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<p>Imprimir</p><p></p><p>DA ORGANIZAÇÃO DOS PODERES</p><p>(PODER LEGISLATIVO)</p><p>151 minutos</p><p>Aula 1 - Teoria Geral da separação de poderes e Poder Legislativo</p><p>(Parte 1)</p><p>Aula 2 - Poder Legislativo (Parte 2)</p><p>Aula 3 - Processo Legislativo (Parte 1)</p><p>Aula 4 - Processo Legislativo (Parte 2)</p><p>Referências</p><p>24/09/2024, 15:26 pedons_231_u1_dir_con</p><p>https://www.avaeduc.com.br/mod/url/view.php?id=3811482 1/23</p><p>INTRODUÇÃO</p><p>Nesta aula, vamos aprender sobre o Poder Legislativo e sua organização. O Poder Legislativo, de acordo com a</p><p>Constituição da República, tem como função legislar, isto é, elaborar leis e �scalizar os atos do Poder</p><p>Executivo. O Congresso Nacional, que representa o Poder Legislativo em âmbito federal, é dividido em duas</p><p>casas: o Senado e a Câmara dos Deputados. Já o Poder Legislativo, em cada Estado da Federação é exercido</p><p>nas Assembleias Legislativas.</p><p>Na vida pro�ssional, você utilizará os conhecimentos aprendidos nesta aula para a prática do Direito</p><p>Constitucional. Ainda, você irá adquirir um conhecimento mais profundo sobre o sistema de elaboração de</p><p>leis e sobre a relevância dos senadores e deputados para o Estado Democrático de Direito.</p><p>COMO SE ESTRUTURA O PODER LEGISLATIVO?</p><p>A estrutura dos Poderes da República, no Brasil, é promovida por meio da clássica tripartição de Poderes.</p><p>Nessa, coexistem três Poderes, sendo eles o Poder Executivo, o Legislativo e o Judiciário, independentes e</p><p>harmônicos entre si (artigo 2º da CRFB/88), cumprindo cada um deles funções típicas e atípicas, bem como</p><p>controlando a ação dos seus pares em dinâmica de freios e contrapesos. Assim, a partir do limite das suas</p><p>competências constitucionais e das suas funções típicas e atípicas, limita-se o poder de cada um deles, de</p><p>modo a garantir o não domínio de qualquer um sobre o outro.</p><p>As principais funções do Poder Legislativo consistem em legislar e �scalizar as atividades dos demais Poderes,</p><p>sendo essas suas funções típicas. Mas, para além dessas tarefas, ele também exerce funções de</p><p>administração do próprio poder (executar – usualmente típica ao Poder Executivo) e de julgamento em casos</p><p>de crimes de responsabilidade (julgar – usualmente típico ao Poder Judiciário), sendo essas suas funções</p><p>atípicas.</p><p>O Poder Legislativo funciona por meio do Congresso Nacional, que é bicameral, sendo composto pelo Senado</p><p>Federal e pela Câmara dos Deputados, de acordo com o artigo 44 da CRFB/88. Trata-se de estrutura de</p><p>câmara alta, com o Senado, e câmara baixa, com a Câmara.</p><p>Aula 1</p><p>TEORIA GERAL DA SEPARAÇÃO DE PODERES E PODER</p><p>LEGISLATIVO (PARTE 1)</p><p>O Poder Legislativo, de acordo com a Constituição da República, tem como função legislar, isto é,</p><p>elaborar leis e �scalizar os atos do Poder Executivo.</p><p>35 minutos</p><p></p><p>24/09/2024, 15:26 pedons_231_u1_dir_con</p><p>https://www.avaeduc.com.br/mod/url/view.php?id=3811482 2/23</p><p>O Poder Legislativo é composto por parlamentares: no nível federal, por senadores e deputados; no estadual,</p><p>por deputados estaduais; e no municipal, pelos vereadores. No exercício de seus mandatos, os parlamentares</p><p>estão submetidos a um conjunto de prerrogativas que têm como objetivo garantir a sua independência e o</p><p>livre desempenho de seu mandato. Essas prerrogativas consistem nas imunidades materiais (que impedem o</p><p>parlamentar de ser punido por determinados fatos) e processuais (que se referem à possibilidade de o</p><p>parlamentar não ser preso, não permanecer preso, ou de sustar-se o processo penal contra ele, segundo o</p><p>artigo 53, §§2º a 5º, da CRFB/88).</p><p>O Senado representa os interesses dos estados-membros no Congresso Nacional, sendo composto por três</p><p>representantes de cada estado-membro e do Distrito Federal, que são eleitos pelo sistema majoritário, para</p><p>mandatos de oito anos. A Câmara dos Deputados representa os interesses da população no Congresso</p><p>Nacional, sendo assim, em cada estado-membro e no Distrito Federal é eleito, por eleições proporcionais,</p><p>para mandatos de quatro anos, um número de deputados federais proporcional ao da população local,</p><p>respeitado o mínimo de oito e o máximo de setenta deputados por estado, de acordo com o artigo 4º da</p><p>CRFB/88.</p><p>A Câmara dos Deputados e o Senado Federal realizam suas funções por meio de sessões, que são as reuniões</p><p>de seus membros. Ou seja, Os trabalhos legislativos são desenvolvidos em encontros no âmbito dos</p><p>respectivos órgãos. Nestes encontros, os deputados ou senadores podem deliberar sobre projetos de lei,</p><p>apresentar novos projetos, realizar debates, pronunciamentos, comunicações, ou mesmo realizar</p><p>comemorações ou homenagens. Também ocorrem sessões conjuntas da Câmara e do Senado, ou seja,</p><p>reuniões do Congresso Nacional como um todo. As que não tiverem data previamente estabelecida serão</p><p>convocadas pelo Presidente do Senado, com prévia audiência da Mesa da Câmara. As sessões pré-datadas são</p><p>as de posse do Presidente e do Vice-Presidente da República e a destinada a abrir os trabalhos</p><p>da sessão legislativa ordinária.</p><p>COMO FUNCIONA O PODER LEGISLATIVO?</p><p>Como vimos, no Brasil há uma tripartição de poderes. Existem os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário,</p><p>independentes e harmônicos entre si. A independência dos poderes pode ser analisada a partir de uma</p><p>perspectiva tríplice. Em primeiro lugar, como garantia de que a investidura e a permanência de qualquer</p><p>pessoa em um dos órgãos ocorrem independentemente da vontade dos outros. Segundo, que não há</p><p>necessidade de consulta ou autorização prévia aos demais órgãos quando os titulares das atribuições estejam</p><p>exercendo-as. E, terceiro, que na organização das respectivas atividades, cada um é livre para fazê-lo, devendo</p><p>apenas observar sempre o que está prescrito na Constituição ou em lei especí�ca (SILVA, 2013).</p><p>Tendo em vista que, no atual ordenamento constitucional brasileiro, a separação dos poderes é uma cláusula</p><p>pétrea, disposta expressamente no artigo 60, § 4º, inciso III da CRFB/88, o exercício coordenado das funções</p><p>de cada Poder também é protegido nesse sentido porque é a manifestação prática da independência e</p><p>harmonia entre eles.</p><p></p><p>24/09/2024, 15:26 pedons_231_u1_dir_con</p><p>https://www.avaeduc.com.br/mod/url/view.php?id=3811482 3/23</p><p>O processo legislativo, função típica do Poder Legislativo, compreende a elaboração de emendas à</p><p>Constituição, leis complementares, leis ordinárias, leis delegadas, medidas provisórias, decretos legislativos e</p><p>resoluções. Essas são as funções primárias dos Deputados e dos Senadores.</p><p>Um ponto importante é que os trabalhos do Congresso Nacional ocorrem durante as legislaturas, período de</p><p>quatro anos que coincide com o mandato dos deputados federais. No âmbito das Casas do Congresso</p><p>Nacional, funcionam as Comissões, que podem ser permanentes ou temporárias e são reguladas</p><p>internamente. Sua formação espelha o quadro político das Casas a que estão vinculadas, de acordo com</p><p>Mendes e Branco (2020).</p><p>A Câmara dos Deputados e o Senado Federal exercem suas funções em sessões. Uma sessão legislativa</p><p>corresponde ao período de trabalho parlamentar durante o ano. Essas sessões são divididas em ordinárias e</p><p>extraordinárias. De acordo com o artigo 57 da CRFB/88, o Congresso Nacional reunir-se-á, anualmente, na</p><p>Capital Federal, de 2 de fevereiro a 17 de julho e de 1º de agosto a 22 de dezembro. Esses dois períodos</p><p>representam as sessões legislativas ordinárias. Dentro dessas datas, as reuniões que ocorrem são chamadas</p><p>de sessões ordinárias. Já a sessão legislativa extraordinária corresponde ao período de convocação do</p><p>Congresso Nacional fora do período da Sessão Legislativa Ordinária, ou seja, ocorre quando o Congresso é</p><p>convocado a se reunir em períodos destinados ao recesso parlamentar. Essas são as sessões extraordinárias.