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<p>SISTEMA DE ENSINO</p><p>NOÇÕES DE</p><p>CRIMINOLOGIA</p><p>Noções de Criminologia</p><p>Livro Eletrônico</p><p>2 de 59www.grancursosonline.com.br</p><p>Noções de Criminologia</p><p>NOÇÕES DE CRIMINOLOGIA</p><p>Dalbertom Caselato Junior</p><p>Sumário</p><p>Apresentação .....................................................................................................................................................................3</p><p>Noções de Criminologia ................................................................................................................................................4</p><p>1. Introdução às Noções Conceituais de Criminologia ................................................................................4</p><p>2. A Classificação Doutrinária dos Tipos Criminosos ...............................................................................14</p><p>3. As Instituições Ligadas ao Controle Social Formal e ao Enfrentamento da</p><p>Criminalidade: as Polícias, o Poder Judiciário, Ministério Público e os Sistemas</p><p>Penitenciários ..................................................................................................................................................................19</p><p>4. Panorama Mundial e Brasileiro da Criminalidade ................................................................................27</p><p>5. Terrorismo, Narcotráfico e Organizações Criminosas: Aspectos Básicos Conceituais</p><p>Criminológicos ................................................................................................................................................................29</p><p>6. Aspectos Criminológicos do Crime de Homicídio como Fenômeno de Massa ......................36</p><p>7. Políticas Públicas de Prevenção e Repressão à Criminalidade Brasileira .............................41</p><p>Referências .......................................................................................................................................................................55</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LAYZA RIOS ANDRADE DE AGUIAR - 07293047363, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>3 de 59www.grancursosonline.com.br</p><p>Noções de Criminologia</p><p>NOÇÕES DE CRIMINOLOGIA</p><p>Dalbertom Caselato Junior</p><p>ApresentAção</p><p>Olá, futuro(a) servidor(a), como estão os estudos? Foco, força e fé sempre que a con-</p><p>quista virá!</p><p>Se ainda não me conhecem, é um grande prazer poder compartilhar com você este mate-</p><p>rial em PDF. Sou o professor Dalbertom Caselato Junior e ministro disciplinas de Criminologia,</p><p>Direito Penal e Processo Penal em instituições particulares de Brasília-DF e no Gran Cursos</p><p>Online. Sou professor destas disciplinas, ademais, na Escola Superior de Polícia Civil do DF.</p><p>Sou policial civil do DF desde 2006, bacharel em Relações Internacionais e Direito, bem como</p><p>Mestre em Direito e Políticas Públicas com área de concentração na criminologia.</p><p>Atualmente, além da docência no ensino superior e em cursos preparatórios, venho me de-</p><p>dicando a tese de doutorado em criminologia e terrorismo; temas dos quais, aliás, serão objeto</p><p>de sua prova e iremos pontuar os principais conhecimentos necessários à sua prova.</p><p>Sou autor de alguns artigos científicos publicados em revistas eletrônicas acerca da temática</p><p>que iremos trabalhar nas nossas aulas. Esta vantagem, é claro, propiciará ótimas críticas de pon-</p><p>tos possíveis de serem cobrados em sua prova; todas estas temáticas acompanhadas, é claro,</p><p>de questões inéditas elaboradas por este autor bem como de conhecidas bancas de concursos.</p><p>Eu e toda a equipe do GRAN estamos aqui para te dar o máximo de dicas, teorias, exercí-</p><p>cios, respondendo questões de provas anteriores e criando questões inéditas para que você</p><p>surpreenda a banca examinadora e não o contrário.</p><p>Nesse ponto, esse material vai te ajudar a chegar à posse.</p><p>Desta forma, a presente disciplina se torna imprescindível para garantir uma boa pontu-</p><p>ação de questões que geralmente são de fácil compreensão. Você não irá desperdiçar essa</p><p>chance de conquistar estes pontos preciosos na prova, não é verdade? Então, aproveite!</p><p>As referências bibliográficas estarão presentes ao final do livro digital. Diante disso, você terá</p><p>um suporte caso queira um aprofundamento para as próximas fases do seu concurso, caso exista.</p><p>Para não ficar um material com transcrição de letra de lei, evitarei usar literalidade e dis-</p><p>positivos legais, destacando, na verdade, aquilo que for importante em cada tema de direito</p><p>do trabalho. E é justamente por isso que usarei a sequência mais didática e fácil de estudar a</p><p>legislação, sem adentrar ou comentar artigo por artigo, mas sim apontar os pontos que são</p><p>alvos da prova. O tempo é precioso. A objetividade é essencial para o sucesso.</p><p>Então, teremos um conjunto de aulas para esgotar o conteúdo de Noções de Criminologia,</p><p>buscando sua tão sonhada aprovação. Colocarei questões de bancas diversificadas de con-</p><p>cursos anteriores, bem como criarei questões inéditas para que você fique preparado para as</p><p>surpresas do examinador. Note que os itens do seu PDF estarão de acordo com o desenvol-</p><p>vimento da matéria a ser tratada. Isso visa dar ao aluno a compreensão da continuidade do</p><p>conteúdo proposto de acordo com o ensinamento proposto pela doutrina.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LAYZA RIOS ANDRADE DE AGUIAR - 07293047363, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>4 de 59www.grancursosonline.com.br</p><p>Noções de Criminologia</p><p>NOÇÕES DE CRIMINOLOGIA</p><p>Dalbertom Caselato Junior</p><p>Espero que você goste do que vamos estudar e do material a seguir. Por favor: material</p><p>obrigatório! Então, fique ligado no curso GRAN. Estou esperando as dúvidas no Fórum do aluno!</p><p>Vamos iniciar nossa jornada rumo à aprovação?</p><p>Desejo a você boa sorte!</p><p>Dalbertom Caselato Junior</p><p>@professor.caselato</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LAYZA RIOS ANDRADE DE AGUIAR - 07293047363, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>5 de 59www.grancursosonline.com.br</p><p>Noções de Criminologia</p><p>NOÇÕES DE CRIMINOLOGIA</p><p>Dalbertom Caselato Junior</p><p>NOÇÕES DE CRIMINOLOGIA</p><p>1. Introdução às noções ConCeItuAIs de CrImInologIA</p><p>Inicialmente, importante se faz realizar uma conceituação do termo criminologia, se com-</p><p>parado a outros conceitos como o de direito penal e política criminal. A criminologia considera,</p><p>portanto, todos os aspectos possíveis que envolvem o crime para que haja uma punição de</p><p>forma justa, conforme prescreve Edwin Sutherland:</p><p>A Criminologia é um conjunto de conhecimentos que estudam o fenômeno e as causas da crimi-</p><p>nalidade, a personalidade do delinquente, sua conduta delituosa e a maneira de ressocializá-lo (SU-</p><p>THERLAND, 1924)</p><p>Basicamente, a criminologia é tratada como uma ciência criminal, das quais suas caracte-</p><p>rísticas básicas são o empirismo e a interdisciplinaridade. Segundo Antonio Garcia-Pablos de</p><p>Molina, criminologia compreende:</p><p>Ciência empírica e interdisciplinar, que se ocupa do estudo do crime, da pessoa do infrator, da vítima</p><p>e do controle social do comportamento delitivo, e que trata de subministrar uma informação válida,</p><p>contrastada, sobre a gênese, dinâmica e variáveis principais do crime – contemplado este como</p><p>problema individual e como problema social -, assim como sobre os programas de prevenção eficaz</p><p>do mesmo e técnicas de intervenção positiva no homem delinquente e nos diversos modelos ou</p><p>sistemas de respostas ao delito (DE MOLINA, 2007).</p><p>Do conceito ora exposto, o autor depreende termos</p><p>nos</p><p>fatores criminógenos pelo mundo, o jurista espanhol Jesús María Silva-Sánchez traz um prog-</p><p>nóstico no sentido de haver um recrudescimento no garantismo penal e consequente flexibiliza-</p><p>ção das regras de imputação penal, relativizando-se garantias político-criminais tanto do ponto</p><p>de vista material-penal como substantivo-processual penal. O denominado direito penal da glo-</p><p>balização visará, portanto, o enfrentamento da criminalidade organizada (a exemplo do narco-</p><p>tráfico e o terrorismo), com fortes tendências a relativizar direitos e garantias nas legislações</p><p>nacionais sob justificativa ao enfrentamento à criminalidade moderna (SILVA-SÁNCHEZ, 2013).</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LAYZA RIOS ANDRADE DE AGUIAR - 07293047363, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>29 de 59www.grancursosonline.com.br</p><p>Noções de Criminologia</p><p>NOÇÕES DE CRIMINOLOGIA</p><p>Dalbertom Caselato Junior</p><p>Desta forma, Silva-Sánchez entende os termos criminalidade organizada, criminalidade in-</p><p>ternacional e criminalidade dos poderosos como as expressões que melhor definem os traços</p><p>gerais da delinquência da globalização:</p><p>Do ponto de vista material, a criminalidade da globalização é criminalidade dos sujeitos poderosos,</p><p>caracterizada pela magnitude de seus efeitos, normalmente econômicos, mas também políticos e</p><p>sociais. Sua capacidade de desestabilização geral dos mercados, assim como de corrupção de fun-</p><p>cionários e governantes, são traços da mesma forma notáveis (SILVA-SÁNCHEZ, 2013).</p><p>De acordo com Edilson Mongeloz Bonfim (apud MORAES, 2008) – no que se refere aos ter-</p><p>mos criminalidade de massa e criminalidade organizada compreende que a primeira “atinge a</p><p>todos, enquanto a criminalidade organizada costuma ter endereço fixo”. Se a primeira atinge a</p><p>todos indistintamente a outra pode atingir a todos ao menos indiretamente. Enquanto a crimina-</p><p>lidade de massa é antiga, identificável e induvidosa, a moderna criminalidade organizada é som-</p><p>bria, por vezes sem identificação – mas que se encontra na pauta a agenda internacional como</p><p>ponto importante de discussão de adoção de políticas públicas visando ao seu enfrentamento.</p><p>No Brasil, a violência tem seu contorno mais visível na forma de criminalidade urbana e</p><p>criminalidade organizada. O país alcança um incômodo ranking de países mais violentos do</p><p>mundo neste aspecto, levanto a criminalidade e a violência a associar-se a temas como a saú-</p><p>de pública, bem estar-social, economia, justiça e governança e sobretudo política, na medida</p><p>em que qualquer avanço no tema Segurança pública:</p><p>[...] é alvo de uma “verdadeira batalha no campo político de institucional que conjuga a disputa pela</p><p>paternidade dos supostos avanços no campo da segurança e uma disputa por modelos de enfrenta-</p><p>mento. Fica a pergunta. A segurança é tema da polícia exclusivamente, ou deve ser tratada também</p><p>como assunto de políticas públicas em áreas como educação, urbanismo e saúde? (MIRAGLIA, 2008).</p><p>Segundo relatório anual do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP/2020), os temas prioritá-</p><p>rios de atuação visando a prevenção e repressão qualificada, com respeito à equidade, à dignida-</p><p>de humana e guiado pelo respeito aos Direitos Humanos e ao Estado democrático de Direito são:</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LAYZA RIOS ANDRADE DE AGUIAR - 07293047363, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>30 de 59www.grancursosonline.com.br</p><p>Noções de Criminologia</p><p>NOÇÕES DE CRIMINOLOGIA</p><p>Dalbertom Caselato Junior</p><p>Para cada um destes temas orientadores da atuação do FBSP, são concebidas diferentes es-</p><p>tratégias de atuação, das quais se destacam a incidência política e institucional, promoção</p><p>de diálogo e do debate público, formulação e proposição de políticas públicas e produção de</p><p>informações e/ou monitoramento e avaliação (BRASIL, 2020).</p><p>5. terrorIsmo, nArCotráfICo e orgAnIzAções CrImInosAs: AspeCtos bá-</p><p>sICos ConCeItuAIs CrImInológICos</p><p>No que concerne as suas origens, a palavra “terrorismo” deriva de terror, a qual por sua vez</p><p>tem derivação do latim terrere, do qual o significado traduz: “fazer alguém tremer por meio de</p><p>grande medo”. O termo terror surgiu no meio acadêmico pela primeira vez na obra Les six livres</p><p>de la République de 1577, para se referir ao medo proveniente de grande violência. Adiante, o</p><p>contratualista Thomas Hobbes define que terror é o medo de uma morte violenta. Jean-Jacques</p><p>Rousseau entende que o terror é adotado por mentes pequenas com a finalidade de atingir cer-</p><p>tos objetivos em desrespeito à lei. Charles de Montesquieu, em sua obra De l’ésprit des lois con-</p><p>tribuiu para uma politização do termo terror ao fazer relação com uma ação brutal de governo.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LAYZA RIOS ANDRADE DE AGUIAR - 07293047363, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>31 de 59www.grancursosonline.com.br</p><p>Noções de Criminologia</p><p>NOÇÕES DE CRIMINOLOGIA</p><p>Dalbertom Caselato Junior</p><p>Subsequentemente, o período de intensa agitação política e social promovida pela Revo-</p><p>lução Francesa de 1789-1799 contribuiu para a evolução do emprego do termo. Durante este</p><p>período, Maximilien de Robespierre estabeleceu o chamado régime de la terreur no qual execu-</p><p>tou cerca de quarenta mil (40.000) acusados de traição para a guilhotina. Tais execuções pú-</p><p>blicas simbolizavam aos resistentes uma mensagem clara por parte do regime, com o objetivo</p><p>de aterrorizá-los e obrigá-los a se submeter ao regime. Robespierre alegava que o terror era o</p><p>simples ato de justiça, pronto, grave e inflexível; uma emanação, portanto, da virtude, uma con-</p><p>sequência do princípio geral da democracia aplicado às necessidades mais urgentes do país,</p><p>sendo tais atos de terror entendidos como necessários pelos apoiadores do regime no sentido</p><p>de se transformar a sociedade (SCHMID, 2011).</p><p>Após o fim do período do regime do terror promovido por Robespierre, morto pelo mesmo</p><p>instrumento destinado a simbolizar o terror contra seus opositores – a guilhotina – o termo</p><p>terrorismo foi desvinculado do governo e relacionado aos Estados ilegítimos e atores privados.</p><p>Logo adiante na história, a palavra terrorismo ingressa no vocabulário inglês por intermédio da</p><p>obra de Edmund Burke, denominada Thousands of those Hellhounds called Terrorists... let loose</p><p>on the people (1795), onde teceu severas críticas a Revolução Francesa; constata-se, desta for-</p><p>ma, que o termo terrorism já nasce do inglês com uma conotação negativa, o que caracteriza</p><p>o termo até hoje.</p><p>No embalo da Revolução Industrial, surgiram ademais novas ideologias, tais como o co-</p><p>munismo e o marxismo, sendo que, a partir desse milênio, surgiu uma nova era da expressão</p><p>terrorismo, na qual o conceito ganhou muito da familiar conotação de ato revolucionário ou</p><p>anti-Estado como no contexto contemporâneo (HOFFMAN, 2006).</p><p>Houve entre 1826 a 1924 uma série de campanhas de atentados terroristas com um de-</p><p>vastador efeito, visto que tais organizações, de natureza extremista-radical, pautadas por um</p><p>fundamentalismo e uma ideologia de mudança social e política, organizaram-se em células de</p><p>ação, tendo como alvos principais os EUA e a Europa. Tais grupos, sem uma liderança definida,</p><p>realizaram sofisticados ataques, causando centenas de vítimas, bem como atingindo centros</p><p>econômicos e políticos, inclusive Chefes de Estado: assassinaram o Czar russo Nicolau II, dois</p><p>presidentes americanos, o arquiduque Francisco Fernando,</p><p>fato pré-primeira guerra mundial; o</p><p>Presidente da Assembleia Francesa e Espanhola, o ataque em Wall Street, em 1924, com várias</p><p>vítimas fatais (DOMINÉ, 2010).</p><p>Evidentemente, com os atentados terroristas de 11 de setembro de 2001 aos edifícios do</p><p>World Trade Center em Nova Iorque e ao prédio do Pentágono, bem como a tentativa frustrada</p><p>de atingir o provável alvo da Casa Branca com um quarto avião, em Washington, representaram</p><p>um inegável marco histórico com repercussão internacional de atos de terrorismo perpetrados</p><p>por organizações criminosas bem estruturadas, como o caso da Al-qaeda, liderada por Ossa-</p><p>ma Bin Laden. A partir deste ponto, constatou-se que o terrorismo foi objeto de uma ampla</p><p>exposição mundial, solidificando-se como uma ameaça transnacional (ABREU; ABREU, 2019).</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LAYZA RIOS ANDRADE DE AGUIAR - 07293047363, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>32 de 59www.grancursosonline.com.br</p><p>Noções de Criminologia</p><p>NOÇÕES DE CRIMINOLOGIA</p><p>Dalbertom Caselato Junior</p><p>Dessarte, a palavra “terrorista” apresenta complexa significação, tem elevada carga moral</p><p>e definições tão abrangentes e diferentes umas das outras que se torna praticamente impos-</p><p>sível do ponto de vista da ciência social utilizá-la. Ou seja, ao falar-se de terrorismo durante</p><p>muito tempo, tenta-se fixá-lo como se fosse um objeto concreto, “res”, que tem uma existência</p><p>ontológica clara, estável. Por exemplo, os documentos oficiais da União Europeia (UE) ou dos</p><p>EUA tentam exatamente falar do terrorismo como se fosse algo palpável, bem definido. No</p><p>entanto, isto é algo problemático, pois legitima certas políticas adotadas e deslegitima a causa</p><p>de um opositor (TILLY, 2004).</p><p>Em que pese a louvável iniciativa parlamentar no sentido de aprovar em tempo recorde a lei</p><p>antiterrorismo brasileira (LAT - Lei n. 13.260/2016) – a qual trouxe alguns avanços discutí-</p><p>veis no que concerne ao conceito do fenômeno do terrorismo, bem como a remissão legal</p><p>aos mecanismos de investigação criminal advindos da lei de organização criminosa (Lei n.</p><p>12.850/2013) e a criminalização de atos preparatórios e financiamento ao terrorismo, dentre</p><p>outros institutos – é importante frisar que, além da legislação em vigor, ao Estado brasileiro</p><p>urge a necessidade de se elaborar planos de ação para viabilizar o enfrentamento e a preven-</p><p>ção de tais atos, mesmo não sendo o Brasil, historicamente, alvo de atentados diretos contra</p><p>a sociedade civil.