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<p>SISTEMA DE ENSINO</p><p>LEGISLAÇÃO</p><p>ESPECIAL</p><p>Lei n. 8.069/1990 – Estatuto da Criança e</p><p>do Adolescente – Parte Criminal</p><p>Livro Eletrônico</p><p>2 de 57www.grancursosonline.com.br</p><p>Lei n. 8.069/1990 – Estatuto da Criança e do Adolescente – Parte Criminal</p><p>LEGISLAÇÃO ESPECIAL</p><p>Douglas Vargas</p><p>Apresentação .....................................................................................................................................................................4</p><p>Lei n. 8.069/1990 – Estatuto da Criança e do Adolescente – Parte Criminal ..............................5</p><p>Estatuto da Criança e do Adolescente ................................................................................................................5</p><p>Introdução ............................................................................................................................................................................5</p><p>Conceitos Básicos ...........................................................................................................................................................5</p><p>Atos Infracionais ..............................................................................................................................................................6</p><p>Crianças X Adolescentes.............................................................................................................................................8</p><p>Medidas Protetivas ........................................................................................................................................................8</p><p>Medidas Socioeducativas ...........................................................................................................................................9</p><p>Quadro Comparativo ................................................................................................................................................... 10</p><p>Adolescentes & Privação de Liberdade .............................................................................................................11</p><p>ECA – Título VII – Capítulo I – dos Crimes .......................................................................................................14</p><p>Art. 228 ................................................................................................................................................................................15</p><p>Art. 229 ................................................................................................................................................................................16</p><p>Art. 230 ................................................................................................................................................................................16</p><p>Art. 231 .................................................................................................................................................................................17</p><p>Art. 232 ................................................................................................................................................................................17</p><p>Art. 234 ................................................................................................................................................................................18</p><p>Art. 235 ................................................................................................................................................................................18</p><p>Art. 236 ................................................................................................................................................................................18</p><p>Art. 237 ................................................................................................................................................................................19</p><p>Art. 238 ................................................................................................................................................................................19</p><p>Art. 239 ...............................................................................................................................................................................20</p><p>Art. 240 ...............................................................................................................................................................................20</p><p>Art. 241 .................................................................................................................................................................................21</p><p>Art. 241-A ........................................................................................................................................................................... 22</p><p>Art. 241-B ........................................................................................................................................................................... 22</p><p>Sumário</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>3 de 57www.grancursosonline.com.br</p><p>Lei n. 8.069/1990 – Estatuto da Criança e do Adolescente – Parte Criminal</p><p>LEGISLAÇÃO ESPECIAL</p><p>Douglas Vargas</p><p>Art. 241-C ...........................................................................................................................................................................23</p><p>Art. 241-D ........................................................................................................................................................................... 24</p><p>Art. 242 ............................................................................................................................................................................... 24</p><p>Art. 243 ...............................................................................................................................................................................25</p><p>Art. 244 ...............................................................................................................................................................................25</p><p>Art. 244-A ..........................................................................................................................................................................26</p><p>Art. 244-B ..........................................................................................................................................................................26</p><p>Observações Finais ......................................................................................................................................................27</p><p>Dos Crimes Sexuais contra Vulnerável – Código Penal .........................................................................27</p><p>Evitando Confusões: Crimes Correlatos – Código