</p><p>As Assembleias Legislativas Estaduais e as Câmaras Municipais também funcionam por meio da realização de</p><p>sessões. Nessas reuniões, os deputados estaduais e os vereadores, respectivamente, realizam votações sobre</p><p>projetos de lei de sua competência e todos os demais temas que lhes são previstos nas Constituições</p><p>Estaduais e demais legislações relevantes. No âmbito estadual e municipal também compete aos deputados e</p><p>vereadores acompanhar as ações do Executivo, �scalizar o uso do dinheiro público, e demais funções atípicas.</p><p>O PODER LEGISLATIVO NA PRÁTICA</p><p>Conforme vimos, o Poder Legislativo representa um amálgama de competências e funções, colaborando</p><p>diretamente para as mudanças sociais. Enquanto elemento na tríade dos Poderes da República, exerce função</p><p>própria, legislando, e executa funções atípicas, atuando junto com os outros Poderes na contenção por</p><p>sistemas de freios e contrapesos. Nesses limites, suas competências são exercidas, sendo sua estrutura</p><p>essencial para a compreensão do Estado brasileiro.</p><p>Vamos agora entender melhor as competências de cada casa do Poder Legislativo. Como dito anteriormente,</p><p>o Poder Legislativo é composto pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal.</p><p>À Câmara dos Deputados, compete privativamente:</p><p>• autorizar, por dois terços de seus membros, a instauração de processo contra o Presidente e o Vice-</p><p>Presidente da República e os Ministros de Estado;</p><p>• proceder à tomada de contas do Presidente da República, quando não apresentadas ao Congresso Nacional</p><p>dentro de sessenta dias após a abertura da sessão legislativa;</p><p>• elaborar seu regimento interno;</p><p></p><p>24/09/2024, 15:26 pedons_231_u1_dir_con</p><p>https://www.avaeduc.com.br/mod/url/view.php?id=3811482 4/23</p><p>• dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia, criação, transformação ou extinção dos cargos,</p><p>empregos e funções de seus serviços;</p><p>• a iniciativa de lei para �xação da respectiva remuneração, observados os parâmetros estabelecidos na lei de</p><p>diretrizes orçamentárias;</p><p>• eleger membros do Conselho da República.</p><p>Já ao Senado Federal, compete privativamente:</p><p>• processar e julgar o Presidente e o Vice-Presidente da República nos crimes de responsabilidade, bem como</p><p>os Ministros de Estado e os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica nos crimes da mesma</p><p>natureza conexos com aqueles;</p><p>• processar e julgar os Ministros do Supremo Tribunal Federal, os membros do Conselho Nacional de Justiça e</p><p>do Conselho Nacional do Ministério Público, o Procurador-Geral da República e o Advogado-Geral da União</p><p>nos crimes de responsabilidade;</p><p>• aprovar a escolha de Magistrados, Ministros do Tribunal de Contas da União, dentre outros;</p><p>�xar, por proposta do Presidente da República, limites globais para o montante da dívida consolidada da</p><p>União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;</p><p>• suspender a execução, no todo ou em parte, de lei declarada inconstitucional por decisão de�nitiva do</p><p>Supremo Tribunal Federal;</p><p>• diversas outras competências previstas no artigo 52 da CRFB/88.</p><p>No artigo 49 da CRFB/88, são ainda enumeradas as matérias de competência exclusiva do Congresso</p><p>Nacional, ou seja, aquelas matérias que apenas podem ser apreciadas nas reuniões conjuntas da Câmara dos</p><p>Deputados e do Senado Federal. Dentre elas, destaca-se a competência para:</p><p>• resolver sobre tratados, acordos ou atos internacionais (artigo 49, inciso I, da CRFB/88);</p><p>• aprovar estado de defesa, intervenção federal;</p><p>• autorizar estado de sítio ou suspender qualquer uma dessas medidas (artigo 49, inciso IV, da CRFB/88);</p><p>• autorizar a declarar guerra, celebrar paz e o trespasse de forças estrangeiras pelo território nacional (artigo</p><p>49, inciso II, da CRFB/88);</p><p>• autorizar o presidente e o vice-presidente a se ausentarem do País quando a ausência exceder 15 dias</p><p>(artigo 49, inciso III, da CRFB/88), dentre outros.</p><p>VÍDEO RESUMO: TEORIA GERAL DA SEPARAÇÃO DE PODERES E PODER LEGISLATIVO (PARTE 1)</p><p>Nesse vídeo, você recordará os principais pontos abordados na primeira parte da unidade 1 sobre a Teoria</p><p>geral da separação de Poderes, tais como as funções típicas e atípicas exercidas por todos os Poderes, em</p><p>especial será abordado a estrutura do Poder Legislativo, o Congresso Nacional como órgão legislativo federal</p><p></p><p>24/09/2024, 15:26 pedons_231_u1_dir_con</p><p>https://www.avaeduc.com.br/mod/url/view.php?id=3811482 5/23</p><p>bicameral, assim como as principais características de suas (Câmara dos Deputados e Senado Federal).</p><p> Saiba mais</p><p>Separação de poderes e controle do Judiciário</p><p>Na ADI 3.367 DF, proposta pela associação dos Magistrados Brasileiros, os Ministros do STF debateram a</p><p>possibilidade de criação pelos Estados-membros de órgãos ou conselhos, internos ou externos, de</p><p>controle da atividade do Poder Judiciário, entendendo ao �nal que tal prerrogativa violaria a separação</p><p>de poderes instituída na CRFB/88. Nos votos dos ministros Cesar Peluzo e Eros Grau (p. 14-24; 73-91), um</p><p>resgate histórico sobre o princípio da separação de poderes e suas implicações para o Estado</p><p>Democrático é feito com profundidade, valendo, portanto, a leitura. Nesse sentido, o STF editou a Súmula</p><p>649, que dispõe: “é inconstitucional a criação, por Constituição Estadual, de órgão de controle</p><p>administrativo do Poder Judiciário do qual participem representantes de outros poderes ou entidades”.</p><p>Disponível em: https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=363371. Acesso em</p><p>nov. 2022.</p><p>Você conhece a Tese em Ação Penal (AP) 937 do STF?</p><p>O Supremo Tribunal Federal decidiu que o foro por prerrogativa de função conferido aos deputados</p><p>federais e senadores seria aplicável apenas aos crimes cometidos no exercício do cargo e em razão das</p><p>funções a ele relacionadas. A decisão foi tomada no julgamento de questão de ordem na Ação Penal (AP)</p><p>937.</p><p>Disponível em: https://portal.stf.jus.br/hotsites/mincelsomello/assets/img/AP937-QO_Min.Celso.pdf.</p><p>Acesso em nov. 2022.</p><p>Para visualizar o objeto, acesse seu material digital.</p><p>Aula 2</p><p>PODER LEGISLATIVO (PARTE 2)</p><p>O Poder Legislativo, de acordo com a Constituição da República, tem como função legislar, isto é,</p><p>elaborar leis, e �scalizar os atos do Poder Executivo.</p><p>27 minutos</p><p></p><p>24/09/2024, 15:26 pedons_231_u1_dir_con</p><p>https://www.avaeduc.com.br/mod/url/view.php?id=3811482 6/23</p><p>http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=363371</p><p>https://portal.stf.jus.br/hotsites/mincelsomello/assets/img/AP937-QO_Min.Celso.pdf</p><p>https://portal.stf.jus.br/hotsites/mincelsomello/assets/img/AP937-QO_Min.Celso.pdf</p><p>INTRODUÇÃO</p><p>Nesta aula, vamos aprender sobre o Poder Legislativo e seu funcionamento. O Poder Legislativo, de acordo</p><p>com a Constituição da República, tem como função legislar, isto é, elaborar leis, e �scalizar os atos do Poder</p><p>Executivo. Os membros do Congresso Nacional possuem prerrogativas especiais que os permitem realizar</p><p>suas funções, mas também são impedidos pela Constituição de realizar certos comportamentos.</p><p>Na vida pro�ssional, você utilizará os conhecimentos aprendidos nesta aula para a prática do Direito</p><p>Constitucional. Ainda, você irá adquirir um conhecimento mais profundo sobre o sistema de elaboração de</p><p>leis e sobre a relevância dos senadores e deputados para o Estado Democrático de Direito.</p><p>AS COMISSÕES, AS IMUNIDADES PARLAMENTARES, AS INCOMPATIBILIDADES E OS</p><p>IMPEDIMENTOS DO PODER LEGISLATIVO</p><p>A missão desempenhada pelo Poder Legislativo é de tamanha importância que é necessário uma série de</p><p>mecanismos para garantia da sua independência. Para tanto, a �m de resguardar a autonomia dos</p><p>legisladores, a Constituição estabelece imunidades parlamentares e prerrogativa de foro para o membro do</p><p>Legislativo.