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<p>TECNOLOGIA EM</p><p>MEIO AMBIENTE</p><p>FOTO CAPA</p><p>RAFAEL AUGUSTO VALENTIM CRUZ MAGDALENA</p><p>65</p><p>UNIDADE 5</p><p>ECOEFICIÊNCIA</p><p>1. O QUE É ECOEFICIÊNCIA?</p><p>Para compreender o significado de ecoeficiência é importante analisar a origem da</p><p>palavra. A palavra eco é originada da palavra grega oikos, que significa “casa”, impli-</p><p>cando diretamente no conceito de ecoeficiência, sendo a ação de cuidado com o meio</p><p>ambiente. Esse conceito estabelece uma ponte entre as necessidades das pessoas e</p><p>dos negócios, a fim de atender a demanda existente entre esses dois lados, buscando,</p><p>nesse processo, a redução dos impactos ao meio ambiente.</p><p>A necessidade de cuidado com o meio ambiente está relacionada com o crescimento</p><p>populacional intenso ocorrido no século XX, em que a população em busca de abrigo,</p><p>alimentos e bem-estar, e por meio das atividades principais que sustentavam a econo-</p><p>mia, como a pesca, a agricultura, a indústria, potencializam o impacto ambiental causa-</p><p>do pela civilização humana na Terra, alterando assim o equilíbrio natural. Por sua vez,</p><p>esse processo ameaça a permanência de fontes de recursos naturais, pois a extração</p><p>dos recursos ocorre em uma velocidade maior do que sua renovação. A partir dessas</p><p>práticas humanas ocorreram a poluição de rios, a chuva ácida, a diminuição da camada</p><p>de ozônio e, consequentemente, o efeito estufa, entre outros.</p><p>A Conferência de Estocolmo, que aconteceu em 1972, pode ser considerada como</p><p>um marco da ruptura do pensamento econômico predominante para uma visão integra-</p><p>da entre economia, sociedade e ambiente. Em 1983, essa mudança culminou no surgi-</p><p>mento da World Business Council for Sustainable Developmente (WBCSD), criada pela</p><p>Organização Mundial das Nações (ONU). A WCED instituiu e publicou um documento</p><p>denominado Relatório Nosso Futuro Comum, em que apresenta as conceituações ofi-</p><p>ciais sistematizadas iniciais sobre o tema desenvolvimento sustentável. Neste relatório,</p><p>compreende-se que o desenvolvimento sustentável era o “[...] desenvolvimento que</p><p>permite satisfazer as necessidades presentes sem comprometer a capacidade das ge-</p><p>rações futuras de satisfazer suas próprias necessidades”. (WCED, 1987, p. 43)</p><p>SA</p><p>IB</p><p>A</p><p>M</p><p>A</p><p>IS</p><p>Para saber mais sobre a chamada Eco-92, leia o artigo a seguir e compreenda a história e</p><p>os importantes desdobramentos dos pontos de vista científico, diplomático, político, social</p><p>e da comunicação, pois, para aprofundar sua compreensão se faz necessário interpretá-la</p><p>a partir da realidade brasileira.</p><p>Disponível em: https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pi-</p><p>d=S0103-40141992000200005&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt. Acesso em: 14 fev. 2021.</p><p>https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-40141992000200005&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt</p><p>https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-40141992000200005&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt</p><p>U5</p><p>66</p><p>Ecoeficiência</p><p>Tecnologia em Meio Ambiente</p><p>A partir desse relatório, a visão de sustentabilidade ganhou alcance mundial difundindo-se</p><p>por toda a sociedade, culminado, em 1992, na Conferência das Nações Unidas sobre</p><p>Meio Ambiente e desenvolvimento Eco-92, sediada no Rio de Janeiro. A WBCSD (2000,</p><p>p.41-42) aprofundou a visão de sustentabilidade, apresentando o conceito de ecoefici-</p><p>ência, que está apoiado na filosofia de gestão empresarial, sendo esses um dos motivos</p><p>que auxiliaram na implementação e validação da ecoeficiência perante a sociedade. O</p><p>conceito apresentado da ecoeficiência buscava equilibrar o crescimento econômico aos</p><p>objetivos de proteção ambiental, no entanto, para que isso fosse possível seria necessá-</p><p>rio disponibilizar bens e serviços, na qual auxiliam na qualidade de vida satisfazendo as</p><p>necessidades humanas, a preços competitivos, mas que simultaneamente possibilitem a</p><p>redução do impacto ambiental, assim como a redução dos recursos naturais.</p><p>A partir da Eco-92, a agenda das empresas apresentava um novo índice, a eficiência eco-</p><p>lógica. Essa busca pela eficiência ecológica foi estendida para toda a cadeia produtiva,</p><p>começando nos insumos e finalizando na disposição final dos produtos. Desse modo, não</p><p>importa se a empresa é pequena ou grande, o posicionamento dela perante a eficiência</p><p>ecológica impactará toda a cadeia em que ela trabalha. Nesse cenário surgem consumi-</p><p>dores que começam a enxergar o valor subjetivo do produto e da empresa pelo engaja-</p><p>mento que essa empresa ou produto possuem com o meio ambiente, sendo esse um fa-</p><p>tor determinante para compra de produtos. Alinhados aos consumidores, os investidores</p><p>começam a olhar para além de índices econômicos, preocupando-se com os passivos</p><p>ambientais. Essas movimentações de consumidores, empresas e investidores propiciam</p><p>uma corrida para criar departamentos e diretorias para gerenciar questões ambientais.