Penal .......................................................................27</p><p>Estupro de Vulnerável ...............................................................................................................................................27</p><p>Corrupção de Menores ...............................................................................................................................................30</p><p>Satisfação de Lascívia mediante Presença de Criança ou Adolescente ........................................31</p><p>Favorecimento da Prostituição ou de Outra Forma de Exploração Sexual de Criança</p><p>ou Adolescente ou de Vulnerável ........................................................................................................................32</p><p>Resumo ...............................................................................................................................................................................34</p><p>o seguinte:</p><p>Se o autor desejar satisfazer a própria lascívia, não haverá corrupção de menores, e sim estu-</p><p>pro de vulnerável.</p><p>Características</p><p>A corrupção de menores é delito que admite apenas a modalidade dolosa.</p><p>A tentativa é possível, embora exista divergência doutrinária quanto ao momento exato da</p><p>consumação do delito.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>31 de 57www.grancursosonline.com.br</p><p>Lei n. 8.069/1990 – Estatuto da Criança e do Adolescente – Parte Criminal</p><p>LEGISLAÇÃO ESPECIAL</p><p>Douglas Vargas</p><p>Independentemente da divergência doutrinária apresentada, fato é que a efetiva satisfação</p><p>da lascívia do terceiro será mero exaurimento do delito.</p><p>Por fim, cabe observar que as majorantes previstas no art. 226 se aplicam ao delito de</p><p>corrupção de menores.</p><p>A ação penal é pública incondicionada.</p><p>Por fim, segundo a Súmula n. 500/STJ,</p><p>a configuração do crime previsto no artigo 244-B do Estatuto da Criança e do Adolescente</p><p>independe da prova da efetiva corrupção do menor, por se tratar de delito formal.</p><p>sAtisfAção de lAsCíviA MediAnte presençA de CriAnçA ou AdolesCente</p><p>Satisfação de lascívia mediante presença de criança ou adolescente</p><p>Art. 218-A. Praticar, na presença de alguém menor de 14 (catorze) anos, ou induzi-lo a presenciar,</p><p>conjunção carnal ou outro ato libidinoso, a fim de satisfazer lascívia própria ou de outrem:</p><p>Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos.</p><p>O Art. 218-A se subdivide em duas condutas distintas:</p><p>Diferentemente do artigo anterior (corrupção de menores), no art. 218-A o autor pode ter o ob-</p><p>jetivo tanto de satisfazer a lascívia de outrem quanto a sua própria.</p><p>É importante observar que, em razão do princípio da especialidade, induzir criança (menor</p><p>de 12 anos) a assistir filme pornográfico é delito tipificado no ECA (Estatuto da Criança e do</p><p>Adolescente), em seu artigo 241-D, parágrafo único.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>32 de 57www.grancursosonline.com.br</p><p>Lei n. 8.069/1990 – Estatuto da Criança e do Adolescente – Parte Criminal</p><p>LEGISLAÇÃO ESPECIAL</p><p>Douglas Vargas</p><p>Características</p><p>O delito do art. 218-A admite apenas a modalidade dolosa.</p><p>A tentativa é possível, e sua consumação ocorre quando o menor presencia o ato sexual.</p><p>As causas de aumento de pena previstas no art. 226 do CP, como de praxe, também se</p><p>aplicam ao delito do art. 218-A.</p><p>A ação penal é pública incondicionada.</p><p>fAvoreCiMento dA prostituição ou de outrA forMA de eXplorAção</p><p>seXuAl de CriAnçA ou AdolesCente ou de vulnerável</p><p>Art. 218-B. Submeter, induzir ou atrair à prostituição ou outra forma de exploração sexual alguém</p><p>menor de 18 (dezoito) anos ou que, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário</p><p>discernimento para a prática do ato, facilitá-la, impedir ou dificultar que a abandone:</p><p>Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 10 (dez) anos. (Incluído pela Lei n. 12.015, de 2009)</p><p>§ 1º Se o crime é praticado com o fim de obter vantagem econômica, aplica-se também multa.</p><p>Aqui temos a conduta daquele que submete, induz ou atrai menor de 18 anos para a práti-</p><p>ca de prostituição ou outra forma de exploração sexual.</p><p>Também caracteriza o delito se o induzimento for praticado contra pessoa enferma ou de-</p><p>ficiente mental que não possui o discernimento necessário para a prática de tal ato.</p><p>Se a vítima for maior de 18 anos, configura-se o delito do art. 228 CP (favorecimento da prosti-</p><p>tuição ou outra forma de exploração sexual).</p><p>Caraterísticas</p><p>Trata-se de delito que não admite a forma culposa.</p><p>É crime material, que se consuma quando a vítima efetivamente passa a se dedicar à ex-</p><p>ploração sexual ou prostituição (quando praticado através dos verbos induzir, atrair e facilitar).</p><p>Se o delito for praticado na modalidade de impedir ou dificultar que a vítima abandone a</p><p>prática de prostituição, o delito se consumará no momento em que a vítima decidir deixar a</p><p>atividade e o autor agir para impedi-la de fazê-lo.</p><p>Observações</p><p>Por expressa previsão legal, se o autor praticar o delito com fins lucrativos, aplica-se tam-</p><p>bém a pena de multa.</p><p>As formas majoradas do art. 226 do CP também se aplicam ao delito em estudo.</p><p>A ação penal é pública incondicionada.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>33 de 57www.grancursosonline.com.br</p><p>Lei n. 8.069/1990 – Estatuto da Criança e do Adolescente – Parte Criminal</p><p>LEGISLAÇÃO ESPECIAL</p><p>Douglas Vargas</p><p>Condutas Equiparadas</p><p>São condutas equiparadas ao art. 218-B:</p><p>§ 2º Incorre nas mesmas penas:</p><p>I – quem pratica conjunção carnal ou outro ato libidinoso com alguém menor de 18 (dezoito) e maior</p><p>de 14 (catorze) anos na situação descrita no caput deste artigo;</p><p>II – o proprietário, o gerente ou o responsável pelo local em que se verifiquem as práticas referidas</p><p>no caput deste artigo.</p><p>§ 3º Na hipótese do inciso II do § 2º, constitui efeito obrigatório da condenação a cassação da licen-</p><p>ça de localização e de funcionamento do estabelecimento.</p><p>Merece especial atenção o parágrafo 3º, que prevê o efeito obrigatório de cassação da licença</p><p>de funcionamento do estabelecimento no qual se verifiquem as práticas do delito do art. 218-B.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>34 de 57www.grancursosonline.com.br</p><p>Lei n. 8.069/1990 – Estatuto da Criança e do Adolescente – Parte Criminal</p><p>LEGISLAÇÃO ESPECIAL</p><p>Douglas Vargas</p><p>RESUMO</p><p>Estatuto da Criança e do Adolescente</p><p>Conceitos Básicos</p><p>• Considera-se criança, para os efeitos desta Lei, a pessoa até doze anos de idade incom-</p><p>pletos, e adolescente aquela entre doze e dezoito anos de idade.</p><p>• Para o legislador brasileiro, o menor de 18 anos é sempre inimputável.</p><p>• Não há imputabilidade nos atos praticados por crianças e adolescentes. E dessa forma,</p><p>eles não cometem crimes – mesmo que pratiquem atos típicos e ilícitos!