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Os três poderes

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Núcleo de Educação a Distância
GRUPO PROMINAS DE EDUCAÇÃO
Diagramação: Rhanya Vitória M. R. Cupertino
Revisão Ortográfica: Ana Carolina de Souza Assis
PRESIDENTE: Valdir Valério, Diretor Executivo: Dr. Willian Ferreira.
O Grupo Educacional Prominas é uma referência no cenário educacional e com ações voltadas para 
a formação de profissionais capazes de se destacar no mercado de trabalho.
O Grupo Prominas investe em tecnologia, inovação e conhecimento. Tudo isso é responsável por 
fomentar a expansão e consolidar a responsabilidade de promover a aprendizagem.
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Prezado(a) Pós-Graduando(a),
Seja muito bem-vindo(a) ao nosso Grupo Educacional!
Inicialmente, gostaríamos de agradecê-lo(a) pela confiança 
em nós depositada. Temos a convicção absoluta que você não irá se 
decepcionar pela sua escolha, pois nos comprometemos a superar as 
suas expectativas.
A educação deve ser sempre o pilar para consolidação de uma 
nação soberana, democrática, crítica, reflexiva, acolhedora e integra-
dora. Além disso, a educação é a maneira mais nobre de promover a 
ascensão social e econômica da população de um país.
Durante o seu curso de graduação você teve a oportunida-
de de conhecer e estudar uma grande diversidade de conteúdos. 
Foi um momento de consolidação e amadurecimento de suas escolhas 
pessoais e profissionais.
Agora, na Pós-Graduação, as expectativas e objetivos são 
outros. É o momento de você complementar a sua formação acadêmi-
ca, se atualizar, incorporar novas competências e técnicas, desenvolver 
um novo perfil profissional, objetivando o aprimoramento para sua atu-
ação no concorrido mercado do trabalho. E, certamente, será um passo 
importante para quem deseja ingressar como docente no ensino supe-
rior e se qualificar ainda mais para o magistério nos demais níveis de 
ensino.
E o propósito do nosso Grupo Educacional é ajudá-lo(a) 
nessa jornada! Conte conosco, pois nós acreditamos em seu potencial. 
Vamos juntos nessa maravilhosa viagem que é a construção de novos 
conhecimentos.
Um abraço,
Grupo Prominas - Educação e Tecnologia
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Olá, acadêmico(a) do ensino a distância do Grupo Prominas!
É um prazer tê-lo em nossa instituição! Saiba que sua escolha 
é sinal de prestígio e consideração. Quero lhe parabenizar pela dispo-
sição ao aprendizado e autodesenvolvimento. No ensino a distância é 
você quem administra o tempo de estudo. Por isso, ele exige perseve-
rança, disciplina e organização. 
Este material, bem como as outras ferramentas do curso (como 
as aulas em vídeo, atividades, fóruns, etc.), foi projetado visando a sua 
preparação nessa jornada rumo ao sucesso profissional. Todo conteúdo 
foi elaborado para auxiliá-lo nessa tarefa, proporcionado um estudo de 
qualidade e com foco nas exigências do mercado de trabalho.
Estude bastante e um grande abraço!
Professor: Valério Cunha Parentoni Senra 
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O texto abaixo das tags são informações de apoio para você ao 
longo dos seus estudos. Cada conteúdo é preprarado focando em téc-
nicas de aprendizagem que contribuem no seu processo de busca pela 
conhecimento.
Cada uma dessas tags, é focada especificadamente em partes 
importantes dos materiais aqui apresentados. Lembre-se que, cada in-
formação obtida atráves do seu curso, será o ponto de partida rumo ao 
seu sucesso profisisional.
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A presente unidade visa analisar a Organização Político-Ad-
ministrativa do Estado que se perfaz principalmente na relação entre 
os três poderes estatais: Poder Legislativo, Poder Executivo e Poder 
Judiciário. Desta forma, a fim de que o tema em estudo possa ser com-
preendido de forma geral e simplificada, optou-se por dividir a unidade 
em três capítulos, abordando-se os principais assuntos decorrentes 
da matéria em questão. Isto posto, a análise do tema possui embasa-
mento doutrinário e legislativo a fim de que se acompanhe em termos 
práticos e em termos teóricos o assunto. Foca-se, portanto, na origem 
da Separação dos Poderes, assim como, nas Funções Típicas e Atí-
picas; Estruturação de cada Função Estatal, Garantias e Vedações, 
sempre distinguindo e destacando os tópicos do estudo, de capítulo 
em capítulo, conforme as peculiaridades exigidas em cada conteúdo 
abordado. Conclui-se que o estudo dos dispositivos constitucionais da 
Organização dos Poderes, refletem em várias áreas do Direito. Desta 
forma, para que o estudante possa adquirir melhor reflexão sociopolí-
tica e jurídica, torna-se essencial o conhecimento desta matéria. 
Direito Constitucional. Organização dos Poderes. Poder Legislativo. Poder
Executivo. Poder Judiciário.
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 CAPÍTULO 01
O PODER LEGISLATIVO
Apresentação do Módulo ______________________________________ 11
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Introdução: A Separação dos Poderes ___________________________
Impedimentos, Vacância e Perda do Cargo _____________________
Poder Legislativo _______________________________________________
 CAPÍTULO 02
O PODER EXECUTIVO
Introdução: Considerações Iniciais sobre o Poder Executivo _____ 42
38Recapitulando ________________________________________________
Ministros de Estado ____________________________________________ 59
27Processo Legislativo ___________________________________________
54Crimes de Responsabilidade ___________________________________
Recapitulando _________________________________________________ 63
35Função Fiscalizatória do Poder Legislativo ______________________
Conselhos _____________________________________________________ 60
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 CAPÍTULO 03
O PODER JUDICIÁRIO
Introdução: Poder Jurisdicional _______________________________ 66
Estrutura do Poder Judiciário ___________________________________ 68
Órgãos do Judiciário ___________________________________________ 74
Funções Essenciais à Justiça __________________________________ 85
Recapitulando _________________________________________________ 95
Fechando a Unidade __________________________________________ 99
Referências ____________________________________________________ 102
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A Constituição Federal de 1988 estabeleceu diversas regras 
referentes à organização do Estado. Quanto a isto, ressalta-se que o 
Estado Constitucional Brasileiro, o qual garante a prevalência do Estado 
Democrático de Direito, se manifesta em toda a Organização Político-
-Administrativa da República Federativa do Brasil. 
Neste sentido, salutar é o desenvolvimento de conhecimento 
sobre a Separação dos Poderes, que além de garantir a forma Federa-
lista e o Princípio Republicano pelo qual o Constituinte adotou em 1988, 
também busca garantir a efetivação de todos os preceitos constitucio-
nais, diga-se, pilares de todo ordenamento jurídico. 
A presente unidade exterioriza, portanto, a construção jurídica ge-
ral da Separação dos Poderes Estatais a fim de que possa ser compreen-
dida quais são as bases jurídicas para o funcionamento e movimentação 
adequados da máquina estatal. Salienta-se que não se trata de matéria 
que se infere apenas no âmbito das relações governamentais ou adminis-
trativas. É importante entender que todo ato estatal, ainda que meramente 
administrativo que não se dirija diretamente a um cidadão, é realizado para 
cumprir uma função, ou seja, busca-se sempre atingir o bem-comum. 
Diante destas premissas,analisam-se as principais normas 
constitucionais referentes aos Poderes: Legislativo, Executivo e Judi-
ciário para poder ser compreendida qual a essência e função que cada 
um ocupa na sociedade. 
Desde já, cumpre aludir que a palavra “Separação” não deve ser 
entendida em sua forma primária, que designa a compreensão de que os 
três poderes são totalmente independentes ou desassociados. Para que 
o Estado cumpra os fins a que se destinada, é necessário que suas fun-
ções sejam bem distribuídas, mas, nunca desconectadas entre si. Assim, 
denota-se que cada função estatal, de forma indireta ou em alguns casos 
direta, se complementam e garantem a harmonização do sistema. 
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INTRODUÇÃO: A SEPARAÇÃO DOS PODERES 
A letra do art. 2º da Constituição Federal de 1988, disciplina 
que: “São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o 
Legislativo, o Executivo e o Judiciário”. Neste intento, é sabido que o 
Brasil é uma República Federativa, em outras palavras isso significa 
que adotamos como forma de Governo a República e como forma de 
Estado o Federal. Assim, para que a Constituição Federal e demais nor-
mas jurídicas sejam cumpridas, é necessário o trabalho coordenado do 
Estado em vários aspectos. 
A Carta Magna, no Título IV “Da Organização dos Poderes”, 
institui e estabelece entre os poderes: Legislativo, Executivo e Judiciá-
rio, diversos deveres, assim como, procedimentos e prerrogativas.
O PODER LEGISLATIVO
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A “Separação dos Poderes” é matéria cujo conteúdo é 
imutável, ou seja, é uma das hipóteses de cláusula pétrea: Art. 60, 
§ 4º, inciso III da Constituição Federal de 1988.
Contudo, é importante esclarecer que a divisão de poderes, não 
significa dizer que existe mais de um poder do Estado em si, ao contrário, 
cuida-se de uma divisão funcional do poder político do Estado por meio da 
qual será destinada a cada órgão uma função governamental essencial. 
 Neste sentido, Pinho (2016, p. 117) “O fundamento da Separa-
ção de Poderes é evitar a concentração nas mãos de uma só pessoa, o 
que gera situações de abuso de poder”. 
No mais, de acordo com Bastos (2010, p. 339): 
Vale, entretanto, notar que, qualquer que seja a forma ou o conteúdo dos atos do 
Estado, eles são sempre fruto de um mesmo poder. Daí ser incorreto afirmar-se 
a tripartição de poderes estatais, a tomar essa expressão ao pé da letra. É que 
o poder é sempre um só, qualquer que seja a forma por ele assumida. Todas as 
manifestações de vontade emanadas em nome do Estado reportam-se sempre 
a um querer único que é o próprio das organizações políticas estatais.
