalidade que tem como objeto a integralidade da parcela da</p><p>decisão que gerou sucumbência ao recorrente. Nesse sentido,</p><p>quando o recorrente impugna tudo aquilo que ele pode impugnar,</p><p>ou seja, todo o conteúdo impugnável da decisão recorrida, o</p><p>recurso será considerado total.</p><p>Caso o recorrente não especifique a parte da decisão que</p><p>impugna, considera-se o recurso como total.</p><p>Modalidade em que o recorrente – de forma voluntária –</p><p>impugna apenas parte do conteúdo impugnável da decisão. Ou</p><p>seja, ele decide impugnar parcela ou um capítulo da decisão.</p><p>Vale registrar que, quando a decisão tem mais de uma resolução</p><p>ou resolve mais de uma pretensão, afirma-se que cada parte dela</p><p>constitui um capítulo de sentença. Podem os capítulos versar</p><p>Total </p><p>Parcial </p><p>11/09/2024, 16:25 Teoria geral dos recursos e impactos estratégicos</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/46681/index.html?brand=estacio# 10/55</p><p>sobre mérito (i.e., sobre o pedido formulado pela parte), sobre</p><p>matéria processual ou sobre ambos (Didier JR. et al., 2016).</p><p>Na hipótese de ser interposto recurso parcial, o órgão recorrido</p><p>não poderá introduzir qualquer alteração no que diz respeito à</p><p>parte que não foi impugnada (tantum devolutum quantum</p><p>appellatum, o que significa que tanto se desenvolve quanto se</p><p>apela, impugna). Isso porque “a parte não atacada da sentença</p><p>transita em julgado, desde logo, se versar sobre o mérito da</p><p>causa, ou incorre em preclusão, se se tratar de questões</p><p>processuais” (Theodoro JR., 2020, p. 931).</p><p>O Tribunal só avaliará a parte da sentença na qual a parte tenha apelado,</p><p>sendo este o limite do Tribunal. Em suma, o recurso é total quando</p><p>impugna todos os capítulos da decisão que geraram sucumbência ao</p><p>recorrente, ao passo que o recurso parcial é o que impugna apenas um</p><p>ou alguns dos capítulos que gerou sucumbência.</p><p>Entenda melhor a partir de um exemplo de Neves!</p><p>Fernanda requer a condenação de Carlos ao</p><p>pagamento de dano moral, lucros cessantes</p><p>e danos emergentes, sendo que na sentença</p><p>somente é acolhido o primeiro pedido. Será</p><p>total a apelação interposta por Fernanda que</p><p>tiver como objeto os lucros cessantes e os</p><p>danos emergentes, embora não tenha o</p><p>recurso uma identidade plena com o objeto</p><p>da decisão impugnada. Será parcial o recurso</p><p>na hipótese de a apelação versar somente a</p><p>respeito dos lucros cessantes ou somente a</p><p>respeito dos danos emergentes.</p><p>(Neves, 2017, p. 1557)</p><p>Lembra-se, por fim, que o julgamento proferido pelo tribunal substituirá a</p><p>decisão impugnada no que tiver sido objeto de recurso, nos termos do</p><p>art. 1008 do CPC. Aqui, encontra-se previsto o princípio da</p><p>substitutividade, segundo o qual, em regra, uma vez provido o recurso, a</p><p>decisão recorrida “desaparece”, ficando em seu lugar a decisão</p><p>proferida, que irá substitui-la.</p><p>11/09/2024, 16:25 Teoria geral dos recursos e impactos estratégicos</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/46681/index.html?brand=estacio# 11/55</p><p>Quanto à fundamentação</p><p>Os recursos podem ter dois tipos de fundamentação. Confira!</p><p>É aquele cuja admissibilidade não está limitada a qualquer</p><p>matéria prevista em lei. Ou seja, o recorrente tem liberdade para</p><p>criticar a decisão impugnada, apontando qualquer vício nela</p><p>existente. Não há na causa de pedir recursal qualquer</p><p>delimitação na lei dos possíveis vícios a serem alegados. São</p><p>exemplos: apelação, agravo de instrumento etc.</p><p>É aquele em que, para sua admissão, a lei limita as críticas que</p><p>podem ser feitos à decisão recorrida. Por exemplo, para opor</p><p>embargos de declaração, deve o recorrente alegar obscuridade,</p><p>contradição, omissão ou erro material da decisão (art. 1.022 do</p><p>CPC). Para se interpor recurso especial, é preciso que haja algum</p><p>dos questionamentos quanto à lei federal previstos no art. 105,</p><p>III, da Constituição Federal. Para, ademais, interpor recurso</p><p>extraordinário, deve haver algum equívoco de natureza</p><p>constitucional previsto no art. 102, III, da Constituição Federal.</p><p>Quanto ao objeto imediato do recurso</p><p>Em relação ao objeto imediato, os recursos podem ser divididos</p><p>também em dois tipos. Veja!</p><p>São aqueles em que não se autoriza debate sobre matéria de</p><p>fato, apenas sobre questão de direito, sendo vedado o reexame</p><p>de provas. A doutrina costuma apontar que, nesses recursos, o</p><p>objetivo é viabilizar uma melhor aplicação da norma federal e</p><p>Recurso de fundamentação livre </p><p>Recurso de fundamentação vinculada </p><p>Recursos excepcionais </p><p>11/09/2024, 16:25 Teoria geral dos recursos e impactos estratégicos</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/46681/index.html?brand=estacio# 12/55</p><p>constitucional. Ou seja, busca-se não a proteção do direito</p><p>subjetivo da parte, mas a proteção do direito objetivo. São</p><p>recursos excepcionais: o recurso extraordinário, o recurso</p><p>especial e os embargos de divergência.</p><p>São aqueles em que há controvérsia sobre matéria de fato e</p><p>matéria de direito. Buscam, precipuamente, a proteção do direito</p><p>subjetivo da parte, seu interesse em particular na demanda. São</p><p>recursos ordinários todos os demais que não são classificados</p><p>como excepcionais.</p><p>Quanto à independência ou subordinação do recurso</p><p>O recurso pode ser classificado também como uma das duas opções a</p><p>seguir.</p><p>É aquele interposto contra decisão judicial dentro do prazo legal</p><p>sem depender de ato praticado pela parte contrária contra a</p><p>mesma decisão recorrida.</p><p>É aquele interposto no prazo de contrarrazões ao recurso</p><p>interposto pela outra parte, motivado não pela vontade originária</p><p>de impugnar, mas como contraposição ao recurso oferecido pela</p><p>outra parte (Neves, 2017, p. 1558).</p><p>Enquanto o recurso principal tem os requisitos de admissibilidade</p><p>comuns daquele recurso para ser julgado no mérito, o recurso adesivo,</p><p>além desses, tem sua admissibilidade condicionada ao conhecimento</p><p>do recurso principal.</p><p>Recursos ordinários </p><p>Recurso principal </p><p>Recurso adesivo </p><p>11/09/2024, 16:25 Teoria geral dos recursos e impactos estratégicos</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/46681/index.html?brand=estacio# 13/55</p><p>A professora Teresa Arruda Alvim traz um exemplo interessante para</p><p>que se entenda este ponto do conteúdo. Confira!</p><p>O uso do recurso adesivo envolve certo inconformismo inicial. Assim,</p><p>por exemplo, se A pede 10 e o juiz concede 6, B pode, em primeiro</p><p>momento, resignar-se. Mas se A recorre, insistindo nos 10, pode “aderir”</p><p>ao seu recurso, porque o risco de a quantia ser majorada não quer</p><p>correr. O seu conformismo inicial dizia respeito à perspectiva de pagar 6,</p><p>não a correr o risco de pagar 10 (Alvim, 2016).</p><p>Representação de juiz e partes em tribunal.</p><p>O recurso adesivo tem previsão no art. 997 do CPC. Segundo o caput</p><p>desse dispositivo legal, cada parte interporá</p><p>o recurso</p><p>independentemente, no prazo e com as observâncias das exigências</p><p>legais. No caso de serem vencidos autor e réu, ao recurso interposto por</p><p>qualquer deles poderá aderir o outro (art. 997, §1º, do CPC).</p><p>Observa-se, por fim, as regras previstas no art. 997, §2º, do CPC.</p><p>Segundo o referido parágrafo, e conforme já dito, o recurso adesivo fica</p><p>subordinado ao recurso independente, sendo-lhe aplicáveis as mesmas</p><p>regras deste quanto aos requisitos de admissibilidade e julgamento no</p><p>tribunal, salvo disposição legal diversa. Além disso, o recurso adesivo</p><p>será dirigido ao órgão perante o qual o recurso independente fora</p><p>interposto, no prazo de que a parte dispõe para responder (art. 997, §2º,</p><p>I, do CPC). Será admissível na apelação, no recurso extraordinário e no</p><p>recurso especial (art. 997, §2º, II, do CPC). E, por fim, não será</p><p>conhecido, se houver desistência do recurso principal ou se for ele</p><p>considerado inadmissível (art. 997, §2º, III, do CPC).</p><p>Princípios</p><p>11/09/2024, 16:25 Teoria geral dos recursos e impactos estratégicos</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/46681/index.html?brand=estacio# 14/55</p><p>A doutrina majoritária aplica aos recursos do processo civil alguns</p><p>princípios fundamentais. É hora de conhecê-los!