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<p>O ser humano é constituído principalmente de água, o que corresponde a uma proporção de</p><p>aproximadamente 60% de seu corpo.</p><p>Devemos ressaltar que, para o controle homeostático, o líquido extracelular tem papel</p><p>importantíssimo, pois é nele que os parâmetros fisiológicos devem ser mantidos quase</p><p>constantes.</p><p>Um indivíduo saudável consegue manter a homeostasia durante a maior parte do tempo quando</p><p>se encontra em repouso. Para as células, a manutenção da homeostasia é fundamental. Assinale</p><p>a opção correta para justificar essa afirmação.</p><p>Para que todas as células do corpo humano estejam funcionando plenamente, é imprescindível</p><p>que os parâmetros fisiológicos sejam mantidos dentro de valores de normalidade, sendo a</p><p>manutenção da homeostasia fundamental para um bom funcionamento das células que são</p><p>extremamente sensíveis a variações dos parâmetros fisiológicos, podendo, caso essa</p><p>manutenção não ocorra, levar o indivíduo a ficar doente ou ao óbito.</p><p>HOMEOSTASIA</p><p>O termo homeostase foi criado pelo fisiologista americano Walter Cannon em 1929. O prefixo</p><p>homeo indica semelhante, similar, parecido, e o termo estase significa estático, o que indica que</p><p>o organismo necessita de uma condição de relativa estabilidade para manter suas funções</p><p>plenas. Observe que o termo não é homostase, com o prefixo homo, que significa igual,</p><p>deixando claro que Cannon já reconhecia a existência de uma variação nos controles biológicos.</p><p>Mesmo passado tanto tempo da criação do termo por Cannon, algumas pessoas ainda têm</p><p>dificuldade de entender esse conceito. Não é raro vê-las se referindo erradamente a homeostase</p><p>como «o equilíbrio do corpo humano».</p><p>No entanto, a definição correta do termo homeostase é a manutenção de condições quase</p><p>constantes no líquido extracelular ou, melhor ainda, a manutenção de todos os parâmetros</p><p>fisiológicos quase constantes no líquido extracelular.</p><p>Observe que não se fala em constância, em equilíbrio, e sim numa quase estabilidade que</p><p>jamais é alcançada realmente. Pode-se até falar que o organismo busca um equilíbrio. No</p><p>entanto, todos os parâmetros fisiológicos estão em constante oscilação. Cada um tem suas</p><p>características e valores próprios chamados de ponto de ajuste, que podem variar dentro de</p><p>limites inferiores e superiores que são considerados normais .</p><p> Parâmetros fisiológicos constituintes importantes do líquido extracelular.</p><p>Observe que os parâmetros fisiológicos são mantidos dentro dos seus valores de normalidade.</p><p>É um parâmetro fisiológico que tem como ponto de ajuste o valor de 37,1 OC e tem como limite</p><p>inferior e limite superior, 36,6 OC e 37,6 OC respectivamente, variando apenas 0,5 OC para</p><p>baixo ou para cima. Conforme a temperatura corporal aumenta ou diminui, existe todo um</p><p>sistema de controle que é ativado para fazer com que esse parâmetro fisiológico busque sempre</p><p>o seu valor do ponto de ajuste fisiológico. A manutenção dentro dessa faixa de normalidade é</p><p>fundamental para a função celular e, consequentemente, para a saúde do indivíduo, pois, se</p><p>esses valores ultrapassam os limites para baixo ou para cima, as células têm a sua função</p><p>comprometida. À medida que esses valores continuam se afastando dos parâmetros</p><p>considerados normais, a função celular vai ficando cada vez mais comprometida e, em casos</p><p>mais extremos, poderão levar à destruição das células e, consequentemente, ao óbito do</p><p>indivíduo.</p><p>Alguns parâmetros têm faixas muito estreitas de controle, como o pH do sangue, que tem seu</p><p>ponto de ajuste em 7,4 e oscila entre 7,35 e 7,45. Caso os valores de pH do sangue fiquem</p><p>abaixo de 6,9 ou acima de 7,8, o indivíduo tem grande chance de morrer. Importante ressaltar</p><p>novamente que a manutenção do pH do sangue dentro dos valores normais é fundamental para</p><p>manter a qualidade do funcionamento das células do corpo humano. Assim, quando o sangue</p><p>está com o pH ideal, as células estão saudáveis e funcionando plenamente. Porém, quando o</p><p>sangue se encontra mais ácido ou mais básico, pode haver doenças e complicações que poderão</p><p>culminar com a destruição das células. O corpo humano é feito de trilhões de células e, para que</p><p>esteja saudável, todas essas células devem estar funcionando plenamente.