Em termos históricos, cita-se Aristóteles e Montesquieu como 
os principais propulsores da teoria da separação dos poderes, Lenza 
(2022, p. 842) salienta que: “As primeiras bases teóricas para a "Tripar-
tição de Poderes” foram lançadas na Antiguidade grega por Aristóteles, 
em sua obra Política, em que o pensador vislumbrava a existência de 
três funções distintas”. 
Quanto a teoria aristotélica, explica Bastos (2010, p. 340-341): 
“para muitos autores, Aristóteles teria sido o primeiro a isolar, no funcio-
namento do complexo estatal, três tipos de atos: deliberações sobre os 
assuntos de interesse comum, organização de cargos e magistraturas e 
atos judiciais”. Contudo, segundo o autor, a contribuição de Aristóteles é 
relativa, visto que, sua descoberta não teve influência na vida política à 
época, sendo que, Montesquieu em sua obra “O espírito das leis”, aper-
feiçoou a teoria, o qual “De forma translúcida, afirmou que a tais funções 
devem corresponder órgãos distintos e autônomos”.
Sobre Montesquieu, Lenza (2022, p.843) esclarece que: 
O grande avanço trazido por Montesquieu não foi a identificação do exercício 
de três funções estatais. De fato, partindo desse pressuposto aristotélico, 
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o grande pensador francês inovou dizendo que tais funções estariam inti-
mamente conectadas a três órgãos distintos, autônomos e independentes 
entre si. Cada função corresponderia a um órgão, não mais se concentrando 
nas mãos únicas do soberano. Essa teoria surge em contraposição ao Ab-
solutismo, servindo de base estrutural para o desenvolvimento de diversos 
movimentos, como as revoluções americana e francesa, caracterizando-se, 
na Declaração Francesa dos Direitos do Homem e do Cidadão, em seu art. 
16, como verdadeiro dogma constitucional. 
Porém, importa esclarecer que de acordo com Lenza (2022, p. 
843-844) a teoria da “Separação de Poderes”, não se trata da invenção 
de um ou algum homem em si, ela foi fruto de anos de evolução, inclu-
sive do “Resultado empírico da evolução constitucional inglesa, qual a 
consagrou o Bill of Rights de 1689”, impondo um compromisso de divi-
são do poder entre autoridade real e parlamento. 
Em conclusão, Pinho (2016, p. 117), alega que “A passagem do 
Estado absolutista para o Estado Liberal caracterizou-se justamente pela 
Separação de Poderes e pelo reconhecimento de direitos individuais”, 
salienta-se neste rumo que “A Separação de Poderes e a garantia de di-
reitos individuais estão ligadas à própria origem do direito constitucional”. 
No mais, em análise primária, o termo “separação de poderes” 
pode acarretar a errônea impressão de que, a independência de cada 
órgão gere atividades totalmente dissociadas. Contudo, ao contrário do 
que a expressão por si só leva a crer, há um sistema de interferência 
entre um poder e outro, em outras palavras, existe um controle do exer-
cício de cada poder reciprocamente entre eles. 
Intitulado como “checks and balances”, que é um mecanismo 
que visa garantir o equilíbrio e a harmonia entre os poderes, por meio 
do estabelecimento de controles recíprocos, admite-se, portanto, inter-
ferências de um poder sobre o outro, conforme os limites determinados 
na norma constitucional. Frisa-se que não se trata de subordinação, 
apenas mecanismos limitados que propiciam equilíbrio para realização 
do bem comum. (PINHO, 2016, p. 438). 
Como exemplo, do sistema de pesos e contrapesos, é possí-
vel demonstrar vários artigos da Constituição Federal de 1988, dentre 
estes, destaca-se neste estudo, o art. 62 que possibilita o Executivo 
editar medidas provisórias com força de lei; os artigos 97, 102, I, alínea 
a; e 125, § 2º, que permite aos juízes e tribunais realizar o controle 
de constitucionalidade dos atos normativos do Legislativo, assim como, 
dos Atos Administrativos do Executivo; como interferência do Executivo 
no Poder Judiciário, denota-se a nomeação dos Ministros dos Tribunais 
Superiores. (PINHO, 2016, p. 117)
Desta maneira, os órgãos, poderão, segundo a norma, realizar 
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funções típicas, que são aquelas inerentes a sua natureza, assim como, 
funções atípicas que são inerentes à natureza de outros órgãos. Ou-
trossim, dividem-se os poderes políticos, quanto sua função e quanto a 
seu órgão, o que acaba por gerar especialização e independência com 
os demais poderes. 
a) Poder: uno indivisível e indelegável, um atributo do Es-
tado que emana do povo.
b) Função: “a função constitui, pois, um modo particular e 
caracterizado de o Estado manifestar a sua vontade”; e por último. 
c) Órgão: os órgãos são, em consequência, os instrumentos 
de que se vale o Estado para exercitar suas funções, descritas na 
Constituição, cuja eficácia é assegurada pelo Poder que a embasa.
Art. 44: O “Poder” Legislativo (função) é exercido pelo 
Congresso Nacional (órgão), que se compõe da Câmara dos Depu-
tados e do Senado Federal.
 Art. 76: O “Poder” Executivo (função) é exercido pelo Pre-
sidente da República (órgão), auxiliado pelos Ministros de Estado.
Art. 92: São Órgãos do “Poder” Judiciário (função): I— o 
Supremo Tribunal Federal; I- A — o Conselho Nacional de Justiça; 
II — o Superior Tribunal de Justiça; III — os Tribunais Regionais 
Federais e Juízes Federais; IV — os Tribunais e Juízes do Trabalho; 
V — os Tribunais e Juízes Eleitorais; VI — os Tribunais e Juízes 
Militares; VII — os Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito Fe-
deral e Territórios (órgãos). (LENZA, 2022, p. 849-850)
PODER LEGISLATIVO 
Versa o art. 44 da Constituição Federal de 1988 que “O Poder 
Legislativo é exercido pelo Congresso Nacional, que se compõe de Câ-
mara dos Deputados e do Senado Federal” sendo que, de acordo com 
o parágrafo único “Cada legislatura terá a duração de quatro anos”. 
A principal função do legislativo é a elaboração de leis, atos 
normativos, em geral, e fiscalização contábil, financeira, orçamentaria, 
operacional e patrimonial do Poder Executivo. 
 Ademais, nos informa o art. 44 que o Brasil adotou para o 
procedimento legislativo o Sistema Bicameral, ou seja, o Congresso Na-
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cional possui duas Casas: Senado Federal e a Câmara dos Deputados.
 Ferreira Filha (2020, p. 169) diz que “A regra comum é o bica-
meralismo, isto é, a existência de duas Câmara que, em pé de igualdade 
ou não, participam do desempenho das tarefas ordinariamente confiadas 
ao Legislativo.” É da tradição constitucional brasileira a organização do 
Poder Legislativo em dois ramos, salvo as limitações contidas nas Cons-
tituições de 1934 e 1937, que tenderam para o Unicameralismo, sistema 
segundo o qual o Poder Legislativo é exercido por uma única câmara, 
sendo que, no Brasil, não há sistema de predominância entre uma Casa 
e outra. Entretanto, observa-se que a Câmara dos Deputados goza de 
certa primazia relativamente à iniciativa legislativa, pois é perante ela que 
o Presidente da República, o Supremo Tribunal Federal, o Superior Tri-
bunal de Justiça e os cidadãos promovem a iniciativa do processo de 
elaboração das leis, art. 61, § 2º, e 64. (SILVA, 2022, p. 509-510).
Sobre o sistema bicameral, Pinho (2016, p. 123), alega que 
especificadamente: “A partir da primeira Constituição Republicana, em 
1891, adotamos o bicameralismo, de acordo com o modelo norte-ame-
ricano”, ou seja, a Câmara dos Deputados representa o povo, e o Se-
nado Federal, por conseguinte, representa os Estados. Ainda, observa 
o autor que, no Brasil, a arquitetura da cidade de Brasília, representa o 
sistema bicameral, em que o prédio do Congresso Nacional “É formado 
por duas cúpulas distintas, uma voltada para baixo, local de reflexão 
da autonomia política dos Estados-Membros da Federação” e “A outra 
voltada para cima, aberta aos clamores populares”. 
 Na época do Império, apesar do caráter unitário do Estado 
brasileiro, já adotávamos o Bicameralismo, pois o Poder Legislati-
vo era composto de duas Casas Legislativas: o Senado, integrado 
por membros vitalícios escolhidos pelo Imperador dentro de lis-
ta tríplice formada em cada província, e a Câmara, composta por 
representantes eleitos. A outra forma de bicameralismo existente 
é o Aristocrático, adotado na Inglaterra, onde a Câmara Alta, dos 
Lordes, é integrada pelos nobres, e a Câmara Baixa, dos Comuns, 
é composta pelos representantes do povo. (PINHO, 2016, p. 123).
Por outro aspecto, é importante lembrar que sendo o Brasil um 
Estado Federado, constitui o Poder Legislativo nos âmbitos: Federal, 
Estadual, Distrital e Municipal. 
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Quanto a isto, há de se esclarecer que no presente trabalho, 
foca-se na esfera federal. Contudo, é válido em breve alusão citar que, 
excluindo o poder legislativo federal, como citado acima, os demais po-
deres legislativos constituem-se de forma unicameral, ou seja, possuem 
apenas uma Casa Legislativa, têm-se, portanto: 
- Estados: Assembleias Legislativas: Deputados Estaduais
- Distrito Federal: Câmaras Legislativas: Deputados Distritais 
- Municípios: Câmaras Municipais: Vereadores.
Sobre o Poder Legislativo dos Estados Federados, Muni-
cípios e do Distrito Federal, leia-se, respectivamente: arts. 25 a 28; 
arts. 29 a 31; e arts. 32 e 33, todos da Constituição Federal de 1988.
Congresso Nacional 
Com foco no poder legislativo federal, verifica-se que o Con-
gresso Nacional, conforme dita o art. 44 da CF/88, é o titular do Poder 
Legislativo, este o exerce através da Câmara dos Deputados (deputa-
dos federais) e do Senado Federal (senadores).
Quanto a função, denota-se que o Congresso Nacional realiza 
duas funções típicas: a Legislativa e a Fiscalizatória, dentre destas, a 
de realizar o controle externo da Administração Pública Direta e Indireta. 
