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<p>Histologia</p><p>Etiologicamente, histologia é uma palavra de origem grega na qual HISTO significa TECIDO e LOGIA significa ESTUDO. Estudo dos Tecidos.</p><p>O que são tecidos? É um conjunto de células que se organizam de maneira a realizar uma mesma função e que geralmente possuem a mesma origem embriológica.</p><p>Células: É uma unidade funcional, dentro da qual acontecem funções vitais. É composta por átomos, que se organizam em moléculas, e organelas, as quais são pequenas estruturas que exercem funções específicas. Um exemplo de organela é a mitocôndria, responsável pela respiração celular.</p><p>Mesma função: Se um tecido é formado por um conjunto de células, logo essas células devem desempenhar funções integradas, de forma a trabalharem em conjunto.</p><p>Origem embriológica: Salvo as exceções, um tecido tem uma origem embriológica, ou seja, é todo formado por um mesmo folheto embrionário.</p><p>Histologia Básica</p><p>Estuda os quatro principais grupos de tecidos, os quais formam os órgãos. São eles:</p><p>- Tecido Epitelial: Subdividido em epitélio de revestimento e epitélio glandular.</p><p>- Tecido Conjuntivo: Subdividido em tecido conjuntivo, cartilagem, osso e tecido adiposo.</p><p>- Tecido Muscular: Subdividido em estriado esquelético, liso e estriado cardíaco.</p><p>- Tecido Nervoso: Subdividido em sistema nervoso central, dentro do qual se tem uma substância branca e substância cinzenta, e sistema nervoso periférico.</p><p>Para que serve a Histologia?</p><p>Uma das competências do Médico Veterinário é dar diagnósticos, procedimento que nem sempre envolve lesões e doenças. Após uma análise, identificar que no órgão ou tecido não há alterações microscópicas também é uma forma de diagnosticar um paciente e é a histologia que fornece conhecimento para que o profissional consiga fazer esse tipo de verificação.</p><p>Tecido Epitelial</p><p>Tecido que reveste as superfícies internas, cavidades e os vasos sanguíneos e linfáticos.</p><p>Características Morfológicas:</p><p>1. Células Justapostas: As células estão muito próximas umas das outras, com pouca ou nenhuma matriz extracelular entre elas.</p><p>2. Polaridade: As células possuem polaridade, com uma face apical voltada para a superfície ou cavidade e uma face basal conectada à membrana basal.</p><p>3. Ausência de Vasos Sanguíneos: O tecido epitelial é avascular, recebendo nutrientes por difusão a partir dos tecidos subjacentes.</p><p>4. Alta Taxa de Renovação: As células epiteliais se renovam rapidamente por meio de divisões celulares.</p><p>5. Diversidade de Formas: As células podem ser pavimentosas (achatadas), cúbicas ou cilíndricas, organizadas em camadas simples ou estratificadas.</p><p>6. Muito Citoplasma. Intensa atividade bioquímica - síntese, secreção.</p><p>7. Citoesqueleto desenvolvido; Filamentos de actina, miosina e intermediários, microtúbulos.</p><p>8. Matriz extracelular reduzida.</p><p>9. Ancoradas na lâmina basal.</p><p>Lâmina basal: Colágeno IV, laminina, entactina, proteoglicanas</p><p>Lâmina reticular: Colágeno III (fibras reticulares)</p><p>Lâmina Basal + Lâmina Reticular</p><p>= Membrana Basal</p><p>} Lâmina Basal</p><p>Domínio Apical</p><p>O domínio apical no tecido epitelial é a parte da célula voltada para a superfície livre ou cavidade do órgão. Ele é especializado em funções como secreção, absorção, ou proteção e pode apresentar estruturas como microvilosidades ou cílios, que aumentam a área de superfície ou ajudam na movimentação de substâncias.</p><p>Os principais tipos de domínio apical no tecido epitelial são:</p><p>1. Microvilosidades: Projeções curtas e numerosas que aumentam a superfície de absorção, comuns em células do intestino e rins.</p><p>2. Cílios: Estruturas longas e móveis que ajudam a movimentar substâncias na superfície celular, encontrados em locais como o trato respiratório e as trompas de falópio.</p><p>3. Estereocílios: Projeções longas e imóveis, semelhantes a microvilosidades, que aumentam a área de superfície para absorção, encontradas no epidídimo e ouvido interno.</p><p>4. Placas de membrana: Estruturas espessas da membrana apical, presentes em células como as do urotélio, que ajudam a proteger contra substâncias tóxicas na urina.</p><p>Domínio Basolateral</p><p>O domínio basolateral no tecido epitelial é a parte da célula que inclui as superfícies lateral e basal, voltadas para as células vizinhas e para a membrana basal. Esse domínio é responsável por funções como adesão celular, comunicação entre células, e trocas de substâncias com o tecido subjacente.</p><p>**Exemplo**: Nas células epiteliais do intestino, o domínio basolateral permite a absorção de nutrientes do intestino para o sangue, além de manter a estrutura e a comunicação entre as células.</p><p>1 – Junções de Oclusão: As junções de oclusão, ou **junções apertadas**, são estruturas no domínio basolateral que selam as células epiteliais adjacentes, impedindo a passagem de substâncias entre elas. Elas criam uma barreira seletiva, controlando o movimento de moléculas entre o espaço apical e o basolateral, e ajudam a manter a polaridade celular.</p><p>2 – Junções de Adesão: As junções de adesão, no domínio basolateral, são estruturas que conectam as células epiteliais adjacentes, proporcionando coesão e estabilidade ao tecido. Elas são formadas por proteínas como caderinas, que ligam o citoesqueleto de uma célula ao de outra, ajudando a manter a integridade estrutural do epitélio. Circunda toda a célula e promove a coesão entre células vizinhas.</p><p>3 – Junções Comunicantes: As junções comunicantes, ou **junções gap**, no domínio basolateral são canais que conectam células epiteliais adjacentes, permitindo a troca direta de íons, nutrientes, e sinais químicos entre elas. Essas junções facilitam a comunicação celular e a coordenação das funções celulares em um tecido. Proteína transmembrânica que forma poros seletivos a água, glicose e sais minerais.