</p><p>Princípio do duplo grau de jurisdição</p><p>É a possibilidade de a parte ter a solução de sua causa revisada por um</p><p>segundo órgão jurisdicional. Permite-se, assim, um reexame da causa à</p><p>parte vencida, o que ocorre, em regra, perante um órgão jurisdicional</p><p>diferente e hierarquicamente superior. O objetivo da revisão do ato</p><p>judicial é diminuir os riscos de falhas no primeiro julgamento e evitar</p><p>abusos de poder do magistrado – o que poderia ocorrer, caso sua</p><p>decisão fosse única e não sujeita a qualquer reexame.</p><p>Atenção!</p><p>O duplo grau se faz tipicamente via recurso e subordina-se à iniciativa</p><p>da parte, mas há hipóteses em que sua ocorrência é impositiva em</p><p>razão de previsão legal, como é o caso da remessa necessária,</p><p>conforme prevê o art. 496 do CPC.</p><p>Por fim, registra-se que o duplo grau tem relação com reexame do</p><p>pronunciamento final que julga o mérito; não à toa é comum a previsão</p><p>legal de decisões interlocutórias irrecorríveis. Além disso, não se trata</p><p>de direito absoluto, podendo ser limitado, como é o caso das ações de</p><p>competência originária do STF, nos termos do art. 102, I, da Constituição</p><p>Federal (Didier Jr. et al., 2016, p. 92).</p><p>Princípio da taxatividade</p><p>Sedimenta que os recursos do nosso ordenamento jurídico estão</p><p>taxativamente previstos em lei.</p><p>Portanto, só haverá recurso se houver previsão legal, não se admitindo,</p><p>por exemplo, sua previsão em regimento interno do Tribunal ou sua</p><p>criação via negócio jurídico processual celebrado entre as partes.</p><p>O princípio encontra-se no art. 994 do CPC, mas é preciso registrar que é</p><p>possível haver outros recursos que não os ali previstos, como é o caso</p><p>dos embargos infringentes na lei de execução fiscal.</p><p>11/09/2024, 16:25 Teoria geral dos recursos e impactos estratégicos</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/46681/index.html?brand=estacio# 15/55</p><p>Pessoa usando computador e tablet.</p><p>Princípio da unirrecorribilidade (ou singularidade)</p><p>É aquele segundo o qual para cada decisão judicial recorrível só existe</p><p>um recurso específico, sendo vedada a interposição de dois recursos</p><p>simultânea ou sucessivamente contra a mesma decisão.</p><p>O princípio comporta exceções, como é o caso da interposição de</p><p>recurso especial e extraordinário quando a decisão, ao mesmo tempo,</p><p>viola norma infraconstitucional federal e norma constitucional.</p><p>Princípio da dialeticidade</p><p>Exige que o recorrente alegue os motivos de seu inconformismo com a</p><p>decisão judicial impugnada. É preciso, em suma, que o recorrente</p><p>apresente os motivos de fato e de direito para que requeira um novo</p><p>julgamento daquela questão. O recurso precisa ser dialético, ou seja,</p><p>discursivo, de modo que indique os fundamentos que embasam o</p><p>pedido de nova decisão.</p><p>Sobre o princípio, confira as lições de Humberto Theodoro Junior!</p><p>Na verdade, isto não é um princípio que se</p><p>observa apenas no recurso. Todo o processo</p><p>11/09/2024, 16:25 Teoria geral dos recursos e impactos estratégicos</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/46681/index.html?brand=estacio# 16/55</p><p>é dialético por força do contraditório que se</p><p>instala, obrigatoriamente, com a propositura</p><p>da ação e com a resposta do demandado,</p><p>perdurando em toda a instrução probatória e</p><p>em todos os incidentes suscitados durante o</p><p>desenvolver da relação processual, inclusive,</p><p>pois, na fase recursal.</p><p>Para que se cumpra o contraditório e ampla</p><p>defesa assegurados constitucionalmente (CF,</p><p>art. 5º, LV), as razões do recurso</p><p>são elemento indispensável a que a parte</p><p>recorrida possa respondê-lo e a que o</p><p>tribunal ad quem possa apreciar-lhe o mérito.</p><p>O julgamento do recurso nada mais é do que</p><p>um cotejo lógico-argumentativo entre a</p><p>motivação da decisão impugnada e a do</p><p>recurso. Daí por que, não contendo este a</p><p>fundamentação necessária, o tribunal não</p><p>pode conhecê-lo.</p><p>(Theodoro Jr., 2020, p. 950)</p><p>Como se nota, o princípio da dialeticidade dialoga diretamente com o</p><p>princípio do contraditório. Além do contraditório, é comum a doutrina o</p><p>relacionar também com o princípio dispositivo, visto que “delimita o</p><p>mérito do recurso, ou seja, só pode o juiz apreciar aquilo que foi objeto</p><p>de pedido de rejulgamento, que precisa, necessariamente, estar dentro</p><p>dos fundamentos do recurso” (Abelha, 2016, p. 1403).</p><p>Princípio da fungibilidade</p><p>É a autorização de se trocar um recurso por outro, na hipótese de</p><p>equívoco cometido pela parte. Contudo, para a sua aplicação, é preciso</p><p>que:</p><p>Não tenha havido erro grosseiro cometido pela parte.</p><p>Não tenha precluído o prazo para interposição.</p><p>Conste inexistência de má-fé.</p><p>Esteja fundada dúvida quanto ao recurso a ser interposto.</p><p>11/09/2024, 16:25 Teoria geral dos recursos e impactos estratégicos</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/46681/index.html?brand=estacio# 17/55</p><p>O CPC expressamente previu a fungibilidade recursal em alguns casos,</p><p>como é a hipótese do art. 1.024, §3º. Nele consta que o órgão julgador</p><p>conhecerá dos embargos de declaração como agravo interno se</p><p>entender ser este o recurso cabível, desde que determine previamente a</p><p>intimação do recorrente para, no prazo de cinco dias, complementar as</p><p>razões recursais, de modo a ajustá-las às exigências do art. 1.021, § 1º.</p><p>Outros exemplos relevantes estão presentes nos arts. 1.032 e 1.033 do</p><p>CPC. Vale conferir!</p><p>Princípio da proibição da reformatio in pejus</p><p>É aquele que proíbe o órgão julgador de um recurso de proferir decisão</p><p>mais desfavorável ao recorrente do que a decisão recorrido contra a</p><p>qual se interpôs recurso.</p><p>Com efeito, o órgão ad quem somente pode alterar a decisão dentro do</p><p>que foi pedido no recurso. Não pode piorar a situação do recorrente,</p><p>apenas mantê-la ou melhorá-la.</p><p>Princípio da irrecorribilidade em separado das interlocutórias</p><p>Como o próprio nome sugere, prevê a irrecorribilidade em separado das</p><p>decisões interlocutórias.</p><p>O princípio no Código atual ganhou relevo, considerando que o agravo</p><p>retido foi extinto e que as hipóteses de cabimento do agravo de</p><p>instrumento passaram a ser mais restritas, nos termos do art. 1.015 do</p><p>CPC. A apelação, no caso, passou a ser o recurso cabível contra não</p><p>apenas a sentença, mas também contra as decisões não agraváveis por</p><p>instrumento.</p><p>Princípio da complementaridade</p><p>Trata da impossibilidade de a parte apresentar as razões do seu recurso</p><p>fora do prazo de sua interposição. Isso porque, uma vez interposto o</p><p>recurso, há preclusão consumativa.</p><p>O princípio sofre mitigação no art. 1.024, §4º, do CPC, segundo o qual,</p><p>caso o acolhimento dos embargos de declaração implique modificação</p><p>da decisão embargada, o embargado que já tiver interposto outro</p><p>11/09/2024, 16:25 Teoria geral dos recursos e impactos estratégicos</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/46681/index.html?brand=estacio# 18/55</p><p>recurso</p><p>contra a decisão originária tem o direito de complementar ou</p><p>alterar suas razões, nos exatos limites da modificação, no prazo de 15</p><p>dias, contado da intimação da decisão dos embargos de declaração.</p><p>Princípio da consumação</p><p>Segundo Neves (2017), trata-se de um princípio que veda que, uma vez</p><p>interposto um recurso, este seja substituído por outro interposto</p><p>posteriormente, ainda que dentro do prazo recursal.</p><p>A faculdade de interpor recurso preclui quando a parte não se manifesta</p><p>no prazo legal ou quando se manifesta de forma inadequada.</p><p>Princípio da primazia do julgamento do mérito recursal</p><p>Consagra a ideia de que o órgão julgador deve sempre priorizar o</p><p>julgamento de mérito do recurso (o fenômeno também se aplica para o</p><p>julgamento da demanda principal e julgamento de demanda incidental).</p><p>O art. 4º do CPC é um dos dispositivos legais que consagra o princípio,</p><p>visto que assegura à parte o direito à solução integral do mérito. Confira</p><p>o que o professor e desembargador Alexandre Câmara afirma ao tratar</p><p>desse princípio!