</p><p>O PULO DO GATO</p><p>No aspecto político-normativo, merece crítica relacionada a lei antiterrorismo brasileira, a qual,</p><p>em seu artigo 2º, silencia a respeito do cometimento do ato terrorista com objetivos políticos,</p><p>como forma de influenciar, por exemplo, a agenda governamental dos Estados-alvo:</p><p>Tais falhas evidentes na lei antiterrorismo brasileira como a ausência de uma política legislativa</p><p>clara de cooperação internacional entre os atores governamentais, bem como o estabelecimen-</p><p>to da motivação política como especial finalidade de agir caracterizadora do delito de terrorismo,</p><p>podem trazer sérias consequências no que concerne à tipificação do crime no território brasileiro.</p><p>Constata-se, na persecução de delitos econômicos e de corrupção que o diálogo entre os atores</p><p>governamentais domésticos considera apenas a comunicação em âmbito protocolar – em regra,</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LAYZA RIOS ANDRADE DE AGUIAR - 07293047363, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>33 de 59www.grancursosonline.com.br</p><p>Noções de Criminologia</p><p>NOÇÕES DE CRIMINOLOGIA</p><p>Dalbertom Caselato Junior</p><p>por meio de ofícios, a qual se revela pouco eficiente; há necessidade, portanto, para além de neces-</p><p>sárias reformas legislativas, para aclarar temas ainda incertos como o tratamento do sigilo e outras</p><p>informações sensíveis, o compartilhamento de experiências e o estreitamento do contato pessoal</p><p>entre os sujeitos responsáveis pelas organizações, como medida simples e efetiva para aprimorar</p><p>os arranjos institucionais da persecução penal destes delitos multidinâmicos (CASELATO JÚNIOR;</p><p>SUXBERGER, 2020).</p><p>015. (INSTITUTO AOCP/PC PA/DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL/2021) De acordo com o autor</p><p>alemão Jakobs, o direito penal do inimigo pode ser caracterizado por quais elementos?</p><p>a) Punição retrospectiva; desproporcionalidade das penas; e relativização ou supressão de</p><p>garantias processuais.</p><p>b) Punição retrospectiva; proporcionalidade das penas; e relativização ou supressão de garan-</p><p>tias processuais.</p><p>c) Punição prospectiva; desproporcionalidade das penas; e relativização ou supressão de ga-</p><p>rantias processuais.</p><p>d) Punição contemporânea; desproporcionalidade das penas; e relativização ou supressão de</p><p>garantias processuais.</p><p>e) Punição prospectiva; proporcionalidade das penas; e relativização ou supressão de garan-</p><p>tias processuais.</p><p>O chamado direito penal do inimigo retornou no contexto do Estado Democrático de Direito,</p><p>recriado pelo penalista alemão Günther Jakobs. Trata-se de um Direito Penal diferente do apli-</p><p>cado aos cidadãos, já que a versão proposta pelo alemão é prospectiva, desproporcional e re-</p><p>lativizadora de garantias, constituindo um verdadeiro Direito Penal do Autor. Prospectiva, pois</p><p>busca a antecipação da tutela penal, o que no direito brasileiro é exceção conferida, em raros</p><p>casos, nos crimes de preparação para o ato terrorista (art. 5º da Lei n. 13.260/2016); despro-</p><p>porcionalidade na sanção penal aplicada ao inimigo do Estado, com relativização de direitos e</p><p>garantias fundamentais visando a sua punição e o restabelecimento da proteção ao sistema</p><p>normativo (JAKOBS; MELIÁ, 2012, p. 57).</p><p>Letra c.</p><p>No que se refere ao narcotráfico no Brasil, segundo o 2º Levantamento Nacional de Álcool</p><p>e Drogas, estudo realizado e divulgado pela Universidade Federal de São Paulo (USP) em 2012,</p><p>o Brasil é o maior mercado de crack do mundo e o segundo maior mercado de cocaína.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LAYZA RIOS ANDRADE DE AGUIAR - 07293047363, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>34 de 59www.grancursosonline.com.br</p><p>Noções de Criminologia</p><p>NOÇÕES DE CRIMINOLOGIA</p><p>Dalbertom Caselato Junior</p><p>016. (IBADE/FUNDAC PB/AGENTE SOCIOEDUCATIVO/2019) Já, em 2010, a Organização</p><p>das Nações Unidas (ONU) alertava para um fenômeno crescente: o de que o crime organizado</p><p>passa a ser a nova superpotência global. Afirmou a ONU que algumas modalidades crimino-</p><p>sas passaram a faturar dezenas de bilhões de dólares ao ano no mundo. Percebe-se, portanto,</p><p>a verdadeira globalização do crime e da violência, com crescente organização e hierarquia.</p><p>Exemplo de crime que alcançou magnitude mundial e vem faturando bilhões de forma organi-</p><p>zada, anualmente, é o(a):</p><p>a) homicídio por envenenamento.</p><p>b) tráfico de drogas.</p><p>c) falsificação de armas.</p><p>d) prostituição.</p><p>e) desobediência à ordem judicial</p><p>Matéria veiculada pelo jornal Correio Brasiliense em 2010 – com base no Centro de Estudos de</p><p>Criminalidade e Segurança Pública (CRISP) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)</p><p>relata que o tráfico de drogas fatura algo em torno de 1,4 bilhões de reais por ano no Brasil, em</p><p>franca expansão (CASTRO; FURBINO, 2010).</p><p>Letra b.</p><p>O crescimento do tráfico de entorpecentes no país, principalmente do crack nas comuni-</p><p>dades periféricas, onde a comercialização é estruturada em redes popularmente chamadas</p><p>de “bocas” ou “bocas de fumo”, viabilizou a inserção crescente</p><p>de jovens no ciclo vicioso da</p><p>criminalidade e da violência. Nesse cenário, se inserem as gangues juvenis, onde os conflitos</p><p>e disputas são muitas vezes resolvidos à base da violência, aumentando as estatísticas de</p><p>homicídios. (SAPORI & MEDEIROS, 2010).</p><p>Geralmente as regiões com maior vulnerabilidade social tornam-se o local propício para a</p><p>venda de drogas ilícitas e consequentemente para formação de bocas, atraindo uma grande</p><p>quantidade de jovens, que, dividem-se em grupos e gangues rivais, formando um mercado de</p><p>varejo bastante fragmentado, e consequentemente bastante conflituoso.</p><p>As disputas por pontos de venda e os acertos de contas, tanto entre traficantes, quanto en-</p><p>tre traficantes e usuários, são feitos mediante o uso da violência, utilizando-se principalmente</p><p>das armas de fogo. Outro fator que tende a acentuar ainda mais os conflitos nas relações entre</p><p>vendedores e usuários de drogas é o crescente aumento do comércio do crack, pois a droga</p><p>intensifica as situações de endividamento, tendo em vista o seu principal efeito farmacológico,</p><p>que é a compulsão ao uso. (SAPORI & SENA, 2012).</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LAYZA RIOS ANDRADE DE AGUIAR - 07293047363, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>35 de 59www.grancursosonline.com.br</p><p>Noções de Criminologia</p><p>NOÇÕES DE CRIMINOLOGIA</p><p>Dalbertom Caselato Junior</p><p>Segundo Zaluar (2012), além do aspecto financeiro, dos inegáveis ganhos materiais desta</p><p>atividade econômica, existe também um outro atrativo para os jovens, que necessariamente</p><p>não está ligado diretamente ao envolvimento ao tráfico, mas sim pelo relacionamento contínuo</p><p>com o grupo criminoso, com o qual compartilha valores, crenças e regras. Cita como exemplo</p><p>a formação de gangues, ou seja, o fato de o jovem ingressar no tráfico de drogas pode tanto</p><p>satisfazer as suas necessidades de consumo quanto a possibilidade de alcançar respeito, pro-</p><p>teção, aumento da autoestima e visibilidade perante os outros.</p><p>Por conseguinte, para Zaluar (2012), não se torna difícil compreender a atração que a arma</p><p>de fogo exerce sobre os jovens do tráfico, pois ela é dotada de um significado simbólico de modo</p><p>que a sua posse e ostentação perante os outros é tida como uma demonstração de força, de</p><p>virilidade, de masculinidade, de status. Permitindo, portanto, superar as angústias a que o jovem</p><p>pobre da favela está submetido, que são atreladas ao preconceito social e à desigualdade social.</p><p>Do ponto de vista criminológico, Nestor Sampaio Penteado Filho (2018) reafirma a impor-</p><p>tância do estudo das drogas e de seus reflexos na sociedade e na própria criminalidade, reali-</p><p>zando uma classificação básica e não exaustiva das drogas segundo seu consumo e efeitos:</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LAYZA RIOS ANDRADE DE AGUIAR - 07293047363, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>36 de 59www.grancursosonline.com.br</p><p>Noções de Criminologia</p><p>NOÇÕES DE CRIMINOLOGIA</p><p>Dalbertom Caselato Junior</p><p>Dentre os fatores endógenos e exógenos decorrente do uso de drogas, PENTADO FILHO</p><p>(2018) as conceituam:</p><p>Entre os fatores endógenos apontam-se certa predisposição hereditária, bem como as chamadas</p><p>personalidades toxicofílicas. Já os fatores exógenos se multiplicam: desagregação do lar e da famí-</p><p>lia, curiosidade, modismo, procura de status, contestação de padrões vigentes, falta de religiosida-</p><p>de, desemprego, prostituição etc.</p><p>Conforme trechos do livro Manual Esquemático de Criminologia, a prevenção ao uso inde-</p><p>vido de drogas abrange os aspectos formal e informal. No aspecto formal, a prevenção atinge</p><p>três níveis: primário, secundário e terciário. A ação primária tem o escopo de evitar o uso ilegal</p><p>de drogas ou reduzir ao máximo sua incidência (a lei como imperativo restaurador, em seus</p><p>aspectos penais e administrativos; planejamentos educativos e esportivos etc.); no plano se-</p><p>cundário, busca-se a detecção e o tratamento do usuário (cumprimento da pena, assistência</p><p>médica e terapêutica); o plano terciário cuida da recuperação ou reinserção do usuário de</p><p>drogas, com amplo apoio da sociedade e do Estado, possibilitando verdadeiramente sua res-</p><p>socialização. (PENTEADO FILHO, 2018, p. 98).</p><p>A Lei n. 11.343/2006 (Lei de Drogas) instituiu o Sistema Nacional de Políticas Públicas</p><p>sobre Drogas – Sisnad. Além disso, prescreve as medidas para a prevenção ao uso indevido</p><p>e a reinserção social de usuários e dependentes químicos, fixando normas para a repressão à</p><p>produção não autorizada e ao tráfico ilícito de drogas (PENTEADO FILHO, 2018, p. 99).</p><p>A prevenção informal pretende a adoção de medidas educativas e repressivas, com divul-</p><p>gações, cursos e palestras de esclarecimentos para jovens, a ação preventiva de clubes de</p><p>serviço (Rotary, Lions, lojas maçônicas); criação de programas legais de prevenção, tratamento</p><p>e reabilitação de dependentes químicos; inserção do problema de drogas na “agenda Brasil”;</p><p>adoção de estatísticas de aferição de uso de drogas etc. (PENTEADO FILHO, 2018, p. 99).</p><p>017. (CESPE/CEBRASPE/ABIN/OFICIAL DE INTELIGÊNCIA/2018) A ampliação e diversifi-</p><p>cação, em escala global, do mercado de novas substâncias psicoativas sintéticas têm pro-</p><p>vocado a contração e segmentação do mercado e do tráfico de drogas tradicionais como a</p><p>heroína e a cocaína, cada vez mais circunscritos às respectivas regiões produtoras.</p><p>Cerca de 275 milhões de pessoas usaram drogas no mundo no último ano, enquanto mais de</p><p>36 milhões sofreram de transtornos associados ao uso de drogas, de acordo com o Relatório</p><p>Mundial sobre Drogas 2021. O documento foi divulgado hoje pelo Escritório das Nações Uni-</p><p>das sobre Drogas e Crime (UNODC). Entre 2010 e 2019, o número de pessoas que usam drogas</p><p>aumentou 22%, em parte devido ao crescimento da população mundial. Com base apenas nas</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LAYZA RIOS ANDRADE DE AGUIAR - 07293047363, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>37 de 59www.grancursosonline.com.br</p><p>Noções de Criminologia</p><p>NOÇÕES DE CRIMINOLOGIA</p><p>Dalbertom Caselato Junior</p><p>mudanças demográficas, as projeções atuais sugerem um aumento de 11% no número de</p><p>pessoas que usam drogas globalmente até 2030 — e um aumento acentuado de 40% na África,</p><p>devido ao seu rápido crescimento e população jovem. O novo relatório aponta que os merca-</p><p>dos de drogas retomaram rapidamente as operações após a interrupção inicial no início da</p><p>pandemia; uma explosão que desencadeou ou acelerou certas dinâmicas de tráfico pré-exis-</p><p>tentes em todo o mercado global de drogas. Entre elas estão: remessas cada vez maiores de</p><p>drogas ilícitas, um aumento na frequência de rotas terrestres e fluviais utilizadas para o tráfico,</p><p>maior utilização de aviões privados para fins de tráfico de drogas e um incremento no uso de</p><p>sistemas sem contato para a entrega de drogas aos consumidores finais. Portanto, incabível</p><p>pensar em uma contração de mercado circunscrita às regiões produtoras de drogas de tama-</p><p>nha disseminação e consumo como a cocaína e a heroína.</p><p>Errado.</p><p>6. AspeCtos CrImInológICos do CrIme de HomICídIo Como fenômeno de</p><p>mAssA</p><p>Segundo dados fornecidos pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicadas (IPEA), o atlas</p><p>da violência 2020 está subdividido nas seguintes classes de pesquisa: Homicídios; Juventude</p><p>Perdida; Violência por Raça e Gênero; Mortes Violentas por causa indeterminada; Óbitos por</p><p>Armas de Fogo; Suicídios; Óbitos por Causas Extremas; Violência no</p><p>Trânsito.</p><p>Chama atenção no presente estudo a decrescente taxa de homicídio entre homens jovens</p><p>de 15 a 29 anos, no período apurado até 2018:</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LAYZA RIOS ANDRADE DE AGUIAR - 07293047363, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>38 de 59www.grancursosonline.com.br</p><p>Noções de Criminologia</p><p>NOÇÕES DE CRIMINOLOGIA</p><p>Dalbertom Caselato Junior</p><p>Todavia, o relatório aponta que – apesar desta tendência de queda, demonstraram que o</p><p>homicídio vitimou 91,8% dos homens sendo 53,5% dos jovens, do quais 75,7% eram negros,</p><p>dos quais 74,3% tinham baixa escolaridade e 80,4% eram solteiros.</p><p>O principal instrumento de agressão nestes casos é a arma de fogo, com 77,1% das mortes</p><p>de homens e 53,7% das mortes de mulheres (BRASIL, 2020).</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LAYZA RIOS ANDRADE DE AGUIAR - 07293047363, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>39 de 59www.grancursosonline.com.br</p><p>Noções de Criminologia</p><p>NOÇÕES DE CRIMINOLOGIA</p><p>Dalbertom Caselato Junior</p><p>Conclui, ademais, o relatório que a concentração dos índices de violência letal contra a</p><p>população negra decorre da expressiva desigualdade racial existente no Brasil, apresentando</p><p>discrepância se comparada a morte de brancos, a qual indica redução (BRASIL, 2020).</p><p>A mesma redução em 2018 no que concerne à violência contra as mulheres não se mostra</p><p>um dado animador, visto que, em comparação entre 2008 a 2018, houve um incremento de</p><p>4,2% nos assassinatos de mulheres, com tendencia possivelmente crescente (BRASIL, 2020).</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LAYZA RIOS ANDRADE DE AGUIAR - 07293047363, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>40 de 59www.grancursosonline.com.br</p><p>Noções de Criminologia</p><p>NOÇÕES DE CRIMINOLOGIA</p><p>Dalbertom Caselato Junior</p><p>O PULO DO GATO</p><p>Outro alerta realizado pelo atlas da violência 2020 se refere à escassez de indicadores de vio-</p><p>lência contra a comunidade LGBTQI+P da qual permanece um problema central, visto que insti-</p><p>tuições policiais responsáveis pelo não atualizaram seus cadastros em boletins de ocorrência</p><p>visando o recenseamento adequado para que tais pessoas sejam contempladas nas estatísti-</p><p>cas geradas a partir do sistema de segurança pública (BRASIL, 2020).</p><p>Mesmo com um indicador relativamente positivo em relação a queda de homicídios no</p><p>Brasil em 2018, relatório da Organização das Nações Unidas (ONU) alerta que o Brasil possui a</p><p>segunda maior taxa de homicídios na America do Sul, com 30,5 homicídios para cada 100 mil</p><p>habitantes, atrás somente da Venezuela com 56,8; o que chamou atenção no estudo foi a alta</p><p>taxa de letalidade policial no Brasil se comparados a outros países latino americanos, sendo</p><p>preocupante também a morte de policiais em atividade (BRASIL, 2019).</p><p>Como síntese conclusiva, o presente estudo alerta sobre a imprescindibilidade de apri-</p><p>moramento das políticas públicas de segurança pública, destacando-se a chamada políticas</p><p>públicas baseadas em evidência (PPBE) como importante instrumento de tomada de decisões</p><p>por parte dos agentes públicos, seja baseada nas melhores evidências científicas disponíveis</p><p>sobre os impactos da violência sobre a população ou sobre formas mais efetivas de redução</p><p>da taxa de criminalidade e letalidade no Brasil (BRASIL, 2020).</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LAYZA RIOS ANDRADE DE AGUIAR - 07293047363, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>41 de 59www.grancursosonline.com.br</p><p>Noções de Criminologia</p><p>NOÇÕES DE CRIMINOLOGIA</p><p>Dalbertom Caselato Junior</p><p>018. (IFBA/PC BA/DELEGADO DE POLÍCIA/2008) “126 gays, travestis e lésbicas foram assassina-</p><p>dos no Brasil em 2002. O Estado da Bahia foi, pela primeira vez, o campeão com 20 mortes. A maior</p><p>parte destes homicídios foram cometidos com requintes de crueldade, incluindo espancamento,</p><p>tortura, muitas facadas e diversas declarações dos assassinos, que confirmam a sua condição</p><p>de crimes homofóbicos: ‘matei, porque odeio gay’.” (Informações do Grupo Gay da Bahia - GGB).</p><p>Muitos homicídios, cujas vítimas são pessoas homossexuais têm como lastro de motivação</p><p>o sentimento de ódio, aversão, repulsa ou medo irracional quanto à homossexualidade e</p><p>suas manifestações.</p><p>Com base nessas informações, é verdadeiro o que se afirma em:</p><p>a) O sentimento denominado de homofobia está presente em todos os setores da sociedade,</p><p>inclusive nos mais conservadores ou de tradição ideológica, com traços hierárquicos fortes</p><p>(como o da segurança pública), o que acaba dificultando, em alguns casos, a boa condução de</p><p>investigações e a própria elucidação de autores de assassinatos que vitimam homossexuais.</p><p>b) A prática da homofobia corresponde às posturas tidas como tolerantes para com as pes-</p><p>soas de orientação afetiva homossexual, o que lhes inclui no âmbito de uma convivência</p><p>social harmoniosa.