</p><p>4 – Demossomo: O desmossomo é uma estrutura no domínio basolateral que funciona como uma "âncora" entre células epiteliais adjacentes, proporcionando forte adesão mecânica. Ele é composto por proteínas como caderinas, que se ligam ao citoesqueleto interno de cada célula, ajudando a manter a integridade do tecido sob estresse físico. Formam discos que promovem adesão firme entre as células.</p><p>5 – Hemidemossomo: O hemidesmossomo é uma estrutura no domínio basolateral de células epiteliais que as conecta firmemente à membrana basal. Ele se assemelha a meio desmossomo e é responsável por ancorar os filamentos intermediários do citoesqueleto da célula à matriz extracelular. Esta ligação é crucial para a estabilidade e integridade estrutural do tecido epitelial. Placas de ancoragem com integrinas entre as células epiteliais e a lâmina basal.</p><p>Funções: Essa polaridade permite que as células desempenhem funções diferentes em cada uma dessas regiões, como a absorção de nutrientes na região apical e a adesão e sinalização na região basal.</p><p>Na região lateral das células do tecido, tem o chamado contato célula-célula.</p><p>- Proteção</p><p>- Absorção</p><p>- Excreção / Transporte</p><p>- Recepção sensitiva</p><p>- Secreção</p><p>- Trocas gasosas</p><p>- Deslizamento de superfícies</p><p>Classificação dos epitélios de revestimento:</p><p>Os epitélios de revestimento são classificados com base em dois critérios principais: a forma das células e o número de camadas celulares. Aqui está uma descrição objetiva:</p><p>1. Número de Camadas:</p><p>- Epitélio Simples: uma única camada de células, especializado em funções como absorção e trocas gasosas.</p><p>- Epitélio Estratificado: múltiplas camadas de células, proporcionando proteção contra abrasão e invasão.</p><p>- Epitélio Pseudoestratificado: parece ser estratificado devido aos núcleos em diferentes alturas, mas todas as células tocam a base, comum em áreas como o trato respiratório.</p><p>2. Forma das Células:</p><p>- Pavimentosas: células achatadas e finas, ideais para difusão e filtração.</p><p>- Cúbicas: células com altura e largura similares, funcionais em secreção e absorção.</p><p>- Cilíndricas: células mais altas que largas, frequentemente com cílios ou microvilosidades para absorção e transporte.</p><p>Essa classificação ajuda na identificação das funções e localizações específicas dos diferentes tipos de epitélios no corpo.</p><p>Epitélio estratificado</p><p>pavimentoso não queratinizado</p><p>Epitélio estratificado pavimentoso queratinizado</p><p>Tecido Epitelial Glandular</p><p>Os tecidos epiteliais glandulares são um tipo de tecido epitelial especializado na produção e secreção de substâncias como hormônios, enzimas e muco. Eles são formados por células que se organizam em glândulas, que podem ser classificadas como exócrinas (liberam suas secreções em ductos ou superfícies externas) ou endócrinas (liberam suas secreções diretamente na corrente sanguínea).</p><p>Todo tecido epitelial glandular é originado a partir do tecido de revestimento. Durante a fase embriológica, forma-se o tecido epitelial de revestimento. Desse tecido, algumas células começam a se proliferar e a penetrar no tecido conjuntivo subjacente. Dessa penetração, surgem as glândulas.</p><p>Classificação:</p><p>1 – Número de células</p><p>- Unicelulares: Formadas por uma única célula, como no caso das células caliciformes no intestino delgado.</p><p>- Multicelulares: Compostas por um conjunto de células que formam agregados com estrutura complexa. Há três tipos (Exócrinas / Endócrinas / Mistas)</p><p>2 – Local de secreção</p><p>- Endócrinas (cordonal / folicular) - Lançam os seus produtos na corrente sanguínea.</p><p>- Exócrinas (simples com ducto único / Composta com ductos ramificados) – Lançam seus produtos para fora do corpo, através de ductos.</p><p>- Anfícrinas (Mistas) – Atuam ao mesmo tempo como endócrinas e exócrinas ex: pâncreas.</p><p>3 – Forma de eliminação do produto- Merócrinas – têm como principal função auxiliar na regulação da temperatura corporal.</p><p>- Holócrinas – Nessas glândulas (como as sebáceas) o produto da secreção é eliminado juntamente com toda a célula, processo que envolve a destruição das células repletas de secreção.</p><p>- Apócrinas – Correspondem as glândulas sudoríparas tubulares associadas aos folículos pilosos da pele.</p><p>4 – Tipo de secreção (glândulas exócrinas)</p><p>- Mucosas: Rica em mucina (glicoproteína)</p><p>- Serosas: Ricas em proteínas e água</p><p>- Mistas: Os dois tipos de secreção</p><p>Glândulas Exócrinas:</p><p>•Tubular: forma de tubo: reta, ramificada, enovelada</p><p>•Acinosa: forma de esfera</p><p>•Túbulo-acinosa: combinação de túbulos e ácinos</p><p>•Simples: apenas um ducto excretor</p><p>•Composta: ducto excretor se divide</p><p>Tecido Conjuntivo</p><p>O tecido conjuntivo é um tipo de tecido animal caracterizado por sua grande variedade de células e abundância de matriz extracelular, que inclui fibras colágenas, fibras elásticas, e substância fundamental. Este tecido desempenha funções estruturais como sustentação e preenchimento, além de ser essencial para a defesa do organismo, coagulação sanguínea, cicatrização, transporte de gases, nutrientes e hormônios, e armazenamento de gordura. A matriz extracelular é composta por fibras do sistema colágeno e elástico, e uma matriz não fibrilar contendo glicosaminoglicanos, proteoglicanos, glicoproteínas, e outros fatores solúveis. O colágeno é a proteína mais abundante do corpo, com mais de 20 tipos diferentes, cada um com propriedades específicas como rigidez, elasticidade, e força de tensão. As células do tecido conjuntivo incluem células mesenquimais, fibroblastos, plasmócitos, macrófagos, mastócitos, células adiposas, e leucócitos, cada uma com sua função particular. Existem vários tipos de tecido conjuntivo, como o tecido conjuntivo frouxo, denso não modelado, denso modelado, elástico, reticular, e embrionário, cada um com propriedades específicas e localizações no corpo.