</p><p>Art. 104. São penalmente inimputáveis os menores de dezoito anos, sujeitos às medidas previstas</p><p>nesta Lei.</p><p>Art. 103. Considera-se ato infracional a conduta descrita como crime ou contravenção penal.</p><p>Medidas Protetivas</p><p>• As medidas de proteção à criança e ao adolescente são aplicáveis sempre que os direi-</p><p>tos reconhecidos nesta Lei forem ameaçados ou violados:</p><p>I – por ação ou omissão da sociedade ou do Estado;</p><p>II – por falta, omissão ou abuso dos pais ou responsável;</p><p>III – em razão de sua conduta.</p><p>Medidas Socioeducativas</p><p>• Verificada a prática de ato infracional, a autoridade competente poderá aplicar ao ado-</p><p>lescente as seguintes medidas:</p><p>I – advertência;</p><p>II – obrigação de reparar o dano;</p><p>III – prestação de serviços à comunidade;</p><p>IV – liberdade assistida;</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>35 de 57www.grancursosonline.com.br</p><p>Lei n. 8.069/1990 – Estatuto da Criança e do Adolescente – Parte Criminal</p><p>LEGISLAÇÃO ESPECIAL</p><p>Douglas Vargas</p><p>V – inserção em regime de semiliberdade;</p><p>VI – internação em estabelecimento educacional;</p><p>VII – qualquer uma das previstas no art. 101, I a VI.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>36 de 57www.grancursosonline.com.br</p><p>Lei n. 8.069/1990 – Estatuto da Criança e do Adolescente – Parte Criminal</p><p>LEGISLAÇÃO ESPECIAL</p><p>Douglas Vargas</p><p>Privação de Liberdade</p><p>• A criança não estará sujeita à nenhuma medida que possa lhe privar de sua liberdade ao</p><p>praticar um ato infracional.</p><p>• Verificada a prática de ato infracional, a autoridade competente poderá aplicar ao ado-</p><p>lescente as seguintes medidas:</p><p>V – inserção em regime de semiliberdade;</p><p>VI – internação em estabelecimento educacional;</p><p>Internação Provisória (Adolescente)</p><p>Art. 108. A internação, antes da sentença, pode ser determinada pelo prazo máximo de quarenta e</p><p>cinco dias.</p><p>Internação Condenatória</p><p>• Em nenhuma hipótese, ante a prática de qualquer ato infracional praticado pelo adoles-</p><p>cente, este será submetido a um período de internação superior a três anos.</p><p>Limite de Idade</p><p>§ 5º A liberação será compulsória aos vinte e um anos de idade.</p><p>• Aos 21 anos, cessa o prazo limite para o cumprimento de eventual internação.</p><p>• Com efeito, uma vez que o indivíduo completa 21 anos, cessa a possibilidade de aplica-</p><p>ção do ECA.</p><p>• Para o STJ, o indivíduo completa 18 anos à meia-noite do dia de seu aniversário!</p><p>Crimes Praticados contra a Criança e o Adolescente</p><p>Art. 228. Deixar o encarregado de serviço ou o dirigente de estabelecimento de atenção à saúde de</p><p>gestante de manter registro das atividades desenvolvidas, na forma e prazo referidos no art. 10 des-</p><p>ta Lei, bem como de fornecer à parturiente ou a seu responsável, por ocasião da alta médica, decla-</p><p>ração de nascimento, onde constem as intercorrências do parto e do desenvolvimento do neonato;</p><p>Art. 229. Deixar o médico, enfermeiro ou dirigente de estabelecimento de atenção à saúde de ges-</p><p>tante de identificar corretamente o neonato e a parturiente, por ocasião do parto, bem como deixar</p><p>de proceder aos exames referidos no art. 10 desta Lei;</p><p>Art. 230. Privar a criança ou o adolescente de sua liberdade, procedendo à sua apreensão sem estar</p><p>em flagrante de ato infracional ou inexistindo ordem escrita da autoridade judiciária competente;</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>37 de 57www.grancursosonline.com.br</p><p>Lei n. 8.069/1990 – Estatuto da Criança e do Adolescente – Parte Criminal</p><p>LEGISLAÇÃO ESPECIAL</p><p>Douglas Vargas</p><p>Art. 231. Deixar a autoridade policial responsável pela apreensão de criança ou adolescente de fazer</p><p>imediata comunicação à autoridade judiciária competente e à família do apreendido ou à pessoa</p><p>por ele indicada;</p><p>Art. 232. Submeter criança ou adolescente sob sua autoridade, guarda ou vigilância a vexame ou a</p><p>constrangimento;</p><p>Art. 234. Deixar a autoridade competente, sem justa causa, de ordenar a imediata liberação de crian-</p><p>ça ou adolescente, tão logo tenha conhecimento da ilegalidade da apreensão;</p><p>Art. 235. Descumprir, injustificadamente, prazo fixado nesta Lei em benefício de adolescente priva-</p><p>do de liberdade;</p><p>Art. 236. Impedir ou embaraçar a ação de autoridade judiciária, membro do Conselho Tutelar ou</p><p>representante do Ministério Público no exercício de função prevista nesta Lei</p><p>Art. 237. Subtrair criança ou adolescente ao poder de quem o tem sob sua guarda em virtude de lei</p><p>ou ordem judicial, com o fim de colocação em lar substituto</p><p>• Por força do princípio da especialidade, o art. 237 do ECA não se confunde com o delito</p><p>de subtração de incapazes previsto no art. 249 do Código Penal.</p><p>Art. 238. Prometer ou efetivar a entrega de filho ou pupilo a terceiro, mediante paga ou recompensa:</p><p>Art. 239. Promover ou auxiliar a efetivação de ato destinado ao envio de criança ou adolescente</p><p>para o exterior com inobservância das formalidades legais ou com o fito de obter lucro;</p><p>Art. 240. Produzir, reproduzir, dirigir, fotografar, filmar ou registrar, por qualquer meio, cena de sexo</p><p>explícito ou pornográfica, envolvendo criança ou adolescente;</p><p>Art. 241. Vender ou expor à venda fotografia, vídeo ou outro registro que contenha cena de sexo</p><p>explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente;</p><p>Art. 241-A. Oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir, distribuir, publicar ou divulgar por qualquer</p><p>meio, inclusive por meio de sistema de informática ou telemático, fotografia, vídeo ou outro registro</p><p>que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente;</p><p>• Conforme disposição condita no Informativo n. 532/STJ, a competência para processar</p><p>e julgar tal delito é da Justiça Federal.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>38 de 57www.grancursosonline.com.br</p><p>Lei n. 8.069/1990 – Estatuto da Criança e do Adolescente – Parte Criminal</p><p>LEGISLAÇÃO ESPECIAL</p><p>Douglas Vargas</p><p>Art. 241-B. Adquirir, possuir ou armazenar, por qualquer meio, fotografia, vídeo ou outra forma de</p><p>registro que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente.</p><p>Art. 241-C. Simular a participação de criança ou adolescente em cena de sexo explícito ou porno-</p><p>gráfica por meio de adulteração, montagem ou modificação de fotografia, vídeo ou qualquer outra</p><p>forma de representação visual.</p><p>• Cabe ressaltar que aquele que dá circulação, divulgação, publicidade ou armazenamen-</p><p>to de material simulado irá também incorrer no art. 241-C, através da conduta equipara-</p><p>da prevista em seu parágrafo único.</p><p>Art. 241-D. Aliciar, assediar, instigar ou constranger, por qualquer meio de comunicação, criança,</p><p>com o fim de com ela praticar ato libidinoso:</p><p>• É importante notar que o legislador se omitiu quanto ao ADOLESCENTE. Portanto, por</p><p>força do princípio da legalidade, este tipo penal só se aplica à conduta praticada em face</p><p>de vítima criança.