</p><p>Não existe uma única definição para ecoeficiência, contudo, ela pode ser compreendida</p><p>como a criação de mais valor com menos consequências ou de fazer mais com menos. De</p><p>acordo com o WBCSD (2000, p. 5), a ecoeficiência está baseada em três objetivos gerais:</p><p>Figura 01. Objetivos gerais da ecoeficiência</p><p>Melhorar o valor do produto ou serviço Reduzir o impacto na natureza</p><p>Reduzir o consumo de recursos</p><p>ECOEFICIÊNCIA</p><p>Fonte: adaptada de WBCSD (2000, p. 5)</p><p>67</p><p>U5 Ecoeficiência</p><p>Tecnologia em Meio Ambiente</p><p>Nesse contexto, para reduzir o impacto na natureza é preciso promover a utilização dos</p><p>recursos renováveis de forma sustentável, diminuindo as emissões gasosas, a disper-</p><p>são de substâncias classificadas como tóxicas, diminuir os efluentes e os desperdícios.</p><p>Por sua vez, a valorização do produto se faz com a promoção dos benefícios para os</p><p>consumidores por meio do aumento da funcionalidade e flexibilidade.</p><p>Além de compreender as necessidades dos clientes e oferecer produtos que vá ao</p><p>encontro delas, tornando o produto relevante ao consumidor, a redução do consumo de</p><p>recursos está na diminuição de todos os insumos para promover a reciclabilidade, além</p><p>de durabilidade dos produtos. Essa ideia está alinhada com o apelo global da ONU para</p><p>proteção do meio ambiente e erradicação da pobreza, possibilitando a todos viver em</p><p>prosperidade e em paz, em que apresentam 17 objetivos.</p><p>SA</p><p>IB</p><p>A</p><p>M</p><p>A</p><p>IS</p><p>A ONU e seus parceiros no Brasil estão trabalhando para atingir os Objetivos de De-</p><p>senvolvimento Sustentável. Há 17 objetivos ambiciosos e interconectados que abor-</p><p>dam os principais desafios de desenvolvimento enfrentados por pessoas no Brasil e</p><p>no mundo.</p><p>Para saber sobre esses objetivos, leia o artigo disponível em: https://brasil.un.org/</p><p>pt-br/sdgs. Acesso em: 9 mar. 2021.</p><p>A partir dos objetivos demonstrados é possível relacionar sete elementos que podem ser</p><p>utilizados pelas empresas e negócios para melhorar a ecoeficiência, por meio de proces-</p><p>sos mais eficientes de produção, melhoria na criação de produtos e serviços, atrelado a</p><p>isso busca-se a diminuição do uso recursos energéticos e materiais, assim como a dimi-</p><p>nuição do desperdício de insumos e da poluição durante toda a cadeia de valor.</p><p>Tabela 01. Elementos e ações relacionadas aos objetivos principais da ecoeficiência</p><p>Redução do gasto de energia vinculado aos bens e serviços</p><p>Redução da dispersão de substâncias tóxicas</p><p>Redução do gasto com materiais utilizados em bens e serviços</p><p>Promover a reciclagem de materiais</p><p>Incentivar o uso de recursos renováveis de forma sustentável</p><p>Incentivar o uso de tecnologias que aumentem a durabilidade dos produtos</p><p>Ampliar a intensidade do serviço</p><p>Fonte: elaborado pelo autor</p><p>A partir desses elementos e, por consequentes, ações é possível apresentar economia</p><p>nos custos de produção, que possibilitam a abertura de novas fontes de renda e o in-</p><p>centivo a novas tecnologias, a criatividade e a inovação.</p><p>Como medidas de incentivo à ecoinovação, os governos podem apresentar políticas</p><p>que promovam o desenvolvimento econômico ao mesmo tempo que reduz a utilização</p><p>de recursos naturais e geram menos poluição. Essas medidas políticas são implemen-</p><p>tadas em países como o Japão, com o Projeto</p><p>Nacional de Avaliação do Ciclo de Vida;</p><p>https://brasil.un.org/pt-br/sdgs</p><p>https://brasil.un.org/pt-br/sdgs</p><p>U5</p><p>68</p><p>Ecoeficiência</p><p>Tecnologia em Meio Ambiente</p><p>SA</p><p>IB</p><p>A</p><p>M</p><p>A</p><p>IS</p><p>União Europeia, com a Iniciativa Europeia de Ecoeficiência (EEI); Peru, com o Progra-</p><p>ma Nacional de Ecoeficiência; Brasil, com o Programa Brasileiro de Avaliação do Ciclo</p><p>de Vida; entre outros.</p><p>O governo brasileiro não ficou de fora desse movimento mundial em busca da ecoefici-</p><p>ência. Ele aderiu a proposta das Nações Unidas sobre a produção mais limpa, mobili-</p><p>zando o setor empresarial brasileiro para que eles incorporassem esse conceito de for-</p><p>ma irreversível. Um dos objetivos da Rede Brasileira de produção mais limpa é auxiliar</p><p>no desenvolvimento sustentável das micro e pequenas empresas, a fim de aumentar</p><p>a responsabilidade nos setores produtivos brasileiros ampliando a competitividade e a</p><p>inovação. O Serviço Brasileiro de apoio às micro e pequenas empresas (SEBRAE) é o</p><p>responsável nacionalmente pelo programa.</p><p>O Programa Brasileiro de Avaliação do Ciclo de Vida estabelece diretrizes no âmbi-</p><p>to do Sistema Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Sinme-</p><p>tro), para dar continuidade e sustentabilidade às ações de Avaliação do Ciclo de Vida</p><p>(ACV) no Brasil, com vistas a apoiar o desenvolvimento sustentável e a competitivida-</p><p>de ambiental da produção industrial brasileira e a promover o acesso aos mercados</p><p>interno e externo.</p><p>Disponível em: http://www.inmetro.gov.br/qualidade/pbacv/objetivo.asp. Acesso em:</p><p>14 fev. 2021.</p><p>2. QUAIS SÃO AS APLICAÇÕES DA ECOEFICIÊNCIA?</p><p>A partir dos três objetivos gerais apresentados pela WBCSD (2000, p. 6) sobre ecoe-</p><p>ficiência para o mundo, podemos pensar nas aplicações da ecoeficiência em diversas</p><p>áreas, como exemplificado na figura a seguir.