</p><p>O processo é um método de resolução do</p><p>caso concreto, e não um mecanismo</p><p>destinado a impedir que o caso concreto seja</p><p>solucionado. Assim, deve-se privilegiar,</p><p>sempre, a resolução do mérito da causa.</p><p>Extinguir o processo sem resolução do mérito</p><p>(assim como decretar a nulidade de um ato</p><p>processual ou não conhecer de um recurso) é</p><p>algo que só pode ser admitido quando se</p><p>estiver diante de vício que não se consiga</p><p>sanar, ou por ser por natureza insanável, ou</p><p>por se ter aberto a oportunidade para que o</p><p>vício fosse sanado e isso não tenha</p><p>acontecido.</p><p>11/09/2024, 16:25 Teoria geral dos recursos e impactos estratégicos</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/46681/index.html?brand=estacio# 19/55</p><p>(Câmara, 2015, p.7)</p><p>Princípio da voluntariedade</p><p>Traduz a necessidade de manifestação de vontade da parte para que o</p><p>recurso seja interposto. Recorrer é um ato de vontade, um mecanismo</p><p>de utilização voluntário!</p><p>Lembrando que não existe recurso obrigatório, bem como não pode o</p><p>juiz de ofício recorrer pela parte, ainda que incapaz.</p><p>Ampliando o conhecimento</p><p>Você sabe a importância de classificar corretamente os recursos? Em</p><p>um caso prático, ao analisar o conteúdo de uma decisão judicial, possui</p><p>clareza em dizer qual será o recurso cabível, seus efeitos e sua</p><p>fundamentação? Para entendermos melhor, vamos analisar a situação</p><p>hipotética de Mateus.</p><p>Mateus, motorista de aplicativo, propôs ação condenatória em face de</p><p>Gustavo, médico, em função de acidente de carro causado única e</p><p>exclusivamente por culpa de Gustavo. No pedido, Mateus requereu a</p><p>condenação de Gustavo ao pagamento de (i) lucros cessantes, pois</p><p>deixou de dirigir no período em que seu veículo passou por reparos; (ii)</p><p>dano material, pois além do prejuízo no automóvel, Mateus passou por</p><p>diversas sessões de terapia para poder retornar ao trabalho; (iii) dano</p><p>moral, pois Gustavo, ao sair do veículo, ofendeu Mateus de diversas</p><p>formas.</p><p>Durante a audiência de conciliação, Gustavo propôs um acordo para</p><p>encerrar o processo, aceitando pagar R$ 2.000,00 (dois mil reais) pelas</p><p>sessões de terapia da Mateus, mas deixou claro que não aceitava os</p><p>valores propostos relacionados a lucro cessantes e dano moral. Mateus</p><p>aceitou a proposta e o juiz homologou o acordo parcial, determinando o</p><p>prosseguimento do feito para os demais pedidos. Contudo, a decisão</p><p>judicial deixou de mencionar de que forma o ônus sucumbencial seria</p><p>distribuído.</p><p>Após a apresentação de contestação, e de manifestação à contestação,</p><p>o magistrado entendeu que o pedido de dano material – quanto aos</p><p>11/09/2024, 16:25 Teoria geral dos recursos e impactos estratégicos</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/46681/index.html?brand=estacio# 20/55</p><p>valores do conserto do veículo – estavam aptos a julgamento, enquanto</p><p>o lucro cessante e o dano moral ainda prescindiam de dilação</p><p>probatória. Assim, a decisão judicial condenou o réu ao pagamento dos</p><p>valores gastos por Mateus no conserto de seu automóvel. Quanto aos</p><p>demais pedidos, o processo teve continuidade.</p><p>Após a leitura do case, é hora de aplicar seus conhecimentos!</p><p>Questão 1</p><p>No caso concreto, a decisão que homologou o acordo e determinou o</p><p>prosseguimento do feito foi omissa em relação à distribuição do ônus</p><p>sucumbencial. Na qualidade de advogado, qual é o recurso cabível para</p><p>sanar a omissão da decisão?</p><p>Parabéns! A alternativa B está correta.</p><p>De acordo com o artigo 1.022 do CPC/2015, os embargos de</p><p>declaração são cabíveis em face das decisões judiciais que</p><p>apresentarem quaisquer dos vícios indicados no artigo 1.022, quais</p><p>sejam: (i) obscuridade; (ii) contradição; (iii) omissão; (iv) corrigir erro</p><p>material. Considerando que a decisão deixou de se manifestar sobre</p><p>determinado ponto, o recurso cabível para suprir omissão são os</p><p>embargos de declaração.</p><p>Questão 2</p><p>Na situação posta no estudo de caso, o magistrado, ao se deparar com</p><p>um pedido apto para julgamento, julgou antecipadamente e</p><p>parcialmente o mérito do processo, condenando Gustavo ao</p><p>A Recurso de apelação</p><p>B Embargos de declaração</p><p>C Embargos de divergência</p><p>D Recurso ordinário</p><p>E Agravo de Instrumento</p><p>11/09/2024, 16:25 Teoria geral dos recursos e impactos estratégicos</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/46681/index.html?brand=estacio# 21/55</p><p>pagamento de indenização pelos danos materiais sofridos por Mateus.</p><p>Na hipótese de interposição de recurso, desconsiderando a existência</p><p>de qualquer vício passível de correção, qual alternativa indica o recurso</p><p>cabível para reforma da decisão?</p><p>Parabéns! A alternativa B está correta.</p><p>De acordo com o artigo 356 do CPC/2015, a decisão parcial de mérito</p><p>é impugnável por agravo de instrumento.</p><p>Questão 3</p><p>O princípio da fungibilidade autoriza a substituição de um recurso por</p><p>outro, na hipótese de equívoco cometido pela parte. Com base no caso,</p><p>discorra sobre os requisitos para aplicação do princípio da fungibilidade</p><p>e sua aplicação no caso de julgamento parcial do mérito.</p><p>Digite sua resposta aqui</p><p>Chave de resposta</p><p>Para aplicação do princípio da fungibilidade, é necessário</p><p>que não tenha havido erro grosseiro pela parte na</p><p>interposição do recurso; que não tenha precluído o prazo</p><p>A Recurso de apelação</p><p>B Agravo de Instrumento</p><p>C Agravo em Recurso Especial</p><p>D Agravo Interno</p><p>E Embargos de Declaração</p><p>11/09/2024, 16:25 Teoria geral dos recursos e impactos estratégicos</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/46681/index.html?brand=estacio# 22/55</p><p>para interposição; que inexista má-fé e que, na interposição,</p><p>esteja fundada dúvida quanto ao recurso a ser interposto.</p><p>No caso concreto, o princípio da fungibilidade não pode ser</p><p>aplicado, pois o §5º do artigo 356 indica expressamente</p><p>que o recurso cabível é o agravo de instrumento, situação</p><p>que é considerada erro grosseiro, motivo pelo qual não é</p><p>possível aplicar o princípio da fungibilidade.</p><p>Falta pouco para atingir seus objetivos.</p><p>Vamos praticar alguns conceitos?</p><p>Questão 1</p><p>De acordo com a taxatividade, recursos estão previstos de forma</p><p>taxativa na lei. Assinale o recurso que não está previsto no art. 994</p><p>do CPC.</p><p>Parabéns! A alternativa D está correta.</p><p>A Agravo interno</p><p>B Agravo de instrumento</p><p>C Agravo em recurso especial</p><p>D Embargos infringentes</p><p>E Embargos de divergência</p><p>11/09/2024, 16:25 Teoria geral dos recursos e impactos estratégicos</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/46681/index.html?brand=estacio# 23/55</p><p>A resposta é a letra D, tendo em vista que os embargos infringentes</p><p>não estão previstos no art. 994 do CPC.</p><p>Questão 2</p><p>Sobre o conceito de recurso, assinale a alternativa correta.</p><p>Parabéns! A alternativa C está correta.</p><p>Em sede do direito processual civil, o recurso tem uma acepção</p><p>técnica e restrita, podendo ser definido como o meio ou remédio</p><p>impugnativo apto para provocar, dentro da relação processual ainda</p><p>em curso, o reexame de decisão judicial, pela mesma autoridade</p><p>judiciária, ou por outra hierarquicamente superior, visando obter</p><p>reforma,</p><p>invalidação, esclarecimento ou integração.</p><p>A</p><p>O recurso não é interposto dentro do mesmo</p><p>processo em que se proferiu a decisão recorrida.</p><p>B</p><p>O recurso pode buscar somente a invalidação e a</p><p>reforma da decisão judicial.</p><p>C</p><p>O recurso pode buscar a invalidação, a reforma, o</p><p>esclarecimento ou a integração da decisão judicial.</p><p>D</p><p>O recurso é considerado um meio de impugnação</p><p>interposto de modo obrigatório pela parte.</p><p>E</p><p>O recurso e as ações autônomas de impugnação</p><p>são considerados sinônimos pela doutrina e</p><p>jurisprudência brasileira.</p><p>11/09/2024, 16:25 Teoria geral dos recursos e impactos estratégicos</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/46681/index.html?brand=estacio# 24/55</p><p>2 - Juízo de admissibilidade e juízo de mérito recursal</p><p>Ao �nal deste módulo, você será capaz de identi�car o signi�cado de juízo de admissibilidade</p><p>e juízo de mérito recursal.