</p><p>Art. 242. Vender, fornecer ainda que gratuitamente ou entregar, de qualquer forma, a criança ou</p><p>adolescente arma, munição ou explosivo.</p><p>Art. 243. Vender, fornecer, servir, ministrar ou entregar, ainda que gratuitamente, de qualquer forma,</p><p>a criança ou a adolescente, bebida alcoólica ou, sem justa causa, outros produtos cujos componen-</p><p>tes possam causar dependência física ou psíquica</p><p>Art. 244. Vender, fornecer ainda que gratuitamente ou entregar, de qualquer forma, a criança ou ado-</p><p>lescente fogos de estampido ou de artifício, exceto aqueles que, pelo seu reduzido potencial, sejam</p><p>incapazes de provocar qualquer dano físico em caso de utilização indevida</p><p>Art. 244-B. Corromper ou facilitar a corrupção de menor de 18 (dezoito) anos, com ele praticando</p><p>infração penal ou induzindo-o a praticá-la</p><p>• A forma equiparada do delito criminaliza a conduta daquele que pratica a corrupção de</p><p>menores até mesmo por meios eletrônicos, tais como salas de bate-papo na internet.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>39 de 57www.grancursosonline.com.br</p><p>Lei n. 8.069/1990 – Estatuto da Criança e do Adolescente – Parte Criminal</p><p>LEGISLAÇÃO ESPECIAL</p><p>Douglas Vargas</p><p>QUESTÕES DE CONCURSO</p><p>001. (CESPE/TJDFT/ANALISTA JUDICIÁRIO – OFICIAL DE JUSTIÇA AVALIADOR FEDE-</p><p>RAL) Com relação às infrações penais, julgue o próximo item.</p><p>Comete contravenção penal o comerciante que vende, fornece, serve, ministra ou entrega be-</p><p>bida alcoólica a criança ou a adolescente, conduta considerada, ainda, infração administrativa</p><p>pelo Estatuto da Criança e do Adolescente.</p><p>002. (CESPE/FUB/CONHECIMENTOS BÁSICOS TODOS OS CARGOS – NÍVEL INTERMEDIÁ-</p><p>RIO) No ano em que o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) faz vinte e cinco anos, a vota-</p><p>ção da redução da idade penal põe em discussão o tratamento dado a jovens infratores. O tema</p><p>divide o Judiciário. Para uns, a medida não inibirá a violência e pode incentivar o recrutamento</p><p>de crianças mais novas. Para outros, o medo das consequências é essencial para coibir crimes.</p><p>Cotidiano. In: Folha de S.Paulo, 12/7/2015, p. 6 (com adaptações)</p><p>Em relação ao assunto abordado nesse trecho, julgue o item que se segue.</p><p>Está previsto no ECA a internação de menores infratores por um período de, no máximo, três</p><p>anos, exceto quando o crime for considerado hediondo, como o latrocínio e o estupro.</p><p>003. (CESPE/DPU/DEFENSOR PÚBLICO FEDERAL) Gerson, com vinte e um anos de idade, e</p><p>Gilson, com dezesseis anos de idade, foram presos em flagrante pela prática de crime. Após</p><p>regular tramitação de processo nos juízos competentes, Gerson foi condenado pela prática</p><p>de extorsão mediante sequestro e Gilson, por cometimento de infração análoga a esse crime.</p><p>Com relação a essa situação hipotética, julgue o próximo item.</p><p>Gilson poderá ser submetido a medidas socioeducativas de meio aberto, como, por exemplo,</p><p>prestação de serviços à comunidade pelo prazo máximo de doze meses, liberdade assistida</p><p>por, no mínimo, um mês, ou a regime de semiliberdade.</p><p>004. (CESPE/TJ-SE/ANALISTA JUDICIÁRIO – DIREITO) Julgue os itens a seguir, tendo como</p><p>referência as disposições da Lei n. 11.343/2006 (Lei Antidrogas), da Lei n. 10.826/2003 e suas</p><p>alterações (Estatuto do Desarmamento), e da Lei n. 8.069/1990 (ECA).</p><p>Para a configuração do crime de corrupção de menores, previsto no ECA, não se faz necessária</p><p>prova da efetiva corrupção do menor, uma vez que se trata de delito formal.</p><p>005. (MPE-SC/MPE-SC/PROMOTOR DE JUSTIÇA – MATUTINA) Prometer ou efetivar a en-</p><p>trega de filho ou pupilo a terceiro, mediante paga ou recompensa, é crime previsto no artigo</p><p>238 do Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA, classificado como próprio, sendo admis-</p><p>sível a suspensão condicional do processo, prevista no artigo 89, da Lei n. 9.099/1995.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>40 de 57www.grancursosonline.com.br</p><p>Lei n. 8.069/1990 – Estatuto da Criança e do Adolescente – Parte Criminal</p><p>LEGISLAÇÃO ESPECIAL</p><p>Douglas Vargas</p><p>006. (CESPE/DPE-DF/DEFENSOR PÚBLICO) Conforme jurisprudência consolidada do STF e</p><p>do STJ, para a configuração do crime de corrupção de menores, previsto na Lei n. 8.069/1990,</p><p>são necessárias provas de que a participação na prática do crime efetivamente corrompeu o</p><p>menor de dezoito anos de idade.</p><p>007. (CESPE/TJDFT/ANALISTA JUDICIÁRIO – OFICIAL DE JUSTIÇA AVALIADOR) O ato de</p><p>corromper menor de dezoito anos de idade ou de facilitar a sua corrupção para a prática de</p><p>infração penal é considerado delito formal, cuja caracterização demanda a coautoria ou parti-</p><p>cipação de indivíduo maior de idade, majorando-se a pena caso o delito perpetrado em decor-</p><p>rência da corrupção seja hediondo.</p><p>008. (CESPE/DPE-ES/DEFENSOR PÚBLICO) O ECA preconiza expressamente a responsabili-</p><p>dade penal do agente que adquirir, possuir ou armazenar, por qualquer meio, fotografia, vídeo</p><p>ou outra forma de registro que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo</p><p>criança ou adolescente, com a possibilidade de diminuição da pena, se for pequena a quan-</p><p>tidade do material apreendido, e faculta ao juiz deixar de aplicar a sanção ou substituí-la, a</p><p>qualquer tempo, por pena restritiva de direitos, se o autor, coautor ou partícipe colaborar es-</p><p>pontaneamente com as autoridades, prestando esclarecimentos que conduzam à apuração</p><p>das infrações penais, à identificação dos autores, coautores e partícipes, ou à sua localização.</p><p>009. (CESPE/PC-AL/ESCRIVÃO DE POLÍCIA) Se, após a regular apreensão de adolescente, a</p><p>autoridade policial responsável deixar de comunicar, imediatamente, o fato à autoridade judici-</p><p>ária competente e à família do apreendido ou à pessoa por ele indicada, o delegado de polícia,</p><p>por ter a incumbência legal de ordenar a lavratura do auto de apreensão e demais medidas dele</p><p>decorrentes, será responsabilizado criminalmente por delito previsto no ECA.</p><p>010. (CESPE/PC-AL/ESCRIVÃO DE POLÍCIA) O crime consistente na submissão de criança</p><p>ou adolescente sob sua autoridade, guarda ou vigilância a vexame ou a constrangimento, por</p><p>ser crime próprio, somente pode ser praticado por agentes do Estado.</p><p>011. (CESPE/POLÍCIA FEDERAL/DELEGADO DE POLÍCIA – REGIONAL) Um agente de po-</p><p>lícia federal verificou que o adolescente Juliano havia acabado de adquirir 30 g de maconha</p><p>para seu consumo pessoal e que ele trazia consigo a droga. Nessa situação, seria ilícito que o</p><p>referido agente apreendesse Juliano em flagrante, porque adolescentes somente podem ser</p><p>apreendidos em flagrante pela prática de atos infracionais que envolvam violência ou ameaça</p><p>a terceiros.