Para tanto, possui atribuições que são exercidas sob a san-
ção do Presidente da República, e competências exclusivas, conforme, 
prescreve o art. 48 a 50 e 70 a 73, da Constituição Federal. 
Destaca-se que as duas funções típicas do Poder Legislativo, 
não possuem hierarquia, ou seja, não há relação de subordinação entre 
elas. (SILVA, 2022, p. 440).
A Câmara dos Deputados, de acordo com o art. 45 da Constitui-
ção Federal, é formada pelos: “Representantes do povo, eleitos, pelo siste-
ma proporcional, em cada Estado, em cada Território e no Distrito Federal”. 
 Cada Estado possui assegurado o número mínimo de oito e o 
número máximo de setenta Deputados Federais, tendo para cada Terri-
tório, o número fixo de quatro.
Ademais, o sistema de representação de cada partido “É pro-
porcional ao número de votos obtido nas eleições”. 
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A Constituição foi explícita ao determinar que a lei complementar deverá es-
tabelecer não apenas o número total de deputados federais no caso, como 
citado, fixado em 513, como, também, a representação por Estado e pelo 
DF. Ocorre que a LC n. 78/93, ao disciplinar o assunto, em seu art. 1.º, pa-
rágrafo único, delegou a segunda obrigação fixação da representação por 
Estado e pelo DF ao TSE. O STF entendeu essa delegação como incons-
titucional. Trata-se de critério envolvendo juízo de valor a ser determinado 
necessariamente pelo Parlamento, não se admitindo a transferência dessa 
atribuição para o TSE ou para qualquer outro órgão. Na mesma assentada, 
por conseguinte, os Ministros declararam a inconstitucionalidade da Res. n. 
23.389/2013 do TSE que disciplinava o tamanho das bancadas para cada 
Estado e para o DF. (LENZA, 2022, p. 872-873).
O Sistema Proporcional é aplicado nas eleições de Depu-
tados Federais, Deputados Estaduais e Vereadores. 
Nas palavras de Pinho (2016, p. 127): “Pelo sistema pro-
porcional são eleitos candidatos ao órgão colegiado conforme a 
quantidade de votos obtidos pelo partido ou coligação partidária. 
É o sistema geralmente adotado para a representação no Poder 
Legislativo, por possibilitar a expressão política das minorias. É 
utilizado no Brasil o sistema proporcional, com lista aberta e uni-
nominal para a eleição de Deputados Federais art. 45, Deputados 
Estaduais art. 27, § 1º e Vereadores art. 29, IV.”
Neste sentido, atente-se para fidelidade partidária.
Por conseguinte, o Senado Federal, nos termos do art. 46 da 
Constituição Federal, é composto pelos representantes dos Estados e 
do Distrito Federal, ressalta-se, portanto, a dogmática federalista ado-
tada pelo Brasil, eleitos de forma majoritária, sendo atribuído três se-
nadores para cada Estado e para o Distrito Federal, dos quais, terão 
o mandato de oito anos, cuja renovação se dará de maneira alternada 
a cada quatro anos, por 1/3 e 2/3. Citado artigo, ainda, designa que os 
senadores serão eleitos cada um, com dois suplentes. 
No mais, explica Pinho (2016, p. 125) que quanto a represen-
tação do Senado Federal: “Em razão de sua finalidade constitucional, 
todos os Estados-Membros da Federação possuem igual número de re-
presentantes. Como o Brasil é composto de vinte e seis Estados-Mem-
bros e do Distrito Federal, são oitenta e umSenadores”.
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Os Senadores são eleitos pelo Sistema Majoritário Sim-
ples, também aplicado para os Prefeitos com até 200.000 eleitores. 
Vence o candidato com maior número de votos nas elei-
ções, excluídos votos em branco e nulos. 
De acordo com os ensinamentos de Pinho (2016, p. 127): 
“No Sistema Majoritário Simples, a eleição realiza-se em um único 
turno, bastando à maioria relativa para a escolha do representante 
da vontade popular. No Brasil, é adotado para a eleição de Senado-
res e Prefeitos e Vice-Prefeitos nos Municípios com duzentos mil 
ou menos eleitores, arts. 46 e 29, II, CF.”
Ademais, observar-se que as eleições de Presidente da 
República, Governador e Prefeitos de Municípios com mais de 
200.000 eleitores, aplica-se o sistema majoritário absoluto ou tam-
bém chamado “majoritário por maioria absoluta” dois turnos. En-
sina Pinho (2016, p. 127) que: “É eleito o candidato que obtiver os 
votos de mais da metade do eleitorado. São computados somente 
os votos válidos. Votos válidos são considerados os dados para os 
candidatos, excluindo-se os votos nulos e em branco, art. 77, § 2º, 
CF. Caso nenhum candidato obtenha esta maioria em uma primeira 
votação, realiza-se um segundo turno somente com os dois candi-
datos mais votados. Não há necessidade de realizar sempre dois 
turnos, pois o candidato pode obter a aprovação por mais da me-
tade dos votos válidos já na primeira votação. No Brasil é utilizado 
para a eleição do Presidente e Vice-Presidente da República, dos 
Governadores e Vice-Governadores dos Estados e dos Prefeitos e 
Vice-Prefeitos nos Municípios com mais de duzentos mil eleitores, 
arts. 77 e seus parágrafos, 28 e 29, II. CF”.
Competências e Atribuições 
Na seara das competências e atribuições do Congresso Nacio-
nal, destaca-se segundo as palavras de Pinho (2016, p. 129-130) que 
conforme a doutrina de José Afonso da Silva, a classificação de tais 
atribuições, consistem em cinco grandes grupos. 
I – Legislativa, que é a principal atribuição, ou seja, sua função 
típica é: “é legislar, elaborar, discutir e aprovar projetos de leis, sujeitos 
à sanção ou veto do Presidente da República, em todas as matérias de 
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competência legislativa da União”. Assim, denota-se que o art. 48 da 
Constituição Federal não possui rol taxativo, tendo em vista que o caput 
do próprio artigo, atribui competência legislativa para dispor sobre todas 
as matérias de competência da União, ou seja, em geral, tendo especi-
ficado as determinadas em seus incisos. 
II - Fiscalização e controle, que consiste em “fiscalizar e contro-
lar os atos do Poder Executivo, incluídos os da Administração Indireta, 
art. 49, X, CF”. 
III - Julgamento de crimes de responsabilidade, ou seja, ao 
Congresso, cabe julgar o Presidente da República e outras altas autori-
dades federais pela prática de crimes de responsabilidade. 
IV – Constituintes, pois é atribuído ao Congresso Nacional a 
aprovação de emendas à Constituição, cujo procedimento é previsto no 
art. 60 da Carta Magna. 
E por último, V - Deliberativas, em que se tratam de atribuição 
que “São de competência exclusiva do Congresso Nacional, não sujei-
tas à sanção ou veto do Presidente da República, arts. 49, 51 e 52, CF. 
Essas deliberações, de caráter concreto, são feitas por resolução ou 
decreto legislativo”. 
Ademais, ainda no plano das competências e atribuições, ver-
sa o art. 51 em seus incisos (I a V) que detém de forma privada (exclusi-
va) a Câmara dos Deputados, a prerrogativa de realizar atos como: au-
torização, por 2/3 de seus membros, a instauração de processo contra o 
Presidente e o Vice-Presidente da República e os Ministros de Estado; 
proceder à tomada de contas do Presidente da República, quando estas 
não forem apresentadas ao Congresso Nacional dentro de 60 dias após 
a abertura da sessão legislativa e eleger membros do Conselho da Re-
pública, nos termos do art. 89, VII. 
Do mesmo modo, o art. 52, estabelece as competências priva-
tivas do Senado Federal, entre elas: processar e julgar o Presidente e 
o Vice-Presidente da República nos crimes de responsabilidade, bem 
como os Ministros do Supremo Tribunal Federal, os membros do Conse-
lho Nacional de Justiça e do Conselho Nacional do Ministério Público, o 
Procurador-Geral da República e o Advogado-Geral da União inciso I e 
II; autorizar operações externas de natureza financeira, de interesse da 
União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios 
inciso V; dispor sobre limites e condições para a concessão de garantia 
da União em operações de crédito externo e interno inciso VIII; suspen-
der a execução, no todo ou em parte, de lei declarada inconstitucional por 
decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal inciso X, dentre outras. 
Isto posto, com a leitura conjunta dos arts. 51, III e IV e 52, XII 
e XIII da Constituição Federal, compreende-se que diante da indepen-
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dencia do Congresso Nacional e suas respectivas Casas, Câmara dos 
Deputados e Senado Federal, há também a atribuição de auto-organiza-
ção, ou seja, elabora-se regimento interno, organiza-se serviços internos 
e mediante iniciativa de lei fixa-se a remuneração de seus servidores. 
Mesas Diretoras e Comissões
Outro aspecto que merece destaque são as “Mesas Direto-
ras” que em outras palavras nada mais são do que, órgãos de direção 
do Congresso Nacional. Não trata-se de um organismo per se stante; 
não existe por si. Se constitui de membros das Mesas do Senado e da 
Câmara, tem como função essencial dirigir os trabalhos do Congresso 
Nacional quando suas Casas se reúnem em sessão conjunta. (SILVA, 
2022, p. 513). De acordo com a Carta Magna: 
Art. 57
§ 4º Cada uma das Casas reunir-se-á em sessões preparatórias, a partir de 
1º de fevereiro, no primeiro ano da legislatura, para a posse de seus membros 
e eleição das respectivas Mesas, para mandato de 2 (dois) anos, vedada a 
recondução para o mesmo cargo na eleição imediatamente subsequente. 
§ 5º A Mesa do Congresso Nacional será presidida pelo Presidente do Se-
nado Federal, e os demais cargos serão exercidos, alternadamente, pelos 
ocupantes de cargos equivalentes na Câmara dos Deputados e no Senado 
Federal.
Art. 58
§ 1º Na constituição das Mesas e de cada Comissão, é assegurada, tanto 
quanto possível, a representação proporcional dos partidos ou dos blocos 
parlamentares que participam da respectiva Casa. (BRASIL, 1988)
Uma legislatura, conforme versa o art. 44, § único, tem du-
ração de 4 anos, coincide com o mandato dos Deputados Federais. 