</p><p>Figura 02. Aplicações da ecoeficiência</p><p>A ecoeficiência e os recursos hídricos.</p><p>Ap</p><p>lic</p><p>aç</p><p>õe</p><p>s</p><p>da</p><p>e</p><p>co</p><p>efi</p><p>ci</p><p>ên</p><p>ci</p><p>a</p><p>A ecoeficiência e energia.</p><p>A ecoeficiência e resíduos sólidos.</p><p>A ecoeficiência e as construções.</p><p>Fo</p><p>nt</p><p>e:</p><p>e</p><p>la</p><p>bo</p><p>ra</p><p>da</p><p>p</p><p>el</p><p>o</p><p>au</p><p>to</p><p>r</p><p>2.1 A ECOEFICIÊNCIA E OS RECURSOS HÍDRICOS</p><p>A acessibilidade do ser humano à água, não apenas em quantidade como também em</p><p>qualidade, se apresenta como necessidade básica do sujeito. Entretanto, a disponibi-</p><p>lidade da água pode ser impactada por crises hídricas como a que ocorreu durante os</p><p>anos de 2014 e 2015, no Brasil. De acordo com os dados da Sabesp (SÃO PAULO,</p><p>https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-40141992000200005&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt</p><p>69</p><p>U5 Ecoeficiência</p><p>Tecnologia em Meio Ambiente</p><p>2019a, p. 36), essa crise intensa fez com que as pessoas e suas famílias repensassem</p><p>o uso da água domiciliar, modificando ações que perpetuaram até o momento pós-crise.</p><p>Figura 03. Gráfico de uso da água domiciliar pós-crise</p><p>Fo</p><p>nt</p><p>e:</p><p>S</p><p>ão</p><p>P</p><p>au</p><p>lo</p><p>(2</p><p>01</p><p>9a</p><p>, p</p><p>. 3</p><p>3)</p><p>Ampliando essa visão, as empresas de todos os portes também utilizam um grande volu-</p><p>me de água para a produção de seus produtos, embora na apresentação final do produto</p><p>não se perceba essa água, a demanda é real e conhecida como água virtual. Por sua vez,</p><p>a água virtual é compreendida como a quantidade de água necessária para a produção</p><p>de um produto, serviço ou bem, analisando três etapas: o cultivo, os ingredientes e a mo-</p><p>delagem da matéria-prima e diluição do poluente gerado durante a produção.</p><p>Tabela 02. Volume de água para a produção de produtos</p><p>PRODUTOS LITROS DE H2O UTILIZADO</p><p>1 OVO 200 litros</p><p>1 CAMISETA DE ALGODÃO 2700 litros</p><p>1 KG DE QUEIJO 5000 litros</p><p>XÍCARA DE CAFÉ 140 litros</p><p>CARRO 144 300 litros</p><p>COMPUTADOR 31 500 litros</p><p>Fo</p><p>nt</p><p>e:</p><p>e</p><p>la</p><p>bo</p><p>ra</p><p>do</p><p>p</p><p>el</p><p>o</p><p>au</p><p>to</p><p>r</p><p>A partir dos dados apresentados é possível compreender a importância da ecoeficiência</p><p>nos recursos hídricos para auxiliar na compreensão do volume de água total utilizada du-</p><p>rante a produção e consumo de bens e serviços, englobando o consumo direto e indireto.</p><p>Em 2008, foi criada a Water Footprint Network (WFN), conhecida como pegada hídrica,</p><p>que auxilia a quantificar o consumo total de água ao final do processo da cadeia produtiva.</p><p>2.2 A ECOEFICIÊNCIA E ENERGIA</p><p>Desde a Revolução Industrial, a energia se apresenta como um grave problema, isso se justi-</p><p>fica devido a demanda de consumo energético que aumenta, assim como cresce o consumo</p><p>de combustíveis fósseis. Para produção de energia, o mundo consome cerca de 80% de</p><p>fontes consideradas não renováveis, o que impacta diretamente nas mudanças climáticas do</p><p>U5</p><p>70</p><p>Ecoeficiência</p><p>Tecnologia em Meio Ambiente</p><p>planeta. Nesse sentido, não é possível determinar apenas um agente poluente mais impac-</p><p>tante, pois as indústrias, os automóveis, a iluminação artificial, os equipamentos eletrônicos,</p><p>as instalações irregulares e o ar-condicionado colaboram intensamente para esse quadro.</p><p>Segundo o Ranking Paulista de Energia 2019 (SÃO PAULO, 2019b, p. 62), o consumo de</p><p>energia no Estado de São Paulo, no ano de 2019, foi de 21.194,513 toneladas de petróleo.</p><p>Esse cenário indica o caminho que as empresas devem trilhar em busca da ecoeficiên-</p><p>cia, o caminho das energias limpas, a fim de garantir baixos custos sociais e ambientais,</p><p>gerando maior competitividade.</p><p>Quando analisamos as fontes de produção de energia no mundo, podemos perceber que</p><p>as fontes limpas de energia (fontes renováveis) são bem menores em relação as fontes</p><p>não renováveis, como a energia nuclear e o petróleo. Com isso, podemos entender a ne-</p><p>cessidade da implementação da ecoeficiência na produção energética em escala.</p><p>Figura 04. Gráfico de fontes de produção de energia no mundo</p><p>Fo</p><p>nt</p><p>e:</p><p>a</p><p>da</p><p>pt</p><p>ad</p><p>a</p><p>de</p><p>B</p><p>ra</p><p>si</p><p>l (</p><p>20</p><p>19</p><p>b,</p><p>p</p><p>. 3</p><p>9)</p><p>Já no Brasil, devido aos abundantes recursos de matérias renováveis, as fontes de</p><p>energia estão alinhadas ao processo de busca de energia por meio da energia limpa.</p><p>Entretanto, existe um longo caminho a trilhar em busca de melhorar a matriz energética,</p><p>trazendo para as empresas maior competitividade com a diminuição de custos energé-</p><p>ticos para os bens de serviço e consumo.</p><p>Figura 05. Gráfico de fontes de produção de energia no Brasil</p><p>Fo</p><p>nt</p><p>e:</p><p>a</p><p>da</p><p>pt</p><p>ad</p><p>a</p><p>de</p><p>B</p><p>ra</p><p>si</p><p>l (</p><p>20</p><p>18</p><p>, p</p><p>. 