</p><p>Características Morfolólicas:</p><p>1. Variedade de Células: O tecido conjuntivo é composto por uma grande diversidade de células, que desempenham diferentes funções, como fibroblastos, macrófagos, adipócitos, entre outros.</p><p>2. Abundância de Matriz Extracelular: A matriz extracelular é um componente fundamental do tecido conjuntivo, que pode variar em composição e estrutura, influenciando as funções do tecido.</p><p>3. Composição da Matriz Extracelular: A matriz é composta por fibras (como colágeno e elastina) e substância fundamental, que pode ser líquida, gelatinosa ou sólida, dependendo do tipo de tecido conjuntivo.</p><p>4. Funções Específicas: O tecido conjuntivo pode ser especializado para funções como armazenamento de gordura, absorção de impactos, resistência à tração e elasticidade, dependendo da sua composição e estrutura.</p><p>Funções:</p><p>1. Estrutural: Proporciona sustentação e preenchimento entre os tecidos e órgãos, ajudando a manter a forma e a integridade do corpo.</p><p>2. Defesa do Organismo: Participa da resposta imunológica, com a presença de células como leucócitos e macrófagos que defendem o corpo contra patógenos.</p><p>3. Coagulação Sanguínea: Contribui para o processo de coagulação, ajudando a prevenir a perda de sangue em caso de lesões.</p><p>4. Cicatrização: Facilita a reparação de tecidos danificados, promovendo a regeneração e a recuperação de lesões.</p><p>5. Transporte de Gases, Nutrientes e Hormônios: O tecido conjuntivo, especialmente o sangue, é responsável pelo transporte de substâncias essenciais para o metabolismo celular.</p><p>6. Armazenamento de Gordura: As células adiposas armazenam gordura, que pode ser utilizada como fonte de energia e para a regulação da temperatura corporal.</p><p>7. Absorção de Impactos: O tecido conjuntivo atua como um amortecedor, absorvendo choques e impactos, especialmente em articulações.</p><p>8. Resistência à Tração e Elasticidade: As fibras colágenas conferem resistência, enquanto as fibras elásticas proporcionam flexibilidade e elasticidade ao tecido.</p><p>Constituição:</p><p>O Tecido Conjuntivo é formado por Células e Matriz Extracelular.</p><p>Células</p><p>O tecido conjuntivo é composto por uma variedade de células que desempenham funções diversas, incluindo suporte estrutural, defesa imunológica, armazenamento de energia e reparação tecidual. Algumas das células mais comuns encontradas no tecido conjuntivo são:</p><p>1. Fibroblastos: São as células mais abundantes do tecido conjuntivo e são responsáveis pela produção da matriz extracelular, incluindo colágeno, elastina e outras proteínas.</p><p>2. Macrófagos: Parte do sistema imune, os macrófagos são responsáveis pela fagocitose de partículas estranhas e células danificadas, ajudando na defesa do organismo contra infecções.</p><p>3. Mastócitos: Essas células contêm grânulos com histamina e outros mediadores inflamatórios, participando da resposta imune e do processo inflamatório.</p><p>4. Plasmócitos: Originados de linfócitos B, os plasmócitos produzem anticorpos, que são proteínas que se ligam a antígenos e ajudam a neutralizar patógenos. Capaz de sintetizar anticorpos.</p><p>5. Células adiposas: Armazenam gordura e são encontradas em grandes quantidades no tecido adiposo, onde desempenham um papel na termogênese e no armazenamento de energia.</p><p>6. Células mesenquimais: É uma célula tronco. São células multipotentes derivadas do mesoderma embrionário, capazes de dar origem a vários tipos de células, incluindo osteoblastos, condrócitos e células adiposas.</p><p>7. Leucócitos: São células de defesa do organismo, encontradas em locais sujeitos a entrada de substâncias estranhas e agentes patogênicos, como os sistemas digestório e respiratório.</p><p>Tecidos conjuntivos especiais:</p><p>- Condroblastos e condrócitos (cartilagens);</p><p>- Células osteoprogenitoras (ossos);</p><p>- Osteoblastos (ossos);</p><p>- Osteócitos e Osteoclastos (ossos);</p><p>- Células hematopoéticas (sangue);</p><p>- Células sanguíneas (sangue).</p><p>Matriz Extracelular</p><p>A matriz extracelular do tecido conjuntivo é um componente essencial que fornece suporte, proteção e facilita as trocas metabólicas entre as células. Ela é composta por uma variedade de macromoléculas, incluindo proteínas, carboidratos e lipídios, que se organizam em uma estrutura tridimensional. A matriz extracelular pode ser dividida em dois componentes principais: a matriz fibrilar e a matriz não fibrilar (ou substância fundamental).</p><p>Matriz Fibrilar:</p><p>- Fibras do Sistema Colágeno: São as mais abundantes e incluem fibras colágenas (tipo I, II, III, etc.) e fibras reticulares, que são responsáveis pela resistência e força do tecido conjuntivo.</p><p>- Fibras do Sistema Elástico: Compostas principalmente por elastina, permitem que o tecido</p><p>se estire e retorne à sua forma original, proporcionando elasticidade.</p><p>Matriz Não Fibrilar (Substância Fundamental):</p><p>- É uma rede amorfa que preenche os espaços entre as fibras e inclui glicosaminoglicanos livres (como o ácido hialurônico), proteoglicanos, glicoproteínas, fatores solúveis, água, gases e nutrientes.</p><p>- Proteoglicanos: São moléculas grandes formadas por uma proteína central a qual estão ligados glicosaminoglicanos, ajudando a matriz a reter água e a manter a viscosidade.</p><p>- Glicoproteínas: Proteínas que contêm resíduos de carboidratos, envolvidas em várias funções, incluindo adesão celular e sinalização.</p><p>A composição da matriz extracelular pode variar dependendo do tipo de tecido conjuntivo e de suas funções específicas. Por exemplo, o tecido conjuntivo denso terá uma maior proporção de fibras colágenas para resistir a trações, enquanto o tecido elástico terá mais fibras elásticas para permitir alongamento e retorno à forma original. A matriz extracelular é constantemente remodelada pelas células do tecido conjuntivo, como fibroblastos, para atender às necessidades do corpo.