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<p>CONTEXTO DA INSTITUIÇÃO ESCOLAR</p><p>PROF. SVETLANA RIBEIRO</p><p>www.cursosdoportal.com.br</p><p>Contexto da instituição escolar</p><p>Contexto escolar</p><p>Pergunte-se:</p><p>Qual é o meu objetivo na área da educação?</p><p>Como eu vou garantir que isso aconteça?</p><p>Para profissionais da educação, o contexto escolar é algo</p><p>que deve vir sempre em primeiro lugar.</p><p>Isso porque no contexto da escola se levam em</p><p>consideração a estrutura física, o ambiente, os outros</p><p>profissionais, o currículo, a região onde se está, a</p><p>comunidade e a realidade dos estudantes.</p><p>Ao conhecer o contexto escolar, é possível se preparar</p><p>de uma melhor forma para garantir que o seu objetivo</p><p>como profissional da área de educação seja alcançado,</p><p>considerando-se que a escola tem metas e currículo</p><p>próprios.</p><p>Como fazer com que todos os conhecimentos a serem</p><p>transmitidos/ensinados façam sentido para os alunos, e</p><p>não simplesmente repassar algum conteúdo que eles são</p><p>obrigados a aprender?</p><p>Sobre isso, ao compararem as formas de ensinar os</p><p>conhecimentos do cotidiano e os conhecimentos</p><p>estipulados no currículo, Silva e Núñez (2007)</p><p>comentam: há "(...) eco nas relações entre o</p><p>conhecimento cotidiano (o senso comum) e o</p><p>conhecimento científico que a escola seleciona como</p><p>objeto de aprendizagem, o que, por sua vez, é</p><p>importante para se pensar numa escola para a vida e na</p><p>vida vinculada às necessidades dos estudantes.'' (Silva</p><p>& Nunez, 2007, p. 4).</p><p>No contexto escolar, as situações são apresentadas aos</p><p>estudantes de forma pronta e homogênea. Desse modo,</p><p>as motivações dos alunos não são consideradas.</p><p>É por isso que o papel do professor é tão importante,</p><p>para garantir que o ensino seja desenvolvido de maneira</p><p>coerente, de forma que os alunos aprendam a pensar por</p><p>si próprios e os conhecimentos transmitidos façam</p><p>sentido para a vida.</p><p>Segundo Zabala (2002), o conteúdo a ser objeto de</p><p>estudo na escola deve ser aquele que possibilite aos</p><p>estudantes a reconstrução e a ampliação dos</p><p>conhecimentos pré-existentes, oportunizando situações</p><p>para desenvolver a capacidade de transferir o</p><p>conhecimento científico para situações reais quando</p><p>necessário, como elemento de significação e</p><p>funcionalidade nas aprendizagens. Também aponta Roth</p><p>(2002, p. 196) que “a ciência escolar é problemática pelo</p><p>fato de se orientar para a aprendizagem de conceitos e</p><p>teorias independentes das situações nas quais eles são</p><p>úteis”. Em contraste com isso, a aprendizagem quase</p><p>nunca é focalizada para situações diárias fora da escola.</p><p>Dessa forma, percebe-se o quanto o currículo faz</p><p>diferença para a educação. Por isso, é importante saber</p><p>trabalhar o currículo de forma que o conhecimento faça</p><p>sentido para aqueles que estão inseridos no contexto</p><p>escolar.</p><p>Para uma maior reflexão sobre este tema, compartilha-</p><p>se o videoclipe do cantor Gabriel, O Pensador, em que</p><p>ele faz uma crítica ao modelo tradicional de ensino e</p><p>também nos indaga perguntando se o que é dado em</p><p>sala de aula serve para a vida.</p><p>Escola: local de trabalho docente e processo de</p><p>ensino</p><p>Trabalho docente: características e especificidades</p><p>Carmensita Matos Braga Passos</p><p>A profissionalidade docente é um conceito em constante</p><p>elaboração, cuja compreensão deve ser situada num</p><p>determinado contexto sócio-histórico. Professores e</p><p>professoras são os responsáveis pelos processos</p><p>institucionalizados de educação, ainda que muitos outros</p><p>agentes educacionais nele interfiram. A atividade</p><p>dos(as) professores(as) diz respeito ao processo de</p><p>ensino-aprendizagem que ocorre nas instituições de</p><p>ensino. A função docente, suas características, a forma</p><p>de desempenhá-la, a importância a ela atribuída e as</p><p>exigências feitas em relação à profissão variam de</p><p>acordo com as diferentes concepções e valores</p><p>atribuídos à educação e ao processo de ensino-</p><p>aprendizagem nos diferentes tempos e espaços.