6</p><p>1)</p><p>71</p><p>U5 Ecoeficiência</p><p>Tecnologia em Meio Ambiente</p><p>2.3 A ECOEFICIÊNCIA E RESÍDUOS SÓLIDOS</p><p>Quando o conceito de ecoeficiência é inserido no contexto dos resíduos sólidos, apresenta-se</p><p>uma necessidade de se pensar primeiramente na não-geração dos resíduos sólidos para de-</p><p>pois pensar em redução, aproveitamento desde recurso, possíveis tratamentos e disposição</p><p>final. Essa necessidade de não-geração dos resíduos se justifica pelos gastos, pois, durante</p><p>o processo, os insumos foram comprados, acrescentamos o custo de processo relacionado à</p><p>água e energia e, no final, gera-se um produto que não é comercial. Porém, os custos não pa-</p><p>ram nessa etapa, pois mais recursos financeiros são gastos para executar o armazenamento,</p><p>o tratamento e a destinação da água e energia. Assim, além dos custos citados, pode ocorrer</p><p>a imputação de multas por falhas no processo de armazenamento/tratamento/destinação,</p><p>além de poder trazer dados para a imagem da empresa. Mesmo com a evidente perspectiva</p><p>da não-geração de resíduos, há muitas empresas que não a considera como uma prioridade,</p><p>pois, essa prática requer melhorias contínuas e monitoramento.</p><p>Com o avanço das exigências legais e a consolidação dos conceitos de sustentabili-</p><p>dade, as empresas começaram a absorver os processos de ecoeficiência ligados aos</p><p>resíduos sólidos, visando programas de certificação e qualidade ambiental que são pré-</p><p>-requisitos para contratos dos setores públicos ou privados e credenciamentos.</p><p>A ecoeficiência aplicada ao gerenciamento de resíduos sólidos visa a redução de vários pa-</p><p>râmetros, como a geração de resíduos sólidos, que se faz efetiva por meio da identificação,</p><p>monitoramento das fontes geradoras e até sua eliminação; da geração de resíduos sólidos</p><p>perigosos, buscando a substituição de insumos tóxicos; dos custos de gerenciamento</p><p>e</p><p>tratamento do resíduos; das áreas atingidas pelo manejo inadequado de resíduos sólidos;</p><p>dos riscos ambientais e de ocupação que as atividades de gerenciamento pode carregar.</p><p>Na Figura 6, observe as etapas de gerenciamento de resíduos utilizando o conceito da</p><p>ecoeficiência.</p><p>Figura 06. Etapas para gerenciamento de resíduos</p><p>Início Fim</p><p>Planejamento</p><p>e organização</p><p>Implantação de planos</p><p>de monitoramento e</p><p>continuidade</p><p>Diagnóstico</p><p>e sensibilização</p><p>Propostas de melhorias</p><p>e viabilidade</p><p>Construção</p><p>de fluxogramas</p><p>Seleção do foco e</p><p>priorização de processos</p><p>Construção</p><p>de indicadores</p><p>U5</p><p>72</p><p>Ecoeficiência</p><p>Tecnologia em Meio Ambiente</p><p>Na primeira etapa, planejamento e organização, são determinadas quais as prioridades</p><p>para o trabalho, assim como o levantamento prévio de informações e as atividades que</p><p>devem ser desenvolvidas. A segunda etapa, diagnóstico e sensibilização, é considerada</p><p>a principal, pois, para que o conceito de ecoeficiência seja implantado com sucesso, os</p><p>colaboradores da empresa precisam compreender a influência direta que eles possuem</p><p>na geração de resíduos e mobilizá-los para ser participativos.</p><p>Esse processo pode apresentar certa resistência pelos colaboradores, pois, por meio</p><p>do diagnóstico que acompanha todas as etapas do processo produtivo é possível evi-</p><p>denciar setores que tenham elevada porcentagem de desperdício, podendo gerar temor</p><p>por algum tipo de punição. Os colaboradores mais antigos também podem apresentada</p><p>resistência, que comumente não possuem certa flexibilidade de procedimentos, pois as</p><p>ações já foram incorporadas em sua rotina há muito tempo.</p><p>A necessidade da representação gráfica ocorre na terceira etapa, pois a compreensão</p><p>do processo e as conexões entre os setores fica mais evidente. Na quarta etapa devem</p><p>ser realizados balanços de massa e energia, assim como a definição de indicadores dire-</p><p>tamente relacionados à produção, onde os desperdícios são analisados e quantificados.</p><p>Após a quarta etapa, determina-se os processos e os setores que serão priorizados, por</p><p>sua vez, essa escolha está relacionada à geração de resíduos. Já na sexta etapa, após</p><p>grande levantamento e compreensão das partes críticas do processo de produção, são</p><p>sugeridas ações que auxiliarão em benefícios econômicos e ambientais para a empresa.</p><p>Por fim, na última etapa, implementações e monitoramento, deve-se adotar medidas que</p><p>estejam amparadas em dois parâmetros: boas práticas e baixo custo.</p><p>Sendo assim, ações de pequenas proporções são imprescindíveis para o sucesso da</p><p>ecoeficiência. Logo, é importante compreender que a melhoria é contínua e que as</p><p>práticas dentro da empresa podem migrar para uma vida baseada no conceito de eco-</p><p>eficiência, dando preferência para deslocamento utilizando transporte público, melhor</p><p>escolha de produtos para diminuir o resíduo gerado, entre outras.</p><p>2.4 A ECOEFICIÊNCIA E AS CONSTRUÇÕES</p><p>A construção civil possui um papel extremamente importante na economia, na geração</p><p>direta e indireta de empregos como na movimentação econômica de compra-venda de</p><p>imóveis. Da mesma forma, ela participa de uma grande porcentagem do PIB brasileiro</p><p>e possui um grande impacto sobre o meio ambiente. Assim, cerca de 40% dos recursos</p><p>naturais extraídos são utilizados na construção civil. No entanto, os resíduos urbanos de</p><p>obras e de demolições estão na mesma escala, com a taxa de aproximadamente 30%.