Explica Pinho (2016, p. 127) que: “Cada legislatura é dividi-
da em quatro sessões legislativas ordinárias. Estas são as realiza-
das no período normal de trabalho. Por sua vez, são subdivididas 
em dois períodos legislativos, o primeiro de 2 de fevereiro a 17 de 
julho e o segundo de 1º de agosto a 22 de dezembro, art. 57, CF. 
Contudo, a sessão legislativa não se interrompe antes da aprova-
ção do projeto de lei de diretrizes orçamentárias, art. 57, § 2º, CF. O 
recesso parlamentar é justamente o espaço de tempo entre esses 
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períodos legislativos, quando o Congresso Nacional deixa de fun-
cionar, salvo se for convocado extraordinariamente, período de 18 
a 31 de julho e 23 de dezembro a 1º de fevereiro”. 
No mais, é importante salientar que dentro de uma legisla-
tura, os congressistas poderão reunir-se em:
Sessão conjunta: reunião simultânea das Casas legislati-
vas, para deliberação independente apuram-se votos em cada Casa, 
suas hipóteses são previstas no art. 57, § 3º e art. 166 da CF/88. 
Obs.: não confundir com Sessão Unicameral (Art. 3º-ADCT 
- Revisão da Constituição) em que as Casas Legislativas votaram 
em conjunto. 
Sessão Preparatória: (art. 57, § 4º)Sessão Ordinária: (art. 57, caput).
Sessão Extraordinária: (art. 57, § 6º).
Ademais, é válido lembrar: o Poder Legislativo é compos-
to por três órgãos deliberativos: Câmara dos Deputados, Senado 
Federal e Congresso Nacional, este último se manifesta quando 
necessário à votação de forma única.
Continuando no plano organizacional do Congresso Nacional, 
encontra-se disciplinado na Carta Magna, a instituição de “Comissões”, 
que de acordo com os ensinamentos de José Afonso da Silva (2022, 
p. 513-514) são “Organismos constituídos em cada Câmara, composto 
de número geralmente restrito de membros, encarregados de estudar 
e examinar as proposições legislativas e apresentar pareceres”. Ade-
mais, Bastos (2010, p. 351), leciona que: “É normal os legislativos, além 
dos plenários, atuarem através de Comissões, isto é, de grupos meno-
res de parlamentares. As comissões são, na verdade, uma exigência 
para o bom desempenho dos parlamentares”. 
O art. 58, caput, da CF/88, determina que o Congresso Nacio-
nal, assim como suas Casas, terão as comissões permanentes e tempo-
rárias, que se regem pelo respectivo regimento ou ato de criação. Assim 
como nas mesas, assegura-se a representação proporcional dos partidos 
ou blocos parlamentares, sendo que, em razão da matéria, possui com-
petências como discutir e votar projeto de lei que dispensar, na forma 
do regimento, a competência do Plenário (inciso I); realizar audiências 
públicas com entidades da sociedade civil (inciso II); convocar Ministros 
de Estado para prestar informações sobre assunto inerente à atribuição 
(inciso III); receber petições, reclamações, representações ou queixas de 
qualquer pessoa contra atos ou omissões das autoridades, ou entidades 
públicas (inciso IV); solicitar depoimento de qualquer autoridade e cida-
dão (inciso V) e apreciar e emitir parecer de programas de obras e planos 
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nacionais, regionais e setoriais de desenvolvimento (inciso VI). 
Deste modo, atuam as comissões de forma interna e externa, 
relacionando-se com a sociedade civil. 
Dividem-se as comissões em “Comissões Permanentes” ins-
tituídas em razão da matéria art. 58, CF; “Comissões Temporárias ou 
Especiais” instituídas em razão de determinada finalidade extinguindo-
-se ao final desta art. 58, CF; “Comissão Mista” que se compõe por 
membros da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, conforme 
estabelece a Carta Magna, a Comissão Mista de Orçamento, com im-
portantes atribuições art. 166, § 1º, CF e a “Comissão Representativa”, 
formada para representação do Congresso Nacional, no período de re-
cesso parlamentar, eleita por suas Casas na última sessão ordinária do 
período legislativo, cuja composição deverá reproduzir, quanto possível, 
a proporcionalidade da representação partidária art. 58, § 4º, CF. 
Destaca-se a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) previs-
ta no § 3º do art. 58 da CF/88, também disciplinada pela Lei n.º 1.579 de 
1952 e regimento interno de cada Casa, exalta a função fiscalizadora do 
legislativo, ou seja, a aplicação de um controle político-administrativo. 
Em termos práticos, produz inquérito legislativo e possui fun-
ção investigatória.
Será instituída mediante requerimento de 1/3 dos membros da 
Câmara dos Deputados e do Senado, que a criaram, separada ou con-
juntamente, a fim de que se apure fato determinado e com prazo certo. 
Possui poderes de investigação próprios das autoridades judiciais. Con-
cluindo-se se for o caso, encaminha-se ao Ministério Público para que 
este promova a responsabilidade civil e criminal dos infratores. 
Poderá a CPI, diante de um mesmo fato, ser criada na Câmara 
dos Deputados, no Senado Federal ou em conjunto Comissão Parla-
mentar Mista de Inquérito (CPMI), inclusive, poderá a investigação ser 
conduzida pelo Judiciário e até por outros órgãos e outros entes federa-
tivos nos limites de sua competência. (LENZA, 2022, p. 897). 
Ademais, quanto aos poderes de investigação de uma CPI, 
respeitados os limites constitucionais, às CPIs competem: convocar 
particulares e autoridades públicas para depor, vedada a condução co-
ercitiva do indiciado; realizar perícias e exames necessários; determinar 
a quebra dos sigilos bancário, fiscal e telefônico.
Não confundir quebra de sigilo telefônico com intercepta-
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ção telefônica, esta última, não poderá ser determinada em uma 
CPI ante a reserva constitucional de jurisdição.
Assim, dentre as proibições conferidas ao poder fiscalizatório de 
uma CPI, destaca-se que não exerce a CPI funções exclusivas do Poder 
Judiciário, como por exemplo, a prisão, salvo flagrante art. 5º, LXI, CF; a 
busca domiciliar art. 5º, XI, CF e a interceptação ou escuta telefônica art. 
5º, XII, CF, do mesmo modo, não pode a CPI adotar nenhuma medida 
assecuratória real ou restritiva do jus libertatis, incluindo-se apreensão ou 
sequestro, por exemplo. Ademais, o Supremo Tribunal Federal entendeu 
que a CPI não poderá acessar informações resguardadas pelo sigilo judi-
cial informativo STF, n.º 515. (PINHO, 2016, p. 134-135). 
Prerrogativas, Incompatibilidades e Impedimentos
Avançando o estudo, salienta-se a importância do Estatuto dos 
Congressistas, para que se preserve o livre exercício das funções dos 
membros do poder legislativo, a Constituição Federal, estabelece, de-
terminadas garantias. 
Tais prerrogativas possuem a função de garantir ao parlamen-
tar sua livre atuação, deste modo, subsistem inclusive ao estado de 
sítio, ocorrendo a suspensão, apenas mediante voto de 2/3 dos mem-
bros da Casa respectiva, nos casos de atos praticados fora do recinto 
do Congresso Nacional e que sejam incompatíveis com a execução da 
medida, conforme estabelece o art. 53, § 8º da Constituição Federal. 
Art. 53. Os Deputados e Senadores são invioláveis, civil e penalmente, por 
quaisquer de suas opiniões, palavras e votos. 
§ 8º As imunidades de Deputados ou Senadores subsistirão durante o estado de 
sítio, só podendo ser suspensas mediante o voto de dois terços dos membros 
da Casa respectiva, nos casos de atos praticados fora do recinto do Congresso 
Nacional, que sejam incompatíveis com a execução da medida. (BRASIL, 1988)
Observa-se inicialmente que as Imunidades e Prerrogativas 
Parlamentares tratam-se apenas de garantias funcionais, portanto, não 
podem ser renunciadas. Desta forma, salienta-se que “por não se tratar 
de um privilégio pessoal, as prerrogativas previstas na Constituição não 
se estendem ao suplente”. (PINHO, 2016, p. 137). 
As Imunidades: a) Imunidade Material ou Inviolabilidade Parla-
mentar: os Deputados e Senadores são invioláveis, civil e penalmente, 
por quaisquer de suas opiniões, palavras e votos, art. 53, caput, CF; b) 
Imunidade Formal ou Processual quanto a prisão: do mesmo modo, só 
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poderão ser presos no caso de crime inafiançável, devendo os autos 
serem remetidos dentro de 24 horas à Casa respectiva para que os 
membros por voto da maioria resolva sobre a prisão art. 53, § 2º, CF.
Prisão em caso de sentença judicial transitada em julgado 
(STF): evoluindo a decisão proferida no julgamento do “mensa-
lão”, AP 470 (decisões em 17 e 21.12.2012), pela qual se reconhe-
cia a perda automática do mandato (art. 15, III), o STF, em momento 
seguinte (08.08.2013), no julgamento da AP 565, passou a estabe-
lecer que a perda do mandato de parlamentar condenado não é 
automática, devendo ser observada a regra do art. 55, § 2.º, CF/88 
(LENZA, 2022, p. 927).
Em sequência, tem-se a c) Imunidade Formal e Processual 
quanto ao processo: deve o Supremo Tribunal Federal, após recebida 
denúncia contra um congressista, dar ciência à casa respectiva, que, 
mediante votação com maioria absoluta de seus membros, decidirá 
quanto a sustação ou andamento da ação, sendo que o pedido de sus-
tação será apresentado no prazo de 45 dias dorecebimento da Mesa 
Diretora, sendo que, a sustação do processo suspenderá a prescrição, 
enquanto durar o mandato art. 53, §§ 3º e 4º, CF. 
Ainda, como prerrogativa, tem-se o Foro Privilegiado por Prer-
rogativa de Função, após a diplomação submetem-se os congressistas 
à jurisdição do Supremo Tribunal Federal, art. 53, § 1º, CF.