</p><p>Características do Trabalho Docente – o ensino</p><p>Compreender a profissão docente pressupõe</p><p>compreender a complexidade do processo de ensino-</p><p>aprendizagem, que constitui o seu eixo.</p><p>O ensino é uma prática social concreta, dinâmica,</p><p>multidimensional, interativa, sempre inédita e</p><p>imprevisível. É um processo que sofre influências de</p><p>aspectos econômicos, psicológicos, técnicos, culturais,</p><p>éticos, políticos, institucionais, afetivos, estéticos.</p><p>Podemos destacar como uma primeira característica do</p><p>trabalho docente o fato de ser um trabalho interativo. O</p><p>ensino dirige-se a seres humanos que são ao mesmo</p><p>tempo seres individuais e sociais. Segundo Tardif</p><p>(2002), o objeto do trabalho docente são os seres</p><p>humanos que possuem características peculiares.</p><p>O(A) professor(a) trabalha com sujeitos que são</p><p>individuais e heterogêneos, têm diferentes histórias,</p><p>ritmos, interesses necessidades e afetividades. Isso</p><p>torna as situações de ensino complexas, únicas,</p><p>estabelecimento de ensino escola</p><p>Admar-PC</p><p>Lápis</p><p>Admar-PC</p><p>Realce</p><p>Admar-PC</p><p>Realce</p><p>Admar-PC</p><p>Realce</p><p>Admar-PC</p><p>Realce</p><p>CONTEXTO DA INSTITUIÇÃO ESCOLAR</p><p>PROF. SVETLANA RIBEIRO</p><p>www.cursosdoportal.com.br</p><p>imprevisíveis e incabíveis em generalizações ou</p><p>esquemas pré-definidos de ação. Além de individual o</p><p>objeto do trabalho docente é também social. Sua origem</p><p>de classe e seu gênero o expõem a diferentes influências</p><p>e experiências que repercutem em sala da aula</p><p>provocando diferentes reações e expectativas no(a)</p><p>professor(a) e alunos(as). Neste sentido, Tardif (2002,</p><p>p. 130) nos alerta que “o objeto do trabalho docente</p><p>escapa constantemente ao controle do trabalhador, ou</p><p>seja, do professor.” Outra característica destacada pelo</p><p>autor é a dimensão afetiva presente no ensino que pode</p><p>funcionar como elemento facilitador ou bloqueador do</p><p>processo de ensino aprendizagem.</p><p>Uma boa parte do trabalho docente é de cunho afetivo,</p><p>emocional. Baseia-se em emoções, em afetos, na</p><p>capacidade não somente de pensar nos alunos, mas</p><p>igualmente de perceber e sentir suas emoções, seus</p><p>temores, suas alegrias, seus próprios bloqueios afetivos.</p><p>(Tardif, 2002, p. 130)</p><p>Segundo o autor citado, pelas peculiaridades do objeto</p><p>de trabalho docente a prática pedagógica dos(as)</p><p>professores(as) consiste em gerenciar relações sociais,</p><p>envolve tensões, dilemas, negociações e estratégias de</p><p>interação.</p><p>Por exemplo, o professor tem que trabalhar com grupos,</p><p>mas também tem de se dedicar aos indivíduos; deve dar</p><p>sua matéria, mas de acordo com os alunos, que vão</p><p>assimilá-la de maneira muito diferente; deve agradar</p><p>aos alunos mas sem que isso se transforme em</p><p>favoritismo; deve motivá-los, sem paparicá-los; deve</p><p>avaliá-los, sem excluí-los, etc. Ensinar é, portanto, fazer</p><p>escolhas constantemente em plena interação com os</p><p>alunos. Ora, essas escolhas dependem da experiência</p><p>dos professores, de seus conhecimentos, convicções e</p><p>crenças, de seu compromisso com o que fazem, de suas</p><p>representações a respeito dos alunos e, evidentemente,</p><p>dos próprios alunos. (Tardif, 2002, p. 132).</p><p>O autor aponta ainda a dimensão ética do trabalho</p><p>docente que envolve questões como relações de poder,</p><p>juízos de valor, escolhas, interesses, direitos e</p><p>privilégios.