</p><p>Aspectos gerais</p><p>Uma vez interposto o recurso, seu julgamento será constituído por dois</p><p>tipos de juízo. Confira!</p><p>Caso em que os requisitos de admissibilidade do recurso são</p><p>verificados. Em outras palavras, são examinados</p><p>certos pressupostos necessários do recurso para que ele possa</p><p>ser, posteriormente, julgado no mérito.</p><p>Quando o juízo de admissibilidade é positivo, diz-se que órgão</p><p>julgador “admitiu” ou “conheceu” do recurso. Quando é negativo,</p><p>afirma-se que o órgão julgador “inadmitiu” ou “não conheceu” do</p><p>recurso.</p><p>O juízo de admissibilidade é um juízo sobre os requisitos</p><p>mínimos para apreciar o recurso. Nele, toma-se uma decisão</p><p>acerca da aptidão do recurso para ter seu objeto litigioso</p><p>(mérito) analisado.</p><p>Juízo de admissibilidade </p><p>11/09/2024, 16:25 Teoria geral dos recursos e impactos estratégicos</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/46681/index.html?brand=estacio# 25/55</p><p>Caso em que a apreciação do pedido consta no recurso,</p><p>podendo ser a reforma, a invalidação, o esclarecimento ou a</p><p>integração da decisão judicial. Se o juízo de mérito for positivo,</p><p>diz-se que o recurso foi “provido” ou que foi “dado provimento” a</p><p>ele. Se o juízo for negativo, afirma-se que o recurso foi</p><p>“desprovido” ou que foi “negado provimento” a ele.</p><p>Lembrando que o primeiro é preliminar ao segundo. Só há juízo de</p><p>mérito se o juízo de admissibilidade tiver sido positivo, tudo bem?</p><p>Requisitos do juízo de admissibilidade</p><p>Confira, neste vídeo, os requisitos de admissibilidade dos recursos, com</p><p>foco nos requisitos intrínsecos. Vale conferir!</p><p>Os requisitos de admissibilidade do recurso dividem-se em:</p><p>Requisitos intrínsecos</p><p>Têm relação com a</p><p>existência do direito de</p><p>recorrer (cabimento,</p><p>legitimação, interesse e</p><p>inexistência de fato</p><p>impeditivo ou extintivo</p><p>do poder de recorrer).</p><p>Requisitos extrínsecos</p><p>Referem-se ao modo de</p><p>exercício do direito de</p><p>recorrer (preparo,</p><p>tempestividade e</p><p>regularidade formal).</p><p>Juízo de mérito </p><p></p><p>11/09/2024, 16:25 Teoria geral dos recursos e impactos estratégicos</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/46681/index.html?brand=estacio# 26/55</p><p>Requisitos intrínsecos do recurso</p><p>Cabimento</p><p>Existem dois tipos de cabimento, o recorrível e o de adequação. É</p><p>importante que você tenha bastante atenção neste ponto, pois é preciso</p><p>ficar claro que a decisão deve ser recorrível e o recurso adequado, isto é,</p><p>o recurso previsto em lei deve ser adequado para impugnar aquele tipo</p><p>de decisão judicial. Entendido?</p><p>Exemplo</p><p>Se o órgão julgador profere despacho, não há recurso cabível a ser</p><p>interposto contra, visto que despacho não é decisão recorrível; mas sim</p><p>ato judicial sem conteúdo decisório não sujeito a recurso. Por outro</p><p>lado, se a parte interpõe recurso de apelação para impugnar decisão</p><p>interlocutória, cometerá erro de cabimento, visto que a apelação não é o</p><p>recurso adequado previsto em lei contra esse tipo de decisão.</p><p>O estudo do cabimento é correlato a três princípios essenciais. São eles:</p><p></p><p>Taxatividade</p><p></p><p>Unirrecorribilidade</p><p></p><p>Fungibilidade</p><p>Legitimidade recursal</p><p>Prevista no art. 996 do CPC, é a aptidão necessária que se deve ter para</p><p>interpor recurso contra certa decisão naquele caso concreto. O recurso</p><p>pode ser interposto por três figuras essenciais. Vamos entendê-las!</p><p>11/09/2024, 16:25 Teoria geral dos recursos e impactos estratégicos</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/46681/index.html?brand=estacio# 27/55</p><p>Envolve as partes (autor ou réu) e o terceiro interveniente (v.g. o</p><p>denunciado, o assistente e o chamado), que a partir da</p><p>intervenção torna-se parte.</p><p>Compreende aquele que não participa do processo, mas é</p><p>afetado por aquela decisão judicial, motivo pelo qual ingressa no</p><p>processo para impugnar voluntariamente a decisão. Envolv,</p><p>portanto, pessoas estranhas ao processo que, de algum modo,</p><p>são atingidas por seus efeitos. Exemplo: o sublocatário que é</p><p>atingido por decisão judicial proferida no âmbito de um processo</p><p>de despejo do qual não faz parte.</p><p>Segundo o parágrafo único do art. 996 do CPC, cumpre ao</p><p>terceiro demonstrar a possibilidade de a decisão sobre a relação</p><p>jurídica submetida à apreciação judicial atingir direito de que se</p><p>afirme titular ou que possa discutir em juízo como substituto</p><p>processual.</p><p>Recorre na qualidade de parte ou de fiscal da ordem jurídica.</p><p>Interesse recursal</p><p>Assenta-se no binômio utilidade-necessidade. O recurso será útil para o</p><p>recorrente quando estiver postulando decisão capaz de lhe proporcionar</p><p>situação jurídica mais favorável do que aquela que lhe é proporcionada</p><p>pela decisão impugnada. Observe o exemplo apresentado por Alexandre</p><p>Câmara!</p><p>Parte vencida </p><p>Terceiro prejudicado </p><p>Ministério Público </p><p>11/09/2024, 16:25 Teoria geral dos recursos e impactos estratégicos</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/46681/index.html?brand=estacio# 28/55</p><p>Pense-se, por exemplo, no caso de ter sido</p><p>proferida sentença de total improcedência do</p><p>pedido. Pois se contra tal sentença se insurge</p><p>o réu, postulando sua reforma para que o</p><p>processo seja extinto sem resolução do</p><p>mérito, lhe faltará interesse em recorrer, já</p><p>que a providência postulada não melhora (ao</p><p>contrário, piora) sua situação jurídica. É</p><p>preciso, então, que, através do recurso, se</p><p>busque uma providência útil, assim</p><p>compreendida como aquela que é capaz de</p><p>proporcionar ao recorrente uma melhoria de</p><p>situação jurídica (em comparação com a</p><p>situação proporcionada pela decisão</p><p>recorrida). Só assim estará presente o</p><p>interesse em recorrer.</p><p>(Câmara, 2015, p. 496)</p><p>O recurso será necessário quando for preciso fazer o uso das vias</p><p>recursais para se obter o que pretende contra a decisão impugnada.</p><p>Exemplo</p><p>Como recurso desnecessário, podemos citar o que é interposto pelo réu,</p><p>em ação monitória, contra decisão que determina a expedição do</p><p>mandado monitório. O recurso, nesse exemplo, é desnecessário, pois a</p><p>simples apresentação de embargos monitórios é suficiente para impedir</p><p>que a decisão monitória produza efeito executivo (Didier Jr. et al., 2016,</p><p>p. 166).</p><p>Inexistência de fato impeditivo e extintivo do poder de recorrer</p><p>Considera-se um requisito recursal negativo, pois se trata, como o nome</p><p>sugere, de fatos impeditivos e extintivos do direto de recorrer, os quais</p><p>não podem ocorrer, sob pena do recurso ser inadmitido. Sobre o tema, a</p><p>doutrina costuma fazer menção à desistência, à renúncia e à aceitação</p><p>(aquiescência).</p><p>11/09/2024, 16:25 Teoria geral dos recursos e impactos estratégicos</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/46681/index.html?brand=estacio# 29/55</p><p>Pessoa usando prancheta, tablet e computador.</p><p>A desistência ocorre quando, uma vez já interposto o recurso, o</p><p>recorrente manifesta o desejo de que tal recurso não seja julgado.</p><p>Atenção!</p><p>Conforme art. 998 do CPC, o recorrente poderá, a qualquer tempo, sem a</p><p>anuência do recorrido ou dos litisconsortes, desistir do recurso.</p><p>A desistência pode ser total ou parcial. Além disso, não depende da</p><p>anuência do litisconsórcio (parágrafo único do art. 998 do CPC), assim</p><p>como dispensa homologação judicial para produzir efeitos.</p><p>A renúncia ocorre quando</p><p>a parte vencida previamente abre mão de</p><p>interpor recurso, inclusive, independe da aceitação da outra parte (art.</p><p>999 do CPC). O termo inicial para renúncia ocorrer data da intimação da</p><p>decisão contra qual se pode insurgir. Lembrando que essa renúncia</p><p>também pode ser parcial ou total, bem como expressa ou tácita.</p><p>Agora, confira, na íntegra, o diz Daniel Neves sobre essas classificações!</p><p>A declaração unilateral do recorrente</p><p>renunciando ao direito de recorrer, que pode</p><p>ser feita por escrito ou oralmente na</p><p>audiência na qual a decisão impugnável é</p><p>prolatada, constitui renúncia expressa.