</p><p>É na seção V da CRFB/88 que podemos encontrar as disposições normativas que regulam os direitos e deveres</p><p>dos Deputados Federais e dos Senadores. É justamente nessa sessão que encontramos as imunidades</p><p>parlamentares, as quais se constituem como prerrogativas inerentes ao cargo que o membro do Congresso</p><p>Nacional possui.</p><p>Essas imunidades podem ser de natureza material ou formal, a depender da prerrogativa que estivermos</p><p>analisando.</p><p>Contudo, além de suas prerrogativas, os membros do Poder Legislativo também possuem alguns</p><p>impedimentos e incompatibilidades, ou seja, a CRFB/88 determina as situações em que o parlamentar terá</p><p>alguns direitos</p><p>restringidos para que não haja risco de utilização indevida das prerrogativas. Essas</p><p>incompatibilidades e impedimentos podem surgir no momento da diplomação ou, posteriormente, somente</p><p>na posse do cargo.</p><p>Além disso, precisamos entender que alguns doutrinadores classi�cam as incompatibilidades parlamentares</p><p>em funcionais (artigo 54, I, b e II, b da CRFB/88); contratuais (artigo 54, I, a da CRFB/88) políticas (artigo 54, II, d</p><p>da CRFB/88) e pro�ssionais (artigo 54, II, a, e, II, c da CRFB/88) (VASCONCELOS, 2022, p. 1947).</p><p>A �nalidade dessas restrições é, principalmente, garantir a moralidade no Poder Legislativo. Essas vedações</p><p>demonstram, assim, que não há apenas privilégios por ocupar o posto de deputado ou senador, mas também</p><p>uma série de exigências a serem devidamente preenchidas pelos parlamentares (TAVARES, 2022). Logo, é de</p><p>suma importância o estudo das incompatibilidades e impedimentos que podem, inclusive, gerar a perda do</p><p>mandato se o parlamentar ignorar a temática.</p><p></p><p>24/09/2024, 15:26 pedons_231_u1_dir_con</p><p>https://www.avaeduc.com.br/mod/url/view.php?id=3811482 7/23</p><p>Caso o parlamentar não respeite suas incompatibilidades e seus impedimentos, ou não mantenha postura</p><p>adequada à importância de seu compromisso com o povo, poderá o seu mandato ser cassado ou até mesmo</p><p>extinto. A perda do mandato é um assunto de relevância inestimável não só para o ocupante de tal posição</p><p>política, mas também para o cidadão que deve sempre acompanhar e �scalizar a atuação de seus</p><p>representantes.</p><p>Nesta aula, ainda, vamos aprender sobre as Comissões do Poder Legislativo. Em suma, temos como principais</p><p>comissões as Comissões Temáticas, as Comissões Parlamentares de Inquérito (CPI), as Comissões Mistas e a</p><p>Comissão Representativa do Congresso Nacional. Cada uma dessas Comissões possui atribuições diversas,</p><p>que visam garantir que o Legislativo possa exercer suas funções típicas e atípicas.</p><p>Essas comissões podem ser permanentes ou possuir um caráter temporário, sendo constituídas conforme as</p><p>normas internas existentes no Congresso Nacional ou em cada uma de suas Casas. Suas atribuições também</p><p>vão estar previstas no regimento ou no ato de que resultar a sua criação. No entanto, a comissão permanente</p><p>é inaugurada sem prazo de validade, enquanto que as comissões temporárias são criadas para analisar uma</p><p>questão especí�ca, "extinguindo-se com o término da legislatura ou cumprida a �nalidade para a qual foram</p><p>criadas" (LENZA, 2022, p. 1420).</p><p>OS PARLAMENTARES E AS COMISSÕES LEGISLATIVAS</p><p>Vamos começar tratando das imunidades parlamentares. Conforme a Constituição da República, as</p><p>imunidades são divididas em materiais e formais.</p><p>A imunidade material está prevista no artigo 53 da CRFB/88 e, segundo ela, os membros do Congresso</p><p>Nacional são invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de suas opiniões, palavras e votos.</p><p>No âmbito civil, essa inviolabilidade impede qualquer condenação em perdas e danos. Já no âmbito penal,</p><p>estaremos diante da atipicidade da conduta, segundo o entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF). No</p><p>entanto, tal garantia não se aplica caso um deputado ou senador esteja respondendo por processo político</p><p>por quebra de decoro no conselho de ética de sua respectiva Casa.</p><p>Já as imunidades formais são divididas em duas. A primeira imunidade formal que podemos destacar diz</p><p>respeito à prisão de um deputado ou senador. A regra do artigo 53, §2º, da CRFB/88 estabelece</p><p>expressamente a impossibilidade de serem presos, a não ser que tenham sido �agrados cometendo um crime</p><p>que não permite �ança.</p><p>A segunda blindagem que a norma constitucional do artigo 53, §1º, traz para os parlamentares é a</p><p>prerrogativa de foro que assegura aos membros do Legislativo e outras autoridades o julgamento perante o</p><p>STF e não pelo juiz de primeiro grau de jurisdição.</p><p>Como já vimos, as imunidades parlamentares são acompanhadas de impedimentos e incompatibilidades</p><p>também, previstas no artigo 54, da CRFB/88. Sua quebra pode levar à perda do mandato por cassação ou</p><p>extinção. Na hipótese de cassação, a perda do cargo ocorrerá mediante votação provocada pela Mesa (órgão</p><p>responsável pelas conduções dos trabalhos) ou por partido político com representação no Congresso</p><p>Nacional, em votação aberta e por maioria absoluta dos votos.</p><p></p><p>24/09/2024, 15:26 pedons_231_u1_dir_con</p><p>https://www.avaeduc.com.br/mod/url/view.php?id=3811482 8/23</p><p>Se for uma hipótese de extinção, a Mesa responsável apenas irá realizar uma declaração, seja de ofício ou</p><p>mediante provocação de qualquer membro ou partido com representantes no Congresso Nacional. Logo, na</p><p>perda do mandato por extinção não há a necessidade de votação para decidir sobre o assunto.</p><p>Em relação às Comissões, como já dito, elas podem ser Temáticas, Parlamentares de Inquérito (CPI), Mistas e</p><p>Representativa do Congresso Nacional.</p><p>As Comissões Temáticas são aquelas que se estabelecem em função de uma determinada matéria. Suas</p><p>funções estão previstas no artigo 58, §2º, da CRFB/88. Dentre elas, se destaca a função de discutir e votar</p><p>projeto de lei que dispensar, na forma do regimento, a competência do Plenário, salvo se houver recurso de</p><p>um décimo dos membros da Casa.</p><p>Já as Comissões Parlamentares de Inquérito, mais conhecidas como CPI’s, podem ser criadas pelo Senado</p><p>Federal ou pela Câmara dos Deputados ou por ambas as Casas de forma conjunta. A principal função da CPI é</p><p>permitir que o Legislativo venha a investigar desvios de gastos públicos, "dentro de sua esfera de competência</p><p>�scalizatória e nos limites legais e constitucionais" (MARTINS, 2022, p. 3587, grifo nosso).</p><p>As Comissões Mistas são aquelas formadas tanto por deputados quanto por senadores, geralmente criadas</p><p>para apreciar os assuntos que precisam ser examinados por meio de sessão conjunta pelo Congresso</p><p>Nacional.</p><p>Por �m, a Comissão Representativa é aquela que atua representando o Congresso Nacional durante o recesso</p><p>parlamentar que vai do dia 18 a 31 de julho e do dia 23 de dezembro a 1º de fevereiro. Essa comissão é eleita</p><p>pela Câmara e pelo Senado na última sessão ordinária daquele período legislativo.</p><p>A APLICAÇÃO DOS CONCEITOS APRENDIDOS</p><p>Alguns pontos práticos de aplicação das imunidades parlamentares são de grande relevância para nosso</p><p>estudo.</p><p>No que diz respeito à imunidade material, cabe destacar que essa imunidade é inerente ao cargo e, enquanto</p><p>estiver ocupando tal posição política, poderá contar com essa prerrogativa. Assim, não é possível que haja a</p><p>renúncia, uma vez que essa imunidade não é do parlamentar para que ele possa dispor, mas sim do cargo</p><p>que ocupa. No entanto, se o membro do Legislativo passar a ocupar um cargo no Executivo, não gozará da</p><p>imunidade enquanto estiver fora da atividade legislativa, segundo jurisprudência do Supremo.