</p><p>Por meio da incorporação do conceito de ecoeficiência na sociedade fez com que o com-</p><p>portamento dos consumidores mudasse, buscando estilos de vida mais sustentáveis que</p><p>se justificam na expectativa da reversão dos impactos ambientais e sociais da indústria.</p><p>O estilo de vida mais sustentável está relacionado com a escolha de alimentação mais</p><p>saudável e de menor impacto ambiental, menor consumo de energia, repensar o uso da</p><p>água, estruturar formas de fazer o reuso da água, a preferência para o consumo de com-</p><p>bustível e energia renováveis, a busca de casas ecoeficientes, entre outras.</p><p>73</p><p>U5 Ecoeficiência</p><p>Tecnologia em Meio Ambiente</p><p>Assim, construir e reformar utilizando os conceitos ecoeficientes apresenta benefícios</p><p>ambientais e econômicos que suprem e compensam o investimento inicial necessário.</p><p>Utiliza-se variadas técnicas e materiais inovadores e tecnológicos que apresentam menor</p><p>impacto ambiental e, ao mesmo tempo, ampliam conforto e economizam energia e água.</p><p>Atualmente, uma construção ecoeficiente deve estar amparada em três conceitos</p><p>principais, elas devem ser: economicamente viáveis, socialmente desejável e ecolo-</p><p>gicamente sustentável. A partir desses três conceitos principais é possível determinar</p><p>algumas características que uma construção sustentável deve apresentar, conforme</p><p>descrito na tabela a seguir.</p><p>Tabela 03. Características de uma construção sustentável</p><p>Apresentar uma gestão coeficiente na implantação da obra.</p><p>Reduzir o gasto de energia e água durante a implantação da obra e ao longo de sua vida útil.</p><p>Utilizar matérias-primas coeficientes.</p><p>Reduzir a geração de resíduos e contaminação durante a vida útil.</p><p>Integrar-se ao ambiente natural e utilizar o mínimo de terrenos.</p><p>Reduzir ou não impactar o entorno da construção.</p><p>Se adaptar as necessidades presente e futuras do consumidor.</p><p>Promover bem-estar e saúde para os consumidores.</p><p>Fonte: elaborada pelo autor</p><p>3. EXEMPLOS DE MEDIDAS ECOEFICIENTES</p><p>Há as atividades humanas percorrem diversos caminhos, porém, tais atividades sempre</p><p>são inspiradas por algo. Tolkien (2009, p. 76) afirma que, “[...] quando você dá um passo</p><p>para a estrada […], não há como saber onde você pode parar [...]”, então, podemos as-</p><p>sumir que pequenas ações ecoeficientes são a concretização de um processo contínuo</p><p>de melhorias e conquistas. Nesse sentido, se um pequeno passo pode levar ao início</p><p>de uma longa e grandiosa jornada, pequenos exemplos ecoeficientes podem levar ao</p><p>início de uma longa e grandiosa jornada de conquistas ecoeficientes.</p><p>3.1. EXEMPLOS DE MEDIDAS ECOEFICIENTES HÍDRICAS</p><p>A respeito de exemplos de medidas ecoeficientes hídricas existem diversos equipa-</p><p>mentos disponíveis que, atualmente, são capazes de reduzir o consumo de água, como</p><p>torneiras com arejadores. Essas medidas podem resultar em até 75% de redução de</p><p>consumo, no Quadro 4 apresentamos outros exemplos de substituição de peças.</p><p>Tabela 04. Tecnologias disponíveis para equipamentos hidráulicos economizadores</p><p>PONTO</p><p>DE CONSUMO CARACTERÍSTICAS</p><p>MICTÓRIO Válvula hidromecânica;</p><p>Descarga eletrônica.</p><p>U5</p><p>74</p><p>Ecoeficiência</p><p>Tecnologia em Meio Ambiente</p><p>PONTO</p><p>DE CONSUMO CARACTERÍSTICAS</p><p>BACIA SANITÁRIA</p><p>Com válvulas de descarga de ciclo fixo e volume de 6 litros;</p><p>Com caixa de descarga externa ou embutida com volume de 6 litros;</p><p>Com caixa de descarga pressurizada;</p><p>Com válvula de descarga eletrônica.</p><p>TORNEIRAS</p><p>Arejador;</p><p>De alavanca;</p><p>Hidromecânicas e eletrônicas;</p><p>Registros reguladores de vazão.</p><p>CHUVEIROS</p><p>E DUCHAS</p><p>Restritores de vazão;</p><p>Com fechamento hidromecânico;</p><p>Eletrônico.</p><p>Fonte: Oliveira (1999 apud YWASHIMA, 2005, p. 176)</p><p>A utilização de equipamentos adequados pode garantir uma diminuição de consumo</p><p>de até 80% em determinados pontos, de acordo com sua utilização e necessidade. Por</p><p>exemplo, os equipamentos com sensores são os mais eficientes em questão de econo-</p><p>mia, embora tenha um valor elevado em relação aos demais, a longo prazo, eles ainda</p><p>são vantajosos. Nesse contexto, no mercado atual, existem centenas de equipamentos</p><p>para diversas aplicações que auxiliam na redução de consumo.</p><p>Outro exemplo é promover alterações nas instalações hidráulicas, redirecionando o ca-</p><p>minho das águas separando o que são águas cinzas e águas negras em um sistema</p><p>individual, onde as alterações nas tubulações serão responsáveis por redirecionar as</p><p>águas de acordo com sua utilidade de reuso. Dependendo da sua utilização, os recur-</p><p>sos hídricos não só podem como devem ser reutilizados, como as águas da pia, co-</p><p>nhecida como águas cinzas, podem ser reutilizadas para lavar pátios e garagens, regar</p><p>jardins, entre outras possibilidades de utilização.