</p><p>Quando a parte simplesmente deixa de</p><p>recorrer dentro do prazo recursal, há renúncia</p><p>tácita do direito de recorrer. A renúncia pode</p><p>ser total ou parcial. Pode a parte recorrente</p><p>limitar a sua renúncia ao direito recursal de</p><p>11/09/2024, 16:25 Teoria geral dos recursos e impactos estratégicos</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/46681/index.html?brand=estacio# 30/55</p><p>forma principal, mantendo o direito de</p><p>recorrer adesivamente, sendo essa a forma</p><p>mais evidente de mostrar à parte contrária</p><p>que se deseja o trânsito em julgado, mas, na</p><p>hipótese de a parte contrária ingressar com</p><p>recurso, provavelmente haverá recurso</p><p>adesivo. Não havendo especificação, a</p><p>renúncia atinge o direito recursal como um</p><p>todo.</p><p>(Neves, 2017, p. 1622)</p><p>Por fim, a aquiescência, isto é, a aceitação, está prevista no art. 1.000 do</p><p>CPC, segundo o qual “a parte que aceitar expressa ou tacitamente a</p><p>decisão não poderá recorrer”. A aquiescência, ou aceitação, gera uma</p><p>preclusão lógica que impede a admissão do recurso. Ela é expressa</p><p>quando a parte se manifesta ao juízo ou à parte contrária diretamente, e</p><p>tácita quando a parte pratica, sem nenhuma reserva, ato incompatível</p><p>com a vontade de recorrer (art. 1000, parágrafo único, do CPC).</p><p>A aquiescência, assim como a renúncia, só pode ocorrer</p><p>entre a intimação da decisão recorrível e a interposição do</p><p>recurso.</p><p>São exemplos de aquiescência: pagamento de condenação e</p><p>apresentação de contas na ação de exigir contas.</p><p>Requisitos extrínsecos do recurso</p><p>Tempestividade</p><p>Traduz a necessidade de o recurso ser interposto dentro do prazo legal.</p><p>Em regra, o prazo para interposição do recurso é de 15 dias úteis, com</p><p>exceção dos embargos de declaração, que são de cinco dias úteis nos</p><p>termos dos arts. 1.003, §5º, e 1.023, caput, do CPC.</p><p>O prazo para interposição de recurso conta-se da data em que os</p><p>advogados, a sociedade de advogados, a Advocacia Pública, a</p><p>Defensoria Pública ou o Ministério Público são intimados da decisão</p><p>11/09/2024, 16:25 Teoria geral dos recursos e impactos estratégicos</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/46681/index.html?brand=estacio# 31/55</p><p>(art. 1.003, caput, do CPC). Se a decisão houver sido proferida em</p><p>audiência, os sujeitos serão considerados intimados nessa mesma</p><p>audiência (art. 1.003, §1°, do CPC).</p><p>Atenção!</p><p>Nos casos de recurso interposto por réu contra decisão proferida antes</p><p>de sua citação, aplicam-se as regras do art. 231, I a VI, nos termos do</p><p>art. 1.003, §2º, do CPC. Assim, o início do prazo recursal será a data da</p><p>juntada do AR, quando a citação ou a intimação for pelo correio (inciso I</p><p>do art. 231); da data de juntada aos autos do mandado cumprido,</p><p>quando a citação ou a intimação for por oficial de justiça (inciso II do</p><p>art. 231); da data de ocorrência da citação ou da intimação, quando ela</p><p>se der por ato do escrivão ou do chefe de secretaria (inciso III do art.</p><p>231); e do dia útil seguinte ao fim da dilação assinada pelo juiz, quando</p><p>a citação ou a intimação for por edital (inciso IV do art. 231).</p><p>Na sequência, veja as demais regras do art. 1003 do CPC!</p><p> Protocolo da petição</p><p>No prazo para interposição de recurso, a petição</p><p>será protocolada em cartório ou conforme as</p><p>normas de organização judiciária, ressalvado o</p><p>disposto em regra especial (art. 1.003, §3º, do</p><p>CPC).</p><p> Data de interposição</p><p>Para aferição da tempestividade do recurso</p><p>remetido pelo correio, será considerada como data</p><p>de interposição a data de postagem (art. 1.003, §4º,</p><p>do CPC).</p><p>11/09/2024, 16:25 Teoria geral dos recursos e impactos estratégicos</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/46681/index.html?brand=estacio# 32/55</p><p>Regularidade formal</p><p>Todo recurso deve atender regras gerais de forma: ser fundamentado,</p><p>expor as razões de irresignação e ter pedido de novo julgamento. Além</p><p>disso, em regra, o recurso é ato processual escrito, deve ser assinado e</p><p>exige capacidade postulatória (isto é, presença de advogado</p><p>representando a parte).</p><p>No entanto, existem também requisitos de regularidade formais</p><p>específicos que precisam ser preenchidos a depender do recurso</p><p>interposto.</p><p>Exemplo</p><p>O agravo de instrumento exige que o agravante traga peças obrigatórias</p><p>dos autos de origem quando o processo é físico, a apelação exige</p><p>petição dirigida ao juízo de primeiro grau e certas informações mínimas,</p><p>e assim por diante.</p><p>Preparo</p><p>Trata-se do adiantamento das despesas para a interposição do recurso.</p><p>Conforme prevê o caput do art. 1.007, sob pena de</p><p>deserção, ao interpor o recurso, o recorrente</p><p>comprovará, quando assim for exigido pela legislação</p><p>pertinente, o respectivo preparo, inclusive porte de</p><p>remessa e de retorno.</p><p>A deserção corresponde à sanção em razão da falta de pagamento.</p><p>Além disso, o porte de remessa e de retorno é dispensado se os autos</p><p>forem eletrônicos (art. 1007, §3º, do CPC).</p><p> Feriado local</p><p>Se for recorrente, deverá comprovar a ocorrência de</p><p>feriado local no ato de interposição do recurso (art.</p><p>1.003, §6º, do CPC).</p><p>11/09/2024, 16:25 Teoria geral dos recursos e impactos estratégicos</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/46681/index.html?brand=estacio# 33/55</p><p>Em hipóteses de falha na comprovação do preparo (preenchimento</p><p>errado da guia de pagamento), ausência de preparo ou preparo</p><p>insuficiente, o processo não será inadmitido imediatamente. O relator do</p><p>recurso, antes, intimará a parte para corrigir o defeito, nos termos do art.</p><p>932, parágrafo único, do CPC.</p><p>Pessoas conversando, uma segura um livro e uma caneta.</p><p>No caso de recurso sem preparo, o relator intimará o recorrente para que</p><p>o realize em dobro, sob pena de deserção (art. 1.007, §4°, CPC). No</p><p>entanto, é vedada a complementação se houver insuficiência parcial do</p><p>preparo, inclusive porte de remessa e de retorno, no recolhimento</p><p>realizado na forma do § 4º (art. 1.007, §5º, do CPC).</p><p>A hipótese de insuficiência no valor do preparo implicará deserção</p><p>apenas se o recorrente, intimado, não vier a supri-lo no prazo de cinco</p><p>dias (art. 1.007, §2º, do CPC).</p><p>O equívoco no preenchimento da guia de custas não</p><p>implicará a aplicação da pena de deserção, cabendo ao</p><p>relator, na hipótese de dúvida quanto ao recolhimento,</p><p>intimar o recorrente para sanar o vício no prazo de</p><p>cinco dias (art. 1007, §7º, do CPC). Se o intimado não</p><p>saná-lo, a pena de deserção poderá ser aplicada.</p><p>Não é todo recurso que exige preparo. Existem isenções de custas</p><p>previstas em lei para determinados recursos, como é o caso dos</p><p>embargos de declaração e o agravo em recurso especial e</p><p>extraordinário, arts. 1023 e 1.042, §2º, ambos do CPC. Além disso, há</p><p>sujeitos que estão isentos de custas, como o Ministério Público, Distrito</p><p>Federal, a União, os Estados, Municípios e respectivas autarquias,</p><p>conforme estabelece o art. 1.007, § 1º, do CPC.</p><p>11/09/2024, 16:25 Teoria geral dos recursos e impactos estratégicos</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/46681/index.html?brand=estacio# 34/55</p><p>Juízo de mérito</p><p>Feita a análise do juízo de admissibilidade, e sendo ele positivo, agora o</p><p>juízo de métido será nossa pauta.</p><p>Juízo de mérito trata-se do momento em que o órgão</p><p>julgador aprecia os fundamentos constantes no</p><p>recurso do recorrente para decidir se lhe assiste razão</p><p>ou não. O mérito do recurso nada mais é do que a</p><p>pretensão recursal. É formado pela causa de pedir</p><p>(fundamento do recurso) e o pedido recursal.</p><p>O recurso pode buscar quatro resultados:</p><p></p><p>Reforma</p><p></p><p>Invalidação</p><p></p><p>Esclarecimento</p><p></p><p>Integração da decisão judicial que se</p><p>impugna</p><p>Para identificar quais desses resultados o recorrente deve requerer em</p><p>seu recurso, é preciso examinar o fundamento da decisão impugnada,</p><p>de modo a identificar o vício ocorrido.