</p><p>Ao término do mandato, o parlamentar perde a imunidade, porém não deverá responder pelas opiniões</p><p>proferidas durante o mandato, conforme estabelecido pela jurisprudência dos tribunais superiores.</p><p>Já com relação à imunidade formal, temos que essa prerrogativa foi sendo cada vez mais mitigada pelos</p><p>tribunais superiores. Disso decorre o entendimento do STF de que o foro por prerrogativa se restringe apenas</p><p>aos crimes que foram cometidos durante o exercício do cargo e em razão das funções que exerce (LENZA,</p><p>2022, p. 1513). Nesse mesmo sentido, somente o titular do cargo possui esse direito, não havendo</p><p>prerrogativa de foro para o seu suplente.</p><p></p><p>24/09/2024, 15:26 pedons_231_u1_dir_con</p><p>https://www.avaeduc.com.br/mod/url/view.php?id=3811482 9/23</p><p>Se um deputado ou senador cometeu um crime após a diplomação, o STF dará ciência à Casa do parlamentar</p><p>para que essa possa avaliar se quer paralisar o processo ou não. Vale destacar que, antigamente, o STF</p><p>precisava pedir permissão à Câmara ou ao Senado para poder processar o parlamentar. Agora, não funciona</p><p>mais dessa forma, pois o processo primeiro se inicia e vai prosseguindo enquanto a Casa do parlamentar não</p><p>sustar o processo, ou seja, enquanto os parlamentares</p><p>não impedirem o processo de continuar tramitando.</p><p>Agora, com relação aos impedimentos e incompatibilidades. Dita o artigo 54, da CRFB/88:</p><p>Como vimos, a quebra de qualquer dessas restrições poderá levar à perda do mandato. A perda do mandato</p><p>pode ocorrer por cassação nas seguintes hipóteses:</p><p>•  Infringência das proibições do artigo 54 da CRFB/88, que já estudamos;</p><p>•  Quebra do decoro parlamentar (artigo 55, §1º da CRFB/88);</p><p>•  Condenação criminal transitada em julgado.</p><p>Será por extinção se estivermos diante das seguintes situações:</p><p>•  Ausência em 1/3 das sessões ordinárias, salvo licença médica ou missão (artigo 55, inciso III, CRFB/88);</p><p>•  Perda ou suspensão dos direitos políticos (artigo 55, inciso IV, CRFB/88);</p><p>•  Decretação pela justiça eleitoral (artigo 55, inciso V, CRFB/88).</p><p>Art. 54. Os Deputados e Senadores não poderão:</p><p>I - desde a expedição do diploma:</p><p>a) �rmar ou manter contrato com pessoa jurídica de direito público, autarquia, empresa</p><p>pública, sociedade de economia mista ou empresa concessionária de serviço público, salvo</p><p>quando o contrato obedecer a cláusulas uniformes;</p><p>b) aceitar ou exercer cargo, função ou emprego remunerado, inclusive os de que sejam</p><p>demissíveis "ad nutum", nas entidades constantes da alínea anterior;</p><p>II - desde a posse:</p><p>a) ser proprietários, controladores ou diretores de empresa que goze de favor decorrente</p><p>de contrato com pessoa jurídica de direito público, ou nela exercer função remunerada;</p><p>b) ocupar cargo ou função de que sejam demissíveis "ad nutum", nas entidades referidas</p><p>no inciso I, "a";</p><p>c) patrocinar causa em que seja interessada qualquer das entidades a que se refere o</p><p>inciso I, "a";</p><p>d) ser titulares de mais de um cargo ou mandato público eletivo.</p><p></p><p>24/09/2024, 15:26 pedons_231_u1_dir_con</p><p>https://www.avaeduc.com.br/mod/url/view.php?id=3811482 10/23</p><p>VÍDEO RESUMO: PODER LEGISLATIVO (PARTE 2)</p><p>Nesse vídeo, você recordará os principais pontos abordados na segunda parte da unidade 1 sobre a Teoria</p><p>geral da separação de Poderes, em especial o Poder Legislativo. Na aula, abordamos as diferenças centrais</p><p>entre as Imunidades Parlamentares Materiais e Formais e as Comissões permanentes e temporários do</p><p>Legislativo, em especial as Comissões Parlamentares de Inquérito: o que podem e não podem fazer.</p><p> Saiba mais</p><p>Deputada é cassada por quebra de decoro parlamentar</p><p>Na notícia veiculada pela Câmara dos Deputados, é possível visualizar de forma clara a importância do</p><p>estudo sobre as hipóteses de perda do mandato. Na ocasião relatada, a Deputada Federal Flordelis teve</p><p>o seu mandato cassado por quebra do decoro parlamentar, com 437 votos favoráveis, 7 contrários e 12</p><p>abstenções. Como estudamos nesse tópico, a quebra do decoro parlamentar é uma hipótese de perda</p><p>do mandato por cassação e não por extinção, motivo pelo qual foi necessária a votação pela maioria</p><p>absoluta dos membros da Casa, não sendo possível a mera declaração da mesa.</p><p>Disponível em: https://www.camara.leg.br/noticias/792857-camara-aprova-cassacao-do-mandato-da-</p><p>deputada-�ordelis/</p><p>Acesso em nov. 2022.</p><p>Para visualizar o objeto, acesse seu material digital.</p><p>INTRODUÇÃO</p><p>Aula 3</p><p>PROCESSO LEGISLATIVO (PARTE 1)</p><p>O Processo Legislativo compreende as etapas de iniciativa, discussão, votação, sanção ou veto,</p><p>promulgação e publicação de uma norma.</p><p>21 minutos</p><p></p><p>24/09/2024, 15:26 pedons_231_u1_dir_con</p><p>https://www.avaeduc.com.br/mod/url/view.php?id=3811482 11/23</p><p>https://www.camara.leg.br/noticias/792857-camara-aprova-cassacao-do-mandato-da-deputada-flordelis/</p><p>https://www.camara.leg.br/noticias/792857-camara-aprova-cassacao-do-mandato-da-deputada-flordelis/</p><p>https://www.camara.leg.br/noticias/792857-camara-aprova-cassacao-do-mandato-da-deputada-flordelis/</p><p>O Processo Legislativo consiste no conjunto de atos que devem ser cumpridos para que um instrumento</p><p>normativo se torne uma legítima norma jurídica. Em suma, o Processo Legislativo compreende as etapas de</p><p>iniciativa, discussão, votação, sanção ou veto, promulgação e publicação de uma norma.</p><p>Entender o processo para a edição de uma espécie normativa é fundamental para assegurar o adequado</p><p>exercício do Poder Legislativo. Como cidadão e jurista, você deve conhecer os trâmites que as normas devem</p><p>passar para, assim, avaliar a regularidade do processo e a legitimidade desses instrumentos normativos como</p><p>fontes do Direito. Todo o ordenamento jurídico depende do respeito ao Processo Legislativo.</p><p>INTRODUÇÃO AO PROCESSO LEGISLATIVO</p><p>No artigo 59 da CRFB/88 tem-se que o processo legislativo compreende a elaboração das seguintes espécies</p><p>normativas:</p><p>• I - emendas à Constituição;</p><p>• II - leis complementares;</p><p>• III - leis ordinárias;</p><p>• IV - leis delegadas;</p><p>• V - medidas provisórias;</p><p>• VI - decretos legislativos;</p><p>• VII - resoluções.</p><p>Nesta aula, vamos tratar das leis complementares, leis ordinárias e emendas à Constituição, além dos</p><p>tratados internacionais de direitos humanos.</p><p>Para a criação de cada uma dessas espécies é necessário atender às regras estabelecidas pela Constituição da</p><p>República de 1988 (CRFB/88) e também à Lei Complementar que regula o assunto. Tratando-se de leis</p><p>complementares e ordinárias, o processo para a sua elaboração compreende três fases: iniciativa, constitutiva</p><p>e complementar.</p><p>Em regra, a casa iniciadora será a Câmara dos Deputados, conforme a previsão do artigo 61, caput da</p><p>CRFB/88. O Projeto de Lei somente começará a sua tramitação no Senado Federal se ele for apresentado por</p><p>iniciativa de um Senador da República ou de uma das comissões do próprio Senado.</p><p>Antes de qualquer coisa é fundamental lembrarmos que não há hierarquia entre as Leis Ordinárias e as Leis</p><p>Complementares. Elas apenas tratam de matérias diferentes, mas uma não é superior à outra.</p><p>Inclusive o processo legislativo para criação das leis ordinárias é praticamente o mesmo para as leis</p><p>complementares, inclusive em relação à ausência de prazo para término das deliberações parlamentares. A</p><p>única diferença relevante é que o quórum de votação da Lei Ordinária é de maioria simples, enquanto que</p><p>para a aprovação de uma Lei Complementar exige-se a maioria absoluta dos votos (LENZA, 2022, p. 1695).</p><p></p><p>24/09/2024, 15:26 pedons_231_u1_dir_con</p><p>https://www.avaeduc.com.br/mod/url/view.php?id=3811482 12/23</p><p>No que tange às emendas constitucionais, o processo é mais complicado do que o ordinário. Isso porque a</p><p>Constituição da República é rígida, ou seja, sua alteração depende de um processo legislativo mais especí�co,</p><p>com mais limitações.