</p><p>Matriz fibrilar: Fibras do Sistema colágeno</p><p>As fibras do sistema colágeno são um dos componentes principais da matriz fibrilar do tecido conjuntivo. O colágeno é a proteína mais abundante no corpo humano e é essencial para a estrutura e a força dos tecidos. As fibras colágenas são feitas de moléculas de colágeno que se organizam em uma estrutura tridimensional, conferindo propriedades como resistência à tração e suporte estrutural.</p><p>A estrutura básica do colágeno é uma molécula chamada tropocolágeno, que consiste em três cadeias de aminoácidos entrelaçadas em uma hélice tríplice. A sequência de aminoácidos típica inclui uma alta porcentagem de glicina, prolina e hidroxiprolina/hidroxilisina. Essas cadeias são denominadas cadeias alfa, e a diferença na composição dessas cadeias pode levar à formação de diferentes tipos de colágeno, dos quais existem mais de 25 tipos conhecidos.</p><p>Tropocolágeno:</p><p>As fibras colágenas podem ser classificadas em vários tipos, incluindo:</p><p>· Fibrilares: Formam longas fibras que proporcionam resistência e rigidez ao tecido.</p><p>· Associadas a fibrilas: Formam redes ou malhas, oferecendo suporte e elasticidade.</p><p>· De ancoragem: Fibras que ancoram células e matrizes a estruturas subjacentes.</p><p>· Transmembranas: Colágenos que atravessam membranas celulares e interagem com componentes intra e extracelulares.</p><p>Alguns dos tipos de colágeno mais comuns incluem:</p><p>· Colágeno tipo I: Encontrado na pele, ossos, tendões, ligamentos, fáscias, dentes e córnea. Forma fibrilas, fibras e feixes.</p><p>· Colágeno tipo II: Encontrado em cartilagens. Forma fibrilas.</p><p>· Colágeno tipo III: Encontrado em tecidos fetais, estroma de órgãos e glândulas, órgãos linfóides e hematopoiéticos. Forma fibrilas e fibras reticulares.</p><p>· Colágeno tipo IV: Encontrado na membrana basal dos epitélios, vasos e células musculares lisas. Não forma fibrilas, mas sim uma rede.</p><p>· Colágeno tipo VII: Encontrado na membrana basal de epitélios. Forma fibrilas de ancoragem.</p><p>As fibras colágenas são produzidas principalmente por células chamadas fibroblastos, que sintetizam a matriz extracelular do tecido conjuntivo. É a proteína mais ambundante do corpo, que ocupa cerca de 30% do peso corporal. A organização das fibras colágenas varia de acordo com o tipo de tecido conjuntivo e suas funções específicas, tornando-se mais densas e orientadas em uma direção específica em tendões, por exemplo, para resistir a forças de tensão.</p><p>Matriz fibrilar: Fibras do Sistema Elástico</p><p>As fibras do sistema elástico são componentes essenciais da matriz extracelular do tecido conjuntivo, responsáveis pela elasticidade e capacidade de retorno do tecido após ser esticado ou comprimido. Essas fibras são compostas principalmente por elastina, uma proteína elástica, e têm uma estrutura que permite alongamento e recuperação da forma original.</p><p>As fibras elásticas são formadas por um núcleo central de microfibrilas, principalmente compostas de fibrilina, que serve como um arcabouço para a deposição da elastina. A elastina é o componente principal que confere elasticidade às fibras.</p><p>As características das fibras elásticas incluem:</p><p>· São longas, finas e ramificadas, permitindo uma extensão considerável.</p><p>· A elastina é depositada ao redor das microfibrilas, formando um revestimento elástico.</p><p>· Quando esticadas, as fibras elásticas podem alongar-se até 150% do seu comprimento original e, ao serem liberadas, retornam à sua forma original devido à elasticidade da elastina.</p><p>As fibras elásticas são encontradas em diversos tecidos e estruturas do corpo, incluindo:</p><p>· Ligamentos elásticos, como o ligamento amarelo da coluna vertebral.</p><p>· Cordas vocais.</p><p>· Paredes de artérias elásticas, onde as lâminas elásticas fenestradas permitem que os vasos sanguíneos se expandam com a pressão sanguínea e depois retornem ao seu diâmetro original.</p><p>· Tecidos que necessitam de esticamento e retorno à forma original, como a veia safena e o ligamento suspensor do pênis.</p><p>A elastina é produzida por células especializadas, como fibroblastos e células musculares lisas, e é essencial para a função adequada de muitos sistemas do corpo, especialmente aqueles que dependem da elasticidade para o movimento e a manutenção da forma dos órgãos.</p><p>Células Mesenquimais</p><p>As células mesenquimais são células multipotentes derivadas do mesoderma embrionário, que é uma das três camadas germinativas do embrião. Essas células são caracterizadas por:</p><p>· Um núcleo oval com cromatina fina e um nucléolo proeminente.</p><p>· Prolongamentos citoplasmáticos.</p><p>· Estão imersas em uma matriz extracelular rica em substância fundamental e poucas fibras.</p><p>No embrião, as células mesenquimais são encontradas em grande número e são precursoras de várias células especializadas dos tecidos conjuntivos, como:</p><p>· Condrócitos, que dão origem à cartilagem.</p><p>· Osteócitos, envolvidos na formação do osso.</p><p>· Fibroblastos, que produzem matriz extracelular.</p><p>· Células adiposas, responsáveis pelo armazenamento de gordura.</p><p>· Células hematopoéticas, que dão origem às células sanguíneas.</p><p>As células mesenquimais são importantes para a formação e a remodelação dos tecidos conjuntivos durante o desenvolvimento embrionário e continuam a desempenhar papéis importantes na manutenção e na reparação dos tecidos ao longo da vida. No adulto, essas células podem ser encontradas em menor número e estão envolvidas na regeneração tecidual e na resposta a lesões.