Por fim, dentre outras prerrogativas encontram-se: o Sigilo da 
Fonte, que garante o direito dos congressistas não se submeterem a 
testemunhar sobre informações recebidas ou prestadas em razão do 
exercício do mandato; assim como, sobre as pessoas que lhes confia-
ram ou receberam a informação art. 53, § 6º, CF; e a Prévia Licença 
para que os congressistas, mesmo que militares às Forças Armadas 
vinculada a Casa respectiva art. 53, § 7º, CF. 
Entretanto, não é apenas através de imunidades e prerrogati-
vas que o parlamentar realiza as funções inerentes ao cargo. 
Deste modo, a Constituição Federal, estabeleceu incompatibi-
lidades e impedimentos para os parlamentares, ou seja, determinados 
atos são incompatíveis com a atuação do parlamentar e com a mora-
lidade pública. Assim, de acordo com o art. 54 da Carta Magna, não 
poderão os Parlamentares: 
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I - Desde a expedição do diploma:
a) firmar ou manter contrato com pessoa jurídica de direito público, autarquia, 
empresa pública, sociedade de economia mista ou empresa concessionária 
de serviço público, salvo quando o contrato obedecer a cláusulas uniformes;
b) aceitar ou exercer cargo, função ou emprego remunerado, inclusive os de 
que sejam demissíveis "ad nutum", nas entidades constantes da alínea anterior;
II - Desde a posse:
a) ser proprietários, controladores ou diretores de empresa que goze de favor 
decorrente de contrato com pessoa jurídica de direito público, ou nela exer-
cer função remunerada;
b) ocupar cargo ou função de que sejam demissíveis "ad nutum", nas entida-
des referidas no inciso I, "a";
c) patrocinar causa em que seja interessada qualquer das entidades a que 
se refere o inciso I, "a";
d) ser titulares de mais de um cargo ou mandato público eletivo. (BRASIL, 1988)
Em outro prisma, ocorrerá a perda do mandato, quando, se-
gundo as palavras de Pinho (2016, p. 140) “O Deputado ou Senador 
que não se mostrar digno das relevantes funções para a qual foi eleito 
poderá perder o cargo”. 
A Constituição Federal, estabelece rol taxativo sobre as hipó-
teses de perda de mandato, quais sejam: infringir qualquer dos impedi-
mentos previstos no art. 54 (inciso I, art. 55, CF); realizar procedimento 
incompatível com o decoro parlamentar, que de acordo com a Cons-
tituição, significa, abuso das prerrogativas asseguradas a membro do 
Congresso Nacional ou percepção de vantagens indevidas, além dos 
demais casos previstos no regimento interno (inciso II e § 1º); deixar de 
comparecer em sessão legislativa, à terça parte das sessões ordinárias 
da Casa a qual pertence, exceto licença ou missão autorizada por sua 
respectiva Casa (inciso III); perder ou tiver suspendidos seus direitos 
políticos (inciso IV); decretar a Justiça Eleitoral a perda do cargo, nos 
termos previstos na Constituição (inciso V); sofrer condenação criminal 
em sentença transitada em julgado (inciso VI). 
Para ocorrer a perda do mandato nas hipóteses dos incisos I, II 
e VI deverá ocorrer votação por maioria absoluta, mediante provocação 
da Mesa ou de partido político representado no Congresso Nacional, 
assegurada ampla defesa, art. 55, § 2º, ou seja, ocorrerá a cassação do 
mandato. Do mesmo modo, nas hipóteses dos incisos III a V, declara-se 
a perda pela Mesa da Casa respectiva, de ofício ou mediante provoca-
ção de qualquer de seus membros, ou de partido político com represen-
tação no Congresso, também assegurada ampla defesa, art. 55, § 3º, 
ou seja, extingue-se o mandato mediante declaração. 
Prescreve o § 4º do art. 55 da Constituição Federal que no 
caso do parlamentar renunciar o cargo em período que submetido ao 
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processo de perda do mandato, este terá seus efeitos suspensos até a 
deliberação final de acordo com o procedimento supracitado § 2º e § 3º. 
Por outro lado, no art. 56, garante a Constituição a manutenção 
do mandato, ao Deputado e Senador: investido no cargo de Ministro de Es-
tado, Governador de Território, Secretário de Estado, do Distrito Federal, de 
Território, de Prefeitura de Capital ou chefe de missão diplomática temporá-
ria (inciso I); licenciado pela respectiva Casa por motivo de doença, ou para 
tratar, sem remuneração, de interesse particular, desde que, neste caso, o 
afastamento não ultrapasse 120 dias por sessão legislativa (inciso II). 
Quanto a extensão das imunidades para as esferas: Distrital, Es-
tadual e Municipal, aplicam-se aos membros das Assembleias Legislativas 
dos Estados e da Câmara Legislativa do Distrito Federal as mesmas regras 
de inviolabilidade, imunidades, remuneração, perda de mandato, licença, 
impedimentos e incorporação às Forças Armadas estabelecidas para De-
putados e Senadores, em razão de expressa disposição constitucional 
arts. 27, § 1º, e 32, § 3º, CF. Para os Vereadores, a Constituição determina 
aplicação quanto as proibições e incompatibilidade previstas para os parla-
mentares, art. 29, IX, CF, contudo, não se estende prerrogativas, assegu-
rado ao legislativo municipal, apenas “Inviolabilidade dos Vereadores por 
suas opiniões, palavras e votos no exercício do mandato e na circunscrição 
do Município” CF, art. 29, VIII, CF. (PINHO, 2016, p. 141). 
PROCESSO LEGISLATIVO 
No roteiro de estudo do Poder Legislativo depara-se essen-
cialmente com o processo legislativo que se dispõe sobre diversos con-
ceitos e áreas do universo jurídico na produção de uma norma. Desta 
maneira, o presente estudo, a fim de evitar uma extensão de conteúdo 
exacerbada, focará nas características, conceitos e procedimentos fun-
damentais na compreensão do assunto em tela. 
O processo legislativo é o conjunto de atos, estabelecido juri-
dicamente, para que se realize a principal função do Poder Legislativo, 
qual seja: legislar. Trata-se de um mecanismo, que se diferencia do pro-
cedimento legislativo, que é a sucessão de atos para elaborar a norma. 
Trata-se do trâmite de criação da norma.
Conforme estabelece o artigo 1º, parágrafo único da Constitui-
ção Federal, o Brasil adota a forma indireta ou representativa. Assim, 
as leis são elaboradas por representantes do povo escolhidos mediante 
a eleição, especificamente dos Deputados, Senadores e Vereadores, 
contudo, em algumas situações, realiza-se o procedimento direto me-
diante referendo popular. 
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Nas palavras de Bastos (2010, p. 364): 
Entende-se por processo legislativo o conjunto de disposições constitucio-
nais que regula o procedimento a ser obedecido pelos órgãos competentes, 
na produção dos atos normativos que derivam diretamente da própria Cons-
tituição. É dizer, resultado do conjunto de normas que regula a produção, 
criação ou revogação de normas gerais. O processo legislativo estabelece 
quem participa, e como deve participar, na formação dos atos legislativos.
Sendo assim, o art. 59 da Constituição Federal de 1988 esta-
belece que:
O processo legislativo, compreende a elaboração de: 
I - emendas à Constituição; 
II - leis complementares; 
III - leis ordinárias; 
IV - leis delegadas; 
V - medidas provisórias; 
VI - decretos legislativos; 
VII – resoluções. (BRASIL, 1988)
É importante lembrar que “Não existe hierarquia entre as espé-
cies normativas elencadas no art. 59 da Constituição Federal. Com ex-
ceção das Emendas, as demais espécies se situam no mesmo plano”. 
(BASTOS, 2010, p. 355).
Existem, ainda, três espécies de procedimento legislativo que se 
dividem mediante a elaboração das espécies normativas, ou seja, o Ordi-
nário comum, que se designa as leis ordinárias;o Sumário, que se designa 
as leis ordinárias em caráter de urgência; e o Especial, que se refere a 
normas de conteúdo restrito, como as emendas constitucionais, leis com-
plementares, leis delegadas, medidas provisórias, decretos legislativos, re-
soluções e leis financeiras e orçamentárias. (PINHO, 2016, p. 155).
Procedimentos Legislativos
O Procedimento Legislativo Ordinário Federal designado à pro-
dução de leis ordinárias e ato legislativo típico, detém três fases, carac-
terizadas em: Introdutória, Constitutiva e Complementar, das quais se 
resumem nos seguintes atos: iniciativa, emendas, votação ou delibera-
ção, sanção ou veto; promulgação e por fim publicação. 
A Iniciativa consiste no ato que instaura, inicia o procedimen-
to legislativo com apresentação do projeto de lei, sendo que, “Não é 
propriamente uma fase do processo legislativo, mas, sim, o ato que o 
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desencadeia”, ou seja, “Juridicamente, a iniciativa é o ato por que se 
propõe a adoção de direito novo. Tal ato é uma declaração de vontade, 
que deve ser formulada por escrita e articulada” devendo se dirigir a 
autoridade competente. (FERREIRA FILHO, 2020, p. 191).
Não sendo observada a legitimidade da iniciativa, ocorrerá o 
vício formal na criação da lei. Ela poderá ser feita de forma: 
a) Concorrente, comum ou Geral: art. 61, caput. 
b) Privativa, Reservada ou Exclusiva: art. 61, § 1º; art. 93, art. 
96, II e art. 125, § 1º.
c) Popular: art. 61, § 2º e art. 29, XIII.
d) Conjunta: art. 61, § 1º, II, alíneas b e d; art. 127, § 2º e art. 
128, § 5º, todos da CF/88.
As Emendas são apresentadas pelos parlamentares para ocor-
rerem alterações no projeto de lei, ou seja, é ato de faculdade exclusiva 
dos parlamentares. Classificam-se em: aditivas que acrescenta; aglu-
tinativas que faz uma fusão entre emendas; modificativas (que altera); 
supressivas e substitutivas, apresenta-se outra proposição em substi-
tuição à original apresenta no projeto de lei. (PINHO, 2016, p. 158-159).
Existem ainda, as emendas de redação, ou seja, possuem 
como objetivo os vícios de linguagem, incorreções de técnica legislati-
va. (LENZA, 2022, p. 997).