</p><p>O artigo 60 da CRFB/88 de�ne o processo a ser seguido para a elaboração e aprovação de emendas</p><p>constitucionais. Devem ser seguidas três fases. Primeiramente, é necessária a iniciativa de um dos</p><p>legitimados, quais sejam:</p><p>• I - de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal;</p><p>• II - do Presidente da República;</p><p>• III - de mais da metade das Assembleias Legislativas das unidades da Federação, manifestando-se, cada uma</p><p>delas, pela maioria relativa de seus membros.</p><p>Em segundo lugar, deve haver discussão e votação em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos,</p><p>considerando-se aprovada quando obtiver, em ambos, 3/5 dos votos dos membros de cada uma delas. Por</p><p>�m, a promulgação da emenda deve ser realizada pelas Mesas da Câmara e do Senado, com o respectivo</p><p>número de ordem, caso tenha sido aprovada.</p><p>É ainda importante explicar que, conforme o artigo 5º, §3º, da CRFB/88, os tratados e convenções</p><p>internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois</p><p>turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais.</p><p>APROFUNDANDO NO PROCESSO LEGISLATIVO</p><p>Vamos começar pelo processo referente à elaboração de leis ordinárias e complementares.</p><p>A fase de iniciativa é aquela responsável por de�agrar o processo de elaboração das leis. Para que essa fase</p><p>seja instaurada, é necessário que alguém inicie apresentando um Projeto de Lei. No artigo 61 da CRFB/88</p><p>podemos</p><p>ver quais atores podem iniciar o trâmite de criação de uma Lei Ordinária ou Complementar:</p><p>• Qualquer Deputado Federal ou Senador;</p><p>• Comissão da Câmara dos Deputados, do Senado Federal ou do Congresso Nacional;</p><p>• Presidente da República;</p><p>• Supremo Tribunal Federal e Tribunais Superiores;</p><p>• Procurador-Geral da República;</p><p>• Cidadãos.</p><p>No entanto, algumas leis podem ser de iniciativa privativa de uma determinada pessoa ou órgão. Nesse caso,</p><p>se outra pessoa instaurar o processo sem essa competência, o projeto estará maculado com um vício formal</p><p>de iniciativa, tornando-se inconstitucional.</p><p></p><p>24/09/2024, 15:26 pedons_231_u1_dir_con</p><p>https://www.avaeduc.com.br/mod/url/view.php?id=3811482 13/23</p><p>Ainda, prestigiando o princípio democrático, a CRFB/88 permite, no artigo 61, §2º, que a população apresente</p><p>um Projeto de Lei para a Câmara dos Deputados. Para isso, é necessário que o projeto seja subscrito por pelo</p><p>menos 1% dos eleitores brasileiros.</p><p>Uma vez �nalizada a fase de iniciativa, o projeto ingressa na fase constitutiva ao ser encaminhado para análise</p><p>pelas comissões da casa iniciadora. Em regra, a casa iniciadora será a Câmara dos Deputados, conforme a</p><p>previsão do artigo 61, caput, da CRFB/88. O Projeto de Lei somente começará a sua tramitação no Senado</p><p>Federal se ele for apresentado por iniciativa de um Senador da República ou de uma das comissões do</p><p>próprio Senado.</p><p>Na casa iniciadora, o projeto pode ser prontamente rejeitado, sendo então encaminhado para o arquivo. Mas</p><p>se for aprovado, o Projeto de Lei é enviado para a análise e discussão da casa revisora.</p><p>Após a decisão dos deputados e senadores, o projeto será enviado para a deliberação executiva, podendo o</p><p>Presidente da República sancionar a lei ou vetar. O veto também deve ser sempre motivado. Se o presidente</p><p>considerar o texto inconstitucional, estaremos diante de um veto jurídico. Se considerar o Projeto de Lei</p><p>contrário ao interesse público, a hipótese será de veto político.</p><p>Diante do veto, os parlamentares devem se reunir para analisá-lo e derrubá-lo, se for o caso. Conforme está</p><p>disposto no artigo 6º, §§ 4º a 6º, da CRFB/88, a análise do veto deve ocorrer em sessão conjunta, respeitando o</p><p>prazo limite de 30 dias contados do recebimento do veto. Se esse prazo for ultrapassado, a pauta será</p><p>trancada.</p><p>Por �m, a fase complementar se resume, basicamente, na promulgação e publicação da lei aprovada após as</p><p>deliberações parlamentar e executiva.</p><p>Já para o caso de Emendas à Constituição, temos diferentes tipos de limitações à sua realização. Conforme o</p><p>artigo 60, da CRFB/88, a Constituição não poderá ser emendada na vigência de intervenção federal, de estado</p><p>de defesa ou de estado de sítio.</p><p>Ademais, não serão permitidas emendas constitucionais que visem abolir cláusulas pétreas, que são aquelas</p><p>previstas no § 4º do artigo 60. Dessa forma, não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a</p><p>abolir:</p><p>• I - a forma federativa de Estado;</p><p>• II - o voto direto, secreto, universal e periódico;</p><p>• III - a separação dos Poderes;</p><p>IV - os direitos e garantias individuais.</p><p>UMA VISÃO PRÁTICA DO PROCESSO LEGISLATIVO</p><p>Alguns pontos importantes devem ser aprofundados. Em primeiro lugar, vimos que algumas leis são de</p><p>iniciativa privada. Imagine agora que um projeto de iniciativa privativa do Presidente da República foi</p><p>instaurado por ele. Será que os deputados e senadores vão poder realizar alterações nesse projeto que é de</p><p></p><p>24/09/2024, 15:26 pedons_231_u1_dir_con</p><p>https://www.avaeduc.com.br/mod/url/view.php?id=3811482 14/23</p><p>competência exclusiva de iniciativa do chefe do executivo federal? E a resposta é que sim! Os parlamentares</p><p>podem sim alterar projetos de leis de iniciativa privativa.</p><p>No entanto, discutindo sobre esse tema na ADI 4.829, o Superior Tribunal Federal (STF) estabelece duas</p><p>condições para que possa ser proposta emenda à projeto de lei de iniciativa privativa:</p><p>•  1) A alteração precisa ter pertinência temática com o projeto original;</p><p>•  2) A alteração não pode provocar aumento de despesa ao projeto original, exceto se for projetos</p><p>orçamentários.</p><p>Já com relação à iniciativa popular, vimos que é necessário que o projeto seja subscrito por pelo menos 1%</p><p>dos eleitores brasileiros. Mas esse 1% não pode ser apenas de um Estado-membro, pois a Constituição</p><p>determina que esses eleitores sejam, no mínimo, de 5 estados diferentes. A CRFB/88 também estabelece o</p><p>percentual mínimo de pelo menos 0,3% dos eleitores de cada um desses Estados (artigo 61, §2°, CR/88).</p><p>Em termos práticos, seriam necessários quase 1,5 milhões de eleitores para apresentar um projeto de lei de</p><p>iniciativa popular, já que possuímos quase 150 milhões de eleitores aptos a votar (LENZA, 2022, p.1617).</p><p>Tendo em vista essa exigência numérica, no Brasil temos somente quatro leis de iniciativa popular que foram</p><p>aprovadas. A mais conhecida delas é a Lei Complementar 135, mais conhecida como “Lei da Ficha Limpa", que</p><p>contou com a assinatura de 1,7 milhões de pessoas.</p><p>Com relação à fase constitutiva, vimos que caso um projeto de lei seja aprovado na Casa iniciadora, ele</p><p>enviado para a análise e discussão da casa revisora.</p><p>Na casa revisora, três situações podem ocorrer:</p><p>•  1) Aprovação do projeto: o projeto de lei seguirá então para a deliberação executiva do Presidente da</p><p>República;</p><p>•  2) Emenda ao projeto: o projeto de lei retorna para a casa iniciadora analisar as emendas;</p><p>•  3) Rejeição do projeto: o projeto de lei é arquivado.</p><p>Na hipótese de a casa revisora emendar o projeto, a casa iniciadora poderá aprovar ou não as emendas. Se a</p><p>casa iniciadora aprovar, o Projeto de Lei passará para a deliberação executiva do Presidente da República com</p><p>as emendas da casa revisora. Porém, se a casa iniciadora rejeitar as emendas da casa revisora, o projeto</p><p>segue para o Presidente conforme o texto original, sem as emendas da casa revisora.</p><p>Ademais, com relação às emendas constitucionais, alguns pontos relevantes devem ser levantados.</p><p>Primeiramente, temos que não há previsão, pela Constituição, de Casa iniciadora obrigatória. Desta forma, a</p><p>votação de proposta de emenda à Constituição pode ser iniciada tanto na Câmara dos Deputados quanto no</p><p>Senado Federal.