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<p>ROTINA 26</p><p>Missão Artística Francesa</p><p>Em 1816, durante a estada da família real portuguesa no Brasil, chega ao Rio de Janeiro um grupo de artistas franceses com a missão de ensinar artes plásticas na cidade que era, então, a capital do Reino unido de Portugal e Algarves. O grupo ficou conhecido como Missão artística francesa. O convite para a vinda do grupo teria partido de Antônio Araújo Azevedo, Conde da Barca, ministro de dom João 6°. Preocupado com o desenvolvimento cultural da colônia que havia se transformado em capital, o rei trouxe para cá material para montar a primeira gráfica brasileira, onde foram impressos diversos livros e um jornal chamado "A Gazeta do Rio de Janeiro”.</p><p>Já a missão tinha o objetivo de estabelecer o ensino oficial das artes plásticas no Brasil, e acabou influenciando o cenário artístico brasileiro, além de estabelecer um ensino acadêmico inexistente até então. A missão foi organizada por Joaquim Lebreton e composta por um grupo de artistas plásticos que obedeciam ao estilo neoclássico.</p><p>Principais pintores da missão</p><p>• Nicolas - Antonine Taunay: (1775-1830) pintor francês de grande destaque na corte de Napoleão Bonaparte e considerado um dos mais importantes da Missão Francesa. Durante os cinco anos em que esteve no Brasil, retratou várias paisagens do Rio de Janeiro.</p><p>Essa pintura de Taunay mostra, além do Pão de Açúcar, a mais famosa formação rochosa da cidade do Rio de Janeiro, edifícios baixos e a presença de muitas árvores na paisagem urbana. Fora o aspecto de documentação sobre como era a região nessa época, chama a atenção do observador a impressão de luminosidade própria de um país tropical.</p><p>• Jean - Baptiste Debret: (1768-1848) foi chamado de "a alma da Missão Francesa". Era desenhista, aquarelista, pintor cenográfico, decorador, professor de pintura e organizador da primeira exposição de arte no Brasil (1829). Em 1818, trabalhou no projeto de ornamentação da cidade do Rio de Janeiro para os festejos da aclamação de dom João 6° como rei de Portugal, Brasil e Algarves.</p><p>O artista Francês documenta o estilo de vida de uma família brasileira na primeira metade do século XIX. Uma senhora branca, com trajes e acessórios indicadores de uma boa condição social, uma criança branca e bem vestida está voltada para a leitura, ambas com escravos a sua volta para servi-las. Crianças negras brincam pelo chão. OBRA: Uma senhora brasileira em seu lar, de Jean - Baptiste Debret.</p><p>• Grandjean de Montigny :(1776 -1850) Foi um arquiteto de prestígio na Europa, tendo executado projetos na Itália, na França e na Alemanha. Ele veio para o Brasil em 1816, como integrante da Missão Artística Francesa, com a incumbência de projetar e construir o prédio da Academia Imperial de Belas Artes, que foi inaugurado em 1826. Na academia, foi professor de arquitetura - o primeiro do Brasil.</p><p>Arquitetura da Missão Artística Francesa</p><p>Montigny, como os artistas, pintores e escultores integrantes da Missão Francesa, seguia o estilo neoclássico em seus projetos. Muitos dos projetos de Montigny não saíram do papel. Outros foram demolidos. Restaram apenas, além do pórtico da Academia Imperial de Belas Artes e do edifício da Praça do Comércio, um chafariz e a residência particular do arquiteto, na Gávea - todos no Rio de Janeiro. Ainda assim, a importância de Montigny para a arquitetura brasileira é imensa. Como professor na Academia, formou novos profissionais, que souberam dar ao Brasil uma linguagem arquitetônica moderna.</p><p>O prédio da Academia foi construído em 1826 e demolido em 1937. Da construção original, hoje só resta parte de uma fachada. Inicialmente, na Academia, ficava expostas as pinturas trazidas pela Missão Francesa. Com o passar do tempo, o acervo cresceu com aquisições e doações e hoje esse conjunto de obras está no Museu de Belas Artes.