</p><p>Causa de pedir e pedido recursal</p><p>11/09/2024, 16:25 Teoria geral dos recursos e impactos estratégicos</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/46681/index.html?brand=estacio# 35/55</p><p>São os fatos jurídicos expostos no recurso que demostram que a</p><p>decisão recorrida cometeu:</p><p>Significa dizer que se cometeu o chamado “erro de julgamento”,</p><p>que pode ser definido como um equívoco de conclusão. Nessa</p><p>hipótese, o recorrente deve formular pedido de reforma da</p><p>decisão recorrida, buscando um novo pronunciamento, uma nova</p><p>conclusão diversa daquela existente no julgado originário a qual</p><p>considera equivocada.</p><p>Exemplos: “decisão que condenou o réu a cumprir obrigação que</p><p>não era verdadeiramente devida; na decisão que anulou o</p><p>contrato que não tinha qualquer vício; na decisão que declarou a</p><p>falsidade de um documento que é autêntico...” (Câmara, 2015, p.</p><p>490).</p><p>Significa dizer que houve um “erro de atividade”, o qual pode ser</p><p>definido como um vício de atividade na decisão judicial. Aqui,</p><p>não se está diante de um erro na conclusão do julgado, se certo</p><p>ou errado, mas, sim, no modo como foi produzida. Nesses casos,</p><p>deverá a parte requerer a invalidação da decisão, de modo que</p><p>outra seja produzida em condições de validade, sem o vício</p><p>anterior existente.</p><p>Exemplos: as hipóteses em que a decisão é proferida sem</p><p>fundamentação adequada, sem respeito ao contraditório ou por</p><p>um juízo incompetente.</p><p>Por fim, pode a decisão recorrida ocorrer em omissão, contradição,</p><p>obscuridade. Nessas hipóteses, o propósito do recorrente não será</p><p>reformar nem cassar, mas aperfeiçoar a decisão, eliminando um desses</p><p>vícios. No caso de contradição e obscuridade, o resultado buscado pelo</p><p>recurso será o esclarecimento, o que ocorrerá via embargos de</p><p>declaração, nos termos do art. 1.022, I, do CPC. Vamos entender melhor</p><p>alguns termos!</p><p>Obscura</p><p>Erro in iudicando </p><p>Erro in procedendo </p><p>11/09/2024, 16:25 Teoria geral dos recursos e impactos estratégicos</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/46681/index.html?brand=estacio# 36/55</p><p>Compreende-se a decisão que é incompreensível total ou parcialmente.</p><p>Contraditória</p><p>Compreende-se a decisão que apresenta trechos do seu conteúdo</p><p>incompatíveis e contraditórios entre si.</p><p>No caso de decisões que incorrem em omissão, deve o recorrente</p><p>buscar a integração da decisão judicial, de modo a provocar o juízo para</p><p>que se manifeste acerca de algo que não se manifestou. Aqui, o recurso</p><p>cabível será embargos de declaração, nos termos do art. 1.022, II, do</p><p>CPC. Contudo, nada impede que se requeira a integração de decisão</p><p>omissa em sede de apelação, nos termos do art. 1.013, §3º, III, do CPC.</p><p>Ampliando o conhecimento</p><p>Um dos momentos mais importantes após a interposição do recurso é a</p><p>análise de sua admissibilidade. A depender do vício, haverá</p><p>possibilidade de correção do problema e nova análise do recurso; ou,</p><p>em caso de impossibilidade de saneamento do vício, em alguns casos</p><p>será necessária a interposição de determinado recurso para permitir a</p><p>análise do recurso anterior. E você sabe quais são os requisitos para</p><p>admissibilidade do recurso e quais as possibilidades de correção de</p><p>vícios? Para entendermos melhor, vamos analisar a situação hipotética</p><p>de André e Eduardo.</p><p>André e Eduardo são sócios de uma clínica médica, a BND Médicos. Os</p><p>médicos sempre atenderam em conjunto, tratando os pacientes de</p><p>forma integrativa. Após descumprimento contratual, pois André deixou</p><p>de atender determinado paciente e cumprir com sua parte no acordo,</p><p>Eduardo ajuizou ação para afastar André da sociedade, fundamentando</p><p>seu pedido na quebra da affectio societatis.</p><p>Após a longa tramitação processual, o magistrado confirmou o pedido</p><p>liminar anteriormente deferido, que havia afastado André da sociedade,</p><p>e acolheu o pedido de Eduardo, retirando, definitivamente, André do</p><p>corpo da clínica.</p><p>Em face dessa sentença, André interpôs o recurso de apelação que,</p><p>contudo, sequer foi conhecido, pois estava ausente o requisito</p><p>extrínseco de admissibilidade, qual seja a comprovação de recolhimento</p><p>do preparo.</p><p>11/09/2024, 16:25 Teoria geral dos recursos e impactos estratégicos</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/46681/index.html?brand=estacio# 37/55</p><p>Com a decisão em mãos, André procurou um novo advogado, Leonardo,</p><p>para tentar solucionar o óbice ao conhecimento do recurso.</p><p>Após a leitura do case, é hora de aplicar seus conhecimentos!</p><p>Questão 1</p><p>No caso concreto, o relator do recurso, ao se deparar com a ausência</p><p>de comprovação do recolhimento do preparo, deveria proferir qual</p><p>pronunciamento jurisdicional?</p><p>Parabéns! A alternativa D está correta.</p><p>Conforme art. 1.007, §4°, CPC, no caso de recurso sem preparo, o</p><p>relator intimará o recorrente para o realizar em dobro, sob pena de</p><p>deserção. A complementação é vedada, porém, se houver insuficiência</p><p>parcial do preparo, inclusive porte de remessa e de retorno, no</p><p>recolhimento realizado na forma do § 4º (art. 1.007, §5º, do CPC).</p><p>Questão 2</p><p>Na situação hipotética, além de o preparo estar incompleto, outro</p><p>requisito de admissibilidade estava ausente, razão pela qual o relator,</p><p>monocraticamente, não conheceu do recurso. Na qualidade de</p><p>advogado de André, qual a medida a ser tomada para tentar o</p><p>conhecimento do recurso?</p><p>A Decisão monocrática inadmitindo o recurso interposto.</p><p>B</p><p>Conhecimento do recurso e, quando do julgamento do</p><p>colegiado, o não provimento do recurso.</p><p>C Intimação do recorrido para contrarrazões do recurso.</p><p>D</p><p>Intimação do recorrente para recolher o preparo em</p><p>dobro.</p><p>E</p><p>Intimação do recorrente para recolher o preparo, com</p><p>fundamento na primazia do julgamento do mérito.</p><p>11/09/2024, 16:25 Teoria geral dos recursos e impactos estratégicos</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/46681/index.html?brand=estacio# 38/55</p><p>Parabéns! A alternativa C está correta.</p><p>De acordo com o artigo 1.021 do CPC/2015, contra decisão proferida</p><p>pelo relator caberá agravo interno para o respectivo órgão colegiado,</p><p>observadas, quanto ao processamento, as regras do regimento interno</p><p>do tribunal.</p><p>Questão 3</p><p>André quer recorrer da decisão que deferiu o pedido liminar de Eduardo,</p><p>qual recurso adequado para buscar a reforma dessa decisão? Nesse</p><p>recurso aplica-se o efeito suspensivo automático? Justifique.</p><p>Digite sua resposta aqui</p><p>Chave de resposta</p><p>A</p><p>Interposição de recurso extraordinário, pois houve</p><p>violação à Constituição Federal com o não</p><p>conhecimento do recurso.</p><p>B</p><p>Interposição de embargos de declaração, pois a</p><p>decisão é obscura ao não apresentar os elementos</p><p>necessários para o entendimento do juízo de</p><p>admissibilidade.</p><p>C</p><p>Recolhimento do preparo em dobro e interposição de</p><p>agravo interno, permitindo que o colegiado analise os</p><p>requisitos de admissibilidade do recurso.</p><p>D</p><p>Nenhuma, pois a decisão que analise a admissibilidade</p><p>é irrecorrível.</p><p>E Embargos de declaração.</p><p>11/09/2024, 16:25 Teoria geral dos recursos e impactos estratégicos</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/46681/index.html?brand=estacio# 39/55</p><p>Nos casos de deferimento (ou indeferimento) da tutela de</p><p>urgência no curso do processo, o prejudicado deve interpor</p><p>agravo de instrumento (art. 1015, I, do CPC/15). Não há</p><p>aplicação de efeito suspensivo automático no agravo de</p><p>instrumento, sendo certo que o pedido de efeito suspensivo</p><p>deve ser formulado no próprio recurso (art. 1019, I, do</p><p>CPC/15).</p><p>Falta pouco para atingir seus objetivos.</p><p>Vamos praticar alguns conceitos?</p><p>Questão 1</p><p>Nos termos do Código de Processo Civil, o prazo para interposição</p><p>dos recursos é de</p><p>Parabéns! A alternativa C está correta.</p><p>A 15 dias corridos.</p><p>B</p><p>15 dias úteis, com exceção do agravo interno, cujo</p><p>prazo é de 5 dias úteis.</p><p>C</p><p>15 dias úteis, com exceção dos embargos de</p><p>declaração, cujo</p><p>prazo é de 5 dias úteis.</p><p>D 10 dias úteis.</p><p>E 10 dias corridos.</p><p>11/09/2024, 16:25 Teoria geral dos recursos e impactos estratégicos</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/46681/index.html?brand=estacio# 40/55</p><p>Nos termos do art. 1.003, §5º, e art. 1.023, caput, ambos do CPC,</p><p>que regulamentam o prazo para os recursos:</p><p>“Art. 1.003. O prazo para interposição de recurso conta-se da data</p><p>em que os advogados, a sociedade de advogados, a Advocacia</p><p>Pública, a Defensoria Pública ou o Ministério Público são intimados</p><p>da decisão. (...)