</p><p>012. (MPE-RS/MPE-RS/PROMOTOR DE JUSTIÇA – REAPLICAÇÃO/ADAPTADA) Corromper</p><p>ou facilitar a corrupção de menor de 18 anos, com ele praticando infração penal ou induzindo-o</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>41 de 57www.grancursosonline.com.br</p><p>Lei n. 8.069/1990 – Estatuto da Criança e do Adolescente – Parte Criminal</p><p>LEGISLAÇÃO ESPECIAL</p><p>Douglas Vargas</p><p>a praticá-la, previsto no art. 244-B do ECA, realizável também por quaisquer meios eletrônicos,</p><p>inclusive sala de bate-papo na internet, é crime formal.</p><p>013. (CESPE/PC-GO/DELEGADO DE POLÍCIA SUBSTITUTO/ADAPTADA) É cabível a aplica-</p><p>ção de medida socioeducativa de internação ao penalmente imputável com idade entre dezoi-</p><p>to e vinte e um anos e que era menor à época da prática do ato infracional.</p><p>014. (CESPE/PC-GO/DELEGADO DE POLÍCIA SUBSTITUTO/ADAPTADA) Não há prazo míni-</p><p>mo para o cumprimento da liberdade assistida fixada pelo ECA, sendo o limite fixado de acordo</p><p>com a gravidade do ato infracional e as circunstâncias de vida do adolescente.</p><p>015. (CESPE/TJDFT/JUIZ DE DIREITO SUBSTITUTO/ADAPTADA) Jeremias adquiriu gratui-</p><p>tamente vídeo com cenas de sexo explícito envolvendo menores de idade, para a satisfação</p><p>de seus próprios desejos sexuais, sem expô-lo a terceiros. Nessa situação, Jeremias praticou</p><p>crime tipificado no ECA.</p><p>016. (IESES/TJ-MS/TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE REGISTROS – PROVIMENTO/</p><p>ADAPTADA) Quanto ao Estatuto da Criança e do Adolescente é correto afirmar:</p><p>Considera-se criança, para os efeitos da Lei, a pessoa até doze anos de idade incompletos, e</p><p>adolescente entre doze e dezoito anos de idade.</p><p>017. (CESPE/TJ-BA/TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE REGISTROS – REMOÇÃO/</p><p>ADAPTADA) Os delitos previstos no ECA são todos de menor potencial ofensivo, de forma</p><p>que seguem o rito sumaríssimo previsto na Lei dos Juizados Especiais, aplicando-se a eles as</p><p>medidas despenalizadoras nela previstas.</p><p>018.</p><p>(CESPE/TJ-BA/TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE REGISTROS – REMOÇÃO/</p><p>ADAPTADA) Os crimes previstos no ECA são de ação penal pública, prevendo-se, para alguns</p><p>deles, entretanto, a necessidade de representação do ofendido ou de seu representante legal.</p><p>019. (CESPE/TJ-BA/TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE REGISTROS – REMOÇÃO/</p><p>ADAPTADA) Segundo o ECA, o médico que, de forma culposa, deixar de identificar correta-</p><p>mente o neonato e sua mãe, por ocasião do parto, praticará conduta típica.</p><p>020. (FEPESE/DPE-SC/DEFENSOR PÚBLICO/ADAPTADA) É penalmente típica a conduta de</p><p>adquirir, possuir ou armazenar, por qualquer meio, fotografa, vídeo ou outra forma de registro</p><p>que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente, mes-</p><p>mo que de pequena quantidade o material adquirido, possuído ou armazenado.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>42 de 57www.grancursosonline.com.br</p><p>Lei n. 8.069/1990 – Estatuto da Criança e do Adolescente – Parte Criminal</p><p>LEGISLAÇÃO ESPECIAL</p><p>Douglas Vargas</p><p>021. (CESPE/PC-PB/DELEGADO DE POLÍCIA/ADAPTADA) A internação pode ser cumprida em</p><p>estabelecimento prisional comum, desde que o adolescente permaneça separado dos demais pre-</p><p>sos, se não existir na comarca entidade com as características definidas em lei para tal finalidade.</p><p>022. (CESPE/PC-PB/DELEGADO DE POLÍCIA/ADAPTADA) Em caso de flagrante da prática</p><p>de ato infracional, o adolescente não é prontamente liberado pela autoridade policial, apesar</p><p>do comparecimento dos pais, quando, pela gravidade do ato infracional e por sua repercussão</p><p>social, o adolescente deve permanecer sob internação para manutenção da ordem pública.</p><p>023. (CESPE/PC-PB/DELEGADO DE POLÍCIA/ADAPTADA) Durante o período de interna-</p><p>ção, é vedado à autoridade judiciária ou policial suspender temporariamente a visita dos pais</p><p>do adolescente.</p><p>024. (FGV/SENADO FEDERAL/ADVOGADO/ADAPTADA) A internação constitui medida pri-</p><p>vativa da liberdade que não comporta prazo determinado e só poderá ser aplicada quando se</p><p>tratar de ato infracional cometido mediante grave ameaça ou violência a pessoa, por reiteração</p><p>no cometimento de outras infrações graves ou por descumprimento reiterado e injustificável</p><p>da medida anteriormente imposta.</p><p>025. (MPE-RS/MPE-RS/PROMOTOR DE JUSTIÇA – PROVA ANULADA/ADAPTADA) Cons-</p><p>tituem crimes previstos no ECA os seguintes casos hipotéticos: (1) Ernesto, numa sala de</p><p>bate-papo na internet, sabendo que a interlocutora é uma criança, tenta aliciá-la a praticar ato</p><p>libidinoso; (2) Hugo, por puro prazer, recorta o rosto de um adolescente de uma fotografia</p><p>sem qualquer conotação sexual, e depois o insere, mediante colagem, numa imagem, ainda</p><p>que grosseira, que retrata uma orgia; (3) Edinho, sem qualquer interesse em contraprestação,</p><p>repassa, por e-mail, ao seu grupo de amigos, material pornográfico envolvendo adolescente.</p><p>026. (2022/CEBRASPE/DEFENSOR PÚBLICO/DPE-RS) Em atendimento a certa unidade de</p><p>cumprimento de medida socioeducativa de internação, o defensor público ouviu Caio, de de-</p><p>zoito anos de idade, que informou pretender casar-se com sua companheira, de dezenove anos</p><p>de idade, com quem mantém união estável, o que havia sido vedado pela direção da unidade,</p><p>sob o fundamento de que o casamento somente seria possível após a extinção da medida ou</p><p>de sua progressão para o meio aberto. Além disso, Caio questionou acerca da possibilidade</p><p>de receber visita íntima de sua companheira. Ao analisar o processo de execução da medida</p><p>socioeducativa imposta a Caio, o defensor público percebeu que o jovem estava cumprindo</p><p>internação-sanção havia 60 dias, em razão do reiterado e injustificado descumprimento da</p><p>medida de liberdade assistida a ele imposta em sede de remissão extintiva.</p><p>Com relação a essa situação hipotética, julgue o próximo item.</p><p>De acordo com o ECA, o prazo máximo da internação-sanção é de 45 dias, sendo improrrogável.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>43 de 57www.grancursosonline.com.br</p><p>Lei n. 8.069/1990 – Estatuto da Criança e do Adolescente – Parte Criminal</p><p>LEGISLAÇÃO ESPECIAL</p><p>Douglas Vargas</p><p>027. (2022/FAPEC/PC-MS/DELEGADO/ADAPTADA) Configura crime previsto no art. 241-D</p><p>da Lei n. 8.069/1990 a conduta de aliciar, assediar, instigar ou constranger, por qualquer meio</p><p>de comunicação, criança ou adolescente, com o fim de com ela praticar ato libidinoso.</p><p>028. (2022/FAPEC/PC-MS/DELEGADO/ADAPTADA) A configuração do crime previsto no ar-</p><p>tigo 244-B do Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei n. 8.069/1990) independe da prova da</p><p>efetiva corrupção do menor, por se tratar de delito material.</p><p>029. (2021/MPE-PR/PROMOTOR/ADAPTADA) O princípio da insignificância é aplicável aos</p><p>atos infracionais, desde que verificados os requisitos necessários para a configuração do de-</p><p>lito de bagatela.