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<p>UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA</p><p>Bacharel em Contabilidade EAD</p><p>Aluna: Luiza Maria dos Santos Abranches</p><p>Matrícula: 1240109748</p><p>Disciplina: Teoria das Organizações</p><p>Tutor: CELIA LIMA PARADELA</p><p>ESTUDO DE CASO BURGUER KING</p><p>Rio de Janeiro/RJ</p><p>2024</p><p>A iniciativa "Gente que Faz" do Burger King no Brasil é um exemplo de uma</p><p>prática de gestão. Esse conceito, que destaca a importância de líderes e membros da</p><p>equipe corporativa em compreender as operações diárias de seus negócios, essa</p><p>prática tem múltiplas vantagens, não apenas para a melhoria dos processos, mas</p><p>também para a cultura organizacional como um todo.</p><p>A empresa objeto de estudo de caso é composta por uma sociedade familiar</p><p>de origem judaica; fundada na década de 50 pelos pais da atual gestão, no segmento</p><p>de comércio varejista de roupas. O ingresso dos filhos nos negócios, fez a empresa</p><p>se reposicionar no mercado com uma visão diferenciada, voltada para as mudanças</p><p>que vinham ocorrendo com o segmento do próprio negócio. E foi com essa segunda</p><p>geração que o foco dos negócios mudaram, e com espírito de inovação conheceram</p><p>o mercado de franquias e iniciaram com uma grande marca de jeans, logo depois em</p><p>2014 este mesmo grupo resolveu investir em uma nova franquia, desta vez mudando</p><p>radicalmente de segmento, e entrando no ramo das fast food. O fundador deste grupo</p><p>faleceu em 2017 e a gestão neste momento passa a ser dos herdeiros (Sujeito A e</p><p>Sujeito B).</p><p>A distância entre o planejamento estratégico de nível corporativo e a execução</p><p>no chão de fábrica é um desafio comum em muitas organizações. A experiência</p><p>prática permite que a equipe de gestão veja onde suas políticas, procedimentos e</p><p>sistemas podem estar caindo ou não sendo tão eficazes quanto poderiam ser na</p><p>realidade operacional. Essa imersão pode levar a ajustes que tornam as operações</p><p>mais eficientes e orientadas para o cliente.</p><p>O Sujeito A, administra todo o grupo empresarial, com foco no financeiro, o</p><p>Sujeito B é responsável pelo Comercial e Compras. A empresa possui um quadro de</p><p>aproximadamente 50 (cinquenta) funcionários, com 4 (quatro) pontos comerciais</p><p>estabelecidos na cidade do Rio de Janeiro e Niterói.</p><p>A maior parte da pesquisa foi realizada com base em dados cedidos e no</p><p>depoimento da prática da gestão administrativa do Sujeito B. A entrevista foi realizada</p><p>com os sujeitos usuários, e gestores da organização.</p><p>A figura abaixo de organograma individual mostra uma estrutura bem</p><p>organizada, no entanto na prática não foi possível identificar essa estrutura. O Sujeito</p><p>C, responsável pelo departamento Financeiro, que ocupa a função um pouco mais de</p><p>15 anos, relata que há um descontrole nas operações de loja no que tange a reposição</p><p>de estoque. Este sujeito (C), atribuiu esse descontrole a uma falta de organização e</p><p>despreparo do Sujeito B.</p><p>Figura elaborada através de coleta de informações</p><p>Foi entrevistado o contador externo (Sujeito D), que atua na área a 20 anos.</p><p>Este sujeito relata que existe uma rotatividade no departamento pessoal, ele entende</p><p>que embora a iniciativa do Burguer King, seja de grande valia; este tipo de operação</p><p>diariamente gera conflitos com os colaboradores, que se sentem pressionados, e gera</p><p>desconforto com a presença dos gestores.</p><p>Em depoimento o Sujeito B, o qual está ligado as operações diárias, no</p><p>conceito apresentado pelo Burguer King – “Gente que Faz”, diariamente ele se</p><p>disponibiliza em um ponto comercial, afim de captar e identificar os problemas que</p><p>ocorrem na operação. Trabalhar lado a lado com funcionários que lidam diretamente</p><p>com os clientes aumenta a empatia e o respeito pelos desafios enfrentados por esses</p><p>trabalhadores todos os dias. A presença do Sujeito B fortalece o moral dos</p><p>funcionários, mostrando que a liderança está disposta a "sujar as mãos" e não está</p><p>desconectada da realidade do trabalho diário. No entanto, tem gerado conflitos entre</p><p>a liderança e os funcionários. A liderança participativa, é crucial para construir uma</p><p>cultura corporativa positiva, desde que esta não seja vista como uma forma de</p><p>vigilância.</p><p>A exposição direta aos feedbacks de clientes e às dinâmicas do dia-a-dia do</p><p>restaurante permite que a equipe corporativa identifique rapidamente áreas para</p><p>inovação e melhorias. O Sujeito B, que está ativamente ligado as operações,</p><p>consegue com rapidez agir para resultados satisfatórios.</p><p>Participar de atividades operacionais pode ser uma ferramenta de</p><p>desenvolvimento poderosa para os líderes. Permite que eles demonstrem liderança</p><p>pelo exemplo, reforcem a importância do trabalho em equipe e mostrem que valorizam</p><p>o trabalho de todos na organização, como é a ação que o Burguer King realiza. Além</p><p>disso, ajuda a quebrar as barreiras entre diferentes níveis da organização,</p><p>promovendo um ambiente de trabalho mais unido e coeso, o que não foi identificado</p><p>nesta empresa estudo de caso.</p><p>Conclusão</p><p>A estratégia adotada pelo Burger King no Brasil reflete uma abordagem</p><p>holística à gestão empresarial, que não apenas busca melhorias operacionais</p><p>contínuas mas também fortalece a cultura organizacional. Na empresa estudo de</p><p>caso, essa abordagem é implementada dando origem a uma cultura de gestão</p><p>familiar, onde os “donos” participam ativamente das operações.</p><p>Esse tipo de iniciativa pode servir como um modelo inspirador para outras</p><p>empresas que buscam estreitar a lacuna entre a gestão corporativa e as operações</p><p>do dia-a-dia, enfatizando a importância da experiência direta, da empatia e da</p><p>inovação centrada no usuário.</p>