</p><p>Academia Imperial de Belas Artes</p><p>Teve sua origem no projeto da Escola Real de Ciências, Artes e Ofícios, aprovado pelo decreto de 12 de agosto de 1816, que concedeu pensões a diversos artistas franceses que vieram morar no Brasil. O projeto inicial de criação esteve relacionado não só às artes, mas também aos estudos das ciências naturais, físicas e exatas, voltados para o desenvolvimento do reino. Os professores da Academia eram, em sua maioria, do grupo que ficaria conhecido como “missão francesa”. Liderados por Joaquim Lebreton, a equipe contava ainda com Pedro Dellon, Jean-Baptiste Debret, Nicolas-Antoine Taunay, Auguste-Marie Taunay, Auguste-Henri-Victor Grandjean de Montigny, Charles-Simon Pradier, François Ovide, Charles-Henri Levasseur, Louis Meunié e François Bonrepos.</p><p>Em 1826 o prédio projetado por Grandjean de Montigny ficou pronto e a escola passou a funcionar plenamente, com o nome de Academia Imperial de Belas Artes. Mas foi somente em 1831, pelo decreto de 30 de dezembro, que teve um novo regulamento aprovado. Nesse regulamento é possível perceber que a academia passava a dedicar-se exclusivamente às artes; O ensino dividia-se nas especialidades de pintura histórica, paisagem, arquitetura e escultura.</p><p>Com o declínio do Império, os financiamentos do imperador cessaram e a escola entrou em um período de crise. Durante o Segundo Reinado, a academia foi apadrinhada por d. Pedro II, que investia em muitos artistas e patrocinava prêmios e viagens ao exterior. Em contrapartida, grande parte das obras produzidas visaram a exaltação do monarca ou a criação de uma identidade genuinamente brasileira, aos moldes do romantismo literário, tendo a natureza e o índio como elementos de destaque.</p><p>Até o início da República, a academia manteve a regulamentação aprovada em 1850, quando o decreto n. 983, de 8 de novembro de 1890, aprovou seus novos estatutos e alterou seu nome para Escola Nacional de Belas Artes.</p><p>ATIVIDADE</p><p>1. Sabendo que a Missão Artística Francesa contribuiu para a instauração de um estilo acadêmico na Academia Imperial de Belas-Artes, cujo estilo correspondia ao movimento artístico:</p><p>a) Barroco; b) Neoclássico; c) Realista; d) Rococó</p><p>2. A missão Artística chegou no Brasil em 1816, durante a estada da família real portuguesa no Brasil, o Rio de Janeiro recebeu um grupo de artistas franceses com a missão de ensinar artes plásticas na cidade que era, então, a capital do Reino unido de Portugal e Algarves. Esse grupo foi chefiado por qual artista?</p><p>a) Nicolas - Antonine Taunay; b) Antonio Araújo Azevedo; c) Auguste-Marie Taunay; d) Joaquim Lebreton</p><p>3. A obra que realizou no Brasil foi imensa, cenas brasileiras, retratos da família real, pinturas de cenário para o Teatro São João e trabalhos de ornamentação da cidade do Rio de Janeiro, também foi professor de Pintura histórica na Academia Imperial de Belas Artes e realizador da primeira exposição de Arte no Brasil. Foi chamado de "a alma da Missão Francesa" mas seu verdadeiro nome era:</p><p>a) Nicolas - Antonine Taunay; c) Grandjean de Montigny; b) Jean - Baptiste Debret; d) Auguste-Marie Taunay</p><p>4. No campo da Arquitetura, a Missão Artística Francesa desenvolveu aqui um novo estilo, abandonando os princípios barrocos. O responsável por essa mudança foi:</p><p>a) Nicolas - Antonine Taunay; c) Grandjean de Montigny; b) Jean - Baptiste Debret; d) Auguste-Marie Taunay</p><p>5. Por que trazer artistas da França para fundar uma academia de arte no Brasil?</p><p>a) A Corte Portuguesa tinha interesse no ensino da arte francesa, pois, queria que os Franceses aprendessem sobre a arte brasileira que, sem dúvidas, era superior às outras formas de Arte;</p><p>b) O grupo Missão Artística Francesa foi formado por Grandjean de Montigny, com o objetivo de expandir a Arte Surrealista, de modo que, acreditavam-se que os artistas Franceses tinham mais conhecimento sobre Surrealismo; c) Acreditava-se que a arte francesa era essencialmente superior às outras formas de arte, tanto europeias quanto nacionais, de modo que, ao vir para cá, "trariam a civilização" e as técnicas artísticas mais desenvolvidas que a Europa, considerada como a capital;</p><p>d) Com o objetivo de que o grupo Missão Artística Francesa ensinassem técnicas do movimento artístico</p><p>Barroco que, naquele tempo despertaria olhares do mundo todo para a Arte no Brasil.