</p><p>Em segundo lugar, a segunda Casa Legislativa, ou seja, a casa revisora, pode revisar o texto aprovado pela</p><p>Casa iniciadora, apreciando o projeto como se fosse novo, podendo alterá-lo livremente. Em caso de</p><p>alterações substanciais, o texto deverá retornar à primeira Casa, para que ela faça novamente sua apreciação</p><p></p><p>24/09/2024, 15:26 pedons_231_u1_dir_con</p><p>https://www.avaeduc.com.br/mod/url/view.php?id=3811482 15/23</p><p>integral, podendo, igualmente modi�cá-lo livremente. O texto �nal é aprovado quando a matéria recebe votos</p><p>favoráveis de, pelo menos, 3/5 dos membros de ambas as Casas, em dois turnos de votação.</p><p>VÍDEO RESUMO: PROCESSO LEGISLATIVO (PARTE 1)</p><p>Nesse vídeo, você recordará os principais pontos abordados na terceira parte da unidade 1 sobre a</p><p>Organização dos Poderes, em especial Processo Legislativo. Na aula, serão abordadas o procedimento</p><p>ordinário de elaboração das leis ordinárias e complementares, apresentando os principais aspectos das fases</p><p>de iniciativa, constitutiva e complementar.</p><p> Saiba mais</p><p>A importância da iniciativa popular através da Lei da “Ficha Limpa”</p><p>Na notícia veiculada pela “Gazeta do Povo” podemos perceber de forma nítida a importância dos projetos</p><p>de iniciativa popular, por meio dos resultados da Lei da Ficha Limpa após dez anos em vigor. Conforme</p><p>informa a notícia, mais de 4,5 mil políticos foram retirados das eleições por causa das regras</p><p>estabelecidas nesta lei que contou com o apoio massivo da população brasileira. Isso representa uma</p><p>vitória não só para a democracia brasileira, mas também um grande reforço na luta contra a corrupção</p><p>em nosso país. Infelizmente a iniciativa popular não é tão comum, havendo pouquíssimas leis com essa</p><p>origem.</p><p>Disponível em: https://www.gazetadopovo.com.br/opiniao/bom-dia/os-resultados-da-lei-da-�cha-limpa-</p><p>depois-de-10-anos-em-vigor/</p><p>Acesso em nov. 2022.</p><p>O veto dos absorventes</p><p>Na notícia veiculada pelo Senado Notícias, é possível vislumbrar de forma clara a dinâmica existente</p><p>entre o poder de veto presidencial e a derrubada dele pelo Congresso Nacional. Na matéria jornalística</p><p>vemos que o Congresso rejeitou os vetos do presidente da república em uma lei que cria o Programa de</p><p>Proteção e Promoção da Saúde Menstrual. Um dos dispositivos que havia sido vetado e que foi</p><p>recuperado pelo Congresso com a derrubada do veto tratava da distribuição gratuita de absorventes.</p><p>Disponível em: https://www12.senado.leg.br/noticias/materias/2022/03/10/derrubado-o-veto-a-</p><p>distribuicao-de-absorventes-para-mulheres-de-baixa-renda</p><p>Acesso em nov. 2022.</p><p>O Procedimento de Elaboração de Leis</p><p>Para visualizar o objeto, acesse seu material digital.</p><p></p><p>24/09/2024, 15:26 pedons_231_u1_dir_con</p><p>https://www.avaeduc.com.br/mod/url/view.php?id=3811482 16/23</p><p>https://www.gazetadopovo.com.br/opiniao/bom-dia/os-resultados-da-lei-da-ficha-limpa-depois-de-10-anos-em-vigor/</p><p>https://www.gazetadopovo.com.br/opiniao/bom-dia/os-resultados-da-lei-da-ficha-limpa-depois-de-10-anos-em-vigor/</p><p>https://www.gazetadopovo.com.br/opiniao/bom-dia/os-resultados-da-lei-da-ficha-limpa-depois-de-10-anos-em-vigor/</p><p>https://www12.senado.leg.br/noticias/materias/2022/03/10/derrubado-o-veto-a-distribuicao-de-absorventes-para-mulheres-de-baixa-renda</p><p>https://www12.senado.leg.br/noticias/materias/2022/03/10/derrubado-o-veto-a-distribuicao-de-absorventes-para-mulheres-de-baixa-renda</p><p>https://www12.senado.leg.br/noticias/materias/2022/03/10/derrubado-o-veto-a-distribuicao-de-absorventes-para-mulheres-de-baixa-renda</p><p>ç</p><p>Constituição da República Federativa do Brasil, de 05 de outubro de 1988. Legislação Federal. Disponível</p><p>em:  http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso em: ago. 2022.</p><p>TAVARES, A. R. Curso de direito constitucional. ed. São Paulo: Saraiva, 2022. E-book.</p><p>LENZA, P. Direito Constitucional Esquematizado. 26. ed. São Paulo: Saraiva, 2022. E-book.</p><p>INTRODUÇÃO</p><p>A criação das leis é uma função realizada essencialmente pelo Poder Legislativo. Em situações especí�cas, os</p><p>demais poderes também poderão legislar. Nesta unidade vamos aprender sobre o processo legislativo de</p><p>edição de Leis Delegadas, Medidas Provisórias, Decretos Legislativos e Resoluções. Vamos também entender</p><p>melhor o que são cada uma dessas espécies de normas.</p><p>Entender o processo para a edição de uma espécie normativa é fundamental para assegurar o adequado</p><p>exercício do Poder Legislativo. Como cidadãos e juristas, vocês devem conhecer os trâmites que as normas</p><p>devem passar para, assim, avaliar a regularidade do processo e a legitimidade destes instrumentos</p><p>normativos como fonte do Direito. Todo o ordenamento jurídico depende do respeito ao Processo Legislativo.</p><p>INTRODUZINDO OS CONCEITOS</p><p>É na seção VIII, da CR/88 que podemos encontrar as disposições normativas que regulam o processo</p><p>legislativo e no artigo 68 dentro dessa seção que temos a base constitucional das leis delegadas. A Lei</p><p>Delegada ilustra a função atípica de legislar exercida pelo Poder Executivo, pois essa �gura nada mais é do</p><p>que uma lei que foi elaborada pelo próprio Presidente da República. Vamos conhecer ela melhor então?</p><p>Conforme dispõe o caput do artigo 68 da CR/88, a Lei Delegada é uma espécie normativa elaborada pelo</p><p>Presidente da República. Para criar esse tipo de lei, o chefe do executivo federal precisa solicitar a delegação</p><p>dessa competência legislativa ao Congresso Nacional, sendo um caso de iniciativa exclusiva do Presidente da</p><p>República (TAVARES, 2022, p. 2465).</p><p>Aula 4</p><p>PROCESSO LEGISLATIVO (PARTE 2)</p><p>Nesta unidade vamos aprender sobre o processo legislativo de edição de Leis Delegadas, Medidas</p><p>Provisórias, Decretos Legislativos e Resoluções.</p><p>41 minutos</p><p></p><p>24/09/2024, 15:26 pedons_231_u1_dir_con</p><p>https://www.avaeduc.com.br/mod/url/view.php?id=3811482 17/23</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm</p><p>A delegação ao Presidente da República deverá ser realizada por intermédio de uma resolução expedida pelo</p><p>Congresso Nacional. Nesta resolução deverá conter todo o conteúdo e os termos para que o presidente possa</p><p>exercitar a delegação e produzir uma lei.</p><p>Mas atenção! Ainda que o Poder Legislativo emita a resolução delegando a competência legislativa ao Poder</p><p>Executivo, o Presidente da República não será obrigado a efetivar essa delegação. Fica a produção do referido</p><p>ato normativo a critério da discricionariedade do próprio presidente.</p><p>Além da criação de Leis Delegadas, o Presidente da República também pode criar normas que, pesar de não</p><p>serem propriamente leis, são dotadas da mesma força que as leis possuem. Essas normas com força de lei</p><p>que o Presidente da República edita se chama Medida Provisória e é um dos mecanismos mais usados por ele</p><p>durante o curso do governo (TAVARES, 2022).</p><p>A medida provisória é uma das espécies legislativas que constam do rol previsto no artigo 59. Se ela for</p><p>aprovada pelos parlamentares, a medida editada pelo presidente até pode se tornar uma lei ordinária. Mas</p><p>sem todo o trâmite para a sua aprovação não podemos dizer que a medida provisória é uma lei, mas sim uma</p><p>espécie legislativa criada pelo presidente da república em situações bem especí�cas.</p><p>Por �m, nesta unidade ainda vamos tratar dos Decretos Legislativos e das Resoluções. O Decreto Legislativo e</p><p>a Resolução são espécies legislativas muito usadas pelos parlamentares. Esses instrumentos são importantes</p><p>porque é através deles que são efetivadas as matérias de competência do Congresso, da Câmara e do Senado.