</p><p>c) Os reflexos da violência anti-homossexual têm como única motivação a homofobia eviden-</p><p>ciada no comportamento imediatista de agressores e de cientistas “militantes”.</p><p>d) A luta histórica pela afirmação dos direitos humanos passa pela conquista dos chamados</p><p>direitos de cidadania por parte dos homossexuais, uma vez que eles compõem uma das mino-</p><p>rias mais privilegiadas no reconhecimento dos seus atributos especiais.</p><p>e) A homofobia é único sentimento que se faz presente em matéria de desrespeito a minorias</p><p>no Brasil.</p><p>Decerto que a cultura patriarcal de determinados setores conservadores da sociedade brasi-</p><p>leira traduz o sentimento de aversão e ódio aos homossexuais, a denominada cultura da into-</p><p>lerância. Não raras as vezes, para não dizer com frequência, são noticiados fatos envolvendo</p><p>homicídios em razão da intolerância acerca da orientação sexual do indivíduo. Um reflexo des-</p><p>ta cultura patriarcal enraizada nas instituições policiais é a dificuldade de se mensurar a taxa</p><p>de homicídios contra a comunidade LGBTQIA+P por uma simples razão: desatualização dos</p><p>sistemas de registros de boletins de ocorrência, os quais não constam orientação sexual ou</p><p>nome social para fins de atualização estatística. Neste contexto, louvável iniciativa da Polícia</p><p>Civil do Distrito Federal que promoveu, no ano de 2020, a atualização de cadastros no chamado</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LAYZA RIOS ANDRADE DE AGUIAR - 07293047363, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>42 de 59www.grancursosonline.com.br</p><p>Noções de Criminologia</p><p>NOÇÕES DE CRIMINOLOGIA</p><p>Dalbertom Caselato Junior</p><p>sistema Millenium de registros de ocorrências policiais, lançando uma tendência para outras</p><p>unidades policiais da federação (BRASIL, 2017). Por óbvio que a comunidade LGBTQIA+P não</p><p>se circunscreve a camadas mais abastadas da sociedade como o item “D” sugere, nem mes-</p><p>mo é a única matéria em termos de intolerância com as minorias no Brasil como sugere o item</p><p>“E”, destacando-se, neste ponto, a violência racial, a misoginia, a xenofobia contra imigrantes e</p><p>a discriminação da população sertaneja e nordestina no país.</p><p>Letra a.</p><p>7. polítICAs públICAs de prevenção</p><p>e repressão à CrImInAlIdAde brAsI-</p><p>leIrA</p><p>A política pública deve ser compreendida, conforme preceitua Pierre Muller, por intermédio</p><p>de um estudo intrinsecamente ligado a ações de política, não havendo, por conseguinte, a pos-</p><p>sibilidade de separação entre a ação pública (policies) e o jogo político (politics). Desta forma,</p><p>como ensina o citado professor, “hacer política es hacer políticas”, o que se consubstancia em</p><p>formular e implementar políticas públicas (MULLER, 2002, p. 16).</p><p>Com efeito, toda política pública se presta a resolução de conflitos, percebendo-se sua ati-</p><p>vidade e campo de ação quando uma série de atores percebem que o “ser” da política pública</p><p>está em dissonância com o “dever ser”; destarte, esses atores passam a exercer pressão e o</p><p>Estado responde ao buscar soluções, oferecendo propostas e alternativas, nem sempre fáceis,</p><p>posto a formulação da política pública se traduzir em um verdadeiro exercício de “invenção</p><p>intelectual” (MULLER, 2002, p. 19).</p><p>No que concerne à ação estatal, Yves Mény e Jean-Claude Thoening formulam um concei-</p><p>to anglo-saxão de políticas públicas, na medida em que estas se prestam a formação de um</p><p>programa de ação governamental em um setor da sociedade ou em um espaço geográfico.</p><p>Muller, em consonância com estes autores, completa que um planejamento pragmático con-</p><p>sidera a formulação e implementação de uma política pública como um programa de ação</p><p>governamental, onde se permite a identificação de um objeto concreto (por exemplo a política</p><p>agrícola, política urbana ou a política de segurança pública) como um conjunto dos programas</p><p>governamentais nos respectivos campos setoriais. (MULLER, 2002, p. 48).</p><p>Desta forma, Muller considera que se está diante de uma política pública quando uma Au-</p><p>toridade nacional ou local responde a um programa de ação coordenada no sentido de modi-</p><p>ficar o âmbito cultural, social ou econômico de atores sociais, dentro de uma lógica setorial. A</p><p>partir deste ponto, o autor decompõe uma política em três processos fundamentais:</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LAYZA RIOS ANDRADE DE AGUIAR - 07293047363, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>43 de 59www.grancursosonline.com.br</p><p>Noções de Criminologia</p><p>NOÇÕES DE CRIMINOLOGIA</p><p>Dalbertom Caselato Junior</p><p>Se trata, em primer lugar, de uma tentativa (lo que significa a la vez que hay una acción voluntária</p><p>y que aquella no logra siempre el resultado esperado) para manejar la posición, el rol y la función</p><p>del sector considerado, en relación com la sociedade global o con otros sectores. [...] Esta relación</p><p>global-sectorial no puede transformarse em objeto de intervención pública si no es en función de</p><p>la imagen que se hacen de ella los actores implicados. Es esta representación del RGS (Regimen</p><p>Sectorial Global) llamada referencial de una política pública, la que designa el conjunto de normas o</p><p>imágenes de referencia em función de las cuales se definen los critérios de intervención del Estado</p><p>y los objetivos de la política pública considerada. En estas condiciones, una etapa fundamental de</p><p>la investigación consistirá em determinar cuál es el actor (o grupo de actores) que se encarga(n)</p><p>de esta operación de construcción o de transformación del referencial de una política pública. En</p><p>effecto, este actor, que llamaremos mediador, ocupará una posición estratégica em todo el sistema</p><p>de decisión examinado. (MULLER, 2002, p. 50-51).</p><p>E quem são estes atores sociais? Recapitulando nosso mapa mental já utilizado, acerca</p><p>dos conceitos de controle social formal e informal, tem-se que os principais atores são:</p><p>Acerca dos principais atores que formam o chamado controle social formal, a Polícia, se-</p><p>gundo García-Pablos de Molina, é concebida, juntamente com o noticiante do crime – em uma</p><p>visão positivista – como “meras correias de transmissão que aplicam fielmente e com objetivi-</p><p>dade a vontade da lei. Assim, a polícia – como os demais agentes de controle social – se orien-</p><p>tam pelo critério objetivo do merecimento, limitando-se a identificar o infrator, independente de</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LAYZA RIOS ANDRADE DE AGUIAR - 07293047363, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>44 de 59www.grancursosonline.com.br</p><p>Noções de Criminologia</p><p>NOÇÕES DE CRIMINOLOGIA</p><p>Dalbertom Caselato Junior</p><p>quem fosse o delinquente. Todavia, na visão da teoria do etiquetamento social (Labeling appro-</p><p>ach) os agentes do controle social não são meras correias de transmissão da vontade geral,</p><p>senão filtros a serviço da sociedade desigual que, por meio deles, perpetua suas estruturas de</p><p>dominação e incrementa as injustiças que a caracterizam (DE MOLINA, 2007).</p><p>Para Figueiredo Dias, a Polícia é a first-line enforcer da lei criminal; ou seja, a instituição que</p><p>está na linha de frente da aplicação da lei. Em razão desta posição, a Polícia opera o processa-</p><p>mento caudal mais volumoso do processo de desviação social (DIAS; ANDRADE, 2013).</p><p>Considerada o filtro mais poderoso dentre os atores sociais que compõem o controle social</p><p>formal, a Polícia é uma agência que – no processo de aplicação das leis – faz uso de filtros</p><p>altamente seletivos, discriminatórios e estigmatizantes. Tal carga de poder real que a Polícia</p><p>possui deve ser levada em consideração do ponto de vista institucional, sendo a adoção de</p><p>políticas públicas preventivas a repressivas contra a delinquência se mostra um ponto de gran-</p><p>de atenção por parte destas instituições, visto a amplitude do alcance das suas projeções na</p><p>sociedade (DIAS; ANDRADE, 2013).</p><p>Tal projeção se mostra ainda mais sensível quando se constata que, em muitos locais,</p><p>sobretudo bairros afastados de grandes metrópoles, a Polícia por vezes é a única forma de</p><p>presença do Estado. Imagine, pois, que a única instituição estatal seja corrompida nestas</p><p>localidades com vulnerabilidade social: certamente acarretará sérios reflexos sociais sobre</p><p>aquela população.</p><p>Vamos esmiuçar as divisões de competências constitucionais deste importante ator social?</p><p>Conforme o artigo 144 da Constituição Federal de 1988, “a segurança pública, dever do Es-</p><p>tado, direito e responsabilidade de todos, é exercida para a preservação da ordem pública e da</p><p>incolumidade das pessoas e do patrimônio, através dos seguintes órgãos:</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LAYZA RIOS ANDRADE DE AGUIAR - 07293047363, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>45 de 59www.grancursosonline.com.br</p><p>Noções de Criminologia</p><p>NOÇÕES DE CRIMINOLOGIA</p><p>Dalbertom Caselato Junior</p><p>Fonte: politize.com.br. https://www.politize.com.br/seguranca-publica-brasileira-entenda/. Acesso em: 16 out. 2022.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LAYZA RIOS ANDRADE DE AGUIAR - 07293047363, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.politize.com.br/seguranca-publica-brasileira-entenda/</p><p>46 de 59www.grancursosonline.com.br</p><p>Noções de Criminologia</p><p>NOÇÕES DE CRIMINOLOGIA</p><p>Dalbertom Caselato Junior</p><p>Não podemos nos esquecer, é claro que a Emenda Constitucional n. 04/2019 incluiu os</p><p>policiais penais das todas as esferas da Federação. Menção deve ser feita, ademais, ao §8º do</p><p>artigo 144 da CF/88 que contempla</p><p>a guarda municipal, bem como o §10 do mesmo artigo no</p><p>que se refere aos agentes de trânsito, esta com redação dada pela EC n. 82/2014.</p><p>A Secretaria Nacional de Segurança Pública – órgão do Ministério da Justiça e Segurança</p><p>Pública, atua em nível ministerial com a atribuição de implementação, acompanhamento e</p><p>avaliação das políticas e programas nacionais voltados para a segurança pública. Frise-se que,</p><p>cabe ainda a SNSP adotar planos de incentivo a órgãos estaduais e municipais para a elabo-</p><p>ração de planos integrados de segurança, além do fortalecimento e integração destes órgãos</p><p>com os de nível nacional.</p><p>019. (FCC/DPE-ES/DEFENSOR PÚBLICO/2016) Considerando a atual conjuntura da política</p><p>criminal brasileira, é correto afirmar que:</p><p>a) a eficiência do trabalho policial pode ser verificada pelo baixo índice de letalidade e o alto</p><p>índice de prisões efetuadas.</p><p>b) O processo de encarceramento em massa no Brasil alavancou-se no período de vigência da</p><p>Constituição Federal de 1988, apesar desta ter como seus fundamentos a cidadania e a digni-</p><p>dade da pessoa humana.</p><p>c) a construção de presídios tem sido uma política eficaz de redução do encarceramen-</p><p>to em massa.</p><p>d) o crescimento da população prisional é isonômico no aspecto de gênero.</p><p>e) a proteção de direitos humanos tem sido o principal resultado da política criminal brasileira,</p><p>uma vez que o aumento da população prisional demonstra que os bens jurídicos estão sendo</p><p>cada vez mais protegidos por meio do direito penal.</p><p>Segundo Natasha de Oliveira (2020), o “quadro de superlotação carcerária em nosso país apre-</p><p>senta natureza estrutural e endêmica, resultando do mau funcionamento crônico do sistema</p><p>penitenciário e espraiando-se por todos os estados da federação”. Não há isonomia de gênero</p><p>nas prisões realizadas pela polícia, evidenciando o caráter seletivo do direito penal; as mortes</p><p>decorrentes de intervenção policial ainda se mostram alarmantes nos estados da federação,</p><p>bem como o aumento da população prisional não pode ser visto como decorrência direta de</p><p>uma maior proteção em direitos humanos, mas sim produto de uma política de segurança pú-</p><p>blica baseada na repressão policial indiscriminada, com tímidas tendências de modernização</p><p>em alguns estados da Federação.</p><p>Letra b.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LAYZA RIOS ANDRADE DE AGUIAR - 07293047363, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>47 de 59www.grancursosonline.com.br</p><p>Noções de Criminologia</p><p>NOÇÕES DE CRIMINOLOGIA</p><p>Dalbertom Caselato Junior</p><p>As decisões judiciais do Poder Judiciário, para o jurista português Jorge de Figueiredo</p><p>Dias, devem ser observadas sob o prisma da fixação dos fatos (autoria e materialidade deli-</p><p>tiva), qualificação criminal (tipificação penal) e determinação da medida da sanção penal (do-</p><p>simetria da pena). Figueiredo Dias alerta para o grau de seletividade e discricionariedade nas</p><p>decisões judiciais, maculando, por vezes, a imagem de completa vinculação dos juízes à lei</p><p>(DIAS; ANDRADE, 2013).</p><p>No Brasil, há uma discussão acerca do chamado ativismo judicial por parte de Juízes que,</p><p>sob justificativa de salvaguarda de direitos e garantias fundamentais, adota postura proativa</p><p>na “interferência” de maneira regular e significativa nas opções políticas dos demais poderes</p><p>como o Legislativo, maculando o caráter de imparcialidade típica da atividade de judicatura:</p><p>Percebe-se que a doutrina pátria acaba considerando o fenômeno do ativismo judicial como algo</p><p>bom em si uma vez que representaria o movimento de concretização de direitos. Ocorre que esse</p><p>entendimento abarca duas concepções de ativismo: o ativismo como um aumento da interferência</p><p>do Poder Judiciário (que se trata, na verdade, de judicialização da política) e o ativismo como ativi-</p><p>dade jurisdicional progressista. (TASSINARI, 2013).</p><p>020. (MPDFT/MPDFT/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2013) São, em regra, critérios definidores</p><p>do ativismo judicial, EXCETO:</p><p>a) O caráter eminentemente progressista da jurisprudência.</p><p>b) A frequente declaração de inconstitucionalidade de lei.</p><p>c) A revogação ou desconsideração dos precedentes da própria Corte.</p><p>d) A adoção de interpretação constitucional minoritária.</p><p>e) O reconhecimento de direitos fundamentais implícitos.</p><p>Luis Roberto Barroso (2018) ensina que o ativismo judicial não é uma peculiaridade brasilei-</p><p>ra. Em diferentes partes do mundo, em épocas diversas, cortes constitucionais ou supremas</p><p>cortes destacaram-se em determinadas quadras históricas como protagonistas de decisões</p><p>envolvendo questões de largo alcance político, implementação de políticas públicas ou es-</p><p>colhas morais em temas controvertidos na sociedade, evidenciando o caráter progressista e</p><p>iluminista destas decisões.</p><p>Letra a.</p><p>O Ministério Público (MP) é o segundo filtro de seleção do sistema penal. Figueiredo Dias</p><p>argui que ele é o porteiro (gatekeeper) do sistema jurisdicional de resposta ao crime e o prin-</p><p>cipal responsável pela mortalidade de casos criminais; explicamos: é o MP que decide se pro-</p><p>moverá o arquivamento de uma demanda criminal ou se irá promover a denúncia, dando início</p><p>ao processo criminal. Assim, cabe ao promotor de justiça decidir se deve haver uma resposta</p><p>formal a um caso concreto (DIAS; ANDRADE, 2013).</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LAYZA RIOS ANDRADE DE AGUIAR - 07293047363, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>48 de 59www.grancursosonline.com.br</p><p>Noções de Criminologia</p><p>NOÇÕES DE CRIMINOLOGIA</p><p>Dalbertom Caselato Junior</p><p>Dentre as mais variadas atribuições do Ministério Público, uma das mais antigas e tradicio-</p><p>nais, profundamente identificada com a atuação do promotor de justiça, é a sua atuação como</p><p>titular da ação penal, objetivando a responsabilização daqueles sobre quem recai a acusação</p><p>da prática de um crime.</p><p>Neste prisma, tendo a Constituição Federal de 1988, em seu artigo 129, elencado uma série</p><p>de direitos e garantias fundamentais, adotando um modelo penal e processual penal garantis-</p><p>ta, é mister que a atuação ministerial tenha tal configuração.</p><p>Assim sendo, ao Ministério Público não incumbe unicamente a função unilateral de perse-</p><p>cução, cumprindo, também, o papel de garantidor da estrita observância dos direitos e garan-</p><p>tias plasmados na Magna Carta, denominado custos legis, fiscal da correta aplicação da lei.</p><p>Assim, tal atuação não se circunscreve a esfera processual/judicial, sendo inquestionável seu</p><p>dever de acompanhar a atuação dos demais agentes responsáveis pela primeira fase da per-</p><p>secução criminal, em especial a polícia, no denominado controle externo da atividade policial.</p><p>021. (VUNESP/PC SP/PAPILOSCOPISTA/2018) A polícia, o ministério público, o poder judici-</p><p>ário e o sistema penitenciário são instituições encarregadas de exercer o controle social</p><p>a) primário.</p><p>b) formal.</p><p>c) informal.</p><p>d) terciário.</p><p>e) secundário.</p><p>Questão fácil para reforçarmos o papel de cada um dos atores no chamado controle social</p><p>formal. Mas não se esqueçam de revisar nosso mapa mental que engloba também os atores</p><p>do controle social informal. Por hora, questão com gabarito letra “B”. Moleza!</p><p>Letra b.</p><p>Os sistemas penitenciários ou prisionais se mostram em crise constante, constituindo-se</p><p>em problema que aflige a sociedade pós-moderna. Além de não conseguir estabelecer medi-</p><p>das eficazes para a sua própria melhoria, está longe de atingir os objetivos para os quais foi</p><p>criado, qual seja, buscar a ressocialização do preso e evitar a reincidência criminal.</p><p>A superlotação carcerária é um dos aspectos mais preocupantes do sistema penitenciá-</p><p>rio. Os presos cumprem penas em condições precárias e deprimentes, o que atenta contra o</p><p>princípio da dignidade da pessoa humana. Como agravante, não há recursos disponíveis para</p><p>a construção de novos presídios e a atuação do Estado, quando se trata da administração dos</p><p>recursos destinados ao setor tem sido objeto das mais variadas críticas.