</p><p>Fibroblastos</p><p>Os fibroblastos são as células mais comuns do tecido conjuntivo e são responsáveis pela produção da matriz extracelular, que inclui componentes como colágeno, elastina e glicoproteínas. Eles são essenciais para a estrutura e o suporte dos tecidos, além de desempenharem um papel na cicatrização de feridas e na manutenção da integridade tecidual.</p><p>características dos fibroblastos:</p><p>· São células alongadas com um núcleo grande e claro que contém nucléolos evidentes.</p><p>· Possuem um complexo de Golgi e um retículo endoplasmático rugoso (RER) bem desenvolvidos, que são organelas celulares envolvidas na síntese de proteínas.</p><p>· São ricos em filamentos de actina, que permitem o movimento das células e a retração do tecido cicatricial.</p><p>· Na cicatrização, os fibroblastos podem se diferenciar em miofibroblastos, que contêm filamentos de actina e miosina, e são capazes de contrair e retrair o tecido cicatricial.</p><p>Fibrócito: é o fibroblasto em repouso, muito encontrado em pessoas mais velhas. RER e o CG estão menos desenvolvidos, a cromatina é mais compacta portanto núcleo é mais escuro.</p><p>Plasmócitos</p><p>Plasmócitos são células imunológicas especializadas derivadas de linfócitos B que têm como função principal a produção de anticorpos. Eles são encontrados em maior número em locais sujeitos à penetração de bactérias e substâncias estranhas, como o tecido conjuntivo dos tratos digestório e respiratório.</p><p>Algumas características dos plasmócitos incluem:</p><p>· São células grandes e ovóides com um núcleo esférico.</p><p>· Possuem uma vida curta, geralmente</p><p>de 2 a 3 semanas.</p><p>· Após o contato com um antígeno, os linfócitos B ativados se diferenciam em plasmócitos, que produzem anticorpos específicos para o antígeno em questão.</p><p>· Os anticorpos produzidos por plasmócitos se ligam a antígenos, o que ajuda no processo de neutralização e eliminação de patógenos.</p><p>Macrógago</p><p>Os macrófagos são células do sistema imune envoltas na defesa do organismo contra patógenos, células moribundas e detritos celulares. Eles fazem parte do sistema fagocitário mononuclear e são derivados de células chamadas monócitos, que são liberadas do baço e da medula óssea para o sangue. Quando monócitos entram nos tecidos, eles se diferenciam em macrófagos.</p><p>Algumas das funções e características dos macrófagos incluem:</p><p>· Fagocitose: Eles englobam e digerem partículas estranhas, como bactérias, vírus e células danificadas.</p><p>· Pinocitose: Absorvem fluidos e solutos do meio extracelular.</p><p>· Atividade secretória: Liberam uma variedade de mediadores inflamatórios, citocinas e outros fatores que afetam a resposta imune e o reparo tecidual.</p><p>· Ativação: Quando ativados por partículas estranhas ou sinais imunológicos, os macrófagos aumentam a eficiência de suas funções.</p><p>· Especialização: Dependendo do local onde estão localizados, os macrófagos podem ter nomes específicos, como células de Kuppfer no fígado, micróglia no sistema nervoso e osteoclastos no tecido ósseo.</p><p>Estão distribuídos na maioria dos tecidos:</p><p>• Monócito: sangue</p><p>• Macrófago: tecido conjuntivo</p><p>• Célula de Kuppfer: fígado</p><p>• Micróglia: sistema nervoso</p><p>• Osteclasto: tecido ósseo</p><p>• Célula gigante multinucleada: tecido conjuntivo</p><p>Mastócitos</p><p>Mastócitos são células imunológicas encontradas no tecido conjuntivo e nas mucosas, especialmente em áreas sujeitas a interações com o ambiente externo, como a pele e as vias respiratórias. Eles são conhecidos por desempenhar um papel crucial na resposta inflamatória e na defesa do organismo contra parasitas.</p><p>Algumas características dos mastócitos incluem:</p><p>· São células globulares com um núcleo central que pode ser difícil de visualizar devido à abundância de grânulos no citoplasma.</p><p>· A membrana celular dos mastócitos contém receptores para a imunoglobulina E (IgE), que são ativados quando o antígeno se liga ao complexo IgE.</p><p>· Os grânulos citoplasmáticos contêm uma variedade de mediadores inflamatórios, como histamina, heparina ou sulfato de condroitina, fator quimiotático de eosinófilos e proteases neutras.</p><p>· Quando ativados, os mastócitos liberam esses mediadores, que causam vasodilatação, aumento da permeabilidade vascular, atração de eosinófilos e outros leucócitos ao local da inflamação, e contribuem para a resposta imune contra parasitas.</p><p>Células Adiposas</p><p>Células adiposas, também conhecidas como adipócitos, são células especializadas encontradas em grandes quantidades no tecido adiposo, um tipo de tecido conjuntivo especializado. As células adiposas são responsáveis pelo armazenamento de gordura, que é usada como fonte de energia e para isolamento térmico.</p><p>Algumas características das células adiposas incluem:</p><p>· São células grandes e esféricas, com o núcleo deslocado para a periferia da célula devido à grande quantidade de gordura armazenada no citoplasma.</p><p>· A gordura é armazenada em uma única gota de lipídio grande no centro da célula, que é envolta por uma rede de filamentos de actina que mantêm a integridade da célula.</p><p>· As células adiposas são envoltas por uma cápsula de colágeno que as conecta a outras células adiposas e a estruturas do tecido conjuntivo.</p><p>· Elas podem aumentar ou diminuir de tamanho em resposta às necessidades energéticas do corpo, liberando ácidos graxos livre para o sangue através da lipólise ou armazenando gordura através da lipogênese.</p><p>· Além de suas funções metabólicas, as células adiposas também secretam adipocinas, hormônios como a leptina e a adiponectina, que afetam o metabolismo, a saciedade e a regulação do açúcar no sangue.</p><p>Leocócitos</p><p>Leucócitos, também conhecidos como glóbulos brancos, são células do sangue que são parte essencial do sistema imune do corpo. Eles são responsáveis pela defesa do organismo contra infecções e outras ameaças. Os leucócitos são produzidos na medula óssea e circulam pelo sangue e pelos tecidos corporais.