</p><p>A principal diferença entre o decreto legislativo e as resoluções reside no fato de que o Decreto Legislativo é</p><p>usado apenas para regulamentar as matérias de competência do Congresso Nacional, enquanto que as</p><p>resoluções podem tratar de matérias de competência da Câmara, do Senado ou do Congresso (LENZA, 2022).</p><p>Ambas são espécies legislativas muito utilizadas pelo Poder Legislativo e o seu processo de criação é muito</p><p>parecido. No entanto, os decretos legislativos e as resoluções possuem características próprias, que vamos</p><p>aprofundar nessa unidade.</p><p>ENTENDENDO MELHOR A CRIAÇÃO DE LEIS DELEGADAS, MEDIDAS PROVISÓRIAS, RESOLUÇÕES E</p><p>DECRETOS LEGISLATIVOS</p><p>Inicialmente, vamos tratar das Leis Delegadas. A CR/88 estabelece alguns assuntos que não podem ser</p><p>tratados por meio de leis delegadas. Conforme dispõe o artigo 68, §1º, são matérias vedadas a essa espécie</p><p>normativa: 1) Temas que precisam ser tratados apenas por meio de Lei Complementar; 2) Organização do</p><p>Judiciário e do MP, a carreira e a garantia de seus membros; 3) Nacionalidade, cidadania, direitos individuais,</p><p>políticos e eleitorais; 4) Planos plurianuais, diretrizes orçamentárias e orçamentos;</p><p>Esse mesmo dispositivo também proíbe que a Lei Delegada possa ter como objeto os atos que sejam de</p><p>competência exclusiva do Congresso Nacional ou de competência privativa da Câmara dos Deputados ou do</p><p>Senado Federal.</p><p></p><p>24/09/2024, 15:26 pedons_231_u1_dir_con</p><p>https://www.avaeduc.com.br/mod/url/view.php?id=3811482 18/23</p><p>Caso o Presidente da República ultrapasse os limites estabelecidos na Resolução, é possível o controle pelo</p><p>próprio Poder Legislativo. Nessa hipótese, o Congresso Nacional poderá sustar a Lei Delegada quando</p><p>considerar que o chefe do Executivo exorbitou os limites constantes da delegação, em conformidade com o</p><p>artigo 49, inciso V da CR/88 (TAVARES, 2022, p. 2467).</p><p>A sustação da Lei Delegada realizada pelo Congresso Nacional produzirá efeitos ex nunc¸ ou seja, a sustação</p><p>desta lei exorbitante passará a valer a partir da decisão dos parlamentares, não retroagindo até a data da sua</p><p>criação (LENZA, 2022, p. 1706).</p><p>Agora, vamos entender as Medidas Provisórias. Embora esteja regulamentada na mesma seção que as leis, a</p><p>medida provisória não é uma lei. Conforme expõe o artigo 62 da CRFB/88, a medida provisória somente pode</p><p>ser adotada pelo Presidente da República</p><p>em situações de relevância e urgência. No entanto, não é qualquer</p><p>matéria que poderá ser tratado através da medida (TAVARES, 2022).</p><p>O §1º do artigo 62 da CRFB de�ne quais são os temas que presidente não pode abordar através de medida</p><p>provisória. Dentre eles, se destacam: nacionalidade, cidadania, direitos políticos, partidos políticos e direito</p><p>eleitoral; direito penal, processual penal e processual civil; organização do Poder Judiciário e do Ministério</p><p>Público, a carreira e a garantia de seus membros.</p><p>Uma vez criada uma medida provisória, ela deve ser encaminhada imediatamente para o Congresso Nacional</p><p>que deverá analisar a pertinência ou não da medida. Essa análise é feita preliminarmente por uma comissão</p><p>mista que emite um parecer que servirá de apoio para que cada uma das Casas possa tomar sua decisão</p><p>(LENZA, 2022).</p><p>A apreciação da medida provisória começa na Câmara dos Deputados, devendo analisar primeiro os</p><p>pressupostos constitucionais antes de analisar o mérito da medida adotada. Toda a avaliação deve ser feita</p><p>dentro do prazo de 45 dias, caso contrário a pauta de votações será trancada. É relevante destacar que esse</p><p>prazo �ca suspenso durante o recesso parlamentar.</p><p>Por �m, vamos tratar dos Decretos Legislativos e Resoluções. Através dos Decretos Legislativos será possível a</p><p>materialização das competências exclusivas do Congresso Nacional. Essas matérias estão previstas no artigo</p><p>49 da CRFB. Além desse rol do artigo 49, temos ainda algumas competências do Congresso ao longo do texto</p><p>constitucional, como a previsão de necessidade de decreto legislativo para regular as situações jurídicas</p><p>decorrentes de uma medida provisória que não foi convertida em lei (LENZA, 2022).</p><p>Já A resolução é a espécie legislativa responsável pela regulamentação das matérias que são de competência</p><p>privativa da Câmara dos Deputados, do Senado Federal e, excepcionalmente, algumas matérias de</p><p>competência do Congresso Nacional.</p><p>PONTOS RELEVANTES SOBRE LEIS DELEGADAS, MEDIDAS PROVISÓRIAS, RESOLUÇÕES E DECRETOS</p><p>LEGISLATIVOS</p><p>Alguns pontos relevantes precisam ser explicados.</p><p></p><p>24/09/2024, 15:26 pedons_231_u1_dir_con</p><p>https://www.avaeduc.com.br/mod/url/view.php?id=3811482 19/23</p><p>Com relação às Leis Delegadas, apesar de possuir previsão na CR/88, elas podem ser consideradas</p><p>praticamente uma espécie em extinção. Isso porque a última Lei Delegada produzida pelo Presidente da</p><p>República data do ano de 1992. De lá para cá nenhuma outra Lei Delegada foi produzida, demonstrado a sua</p><p>pouca utilização na prática.</p><p>O desuso que ocorre em relação às leis delegadas ocorre, sobretudo, por conta da praticidade na elaboração</p><p>de uma Medida Provisória. Ao invés de solicitar ao Congresso Nacional poderes para elaborar uma lei, o</p><p>Presidente da República pode simplesmente editar uma Medida Provisória que, apesar de não ser uma lei,</p><p>tem força de lei.</p><p>As Medidas Provisórias, como vimos, após serem elaboradas pelo Presidente da República, são apreciadas</p><p>pelas duas Casas do Congresso Nacional. A medida provisória pode ser prontamente rejeitada pelos</p><p>parlamentares. Se isso ocorrer, o Congresso Nacional irá arquivar a medida e deverá regular as relações</p><p>jurídicas que ocorreram durante a vigência da medida, através de um decreto legislativo.</p><p>No entanto, pode acontecer de o Congresso demorar muito para analisar a medida provisória e ela acabar</p><p>perdendo a sua e�cácia pelo decurso do tempo (LENZA, 2022). Em regra, a medida provisória tem um prazo já</p><p>determinado de sobrevida. Ela começa com um prazo inicial de 60 dias, sendo prorrogado automaticamente</p><p>para mais 60 dias se não houver a rejeição expressa do Congresso durante esse prazo inicial. Decorridos os</p><p>120 dias sem a apreciação do Congresso, a medida provisória perde sua e�cácia e será arquivada.</p><p>Perdendo a e�cácia pelo decurso do tempo ou sendo expressamente rejeitada pelo Congresso, a medida</p><p>provisória não poderá ser reapresentada na mesma sessão legislativa. Durante a avaliação realizada por cada</p><p>uma das Casas pode ocorrer de os deputados ou senadores quererem alterar algumas normas previstas na</p><p>medida provisória. Isso pode acontecer? Sim! Mas quando a medida provisória é emendada pelos</p><p>parlamentares ela se transforma em um projeto de lei que seguirá o rito do processo ordinário.</p><p>Por �m, no que se trata das Resoluções e Decretos Legislativos, vamos entender seus processos de criação.</p><p>Iniciado o processo legislativo de criação de um decreto legislativo ou de uma resolução do Congresso</p><p>Nacional, a discussão ocorrerá nas duas Casas, sendo um processo bicameral. No entanto, tratando-se de</p><p>uma resolução de competência privativa da Câmara ou do Senado, o debate será apenas unicameral (LENZA,</p><p>2022). Logo, se estivermos diante de uma resolução que não seja de competência do Congresso Nacional, o</p><p>projeto precisará ser aprovado apenas pela Casa onde tramita.</p><p>A aprovação de ambas as espécies legislativas será por maioria simples, conforme a regra do artigo 47 da</p><p>CRFB/88. Aprovado o projeto de resolução, este será remetido ao Presidente da Casa onde tramitou o projeto,</p><p>o qual deverá realizar a promulgação e a publicação.</p><p>Porém, se estivermos diante de um decreto legislativo ou de uma resolução de competência do Congresso,</p><p>caberá ao presidente do Senado Federal a incumbência da promulgação e publicação.