A Votação ou Deliberação, normalmente, precede-se de discus-
sões e estudos técnicos e jurídicos desenvolvidos nas comissões do Con-
gresso Nacional e suas respectivas Casas. A votação ocorre em Plenário, e 
se o projeto de lei é aprovado, encaminha-se para sanção ou veto do Pre-
sidente da República. Ainda, conforme disciplina o art. 47; art. 69; art. 60, § 
2º, todos da Constituição Federal, o quórum de votação, respectivamente 
das leis ordinárias, que será por maioria simples, das leis complementares 
que ocorrerá por maioria absoluta e das emendas constitucionais que se 
dá por maioria qualificada de 3/5 dos votos. (PINHO, 2016, p. 159-160).
Por adotar o Sistema Bicameral, o Processo Legislativo 
Federal terá: Casa Iniciadora e a Casa Revisora a depender onde 
foi apresentado o Projeto de Lei.
Ao Presidente da República é conferida na forma de compe-
tência exclusiva a Sanção ou Veto do projeto de lei, conforme prescreve 
o art. 84, incisos IV e V da CF/88. 
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A Sanção, prevista no art. 66 da CF/88, é a aprovação do Chefe 
do Executivo ao projeto de lei a ele encaminhado para a devida aprecia-
ção. Assim, por meio da sanção, o projeto de lei que até então apenas 
possui a pretensão de se tornar ato normativo, de fato, se concretiza em 
lei. Através do ato de sanção, configura-se a harmonização política en-
tre Poder Legislativo com o Poder Executivo. (LENZA, 2022, p. 1000).
Quanto à forma, poderá ser expressa, ou seja, o Presidente da 
República se manifesta por escrito, no prazo de quinze dias úteis, assim 
como, poderá ser tácita quando decorre o prazo de quinze dias úteis, 
conforme prescreve o § 3º do art. 66 da CF/88. 
O Veto caracteriza-se no ato em que o Chefe do Executivo 
discorda do projeto de lei aprovado pelo Legislativo, ou seja, o veto se 
impõe sobre o projeto de lei, visto que quando se encaminha para apre-
ciação do Presidente da República, ainda não existe a lei propriamente 
dita. Para ser válido, o veto deverá ser, fundamentado, relativo, suspen-
sivo e irretratável. (LENZA, 2022, p. 1001-1002). 
 Ademais, a motivação poderá ser, jurídica, ou seja, considera-
-se o projeto de lei inconstitucional no todo ou em parte, art. 66, § 1º da 
CF ou político, quando o Presidente da República considera o projeto 
de lei contrário ao interesse público, art. 66, § 1º, CF. 
Os parágrafos 3º, 4º e 5º do art. 66, ainda estabelecem que, o 
veto será apreciado em sessão conjunta, dentro de trinta dias a contar 
de seu recebimento, só podendo ser rejeitado pelo voto da maioria ab-
soluta dos Deputados e Senadores. Assim, se o veto não for mantido, 
será o projeto enviado, para promulgação, ao Presidente da República 
e se esgotado sem deliberação o prazo estabelecido no § 4º, o veto 
será colocado na ordem do dia da sessão imediata, sobrestadas as 
demais proposições, até sua votação final. 
Após a sanção ou veto, o próximo passo, será a Promulgação, 
que é o ato pelo qual se certifica a lei. 
Para Bastos (2010, p. 366): “Via de regra, com a sanção há a 
conjugação das vontades do Congresso Nacional e do Presidente da 
República, para a formação da lei ordinária. Do ponto de vista substan-
cial, a lei já se encontra perfeita”. 
Ou seja, a lei já existe antes de ser promulgada, porém, para 
que ocorra seus efeitos a mesma dependerá de tal ato. Quanto a isso, 
versa o art. 66, § 7º da CF/88 que:
§ 7º Se a lei não for promulgada dentro de quarenta e oito horas pelo Pre-
sidente da República, nos casos dos § 3º e § 5º, o Presidente do Senado a 
promulgará, e, se este não o fizer em igual prazo, caberá ao Vice-Presidente 
do Senado fazê-lo. (BRASIL, 1988)
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Assim, devidamente promulgada, a lei será encaminhada para 
Publicação no Diário Oficial, que em outros termos significa dar conhe-
cimento geral do texto normativo. Salienta-se, que a publicação “É o ato 
pelo qual se leva ao conhecimento público a existência da lei. A partir da 
publicação a lei se torna exigível, obrigatória”. (BASTOS, 2010, p. 366).
Estabelecido os atos do processo legislativo, importam analisar 
o procedimento legislativo e suas três espécies. Inicialmente, estuda-se 
o procedimento legislativo ordinário. 
Disciplina o art. 65 da Constituição Federal que: 
O projeto de lei aprovado por uma Casa será revisto pela outra, em um só tur-
no de discussão e votação, e enviado à sanção ou promulgação, se a Casa 
revisora o aprovar, ou arquivado, se o rejeitar.
Parágrafo único. Sendo o projeto emendado, voltará à Casa iniciadora. 
(BRASIL, 1988) 
Ou seja, o projeto de lei poderá ser: 
- Aprovado sem emendas pela Casa revisora, em um só turno 
de discussão e votação e, portanto, logo será encaminhado para san-
ção ou veto do Presidente da República.
- Rejeitado pela Casa revisora, procedendo-se ao seu arquiva-
mento. 
Neste sentido, versa o art. 67 que a matéria constante do proje-
to de lei rejeitado “Somente poderá constituir objeto de novo projeto, na 
mesma sessão legislativa, mediante proposta da maioria absoluta dos 
membros de qualquer das Casas do Congresso Nacional”. 
- Aprovado com emendas pela Casa revisora. Neste caso, em 
particular, o projeto de lei deverá retornar a Casa iniciadora para apre-
ciação das emendas que se aprovadas, viabiliza-se o encaminhamento 
para as próximas etapas, sanção ou veto. Por outro lado, ocorrendo a 
rejeição as emendas, o projeto de lei original é que prevalecerá (PINHO, 
2016, p. 159).
Outra espécie de procedimento legislativo é o Procedimento 
Legislativo Sumário, também denominado abreviado ou em regime de 
urgência. 
O Presidente da República poderá solicitar urgência na apre-
ciação dos projetos de sua iniciativa. Dispõe o art. 64,§ 1º da Constitui-
ção Federal que: 
Art. 64. A discussão e votação dos projetos de lei de iniciativa do Presidente 
da República, do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores terão 
início na Câmara dos Deputados.
§ 1º - O Presidente da República poderá solicitar urgência para apreciação 
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de projetos de sua iniciativa. (BRASIL, 1988)
Nos termos do § 2º do citado art. 64, a Câmara dos Deputados 
e o Senado Federal devem manifestar-se, sucessivamente, no prazo 
de 45 dias sobre a proposição apresentada pelo Poder Executivo. As-
sim, se as Casas legislativas não se manifestarem, a proposição será 
incluída na ordem do dia de votação da Casa Legislativa onde o projeto 
de lei se encontra, sobrestando a deliberação sobre qualquer outro as-
sunto, até finalizar o processo de votação, exceto as que tenham prazo 
constitucional determinado. Consecutivamente, versa o § 3º art. 64 que 
apreciação das emendas aprovadas pelo Senado Federal deverá ocor-
rer pela Câmara dos Deputados no prazo de 10 dias. 
Por fim, diante da complexidade e extensão de conteúdo, den-
tre outras particularidades, veda-se tal procedimento aos projetos de 
códigos, conforme prescreve o § 4º do art. 64. 
Em sequência, observa-se o Procedimento Legislativo Especial. 
Este se caracteriza por ser aplicável a atos normativos de maior relevân-
cia sob o ponto de vista social, assim como, político-administrativo. 
As Emendas Constitucionais cujo procedimento está regulado 
no art. 60 da CF; as leis complementares que nos termos do art. 69 da 
CF “Serão aprovadas por maioria absoluta”; as leis delegadas, discipli-
nadas no art. 68 da CF; medidas provisórias especificamente previstas 
no art. 62 da CF; e as leis financeiras /orçamentárias que se referem ao 
plano plurianual, às diretrizes orçamentárias, ao orçamento anual e aos 
créditos adicionais, regulado no art. 166 da Carta Magna. 
Assim sendo, para encerrar o estudo do processo legislativo, 
necessário é a breve conceituação dos atos legislativos em espécie, 
disciplinados, no já citado art. 59 da Constituição Federal. 
As Emendas Constitucionais, tem seu procedimento legislativo 
disciplinado no art. 60 da CF. Este ato normativo tem caráter de extre-
ma importância dado que altera o próprio texto constitucional, em razão 
disso, observam-se as cláusulas pétreas que são limitações materiais 
(§ 4º, art. 60); limitações temporais (§ 5º, art. 60); limitações circunstan-
ciais § 3º, art. 60; para a aprovação da mesma. 
Seu procedimento se resume em, quanto a iniciativa, pos-
suem legitimidade para apresentar Proposta de Emenda Constitucional 
(PEC), no mínimo 1/3 dos membros da Câmara dos Deputados ou do 
Senado; o Presidente da República; e mais da metade das Assembleias 
Legislativas das unidades da Federação 14 no mínimo, manifestando-
-se, cada uma delas, por maioria simples. 
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Diante de interpretação sistemática da Constituição Fede-
ral, a corrente majoritária de doutrinadores considera que a leitura 
conjunta dos artigos 1º; 14 e 61, § 2º da Carta Magna são possíveis 
ter Proposta De Emenda Constitucional (PEC) de iniciativa popular, 
que deverá ser apresentada à Câmara dos Deputados com o projeto 
subscrito no mínimo 01% do eleitorado distribuídos em 05 Estados 
(no mínimo) com não menos de 3/10 dos eleitores de cada um deles.
Quanto a votação de uma emenda constitucional, tem-se o sis-
tema “2 Casas, 2 Turnos = 3/5 De Votos”, ou seja, após passar pela Co-
missão de Constituição e Justiça (CCJ) a PEC será discutida e votada 
primeiro na Casa de deliberação principal inicial em 2 turnos e após o 
mesmo ocorrerá na Casa de deliberação revisional, ambos, exigindo 3/5 
de votos dos membros das respectivas Casas. Ademais, não se exige 
sanção ou veto do Presidente da República, visto que o poder constituído 
de reforma constitucional é atribuído apenas ao Congresso Nacional. 