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LAYZA RIOS ANDRADE DE AGUIAR - 07293047363, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>49 de 59www.grancursosonline.com.br</p><p>Noções de Criminologia</p><p>NOÇÕES DE CRIMINOLOGIA</p><p>Dalbertom Caselato Junior</p><p>Natasha Alves de Oliveira (2020) pontua estatisticamente a situação calamitosa do siste-</p><p>ma penitenciário brasileiro:</p><p>O crítico cenário carcerário brasileiro é evidenciado pelos dados quantitativos constantes do levan-</p><p>tamento Nacional de Informações Penitenciárias do Ministério da Justiça (Infopen), que, em de-</p><p>zembro de 2014, registrava uma população penitenciária composta de 622.202 pessoas, situando o</p><p>Brasil em quarto lugar no ranking mundial de maior população carcerária, atrás apenas dos Estados</p><p>Unidos (2.217.000), China (1.657.812) e Rússia (644.237).</p><p>Estudos demonstram fartamente a existência de uma correlação entre o crescimento da</p><p>desigualdade social e o elevado índice de criminalidade: indivíduos sem acesso digno à saúde,</p><p>à habitação e ao bem-estar tendem em muitos casos, com o objetivo de obter o que lhes falta,</p><p>a se envolver com a criminalidade. A todo este quadro soma-se ainda a morosidade do poder</p><p>judiciário nos julgamentos dos processos.</p><p>022. (FUNDEP UFMG/DPE MG/DEFENSOR PÚBLICO/2019) Analise o trecho a seguir.</p><p>Entre as Teorias Macrossociológicas da Criminalidade, qual alternativa a seguir melhor identi-</p><p>fica a realidade do sistema penal e carcerário brasileiro, de acordo com o trecho citado?</p><p>a) Teoria da Lei e Ordem, classificada como uma teoria de consenso. Essa teoria parte da pre-</p><p>missa de que os pequenos delitos devem ser rejeitados de plano, fazendo com que os delitos</p><p>mais graves sejam inibidos, atuando como prevenção geral.</p><p>b) Teoria do Labelling Approach, classificada como uma teoria de consenso. A teoria afirma</p><p>que o comportamento criminoso é apreendido, mas nunca herdado, criado ou desenvolvido</p><p>pelo sujeito ativo.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LAYZA RIOS ANDRADE DE AGUIAR - 07293047363, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>50 de 59www.grancursosonline.com.br</p><p>Noções de Criminologia</p><p>NOÇÕES DE CRIMINOLOGIA</p><p>Dalbertom Caselato Junior</p><p>c) Teoria da Associação Diferencial, classificada como uma teoria de conflito. Referida teoria</p><p>afirma ser o capitalismo a base da criminalidade, na medida em que promove o egoísmo, o</p><p>qual, por sua vez, leva os homens a delinquir.</p><p>d) Teoria do Etiquetamento, classificada como uma teoria de conflito. Afirma que a criminali-</p><p>dade não é uma qualidade da conduta humana, mas a consequência de um processo em que</p><p>se atribui ao indivíduo tal “adjetivo”, principalmente pelas instâncias formais de controle social.</p><p>Mescla dados da situação carcerária brasileira e a aplicação de teorias criminológicas que</p><p>respondam a esta forma de repressão criminal no Brasil. Para auxiliar na questão, um mapa</p><p>mental sobre as teorias relacionadas ao consenso e ao conflito foi elaborado, lembra? Tente</p><p>refazer a questão utilizando o mapa mental e irá gabaritar com certeza. Assim, o gabarito da</p><p>questão é letra “D”.</p><p>a) Errada. O item traz a chamada teoria da lei e da ordem, política criminal vigente nos Estados</p><p>Unidos, em especial a partir dos anos 1980. Seus teóricos, em linhas gerais, endossam uma</p><p>maior atuação policial de modo a restaurar a ordem nos grandes centros urbanos e diminuir a</p><p>criminalidade. O Law and Order serviu como contraponto ao abrandamento da repressão poli-</p><p>cial que se deu no período após a Segunda Guerra Mundial e se justificava pela necessidade de</p><p>combater os pequenos delitos ou atos de delinquência (está aí o erro da questão) que se mul-</p><p>tiplicavam nas metrópoles, os quais causavam uma sensação generalizada de insegurança.</p><p>Uma de suas teorias, a broken Windows Theory (teoria das janelas quebradas), sofre influência</p><p>da teoria consensualista da Escola de Chicago a qual tratava a sociologia da subcultura das</p><p>periferias como explicação para o crime e o criminoso.</p><p>b) Errada. O item está incorreto pois a teoria do Labelling approach é uma teoria do conflito.</p><p>c) Errada. Além de indicar erroneamente a teoria da associação diferencial como teoria do</p><p>conflito, ainda lhe dá a definição da chamada teoria marxista ou radical.</p><p>Letra d.</p><p>Uma vez estudados os principais atores que compõem o controle social formal, chega a</p><p>hora de discutirmos os desafios destes atores na adoção de políticas públicas para o enfren-</p><p>tamento da criminalidade no Brasil.</p><p>Como bem pontua CHAI e ALMEIDA (2014) citando ROSENBAUM (2002), no que se refere</p><p>ao processo de construção de políticas públicas de segurança pública, a partir do processo de</p><p>reabertura democrática pós-Constituição Federal de 1988:</p><p>O maior erro da história do policiamento moderno foi o de ter dado às polícias a responsabilidade</p><p>plena pela segurança, pela simples razão de que as organizações policiais não podem, por melhor</p><p>que sejam, produzir elas próprias uma resposta satisfatória (ROSENBAUM, 2002)</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LAYZA RIOS ANDRADE DE AGUIAR - 07293047363, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://pt.wikipedia.org/wiki/Estados_Unidos</p><p>https://pt.wikipedia.org/wiki/Estados_Unidos</p><p>https://pt.wikipedia.org/wiki/1980</p><p>https://pt.wikipedia.org/wiki/Segunda_Guerra_Mundial</p><p>https://pt.wikipedia.org/wiki/Metr%C3%B3pole</p><p>51 de 59www.grancursosonline.com.br</p><p>Noções de Criminologia</p><p>NOÇÕES DE CRIMINOLOGIA</p><p>Dalbertom Caselato Junior</p><p>De fato, atribuir à Polícia Militar a responsabilidade maior de diminuir a violência se tor-</p><p>na um fardo institucional elevadíssimo e inefetivo, visto que o enfrentamento da criminalida-</p><p>de moderna deve ser tratado de forma intersetorial. Portanto, políticas públicas intersetoriais</p><p>irão prestigiar investimentos nas instituições policiais e de persecução criminal, ao passo que</p><p>irão se preocupar com setores relacionados direta ou indiretamente com a criminalidade, tais</p><p>como educação, esporte, lazer saúde e acesso ao trabalho.</p><p>Uma vez que a violência atinge as diversas camadas da sociedade, das elites às comuni-</p><p>dades vulneráveis, cada qual em seu grau de incidência e natureza de crime, a política pública</p><p>deverá compreender todas estas diferentes classes sociais, indistintamente.</p><p>Diante deste contexto, foi aprovada a Lei n. 13.675/2018, regulamentado pelo Decreto n.</p><p>9.489/2018 para fins de instituir o Sistema Único de Segurança Pública (SUSP) e a Política</p><p>Nacional de Segurança Pública e Defesa Social (PNSPDS): a primeira, com atribuição precí-</p><p>pua de integração entre os diferentes órgãos policiais das esferas da federação, secretarias</p><p>nacionais e estaduais e guardas municipais para atuação conjunta; o segundo, com a missão</p><p>legal de propor ações conjuntas da sociedade e de órgãos de segurança das União, Estados e</p><p>Distrito Federal. Na época, houve críticas ao PNSP em razão de ter sido aprovado pelo Governo</p><p>Federal sem uma consulta pública que envolvesse diretamente a sociedade civil na discussão.</p><p>O PULO DO GATO</p><p>O SUSP não criou polícias, mas criou condições legais para a atuação integrada e coordenada</p><p>dos órgãos policiais no limite de suas competências constitucionais, ainda em fase de desen-</p><p>volvimento,</p><p>abrangendo:</p><p>• Operações com planejamento e execução integrada (ex.: rondas ostensivas com base</p><p>investigativa criminal);</p><p>• Estratégias comuns de atuação conjunta das diferentes polícias;</p><p>• Registro de ocorrência policial integrado;</p><p>• Compartilhamento integrado de informações com o Sistema Brasileiro de Inteligência</p><p>(SISBIN);</p><p>• Intercâmbio nacional e internacional de conhecimento técnico e científico relacionado a</p><p>atividade policial;</p><p>• Integração de dados e informações de Segurança pública por meio do Sistema Nacional</p><p>de Informações de Segurança Pública (SINESP).</p><p>O PNSPDS constitui-se em importante mecanismo do qual obriga a União, Estados, DF e</p><p>Municípios a estabelecerem suas respectivas PP, observadas as diretrizes nacionais; PNSPDS</p><p>assenta-se em um tripé formado por princípios, diretrizes e objetivos, voltados a consecução</p><p>de finalidades:</p><p>a) Princípios: eficiência, proteção, valorização e reconhecimento dos profissionais de SP,</p><p>proteção dos Direitos Humanos, participação e controle social e prestação de contas;</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LAYZA RIOS ANDRADE DE AGUIAR - 07293047363, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>52 de 59www.grancursosonline.com.br</p><p>Noções de Criminologia</p><p>NOÇÕES DE CRIMINOLOGIA</p><p>Dalbertom Caselato Junior</p><p>b) Diretrizes: atendimento imediato ao cidadão, planejamento estratégico e sistêmico, distri-</p><p>buição do efetivo de acordo com critérios técnicos, atuação integrada, fortalecimento das insti-</p><p>tuições de SP por meio de investimentos, sistematização e compartilhamento das informações.</p><p>c) Objetivos:</p><p>• promover a participação social nos conselhos de SP;</p><p>• estimular a produção e a publicação de estudos e diagnósticos para a formulação e</p><p>avaliação de PP;</p><p>• estabelecer mecanismos de monitoramento e de avaliação das ações implementadas;</p><p>• estimular a criação de mecanismos protetivos aos agentes públicos que compõem o</p><p>SNSP e família;</p><p>• promover a interoperabilidade dos sistemas de segurança pública.</p><p>O PNSPDS deve ser instituído pela União com o prazo de 10 anos, embora o Decreto n.</p><p>9.489/2018 preveja ciclos de implementação a cada 2 anos; seguindo orientação nacional, os</p><p>entes federados devem criar seus planos correspondentes em até 2 anos, sob pena de não po-</p><p>derem receber recursos da União para a execução de programas ou ações de SP e Defesa Social.</p><p>O PNSPDS articula ações do poder público, não se restringindo aos integrantes do SUSP,</p><p>visto que devem considerar um contexto social amplo, abrangendo outras áreas do serviço</p><p>público (ex.: saúde, educação, lazer, cultura etc.). É um verdadeiro mecanismo que atua na</p><p>prevenção criminal primária.</p><p>Aproveitando o ensejo, vale esclarecer que – conforme explica Natasha de Oliveira (2020), a</p><p>prevenção criminal se apresenta sob três aspectos: prevenção criminal primária, prevenção</p><p>criminal secundária e terciária, senão vejamos:</p><p>• Prevenção criminal primária: objetiva-se precipuamente no que se refere aos fatores in-</p><p>dutores da criminalidade com vistas a evitar que tais fatores maculem o comportamento</p><p>do indivíduo. Irá atuar na raiz do delito, neutralizando a conduta delituosa antes de sua</p><p>pretensa ocorrência. No contexto da prevenção criminal primária, engloba-se o combate</p><p>à fome, à miséria, ao desemprego, financiamento de moradias populares, dentre outros,</p><p>constituindo-se em ações de cunho político-social tendentes a prevenir a criminalidade</p><p>devido à escassez no acesso a estes direitos fundamentais.</p><p>• Prevenção criminal secundária: volta-se seus esforços em realizar medidas que prio-</p><p>rizem os indivíduos que – a par dos esforços implantados pela política de prevenção</p><p>primária – insistam em praticar um delito. Portanto, tal prevenção opera quando o crime</p><p>for cometido, agindo, assim, sobre os grupos de risco, erradicando seu caráter potencia-</p><p>lizador. De que forma? Orientando a sociedade – da qual o delinquente se insere – sobre</p><p>a necessidade de respeito a norma, como forma de dissuasão para evitar sua transgres-</p><p>são com a conduta delituosa, sob pena da imposição das sanções penais previstas na</p><p>legislação penal.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LAYZA RIOS ANDRADE DE AGUIAR - 07293047363, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>53 de 59www.grancursosonline.com.br</p><p>Noções de Criminologia</p><p>NOÇÕES DE CRIMINOLOGIA</p><p>Dalbertom Caselato Junior</p><p>• Prevenção criminal terciária: se mostra a única das formas de prevenção que possui des-</p><p>tinatário certo: a pessoa reclusa. Tem o objetivo de evitar a reincidência criminal, operando,</p><p>pois, na seara do sistema penitenciário, por meio da elaboração de programas de reabilita-</p><p>ção e ressocialização. Tem por fim último a reinserção social e o amparo familiar ao preso.</p><p>Voltando ao tema da PNSPDS, o tripé acima estudado deverá servir a consecução dos se-</p><p>guintes objetivos/finalidades:</p><p>d) Finalidades:</p><p>• promover a melhora da qualidade da gestão das PP sobre SP e DS;</p><p>• contribuir para a organização dos conselhos de SP e DS;</p><p>• assegurar a produção de conhecimento no tema, definição de metas e avaliar resultados</p><p>de PP e DS;</p><p>• priorizar ações preventivo-fiscalizatórias de segurança interna nas divisas, fronteiras</p><p>portos e aeroportos.</p><p>HOFFMANN e FONTES (2018) alertam que a legislação, a par de se constituir em um avan-</p><p>ço em termos de enfrentamento a criminalidade, padece da adoção de PP intersetoriais:</p><p>A lei do SUSP representa sim um avanço na abordagem do tema SP, pauta obrigatória da sociedade.</p><p>Contudo, a simples edição de lei, por melhor que seja, não tem força para solucionar de forma auto-</p><p>mática o problema; é preciso que o poder público efetivamente tome as iniciativas para fazê-la sair</p><p>do papel e realize os investimentos para tornar a legislação uma realidade, sob pena de termos mais</p><p>uma lei meramente simbólica, carente de efetividade, como tantas outras no Brasil.</p><p>Diferentemente do SUSP e PNSPDS, o Programa Nacional de Segurança Pública com Ci-</p><p>dadania (PRONASCI) constituiu-se em um programa de SP mais aberto ao diálogo popular, na</p><p>medida em que propunha intervir nas causas da criminalidade, com foco principal na juventu-</p><p>de; ressaltou a importância da participação dos municípios como agentes capazes implemen-</p><p>tadores de Políticas Públicas (PP) preventivas, com a criação dos conselhos municipais de se-</p><p>gurança, legítimo canal entre sociedade e comunidade para a definição de estratégias locais.</p><p>CHAI e ALMEIDA (2014), citando Marcos Rolim, explicam que as políticas do PRONASCI fo-</p><p>ram resultado de amplo debate acadêmico e pragmático; apresentou um modelo comunitário</p><p>de policiamento com novas tendências para o século XXI, onde as tarefas de manutenção da</p><p>paz e da conquista da segurança devem ser concebidas como algo a ser compartilhado entre</p><p>o Estado e a sociedade.</p><p>E quais modelos que se constituíram em uma boa tentativa? Por exemplo, a implantação</p><p>das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) no RJ, as quais retiraram o domínio do tráfico de</p><p>drogas das favelas da cidade do Rio de Janeiro com uma presença inicial do braço militar e</p><p>policial do Estado, seguido de tentativas modestas de implantação de PP de saúde, educação</p><p>e saneamento, levando-se garantia de direitos a quem estava à margem do processo, mas que,</p><p>por ineficácia da gestão estatal, fracassou.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LAYZA RIOS ANDRADE DE AGUIAR - 07293047363, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>54 de 59www.grancursosonline.com.br</p><p>Noções de Criminologia</p><p>NOÇÕES DE CRIMINOLOGIA</p><p>Dalbertom Caselato Junior</p><p>Outro novo modelo de policiamento: o modelo de policiamento orientado para a solução</p><p>de problemas, com fundamental participação da sociedade no sentido de realizar um levanta-</p><p>mento daqueles problemas.</p><p>RATTON, DE LIMA e DE AZEVEDO (2014) mencionam alguns pontos relevantes para a im-</p><p>plantação de um programa nacional de segurança pública, levando em conta as particularida-</p><p>des de cada região brasileira:</p><p>A implementação desses modelos impõe a quebra de paradigma de policiamento extre-</p><p>mamente militarizado e voltado quase que exclusivamente ao policiamento ostensivo; deve-se</p><p>superar as culturas policiais marcadas pelas noções de retribuição; superar o empecilho da</p><p>divisão de trabalho das polícias brasileiras entre investigação e policiamento ostensivo, onde o</p><p>modelo de policiamento comunitário exige a integração entre estas duas atividades policiais.</p><p>Como exemplo atual e notório desta dificuldade de integração entre as diversas forças de</p><p>segurança pública, basta exemplificarmos o recente caso Lázaro e a perseguição realizada</p><p>no município de Cocalzinho de Goiás, onde a atuação das polícias estaduais e federais foram</p><p>marcadas pelo descompasso, improviso e falta de integração, conforme palavras do ex-Secre-</p><p>tário Nacional de Segurança Pública e conselheiro do Instituto Brasileiro de Segurança Pública</p><p>(IBSP), Coronel da PMSP José Vicente da Silva Filho:</p><p>[...] a espetacularização do caso é um risco. [...] falta coordenação entre policiais, principalmente</p><p>para que a concentração de efetivo não prejudique as investigações de outros suspeitos. [...] não</p><p>vejo razão para uma caçada nas dimensões que têm sido feitas na busca de um único criminoso,</p><p>por mais cruel que ele seja. Um único bandido não pode paralisar ou desviar recursos de prevenção</p><p>da polícia, que tem muitas prioridades para cuidar. O papel dos agentes é muito maior no sentido</p><p>de proteger a população do que em promover caçadas. [...] É necessário apenas entender que não</p><p>existe justificativa para uma caçada com esse número de efetivo. Primeiro, é preciso deixar a Polícia</p><p>Civil fazer o esforço dela de investigação, que é competência dela. O resto do efetivo deve fazer o</p><p>patrulhamento e a prevenção. [...] (PERES, 2021)</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LAYZA RIOS ANDRADE DE AGUIAR - 07293047363, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>55 de 59www.grancursosonline.com.br</p><p>Noções de Criminologia</p><p>NOÇÕES DE CRIMINOLOGIA</p><p>Dalbertom Caselato Junior</p><p>E completa, criticando a metodologia empregada na “caçada” ao criminoso Lázaro, arguin-</p><p>do a falta de ações coordenadas de investigação e inteligência policial em detrimento de uma</p><p>espetacularização da caçada:</p><p>Existem pesquisas que apontam que a sensação de medo é formada em 20% pela experiência pes-</p><p>soal. O restante (80%) é impactado por algumas ações da polícia na mídia. E, quanto mais os agen-</p><p>tes se movimentam e recebem cobertura, mais medo isso provoca. De novo, está cheio de bandido</p><p>morando ao lado que não recebe esse tratamento. Vejo nisso falta de profissionalismo. É uma ação,</p><p>em parte, para capturar a atenção da mídia. Não era para ter mais de 20 policiais nessa procura.