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>44 de 57www.grancursosonline.com.br</p><p>Lei n. 8.069/1990 – Estatuto da Criança e do Adolescente – Parte Criminal</p><p>LEGISLAÇÃO ESPECIAL</p><p>Douglas Vargas</p><p>GABARITO</p><p>1. E</p><p>2. E</p><p>3. E</p><p>4. C</p><p>5. C</p><p>6. E</p><p>7. C</p><p>8. E</p><p>9. C</p><p>10. E</p><p>11. E</p><p>12. C</p><p>13. C</p><p>14. E</p><p>15. C</p><p>16. C</p><p>17. E</p><p>18. E</p><p>19. C</p><p>20. C</p><p>21. E</p><p>22. C</p><p>23. E</p><p>24. C</p><p>25. C</p><p>26. E</p><p>27. E</p><p>28. E</p><p>29. C</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>45 de 57www.grancursosonline.com.br</p><p>Lei n. 8.069/1990 – Estatuto da Criança e do Adolescente – Parte Criminal</p><p>LEGISLAÇÃO ESPECIAL</p><p>Douglas Vargas</p><p>GABARITO COMENTADO</p><p>001. (CESPE/TJDFT/ANALISTA JUDICIÁRIO – OFICIAL DE JUSTIÇA AVALIADOR FEDE-</p><p>RAL) Com relação às infrações penais, julgue o próximo item.</p><p>Comete contravenção penal o comerciante que vende, fornece, serve, ministra ou entrega be-</p><p>bida alcoólica a criança ou a adolescente, conduta considerada, ainda, infração administrativa</p><p>pelo Estatuto da Criança e do Adolescente.</p><p>Nada disso! A conduta descrita pelo examinador é crime, nos termos do art. 243 do ECA:</p><p>Art. 243. Vender, fornecer, servir, ministrar ou entregar, ainda que gratuitamente, de qualquer forma,</p><p>a criança ou a adolescente, bebida alcoólica ou, sem justa causa, outros produtos cujos componen-</p><p>tes possam causar dependência física ou psíquica: (Redação dada pela Lei n. 13.106, de 2015)</p><p>Pena – detenção de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa, se o fato não constitui crime mais grave.</p><p>Errado.</p><p>002. (CESPE/FUB/CONHECIMENTOS BÁSICOS TODOS OS CARGOS – NÍVEL INTERMEDI-</p><p>ÁRIO) No ano em que o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) faz vinte e cinco anos, a</p><p>votação da redução da idade penal põe em discussão o tratamento dado a jovens infratores.</p><p>O tema divide o Judiciário. Para uns, a medida não inibirá a violência e pode incentivar o re-</p><p>crutamento de crianças mais novas. Para outros, o medo das consequências é essencial para</p><p>coibir crimes.</p><p>Cotidiano. In: Folha de S.Paulo, 12/7/2015, p. 6 (com adaptações)</p><p>Em relação ao assunto abordado nesse trecho, julgue o item que se segue.</p><p>Está previsto no ECA a internação de menores</p><p>infratores por um período de, no máximo, três</p><p>anos, exceto quando o crime for considerado hediondo, como o latrocínio e o estupro.</p><p>Conforme estudamos, o limite máximo de três anos de internação aplicável aos menores infra-</p><p>tores não possui exceção. Mesmo se o menor cometer um crime hediondo, ainda assim estará</p><p>sujeito à mesma previsão legal.</p><p>Errado.</p><p>003. (CESPE/DPU/DEFENSOR PÚBLICO FEDERAL) Gerson, com vinte e um anos de idade, e</p><p>Gilson, com dezesseis anos de idade, foram presos em flagrante pela prática de crime. Após</p><p>regular tramitação de processo nos juízos competentes, Gerson foi condenado pela prática</p><p>de extorsão mediante sequestro e Gilson, por cometimento de infração análoga a esse crime.</p><p>Com relação a essa situação hipotética, julgue o próximo item.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>46 de 57www.grancursosonline.com.br</p><p>Lei n. 8.069/1990 – Estatuto da Criança e do Adolescente – Parte Criminal</p><p>LEGISLAÇÃO ESPECIAL</p><p>Douglas Vargas</p><p>Gilson poderá ser submetido a medidas socioeducativas de meio aberto, como, por exemplo,</p><p>prestação de serviços à comunidade pelo prazo máximo de doze meses, liberdade assistida</p><p>por, no mínimo, um mês, ou a regime de semiliberdade.</p><p>Questão boa – um pouco trabalhosa, e que requer uma boa leitura do ECA – mas muito boa.</p><p>Gilson até poderia ser submetido a medidas socioeducativas de meio aberto, como a presta-</p><p>ção de serviços à comunidade e a liberdade assistida (a despeito da prática de um ato infra-</p><p>cional bastante grave).</p><p>Entretanto, o erro da questão está em fixar o prazo máximo de doze meses para a prestação</p><p>de serviços à comunidade (o prazo na verdade é de seis meses segundo o ECA) e de um mês</p><p>para a medida de liberdade assistida, cujo prazo mínimo é de seis meses:</p><p>Art. 117. A prestação de serviços comunitários consiste na realização de tarefas gratuitas de in-</p><p>teresse geral, por período não excedente a seis meses, junto a entidades assistenciais, hospitais,</p><p>escolas e outros estabelecimentos congêneres, bem como em programas comunitários ou gover-</p><p>namentais.</p><p>§ 2º A liberdade assistida será fixada pelo prazo mínimo de seis meses, podendo a qualquer tempo</p><p>ser prorrogada, revogada ou substituída por outra medida, ouvido o orientador, o Ministério Público</p><p>e o defensor.</p><p>Errado.</p><p>004. (CESPE/TJ-SE/ANALISTA JUDICIÁRIO – DIREITO) Julgue os itens a seguir, tendo como</p><p>referência as disposições da Lei n. 11.343/2006 (Lei Antidrogas), da Lei n. 10.826/2003 e suas</p><p>alterações (Estatuto do Desarmamento), e da Lei n. 8.069/1990 (ECA).</p><p>Para a configuração do crime de corrupção de menores, previsto no ECA, não se faz necessária</p><p>prova da efetiva corrupção do menor, uma vez que se trata de delito formal.</p><p>Exatamente! O delito de corrupção de menores tem o risco presumido. Não há a necessidade</p><p>de efetivamente corromper o menor para sua consumação.</p><p>Certo.</p><p>005. (MPE-SC/MPE-SC/PROMOTOR DE JUSTIÇA – MATUTINA) Prometer ou efetivar a en-</p><p>trega de filho ou pupilo a terceiro, mediante paga ou recompensa, é crime previsto no artigo</p><p>238 do Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA, classificado como próprio, sendo admis-</p><p>sível a suspensão condicional do processo, prevista no artigo 89, da Lei n. 9.099/1995.</p><p>Questão que extrapola o estudo da lei em comento, e que precisa ser complementada pelo</p><p>conhecimento da lei dos Juizados Especiais Criminais (Lei n. 9.099/1995).</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>47 de 57www.grancursosonline.com.br</p><p>Lei n. 8.069/1990 – Estatuto da Criança e do Adolescente – Parte Criminal</p><p>LEGISLAÇÃO ESPECIAL</p><p>Douglas Vargas</p><p>Dito isso, o delito realmente se enquadra no art. 238 do ECA, e possui pena mínima cominada</p><p>em abstrato de UM ano de reclusão.</p><p>E segundo o art. 89 da Lei n. 9.099/1995, quando a pena mínima cominada para o delito é igual</p><p>ou inferior a um ano, é cabível o instituto da suspensão condicional do processo.</p><p>É por esse motivo que a questão está correta!</p><p>Art. 238. Prometer ou efetivar a entrega de filho ou pupilo a terceiro, mediante paga ou recompensa:</p><p>Pena – reclusão de um a quatro anos, e multa.</p><p>Parágrafo único. Incide nas mesmas penas quem oferece ou efetiva a paga ou recompensa.</p><p>Art. 89. Nos crimes em que a pena mínima cominada for igual ou inferior a um ano, abrangidas ou</p><p>não por esta Lei, o Ministério Público, ao oferecer a denúncia, poderá propor a suspensão do pro-</p><p>cesso, por dois a quatro anos, desde que o acusado não esteja sendo processado ou não tenha sido</p><p>condenado por outro crime, presentes os demais requisitos que autorizariam a suspensão condicio-</p><p>nal da pena (art. 77 do Código Penal).</p><p>Certo.