</p><p>GABARITO: 1B; 2D; 3B; 4C; 5C</p><p>ROTINA 28</p><p>ACADEMICISMO</p><p>O Academicismo, ou academismo, foi um movimento onde as academias de arte existentes no continente europeu passaram a estabelecer determinados padrões necessários para a formação artística da época. As academias desse período defendiam que todo tipo de criação artística poderia ser ensinado utilizando como base esses padrões previamente estabelecidos. Dessa forma o conceito de gênio, que é aquela pessoa que possui inspiração e talento naturais e os expressa de maneira livre foi totalmente deixado de lado, e não eram raros os casos onde esse talento eram notadamente recriminados.</p><p>A partir do século XVI, várias escolas de arte especializadas surgiram na Europa. Conhecidas como academias, essas escolas contavam com o patrocínio de um patrono, geralmente representado por uma figura importante, como um rei ou príncipe. Com o intuito de educar jovens artistas de acordo com teorias clássicas e ortodoxas, essas academias buscavam elevar a arte a um outro nível. Assim, tinham como objetivo promover o status dos artistas, desvinculando-os de suas atuações como artesãos. O conceito das academias de arte começou a surgir no final do Renascimento, pois antes dessa época as produções de arte eram feitas de maneira exclusiva pelos artesãos e pelos ateliês coletivos, as chamadas guildas.</p><p>CARACTERÍSTICAS DA ARTE ACADÊMICA</p><p>Os princípios mais importantes da arte acadêmica, conforme estabelecidos pela Academia Francesa, podem ser expressos da seguinte maneira:</p><p>a) Valorização da mensagem moral- as pinturas do academicismo promoviam a propagação de mensagens de “alto nível”. Dessa forma, cenários compostos por passagens bíblicas ou por cenas de guerras eram valorizados.</p><p>b) Estímulo à intelectualidade- a intelectualidade era estimulada. Dessa forma, as pinturas do academicismo tinham a racionalidade como palavra de ordem. Logo, os temas clássicos, históricos e religiosos eram exaltados por remeterem a essa característica.</p><p>c) Prestígio da idealização- as pinturas desse estilo contavam com formas e corpos idealizados, pois uma arte que expusesse muito a realidade, em detalhes, era condenada.</p><p>d) Domínio de regras e uso moderado de cor- com a influência do renascentismo, a arte acadêmica apresentava regras complexas relacionadas ao uso de perspectiva linear. Logo, a luz era submetida a alguns moldes e as cores brilhantes eram usadas com moderação;</p><p>e) Valorização do acabamento polido- O uso da tinta no academicismo também era contido. A sua superfície devia ser lisa e não podia apresentar traços de pinceladas. Logo, nem o impacto, nem as pinceladas expressivas eram permitidos.</p><p>ALGUNS DOS ARTISTAS QUE PRODUZIRAM PEÇAS MAIS EMBLEMÁTICAS DESSE ESTILO FORAM:</p><p>✓ Peter-Paul Rubens (1577-1640); ✓ Nicolas Poussin (1594-1665); ✓ Jacques-Louis David (1748-1825); ✓ Jean-Antoine Gros (1771-1835); ✓ Jean-Auguste-Dominique Ingres (1780-1867)</p><p>CONTEXTO HISTÓRICO DO BRASIL ANTES DO SURGIMENTO DO ACADEMICISMO</p><p>Até o começo do século XIX, a arte era ensinada em nosso país de forma bastante informal, pois era realizado nas oficinas de arte, onde os artistas produziam as suas obras e ensinavam os seus discípulos. O governo da época financiava uma escola de artes muito modesta, que era a Aula Régia de Desenho e Figura, que fora criada em 1800 na cidade do Rio de Janeiro e era comandada por Manuel Dias de Oliveira. No entanto, quando se iniciou o século XIX, mais precisamente em 1808, a família real e toda a corte portuguesa vieram de mudança para o Brasil, e esse fato acabou gerando grandes mudanças no país, na área social, política, econômica e institucional, pois até aquela época, Portugal tratava o Brasil como uma colônia, apenas para realizar a exploração das riquezas naturais (tanto na área do extrativismo e na área agrária). Com a vinda da família real e o governo português sendo realizado no Brasil, houve uma reorganização das instituições, criação de novas instituições, os serviços públicos foram reorganizados e etc.</p><p>Com essa modernização política, institucional e social, passou a crescer a necessidade do Brasil passar por uma atualização cultural, produzir arte conforme as correntes que se desenvolviam na Europa naquela época. No entanto, o nosso país tinha uma grande carência de profissionais para ensinar e atender a demanda existente e crescente, por profissionais que pudessem transmitir as técnicas nas mais diversas espécies de arte. Com isso, os governantes enxergaram que a criação de uma academia de artes iria atender as necessidades artísticas e culturais do nosso país.