</p><p>O papel da Polícia Militar não é caçar, é proteger e prevenir. Se, nas primeiras horas, não deu para</p><p>capturá-lo, deixam-se as equipes de investigação cuidarem do caso. O que percebemos é uma falta</p><p>de coordenação entre os policiais, não apenas nesse caso. Falta um protocolo de cooperação para</p><p>ações efetivas dos agentes, de forma que estados vizinhos possam se ajudar. (PERES, 2021)</p><p>Espero que vocês tenham gostado do material proposto!</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LAYZA RIOS ANDRADE DE AGUIAR - 07293047363, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>56 de 59www.grancursosonline.com.br</p><p>Noções de Criminologia</p><p>NOÇÕES DE CRIMINOLOGIA</p><p>Dalbertom Caselato Junior</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>ABREU, Ana Claudia da Silva; ABREU, Guilherme Schroeder. Terrorismo x Princípio da Legali-</p><p>dade: Os Reflexos do Direito Penal do Inimigo na Lei N. 13.260/16. Revista de Criminologias e</p><p>Politicas Criminais, v. 2, n. 2, p. 226–246, 4 dez. 2016. E-ISSN 2526-0065. Disponível em: http://</p><p>www.indexlaw.org/index.php/revistacpc/article/view/1473. Acesso em: 13 ago. 2021.</p><p>AGUIAR, Leonardo. Dogmática Jurídico-penal, Política Criminal e Criminologia. Jus Brasil,</p><p>2016. Disponível em: https://leonardoaaaguiar.jusbrasil.com.br/artigos/324816043/dogmati-</p><p>ca-juridico-penal-politica-criminal-e-criminologia. Acesso em: 05 ago. 2021.</p><p>BARATTA, Alessandro. Criminologia crítica e Crítica do Direito Penal. Coleção Pensamento</p><p>Criminológico. 3ªed., Revan, 2002.</p><p>BARROSO, Luis Roberto. Contramajoritário, Representativo e Iluminista: Os papeis dos tribunais</p><p>constitucionais nas democracias contemporâneas. Revista Direito e Práxis, v. 9, n. 4 , 2018.</p><p>Disponível em: https://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/revistaceaju/article/view/30806.</p><p>Acesso em: 18 ago. 2021.</p><p>BRASIL. Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA). Atlas da violência 2020. Disponível</p><p>em: www.ipea.gov.br. Acesso em: 11 ago. 2021.</p><p>BRASIL. Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Relatório anual de 2020. Disponível em: www.</p><p>forumsegurança.org.br. Acesso em: 09 ago. 2021.</p><p>BRASIL. Governo do Distrito Federal. Codeplan. Um olhar sobre a população LGBT no Distri-</p><p>to Federal. Brasília-DF, 2007. Disponível em: http://www.codeplan.df.gov.br/wp-content/uplo-</p><p>ads/2018/02/Um-olhar-sobre-a-popula%C3%A7%C3%A3º-LGBT-no-Distrito-Federal.pdf. Aces-</p><p>so em: 19 ago. 2021.</p><p>CASELATO JÚNIOR; SUXBERGER. O papel do GAFI/FATF: natureza jurídica de suas recomenda-</p><p>ções e formas de coerção aos países membros pela sua inobservância. Cadernos de Dereito</p><p>Actual. Cadernos de Dereito Actual N. 11. Núm. Ordinario (2019), pp. 173-185 ·ISSN 2340-860X</p><p>- ·ISSNe 2386-5229.</p><p>CASTRO; FURBINO. A indústria movida pelos entorpecentes. Correio Brasiliense, 2010. Dispo-</p><p>nível em: http://www2.senado.leg.br/bdsf/handle/id/45892. Acesso em: 19 ago. 2021.</p><p>CUNHA, Rogério Sanches. Manual de Direito Penal. Volume I, ed. Juspodvm, 2020.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LAYZA RIOS ANDRADE DE AGUIAR - 07293047363, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>http://www.indexlaw.org/index.php/revistacpc/article/view/1473</p><p>http://www.indexlaw.org/index.php/revistacpc/article/view/1473</p><p>https://leonardoaaaguiar.jusbrasil.com.br/artigos/324816043/dogmatica-juridico-penal-politica-criminal-e-criminologia</p><p>https://leonardoaaaguiar.jusbrasil.com.br/artigos/324816043/dogmatica-juridico-penal-politica-criminal-e-criminologia</p><p>https://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/revistaceaju/issue/view/1791</p><p>https://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/revistaceaju/article/view/30806</p><p>http://www.ipea.gov.br</p><p>http://www.forumsegurança.org.br</p><p>http://www.forumsegurança.org.br</p><p>http://www.codeplan.df.gov.br/wp-content/uploads/2018/02/Um-olhar-sobre-a-popula%C3%A7%C3%A3o-LGBT-no-Distrito-Federal.pdf</p><p>http://www.codeplan.df.gov.br/wp-content/uploads/2018/02/Um-olhar-sobre-a-popula%C3%A7%C3%A3o-LGBT-no-Distrito-Federal.pdf</p><p>57 de 59www.grancursosonline.com.br</p><p>Noções de Criminologia</p><p>NOÇÕES DE CRIMINOLOGIA</p><p>Dalbertom Caselato Junior</p><p>CUNHA, Rogério Sanches. Temas fundamentais de criminologia para concursos. JusAulas,</p><p>RSC online, 2021.</p><p>COSTA, Ana Paula Motta. Os adolescentes e seus direitos fundamentais: da invisibilidade à</p><p>indiferença. Porto Alegre:</p><p>Livraria do Advogado, 2012.</p><p>DE MOLINA, Antônio Garcia-Pablos. Criminología. Fundamentos y Princípios para el estudio</p><p>cientifico del delito, la prevención de la criminalidad y el tratamento del delincuente. Colección</p><p>ESTUDIOS EM CIENCIAS PENALES, Lima, Peru: CEC-INPECCP, 2007.</p><p>DE MOLINA, Antônio Garcia-Pablos. Temas de Criminologia. Madrid: Instituto de Criminologia</p><p>de la Universidad Complutense de Madrid, 1984.</p><p>DOMINÉ, Jean-François. Henry Laurens et Mireille Delmas-Marty (dir.), Terrorismes. CNRS édi-</p><p>tions, coll. « Histoire et Droit », 2010, p. 18-29. Revue historique des armées, n. 263, 15 jun.</p><p>2011. Disponível em: http://journals.openedition.org/rha/7233. Acesso em: 29 jan. 2019.</p><p>DOS SANTOS, Juarez Cirino. 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Acesso em: 13 ago. 2021.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LAYZA RIOS ANDRADE DE AGUIAR - 07293047363, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>http://journals.openedition.org/rha/7233</p><p>https://www.correiobraziliense.com.br/cidades-df/2021/06/4932067-cinco-perguntas-para-jose-vicente-da-silva-filho.html</p><p>https://www.correiobraziliense.com.br/cidades-df/2021/06/4932067-cinco-perguntas-para-jose-vicente-da-silva-filho.html</p><p>https://emporiododireito.com.br/leitura/critica-a-ideologia-da-defesa-social</p><p>https://emporiododireito.com.br/leitura/critica-a-ideologia-da-defesa-social</p><p>58 de 59www.grancursosonline.com.br</p><p>Noções de Criminologia</p><p>NOÇÕES DE CRIMINOLOGIA</p><p>Dalbertom Caselato Junior</p><p>SAPORI, Luis Flávio; SENA, Lucia Lamounier. Mercado do crack e violência urbana na cida-</p><p>de de Belo Horizonte. Revista Dilemas - Revista de Estudos de Conflito e Controle Social,</p><p>Rio de Janeiro: UFRJ, 2012. Disponível em: https://revistas.ufrj.br/index.php/dilemas/article/</p><p>view/7285/5864. Acesso em: 20 ago. 2021.</p><p>SHECAIRA, Sérgio Salomão. Sistema de garantias e o Direito Penal Juvenil. São Paulo: Revista</p><p>dos Tribunais, 2008.</p><p>SCHMID, Alex Peter. The Routledge Handbook Of Terrorism Research. 1. ed. Estados Unidos:</p><p>Routledge Taylor & Francis Group, 2011.</p><p>SILVA-SÁNCHEZ, Jesús María. A expansão do direito penal. Aspectos da política criminal nas so-</p><p>ciedades pós-industriais. Coleção Direito e Ciências afins v.6, 3ªed., Revista dos Tribunais, 2013.</p><p>SUTHERLAND, Edwin. H. Principles of Criminology, Chicago: University of Chicago Press, (1924).</p><p>TASSINARI, Clarissa. Jurisdição e ativismo judicial: limites da atuação do Judiciário. Porto</p><p>Alegre: Livraria do Advogado, 2013</p><p>TILLY, Charles. Terror, Terrorism, Terrorists. Sociological Theory. Theories of Terrorism: A</p><p>Symposium. v. 22, n. 1, p. 5–13, mar. 2004. Disponível em: http://www.rci.rutgers.edu/~pmcle-</p><p>an/mcleanp_01_920_290_01_tilly_ terrorism.pdf. Acesso em: 17 ago. 2021.</p><p>VIANA, Eduardo. Criminologia. 6ªed., ed. Salvador: Juspodvm, 2018.</p><p>ZALUAR, Alba. Juventude violenta: processos, retrocessos e novos percursos. Scielo Brasil.</p><p>Disponível em: https://doi.org/10.1590/S0011-52582012000200003. Acesso em: 21 ago. 2021.</p><p>Dalbertom Caselato Junior</p><p>Policial Civil do DF. Bacharel em Relações Internacionais e Direito. Especialista em Direito Público, mestre</p><p>e doutorando em Direito Penal e Criminologia (CEUB-DF). Professor da Escola Superior da PCDF e de</p><p>cursinhos para concursos.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LAYZA RIOS ANDRADE DE AGUIAR - 07293047363, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://revistas.ufrj.br/index.php/dilemas/article/view/7285/5864</p><p>https://revistas.ufrj.br/index.php/dilemas/article/view/7285/5864</p><p>http://www.rci.rutgers.edu/~pmclean/mcleanp_01_920_290_01_tilly_ terrorism.pdf</p><p>http://www.rci.rutgers.edu/~pmclean/mcleanp_01_920_290_01_tilly_ terrorism.pdf</p><p>https://doi.org/10.1590/S0011-52582012000200003</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LAYZA RIOS ANDRADE DE AGUIAR - 07293047363, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>Apresentação</p><p>Noções de Criminologia</p><p>1. Introdução às Noções Conceituais de Criminologia</p><p>2. A Classificação Doutrinária dos Tipos Criminosos</p><p>3. As Instituições Ligadas ao Controle Social Formal e ao Enfrentamento da Criminalidade: as Polícias, o Poder Judiciário, Ministério Público e os Sistemas Penitenciários</p><p>4. Panorama Mundial e Brasileiro da Criminalidade</p><p>5. Terrorismo, Narcotráfico e Organizações Criminosas: Aspectos Básicos Conceituais Criminológicos</p><p>6. Aspectos Criminológicos do Crime de Homicídio como Fenômeno de Massa</p><p>7. Políticas Públicas de Prevenção e Repressão à Criminalidade Brasileira</p><p>Referências</p><p>AVALIAR 5:</p><p>Página 59:</p><p>de grande importância que podem ser</p><p>pontos de avaliação por parte do examinador: está-se falando dos chamados objetos da crimi-</p><p>nologia, assim compreendidos:</p><p>a) O estudo do crime;</p><p>b) O estudo da pessoa;</p><p>c) O estudo do infrator;</p><p>d) O estudo da vítima;</p><p>e) O controle social do comportamento delitivo.</p><p>001. (INSTITUTO AOCP/PC PA/DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL/2021) Assinale a alternativa</p><p>que NÃO engloba um objeto de estudo criminológico.</p><p>a) O crime.</p><p>b) A vítima.</p><p>c) O “dever-ser”.</p><p>d) O controle social do comportamento delitivo.</p><p>e) A personalidade do delinquente.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LAYZA RIOS ANDRADE DE AGUIAR - 07293047363, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>6 de 59www.grancursosonline.com.br</p><p>Noções de Criminologia</p><p>NOÇÕES DE CRIMINOLOGIA</p><p>Dalbertom Caselato Junior</p><p>Perceba que o examinador coloca, dentre os objetos da criminologia ensinados pela doutrina,</p><p>um termo utilizado no Direito Penal. Enquanto a criminologia se ocupa do estudo do crime e o</p><p>infrator mas sob a ótica sociológica, biológica e natural, considerando as causas relacionadas</p><p>ao ser humano, percebe-se que se está diante de uma ciência do ser. Diferentemente, o Direito</p><p>Penal trabalha o ponto de vista normativo do crime, promovendo a repressão social a conduta</p><p>delitiva por meio de regras punitivas elaboradas pelos parlamentares. Trata-se, pois, de uma</p><p>ciência do dever ser.</p><p>Letra c.</p><p>Historicamente, quando se pode falar na utilização do termo criminologia? De fato, se trata</p><p>de uma pergunta – além de importante do ponto de vista histórico – temas de grande incidên-</p><p>cia nos concursos públicos.</p><p>Há vários registros históricos que buscam se apropriar do termo criminologia no decor-</p><p>rer da história. Cesare Lombroso, por ocasião da publicação da sua obra denominada O Ho-</p><p>mem Delinquente, se referiu ao termo “antropologia criminal” para descrever seus estudos;</p><p>Paul Topinard é o escolhido dos franceses para ter a si atribuído o termo; Rafaelle Garofalo</p><p>são os indicados pelos italianos. Percebe-se, portanto, uma divergência histórica na apropria-</p><p>ção do termo:</p><p>O doutrinador holandês William Bonger alerta que a maioria da doutrina atribui a primeira utilização</p><p>da palavra criminologia à Paul Topinard. Contudo, foi cunhada, no âmbito internacional, ganhando</p><p>inclusive contornos de ciência, pelo positivista italiano Rafaelle Garofalo com sua obra Criminologia:</p><p>Studio Sul Delitto, Sulle Sue Cause e Sui Mezzi di Repressione, de 1885. (CUNHA, 2020)</p><p>002. (FUNDATEC/PC RS/DELEGADO DE POLÍCIA/2018) A Criminologia é definida tradicio-</p><p>nalmente como a ciência que estuda de forma empírica o delito, o delinquente, a vítima e os</p><p>mecanismos de controle social. Os autores que fundaram a Criminologia (Positivista) são:</p><p>a) Cesare Lombroso, Enrico Ferri e Raffaele Garofalo.</p><p>b) Franz Von Liszt, Edmund Mezger e Marquês de Beccaria.</p><p>c) Marquês de Beccaria, Cesare Lombroso e Michel Foucault.</p><p>d) Cesare Lombroso, Enrico Ferri e Michel Foucault.</p><p>e) Enrico Ferri, Michel Foucault e Nina Rodrigues.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LAYZA RIOS ANDRADE DE AGUIAR - 07293047363, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>7 de 59www.grancursosonline.com.br</p><p>Noções de Criminologia</p><p>NOÇÕES DE CRIMINOLOGIA</p><p>Dalbertom Caselato Junior</p><p>Lombroso, Garofalo e Ferri são considerados os fundadores da acepção positivista da Escola</p><p>Italiana de Criminologia. Tais autores realizaram uma verdadeira quebra de paradigma no que</p><p>concerne ao estudo das Ciências Jurídicas da época ao propor que – na análise do delito – de-</p><p>ver-se-ia utilizar o método experimental próprio das ciências naturais, tais como a observação do</p><p>comportamento da sociedade e a neutralização da prática delitiva por meio da prevenção criminal.</p><p>Letra a.</p><p>Tecidos alguns comentários introdutórios acerca das noções conceituais de criminologia</p><p>para sua prova, indaga-se: a criminologia deve ser vista como uma ciência independente ou</p><p>dependente em relação ao direito penal? Rogério Sanches (2020) responde a tal indagação:</p><p>A criminologia tem independência em relação ao Direito porque ela não se propõe a definir o que</p><p>deve ou não ser feito, nem a esclarecer qual é a consequência normativa para tais atos. [...] Ela ob-</p><p>serva os fatores que podem ensejar a prática criminosa a partir da análise do delinquente, da vítima</p><p>e das regras de controle social que existem de uma maneira formalizada pelos aparatos punitivos</p><p>do Estado (como a Polícia, o Ministério Público, a Justiça) e outras formas extraoficiais de controle</p><p>social (como a Igreja, a Família e a Escola). (CUNHA, 2020) Grifo Nosso</p><p>Em suma, enquanto o direito penal preocupa-se com o estabelecimento de sanções pe-</p><p>nais decorrentes do comportamento humano indesejado caracterizado como infração penal,</p><p>deixando a cargo do legislador a elaboração dos tipos penais que irão priorizar a proteção dos</p><p>bens jurídicos essenciais para aquela sociedade, cuja lesão possa a causar desarmonia social,</p><p>a criminologia cuidará das causas etiológicas do comportamento criminoso e de seus meios</p><p>de prevenção. (CUNHA, 2020)</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LAYZA RIOS ANDRADE DE AGUIAR - 07293047363, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>8 de 59www.grancursosonline.com.br</p><p>Noções de Criminologia</p><p>NOÇÕES DE CRIMINOLOGIA</p><p>Dalbertom Caselato Junior</p><p>003. (INÉDITA/2021) No que se refere às diferenciações culturais entre as expressões Direito</p><p>Penal, Criminologia, Política Criminal e Dogmática Penal, assinale a alternativa INCORRETA:</p><p>a) O direito penal busca o objetivo de analisar fatos humanos ilícitos indesejáveis, dos quais</p><p>sua violação de conduta ensejará a sua classificação como crime ou contravenção penal. Des-</p><p>ta forma, o estudo do crime enquanto conteúdo norma faz parte do estudo do Direito Penal.</p><p>b) A criminologia é a ciência empírica, ou seja, da experimentação do crime enquanto com-</p><p>portamento dos diversos atores que se relacionam na prática ilícita como o autor, a vítima e</p><p>fatores como os sociais, culturais e biopsicológicos.</p><p>c) A expressão dogmática penal são os postulados valorativos inquestionáveis dentro do es-</p><p>tudo do direito penal.</p><p>d) A política criminal foca seus esforços na acepção valorativa do crime, trabalhando estraté-</p><p>gias e meios de controle social da criminalidade.</p><p>e) Quando se trabalha com interpretação principiológica, sistematização e aplicação racional</p><p>das normas penais, está-se diante do estudo da dogmática penal.</p><p>Considerando que os demais itens estão corretos, o item “C” encontra-se incorreto. Segun-</p><p>do Leonardo Aguiar (2016), a dogmática jurídico-penal parte de alguns preceitos legais deno-</p><p>minados dogmas, os quais são empregados com o sentido de “declaração de vontade com</p><p>pretensão de validade geral, visando a solução de problemas sociais”. Aguiar esclarece que a</p><p>dogmática penal – embora parta de um conjunto de normas positivadas (dentre regras e prin-</p><p>cípios) não deve assumir um caráter dogmático como uma verdade inquestionável e imutável,</p><p>visto dever ser reconhecida por seu caráter valorativo e crítico (AGUIAR, 2016).</p><p>Letra c.