</p><p>Existem cinco tipos principais de leucócitos:</p><p>1. Neutrófilos: São os leucócitos mais numerosos e são fagócitos, o que significa que podem ingerir e destruir bactérias e fungos.</p><p>2. Eosinófilos: Estão envolvidos na resposta imune contra parasitas e na regulação de reações alérgicas.</p><p>3. Basófilos: São semelhantes aos mastócitos e liberam histamina e outros mediadores inflamatórios, contribuindo para a resposta imune e alérgica.</p><p>4. Linfócitos: Incluem linfócitos B e T, que são responsáveis pela imunidade adaptativa. Os linfócitos B produzem anticorpos, enquanto os linfócitos T desempenham várias funções, incluindo a ativação de células assassinas naturais e a regulação da resposta imune.</p><p>5. Monócitos: São o maior tipo de leucócitos e, ao entrar nos tecidos, diferenciam-se em macrófagos, que são fagócitos especializados na limpeza de células mortas e infecções.</p><p>Tipos de Tecido Conjuntivo</p><p>Tecido Conjuntivo frouxo</p><p>O tecido conjuntivo frouxo, também conhecido como tecido conjuntivo areolar, é um tipo de tecido conjuntivo que se encontra distribuído em todo o organismo. Ele preenche espaços entre células e órgãos, atuando como uma espécie de almofada que permite a movimentação e a expansão dos tecidos circundantes.</p><p>Algumas características do tecido conjuntivo frouxo incluem:</p><p>· Fibras celulares dispostas de maneira relativamente dispersa, o que confere ao tecido uma textura maleável e flexível.</p><p>· Contém uma variedade de células, incluindo fibroblastos, células adiposas, mastócitos, macrófagos e leucócitos.</p><p>· A matriz extracelular é composta por fibras colágenas, fibras elásticas e substância fundamental, que inclui glicosaminoglicanos e proteoglicanos.</p><p>· É importante para a nutrição e as trocas gasosas celulares, devido à sua capacidade de manter um ambiente adequado para a difusão de gases e nutrientes.</p><p>· Possui uma estrutura que permite a absorção de impactos suaves e protege os órgãos internos contra pressões e atritos leves.</p><p>O tecido conjuntivo frouxo é vital para o corpo, pois não apenas fornece suporte e proteção como também ajuda na cicatrização de feridas e na resposta imune ao lesão ou infecção.</p><p>Tecido Conjuntivo Denso Não Modelado</p><p>O tecido conjuntivo denso não modelado é um tipo de tecido conjuntivo que se caracteriza por uma alta densidade de fibras colágenas, que são dispostas em todas as orientações dentro do tecido. Isso confere ao tecido uma resistência considerável a trações e tensões, mas também o torna menos flexível que o tecido conjuntivo frouxo.</p><p>Algumas características do tecido conjuntivo denso não modelado incluem:</p><p>· Possui as mesmas células e matriz extracelular que o tecido conjuntivo frouxo, mas com uma proporção maior de fibras colágenas em relação ao número de células.</p><p>· As fibras colágenas estão distribuídas aleatoriamente, o que permite que o tecido suporte forças aplicadas em diferentes direções.</p><p>· É encontrado em áreas que requerem suporte e proteção, mas não necessitam de uma orientação específica das fibras colágenas para resistir a tensões unidirecionais.</p><p>· Exemplos de localização incluem a derme profunda da pele, onde ajuda a suportar a tensão e o atrito, e os tecidos que revestem ossos e cartilagens, onde fornece resistência adicional.</p><p>Tecido Conjuntivo Denso Modelado: Tendão</p><p>O tecido conjuntivo denso modelado, como um tendão, é um tipo especializado de tecido conjuntivo que apresenta fibras colágenas dispostas em feixes densos e orientados na mesma direção. Isso permite que o tendão resista a forças de tensão consideráveis, tornando-o essencial na conexão entre músculos e ossos, permitindo o movimento articular.</p><p>Algumas características do tecido conjuntivo denso modelado, especificamente dos tendões, incluem:</p><p>· Alto número de fibras colágenas compactadas em feixes paralelos, o que confere ao tendão</p><p>uma grande resistência à tração.</p><p>· Baixo número de células e pouca substância fundamental, o que reduz a elasticidade e aumenta a resistência.</p><p>· Presença de fibras de colágeno tipo I, que são as mais resistentes e abundantes no corpo, formando as fibras colágenas do tendão.</p><p>· Capacidade de transmitir as forças geradas pelos músculos aos ossos, permitindo o movimento e a manutenção da postura corporal.</p><p>Tecido Conjuntivo de propriedades especiais</p><p>Os tipos de tecido conjuntivo com propriedades especiais são variados e incluem tecidos como o elástico, o reticular, o mucoso e o embrionário. Cada um desses tecidos tem características e funções únicas que os tornam importantes para o funcionamento correto do corpo.</p><p>1. Tecido Elástico:</p><p>· Contém feixes espessos e paralelos de fibras elásticas, que conferem grande elasticidade ao tecido.</p><p>· Exemplos incluem o ligamento amarelo da coluna vertebral, as cordas vocais e a parede das artérias elásticas.</p><p>2. Tecido Reticular:</p><p>· Composto principalmente por finas fibras de colágeno do tipo III, formando uma rede delicada.</p><p>· Suporta células de órgãos linfóides e hematopoiéticos, como os linfonodos e a medula óssea.</p><p>3. Tecido Mucoso:</p><p>· Apenas no embrião e em alguns tecidos em formação.</p><p>· Constituição gelatinosa, com predominância de matriz contendo ácido hialurônico e poucas fibras colágenas.</p><p>· Exemplos incluem a geléia de Wharton no cordão umbilical e a polpa dental jovem.</p><p>4. Tecido Conjuntivo Embrionário (Mesenquimal):</p><p>· Presente apenas no embrião e em tecidos em formação.</p><p>· Formado principalmente por células mesenquimais envolvidas por uma matriz gelatinosa contendo ácido hialurônico e poucas fibras colágenas.</p><p>· Possui muitas figuras de mitose, indicando alta atividade de divisão celular.