Atos Normativos 
As Leis Complementares são aquelas aprovadas por maioria 
absoluta em hipóteses designadas pela própria Constituição art. 69. O 
procedimento legislativo é o mesmo das leis ordinárias, o que a torna 
diferenciada é a exigência de aprovação por maioria absoluta. Da mes-
ma maneira, possui procedimento de alteração dificultado em relação à 
lei ordinária. (PINHO, 2016, p. 167-168). 
Sobre o assunto: 
(...) como o próprio nome diz, é aquele que completa a Constituição. O que 
significa completar a Constituição? Significa que, levando-se em conta o fato 
de nem todas as normas constitucionais terem o mesmo grau de aplicabili-
dade e a possibilidade de se tornarem imediatamente eficazes, demandam a 
superveniência de uma lei que lhes confira esses elementos faltantes. Dá-se 
o nome de lei complementar a essa norma que vem, na verdade, integrar a 
Constituição. (BASTOS, 2010, p. 356).
A Lei Ordinária resume-se em ato legislativo típico, seu conteúdo 
é residual, ou seja, o que não for matéria de lei complementar ou lei dele-
gada poderá ser matéria da lei ordinária. Seu procedimento legislativo está 
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disciplinado na regra geral dos arts. 61 a 66 da Constituição Federal, por 
maioria simples, de acordo com o art. 47 da CF. (PINHO, 2016, p. 170).
Nas palavras de Bastos (2010, p. 357):
A lei ordinária, ou simplesmente lei, é o ato normativo que edita normas ge-
rais e abstratas, ou seja, é o ato legislativo típico. É toda aquela que não traz 
o adjetivo “complementar” ou “delegado” e da qual não se exige a maioria 
absoluta para a sua aprovação.
Estabelecida no art. 68 da Constituição Federal, a Lei Delega-
da é o ato normativo realizado pelo Presidente da República, mediante 
autorização que, por certo, será concedida pelo Poder Legislativo Con-
gresso Nacional. Ou seja, “É uma norma com idêntica força hierárquica 
das leis comuns. A diferença que as separa reside, tão-somente, na 
autoridade que a elabora e promulga”, pois, “É editada pelo Presidente 
da República, por força de uma delegação que recebe do Congresso 
Nacional, que o habilita a fazer a lei, seguindo as diretrizes básicas 
constantes do ato de delegação”. (BASTOS, 2010, p. 362). 
Quanto à forma, dispõe o art. 68, § 2º da CF que: “A delegação 
ao Presidente da República terá a forma de resolução do Congresso 
Nacional, que especificará seu conteúdo e os termos de seu exercício”.
No mais, possuem vedações, conforme estabelece o § 1º (art. 
68): 
§ 1º Não serão objeto de delegação os atos de competência exclusiva do 
Congresso Nacional, os de competência privativa da Câmara dos Deputa-
dos ou do Senado Federal, a matéria reservada à lei complementar, nem a 
legislação sobre: 
I - Organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a carreira e a 
garantia de seus membros; 
II - Nacionalidade, cidadania, direitos individuais, políticos e eleitorais;
III - planos plurianuais, diretrizes orçamentárias e orçamentos.
O procedimento da lei delegada não exige sanção presidencial 
e poderá a resolução do Congresso sujeitar o projeto de lei delegada 
elaborado pelo Presidente da República à aprovação pelo Poder Le-
gislativo, em votação única, sendo vedada qualquer emenda, tudo isto, 
conforme prescreve o art. 68, § 3º. 
A Medida Provisória é um ato normativo, editado pelo Presi-
dente da República, com força de lei em caso de relevância e urgência e 
que deve ser submetido de forma imediata ao Congresso Nacional, nos 
termos do art. 62, caput, da CF/88 (PINHO, 2016, p. 171). Salienta-se 
que de acordo com o § 3º, se não forem convertidas em lei no prazo 
de 60 dias, prorrogável uma vez, por igual período, estas perderão sua 
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eficácia, excetuando-se as relações jurídicas constituídas e decorrentes 
de atos praticados durante sua vigência, assim como, se aprovado o 
projeto de lei ainda que não sancionado ouvetado (§§ 11 e 12). 
Vedam-se nas medidas provisórias matérias referentes: a Na-
cionalidade, Cidadania, Direitos Políticos, Partidos Políticos e Direito Elei-
toral; Direito Penal Processual Penal e Processual Civil; Organização do 
Poder Judiciário e do Ministério Público, a carreira e a garantia de seus 
membros, Planos Plurianuais, Diretrizes Orçamentárias, Orçamento e 
Créditos Adicionais e Suplementares ressalvados o previsto no art. 167, 
§ 3º; que vise à detenção ou sequestro de bens, de poupança popular ou 
qualquer outro ativo financeiro; reservada a lei complementar; e já disci-
plinada em projeto de lei aprovado pelo Congresso Nacional e pendente 
de sanção ou veto do Presidente da República art. 62, § 1º. 
O Decreto Legislativo é ato cuja competência é atribuída de 
forma exclusiva ao Congresso Nacional, a fim de que se cumpram as 
atribuições previstas no art. 49 da CF, ou seja, possuem, em sua maio-
ria, efeitos externos. (PINHO, 2016, p. 177).
As Resoluções, assim como os decretos legislativos, também são 
decorrentes da competência privativa do Congresso Nacional, e, por con-
seguinte, da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, destacam-se 
sobre elas, efeitos internos, visto que destinados a regular as competên-
cias das respectivas Casas Legislativas previstas, como, por exemplo, no 
art. 51, art. 52 e art. 68, todos da Constituição. (PINHO, 2016, p. 177).
FUNÇÃO FISCALIZATÓRIA DO PODER LEGISLATIVO 
A segunda função típica do Legislativo é a fiscalizatória. Ao Con-
gresso Nacional é atribuído o controle externo consistente na fiscalização 
contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da União e 
das entidades da administração direta e indireta. Tal fiscalização possui 
como objeto a: legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação das 
subvenções e renúncia de receitas, art. 70, caput, CF/88. Sobre o assun-
to, Ferreira Filho (2020, p. 160) elucida que tradicionalmente o Legislativo 
é o poder financeiro, ou seja, remontando à época medieval, competia às 
casas legislativas, autorizar a cobrança de tributos e consentir os gastos 
públicos, de modo que, em realidade a função legislativa apenas foi atri-
buída com o surgimento do Parlamento (Inglaterra). 
Desta forma, conforme determina o parágrafo único do art. 70: 
Prestará contas qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou privada, que 
utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e valores 
públicos ou pelos quais a União responda, ou que, em nome desta, assuma 
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obrigações de natureza pecuniária.
Isto posto, de acordo com os ensinamentos de Ferreira Filho 
(2020, p. 160), a existência dos Tribunais de Contas, ou seja, de órgãos 
especializados que fiscalizem a realização do orçamento e a aplicação 
das finanças públicas, se faz necessária não apenas no Brasil, que vale 
citar, já no Império tentara estabelecer um órgão com tal função. Ante o 
tema urge esclarecer ainda que foi o Governo Provisório em 1890 que 
foi criado o Tribunal de Contas. 
Ademais, trata-se de órgão independente e autônomo dos Po-
deres da República, tendo como função auxiliar o Poder Legislativo, os 
Tribunais de Contas servem como órgão orientador. 
Da mesma forma que no processo legislativo, com foco na 
União, é válido citar que, o Tribunal de Contas da União (TCU), exerce 
a função de auxiliar o Congresso Nacional na sua atividade fiscalizado-
ra, diante do que a Carta Magna lhe atribui as seguintes competências: 
Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido 
com o auxílio do Tribunal de Contas da União, ao qual compete:
I - apreciar as contas prestadas anualmente pelo Presidente da República, 
mediante parecer prévio que deverá ser elaborado em sessenta dias a contar 
de seu recebimento;
II - julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por dinhei-
ros, bens e valores públicos da administração direta e indireta incluída as 
fundações e sociedades instituídas e mantidas pelo Poder Público federal, e 
as contas daqueles que derem causa a perda, extravio ou outra irregularida-
de de que resulte prejuízo ao erário público;
III - apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de admissão de 
pessoal, a qualquer título, na administração direta e indireta, incluídas as fun-
dações instituídas e mantidas pelo Poder Público, excetuadas as nomeações 
para cargo de provimento em comissão, bem como a das concessões de 
aposentadorias, reformas e pensões, ressalvadas as melhorias posteriores 
que não alterem o fundamento legal do ato concessório;
IV - realizar, por iniciativa própria, da Câmara dos Deputados, do Senado 
Federal, de Comissão técnica ou de inquérito, inspeções e auditorias de 
natureza contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial, nas 
unidades administrativas dos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, e 
demais entidades referidas no inciso II;
V - fiscalizar as contas nacionais das empresas supranacionais de cujo capi-
tal social a União participe, de forma direta ou indireta, nos termos do tratado 
constitutivo;
VI - fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos repassados pela União me-
diante convênio, acordo, ajuste ou outros instrumentos congêneres, a Esta-
do, ao Distrito Federal ou a Município;
VII - prestar as informações solicitadas pelo Congresso Nacional, por qual-
quer de suas Casas, ou por qualquer das respectivas Comissões, sobre a 
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fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial e 
sobre resultados de auditorias e inspeções realizadas;
VIII - aplicar aos responsáveis, em caso de ilegalidade de despesa ou irre-
gularidade de contas, as sanções previstas em lei, que estabelecerá, entre 
outras cominações, multa proporcional ao dano causado ao erário;
IX - assinar prazo para que o órgão ou entidade adote as providências neces-
sárias ao exato cumprimento da lei, se verificada ilegalidade;
X - sustar se não atendido, a execução do ato impugnado, comunicando a 
decisão à Câmara dos Deputados e ao Senado Federal;
XI - representar ao Poder competente sobre irregularidades ou abusos apu-
rados.