</p><p>006. (CESPE/DPE-DF/DEFENSOR PÚBLICO) Conforme jurisprudência consolidada do STF e</p><p>do STJ, para a configuração do crime de corrupção de menores, previsto na Lei n. 8.069/1990,</p><p>são necessárias provas de que a participação na prática do crime efetivamente corrompeu o</p><p>menor de dezoito anos de idade.</p><p>Negativo. Conforme estudamos, a configuração do delito de corrupção de menores não depen-</p><p>de da efetiva corrupção do menor. Trata-se de crime formal, e não material.</p><p>Errado.</p><p>007. (CESPE/TJDFT/ANALISTA JUDICIÁRIO – OFICIAL DE JUSTIÇA AVALIADOR) O ato de</p><p>corromper menor de dezoito anos de idade ou de facilitar a sua corrupção para a prática de</p><p>infração penal é considerado delito formal, cuja caracterização demanda a coautoria ou parti-</p><p>cipação de indivíduo maior de idade, majorando-se a pena caso o delito perpetrado em decor-</p><p>rência da corrupção seja hediondo.</p><p>Veja como essa questão despenca em provas de concursos, das mais variadas formas.</p><p>Como você já sabe, o delito de corrupção de menores realmente é formal. O examinador ape-</p><p>nas complementou a questão com a previsão contida no parágrafo 2º do delito em estudo:</p><p>§ 2º As penas previstas no caput deste artigo são aumentadas de um terço no caso de a infração</p><p>cometida ou induzida estar incluída no rol do art. 1º da Lei no 8.072, de 25 de julho de 1990. (Inclu-</p><p>ído pela Lei n. 12.015, de 2009)</p><p>Certo.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>48 de 57www.grancursosonline.com.br</p><p>Lei n. 8.069/1990 – Estatuto da Criança e do Adolescente – Parte Criminal</p><p>LEGISLAÇÃO ESPECIAL</p><p>Douglas Vargas</p><p>008. (CESPE/DPE-ES/DEFENSOR PÚBLICO) O ECA preconiza expressamente a responsabili-</p><p>dade penal do agente que adquirir, possuir ou armazenar, por qualquer meio, fotografia, vídeo</p><p>ou outra forma de registro que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo</p><p>criança ou adolescente, com a possibilidade de diminuição da pena, se for pequena a quan-</p><p>tidade do material apreendido, e faculta ao juiz deixar de aplicar a sanção ou substituí-la, a</p><p>qualquer tempo, por pena restritiva de direitos, se o autor, coautor ou partícipe colaborar es-</p><p>pontaneamente com as autoridades, prestando esclarecimentos que conduzam à apuração</p><p>das infrações penais, à identificação dos autores, coautores e partícipes, ou à sua localização.</p><p>O segredo da questão está na expressão o ECA preconiza expressamente.</p><p>A possibilidade de diminuição de pena para o delito em estudo realmente existe.</p><p>O problema está em afirmar que se o autor ou partícipe colaborar espontaneamente com as</p><p>autoridades, poderá o juiz deixar de aplicar a pena</p><p>ou substituí-la. Tal instituto (colaboração</p><p>premiada0 não está previsto expressamente no Estatuto da Criança e do Adolescente</p><p>Errado.</p><p>009. (CESPE/PC-AL/ESCRIVÃO DE POLÍCIA) Se, após a regular apreensão de adolescente, a</p><p>autoridade policial responsável deixar de comunicar, imediatamente, o fato à autoridade judici-</p><p>ária competente e à família do apreendido ou à pessoa por ele indicada, o delegado de polícia,</p><p>por ter a incumbência legal de ordenar a lavratura do auto de apreensão e demais medidas dele</p><p>decorrentes, será responsabilizado criminalmente por delito previsto no ECA.</p><p>Isso mesmo! É o que prevê o art. 231 do diploma legal:</p><p>Art. 231. Deixar a autoridade policial responsável pela apreensão de criança ou adolescente de fazer</p><p>imediata comunicação à autoridade judiciária competente e à família do apreendido ou à pessoa</p><p>por ele indicada:</p><p>Pena – detenção de seis meses a dois anos.</p><p>Certo.</p><p>010. (CESPE/PC-AL/ESCRIVÃO DE POLÍCIA) O crime consistente na submissão de criança</p><p>ou adolescente sob sua autoridade, guarda ou vigilância a vexame ou a constrangimento, por</p><p>ser crime próprio, somente pode ser praticado por agentes do Estado.</p><p>Claro que não. O delito do art. 232 do ECA pode até ser considerado como crime próprio (para</p><p>parte da doutrina) entretanto não pode ser praticado apenas por agentes do Estado, como</p><p>afirmou o examinador.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>49 de 57www.grancursosonline.com.br</p><p>Lei n. 8.069/1990 – Estatuto da Criança e do Adolescente – Parte Criminal</p><p>LEGISLAÇÃO ESPECIAL</p><p>Douglas Vargas</p><p>Oras, os pais da criança possuem sua guarda e autoridade sobre ela, de modo que podem pra-</p><p>ticar o delito em estudo. Entretanto, veja que tais autores, naturalmente, não são agentes do</p><p>Estado – motivo pelo qual a assertiva está incorreta.</p><p>Errado.</p><p>011. (CESPE/POLÍCIA FEDERAL/DELEGADO DE POLÍCIA – REGIONAL) Um agente de polícia</p><p>federal verificou que o adolescente Juliano havia acabado de adquirir 30 g de maconha para seu</p><p>consumo pessoal e que ele trazia consigo a droga. Nessa situação, seria ilícito que o referido</p><p>agente apreendesse Juliano em flagrante, porque adolescentes somente podem ser apreendi-</p><p>dos em flagrante pela prática de atos infracionais que envolvam violência ou ameaça a terceiros.</p><p>CESPE sendo CESPE. É claro que no caso em tela Juliano está em flagrante de ato infracional,</p><p>e pode ser apreendido regularmente.</p><p>Não há nenhuma restrição no ECA para que os adolescentes só sejam alcançados quando em</p><p>flagrante que envolva violência ou ameaça a terceiros. Se fosse o caso, tal previsão iria consti-</p><p>tuir verdadeiro salvo-conduto para a prática de crimes menores!</p><p>Errado.</p><p>012. (MPE-RS/MPE-RS/PROMOTOR DE JUSTIÇA – REAPLICAÇÃO/ADAPTADA) Corromper</p><p>ou facilitar a corrupção de menor de 18 anos, com ele praticando infração penal ou induzindo-o</p><p>a praticá-la, previsto no art. 244-B do ECA, realizável também por quaisquer meios eletrônicos,</p><p>inclusive sala de bate-papo na internet, é crime formal.</p><p>De novo essa questão, e mais uma vez você já sabe a resposta: O delito de corrupção de me-</p><p>nores é crime formal.</p><p>A única novidade aqui é a admissibilidade da prática da conduta por meios eletrônicos, previs-</p><p>ta expressamente no parágrafo 1º do art. 244-B:</p><p>§ 1º Incorre nas penas previstas no caput deste artigo quem pratica as condutas ali tipificadas utili-</p><p>zando-se de quaisquer meios eletrônicos, inclusive salas de bate-papo da internet. (Incluído pela Lei</p><p>n. 12.015, de 2009)</p><p>Certo.</p><p>013. (CESPE/PC-GO/DELEGADO DE POLÍCIA SUBSTITUTO/ADAPTADA) É cabível a aplica-</p><p>ção de medida socioeducativa de internação ao penalmente imputável com idade entre dezoi-</p><p>to e vinte e um anos e que era menor à época da prática do ato infracional.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>50 de 57www.grancursosonline.com.br</p><p>Lei n. 8.069/1990 – Estatuto da Criança e do Adolescente – Parte Criminal</p><p>LEGISLAÇÃO ESPECIAL</p><p>Douglas Vargas</p><p>Com certeza. O ECA alcança, conforme estudamos, o indivíduo até que ele complete 21 anos.</p><p>Dessa forma, é possível que um adolescente pratique um ato infracional e venha a cumprir</p><p>uma medida socioeducativa após ter completado 18 anos. Basta que ainda não tenha 21 anos</p><p>completos, que o ECA ainda o alcançará.