</p><p>TECIDO ADIPOSO</p><p>O tecido adiposo é um tipo especial de tecido conjuntivo composto por células adiposas, conhecidas como adipócitos. Estas células são responsáveis pelo armazenamento de energia na forma de triglicerídeos, isolamento térmico e amortecimento mecânico. Existem dois tipos principais de tecido adiposo: o unilocular ou branco, que armazena gordura em uma única gotícula lipídica grande e está distribuído amplamente pelo corpo; e o multilocular ou pardo, especializado em produzir calor e presente principalmente em recém-nascidos. A adipogênese, ou formação de novas células adiposas, ocorre principalmente nos períodos pré-natal e pós-natal. O tecido adiposo é regulado por hormônios como insulina, catecolaminas e prostaglandinas, com a leptina desempenhando um papel importante na regulação do apetite e do gasto energético. O metabolismo dos lipídeos envolve a síntese e degradação de triglicerídeos, que podem ser originados pela dieta, pelo fígado ou pela própria síntese das células adiposas. A remoção dos lipídeos ocorre de maneira desigual em diferentes partes do corpo, e o tecido adiposo pode encolher em resposta à desnutrição. O tecido adiposo pardo é especialmente vascularizado e rico em mitocôndrias, permitindo a termogênese ou produção de calor. A obesidade é um problema de saúde pública resultante do excesso de tecido adiposo e pode ter origens endógenas ou exógenas, com consequências graves para a saúde, incluindo doenças articulares, diabetes e doenças cardiovasculares.</p><p>Funções:</p><p>1. Reserva Energética: É o maior depósito corporal de energia na forma de triglicerídeos, que são mais eficientes como reserva energética do que carboidratos e proteínas.</p><p>2. Isolamento Térmico: A gordura tem baixa capacidade condutora, o que a torna eficiente na retenção de calor e isolamento térmico do corpo.</p><p>3. Estrutura e Amortecimento: Preenche espaços, servindo como material estrutural, e forma coxins em certas regiões anatômicas, funcionando como amortecedor contra choques mecânicos, como nas palmas das mãos e nas plantas dos pés.</p><p>4. Manutenção da Posição de Órgãos: Ajuda a manter alguns órgãos em suas posições normais, por exemplo, o coração.</p><p>5. Termogênese: O tecido adiposo multilocular ou pardo é especializado em produzir calor, especialmente em ambientes frios, como mecanismo de proteção, principalmente em recém-nascidos.</p><p>6. Regulação do Apetite e do Metabolismo: A leptina, hormônio produzido pelas células adiposas, participa da regulação da quantidade de tecido adiposo e da ingestão de alimentos, atuando no hipotálamo para diminuir a ingestão de alimentos e aumentar o gasto de energia.</p><p>7. Metabolismo dos Lipídeos: O tecido adiposo está envolvido na síntese e armazenamento de triglicerídeos, que podem ser originados pela dieta, pelo fígado ou pela própria síntese das células adiposas.</p><p>8. Regulação Hormonal: O acúmulo e a liberação de lipídeos pelos adipócitos maduros são regulados por hormônios como insulina, catecolaminas e prostaglandinas.</p><p>Tipos:</p><p>Tecido adiposo unilocular/branco: é encontrado amplamente distribuído pelo corpo e pode servir como armazenador de energia, isolante térmico ou como coxins para pressões externas e internas. As células adiposas deste tecido contêm uma grande gotícula lipídica em seu interior, que é rica em triglicerídeos.</p><p>Tecido adiposo multilocular/pardo: por outro lado, é especializado em produzir calor e é encontrado principalmente em recém-nascidos. As células adiposas deste tecido são menores e têm uma forma poligonal, contendo múltiplas gotículas lipídicas de vários tamanhos. A função principal da gordura marrom é dissipar energia na forma de calor (termogênese), especialmente em ambientes frios, como um mecanismo de proteção para o recém-nascido.</p><p>Localizaação:</p><p>O tecido adiposo unilocular/branco está amplamente distribuído pelo corpo, sendo encontrado principalmente na camada subcutânea da pele. Em homens, a gordura é armazenada principalmente no pescoço, ombros, em torno do quadril e nas nádegas, enquanto nas mulheres, a gordura é armazenada nas mamas, nádegas, quadril e coxas. Com o envelhecimento, a parede abdominal se torna uma área adicional de armazenamento de gordura.</p><p>O tecido adiposo multilocular/pardo, por sua vez, é encontrado principalmente em recém-nascidos, localizado na região do pescoço e na região interescapular. Este tipo de tecido adiposo é especializado em produzir calor e é importante para a manutenção da temperatura corporal após o nascimento.</p><p>O metabolismo dos lipídeos no tecido adiposo envolve a síntese, armazenamento e degradação de triglicerídeos. Estes podem ser absorvidos diretamente da alimentação, sintetizados pelo fígado, ou produzidos pelas próprias células adiposas a partir da glicose. O tecido adiposo é regulado por hormônios como insulina, catecolaminas e prostaglandinas, que controlam o acúmulo e a liberação de lipídeos. A leptina, produzida pelas células adiposas, ajuda a regular a quantidade de tecido adiposo e a ingestão de alimentos, atuando no hipotálamo para diminuir a fome e aumentar o gasto energético.</p><p>TECIDO CARTILAGINOSO</p><p>O tecido cartilaginoso é um tipo especializado de tecido conjuntivo rígido, que desempenha várias funções no corpo humano, incluindo o suporte de tecidos moles, revestimento de superfícies articulares para absorção de choques e crescimento de ossos longos. A cartilagem é formada por condroblastos que secretam matriz extracelular, tornando-se então condrócitos quando totalmente envolvidos pela matriz. Existem três tipos de cartilagem, diferenciados pela composição da matriz extracelular: hialina, elástica e fibrosa.