</p><p>A primeira questão ética que o autor levanta diz respeito</p><p>a um aspecto já referido anteriormente, ao fato que</p><p>trabalhando com grupos o(a) professor(a) não pode</p><p>deixar de atingir os indivíduos. Segundo Tardif (2002, p.</p><p>146), esse problema nunca é resolvido de maneira</p><p>satisfatória do ponto de vista ético, pois “os professores</p><p>nunca podem atender às necessidades singulares de</p><p>todos os alunos assumindo padrões gerais de uma</p><p>organização de massa”. Cada professor(a) adota no seu</p><p>dia a dia estratégias próprias de atendimento</p><p>individualizado, de distribuição da atenção e</p><p>acompanhamento de seus/suas alunos(as), estando</p><p>sempre atento(a) a essa tensão entre o individual e o</p><p>coletivo.</p><p>Outra questão ética apresentada pelo autor refere-se a</p><p>forma como o(a) professor</p><p>torna o conhecimento a ser</p><p>trabalhado acessível ao(à) aluno(a). O(A) professor(a)</p><p>tem um domínio de conhecimentos diferente dos(as)</p><p>alunos(as), a forma como interage com eles(as) ao</p><p>trabalhar esse conhecimento envolve um problema ético</p><p>para o qual nem sempre dispensamos a devida atenção.</p><p>As características apresentadas permitem perceber o</p><p>grau de complexidade que envolve o desenvolvimento</p><p>do trabalho docente, e compreender porque não se</p><p>encaixa em saberes estáveis, sistemáticos e</p><p>instrumentais, automaticamente aplicados às situações</p><p>de ensino aprendizagem. Entretanto o exercício da</p><p>profissão docente exige o domínio de determinados</p><p>Revendo o espaço da sala de aula (espaço de</p><p>“interações”)</p><p>As exigências do ensino e da educação são cada vez</p><p>maiores e mais complexas. A indisciplina, o insucesso</p><p>escolar e o abandono escolar são problemas que</p><p>integram o quotidiano dos professores. Ora, como os</p><p>alunos passam cada vez mais horas na escola, quase que</p><p>se poderia dizer que habitam na escola, este espaço</p><p>deveria estar imerso num ambiente de conforto e bem-</p><p>estar.</p><p>Para tanto, consideramos absolutamente necessário</p><p>melhorar o espaço escola/sala de aula, tornando-o mais</p><p>acolhedor, mais humano, mais bonito; um espaço que</p><p>permita a interação e em que seja agradável trabalhar.</p><p>Não é possível pensar em práticas de ensino que</p><p>ocorram no vazio, é necessário situá-las no contexto em</p><p>que se inserem. Quando entramos numa escola e</p><p>olhamos em redor, não só a entrada mas também os</p><p>diversos espaços que a compõem, como as salas de aula,</p><p>por exemplo, podemos perceber qual a dinâmica que a</p><p>envolve, que tipos de atividades se desenvolvem, como</p><p>interagem os diferentes alunos, como se relacionam</p><p>entre pares e com os adultos, professores, auxiliares e</p><p>agentes da comunidade escolar.</p><p>Todo o ambiente envolvente nos informa; basta</p><p>observarmos atentamente a forma como as pessoas se</p><p>relacionam e como estão organizados os espaços de</p><p>recreio, o mobiliário e as paredes, ou seja, como está</p><p>organizado o espaço físico dentro e fora das salas de</p><p>aula. Estudos como o de Richardson (1997) dão</p><p>destaque aos escassos recursos que o professor</p><p>controla, salientando o tempo – gestão e focalização do</p><p>tempo dos alunos nos assuntos escolares em geral – e o</p><p>espaço na sala de aula – como movimentar-se nesse</p><p>espaço, onde colocar os alunos, os materiais e as</p><p>carteiras e como criar um ambiente adequado à</p><p>aprendizagem. Fazem, ainda, referência ao fato de estar</p><p>bastante bem desenvolvida a investigação sobre a</p><p>gestão do tempo, mas muito pouco se saber ainda sobre</p><p>a gestão do espaço.