</p><p>Outra medida é a verificação de possíveis pontos de vazamento em toda a instalação</p><p>hidráulica interna e externa, visíveis e invisíveis, já que os vazamentos são em sua</p><p>maioria responsáveis por 30% do desperdício de água na maioria das edificações.</p><p>Todos esses exemplos podem ser reunidos no desenvolvimento e implantação de um</p><p>programa de conservação de águas que se adeque a situação de cada empresa.</p><p>3.2. EXEMPLOS DE MEDIDAS ECOEFICIENTES DE ENERGIA</p><p>A ecoeficiência energética pode ser praticada pela troca de equipamentos de ar-con-</p><p>dicionado antigos por modelos mais novos, econômicos e que não agridam o meio</p><p>ambiente. A utilização desse equipamento, por sua vez, deve ser realizada somente</p><p>quando necessária, fechando as portas e janelas do ambiente para que a regulagem</p><p>climática atinja o esperado de maneira rápida e com os menores gastos.</p><p>As lâmpadas também podem ser substituídas por modelos mais econômicos, como as</p><p>lâmpadas LED – diodo emissor de luz, que aproveitam melhor a eletricidade que pas-</p><p>sam através dela transformando em luz; e o aproveitamento da luz natural como fonte</p><p>de iluminação deve ser uma alternativa viável, por meio da utilização de telhas e tijolos</p><p>75</p><p>U5 Ecoeficiência</p><p>Tecnologia em Meio Ambiente</p><p>translúcidos ou, até mesmo, de áreas abertas e descobertas. Além disso, os interrup-</p><p>tores inteligentes se apresentam como uma boa ferramenta para economia de energia,</p><p>pois podem acender e apagar as lâmpadas de forma remota e com timer, assim como</p><p>controlar a intensidade de luz.</p><p>O uso de ferramentas de comunicação remotas, como WebEx, Zoom e Google Han-</p><p>gouts, possibilitam a realização de videoconferências e audioconferências que podem</p><p>facilmente substituir determinado tipo e número de reuniões que exigem o deslocamen-</p><p>to de um grupo de pessoas. Com isso, evitando o deslocamento, evita-se também as</p><p>emissões de carbono que podem ser reduzidas se o combustível convencional (a base</p><p>de combustível fóssil) for substituído por combustíveis de origem alternativa, como eta-</p><p>nol ou biocombustíveis. Além disso, os sistemas de carona para longas distâncias e a</p><p>utilização de bicicletas para percursos pequenos e rápidos também atingem um resulta-</p><p>do admirável na redução de emissões de carbono.</p><p>Por fim, a destinação de tomadas individuais para cada aparelho eletrônico diminuirá o</p><p>consumo de energia e evitará acidentes, o desligamento sistemático de monitores de</p><p>computador ou televisores quando ninguém estiver fazendo uso, promoverá uma eco-</p><p>nomia de energia e uma maior durabilidade da vida útil dos monitores.</p><p>3.3. EXEMPLOS DE MEDIDAS ECOEFICIENTES RESÍDUOS SÓLIDOS</p><p>Ao se tratar de exemplos de medidas ecoeficientes para resíduos sólidos, a reciclagem</p><p>de materiais é fundamental, como telhas e tijolos produzidos a partir de lama misturada</p><p>com rejeitos provenientes do desastre que ocasionou o rompimento das barragens de</p><p>Sobradinho e Mariana.</p><p>As garrafas PET, por sua vez, demonstraram inúmeras vezes sua versatilidade ao se-</p><p>rem trituradas e destinadas para a produção de novas garrafas, ou, ainda, ao serem</p><p>transformadas em matéria-prima na mistura de substrato para pavimentos, ao serem</p><p>transformadas em brinquedos para pets, entre uma infinidade de outras destinações.</p><p>Figura 07. Garrafas PET</p><p>Fo</p><p>nt</p><p>e:</p><p>1</p><p>23</p><p>rf</p><p>U5</p><p>76</p><p>Ecoeficiência</p><p>Tecnologia em Meio Ambiente</p><p>Já o óleo de cozinha, que ao ser descartado de forma irregular promove grande contamina-</p><p>ção das águas, pode ser utilizado para produção de sabão ou outros produtos de limpeza.</p><p>Outro exemplo é a redução e reciclagem de papel, a análise da necessidade de impres-</p><p>são de documentos ou o melhor aproveitamento da área do papel que será impressa,</p><p>por exemplo, verificando o tamanho da letra do documento, é capaz de reduzir signifi-</p><p>cativamente o consumo de papel.</p><p>Associada a essa medida está a utilização de folhas de rascunhos, isto é, impressões</p><p>que seriam descartadas podem ser úteis para impressão de determinados documentos,</p><p>assim como a utilização de papel reciclado, que recupera o papel já utilizado evitando a</p><p>retirada de mais matéria-prima do meio ambiente. A utilização de materiais de escritório,</p><p>como caneta, lápis e régua, até o fim de sua vida útil é uma ação que também contribui</p><p>para a ecoeficiência.</p><p>Enfim, um importante exemplo é a redução do consumo de materiais descartáveis,</p><p>realizando a substituição de copos descartáveis por garrafas ou copos laváveis, em</p><p>casos impeditivos, a limitação do uso de descartáveis pode ser uma ação menos</p><p>poluente, ou seja, utilizar o mesmo copo descartável durante o dia todo. Por fim, se-</p><p>parar e descartar corretamente os resíduos realizando a separação de materiais que</p><p>poderiam ser reutilizados ou reciclados, como algumas indústrias que utilizam latas</p><p>para fabricar novas chapas.</p><p>3.4. EXEMPLOS DE MEDIDAS ECOEFICIENTES CONSTRUÇÕES</p><p>Um bom e moderno exemplo para toda estrutura de uma construção é o Steel frame.