</p><p>A história do pensamento criminológico foi dividida em vários períodos ou fases em que</p><p>os grandes pensadores opinavam e forneciam conceitos diferenciados acerca dos assuntos</p><p>concernentes ao chamado estudo criminológico, tais quais os delitos e as sanções:</p><p>Protágoras (485-515 a.C.) compreendia a pena como meio de evitar a prática de novas infrações pelo</p><p>exemplo que deveria dar a todos os membros de um corpo social [...] Sócrates (470-399 a.C.) destaca</p><p>a importância da ressocialização, na medida em que pregava a necessidade de ensinar os delinquen-</p><p>tes a não reiterar a conduta delitiva [...] Platão (427-347 a.C.) sustentava que a ganância, a cobiça ou</p><p>cupidez geravam a criminalidade [...] Aristóteles (388-322 a.C.) seguia a mesma linha de pensamento</p><p>de Platão ao imputar a fatores econômicos a causa do fenômeno criminal. (CUNHA, 2020)</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LAYZA RIOS ANDRADE DE AGUIAR - 07293047363, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>9 de 59www.grancursosonline.com.br</p><p>Noções de Criminologia</p><p>NOÇÕES DE CRIMINOLOGIA</p><p>Dalbertom Caselato Junior</p><p>Rogério Sanches (2020) esclarece que nestes períodos tais pensadores buscaram o pro-</p><p>pósito de apresentar um estudo – ainda sem um método científico -no intuito de apresentar</p><p>bases éticas e premissas do crime e sua punição, o que caracteriza o chamado estudo crimino-</p><p>lógico do crime. Tais estudos realizados por estes pensadores, na medida em que encaravam</p><p>questões envolvendo o crime, o infrator, a vítima e o controle social, eram sim precursores</p><p>de uma criminologia ainda sem um método científico reconhecido. Tal período era conhecido</p><p>como período da antiguidade.</p><p>Já no denominado período da idade média, Sanches (2021) esclarece que vigorava na</p><p>Europa o sistema feudal, fundamentada em contornos religiosos baseados no Cristianismo.</p><p>Pensadores medievais como Santo Agostinho (354 a 430 d.C.) afastavam o pensamento base-</p><p>ado na lei de talião (olho por olho, dente por dente), devendo a lei promover a ressocialização e</p><p>a defesa social, sem perder seu caráter intimidativo.</p><p>A doutrina cita, ainda, São Tomás de Aquino (1225-1274 d.C.) como precursor da chamada</p><p>Justiça Distributiva, o que significa “dar a cada um o que é seu segundo certa igualdade”, de-</p><p>fendendo que a pobreza era a causa de roubos no seio da coletividade, bem como afastando</p><p>o furto famélico – aquela subtração sem violência ou grave ameaça – para fins de saciar a</p><p>própria fome ou de sua família como fato não-punível (CUNHA, 2021).</p><p>O PULO DO GATO</p><p>Tradicionalmente, os estudos criminológicos baseados em método científico são mais conhe-</p><p>cidos nos períodos de desenvolvimento das escolas clássica (século XVIII) e positiva/positi-</p><p>vista (século XIX):</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LAYZA RIOS ANDRADE DE AGUIAR - 07293047363, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>10 de 59www.grancursosonline.com.br</p><p>Noções de Criminologia</p><p>NOÇÕES DE CRIMINOLOGIA</p><p>Dalbertom Caselato Junior</p><p>Dentre os expoentes da escola clássica, destaca-se Cesare Beccaria, o qual foi o precursor</p><p>do chamado movimento humanitário do direito de punir por parte do Estado. Contratualista,</p><p>igualitário, liberal e individualista, teve como bases filosóficas os estudos de Montesquieu,</p><p>Hume e Rousseau, baseando seu pensamento nos princípios concernentes ao contrato social,</p><p>do direito natural e do utilitarismo. Como “verdadeira mola propulsora para uma nova forma</p><p>de pensar o sistema punitivo”, Beccaria escreveu o livro Dos delitos e das penas (1764), onde</p><p>denunciou os abusos estatais punitivos – marcadamente vividos pelos regimes absolutistas</p><p>daquela época – e pretendendo humanizar a resposta do Estado à infração penal – defendeu a</p><p>aplicação da pena ao delito de modo proporcional, público e legal, restabelecendo a ordem so-</p><p>cial; foi contra a pena de morte, salvo em caso de guerra; incentivou a tipificação de condutas</p><p>em detrimento do chamado direito penal do autor (CUNHA, 2020).</p><p>004. (VUNESP/PC SP/TÉCNICO DE LABORATÓRIO/2014) A expressão “Criminologia” foi</p><p>empregada pela primeira vez por:</p><p>a) Adolphe Quetelet e divulgada internacionalmente por Cesare Bonesana, em sua obra intitu-</p><p>lada Dos delitos e das penas.</p><p>b) Cesare Lombroso e divulgada internacionalmente por Raffaele Garofalo, em sua obra intitu-</p><p>lada Criminologia.</p><p>c) Paul Topinard e divulgada internacionalmente por Cesare Bonesana, em sua obra intitulada</p><p>Dos delitos e das penas.</p><p>d) Cesare Lombroso e divulgada internacionalmente por Adolphe Quetelet, em sua obra intitu-</p><p>lada O homem médio.</p><p>e) Paul Topinard e divulgada internacionalmente por Raffaele Garofalo, em sua obra intitulada</p><p>Criminologia.</p><p>Conforme já estudado, deve-se ter em mente que Garofalo é o grande difusor – na fase jurí-</p><p>dica – dos pensamentos defendidos pela escola positivista, período do qual – em sua obra</p><p>intitulada Criminologia – apresentou o termo criminologia cunhado – de acordo com a doutrina</p><p>majoritária – ao francês Paul Topinard.</p><p>Letra e.</p><p>Prosseguindo com a aula, a Escola positivista foi dividida em três pilares básicos: determi-</p><p>nismo biológico de Lombroso (1835-1909) onde se aplicou o método experimental no estudo</p><p>da criminalidade (teoria do criminoso nato), predeterminado à prática de infrações penais por</p><p>características antropológicas ligadas ao atavismo; determinismo sociológico de Enrico Ferri</p><p>(1856-1929) negando a tese do livre-arbítrio e fundamentando a responsabilidade penal na</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LAYZA RIOS ANDRADE DE AGUIAR - 07293047363, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>11 de 59www.grancursosonline.com.br</p><p>Noções de Criminologia</p><p>NOÇÕES DE CRIMINOLOGIA</p><p>Dalbertom Caselato Junior</p><p>responsabilidade social, de modo que as penas deveriam ser indeterminadas e se adequar ao</p><p>criminoso. Assim, a pena para Ferri era mecanismo de defesa social; determinismo biossocio-</p><p>lógico ou jurídico de Rafaelle Garofalo (1851-1934) o qual entende o delito como uma agressão</p><p>ao senso moral de uma agregação humana, e sustentava que criminosos não assimiláveis</p><p>deveriam ser eliminados pela deportação ou morte, em um verdadeiro processo de seleção</p><p>natural de Darwin.</p><p>Certamente o estudioso tido como “figurinha carimbada” nas provas de concursos que</p><p>envolvem a parte criminológica é Cesare Lombroso – autor da obra O homem delinquente</p><p>– certamente um dos precursores da fase antropológica da escola positiva. Explica o autor</p><p>que a necessidade de aplicação da pena atende a termos éticos, permitindo, assim, o reequi-</p><p>líbrio do sistema normativo-social e que a pena seria uma retribuição pela infração à norma</p><p>penal. Abandona-se o caráter de vingança religiosa da pena para aquela vista como uma</p><p>resposta da própria sociedade, a fim de manter sua própria segurança. A pena deveria ser</p><p>fixa e determinada.</p><p>Eduardo Viana esclarece que Lombroso, muito em razão de sua influência como médico na</p><p>Itália, foi o responsável por uma acepção morfológica do estudo do homem como delinquente,</p><p>termo conhecido por determinismo biológico (VIANA, 2018).</p><p>Há, com Lombroso, uma ruptura paradigmática do estudo criminológico baseado no livre</p><p>arbítrio, dando lugar ao chamado concretismo; ou seja, a verificação da prática do delito come-</p><p>tido pelo delinquente. Rogério Sanches esclarece que o marco científico da Criminologia ocor-</p><p>re com a publicação de sua obra L´Uomo Delinquente no final do século XIX, onde passou-se a</p><p>investigar o crime e o criminoso sob o método científico experimental nos trabalhos, do qual</p><p>derivou a expressão criminoso nato, criada por Enrico Ferri (CUNHA, 2021).</p><p>Lombroso começa a traçar tipologias de delinquentes utilizando-se o método experimen-</p><p>tal para analisar a caixa craniana de criminosos com alto grau de reincidência criminal. Deste</p><p>método experimental,</p><p>acredita Lombroso traçar um padrão de anomalias existentes em crâ-</p><p>nios de criminosos contumazes, das quais – agregadas a características físicas – passa a</p><p>traçar uma tipologia do comportamento criminoso, com reflexos importantes na adoção de</p><p>políticas criminais:</p><p>As conclusões de Lombroso repercutem especialmente no modelo de política criminal a ser adota-</p><p>do para o combate à criminalidade: contra o criminoso nato, incorrigível, não caberiam aplicações</p><p>de sanções morais, mas sim preventivas, devendo a sociedade se proteger com aplicação da pena</p><p>de prisão perpétua ou de morte (CUNHA, 2021).</p><p>Lombroso contribuiu para a Criminologia realizando centenas de autópsias em supostos</p><p>criminosos natos utilizando-se de seu método empírico-indutivo, afastando-se, assim, de seus</p><p>antecessores que não utilizavam a cientificidade e sim as chamadas ciências ocultas, pré-cien-</p><p>tíficas. Milhares de análises médicas realizadas em delinquentes vivos subsidiaram as conclu-</p><p>sões de Lombroso acerca da existência de um padrão de delinquência ligado a características</p><p>fisiológicas do ser humano.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LAYZA RIOS ANDRADE DE AGUIAR - 07293047363, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>12 de 59www.grancursosonline.com.br</p><p>Noções de Criminologia</p><p>NOÇÕES DE CRIMINOLOGIA</p><p>Dalbertom Caselato Junior</p><p>Assim, foi estabelecido uma tipologia do delinquente:</p><p>Para Lombroso, o criminoso nato era aquele com características físicas bem definidas (ca-</p><p>beça pequena com deformações, fronte fugidia, sobrancelhas salientes, maças afastadas e</p><p>orelhas malformadas, braços com comprimento exagerado, face enorme) fatores biogenéti-</p><p>cos que eram ligados ao atavismo. O criminoso com inteligência intacta, mas com falsa de</p><p>moralidade tem influências hereditárias sendo denominado louco moral; o delinquente epiléti-</p><p>co pode conduzir a criminalidade, visto as funções cerebrais, emoções e sentimentos estarem</p><p>danificados; o delinquente louco são os acometidos de alienação mental que devem permane-</p><p>cer sob custódia de Hospitais Psiquiátricos; o criminoso de ocasião tem predisposição heredi-</p><p>tária, os quais aguardam a circunstância ideal para a prática delituosa (criminosos de ocasião);</p><p>os criminosos por paixão são raivosos, irrefletidos e geralmente violentos para a solução das</p><p>questões passionais (DE OLIVEIRA, 2020).</p><p>005. (UEG/PC GO/DELEGADO DE POLÍCIA/2018) Tendo a obra O Homem Delinquente, de</p><p>Cesare Lombroso (1836-1909), como fundante da Criminologia surgida a partir da segunda</p><p>metade do século XIX, verifica-se que, segundo a sistematização realizada por Enrico Ferri</p><p>(1856-1929), o pensamento criminológico positivista assenta-se, dentre outras, na tese de que:</p><p>a) o livre arbítrio é um conceito chave para o direito penal.</p><p>b) os chamados delinquentes poderiam ser classificados como loucos, natos, morais, passio-</p><p>nais e de ocasião.</p><p>c) a defesa social é tomada como o principal objetivo da justiça criminal.</p><p>d) a responsabilidade social, tida como clássica, deveria ser substituída pela categoria da res-</p><p>ponsabilidade moral para a imputação do delito.</p><p>e) a natureza objetiva do crime, mais do que a motivação, deve ser base para medida da pena.</p><p>a) Errada. O item se revela errado na medida em que a escola positiva rompe com o livre-arbí-</p><p>trio e se alia ao chamado concretismo, encabeçado pelos estudos de Lombroso.</p><p>b) Errada. O item traz uma classificação inexistente na doutrina acerca da tipologia do crimino-</p><p>so, visto não haver criminoso “louco”.</p><p>d) Errada. O item demonstra que a escola positivista tem preocupações relacionadas com um</p><p>conceito sociológico de crime; é errado, ademais, relacionar a responsabilidade social na esco-</p><p>la clássica, visto este ser um conceito criado pelo positivista Enrico Ferri.</p><p>e) Errada. O item traz uma inverdade, na medida em que a escola clássica entende que o mal</p><p>deve ser pago com outro mal, enquanto para os positivistas do mal há uma reação social onde</p><p>a sociedade deve punir o criminoso de acordo com seu grau de periculosidade, determinando,</p><p>assim, a pena a aplicar (CALHAU, 2011).</p><p>Letra c.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LAYZA RIOS ANDRADE DE AGUIAR - 07293047363, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>13 de 59www.grancursosonline.com.br</p><p>Noções de Criminologia</p><p>NOÇÕES DE CRIMINOLOGIA</p><p>Dalbertom Caselato Junior</p><p>Falando no positivista italiano Enrico Ferri (1856-1929) este foi responsável pelo estudo</p><p>da criminologia sob a perspectiva do determinismo social. Autor da obra Sociologia Criminal</p><p>(1914), “apontou os fatores antropológicos, sociais e físicos como as causas do delito”, negan-</p><p>do o livre-arbítrio, defendendo o afastamento do criminoso do meio social para fins de resguar-</p><p>dar a sociedade, a chamada responsabilidade social (CUNHA, 2020).</p><p>Importante expoente da escola positivista, Rafaelle Garofalo, além de apoiar o conceito de</p><p>criminoso nato de Enrico Ferri, defendia a existência de delitos legais e delitos naturais ou na-</p><p>tos: o primeiro que sofria variações conforme a sua localidade de cometimento (ex.: crimes fis-</p><p>cais, ambientais etc.), enquanto o segundo ofendia o senso de moralidade comum ao afetar os</p><p>sentimentos de altruísmo e piedade (ex.: crime de Estupro, homicídio etc.). Para Garofalo, cri-</p><p>me é a violação da moralidade média de um dado povo, em um dado momento (CUNHA, 2020).</p><p>Portanto, de forma resumida, tem-se os ensinamentos das Escolas Clássica e Positiva,</p><p>sendo importante relacionar outras escolas igualmente importantes na história criminológica:</p><p>a) Terceira escola italiana (Terza scuola italiana) de Manuel Carnevale: reúne conceitos</p><p>da escola clássica e positivista: pena como necessidade ética, a qual permite que o sistema</p><p>seja reequilibrado com sua aplicação; mas ainda a pena sendo indeterminada, deve-se ade-</p><p>quar ao criminoso.</p><p>b) Escola penal humanista de Vicente Lanza: A pena tem a finalidade de ressocialização; ou</p><p>seja, o objetivo é reeducar o culpado e reinserção dele na sociedade.</p><p>c) Escola técnico-jurídica de Arturo Rocco, Vicenzo Manzini (1910): Em sua primeira fase,</p><p>negam a abordagem do livre-arbítrio ou a existência do delito natural. O agente tem uma peri-</p><p>gosidade que precisa ser defendida por meio da aplicação da pena, a qual terá como finalidade</p><p>o castigo do delinquente; a pena, assim, mostra seu caráter retributivo. A sanção penal é um</p><p>mero meio de defesa do Estado.</p><p>d) Escola moderna alemã de Franz Von Listz: a pena é instrumento de ordem e segurança</p><p>social; exerce uma função preventiva geral (visando a sociedade) e negativa (intimidação aos</p><p>seres delinquentes com a finalidade de evitar novo cometimento de crime e inibir os cidadãos).</p><p>e) Escola correlacionista de Karl David August Röeder (1839): A Pena irá corrigir a vontade</p><p>injusta, perversa e desviada do criminoso e não ser objeto de retribuição a um mal causado</p><p>com penas fixas e determinadas, como quer a escola clássica. O crime é uma criação da</p><p>sociedade, um ente jurídico não natural e o delinquente é um ser anormal, com vontade re-</p><p>provável. A sanção penal deve, portanto, ser indeterminada e passível de cessação de sua</p><p>execução quando se tornar prescindível (instituto da sentença indeterminada de Röeder).</p><p>Foco da pena na prevenção especial. Deve-se punir curando, regenerando e não punir para</p><p>castigar e infligir o mal.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LAYZA RIOS ANDRADE DE AGUIAR - 07293047363, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>14 de 59www.grancursosonline.com.br</p><p>Noções de Criminologia</p><p>NOÇÕES DE CRIMINOLOGIA</p><p>Dalbertom Caselato Junior</p><p>f) Escola da nova defesa social de Adolphe Prins: Objetivando renovar os meios de combate</p><p>à criminalidade, em 1945 foi fundada na Itália por Filippo Gramatica o Centro Internacional de</p><p>Estudos de Defesa Social, onde a pena foi vista como uma reação da sociedade que objetivava</p><p>a proteção do cidadão. O crime, portanto, é um mal que desestabiliza o aprimoramento social e</p><p>o delinquente é a pessoa que precisa ser adaptada à ordem social. Aplicava-se institutos como</p><p>o da medida de segurança e das penas indeterminadas que deveriam subsistir enquanto per-</p><p>durar a criminalidade. Desenvolveu-se a chamada profilaxia criminal, baseado no estudo do de-</p><p>linquente e assistências educativas visando delinear sua personalidade para o convívio social.</p><p>006. (VUNESP/PC SP/DELEGADO DE POLÍCIA/2018) No que concerne às Escolas Penais, é</p><p>correto afirmar que a:</p><p>a) “Positiva” entende que o crime deriva de circunstâncias biológicas ou sociais, tendo sido</p><p>defendida por Feuerbach.</p><p>b) “Clássica” funda-se no livre-arbítrio e tem em Carrara um de seus maiores expoentes.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LAYZA RIOS ANDRADE DE AGUIAR - 07293047363, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>15 de 59www.grancursosonline.com.br</p><p>Noções de Criminologia</p><p>NOÇÕES DE CRIMINOLOGIA</p><p>Dalbertom Caselato Junior</p><p>c) “Lombrosiana” acredita que o homem é racional e nasce livre, sendo o crime fruto de uma</p><p>escolha errada, concepção hipotetizada por Lombroso e também por Ferri.</p><p>d) “Clássica” entende que a pena é medida profilática, de cura, pensamento difundido por</p><p>Carmignani.</p><p>e) “Positiva” nasce em contraposição às ideias de Lombroso, defende o naturalismo-racional e</p><p>tem em Garofalo um de seus doutrinadores.</p><p>a) Errada. De fato, Feuerbach é um dos expoentes, juntamente com Francesco Carrara e Cesare</p><p>Beccaria, formando a tríade CBF (basta imaginar a seleção brasileira de futebol para guardar</p><p>esta sigla!), todavia a escola positiva entende que o crime é considerado um fenômeno natural,</p><p>com causas naturais.</p><p>c) Errada. A escola denominada lombrosiana é, em verdade, a fase antropológica preconizada</p><p>por Lombroso dentro da Escola positivista.</p><p>d) Errada. Apesar de Carmignani ser um expoente da escola clássica, defende que o direito de</p><p>castigar não tem fundamento na justiça moral, mas sim na necessidade política de manter-se</p><p>a paz social.</p><p>e) Errada. O item confunde a escola positiva e a fase antropológica de Lombroso como se</p><p>fossem conceitos contrapostos.</p><p>Letra b.</p><p>2. A ClAssIfICAção doutrInárIA dos tIpos CrImInosos</p><p>Preliminarmente ao estudo da classificação dos tipos criminosos entre os principais auto-</p><p>res da Criminologia, se perfaz relevante complementar a análise do crime na visão de alguns</p><p>estudiosos ainda não abordados.