</p><p>A flexibilidade na colocação das carteiras e das mesas e</p><p>no agrupamento dos alunos assume um papel muito</p><p>importante quando se considera o uso do espaço na sala</p><p>de aula, mas é difícil prever quais as implicações destas</p><p>decisões no comportamento e na aprendizagem dos</p><p>alunos, uma vez que os dados da investigação são ainda</p><p>muito reduzidos. A principal preocupação dos</p><p>CONTEXTO DA INSTITUIÇÃO ESCOLAR</p><p>PROF. SVETLANA RIBEIRO</p><p>www.cursosdoportal.com.br</p><p>professores com o espaço é experimentar a</p><p>reorganização da disposição da sala de aula. A forma</p><p>como o mobiliário está disposto pode ter influência no</p><p>tempo de aprendizagem escolar e, consequentemente,</p><p>na aprendizagem dos alunos. Como já foi referido e será</p><p>salientado neste estudo, a flexibilidade na colocação das</p><p>cadeiras e das mesas, bem como no agrupamento dos</p><p>alunos, é essencial para proporcionar uma aprendizagem</p><p>cooperativa, o apoio entre pares e a apresentação dos</p><p>conteúdos a todos os elementos da aula (RICHARDSON,</p><p>1997). No seguimento desta linha, apresentamos um</p><p>apontamento sobre a organização do espaço em sala de</p><p>aula e as suas implicações na aprendizagem cooperativa.</p><p>O espaço da sala de aula</p><p>“Compreendo a sala de aula como um espaço.” Freire;</p><p>Pires da Costa (2008, p. 95) Ao considerarmos o espaço</p><p>como objecto de análise, devemos ponderar todo um</p><p>conjunto de outras dimensões como o espaço geográfico,</p><p>o espaço matemático, o espaço político, o espaço social,</p><p>o espaço cultural, o espaço físico, o espaço escolar, que</p><p>têm sido alvo de estudos por diversos investigadores</p><p>ligados a áreas diferenciadas, tais como, geógrafos,</p><p>matemáticos, antropólogos, sociólogos, arquitetos,</p><p>pedagogos, entre outros.</p><p>A temática dos espaços ainda é bastante recente em</p><p>educação.</p><p>De acordo com Forneiro (2008, p. 229): Nos últimos</p><p>anos, foram dados muitos passos à frente e hoje faz</p><p>parte da cultura profissional dos professores(as) dessa</p><p>etapa educacional que o espaço de suas aulas seja um</p><p>recurso polivalente que possam utilizar de muitas</p><p>maneiras e do qual podem extrair grandes possibilidades</p><p>para a formação. O conceito de espaço refere-se, de</p><p>acordo com o Dicionário Editora da Língua Portuguesa</p><p>2010: Acordo Ortográfico (2009, p. 651), a um “lugar</p><p>mais ou menos bem delimitado, cuja área (maior ou</p><p>menor) pode conter alguma coisa; extensão indefinida”.</p><p>Perante esta definição, espaço adquire uma acepção de</p><p>algo físico, algo relacionado com os elementos que</p><p>ocupam o espaço. Battini (1982 apud FORNEIRO, 2008,</p><p>p. 231) afirma que “é necessário entender o espaço</p><p>como um espaço de vida, no qual a vida acontece e se</p><p>desenvolve: é um conjunto completo” salientando que:</p><p>para as crianças pequenas o espaço é aquilo que nós</p><p>chamamos de espaço equipado, ou seja, espaço com</p><p>tudo o que efetivamente o compõe: móveis, objetos,</p><p>odores, cores, coisas duras e moles, coisas longas e</p><p>curtas, coisas frias e coisas quentes, etc. Relativamente</p><p>ao espaço da sala de aula, e fazendo referência aos</p><p>termos espaço e ambiente, os quais costumam ser</p><p>utilizados de forma equivalente, Forneiro (2008)</p><p>estabelece uma diferença entre eles, embora considere</p><p>que estejam intimamente relacionados. Enquanto,</p><p>espaço diz respeito ao espaço físico “locais para a</p><p>atividade caracterizados pelos objetos, pelos materiais</p><p>didáticos, pelo mobiliário e pela decoração.”</p><p>Ambiente engloba o “espaço físico e [as] relações que se</p><p>estabelecem no mesmo (os afetos, as relações</p><p>interpessoais entre as crianças, entre crianças e adultos,</p><p>entre crianças e sociedade em seu conjunto)”</p><p>(FORNEIRO, 2008, p. 232-233).</p><p>Organização curricular da escola</p><p>A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) nos convida</p><p>a refletir sobre o que vamos ensinar, para que possamos</p><p>desenvolver competências e habilidades que garantam a</p><p>formação integral de nossos alunos. Logo, esse olhar nos</p><p>remete a rever a organização curricular utilizada em</p><p>nossa escola e quais as metodologias que escolheremos</p><p>para que tudo seja possível e o processo de ensino e</p><p>aprendizagem seja eficaz. Parece, à primeira vista, que</p><p>pensar nos tempos escolares e na organização dos</p><p>espaços físicos não seja algo que mereça a atenção</p><p>necessária, pois os tempos da escola (horários de aula,</p><p>números de aulas para cada área do conhecimento, ano</p><p>letivo, calendário) e os espaços (organização das</p><p>carteiras, divisão dos ambientes) já são determinados.