</p><p>Então, atenção! Diferentemente das leis que precisam da sanção ou do veto do presidente, os decretos</p><p>legislativos e as resoluções não possuem essa deliberação executiva. Como já exposto, o próprio presidente</p><p>da Casa vai promulgar e publicar a norma, sem repassar ao presidente para sancionar ou vetar (TAVARES,</p><p>2022).</p><p></p><p>24/09/2024, 15:26 pedons_231_u1_dir_con</p><p>https://www.avaeduc.com.br/mod/url/view.php?id=3811482 20/23</p><p>VÍDEO RESUMO: PROCESSO LEGISLATIVO (PARTE 2)</p><p>Nesse vídeo, você recordará os principais pontos abordados na quarta parte da unidade 1 sobre a</p><p>Organização dos Poderes, em especial alguns dos aspectos mais relevantes sobre o Processo Legislativo. Na</p><p>aula, serão abordadas o procedimento especí�co de elaboração das leis delegadas, medidas provisórias,</p><p>decreto legislativo e resolução.</p><p> Saiba mais</p><p>Legislar sem usurpar</p><p>No artigo “Leis delegadas e medidas provisórias: notas sobre a atividade legislativa do executivo no</p><p>Brasil” de Auro Augusto Caliman, publicado na , Revista Jurídica "9 de Julho", podemos ver a importância</p><p>de se manter o equilíbrio quando o assunto é separação de poderes. Cada Poder tem a sua função</p><p>principal, sendo a elaboração das leis a missão precípua do Poder Legislativo. Quando o Presidente da</p><p>República edita uma Medida Provisória ou elabora uma Lei Delegada, ele está ingressando em uma área</p><p>tipicamente dos parlamentares. Para o autor, isso pode ocorrer às vezes, mas não deve ser frequente. O</p><p>chefe do executivo pode até legislar em algumas oportunidades, porém não pode haver a usurpação de</p><p>funções que não são suas.</p><p>Disponível em: https://www.al.sp.gov.br/repositorio/bibliotecaDigital/500_arquivo.pdf Acesso em nov.</p><p>2022.</p><p>Apoio à cultura em virtude da pandemia</p><p>Na notícia veiculada pelo jornal “JOTA”, é possível visualizar de forma clara os choques que às vezes a</p><p>edição de medidas provisórias provocam em nosso ordenamento jurídico, criando certas instabilidade.</p><p>No caso em apreço, o Presidente da República editou uma medida provisória alterando dispositivos de</p><p>algumas leis que visavam a destinação de dinheiro para o setor cultural em virtude dos resultados</p><p>negativos oriundos da pandemia. Essas alterações realizadas pela Medida Provisória foram questionadas</p><p>por alguns partidos políticos que recorreram ao STF para que este possa declarar a inconstitucionalidade</p><p>da Medida Provisória.</p><p>Disponível em: https://www.jota.info/stf/do-supremo/pcdob-tambem-vai-ao-stf-parar-anular-mp-de-</p><p>bolsonaro-contra-leis-de-apoio-a-cultura-04092022 Acesso em nov. 2022.</p><p>50 milhões de dólares para desenvolvimento e saneamento ambiental</p><p>Para visualizar o objeto, acesse seu material digital.</p><p></p><p>24/09/2024, 15:26 pedons_231_u1_dir_con</p><p>https://www.avaeduc.com.br/mod/url/view.php?id=3811482 21/23</p><p>https://www.al.sp.gov.br/repositorio/bibliotecaDigital/500_arquivo.pdf</p><p>https://www.al.sp.gov.br/repositorio/bibliotecaDigital/500_arquivo.pdf</p><p>https://www.jota.info/stf/do-supremo/pcdob-tambem-vai-ao-stf-parar-anular-mp-de-bolsonaro-contra-leis-de-apoio-a-cultura-04092022</p><p>https://www.jota.info/stf/do-supremo/pcdob-tambem-vai-ao-stf-parar-anular-mp-de-bolsonaro-contra-leis-de-apoio-a-cultura-04092022</p><p>https://www.jota.info/stf/do-supremo/pcdob-tambem-vai-ao-stf-parar-anular-mp-de-bolsonaro-contra-leis-de-apoio-a-cultura-04092022</p><p>Na notícia veiculada pelo “Senado Notícias”, podemos encontrar um exemplo prático que demonstra a</p><p>importância dos temas tratados através de resoluções. No caso mostrado pela notícia, o Senado Federal</p><p>aprovou uma resolução que autorizou o município de São Caetano do Sul, localizado no estado de São</p><p>Paulo, a contrair um empréstimo de 50 milhões de dólares com a Corporação Andina de Fomento (CAF).</p><p>Esse recurso �nanceiro foi obtido com o intuito de implementar o Programa de Desenvolvimento e</p><p>Saneamento Ambiental perseguido pelo município paulistano. Desse dinheiro, cerca de 80% será</p><p>destinado para obras de drenagem e esgotamento sanitário, o que ajudará muito os bairros que sofrem</p><p>historicamente com enchentes. Vemos, então, a importância de resolução do Senado como uma espécie</p><p>legislativa que pode, inclusive, realizar o controle de recursos �nanceiros a serem captados do exterior,</p><p>evitando que os órgãos e entidades brasileiros �quem endividados e a mercê de instituições</p><p>estrangeiras.</p><p>Disponível em: https://www12.senado.leg.br/noticias/materias/2022/08/31/aprovada-autorizacao-de-</p><p>emprestimo-de-us-50-milhoes-para-sao-caetano-do-sul Acesso em nov. 2022.</p><p>Aula 1</p><p>SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo. 37. ed. São Paulo: Malheiros Editores, 2013.</p><p>Terceira parte, Título II, Cap. II “Dos Princípios Constitucionais do Estado Brasileiro”, item II “Poder e Divisão de</p><p>Poderes”.</p><p>BARCELLOS, Ana Paula de. Curso de Direito Constitucional. Rio de Janeiro: Forense, 2018. Cap. 8 “Separação</p><p>e Organização de Poderes”, itens 8.1 “Separação de poderes: breve evolução histórica e do pensamento</p><p>político” e 8.4 “Separação de poderes como cláusula pétrea: uma nota”.</p><p>MENDES, Gilmar Ferreira; BRANCO, Paulo Gonet. Curso de Direito Constitucional. 1. ed. São Paulo: Saraiva,</p><p>2020. Série IDP.</p><p>RASIL. Constituição da República Federativa do Brasil, de 05 de outubro de 1988. Disponível em:</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm . Acesso em nov. 2022.</p><p>Aula 2</p><p>LENZA, P. Direito Constitucional Esquematizado. 26. ed. São Paulo: Saraiva, 2022. E-book.</p><p>TAVARES, A. R. Curso de direito constitucional. ed. São Paulo: Saraiva, 2022. E-book.</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>27 minutos</p><p></p><p>24/09/2024, 15:26 pedons_231_u1_dir_con</p><p>https://www.avaeduc.com.br/mod/url/view.php?id=3811482 22/23</p><p>https://www12.senado.leg.br/noticias/materias/2022/08/31/aprovada-autorizacao-de-emprestimo-de-us-50-milhoes-para-sao-caetano-do-sul</p><p>https://www12.senado.leg.br/noticias/materias/2022/08/31/aprovada-autorizacao-de-emprestimo-de-us-50-milhoes-para-sao-caetano-do-sul</p><p>https://www12.senado.leg.br/noticias/materias/2022/08/31/aprovada-autorizacao-de-emprestimo-de-us-50-milhoes-para-sao-caetano-do-sul</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm</p><p>VASCONCELOS, C. Curso de direito constitucional. ed. São Paulo: Saraiva, 2022. E-book.</p><p>Constituição da República Federativa do Brasil, de 05 de outubro de 1988. Legislação Federal. Disponível em:</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso em: nov. 2022.</p><p>MARTINS, F. Curso de direito constitucional. ed. São Paulo: Saraiva, 2022. E-book.</p><p>Aula 3</p><p>BRASIL. Lei 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Código Civil. Legislação Federal. Disponível em:</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/L10406compilada.htm . Acesso em: out. 2020.</p><p>GAGLIANO, Pablo Stolze; PAMPLONA FILHO, Rodolfo. Novo curso de direito civil: obrigações. 21. ed. São</p><p>Paulo: Saraiva, 2020. Cap. V "Classi�cação Básica das Obrigações", item 2.1 (inteiro).</p><p>GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito civil brasileiro: teoria geral das obrigações. 17. ed. São Paulo: Saraiva,</p><p>2020.</p><p>LÔBO, Paulo. Direito civil: obrigações. V. 2. 7. ed. São Paulo: Saraiva, 2019.</p><p>Aula 4</p><p>Constituição da República Federativa do Brasil, de 05 de outubro de 1988. Legislação Federal. Disponível em:</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm . Acesso em: ago. 2022.</p><p>TAVARES, A. R. Curso de direito constitucional. ed. São Paulo: Saraiva, 2022. E-book.</p><p>LENZA, P. Direito Constitucional Esquematizado. 26. ed. São Paulo: Saraiva, 2022. E-book.</p><p></p><p>24/09/2024, 15:26 pedons_231_u1_dir_con</p><p>https://www.avaeduc.com.br/mod/url/view.php?id=3811482 23/23</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/L10406compilada.htm</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm</p>

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