</p><p>Esse é um parâmetro fisiológico que possui um espectro de variação maior, tendo um ponto de</p><p>ajuste em 85 mg/dL, limite inferior de 70 mg/dL e limite superior de 100 mg/dL. Para cada</p><p>parâmetro, temos seus respectivos valores de normalidade, mas nunca se pode esquecer que</p><p>cada indivíduo é único e, dentro desses valores apresentados para uma população, podem haver</p><p>pequenas variações individuais. Uma análise pura e simples dos dados referentes a esses</p><p>parâmetros coletados jamais se sobrepõe a uma boa avaliação clínica, que será sempre</p><p>soberana. Uma tomada de decisão correta e consistente dependerá significativamente do bom</p><p>entendimento sobre Fisiologia humana de que o profissional da saúde necessita.</p><p>SISTEMAS DE CONTROLE HOMEOSTÁTICOS</p><p>Há dois tipos de sistemas de controle homeostáticos: retroalimentação negativa e</p><p>retroalimentação positiva .</p><p>O que é a retroalimentação negativa?</p><p>Ela pode ser conceituada da seguinte forma: é um mecanismo que ocorre quando o organismo</p><p>provoca uma alteração em determinado parâmetro fisiológico no sentido contrário do que</p><p>estava ocorrendo.</p><p>A maioria dos sistemas de controle homeostáticos atua por retroalimentação negativa.</p><p>Esse sistema de controle é facilmente explicado com alguns exemplos, como o que ocorre com a</p><p>pressão arterial.</p><p>Quando a pressão arterial se torna elevada, existem sensores específicos que são ativados e</p><p>enviam essa informação ao sistema nervoso central. Este, por sua vez, envia uma informação a</p><p>órgãos específicos que desencadeiam uma série de reações que culminam com a diminuição da</p><p>pressão arterial. A situação oposta também ocorre. Quando a pressão arterial sofre uma</p><p>diminuição, outros sensores reconhecem essa alteração e um processo de elevação é</p><p>desencadeado. Tudo isso para manter a homeostasia e o bom funcionamento do corpo humano.</p><p>Observe que o parâmetro fisiológico é direcionado para o sentido contrário do que estava</p><p>ocorrendo, ou seja, os efeitos são negativos em relação ao estímulo inicial. Dessa forma, os</p><p>diferentes tipos de parâmetros fisiológicos são mantidos quase constantes nos indivíduos</p><p>saudáveis na maioria das vezes.</p><p>O que é a retroalimentação positiva?</p><p>A retroalimentação positiva , por sua vez, ocorre em situações bem específicas. Se este tipo de</p><p>resposta ocorresse na maioria das vezes, poderia gerar uma instabilidade no organismo cada</p><p>vez maior, o que culminaria na morte do indivíduo. Na retroalimentação positiva, o organismo</p><p>provoca uma alteração em um determinado parâmetro fisiológico no mesmo sentido do que</p><p>estava ocorrendo. Por exemplo: imaginem a temperatura corporal sofrendo retroalimentação</p><p>positiva se ela já estivesse elevada. Ela iria aumentar mais ainda e piorar a situação até que o</p><p>indivíduo fosse a óbito. O mesmo raciocínio vale para o caso da diminuição da temperatura</p><p>corporal. Vamos ver um outro exemplo de retroalimentação positiva?</p><p>Na coagulação sanguínea, uma variedade de enzimas é ativada após o rompimento de um vaso</p><p>e começam a atuar sobre outras enzimas que se encontravam inativas no sangue próximo ao</p><p>local de rompimento, causando mais coagulação sanguínea. Essa sequência de fatores continua</p><p>até que o vaso esteja com o seu rompimento fechado e o sangramento tenha sido interrompido.</p><p>Vamos a outra situação clássica de retroalimentação positiva fisiológica?</p><p>No parto natural, à medida que o bebê começa a sair e pressionar o colo uterino, esse</p><p>estiramento aumenta a secreção de um hormônio denominado ocitocina e, em função disso,</p><p>aumentam as contrações locais. Quando o bebê sai um pouco mais, o colo uterino sofre uma</p><p>nova distensão, fazendo com que tenha mais secreção de ocitocina e aumentem as contrações.</p><p>Até que o bebê saia completamente, esse ciclo se repete por várias vezes.</p><p>A despolarização da membrana também é um outro exemplo em que a abertura dos canais</p><p>rápidos de sódio estimula a abertura de mais canais</p><p>rápidos de sódio numa velocidade muito</p><p>alta. Nesses casos, a retroalimentação positiva será útil e fisiológica. Mas, são casos específicos</p><p>em que esse sistema é utilizado.</p><p>O PROCESSO DE RETROALIMENTAÇÃO</p><p>Neste vídeo, nos aprofundaremos com mais detalhes sobre os processos de retroalimentação</p><p>negativa e positiva.