</p><p>ACADEMICISMO NO BRASIL: No Brasil, o Academicismo ou Academismo foi o sistema de arte que predominou no país desde o início do século XIX até o início do século XX, que era alicerçado nos princípios artísticos das academias de arte que existiam na Europa na época. O Academicismo surgiu no Brasil com a criação da Escola Real de Ciências, Artes e Ofícios, que foi criada pelo imperador Dom João VI no ano de 1816. Essa escola de artes foi criada em nosso país graças ao estímulo da Missão Artística Francesa, que foi liderada por Joaquim Lebreton e procurou criar uma escola de artes iluminada com base na grande Academia Neoclássica Francesa. Ela acabou evoluindo e se tornando a Academia Imperial de Belas Artes, devido ao patrocínio do imperador Dom Pedro II. Esta escola de arte acabou sendo encerrada quando foi incorporada pela Escola Nacional de Belas Artes, de origem republicana e criada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, em 1931.</p><p>OS PRINCIPAIS ARTISTAS DO ACADEMICISMO BRASILEIRO</p><p>São considerados os principais artistas do período do Academicismo no Brasil os seguintes: Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.</p><p>A HERANÇA DO ACADEMICISMO NA ARTE BRASILEIRA: O Academicismo deixou uma grande herança no movimento cultural e artístico do nosso país, tanto que essa forma de ensino conseguiu sobreviver às inúmeras transformações que foram ocasionadas pelo surgimento do movimento cultural e artístico denominado de modernismo. Em termos de ensinamento das técnicas, a grande herança do Academicismo no Brasil foi o fato de seguir os padrões de busca da beleza ideal, isto é, o artista não deve fazer a imitação da realidade, mas sim buscar a criação da beleza ideal nas suas obras. Esse fato se ligava muito ao Império vivido pelo Brasil naquela época e ao Nacionalismo após a proclamação da independência brasileira. O Academicismo vigorou como técnica de ensino artístico em nosso país até o início do século XX, por isso quando vemos obras acadêmicas veremos que os temas que recordam a história e a mitologia, que eram temas comumente usados no neoclassicismo.</p><p>CONSIDERAÇÕES FINAIS: É impossível negar a importância que o academicismo teve na formação de muitos artistas em todo o mundo, sendo responsável por estabelecer um padrão de beleza nas artes que ainda resiste, mesmo com todas as transformações ocorridas no mundo todo ao longo dos séculos. Conhecer a história da arte e seus conceitos é importante para que seja possível compreendermos um pouco melhor nossa própria história como sociedade e como indivíduos.</p><p>ATIVIDADE</p><p>01. Leia as afirmações sobre o academicismo no Brasil.</p><p>I – O academicismo no Brasil foi um movimento institucional que caracterizou a produção artística durante a segunda</p><p>metade do Século XIX, fomentado pelos ideais imperialistas e inspirados no movimento neoclássico europeu.</p><p>II – O Academicismo foi o primeiro movimento artístico genuinamente brasileiro, já que surgiu nas camadas mais</p><p>populares que defendiam um maior empenho acadêmico na produção artística nacional.</p><p>III – A chegada da Missão Artística Francesa deu início a institucionalização da produção artística no século XIX.</p><p>Assinale:</p><p>(A) se todas as afirmações estiverem corretas.</p><p>(B) se somente a alternativa I estiver correta.</p><p>(C) se nenhuma das afirmativas estiverem corretas.</p><p>(D) se as alternativas I e III estiverem corretas.</p><p>02. A obra ao</p><p>lado se chama a Batalha do Avaí. Sobre a obra podemos dizer que:</p><p>(A) Pedro Américo retrata um momento histórico do País, como era característica da obra academicista.</p><p>(B) Vítor Meireles trata a guerra do Paraguai como um acontecimento comum.</p><p>(C) Não pertence ao conceito academicista, já que a temática de guerra não agradava ao Imperador.</p><p>(D) É a obra mais importante de Almeida júnior, sem dúvida.</p><p>03. Em relação ao trabalho de Vítor Meireles, podemos afirmar que:</p><p>(A) priorizava temas mitológicos, seguindo o modelo clássico grego e renascentista na península itálica.