</p><p>Sob o enfoque marxista, o crime é analisado como um “produto da sociedade de classes”.</p><p>Friedrich Engels (1820-1895), em sua obra A condição da classe trabalhadora na Inglaterra, já</p><p>alertava sobre a degradação do trabalhadores ingleses, decorrência da expansão industrial,</p><p>despojava-os de uma “vontade própria”, levando-os ao cometimento de crimes. Para Karl Marx</p><p>(1818-1893), na medida em que todas as ocupações remuneradas são úteis, conclui que o cri-</p><p>me seria igualmente útil, na medida em que o delito gera força laboral de instituições ligadas</p><p>ao seu enfrentamento, como a Polícia, o Poder Judiciário, o Ministério Público, os sistemas pe-</p><p>nitenciários e demais órgãos de segurança pública, a advocacia e à docência (CUNHA, 2021).</p><p>Para o sociólogo Émile Durkheim (1858-1917), o crime é definido como um fato social (item</p><p>expresso do seu edital!); ou seja, “os instrumentos sociais e culturais que determinam as ma-</p><p>neiras de agir, pensar e sentir na vida dos indivíduos (integrantes de uma determinada socie-</p><p>dade)” (CUNHA, 2020). Assim, o fato social acaba por obrigar os indivíduos a se adaptarem às</p><p>regras estipuladas pela sociedade.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LAYZA RIOS ANDRADE DE AGUIAR - 07293047363, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>16 de 59www.grancursosonline.com.br</p><p>Noções de Criminologia</p><p>NOÇÕES DE CRIMINOLOGIA</p><p>Dalbertom Caselato Junior</p><p>Durkheim vislumbrava a consciência coletiva como orientadora, coercitiva e exterior do</p><p>comportamento dos indivíduos. Destarte, possuía uma existência própria capaz de moldar</p><p>formas de pensar, de agir e de sentir no seio coletivo. Rogério Sanches (2021) completa que</p><p>o crime é inserido neste contexto – uma vez que a consciência coletiva se liga a ordem moral</p><p>dos homens – das quais suas condutas delitivas violam ordens sociais convencionadas pela</p><p>própria consciência coletiva.</p><p>Ademais, o crime, conforme Durkheim, não é visto como uma patologia, mas um fator de</p><p>funcionalidade de toda e qualquer sociedade. Durkheim ousa arguir que:</p><p>O crime não é uma doença social, mas um fenômeno inseparável dela, motivo pelo qual, desde que</p><p>dentro de uma margem de normalidade demonstrada pela estabilidade das estatísticas, o crime</p><p>possui até alguns aspectos positivos para a evolução do grupo social (CUNHA, 2021).</p><p>Imaginar que o crime seria uma patologia da qual o controle social deveria encontrar meca-</p><p>nismo para sua total aniquilação certamente se perfaz em uma verdadeira utopia. O crime existiu</p><p>e sempre existirá, motivo pelo qual Durkheim rechaça o caráter patológico do delito. O delito, por-</p><p>tanto, faz parte da vida coletiva, sendo um fenômeno inseparável da sociedade (CUNHA, 2021).</p><p>Crime como patologia deve ser objeto de um crescimento anormal e descontrolado da prá-</p><p>tica delitiva em uma determinada sociedade:</p><p>[...] o crime cumpre uma função na estrutura da sociedade, uma vez que provoca e estimula a reação</p><p>social, estabiliza e mantém vivo o sentimento coletivo que sustenta a conformidade às normas. Assim, o</p><p>delito pode desempenhar um papel direto no desenvolvimento moral de uma sociedade (CUNHA, 2021).</p><p>007. (CESPE/CEBRASPE/DPDF/DEFENSOR PÚBLICO DE SEGUNDA CATEGORIA/2019)</p><p>Acerca dos modelos teóricos da criminologia, julgue os itens que se seguem.</p><p>Estabelecida por Durkheim, a teoria da anomia, que analisa o comportamento delinquencial</p><p>sob o enfoque estrutural-funcionalista, admite o crime como um comportamento normal, ubí-</p><p>quo e propulsor da modernidade.</p><p>Eduardo Viana (2018) alerta a respeito do uso da expressão anomia, a qual deve ser interpre-</p><p>tada como “a ausência ou desintegração entre o sistema de valores e o sistema das normas</p><p>sociais”. Dito isto, a teoria da anomia na concepção de Durkheim se insere no campo das cha-</p><p>madas teorias estruturais funcionalistas, caracterizadas, principalmente, pelo estudo do crime</p><p>enquanto fenômeno social, normal e funcional, onde assume particular relevância os proces-</p><p>sos de interação social e interpessoal. Em apertada síntese:</p><p>[...] a teoria da anomia caracteriza-se por ser teoria estrutural, pelo determinismo sociológico, pela</p><p>normalidade e funcionalidade do crime e pela ideia de que a perda das referências coletivas norma-</p><p>tivas que orientam a vida em sociedade leva ao enfraquecimento da solidariedade social.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LAYZA RIOS ANDRADE DE AGUIAR - 07293047363, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>17 de 59www.grancursosonline.com.br</p><p>Noções de Criminologia</p><p>NOÇÕES DE CRIMINOLOGIA</p><p>Dalbertom Caselato Junior</p><p>Certo.</p><p>Tecidas estas</p><p>considerações iniciais, caminhemos ao item do seu edital que corresponde</p><p>a continuidade do desenvolvimento de nossa aula: a classificação dos tipos criminosos. Neste</p><p>aspecto, a obra de Natacha Alves de Oliveira (2020) e Eduardo Viana (2018) serão de relevante</p><p>auxílio na compreensão.</p><p>A classificação dos tipos criminosos consubstancia-se em um espectro bem mais amplo</p><p>do que o exigido no edital. Várias classificações diferentes são apresentadas conforme a abor-</p><p>dagem realizada por um determinado autor. Para uma melhor visualização, o mapa mental</p><p>resumido a seguir será de grande esclarecimento:</p><p>Ao analisar o presente mapa mental, percebe-se que a classificação ideal para o presente</p><p>estudo de acordo com o seu edital é a fornecida por Cesare Lombroso e Enrico Ferri, a qual</p><p>será desenvolvida a seguir:</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LAYZA RIOS ANDRADE DE AGUIAR - 07293047363, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>18 de 59www.grancursosonline.com.br</p><p>Noções de Criminologia</p><p>NOÇÕES DE CRIMINOLOGIA</p><p>Dalbertom Caselato Junior</p><p>a) Criminoso nato: para a escola clássica, o delinquente é aquele indivíduo pecador, o qual</p><p>utilizou o livre-arbítrio voltado para práticas ilícitas, mesmo tendo a opção de escolher o cami-</p><p>nho da licitude. Portanto, a expressão criminoso nato não é ligada a escola clássica, mas sim</p><p>a escola positivista, de criação de Enrico Ferri. Lombroso, que difundiu o conceito, vislumbra</p><p>o criminoso nato como um ser atávico; ou seja, possui características hereditárias voltadas</p><p>ao cometimento do delito, “escravo de sua própria patologia”, fadado ao cometimento do cri-</p><p>me (CUNHA, 2021), identificado por seus caracteres físico-biológicos tais quais a mandíbula</p><p>grande, a conformação do cérebro, a estrutura óssea e a hereditariedade biológica (DE OLIVEI-</p><p>RA apud LOMBROSO, 2007). O criminoso nato é marcado pelo seu alto grau de debilidade do</p><p>senso moral, precocidade, recidiva, sendo o criminoso com o maior grau de periculosidade. O</p><p>criminoso epilético foi incluído neste conceito (DE OLIVEIRA, 2021).</p><p>Fonte: Il Messaggero. https://www.ilmessaggero.it/primopiano/cronaca/cesare_lombroso_web_sito_delin-</p><p>quenza_universita_delinquenza-3836477.html. Acesso em: 06 ago. 2021.</p><p>b) Criminoso habitual (ou profissional): o positivista Enrico Ferri classifica este criminoso</p><p>como aquele reincidente em sua conduta delitiva, fazendo com o que o crime seja “um meio de</p><p>vida”. Neste contexto, a prática de crime de menor gravidade e o consequente encarceramento</p><p>frequente torna o criminoso propenso a prática de crimes mais graves (DE OLIVEIRA, 2021).</p><p>Lombroso visualizava os criminosos profissionais dentro de uma subclassificação de crimi-</p><p>nosos ocasionais: pseudocriminosos, os quais cometiam crimes involuntários, sem perversi-</p><p>dade, geralmente pela necessidade (por exemplo, em caso de fome crônica); os criminalóides,</p><p>que cometiam os delitos motivados pelas circunstâncias, não sendo criminosos em situações</p><p>normais da vida; os criminosos profissionais, que combinam atividades lícitas e ilícitas (um</p><p>comerciante ao dia, e à noite um estuprador). (LOMBROSO, 2007).</p><p>c) Criminoso passional: tal tipologia de criminoso é conhecido por suas ações impetuo-</p><p>sas, impulsivas, empregando violência em razão de uma questão passional (muito comum</p><p>nos crimes envolvendo casos de violência doméstica e familiar contra a mulher, regulados</p><p>procedimentalmente pela Lei Maria da Penha, lei n.. 11.340/2006 e alterações legislativas pos-</p><p>teriores). Natasha Alves de Oliveira (2021) explica que o criminoso passional “tem por carac-</p><p>terística ser nervoso, exaltado e irrefletido” e “apresenta-se espontaneamente às autoridades</p><p>policiais e com remorso de sua conduta, podendo chegar, inclusive, a tentar suicídio”.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LAYZA RIOS ANDRADE DE AGUIAR - 07293047363, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.ilmessaggero.it/primopiano/cronaca/cesare_lombroso_web_sito_delinquenza_universita_delinquenza-3836477.html</p><p>https://www.ilmessaggero.it/primopiano/cronaca/cesare_lombroso_web_sito_delinquenza_universita_delinquenza-3836477.html</p><p>19 de 59www.grancursosonline.com.br</p><p>Noções de Criminologia</p><p>NOÇÕES DE CRIMINOLOGIA</p><p>Dalbertom Caselato Junior</p><p>d) Criminoso louco ou alienado: é aquele delinquente categorizado como perverso, louco</p><p>moral, alienado mental, o qual necessita ter internado em manicômio judiciário. Enrico Ferri</p><p>acrescenta, nesta tipologia, o semilouco ou o fronteiriço, o qual é tratado no direito penal brasi-</p><p>leiro como semi-imputável, alternando momentos de lucidez e loucura.</p><p>e) Criminoso menor (delinquência juvenil): o denominado menor para fins penais são pes-</p><p>soas em fase peculiar de desenvolvimento e formação de sua personalidade, necessitando de</p><p>Proteção Integral do Estado, da sociedade e da família. Caso tal processo de socialização seja</p><p>negado as crianças e aos adolescentes, as possíveis falhas e referenciais de conduta serão</p><p>campo fértil e atrativo para a criminalidade. Segundo Sérgio Salomão Shecaira (2008), inúme-</p><p>ros fatores podem contribuir para a delinquência juvenil, quais sejam: falta de reconhecimento</p><p>e senso de pertencimento, baixo rendimento escolar seguida de evasão, ausência de relações</p><p>familiares e alternativas educacionais e profissionalizantes. Ana Paula Motta Costa (2012)</p><p>explica, ainda, que a violência está muito ligada ao consumismo exacerbado decorrente da</p><p>pós-modernidade, que valoriza as pessoas por aquilo que elas possuem, e não por aquilo que</p><p>são. Nesse caso, aqueles economicamente desfavorecidos, que não conseguem pertencer ao</p><p>padrão valorizado socialmente pela sociedade de consumo, acabam por adotar outros meca-</p><p>nismos de aquisição de bens, às vezes ilícitos. Se, de um lado, os adolescentes de diferentes</p><p>contextos sociais pertencem ao mundo globalizado, consumista e individualista; de outro, os</p><p>jovens que não acessam facilmente ao consumo estão à margem, embora seu desejo de ser</p><p>aceito e reconhecido percorra os mesmos caminhos dos demais consumidores.</p><p>f) Mulher delinquente: esta classificação certamente remonta ao estudos realizados por</p><p>Cesare Lombroso e Guglielmo Ferrero na obra intitulada Mulher criminosa, prostituta e a mulher</p><p>normal (1893), caracterizada pelo discurso médico-legal de temáticas relacionadas as mulhe-</p><p>res com conduta desviada, segundo os valores atribuídos àquela época, incompatíveis com a</p><p>contemporaneidade. Segundo Lombroso e Ferrero, a visão da mulher normal é caracterizada</p><p>por um ser com menos inteligência, mais suscetíveis a dor, tem maior crueldade, porém são</p><p>fracas, motivo pelo qual não conseguem agir perante seus instintos criminosos; motivo, por-</p><p>tanto, de serem mais vingativas e invejosas. Durante esse período do século XIX, tais autores</p><p>entendiam que o homem era responsável pelos espaços públicos (ex.: praças, fábricas, reparti-</p><p>ções) ao passo que a mulher pertencia as esferas privadas (ex.: lar, filhos, educação, compras,</p><p>aparência). Os autores positivistas, em uma acepção cientificista e biológica, atribuem a mu-</p><p>lher o papel maior da maternidade, da qual não se pode desviar, de modo que a “negação da</p><p>maternidade pode ser vista como um desvio de conduta” (LOMBROSO e FERRERO, 1893). Em</p><p>uma classificação absurda para os dias atuais, os autores dividem a mulher degenerada delin-</p><p>quente em duas categorias: as prostitutas (acometidas do desejo sexual e do alcoolismo, não</p><p>apresenta perigo a sociedade por cometer pequenos delitos; ademais, são úteis aos desejos</p><p>masculinos) e as criminosas (classe rara, de alta periculosidade, possuem traços masculiniza-</p><p>dos, tem alto grau</p><p>de perversidade, cometem crimes graves e rejeitavam a maternidade) (LOM-</p><p>BROSO e FERRERO, 1893). Portanto, os autores classificavam as mulheres de acordo com</p><p>seu padrão corporal e comportamental dentro da estrutura social que impunha os espaços</p><p>predeterminados a homens e mulheres, de modo que, qualquer mulher que fugisse ao padrão</p><p>imposto, era um sinal de infâmia e desvio de conduta caracterizadora de degeneração voltada</p><p>a possíveis práticas criminosas.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LAYZA RIOS ANDRADE DE AGUIAR - 07293047363, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>20 de 59www.grancursosonline.com.br</p><p>Noções de Criminologia</p><p>NOÇÕES DE CRIMINOLOGIA</p><p>Dalbertom Caselato Junior</p><p>008. (NUCEPE UESPI/PC PI/DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL/2018) Marque a alternativa COR-</p><p>RETA, no que diz respeito à classificação do criminoso, segundo Lombroso:</p><p>a) Criminoso louco: é o tipo de criminoso que tem instinto para a prática de delitos, é uma es-</p><p>pécie de selvagem para a sociedade.</p><p>b) Criminoso nato: é aquele tipo de criminoso malvado, perverso, que deve sobreviver em</p><p>manicômios.</p><p>c) Criminoso por paixão: aquele que utiliza de violência para resolver problemas passionais,</p><p>geralmente é nervoso, irritado e leviano.</p><p>d) Criminoso por paixão: este aponta uma tendência hereditária, possui hábitos criminosos</p><p>influenciados pela ocasião.</p><p>e) Criminoso louco: é o criminoso sórdido com deficiência do senso moral e com hábitos cri-</p><p>minosos influenciados pela situação.</p><p>a) Errada. Lombroso assemelharia o criminoso selvagem para a sociedade mais ligado às ca-</p><p>racterísticas relacionadas ao denominado criminoso nato, com alto grau de perversidade.</p><p>b) Errada. O item refere-se a características ligadas ao criminoso louco, devido à premente</p><p>necessidade de internação psiquiátrica.</p><p>d) Errada. A tendência hereditária informada no item estaria mais ligada as características do ata-</p><p>vismo ligada ao criminoso nato (ex.: cabeça chata, sobrancelhas grossas, mandíbula grande etc.).</p><p>e) Errada. O item está mais ligado a características do chamado criminoso ocasional.</p><p>Letra c.</p><p>3. As InstItuIções lIgAdAs Ao Controle soCIAl formAl e Ao enfrentA-</p><p>mento dA CrImInAlIdAde: As políCIAs, o poder JudICIárIo, mInIstérIo pú-</p><p>blICo e os sIstemAs penItenCIárIos</p><p>Até o presente momento da aula, já temos totais condições de conceituar criminologia</p><p>como aquela ciência ligada ao empirismo e interdisciplinar que tem como objeto de pesquisa</p><p>o crime, o infrator, a vítima e o controle social.</p><p>Dito isso, nesta aula estudaremos o controle social sob uma vertente sociológica, buscan-</p><p>do, como Rogério Sanches esclarece (2021) “explicações criminológicas a partir das relações</p><p>e interações entre o indivíduo e a sociedade”. Controle social, portanto, se apresenta como o</p><p>“conjunto de mecanismos e sanções sociais que pretendem submeter o indivíduo aos mode-</p><p>los e normas comunitários”.</p><p>No controle social formal, a criminologia estudará a eficácia do sistema de persecução pe-</p><p>nal e da aplicação das penas (ressocialização, prevenção geral e retribuição). Promoverá, pois,</p><p>empiricamente, o resultado da aplicação destas sanções penais, vantagens e desvantagens,</p><p>para o criminoso e para a sociedade.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LAYZA RIOS ANDRADE DE AGUIAR - 07293047363, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>21 de 59www.grancursosonline.com.br</p><p>Noções de Criminologia</p><p>NOÇÕES DE CRIMINOLOGIA</p><p>Dalbertom Caselato Junior</p><p>No controle social informal, a criminologia vai além de analisar os sistemas de reação</p><p>social previstas na norma penal (penas e medidas de segurança), considerando, assim, as</p><p>sanções sociais informais existentes na relação entre os indivíduos, sem previsão normativa.</p><p>Pegadinha muito cobrada em concursos, consiste em acreditar que o controle social formal</p><p>(Polícia, Judiciário etc.) prepondera sobre os mecanismos informais de controle (Família, re-</p><p>ligião etc.). Fica o alerta: os mecanismos de controle social formal são subsidiários. “Apenas</p><p>quando os controles sociais informais não logram êxito, é que entra em ação, atuando de</p><p>modo coercitivo e impondo sanções qualitativamente distintas das sanções sociais” (CUNHA,</p><p>2021). Dogmaticamente falando, tal subsidiariedade remonta o caráter fragmentário do direito</p><p>penal, lastreado pelo princípio da intervenção mínima do Estado.</p><p>Sanches completa que a discussão sociológica acerca do significado dos valores sociais,</p><p>bem como o papel que desenvolvem na sociedade, levam a adoção de conclusões baseadas</p><p>em duas teorias:</p><p>a) teoria do consenso: a sociedade atinge o fim ideal se suas instituições estiverem em</p><p>pleno funcionamento, colaborando, os cidadãos, ao aceitarem as regras vigentes e comparti-</p><p>lhando as regras sociais dominantes. (Tudo funciona em perfeita harmonia, afastando qual-</p><p>quer possibilidade de criminalidade, levando a chamada cifra branca ou utópica; ou seja, uma</p><p>sociedade sem qualquer crime); ao revés, se houver uma decomposição da solidariedade das</p><p>estruturas sociais, aliada a uma contraposição de idéias e valores de setores marginalizados</p><p>da sociedade, tem-se campo fértil para a criminalidade.