</p><p>A cartilagem hialina, a mais comum, é avascular e contém condrócitos e fibrilas de colágeno tipo II, sendo a matriz altamente hidratada e rica em proteoglicanos. Ela é envolvida pelo pericôndrio, que facilita a nutrição e renovação dos condrócitos. A cartilagem elástica contém fibras elásticas e é encontrada em estruturas que requerem flexibilidade, como o pavilhão auditivo. A cartilagem fibrosa, também conhecida como fibrocartilagem, é resistente a forças de tensão e está presente em áreas como os discos intervertebrais e a sínfise pubiana.</p><p>A nutrição dos condrócitos ocorre por difusão através da matriz extracelular. A histogênese da cartilagem</p><p>envolve a diferenciação de células mesenquimais em condroblastos, que produzem matriz e se tornam condrócitos. O crescimento da cartilagem pode ser intersticial, por divisão mitótica de condrócitos, ou aposicional, a partir de células do pericôndrio. A cartilagem elástica não se calcifica com o tempo, ao contrário da hialina.</p><p>Em resumo, o tecido cartilaginoso é essencial para o suporte, proteção e crescimento no corpo humano, com diferentes tipos de cartilagem adaptados às necessidades específicas de cada região anatômica.</p><p>Funções:</p><p>1. Suporte de tecidos moles: A cartilagem fornece suporte estrutural a tecidos moles, ajudando a manter a forma e a função de várias estruturas anatômicas.</p><p>2. Revestimento de superfícies articulares: A cartilagem atua como um revestimento liso e resistente ao desgaste nas superfícies articulares dos ossos, permitindo que eles deslizem uns sobre os outros com menor atrito e absorvendo choques durante o movimento.</p><p>3. Crescimento dos ossos longos: A cartilagem é essencial para o crescimento longitudinal dos ossos longos, especialmente durante o período intrauterino e após o nascimento. Ela forma o disco epifisário, que é responsável pelo alongamento dos ossos.</p><p>4. Flexibilidade e elasticidade: Alguns tipos de cartilagem, como a cartilagem elástica, fornecem flexibilidade a estruturas que precisam se dobrar ou esticar, como o pavilhão auditivo e a epiglote.</p><p>5. Resistência a forças de tensão: A cartilagem fibrosa, ou fibrocartilagem, é resistente a forças de tensão e encontra-se em áreas sujeitas a estresse mecânico, como os discos intervertebrais e a sínfise pubiana.</p><p>6. Proteção: A cartilagem também pode proteger estruturas subjacentes, distribuindo forças de impacto e reduzindo a pressão em áreas sensíveis.</p><p>7. Manutenção da forma: A cartilagem ajuda a manter a forma de certas estruturas do corpo, como a traqueia e os brônquios, garantindo que eles mantenham sua patência e função apropriada.</p><p>8. Reparo limitado: A cartilagem possui capacidade de reparo limitada, principalmente durante a juventude até a idade adulta, mas esse processo ocorre raramente após a idade adulta.</p><p>Tipos:</p><p>1. Cartilagem Hialina:</p><p>- É a mais comum no corpo humano.</p><p>- Possui uma coloração branco-azulada e translúcida.</p><p>- Composta por condrócitos e fibrilas de colágeno tipo II.</p><p>- Forma o primeiro esqueleto embrionário e o disco epifisário, essencial para o crescimento dos ossos longos.</p><p>- Presente no nariz, brônquios, traqueia, costelas e articulações.</p><p>- É envolvida por pericôndrio, exceto nas cartilagens articulares.</p><p>2. Cartilagem Elástica:</p><p>- Contém abundantes fibras elásticas, além de condrócitos e colágeno tipo II.</p><p>- Oferece flexibilidade e é encontrada no pavilhão auditivo e na epiglote.</p><p>- Possui pericôndrio e cresce principalmente por aposição.</p><p>- Não se calcifica com o tempo.</p><p>3. Cartilagem Fibrosa (Fibrocartilagem):</p><p>- Combina características de tecido conjuntivo denso e cartilagem hialina.</p><p>- Contém condrócitos, fibrilas de colágeno tipo II e fibras de colágeno tipo I.</p><p>- Resistente a forças de tensão.</p><p>- Presente nos discos intervertebrais, pontos de inserção de ligamentos e tendões, e na sínfise pubiana.</p><p>- Não possui pericôndrio.</p><p>Cada tipo de cartilagem é adaptado para funções específicas, como suporte, flexibilidade e resistência a tensões.</p><p>Recuperação:</p><p>A cartilagem possui uma capacidade limitada de reparo e substituição, especialmente após a idade adulta. No entanto, existem mecanismos pelos quais a cartilagem pode ser reparada ou substituída em certas condições:</p><p>1.Reparo Intersticial: Durante as primeiras fases de vida da cartilagem, o crescimento intersticial pode ocorrer por divisão mitótica de condrócitos preexistentes, formando mais matriz. Este processo é mais comum na juventude.</p><p>2. Crescimento Aposicional: A partir de células do pericôndrio, os fibroblastos podem se diferenciar em condrócitos, contribuindo para o crescimento aposicional da cartilagem.</p><p>3. Reparo Limitado: A cartilagem tem uma capacidade de reparo limitada, que ocorre do jovem até a idade adulta, mas raramente após isso.</p><p>4. Substituição por Tecido Adiposo: Em algumas áreas, como o pavilhão auditivo e a epiglote, parte da cartilagem elástica pode ser substituída por tecido adiposo com o tempo, perdendo assim parte de sua elasticidade.</p><p>5. Substituição por Fibrocartilagem: No disco intervertebral, por exemplo, o núcleo pulposo, que contém colágeno tipo II e ácido hialurônico, pode ser substituído por fibrocartilagem com o avançar da idade.</p><p>6. Processos Regenerativos: Em casos de lesão ou degeneração, pode haver tentativas de regeneração da cartilagem, mas esses processos são geralmente ineficientes e podem levar à formação de tecido fibroso não especializado em vez de cartilagem verdadeira.</p><p>7. Intervenções Médicas: Atualmente, existem técnicas médicas e cirúrgicas que podem ser usadas para reparar ou substituir a cartilagem degenerada, como a microfratura, a implantação de condrócitos e a engenharia de tecidos.</p><p>image5.emf</p><p>image6.emf</p><p>image7.emf</p><p>image8.emf</p><p>image9.emf</p><p>image10.emf</p><p>image11.emf</p><p>image12.emf</p><p>image13.emf</p><p>image14.emf</p><p>image15.emf</p><p>image16.emf</p><p>image1.emf</p><p>image2.emf</p><p>image3.png</p><p>image4.emf</p>