</p><p>(B) dava ênfase a temas cotidianos, sendo considerado o primeiro artista nacionalista.</p><p>(C) dava importância a temas históricos e bíblicos.</p><p>(D) desenvolveu as técnicas da pintura paisagística, sendo um ícone do tema.</p><p>04.Observe a imagem.</p><p>A obra apresentada possui o título de “o violeiro” e retrata uma cena cotidiana. Seu autor é</p><p>(A) Jean Baptist Debret;</p><p>(B) Almeida Júnior.</p><p>(C) Pedro Américo;</p><p>(D) Vítor Meireles;</p><p>GABARITO: 1D; 2A; 3C; 4B</p><p>ROTINA 29</p><p>O NEOCLASSICISMO</p><p>O NEOCLASSICISMO foi um movimento cultural nascido na Europa Ocidental em meados do século XVIII, que teve larga influência na arte e cultura de todo o ocidente até meados do século XIX. Teve como base os ideais do iluminismo e um renovado interesse pela cultura da Antiguidade Clássica, defendendo os princípios da moderação, equilíbrio e idealismo como uma reação contra os excessos decorativistas e dramáticos do Barroco.</p><p>Contexto e caracterização geral</p><p>Os primeiros sinais do neoclassicismo se fazem notar em vários pontos da Europa nas primeiras décadas do século XVIII, embora desde já se deva advertir que a cronologia dos estilos é sempre muito polêmica, e seus limites, muito imprecisos. O neoclassicismo, como o nome indica, foi um movimento cultural revivalista, que se voltou para a Antiguidade Clássica - a Grécia e a Roma Antiga - como a principal referência estética e modelo de vida. Considerava-se há muito tempo que a tradição clássica — onde se incluía a cultura renascentista, também um revivalismo classicista — era imbuída de grande autoridade moral e estética, e por isso era um modelo ideal. De fato, a "volta aos clássicos" é um fenômeno recorrente na história da cultura do ocidente.</p><p>Uma série de fatores se conjugaram para que em meados do século XVIII houvesse nascido uma nova corrente classicista, nítida e influente, centralizada em Roma, convivendo e combatendo as últimas manifestações do Barroco e do Rococó. Dois fatores foram principais: em primeiro lugar, o esgotamento da fórmula barroca e a condenação do que se viu nela como excessos, peso, decorativismo fútil, falta de decoro e irregularidade, acompanhado por um crescente interesse pela Antiguidade clássica de modo geral, com seus valores de racionalismo, modéstia, equilíbrio, harmonia, simplicidade formal, idealismo e desapego do luxo. Em segundo, o neoclassicismo está intimamente ligado ao declínio da influência da religião e à ascensão dos ideais do iluminismo, que tinham base no racionalismo, combatiam as superstições e dogmas religiosos, e enfatizavam o aperfeiçoamento pessoal e o progresso social dentro de uma forte moldura ética. Os valores clássicos permaneceram uma forte referência nas academias de arte e de ciências mesmo durante o Barroco, o estilo anticlássico por excelência.</p><p>Artes plásticas</p><p>A arte neoclássica busca inspiração no equilíbrio e na simplicidade, bases da criação na Antiguidade. As características marcantes são o caráter ilustrativo e literário, marcados pelo formalismo e pela linearidade, poses escultóricas, com anatomia correta e exatidão nos contornos, temas "dignos" e clareza na composição. Sua sistematização era feita através do sistema conhecido como academicismo, que estabelecia uma série de normas práticas e teóricas para a produção da boa arte. Nascendo como uma reação ao Barroco e ao Rococó, a arte neoclássica não foi apenas um movimento artístico, mas também cultural, que refletiu as mudanças que ocorriam na época marcadas pela ascensão da burguesia. Este estilo procurou expressar e interpretar os interesses, a mentalidade e os hábitos da burguesia manufatureira e mercantil da época da Revolução Francesa e do Império Napoleônico, mas também expressou muitos valores políticos e cívicos quando patrocinado pelo Estado.</p><p>Principais características do neoclassicismo nas artes plásticas</p><p>Formalismo e racionalismo. Retorno ao estilo greco-romano. Academicismo e técnicas apuradas. Culto à teoria de Aristóteles. Ideal da época: democracia.