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LAYZA RIOS ANDRADE DE AGUIAR - 07293047363, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>22 de 59www.grancursosonline.com.br</p><p>Noções de Criminologia</p><p>NOÇÕES DE CRIMINOLOGIA</p><p>Dalbertom Caselato Junior</p><p>Das várias teorias que adotam a ideia de consenso, a principal e mais cobrada em prova</p><p>certamente é a Escola de Chicago, a qual tem como premissa atribuir a sociedade e não ao in-</p><p>divíduo as causas do fenômeno criminal, decorrência direta do esquecimento do setor urbano</p><p>periférico pela Administração pública, gerando violência e criminalidade.</p><p>Concentra seu estudo na distribuição das zonas de trabalho e residência, de serviços, luga-</p><p>res públicos e privados e na profusão de doenças em uma verdadeira ecologia social urbana.</p><p>Assim, a desorganização criminal nestes espaços acarreta fatores criminógenos que deverão</p><p>ser combatidos com ações preventivas planejadas e previamente determinadas com o apoio</p><p>da sociedade, evitando-se assim a repressão geral. Uma crítica importante ao pensamento da</p><p>Escola de Chicago era analisar somente os espaços marginalizados onde residiam os delin-</p><p>quentes, ignorando os locais onde os crimes efetivamente ocorriam (CUNHA, 2020).</p><p>009. (VUNESP/PC SP/AGENTE POLICIAL/2018) Os conceitos básicos de “desorganização</p><p>social” e de “áreas de delinquência” são desenvolvidos e relacionados com o fenômeno criminal</p><p>de modo preponderante, por meio da teoria sociológica da criminalidade, denominada como:</p><p>a) Escola de Chicago.</p><p>b) Subcultura Delinquente.</p><p>c) Associação Diferencial.</p><p>d) Anomia.</p><p>e) Labeling approach ou “etiquetamento”.</p><p>A cidade de Chicago viveu no início do século XX um vertiginoso processo de crescimento de</p><p>seu espaço urbano alavancando o setor industrial. Para fazer frente ao desenvolvimento urbano</p><p>crescente, milhares de imigrantes chegaram à cidade para o trabalho, mas viviam marginaliza-</p><p>dos nas zonas periféricas urbanas, em condições precárias de higiene, segurança, iluminação</p><p>pública e serviços públicos essenciais. Diante dessa desigualdade social, parcela da sociedade</p><p>passa a ter dificuldades de adaptação aos valores do corpo social dominante dos centros urba-</p><p>nos e essa desorganização social aumenta sensivelmente a criminalidade na cidade.</p><p>Letra a.</p><p>Outra teoria igualmente</p><p>relevante que adota a teoria do consenso em seus estudos é a cha-</p><p>mada Teoria da Associação Diferencial, de Edwin Sutherland. Rogério Sanches (2021) explica</p><p>que a teoria se baseia na premissa segundo a qual o delito não deveria consistir apenas em uma</p><p>inadaptação de pessoas pertencentes as classes menos favorecidas, pois o crime não é prati-</p><p>cado com exclusividade por seus integrantes. Sutherland argui que o comportamento humano</p><p>tem origem social, e o homem ao aprender a conduta desviada associa-se com referência nela.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LAYZA RIOS ANDRADE DE AGUIAR - 07293047363, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>23 de 59www.grancursosonline.com.br</p><p>Noções de Criminologia</p><p>NOÇÕES DE CRIMINOLOGIA</p><p>Dalbertom Caselato Junior</p><p>Nas palavras de Juarez Cirino dos Santos:</p><p>Acima de tudo – e muito além da teoria da associação e organização diferencial -, o grande mérito</p><p>histórico de Sutherland é a identificação social e o estudo científico da criminalidade do colarinho-</p><p>-branco, publicado em 1949 sob o título White-collar criminality, descrevendo a criminalidade do po-</p><p>der econômico e político, com a utilização do aparelho econômico da empresa ou do poder político</p><p>do Estado, que produz intenso dano à economia, à saúde e à vida dos cidadãos que se caracteriza</p><p>pela impunidade (DOS SANTOS, 2021).</p><p>Associando-se por afinidade de valores, as pessoas – variando em frequência, duração,</p><p>prioridade e intensidade, praticam delitos, sob a constatação de que as definições desfavorá-</p><p>veis a norma penal – fruto de um conflito cultural – fomentam a prática de crimes, acarretando</p><p>uma desorganização social, juntamente em razão da perda de referência destas pessoas so-</p><p>bre a origem e raízes de valores fomentadas pela ausência de controle social informal (família,</p><p>religião, vida social etc.) (CUNHA, 2021).</p><p>010. (CESPE/CEBRASPE/PC SE/DELEGADO DE POLÍCIA SUBSTITUTO/2018) A teoria da</p><p>associação diferencial, segundo a qual o indivíduo desenvolve seu comportamento individual</p><p>com base nos exemplos e nas influências que possui, explica, de certa forma, o denominado</p><p>crime de colarinho-branco.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LAYZA RIOS ANDRADE DE AGUIAR - 07293047363, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>24 de 59www.grancursosonline.com.br</p><p>Noções de Criminologia</p><p>NOÇÕES DE CRIMINOLOGIA</p><p>Dalbertom Caselato Junior</p><p>O comportamento criminoso – segundo a teoria de Sutherland acerca da associação diferen-</p><p>cial, decorre do denominado processo de aprendizado entre determinado grupo social, poden-</p><p>do variar conforme maior ou menor influência o criminoso receba do círculo de pessoas a qual</p><p>convive. O criminoso é produto do meio social ao qual vive.</p><p>Certo.</p><p>Uma terceira teoria já estudada, a teoria da anomia, na concepção de Durkheim se inse-</p><p>re no campo das chamadas teorias estruturais funcionalistas, caracterizadas, principalmente,</p><p>pelo estudo do crime enquanto fenômeno social, normal e funcional, onde assume particular</p><p>relevância os processos de interação social e interpessoal.</p><p>Anomia significa uma “incapacidade de atingir os fins culturais [...], devido a insuficiência</p><p>dos meios institucionalizados – sistema de normas – do qual se gera a conduta desviante”; ou</p><p>seja, aos menos favorecidos, torna-se difícil demonstrar que o salário mensal de um trabalho</p><p>digno é mais recompensador do que os altos ganhos advindos de atividades ilícitas como o</p><p>narcotráfico associado ao discurso da impunidade (CUNHA, 2020).</p><p>011. (VUNESP/PC SP/ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL/2018) Com relação às teorias socioló-</p><p>gicas da criminalidade, é correto afirmar que:</p><p>a) a teoria do autocontrole sustenta que as falhas ou negligências na educação em casa, fami-</p><p>liar não são causas preponderantes do crime.</p><p>b) a teoria da anomia vê o delito como um fenômeno normal da sociedade e não como algo</p><p>necessariamente ruim.</p><p>c) a teoria da associação diferencial foi a primeira a refutar a existência dos crimes de colari-</p><p>nho branco.</p><p>d) a teoria da anomia estabelece que a conduta criminal é algo que se aprende.</p><p>e) a teoria da associação diferencial defende que os indivíduos adquirem (ou não) a capacidade</p><p>de controle da impulsividade e imediatismo (autocontrole) por meio da socialização familiar.</p><p>O PULO DO GATO</p><p>Atento ao pega da questão! Muitos considerariam absurdo o gabarito, todavia como foi dito</p><p>a teoria da anomia entende como um processo absolutamente normal e construtivo em uma</p><p>sociedade a prática de crimes. Dica para decorar: “Durkheim defende ladrão?”</p><p>Letra b.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LAYZA RIOS ANDRADE DE AGUIAR - 07293047363, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>25 de 59www.grancursosonline.com.br</p><p>Noções de Criminologia</p><p>NOÇÕES DE CRIMINOLOGIA</p><p>Dalbertom Caselato Junior</p><p>Uma quarta teoria ligada a teoria do consenso é a teoria da subcultura delinquente. Em</p><p>uma sociedade que convive com diferentes culturas de determinados grupos sociais (hábi-</p><p>tos, valores, crenças etc.), essa coexistência cultural acarreta a contraposição de subcultura</p><p>e contracultura: a primeira demonstra uma aceitação de sua atividade cultural com os valores</p><p>predominantes da chamada sociedade tradicional, apesar de expressar seus próprios senti-</p><p>mentos culturais (não há embate entre a subcultura e a sociedade tradicional). Já a chamada</p><p>contracultura caracteriza um embate entre valores culturais de um grupo sobre a sociedade</p><p>tradicional. Tecidas estes conceitos iniciais, a teoria da subcultura delinquente:</p><p>[...] tem sua origem nos EUA, pois logo após a segunda guerra mundial a sociedade norte-americana,</p><p>em franca ascensão, experimentava todo o otimismo do crescimento econômico, dos avanços da</p><p>ciência e tecnologia, de uma democracia representativa com limites delineados pela Constituição,</p><p>enfim, de uma sociedade constituída por famílias de base patriarcal com valores culturais fundados</p><p>no protestantismo, de ética puritana e empenho no trabalho, que vinha estabelecer um padrão de</p><p>valores do sonho americano: o American dream. (CUNHA, 2021)</p><p>Uma vez que, a nem todos estes grupos de subculturas lhes foram oferecidas as vantagens</p><p>do sonho americano, passaram, marginalizados nas periferias, a se associarem nas mesmas</p><p>dificuldades (ex.: gangues norte-americanas de bairros localizados nas periferias das grandes</p><p>cidades) e acabam por cometer crimes típicos da delinquência juvenil.</p><p>b) teoria do conflito: a ordem social tem como fundamento a aplicação da força e da co-</p><p>erção, afastando-se qualquer possibilidade de diálogo. O sistema de opressão, portanto, será</p><p>campo fértil para a criminalidade. É o fundamento marxista da chamada teoria crítica radical:</p><p>opressão de alguns sobre a obediência dos oprimidos:</p><p>A teoria crítica ou radical tem suas bases alicerçadas no marxismo, enxergando o delito como um</p><p>fenômeno proveniente do sistema de produção capitalista. Sustenta que o delito produz um sistema</p><p>de controle social contendo juízes, promotores, delegados, advogados, métodos e procedimentos.</p><p>(CUNHA 2021).</p><p>Assim, os adeptos da teoria crítica radical concebem o fato criminoso como um produto</p><p>concebido pelas chamadas classes sociais dominantes as quais elegem os bens jurídicos afe-</p><p>tados pela conduta delituosa.</p><p>Assim, crime para estes adeptos é aquilo que a elite concebe e não o que efetivamente</p><p>afeta o povo:</p><p>A teoria crítica ou radical, como pode ser percebido, parte da ideia de que</p><p>a divisão de classes</p><p>no sistema capitalista gera desigualdades e violência a ser contida por meio da legislação penal.</p><p>(CUNHA, 2021).</p><p>Portanto, a teoria crítica radical prega uma maior responsabilização de crimes cometidos</p><p>pelas elites das grandes corporações, ao passo que uma menor intervenção em crimes meno-</p><p>res praticados pelas classes menos favorecidas oprimidas.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LAYZA RIOS ANDRADE DE AGUIAR - 07293047363, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>26 de 59www.grancursosonline.com.br</p><p>Noções de Criminologia</p><p>NOÇÕES DE CRIMINOLOGIA</p><p>Dalbertom Caselato Junior</p><p>012. (INSTITUTO ACESSO/PC ES/DELEGADO DE POLÍCIA/2019) A Criminologia Crítica con-</p><p>templa uma concepção conflitual da sociedade e do Direito. Logo, para a criminologia crítica,</p><p>o conflito social.</p><p>a) se produz entre as pautas normativas dos diversos grupos sociais, cujas valorações são</p><p>discrepantes.</p><p>b) é funcional porque assegura a mudança social e contribui para a integração e conservação</p><p>da ordem e do sistema.</p><p>c) é um conflito de classe sendo que o sistema legal é um mero instrumento da classe domi-</p><p>nante para oprimir a classe trabalhadora.</p><p>d) representa a própria estrutura e dinâmica da mudança social, sendo o crime produto normal</p><p>das tensões sociais.</p><p>e) expressa uma realidade patológica inerente a ordem social.</p><p>a) Errada. A criminologia crítica não considera, como propõe o item “A”, uma discussão de pau-</p><p>tas normativas entre diversos grupos sociais, justamente por criticar a imposição de um grupo</p><p>elitista sobre um grupo proletariado explorado.</p><p>b) Errada. A funcionalidade sugerida no item “B” correlaciona-se com a premissa da teoria da</p><p>anomia de Durkheim, o que também se observa no item “D”.</p><p>d) Errada. Vide comentário da letra b.</p><p>e) Errada. O item traz uma premissa acerca do crime como disfunção patológica mais adepta</p><p>a Escola positivista de Lombroso e Ferri.</p><p>Letra c.</p><p>Uma segunda teoria ligada a teoria do conflito é a chamada teoria do etiquetamento (La-</p><p>beling Approach Theory), da rotulação social, interacionista ou teoria da reação social de origem</p><p>norte-americana e discutida na década de 1960. Alessandro Baratta (2002) parte da premissa</p><p>básica de que a intervenção do atores da justiça (Polícia, Ministério público, Poder Judiciário</p><p>etc.) leva a um agravamento da criminalidade. Tal intervencionismo dos atores judiciais levará</p><p>a um processo de estigmatização do criminoso:</p><p>[...] o etiquetamento consiste na sustentação de um processo de interpretação, definição e tratamen-</p><p>to, em que alguns indivíduos pertencentes à determinada classe interpretam uma conduta como</p><p>desviante, definem as pessoas praticantes dessa mesma conduta como desviantes e empregam</p><p>um tratamento que entendem apropriados em face dessas pessoas, onde acaba dessocializando,</p><p>embrutecendo e estigmatizando determinadas pessoas. (BARATTA, 2002)</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LAYZA RIOS ANDRADE DE AGUIAR - 07293047363, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>27 de 59www.grancursosonline.com.br</p><p>Noções de Criminologia</p><p>NOÇÕES DE CRIMINOLOGIA</p><p>Dalbertom Caselato Junior</p><p>Baratta (2002) esclarece que – diante de uma quase infinidade de condutas delituosas su-</p><p>postamente cometidas em uma determinada sociedade – acima das capacidades do sistema</p><p>penal poder absorvê-las, somente alguns poucos efetivamente serão punidos pelo sistema,</p><p>ao passo que os demais não serão classificados como culpados, criminosos. Esse processo</p><p>de etiquetamento segue a tendência segundo a qual a classificação de criminoso tem maior</p><p>incidência nas comunidades pobres do que nas elites, prova de que as penitenciárias estão</p><p>ocupadas em sua maioria por pessoas pobres.</p><p>013. (INSTITUTO AOCP/PC PA/DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL/2021) De acordo com a teo-</p><p>ria do labelling approach, assinale a alternativa correta.</p><p>a) A criminalização primária está relacionada à repetição dos atos delitivos.</p><p>b) A criminalização secundária gera a etiqueta – ou rótulo.</p><p>c) A teoria do labelling approach desconsidera a reação social proveniente do delito.</p><p>d) Com berço nos Estados Unidos dos anos 40, tem como principais expoentes Erving Gof-</p><p>fman e Howard Becker.</p><p>e) Diferencia-se o delinquente do homem comum apenas em razão do estigma que lhe é so-</p><p>cialmente imputado.</p><p>Os institutos da criminalização primária e secundária estão ligados, respectivamente, aos efei-</p><p>tos de uma lei primária de natureza material sancionada, elencando condutas e fixando san-</p><p>ções penais e a ação punitiva da atividade estatal punitiva sobre pessoas no caso concreto; ou</p><p>seja, “a ação punitiva exercida sobre pessoas concretas, que acontece quando as agências</p><p>do Estado detectam pessoas que se supõe tenham praticado certo ato criminalizável prima-</p><p>riamente e as submetem ao processo de criminalização”, correspondidos, como já mencio-</p><p>nado, pela “investigação, prisão, judicialização, condenação e encarceramento”. (ZAFFARONI,</p><p>BATISTA & ALAGIA, 2003, p.43), o que não necessariamente levará ao etiquetamento, mais</p><p>associado, portanto, ao que chamamos de processo de seletividade penal.</p><p>Letra e.</p><p>Não esgotando o tema, tem-se – resumidamente e para uma melhor visualização das te-</p><p>orias do consenso e do conflito, suas correntes teóricas sob o contexto do controle social do</p><p>crime – o mapa mental ilustrativo:</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LAYZA RIOS ANDRADE DE AGUIAR - 07293047363, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>28 de 59www.grancursosonline.com.br</p><p>Noções de Criminologia</p><p>NOÇÕES DE CRIMINOLOGIA</p><p>Dalbertom Caselato Junior</p><p>014. (INSTITUTO ACESSO/PC ES/DELEGADO DE POLÍCIA/2019) O pensamento crimino-</p><p>lógico moderno, de viés macrossociológico, é influenciado pela visão de cunho funcionalista</p><p>(denominada teoria da integração, mais conhecida por teorias do consenso) e de cunho argu-</p><p>mentativo (denominada por teorias do conflito). É correto afirmar que:</p><p>a) São exemplos de teorias do consenso a Escola de Chicago, a teoria de associação diferen-</p><p>cial, a teoria da subcultura do delinquente e a teoria do etiquetamento.</p><p>b) São exemplos de teorias do conflito a teoria de associação diferencial a teoria da anomia, a</p><p>teoria do etiquetamento e a teoria crítica ou radical.</p><p>c) São exemplos de teorias do consenso a Escola de Chicago, a teoria de associação diferen-</p><p>cial, a teoria da anomia e a teoria da subcultura do delinquente.</p><p>d) São exemplos da teoria do consenso a teoria de associação diferencial, a teoria da anomia,</p><p>a teoria do etiquetamento e a teoria crítica ou radical.</p><p>e) São exemplos da teoria do conflito a Escola de Chicago, a teoria de associação diferencial,</p><p>a teoria da anomia e a teoria da subcultura do delinquente.</p><p>O mapa mental acima, sintetizando as visões criminológicas modernas de cunho funcionalista</p><p>consensualista e conflitiva resumem bem a questão.</p><p>Letra c.</p><p>4. pAnorAmA mundIAl e brAsIleIro dA CrImInAlIdAde</p><p>O final do século XX e início do século XXI está marcado por um gradativo aumento da vio-</p><p>lência e criminalidade em escala mundial, conforme dados da Organização Mundial da Saúde</p><p>(OMS). Diante deste fenômeno global, que afeta pessoas dentre 15 a 44 anos de idade, pontua-se</p><p>as guerras entre países, guerras civis, atentados terroristas, imigração em massa e criminalidade</p><p>urbana, todos fatores contributivos para o aumento exponencial de mortes nos últimos anos.</p><p>No que se refere aos processos de globalização econômica e integração supranacional</p>