</p><p>Mas o tempo e o espaço são estruturantes para a cultura</p><p>escolar, são ordens a serem aprendidas e influenciam</p><p>diretamente na dinâmica social e cultural. Aprendemos</p><p>com o tempo e com os lugares.</p><p>São ferramentas pedagógicas e, portanto, devem fazer</p><p>parte do planejamento da aula. Tempo de aprender,</p><p>tempo de experimentar.</p><p>Uma cena comum na maioria das escolas,</p><p>principalmente nas salas de Educação Infantil e nos anos</p><p>iniciais do Ensino Fundamental, é o professor registrar e</p><p>descrever a rotina do dia para que todos tenham</p><p>conhecimento. Conhecer a rotina das atividades é um</p><p>excelente exercício para as crianças aprenderem a</p><p>organizar seu tempo e suas ações.</p><p>Para Zabala (1998), a rotina oportuniza um momento de</p><p>expor intenções, de compreender o tempo, ajudar cada</p><p>um a controlar seu tempo e propiciar o trabalho variado</p><p>entre a turma, em ambientes variados.</p><p>Mas nessa</p><p>definição percebemos que a apresentação da rotina vai</p><p>além de narrar o que faremos no dia, não sendo um</p><p>benefício apenas para os grupos menores. Apresentar a</p><p>rotina é discutir com os alunos, de todos os segmentos,</p><p>como será organizado o dia e quais situações de</p><p>aprendizagem serão vividas. Por exemplo: hoje, com a</p><p>turma da Educação Infantil, começaremos o dia com</p><p>uma atividade no parque. Poderemos escolher nossa</p><p>brincadeira e com quem vamos brincar. Na sequência,</p><p>voltaremos para a sala e, em duplas, montaremos um</p><p>painel com os animais de que mais gostamos. Ao final,</p><p>faremos um painel único com o trabalho de toda a classe.</p><p>Em uma turma de Ensino Fundamental II, em que o</p><p>professor é especialista, também é interessante essa</p><p>apresentação inicial: hoje, em nossa aula de História,</p><p>discutiremos sobre a expansão marítima e comercial.</p><p>Faremos uma discussão inicial com a leitura de uma</p><p>imagem, apresentarei a teoria ao grupo e fecharemos</p><p>com uma questão para ser discutida em dupla.</p><p>Gestão do espaço e do tempo na escola</p><p>CONTEXTO DA INSTITUIÇÃO ESCOLAR</p><p>PROF. SVETLANA RIBEIRO</p><p>www.cursosdoportal.com.br</p><p>Planejando nossa aula: organização do tempo e do</p><p>espaço escolar</p><p>O tempo é elemento importante ao escolhermos as</p><p>estratégias e atividades que desenvolverão as</p><p>habilidades propostas na BNCC e cumprirão o currículo</p><p>estabelecido pela escola. De quanto tempo meu aluno</p><p>precisa para resolver a atividade que escolhi? Leve em</p><p>consideração as habilidades necessárias, os recursos que</p><p>utilizará, o tempo de apresentação, execução e</p><p>correção/troca. Não é a quantidade de coisas que</p><p>fazemos que garante o aprendizado, mas a qualidade do</p><p>tempo despendido para sua execução e como ele é</p><p>utilizado. Algumas vezes, podemos optar por uma</p><p>estratégia interessante para o desenvolvimento das</p><p>atividades planejadas, mas o tempo destinado à sua</p><p>execução ou o horário escolhido dentro do dia não</p><p>favorecem seu sucesso. No tempo de uma aula, é preciso</p><p>garantir o começo, meio e fim do processo que estamos</p><p>desenvolvendo. Dessa forma, ao planejarmos esse</p><p>tempo dentro da rotina, utilizando como referência uma</p><p>aula padrão de 50 minutos (o tempo pode variar de</p><p>acordo com a realidade de cada escola e segmento, o</p><p>importante são as ações propostas), devemos destinar,</p><p>aproximadamente, dez minutos para um momento de</p><p>sensibilização e levantamento de hipóteses.