</p><p>§ 5º Excetuados os embargos de declaração, o prazo para interpor</p><p>os recursos e para responder-lhes é de 15 (quinze) dias”.</p><p>“Art. 1.023. Os embargos serão opostos, no prazo de 5 (cinco) dias,</p><p>em petição dirigida ao juiz, com indicação do erro, obscuridade,</p><p>contradição ou omissão, e não se sujeitam a preparo”.</p><p>Questão 2</p><p>Rafael ajuizou ação de cobrança contra João, a qual foi julgada</p><p>procedente em primeiro grau de jurisdição. O processo tramita pelo</p><p>meio eletrônico. Inconformado com a sentença, João interpõe</p><p>recurso de apelação dentro do prazo legal, mas as custas</p><p>recolhidas foram parcialmente pagas. Nesse caso,</p><p>A</p><p>o magistrado deverá aplicar imediatamente a pena</p><p>de deserção a João.</p><p>B</p><p>João será intimado, na pessoa de seu advogado,</p><p>para realizar o recolhimento em dobro do valor do</p><p>preparo, dispensado o porte de remessa e retorno,</p><p>sob pena de deserção.</p><p>C</p><p>João será intimado, na pessoa de seu advogado,</p><p>para recolher o valor total do preparo, inclusive porte</p><p>de remessa e retorno, sob pena de deserção.</p><p>D</p><p>João será intimado, na pessoa de seu advogado,</p><p>para realizar o recolhimento em dobro do valor do</p><p>preparo, inclusive porte de remessa e de retorno,</p><p>sob pena de deserção.</p><p>11/09/2024, 16:25 Teoria geral dos recursos e impactos estratégicos</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/46681/index.html?brand=estacio# 41/55</p><p>Parabéns! A alternativa E está correta.</p><p>Conforme o art. 1.007, §§2º e 3º, do CPC:</p><p>“No ato de interposição do recurso, o recorrente comprovará,</p><p>quando exigido pela legislação pertinente, o respectivo preparo,</p><p>inclusive porte de remessa e de retorno, sob pena de deserção. § 2º</p><p>- A insuficiência no valor do preparo, inclusive porte de remessa e</p><p>de retorno, implicará deserção se o recorrente, intimado na pessoa</p><p>de seu advogado, não vier a supri-lo no prazo de 5 (cinco) dias. § 3º</p><p>- É dispensado o recolhimento do porte de remessa e de retorno no</p><p>processo em autos eletrônicos”.</p><p>3 - Efeitos de recurso</p><p>Ao �nal deste módulo, você será capaz de listar os principais efeitos do recurso.</p><p>Efeitos dos recursos</p><p>Neste momento, nossa pauta será os efeitos produzidos pelos recursos</p><p>cíveis brasileiros. Os dois efeitos básicos tradicionalmente expostos</p><p>E</p><p>João será intimado a suprir a parcela do preparo não</p><p>paga no prazo de cinco dias, sob pena de deserção,</p><p>e sem a necessidade de pagamento do porte de</p><p>remessa e de retorno, pois os autos são eletrônicos.</p><p>11/09/2024, 16:25 Teoria geral dos recursos e impactos estratégicos</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/46681/index.html?brand=estacio# 42/55</p><p>pela doutrina pátria são os efeitos devolutivo e suspensivo, mas outros</p><p>serão abordados, quais sejam, o efeito impeditivo, substitutivo,</p><p>regressivo e translativo. Vamos lá!</p><p>Efeito impeditivo</p><p>A interposição de recurso – que preencha os requisitos de</p><p>admissibilidade – traz como primeiro efeito um impedimento à</p><p>preclusão temporal da decisão recorrida.</p><p>Sua interposição prolonga o estado de litispendência. Durante o trâmite</p><p>recursal, não se pode falar em preclusão da decisão recorrida, do seu</p><p>trânsito em julgado e até eventualmente da sua coisa julgada. Por essa</p><p>razão, também não se admite a execução definitiva da decisão</p><p>impugnada, até que julgado o recurso.</p><p>Efeito devolutivo</p><p>Confira, neste vídeo, o efeito devolutivo dos recursos e suas respectivas</p><p>dimensões.</p><p>Com base nesse efeito, transfere-se, em regra, para o órgão ad quem o</p><p>conhecimento das matérias que tenham sido objeto de decisão no</p><p>órgão a quo. Ou seja, por meio do recurso e seu efeito devolutivo,</p><p>provoca-se o reexame da decisão; há uma reapreciação e novo</p><p>julgamento de questão já decidida.</p><p>Atenção!</p><p>Há corrente doutrinária que compreende que só há efeito devolutivo se o</p><p>recurso for dirigido para outro órgão jurisdicional – diferente do que</p><p>prolatou a decisão recorrida. Nesse sentido, para tal corrente, por</p><p>exemplo, os embargos de declaração, que são dirigidos para o mesmo</p><p>juízo prolator da decisão impugnada, não teria efeito devolutivo. Apesar</p><p>disso, defende-se que tal compreensão não é requisito essencial para a</p><p>configuração do efeito devolutivo, de modo que se pode afirmar que</p><p></p><p>11/09/2024, 16:25 Teoria geral dos recursos e impactos estratégicos</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/46681/index.html?brand=estacio# 43/55</p><p>todo recurso gera efeito devolutivo, podendo haver transferência da</p><p>matéria para outro ou o mesmo órgão julgador.</p><p>Dois elementos podem sofrer variação em cada recurso a partir do</p><p>efeito devolutivo. Entenda-os!</p><p>Envolve a delimitação do que será submetido ao órgão que irá</p><p>julgar o recurso. Trata-se da extensão da impugnação. Apenas se</p><p>devolve o conhecimento de matéria impugnada (art. 1.013, caput,</p><p>do CPC).</p><p>Envolve as questões que devem ser apreciadas pelo órgão que</p><p>irá julgar o recurso. É o material com o qual o órgão que irá julgar</p><p>o recurso irá trabalhar para decidi-lo. O art. 1.013, § 1°, do CPC,</p><p>de certo modo, estabelece que a profundidade da devolução está</p><p>limitada à extensão da devolução. Isso porque tal dispositivo</p><p>determina que será objeto de apreciação e julgamento pelo</p><p>tribunal todas as questões suscitadas e discutidas no processo,</p><p>ainda que não tenham sido solucionadas, desde que relativas ao</p><p>capítulo impugnado.</p><p>Sobre o conteúdo estudado, confira as lições do renomado Fredie Didier!</p><p>Assim, se o juízo a quo extingue o processo</p><p>pela compensação, o tribunal poderá,</p><p>negando-a, apreciar as demais questões de</p><p>mérito, sobre as quais o juiz não chegou a</p><p>pronunciar-se. Ora, para julgar, o órgão a</p><p>quo não está obrigado a resolver todas as</p><p>questões atinentes aos fundamentos do</p><p>pedido e da defesa; se acolher um dos</p><p>fundamentos do autor, não terá de examinar</p><p>os demais; se acolher um dos fundamentos</p><p>Extensão (dimensão horizontal) </p><p>Profundidade (dimensão vertical) </p><p>11/09/2024, 16:25 Teoria geral dos recursos e impactos estratégicos</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/46681/index.html?brand=estacio# 44/55</p><p>da defesa do réu, idem. Na decisão poderá</p><p>apreciar todas elas, ou se omitir quanto a</p><p>algumas delas: "basta que decida aquelas</p><p>suficientes à fundamentação da conclusão a</p><p>que chega no dispositivo da sentença".</p><p>Interposto o recurso contra a decisão, o</p><p>tribunal poderá, desde que respeitado o</p><p>contraditório (art. 10, CPC), examinar todas</p><p>as questões suscitadas, ainda que não</p><p>enfrentadas pelo juízo recorrido, relacionadas</p><p>àquilo que é objeto litigioso do procedimento</p><p>recursal.</p><p>(Didier JR. et al., 2016, p. 144)</p><p>Efeito suspensivo</p><p>Aponta a possibilidade de se suspender a eficácia da decisão recorrida</p><p>enquanto não julgado o recurso interposto.</p><p>Atenção!</p><p>A doutrina comumente critica a afirmativa de que “o recurso tem efeito</p><p>suspensivo”. Na realidade, não é o recurso que tem efeito suspensivo e,</p><p>portanto, a capacidade de suspender a eficácia da decisão. Antes</p><p>mesmo da interposição, a decisão já pode não ser eficaz. Isso porque o</p><p>efeito suspensivo decorre da mera recorribilidade do ato judicial. Se</p><p>houver previsão em lei de recurso a ser recebido com efeito suspensivo,</p><p>a decisão recorrível por tal recurso já surge ineficaz, não sendo, assim, a</p><p>interposição do recurso que gera a suspensão, mas a previsão legal de</p><p>efeito suspensivo (Neves, 2017, p. 1568).</p><p>Todo recurso pode ter efeito suspensivo. Inclusive, existem recursos que</p><p>possuem efeito suspensivo automático, por determinação legal. É o</p><p>caso da apelação, nos termos do art. 1.012 do CPC. Isso significa</p><p>que a</p><p>sentença já é automaticamente uma decisão judicial que não produz</p><p>efeitos, e assim permanecerá até o julgamento do recurso de apelação.