</p><p>Segundo Salomão e seus colaboradores (2019, p. 6),</p><p>[…] trata-se de uma técnica construtiva que trabalha com perfis de aço leves</p><p>e pré-fabricados como base de toda a estrutura da residência, a facilidade</p><p>construtiva aliada a alta resistência do aço, tem ganhado visibilidade, poden-</p><p>do abordar as vantagens de sua aplicação. Os principais fatores que leva-</p><p>ram a escolher o Steel Frame é a qualidade, agilidade, redução no consumo</p><p>de água, baixo desperdício e geração de entulho que são quase nulos, sem</p><p>contar que o principal material usado nas estruturas é quase que totalmente</p><p>reciclável, tudo isso mantendo o padrão de conforto e até mesmo melhoran-</p><p>do o acabamento por se tratar de poucas deformidades nas paredes e pisos.</p><p>Outro ponto que contribui para a escolha desse tipo de sistema em vez dos meios tra-</p><p>dicionais é o ganho de área útil na construção, uma vez que as paredes de alvenaria</p><p>tradicionais possuem 15cm de espessura, o Steel frame apresenta apenas 12cm, ge-</p><p>rando, ao fim da construção, ganhos de até 4% de área útil. O Wood frame, que chegou</p><p>ao Brasil em 2009, também pode ser uma alternativa, pois, ele é composto por madeira</p><p>maciça nos montantes e nas travessas e de madeira reflorestada nas placas.</p><p>Além disso, a energia solar é um exemplo cada vez mais presente na sociedade, tal</p><p>equipamento é capaz de produzir eletricidade através de placas fotovoltaicas ou pode ser</p><p>utilizada para providenciar o aquecimento das águas por meio de placas de aquecimento.</p><p>No caso de placas fotovoltaicas, o sistema pode reduzir a conta de energia em até 90%,</p><p>fazendo com que o valor a ser pago seja o mínimo cobrado pela concessionária.</p><p>77</p><p>U5 Ecoeficiência</p><p>Tecnologia em Meio Ambiente</p><p>Outro bom exemplo é o aproveitamento da água da chuva, que é uma das técnicas mais</p><p>antigas de sustentabilidade, já foram encontradas inscrições rupestres do período de</p><p>850 a.C. que retratavam a construção de uma cisterna na região de Israel. O reapro-</p><p>veitamento de águas pluviais advindo das chuvas é o ponto de maior aproveitamento</p><p>hídrico, para isso, basta a instalação de um sistema de captação de água pelo telhado</p><p>juntamente com tubulações e filtros específicos para a cisterna. Um exemplo simples,</p><p>porém, altamente sustentável e barato, é a utilização de barris como cisterna.</p><p>Figura 08. Cisterna caseira</p><p>Fo</p><p>nt</p><p>e:</p><p>a</p><p>da</p><p>pt</p><p>ad</p><p>a</p><p>de</p><p>S</p><p>up</p><p>er</p><p>D</p><p>av</p><p>e</p><p>(2</p><p>01</p><p>3,</p><p>[n</p><p>. p</p><p>.])</p><p>Na Figura 8, apresentamos 3 unidades de 220 litros cada, totalizando em 660 litros de</p><p>água gratuita e com capacidade de aproveitamento para meios não potáveis. Além disso, o</p><p>sistema conta com um “ladrão”, responsável pela vazão do excedente de água acumulada.</p><p>TE</p><p>XT</p><p>O</p><p>C</p><p>O</p><p>M</p><p>PL</p><p>EM</p><p>EN</p><p>TA</p><p>R</p><p>A pegada hídrica individual consiste na água necessária para a produção de bens e</p><p>serviços que consumimos. Para calcular a sua pegada hídrica, clique no link a seguir:</p><p>http://aquapath-project.eu/calculator-po/calculator.html. Acesso em: 14 fev. 2021.</p><p>No caso da pegada de carbono, trata-se de uma análise que compara a demanda</p><p>humana na natureza</p><p>com a habilidade em prover serviços ambientais e em se regene-</p><p>rar. Para calcular a sua pegada de carbono, entre no link a seguir: http://www.inpe.br/</p><p>noticias/arquivos/pdf/Cartilha%20-%20Pegada%20Ecologica%20-%20web.pdf. Aces-</p><p>so em: 14 fev. 2021.</p><p>O professor deve realizar com o aluno a Pegada Hídrica e a Pegada de Carbono e</p><p>produzir sugestões ecoeficientes adequadas para a pegada de cada estudante.</p><p>http://aquapath-project.eu/calculator-po/calculator.html</p><p>U5</p><p>78</p><p>Ecoeficiência</p><p>Tecnologia em Meio Ambiente</p><p>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS</p><p>BRASIL. Agência Nacional de Águas (ANA). Conservação e reúso da água em edificações. São Paulo:</p><p>Prol Editora Gráfica, 2005.</p><p>BRASIL. Ministério de Minas e Energia. Anuário Estatístico de Energia Elétrica 2019. Brasília, DF: Mi-</p><p>nistério de Minas e Energia, 2019a. Disponível em: https://www.epe.gov.br/sites-pt/publicacoes-dados-aber-</p><p>tos/publicacoes/PublicacoesArquivos/publicacao-160/topico-168/Anu%C3%A1rio_2019_WEB_alterado.pdf.</p><p>Acesso em: 14 fev. 2021.</p><p>BRASIL. Ministério de Minas e Energia. Balanço Energético Nacional 2019 - Ano Base - 2018. Brasília, DF:</p><p>Ministério de Minas e Energia, 2019b. Disponível em: https://www.epe.gov.br/pt/publicacoes-dados-abertos/</p><p>publicacoes/balanco-energetico-nacional-2019. Acesso em: 14 fev. 2021.</p><p>LIMA, F. A. V. de; SANTOS, W. H. P. dos. Projeto eficiente e sustentável para residência de habitação</p><p>social. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Engenharia Civil) - Universidade São Francisco,</p><p>Bragança Paulista, 2020.</p><p>OLIVEIRA, L. H. de; GONÇALVES, O. M. Metodologia para a implantação de programa de uso racional</p><p>da água em edifícios. São Paulo: EPUSP, 1999.</p><p>SALOMÃO, P. et al. Análise comparativa dos sistemas construtivos alvenaria convencional e light steel fra-</p><p>ming: um estudo de caso em residência uniifamiliar em Teófilo Otoni, MG. Research, Society and Develop-</p><p>ment, [s. l.], v. 8, n. 9, p. e14891268, 14 jun. 2019. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/</p><p>view/1268. Acesso em: 14 fev. 2021.</p><p>SÃO PAULO (Estado). Companhia de saneamento básico do Estado de São Paulo (Sabesp). Relatório de</p><p>sustentabilidade de 2019. São Paulo: Sabesp, 2019a. Disponível em: http://site.sabesp.com.br/site/uploads/</p><p>file/asabesp_doctos/RS2019_PORTUGUES.pdf. Acesso em: 14 fev. 2021.</p><p>SÃO PAULO (Estado). Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente. Ranking Paulista de Energia 2019 - Con-</p><p>sumo de energia no estado de São Paulo. Portal Dados Energéticos, 2019b. Disponível em: http://dadose-</p><p>nergeticos.energia.sp.gov.br/Portalcev2/Municipios/ranking/index.html. Acesso em: 14 fev. 2021.</p><p>SISINNO, C. L. S.; RIZZO, A. C. de L.; SANTOS, R. L. C. dos. Ecoeficiência aplicada à redução da gera-</p><p>ção de resíduos sólidos. Rio de Janeiro: CETEM/MCT, 2011. Disponível em: http://mineralis.cetem.gov.br/</p><p>bitstream/cetem/577/1/sed-79.pdf. Acesso em: 14 fev. 2021.</p><p>SOUZA, C. A. R. de; NETTO-MONTEIRO, F. L.; PEREIRA, J. C. Desenvolvimento de manual técnico-ins-</p><p>trutivo para elaboração de plano de conservação da água: Ambiente comercial. Trabalho de Conclusão de</p><p>Curso (Bacharelado em Engenharia Civil) - Universidade São Francisco, Bragança Paulista, 2020.</p><p>79</p><p>U5 Ecoeficiência</p><p>Tecnologia em Meio Ambiente</p><p>SUPERDAVE. Rain Harvesting. Home of the MPV TT, 23 jun. 2013. Disponível em: http://www.dswens.com/</p><p>rain-harvesting/. Acesso em: 14 fev. 2021.</p><p>TOLKIEN, J. R. R. O Senhor dos anéis: a sociedade do anel. Tradução: Lenita Maria Rimoli Esteves e Almiro</p><p>Pisetta. São Paulo: Martins Fontes, 2009.</p><p>World Business Council for Sustainable Development – WBCSD. Eco-efficiency: creating more value with</p><p>less impact. Geneva: WBCSD, 2000.</p><p>Western Cape Education Department – WCED. Our common future. Oxford: Oxford University Press, 1987.</p><p>YWASHIMA, L. A. Avaliação do uso de água em edifícios escolares públicos e análise de viabilidade</p><p>econômica da instalação de tecnologias economizadoras nos pontos de consumo. 2005. Disserta-</p><p>ção (Mestrado em Engenharia Civil) – Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo, Universida-</p><p>de Estadual de Campinas, Campinas, 2005. Disponível em: http://repositorio.unicamp.br/bitstream/REPO-</p><p>SIP/257699/1/Ywashima_LaisAparecida_M.pdf. Acesso em: 30 mar. 2021.</p><p>http://repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/257699/1/Ywashima_LaisAparecida_M.pdf</p><p>http://repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/257699/1/Ywashima_LaisAparecida_M.pdf</p><p>Tecnologia e o pensamento científico na história</p><p>2. Tecnologia e o pensamento científico na Pré-História</p><p>3. Tecnologia e o pensamento científico na Idade Antiga</p><p>4. Tecnologia e o pensamento científico na Idade Média</p><p>5. Tecnologia e o pensamento científico na</p><p>Idade Moderna</p><p>6. Tecnologia e o pensamento científico na</p><p>Idade Contemporânea</p><p>7. Grandes desastres ambientais contemporâneos</p><p>A tecnologia e o uso dos Recursos Naturais</p><p>2. Questão ambiental e produção tecnológica</p><p>3. O papel da tecnologia no âmbito dos recursos naturais</p><p>Processos tecnológicos e seus resíduos</p><p>2. Classificações de resíduos, dentre eles, os resíduos industriais</p><p>3. Normas e métodos de descarte de resíduos no ambiente, com foco nos resíduos industriais</p><p>Tecnologias Limpas</p><p>2. O CONCEITO DE P+L E AS ETAPAS E PROCESSOS DE</p><p>SUA IMPLEMENTAÇÃO</p><p>3. A SÉRIE DE NORMAS ISO 14000 E SEUS OBJETIVOS</p><p>Ecoeficiência</p><p>2. Quais são as aplicações da ecoeficiência?</p><p>3. Exemplos de medidas ecoeficientes</p><p>Desempenho Ambiental</p><p>e Benchmarking</p><p>2. A implementação do Desempenho Ambiental e o conceito de indicadores e seus tipos</p><p>3. O histórico evolutivo geral das ações de benchmarking. Os tipos de benchmarking e suas vantagens e desvantagens. Benchmarking ambiental</p><p>Sustentabilidade Ambiental – Programas e Rotulagem</p><p>2. As diferenças entre eco-labelling</p><p>e eco-certification</p><p>3. Os tipos de programas de rotulagem ambiental</p><p>4. Os tipos de selo emitidos e as partes envolvidas</p><p>5. Exemplos de programas de rotulagem</p><p>6. Rotulagem ambiental no Brasil</p><p>Avaliação de Ciclo de Vida: Economia Circular</p><p>2. Histórico da Avaliação de Ciclo de Vida</p><p>3. Etapas na metodologia de Avaliação de Ciclo de Vida</p><p>Tecnologias aplicadas a prevenção e tratamento de corpos hídricos</p><p>2. Infraestrutura verde-azul</p><p>3. Tecnologias aplicadas ao tratamento de afluentes e efluentes</p><p>Tecnologias aplicadas ao controle e tratamento da poluição do ar e do solo</p><p>2. Multiciclones, lavadores de gás e filtros de manga</p><p>3. Biorremediação</p><p>Tecnologias aplicadas a gestão energética</p><p>2. Tecnologias com baixa emissão de carbono</p><p>3. Matriz energética nacional e o crescimento do consumo energético vinculado à crescente demanda tecnológica nos centros urbanos</p><p>Cidades Inteligentes</p><p>“Smart Cities”</p><p>2. Tecnologia de informação e comunicação</p><p>3. Sistemas de informação</p>

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