Possui o TCU, tem sede no Distrito Federal, quadro próprio de 
pessoal e jurisdição em todo território nacional, portanto, possui autono-
mia funcional, administrativa, financeira e orçamentaria. 
Compõe-se por nove Ministros que serão nomeados dentre 
brasileiros que possuam mais de trinta e cinco e menos de sessenta e 
cinco anos de idade; idoneidade moral e reputação ilibada; notórios co-
nhecimentos jurídicos, contábeis, econômicos e financeiros ou de admi-
nistração pública; mais de dez anos de exercício de função ou de efetiva 
atividade profissional que exija os conhecimentos mencionados no inciso 
anterior. Ademais, será escolhido, um terço pelo Presidente da Repúbli-
ca, com aprovação do Senado Federal, sendo dois alternadamente den-
tre auditores e membros do Ministério Público junto ao Tribunal, indicados 
em lista tríplice pelo Tribunal, segundo os critérios de antiguidade e mere-
cimento e dois terços pelo Congresso Nacional, art. 73 da CF/88.
Os Ministros do Tribunal de Contas da União terão as mesmas 
garantias, prerrogativas, impedimentos, vencimentos e vantagens dos 
Ministros do Superior Tribunal de Justiça, art. 73, § 3º.
Estabelece a Constituição Federal o Controle Interno das 
Finanças Públicas – Art. 74. 
Ademais, quanto a fiscalização externa dos Poderes em 
âmbito Estadual e Municipal, atente-se para o disposto no artigo 31 
e no artigo 75, ambos da Constituição Federal.
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QUESTÕES DE CONCURSOS
QUESTÃO 01
Ano: 2023 Banca: FUMARC Órgão: AL-MG Prova: Técnico de Apoio 
Legislativo
O Poder Legislativo se organiza no plano estadual, conforme a 
Constituição da República e a Constituição do Estado de Minas 
Gerais, pelo sistema eleitoral definidocomo:
a) Indireto.
b) Majoritário.
c) Misto.
d) Proporcional.
QUESTÃO 2
Ano: 2023 Banca: Avança SP Órgão: DAE-Santa Bárbara d’Oeste 
Prova: Mecânico de Veículos Pesados
A Constituição Federal prevê que aos estados é permitido legislar 
sobre regiões metropolitanas. Prevê, ainda, que para a criação des-
tas regiões, exige-se a elaboração de uma lei complementar, sendo 
vedada, portanto, a utilização de lei ordinária. Com base apenas 
nestas informações, pode-se afirmar que é falsa a preposição que 
diz que:
a) regiões metropolitanas não podem ser criadas por lei estadual ordi-
nária
b) lei ordinária poderá dispor sobre a criação de regiões metropolitanas
c) lei complementar estadual pode dispor sobre a criação de regiões 
metropolitanas
d) não é proibido aos estados criar regiões metropolitanas por lei com-
plementar
QUESTÃO 3
Ano: 2023 Banca: FUNDATEC Órgão: Prefeitura de Farroupilha - 
RS Prova: Administrador
Conforme a Constituição da República Federativa do Brasil, os po-
deres Executivo, Legislativo e Judiciário são distintos, indepen-
dentes e harmônicos entre si. No que se refere à divisão política e 
à estrutura dos poderes, analise as assertivas a seguir:
I. No âmbito federal, o Poder Legislativo é exercido no Congresso 
Nacional por deputados e senadores; no estadual, por deputados 
nas Assembleias Legislativas; e, ao nível municipal, os Vereadores 
exercem o poder nas Câmaras.
II. O Poder Executivo, formado por presidente, governadores e pre-
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feitos, é responsável por gerir as leis do país e viabilizar progra-
mas sociais, educativos, culturais, de saúde e de infraestrutura, 
por exemplo, a fim de garantir a qualidade e a eficácia dos serviços 
públicos.
III. O Poder Judiciário é composto por juízes, promotores de jus-
tiça, desembargadores e ministros, por exemplo, e é o único dos 
três poderes presente apenas no âmbito federal e estadual.
Quais estão corretas?
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas I e II.
d) Apenas II e III.
QUESTÃO 4
Ano: 2022 Banca: Quadrix Órgão: PRODAM-AM Provas: Analista 
Administrativo - Analista Técnico 
Com relação aos elementos do Estado e às suas funções, assinale 
a alternativa correta. 
a) Os poderes da União desempenham exclusivamente as funções típi-
cas expressas na Constituição Federal de 1988 (CF).
b) O Ministério Público integra tacitamente o rol de poderes da União. 
c) O julgamento do presidente da República pelo Senado Federal, no 
caso de crime de responsabilidade, constitui função atípica do Poder 
Legislativo.
d) A harmonia e a independência dos poderes da União impedem, de 
forma absoluta, a interferência de um sobre o outro, quando o ato for 
praticado no exercício de suas funções típicas.
QUESTÃO 5
Ano: 2021 Banca: FGV Órgão: DPE-RJ Prova: Residência Jurídica
A respeito do processo legislativo e das espécies normativas, à luz 
da jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, assinale a alterna-
tiva correta.
a) Tendo em vista o princípio da simetria, os Estados não podem prever 
a propositura de proposta de Emenda à Constituição estadual por ini-
ciativa popular.
b) Como decorrência do princípio da simetria, as hipóteses de iniciativa 
reservada ao presidente da República previstas na Constituição Federal 
devem ser estendidas, mutatis mutantis, aos governadores e prefeitos.
c) Por exigirem o quórum de maioria absoluta para a sua aprovação, 
as leis complementares são hierarquicamente superiores às leis ordi-
nárias.
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d) A sanção e promulgação do projeto de lei pelo chefe do Poder Execu-
tivo supre o vício de iniciativa nas matérias a ele reservadas.
QUESTÃO DISSERTATIVA 
Quais são as duas funções típicas do Poder Legislativo? 
TREINO INÉDITO
Para a criação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), é indis-
pensável:
a) O requerimento de, no mínimo, dois terços dos membros da casa 
legislativa.
b) O apontamento de fato determinado a ser investigado.
c) Que a iniciativa seja da Câmara dos Deputados, não podendo ser de 
outra casa legislativa.
d) A fixação de prazo improrrogável para a conclusão do trabalho, inde-
pendentemente da complexidade do fato investigado.
e) Que o fato não esteja em apuração em instância policial ou judicial.
NA MÍDIA
"É uma invasão de competência do Poder Legislativo", diz Pacheco so-
bre julgamento da Lei Antidrogas 
"A arena política é feita por políticos. É um equívoco grave", reforçou o 
presidente Rodrigo Pacheco (PSD-MG) ao se posicionar no Plenário, 
nesta quarta-feira (2), sobre o julgamento de ação que questiona artigo 
da Lei Antidrogas no Supremo Tribunal Federal (STF) e que foi suspen-
so após quatro ministros votarem, sem prazo para ser retomado. "O foro 
de definição dessa realidade é o Congresso Nacional brasileiro", expli-
cou Pacheco ao se referir a qualquer análise e deliberação sobre a lei.
Fonte: TV Senado
Data: 02 ago. 2023
Leia a notícia na íntegra: https://www12.senado.leg.br/tv/programas/
noticias-1/2023/08/e-uma-invasao-de-competencia-do-poder-legislati-
vo-diz-pacheco-sobre-julgamento-da-lei-antidrogas
NA PRÁTICA
Alero recepciona e aprova texto corrigindo erro orçamentário do Poder 
Executivo. Parlamentares demonstraram união e votaram mensagem 
de lei do Governo de Rondônia. A Assembleia Legislativa de Rondônia 
(Alero) recebeu na última terça-feira (1º) a mensagem de lei n.º 111, do 
Governo de Rondônia, com o objetivo de corrigir a Lei Complementar 
n.º 1180, de 14 de março. Os deputados estaduais se reuniram e apro-
varam o texto corrigindo o erro orçamentário do Poder Executivo. No 
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texto anterior, a mensagem 24, de 14 de março deste ano, havia sido 
enviada com o objetivo de reunir alterações necessárias para a estru-
tura político-administrativa do Estado, os quais permitiriam correções, 
adequações visando a otimização organizacional do Poder Executivo.
Fonte: Assembleia Legislativa do Estado de Rondônia
Data: 01 ago. 2023
Leia a notícia na íntegra: https://www.al.ro.leg.br/noticias/alero-recep-
ciona-e-aprova-texto-corrigindo-erro-orcamentario-do-poder-executivo
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INTRODUÇÃO: CONSIDERAÇÕES INICIAIS SOBRE O PODER EXE-
CUTIVO
Dentre as divisões de funções estatais, assume o Poder Exe-
cutivo elevada importância. Ao refletir sobre esse poder, Bastos (2010, 
p. 367-368) acentua que “Cabe ao Executivo governar; e governar, atu-
almente, não é só administrar. É enfrentar problemas políticos e sociais. 
Isto leva o Executivo a ocupar uma posição impar diante dos demais 
Poderes do Estado”. Ademais, o Professor José Afonso da Silva (2022, 
p. 542) ensina que: “Pode dizer-se, de modo geral, que se trata do ór-
gão constitucional supremo que tem por função a prática de atos de 
chefia de estado, de governo e da administração”. Por outro lado, bem 
elucida Ferreira Filho (2020, p. 222) ao atribuir ao Executivo o “Poder 
O PODER EXECUTIVO
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Governamental”, ou seja, é o poder que verdadeiramente governa. 
Deste modo, caracteriza-se como função típica do Poder Exe-
cutivo a administração da “máquina estatal”, isto significa que diante de 
sua finalidade executiva, caberá aos seus órgãos exercer a função de 
Chefia de governo, de Estado e da Administração Pública, assim como, 
adotar e implementar políticas públicas. 
O Poder Executivo compreende o Governo, que é sua ca-
beça, e a administração, que consiste em seu tronco e membros. 
O primeiro é o órgão ou conjunto de órgãos, a que pertence à re-
presentação do todo a tomada das decisões fundamentais, no que 
é de sua competência. A segunda é o conjunto de órgãos que pro-
priamente acompanham a execução das leis e decisões em geral, 
ou que a preparam. Ou, ainda, que as executam por si.

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