</p><p>Na pintura, exatidão nos contornos, sobriedade nos ornamentos e no colorido, pinceladas que não marcavam a superfície, dando à obra um aspecto impessoal onde predominava o desenho sobre a cor.</p><p>Pintura</p><p>Uma amostra de pintura neoclássica nesse período é O Juramento dos Horácios, do francês Jacques-Louis David. Nesta obra de temática inspirada na história da Roma Antiga, os valores estéticos da Antiguidade servem de veículo condutor a uma mensagem atual: cidadãos (homens livres), agarram em armas, ou seja, tomam nas suas mãos o poder sobre o futuro da nação. A obra fez furor no Salão de Paris em 1784. A pintura neoclássica de David dominou o panorama artístico francês durante quase meio século, fazendo com que ele, acima das contingências políticas, fosse o pintor oficial da Revolução Francesa e, depois, do regime de Napoleão Bonaparte.</p><p>-Principais pintores • Jacques Louis David (francês, 1748-1825): foi o mais característico representante do neoclassicismo. Durante alguns anos controlou a atividade artística francesa, sendo o pintor oficial da corte imperial, pintando fatos históricos ligados à vida do imperador Napoleão. Pintou também temas solenes, personagens e motivos inspirados na antiguidade clássica, através de cores sóbrias. Sua luminosidade lembra Caravaggio, mas é em Rafael (mestre inegável do equilíbrio da composição e da harmonia das cores) que reside sua maior influência. Figuras sólidas e imóveis. Excelente retratista. Obras mais importantes: A Morte de Marat (1793); A Morte de Sócrates (1787); As Sabinas; A Coroação de Napoleão em Notre Dame.</p><p>A Morte de Marat (1793) Napoleão cruzando os Alpes 1801</p><p>• Dominique Ingres (francês, 1780-1867): Formado na oficina de David, permaneceu fiel aos postulados neoclássicos do seu mestre ao longo de toda a vida. Passou muitos anos em Roma, onde assimilou aspectos formais de Rafael e do maneirismo. A partir de 1830 opôs-se com veemência, da sua posição de académico, ao triunfo do romantismo pictórico representado por Delacroix. Ingres preferia os retratos e os nus às cenas mitológicas e históricas. Entre os seus melhores retratos contam-se Bonaparte Primeiro Cônsul, A Bela Célia. Nos nus que pintou (A Grande Odalisca, O Banho turco e, sobretudo, A Banhista de Valpinçon) é patente o domínio e a graça com que se serve do traço.</p><p>A Banhista de Valpinçon. A Grande Odalisca</p><p>ATIVIDADE</p><p>1- O neoclassicismo foi um movimento artístico, surgido na Europa por volta de 1750, durando até meados do século XIX. Este movimento teve como objetivo principal resgatar os valores estéticos e culturais das civilizações da Antiguidade Clássica (Grécia e Roma). A arte neoclássica era:</p><p>a) Voltada para a religião.</p><p>b) Voltada para a população de classe baixa.</p><p>c) Uma arte acadêmica.</p><p>d) Uma arte que buscava a fuga das regras.</p><p>2- A respeito do Neoclassicismo, podemos afirmar que:</p><p>a) Buscou romper com as formas clássicas, vigentes durante o Rococó.</p><p>b) Esteve comprometido com o ressurgimento da arquitetura e arte góticas.</p><p>c) Foi responsável pelo início de temas cotidianos na pintura e na escultura, que posteriormente seriam amplamente desenvolvidos pelo Realismo, no século XIX.</p><p>d) Foi um movimento artístico surgido</p><p>na França e buscou a retomada dos ideais clássicos da antiga arte Greco-Romana.</p><p>3- Qual o contexto histórico no qual o Neoclassicismo está inserido?</p><p>a) Decadência do Império Romano b) Grandes Navegações c) Contrarreforma d) Iluminismo</p><p>4- A pintura neoclássica é uma pintura de forte realismo, no sentido de se preocupar com transmitir uma impressão convincente do mundo físico real. Seus principais representantes são:</p><p>a) Jacques Louis David e Dominique Ingres;</p><p>b) Angelika kauffmann e Jean Baptiste Debret</p><p>c) Antônio Canova e Angélica kauffmann</p><p>d) Jacques Louis David e Jean Baptiste Debret</p><p>5- A arte acadêmica desenvolvida no Primeiro Império, na Academia de Belas Artes, revela características:</p><p>a) Barrocas; b) Neoclássicas; c) Românticas; d) Modernas.</p><p>GABARITO: 1;C 2A; 3D; 4A;5B</p><p>image6.png</p><p>image7.png</p><p>image8.png</p><p>image9.emf</p><p>image10.emf</p><p>image11.emf</p><p>image12.emf</p><p>image1.emf</p><p>image2.emf</p><p>image3.emf</p><p>image4.png</p><p>image5.png</p>