</p><p>Os ajustes do controle circadiano</p><p>Alguns parâmetros fisiológicos também têm um controle circadiano, que se ajusta de acordo</p><p>com o momento do dia, em um período de 24 horas, sob o qual se baseia o relógio biológico</p><p>humano . Mas fatores exógenos ou ambientais também afetam o ciclo circadiano. A temperatura</p><p>corporal, por exemplo, diminui naturalmente durante a madrugada quando o metabolismo se</p><p>encontra bem baixo e volta a aumentar naturalmente no início do dia.</p><p>Esse ciclo se repete diariamente e alguns parâmetros fisiológicos são afetados diretamente por</p><p>ele. Um exemplo em que isto ocorre se dá pela quantidade de cortisol, que, no início do dia, é</p><p>maior em comparação ao período da noite. A produção de hormônio do crescimento, que</p><p>aumenta muito nas duas primeiras horas de sono, é mais um exemplo de parâmetros</p><p>fisiológicos controlados circadianamente.</p><p>Fonte: kanyanat wongsa/Shutterstock.</p><p>Sendo assim, a homeostasia é mantida basicamente por retroalimentação negativa, exceto em</p><p>casos bem específicos em que a retroalimentação positiva ou o ciclo circadiano participam do</p><p>controle em determinados parâmetros fisiológicos.</p><p>SECREÇÃO DE UM NEUROHORMÔNIO CHAMADO OCITOCINA.</p><p>PERMITE, ASSIM, A SAÍDA DO BEBÊ.</p><p>MANHÃ.</p><p>DURANTE A NOITE.</p><p>No momento de o bebê nascer acontece um aumento contínuo da contração da musculatura</p><p>uterina em razão da secreção de um neurohormônio chamado ocitocina.</p><p>Quanto mais contrações uterinas, mais ocitocina é produzida e secretada e mais contrações</p><p>uterinas acontecem, o que permite, assim, a saída do bebê.</p><p>Um exemplo clássico de retroalimentação positiva fisiológica é o que ocorre no parto natural, em</p><p>que, à medida que o bebê começa a sair e pressionar o colo uterino, esse estiramento do colo</p><p>uterino faz com que aumente a secreção de ocitocina e, em função disso, aumentem as</p><p>contrações uterinas. Dessa forma, o bebê sai um pouco mais e distende mais o colo uterino,</p><p>fazendo com que tenha mais secreção de ocitocina e aumentem as contrações uterinas até que</p><p>o bebê saia completamente esse ciclo se repete.</p><p>A concentração de cortisol se altera durante as horas do dia, apresentando seu pico pelas</p><p>primeiras horas da manhã. Logo ao despertar, seus níveis vão declinando progressivamente ao</p><p>longo do dia, ficando bastante baixos durante a noite. Qual sistema de controle homeostático</p><p>está ocorrendo nesse caso?</p><p>A alternativa «B » está correta.</p><p>A quantidade de cortisol que, no início do dia, é maior que no final do dia ou a produção de</p><p>hormônio do crescimento, que aumenta muito nas duas primeiras horas de sono, são alguns</p><p>exemplos de parâmetros fisiológicos controlados circadianamente.</p><p>NERVOSO</p><p>Conhecer as bases anatômicas e fisiológicas do sistema nervoso é fundamental para o</p><p>profissional da área da saúde. Atualmente, os profissionais que pesquisam sobre o sistema</p><p>nervoso passaram a ser chamados de neurocientistas. O termo neurociência passou a ser muito</p><p>utilizado, e nem sempre corretamente. Portanto, se faz necessário que exista um entendimento</p><p>sobre o que realmente significa neurociência. No entanto, na verdade, não existe uma</p><p>neurociência, mas as neurociências, pois existem cinco grandes disciplinas neurocientíficas</p><p>completamente interligadas:</p><p>Dessa forma, o termo neurociências fica melhor empregado no plural, e o estudo da fisiologia do</p><p>sistema nervoso, que será o assunto discutido a seguir, está inserido no estudo da neurociência</p><p>sistêmica.</p><p>O conhecimento sobre o funcionamento do sistema nervoso é imprescindível para um</p><p>profissional da área da saúde, visto que o sistema nervoso e o sistema hormonal são capazes de</p><p>controlar e regular os demais sistemas orgânicos e, consequentemente, as funções corporais.</p><p>Hierarquicamente, esses dois sistemas são superiores aos demais e, inclusive, num estado de</p><p>conhecimento mais avançado, não é raro que sejam estudados de maneira associada, sendo</p><p>então, nomeados de sistema neuro-hormonal.</p><p>Enfermagem, na Farmácia, na Fisioterapia, na Medicina, na Nutrição, na Radiologia ou em</p><p>qualquer outra área da saúde que trabalhe diretamente com seres humanos.</p><p>O sistema nervoso recebe ininterruptamente uma infinidade de estímulos nervosos provenientes</p><p>de todas as partes do interior do corpo humano e do meio ambiente.</p><p>.</p><p>Powered by TCPDF (www.tcpdf.org)</p><p>http://www.tcpdf.org</p>