</p><p>Envolver a turma na atividade que desejamos, fazendo</p><p>com que os alunos possam pensar a respeito do assunto,</p><p>trocar impressões e falar sobre o que já sabem do tema.</p><p>Os próximos 30 minutos devem ser dedicados à</p><p>execução da tarefa. Por fim, dez minutos para a</p><p>retomada e sistematização: o que aprendemos, o que</p><p>produzimos e o que registraremos sobre a atividade</p><p>desenvolvida.</p><p>O tempo é uma ferramenta pedagógica valiosa e deve</p><p>ser bem administrado pelo professor ao organizar sua</p><p>aula. Seus alunos ganharão em qualidade da aula e</p><p>aprenderão a gerir seu próprio tempo de aprendizagem.</p><p>O espaço de aprender</p><p>Ao refletirmos sobre o que nos propõe a BNCC em</p><p>relação a metodologias ativas e, principalmente, sobre o</p><p>papel do professor como mediador no processo de ensino</p><p>e aprendizagem, devemos repensar a organização dos</p><p>espaços escolares. Muitas escolas já estão mudando sua</p><p>arquitetura e os espaços oferecidos, para seus alunos</p><p>poderem compartilhar momentos de experimentos e</p><p>aprendizagens reais. E essa mudança de espaço não se</p><p>dá apenas na Educação Infantil ou nos anos iniciais do</p><p>Ensino Fundamental. Esse novo olhar sobre a</p><p>organização espacial deve ser repensado para todos os</p><p>segmentos.</p><p>Para Zabala (2010, p. 130), “Se a utilização do espaço</p><p>tem sido o resultado de uma maneira de entender o</p><p>ensino, tanto em relação à função social como à</p><p>compreensão dos processos de aprendizagem,</p><p>certamente uma mudança nestes elementos levaria a</p><p>uma reconsideração das características que deveriam ter</p><p>de acordo com outras opções do ensino.” A posição em</p><p>que um aluno se senta na sala, por vezes, é</p><p>classificatória. Quem senta no fundo da sala não é um</p><p>bom aluno e não quer prestar atenção. Quem senta na</p><p>frente gosta de estudar. Claro que essas são definições</p><p>muito generalistas, mas que têm um fundo de verdade.</p><p>O que acaba acontecendo é que, algumas vezes, o aluno</p><p>se “esconde” no lugar em que senta. O espaço da sala</p><p>de aula deve ser democrático e proporcionar múltiplas</p><p>possibilidades de aprendizagem e de trocas entre os</p><p>alunos, devendo valorizar os talentos que cada um tem</p><p>a desenvolver. Isso é possível quando o professor, ao</p><p>organizar sua aula, pensa nas possibilidades de dispor os</p><p>alunos para que possam variar entre atividades em</p><p>grandes grupos, pequenos grupos, duplas ou individuais,</p><p>ora conforme escolha do professor, ora como opção dos</p><p>próprios alunos.</p><p>Dessa maneira, eles poderão aprender a trabalhar com</p><p>todos, valorizando os talentos e colaborando com o</p><p>desenvolvimento da competência de Empatia e</p><p>Colaboração descrita na BNCC. Outro ponto de destaque,</p><p>ao pensarmos na organização do espaço como</p><p>ferramenta de aprendizagem, são os recursos dispostos</p><p>para os alunos vivenciarem suas situações de</p><p>aprendizagem: livros de leitura, de consulta, jogos</p><p>matemáticos, globo terrestre, mapas, lupas, entre</p><p>outros. Há um ponto muito importante a ser destacado:</p><p>não basta levar os alunos a ambientes diferentes da</p><p>escola ou mudar as mesas de posição se não houver</p><p>intenção pedagógica por parte do professor. O ambiente</p><p>é uma ferramenta de aprendizagem que deve ser bem</p><p>utilizada. Que nossa prática pedagógica tenha sempre</p><p>como foco o pleno desenvolvimento de nossos alunos,</p><p>delimitando metas e buscando ferramentas para otimizar</p><p>o aprendizado, tornando o tempo e o espaço escolar</p><p>favoráveis para vivências significativas e reais.</p><p>Referências bibliográficas: ZABALA, Antoni. A prática</p><p>educativa: como ensinar. Porto Alegre: Artmed, 1998.</p><p>reimp. 2010.</p><p>____________. Qualidade em educação infantil. Porto</p><p>Alegre: Artmed, 1998.</p><p>Admar-PC</p><p>Realce</p>