</p><p>Outro exemplo é o recurso especial ou extraordinário interposto contra</p><p>decisão que julga incidente de resolução de demandas repetitivas, nos</p><p>termos do art. 987, §1º, do CPC.</p><p>Nas hipóteses em que o recurso não é dotado de efeito suspensivo ope</p><p>legis (por determinação legal), tal efeito pode ser atribuído por decisão</p><p>11/09/2024, 16:25 Teoria geral dos recursos e impactos estratégicos</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/46681/index.html?brand=estacio# 45/55</p><p>judicial se o recorrente o requerer atendendo aos requisitos do</p><p>parágrafo único do art. 995 do CPC. Segundo o artigo, “A eficácia da</p><p>decisão recorrida poderá ser suspensa por decisão do relator, se da</p><p>imediata produção de seus efeitos houver risco de dano grave, de difícil</p><p>ou impossível reparação, e ficar demonstrada a probabilidade de</p><p>provimento do recurso”.</p><p>No direito processual civil brasileiro, a regra é que os recursos não</p><p>possuem efeito suspensivo automático (art. 995 do CPC). Isto é, a regra</p><p>é o efeito suspensivo ope iudicis (aquele requerido e viabilizado por</p><p>decisão judicial), sendo excepcionalmente ope legis (por determinação</p><p>legal).</p><p>Efeito substitutivo</p><p>O julgamento de qualquer recurso é capaz de substituir – para todos os</p><p>efeitos – a decisão recorrida. É o que estabelece o art. 1008 do CPC,</p><p>segundo o qual “o julgamento proferido pelo tribunal substituirá a</p><p>decisão impugnada no que tiver sido objeto de recurso”.</p><p>Conforme ensina Theodoro Junior (2020, p. 990-991), para a</p><p>substituição da decisão recorrida, hão de ser observados alguns</p><p>requisitos, como:</p><p>O recurso deverá ter sido conhecido e julgado pelo mérito; se o</p><p>caso for de não admissão do recurso, por questão preliminar, ou</p><p>se o julgamento for de anulação do julgado recorrido, não haverá</p><p>como o decidido no recurso substituir a decisão originária.</p><p>Deverá o novo julgamento compreender todo o tema que foi objeto</p><p>da decisão recorrida; se a impugnação tiver sido parcial, a</p><p>substituição operará nos limites da devolução apenas.</p><p>Segundo Theodoro (2020, p. 991), é irrelevante se o recurso julgado no</p><p>mérito foi provido ou desprovido. Em qualquer caso, o decidido na</p><p>instância recursal é o que prevalece e fará coisa julgada.</p><p>Efeito regressivo</p><p>Autoriza que o órgão a quo reveja a decisão recorrida. Isso porque, em</p><p>certos casos, autoriza-se que tal juízo reaprecie sua própria decisão,</p><p>antes mesmo do julgamento do recurso.</p><p>11/09/2024, 16:25 Teoria geral dos recursos e impactos estratégicos</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/46681/index.html?brand=estacio# 46/55</p><p>Tal efeito é visto em todos os tipos de agravo e em três hipóteses de</p><p>apelação, são elas:</p><p>Efeito translativo</p><p>Permite que o tribunal, no julgamento do recurso, conheça determinadas</p><p>matérias, independentemente da devolução operada pela vontade do</p><p>recorrente por meio de seu recurso. No caso, conforme art. 332, §1º e</p><p>art. 487, parágrafo único, ambos do CPC, são:</p><p></p><p>As matérias de ordem pública, como é o caso das condições da ação e</p><p>pressupostos processuais.</p><p></p><p>As matérias que os tribunais podem apreciar de ofício, em razão de</p><p>previsão legal, como é o caso da prescrição.</p><p> Quando há indeferimento de petição inicial (art. 331</p><p>do CPC).</p><p> Quando há sentença de improcedência liminar (art.</p><p>332, § 3º, do CPC).</p><p> Quando há casos em que o juiz profere sentença</p><p>sem resolver o mérito (art. 485, § 7º, do CPC).</p><p>11/09/2024, 16:25 Teoria geral dos recursos e impactos estratégicos</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/46681/index.html?brand=estacio# 47/55</p><p>Ampliando o conhecimento</p><p>No processo civil brasileiro, os recursos produzem alguns tipos de</p><p>efeitos. Cada recurso possui uma particularidade que atrai a aplicação</p><p>de um ou mais efeitos. Para entendermos melhor, vamos analisar a</p><p>situação hipotética de Rafael.</p><p>Rafael, após procurar profissional reconhecido no ramo de barbearia,</p><p>contratou Ruy. O objeto do contrato era a prestação dos serviços de</p><p>corte de cabelo para fins de comparecimento em um importante</p><p>casamento em outro estado.</p><p>Durante a realização do serviço, Ruy, por negligência, deixou escapar a</p><p>tesoura e, além de cortar de modo equivocado o cabelo de Rafael,</p><p>causando um estrago incorrigível, ocasionou um corte na cabeça de seu</p><p>cliente, Rafael.</p><p>Diante desse cenário, e considerando que compareceu ao casamento</p><p>com um penteado vergonhoso, bem como teve custos cirúrgicos para</p><p>fins de correção do corte ocasionado, ajuizou ação condenatória em</p><p>face de Ruy, pleiteando danos morais e materiais.</p><p>Após longa instrução processual, o magistrado julgou parcialmente</p><p>procedente o pedido, rejeitando o pedido de dano moral e acolhendo o</p><p>pedido de dano material; e ainda condenou o réu ao pagamento de</p><p>honorários advocatícios no percentual de 10% sobre o valor da</p><p>condenação.</p><p>Autor e réu interpuseram o recurso de apelação; o autor apenas em</p><p>relação ao dano material e o réu quanto à fixação dos honorários.</p><p>Após a leitura do case, é hora de aplicar seus conhecimentos!</p><p>Questão 1</p><p>Assinale a alternativa que representa o efeito do recurso de apelação</p><p>que permite apreciar apenas a matéria recorrida, ou seja, apenas</p><p>apreciar o pedido de dano material e os honorários advocatícios, e que</p><p>impede de revisitar a matéria de dano moral.</p><p>A Efeito impeditivo</p><p>11/09/2024, 16:25 Teoria geral dos recursos e impactos estratégicos</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/46681/index.html?brand=estacio# 48/55</p><p>Parabéns! A alternativa B está correta.</p><p>A extensão do efeito devolutivo é a delimitação do que será submetido</p><p>ao órgão que irá julgar o recurso. É a extensão da impugnação. Apenas</p><p>se devolve o conhecimento de matéria impugnada (art. 1.013, caput, do</p><p>CPC). No caso concreto, como a matéria de recurso foi apenas o dano</p><p>material e os honorários, em função do efeito devolutivo apenas</p><p>devolver a matéria impugnada, não há como apreciar o pedido de dano</p><p>moral.</p><p>Questão 2</p><p>Ainda na situação posta no estudo de caso, no caso de acolhimento</p><p>das razões recursais de Rafael, qual é o efeito que permite a</p><p>modificação da sentença?</p><p>B Efeito devolutivo</p><p>C Efeito suspensivo</p><p>D Efeito substitutivo</p><p>E Efeito translativo</p><p>A Efeito impeditivo</p><p>B Efeito devolutivo</p><p>C Efeito suspensivo</p><p>D Efeito substitutivo</p><p>E Efeito modificativo</p><p>11/09/2024, 16:25 Teoria geral dos recursos e impactos estratégicos</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/46681/index.html?brand=estacio# 49/55</p><p>Parabéns! A alternativa D está correta.</p><p>O julgamento de qualquer recurso é capaz de substituir – para todos os</p><p>efeitos – a decisão recorrida. É o que estabelece o art. 1008 do CPC,</p><p>segundo o qual “o julgamento proferido pelo tribunal substituirá a</p><p>decisão impugnada no que tiver sido objeto de recurso”. Neste caso,</p><p>como o recurso de Rafael foi provido, o acórdão substituirá a sentença</p><p>neste ponto.</p><p>Questão 3</p><p>Caso o autor recorra, em sede de apelação, sobre a não concessão de</p><p>dano não patrimonial, o Tribunal fica adstrito à matéria? Justifique.</p><p>Digite sua resposta aqui</p><p>Chave de resposta</p><p>O Código de Processo Civil é suficientemente claro ao</p><p>estabelecer que "a apelação devolverá ao tribunal o</p><p>conhecimento da matéria impugnada", cabendo o órgão ad</p><p>quem apreciar e julgar "todas as questões suscitadas e</p><p>discutidas no processo, ainda que não tenham sido</p><p>solucionadas, desde que relativas ao capítulo impugnado"</p><p>(art. 1.013, § 1º, do CPC/2015).</p><p>Dentro do âmbito da devolução, o tribunal poderá apreciar</p><p>todas as questões suscitadas e discutidas no processo,</p><p>ainda que não tenham sido solucionadas pela sentença</p><p>recorrida, mas a extensão do que será analisado é definida</p><p>pelo pedido do recorrente. Em seu julgamento, o acórdão</p><p>deverá se limitar a acolher ou rejeitar o que lhe for requerido</p><p>pelo apelante, para que não haja ofensa ao princípio da</p><p>disponibilidade da tutela jurisdicional e o da adstrição do</p><p>julgamento ao pedido.</p><p>Sobre o capítulo não impugnado</p>