</p><p>Certo.</p><p>014. (CESPE/PC-GO/DELEGADO DE POLÍCIA SUBSTITUTO/ADAPTADA) Não há prazo míni-</p><p>mo para o cumprimento da liberdade assistida fixada pelo ECA, sendo o limite fixado de acordo</p><p>com a gravidade do ato infracional e as circunstâncias de vida do adolescente.</p><p>Negativo, há, sim, prazo mínimo para o cumprimento da liberdade assistida fixada no ECA, pre-</p><p>visto no art. 118 do referido Estatuto:</p><p>Art. 118, § 2º, ECA: A liberdade assistida será fixada pelo prazo mínimo de seis meses, podendo a</p><p>qualquer tempo ser prorrogada, revogada ou substituída por outra medida, ouvido o orientador, o</p><p>Ministério Público e o defensor.</p><p>Errado.</p><p>015. (CESPE/TJDFT/JUIZ DE DIREITO SUBSTITUTO/ADAPTADA) Jeremias adquiriu gratui-</p><p>tamente vídeo com cenas de sexo explícito envolvendo menores de idade, para a satisfação</p><p>de seus próprios desejos sexuais, sem expô-lo a terceiros. Nessa situação, Jeremias praticou</p><p>crime tipificado no ECA.</p><p>Isso mesmo. Jeremias praticou o delito do art. 241-B previsto no diploma legal em estudo:</p><p>Art. 241-B. Adquirir, possuir ou armazenar, por qualquer meio, fotografia, vídeo ou outra forma de</p><p>registro que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente:</p><p>(Incluído pela Lei n. 11.829, de 2008)</p><p>Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.</p><p>Certo.</p><p>016. (IESES/TJ-MS/TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE REGISTROS – PROVIMENTO/</p><p>ADAPTADA) Quanto ao Estatuto da Criança e do Adolescente é correto afirmar:</p><p>Considera-se criança, para os efeitos da Lei, a pessoa até doze anos de idade incompletos, e</p><p>adolescente entre doze e dezoito anos de idade.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>51 de 57www.grancursosonline.com.br</p><p>Lei n. 8.069/1990 – Estatuto da Criança e do Adolescente – Parte Criminal</p><p>LEGISLAÇÃO ESPECIAL</p><p>Douglas Vargas</p><p>Exatamente. Uma das questões mais simples dessa lista, extraída do art. 2º do ECA:</p><p>Art. 2º Considera-se criança, para os efeitos desta Lei, a pessoa até doze anos de idade incomple-</p><p>tos, e adolescente aquela entre doze e dezoito anos de idade.</p><p>Certo.</p><p>017. (CESPE/TJ-BA/TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE REGISTROS – REMOÇÃO/</p><p>ADAPTADA) Os delitos previstos no ECA são todos de menor potencial ofensivo, de forma</p><p>que seguem o rito sumaríssimo previsto na Lei dos Juizados Especiais, aplicando-se a eles as</p><p>medidas despenalizadoras nela previstas.</p><p>Negativo. Nem todos os crimes previstos no ECA são de menor potencial ofensivo, como por</p><p>exemplo o art. 240 do ECA, cuja pena máxima cominada é maior que dois anos.</p><p>Art. 240. Produzir, reproduzir, dirigir, fotografar, filmar ou registrar, por qualquer meio, cena de sexo</p><p>explícito ou pornográfica, envolvendo criança ou adolescente:</p><p>Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.</p><p>Errado.</p><p>018. (CESPE/TJ-BA/TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE REGISTROS – REMOÇÃO/</p><p>ADAPTADA) Os crimes previstos no ECA são de ação penal pública, prevendo-se, para alguns</p><p>deles, entretanto, a necessidade</p><p>de representação do ofendido ou de seu representante legal.</p><p>Não mesmo! Todos os crimes previstos no ECA são de ação penal pública incondicionada,</p><p>conforme preconiza o art. 227 da lei em estudo:</p><p>Art. 227. Os crimes definidos nesta Lei são de ação pública incondicionada.</p><p>Errado.</p><p>019. (CESPE/TJ-BA/TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE REGISTROS – REMOÇÃO/</p><p>ADAPTADA) Segundo o ECA, o médico que, de forma culposa, deixar de identificar correta-</p><p>mente o neonato e sua mãe, por ocasião do parto, praticará conduta típica.</p><p>Isso mesmo. Nesse caso o médico pratica a conduta do art. 228 do ECA, para o qual há previ-</p><p>são expressa de modalidade culposa:</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>52 de 57www.grancursosonline.com.br</p><p>Lei n. 8.069/1990 – Estatuto da Criança e do Adolescente – Parte Criminal</p><p>LEGISLAÇÃO ESPECIAL</p><p>Douglas Vargas</p><p>Art. 228. Deixar o encarregado de serviço ou o dirigente de estabelecimento de atenção à saúde de</p><p>gestante de manter registro das atividades desenvolvidas, na forma e prazo referidos no art. 10 des-</p><p>ta Lei, bem como de fornecer à parturiente ou a seu responsável, por ocasião da alta médica, decla-</p><p>ração de nascimento, onde constem as intercorrências do parto e do desenvolvimento do neonato:</p><p>Pena – detenção de seis meses a dois anos.</p><p>Parágrafo único. Se o crime é culposo:</p><p>Pena – detenção de dois a seis meses, ou multa.</p><p>Certo.</p><p>020. (FEPESE/DPE-SC/DEFENSOR PÚBLICO/ADAPTADA) É penalmente típica a conduta de</p><p>adquirir, possuir ou armazenar, por qualquer meio, fotografa, vídeo ou outra forma de registro</p><p>que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente, mes-</p><p>mo que de pequena quantidade o material adquirido, possuído ou armazenado.</p><p>Com certeza. É o delito previsto no art. 241-B do ECA:</p><p>Art. 241-B. Adquirir, possuir ou armazenar, por qualquer meio, fotografia, vídeo ou outra forma de</p><p>registro que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente:</p><p>(Incluído pela Lei n. 11.829, de 2008)</p><p>Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.</p><p>Certo.</p><p>021. (CESPE/PC-PB/DELEGADO DE POLÍCIA/ADAPTADA) A internação pode ser cumprida</p><p>em estabelecimento prisional comum, desde que o adolescente permaneça separado dos de-</p><p>mais presos, se não existir na comarca entidade com as características definidas em lei para</p><p>tal finalidade.</p><p>Nada disso. A internação deve ser cumprida em local exclusivo para adolescentes, nos termos</p><p>do art. 123 do Estatuto:</p><p>Art. 123. A internação deverá ser cumprida em entidade exclusiva para adolescentes, em local dis-</p><p>tinto daquele destinado ao abrigo, obedecida rigorosa separação por critérios de idade, compleição</p><p>física e gravidade da infração.</p><p>Errado.</p><p>022. (CESPE/PC-PB/DELEGADO DE POLÍCIA/ADAPTADA) Em caso de flagrante da prática</p><p>de ato infracional, o adolescente não é prontamente liberado pela autoridade policial, apesar</p><p>do comparecimento dos pais, quando, pela gravidade do ato infracional e por sua repercussão</p><p>social, o adolescente deve permanecer sob internação para manutenção da ordem pública.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>53 de 57www.grancursosonline.com.br</p><p>Lei n. 8.069/1990 – Estatuto da Criança e do Adolescente – Parte Criminal</p><p>LEGISLAÇÃO ESPECIAL</p><p>Douglas Vargas</p><p>Isso mesmo. A não liberação do adolescente pela autoridade policial, embora excepcional, é</p><p>prevista no art. 174 do ECA, justamente nos moldes narrados pela assertiva:</p><p>Art. 174. Comparecendo qualquer dos pais ou responsável, o adolescente será prontamente libe-</p><p>rado pela autoridade policial, sob termo de compromisso e responsabilidade de sua apresentação</p><p>ao representante do Ministério Público, no mesmo dia ou, sendo impossível, no primeiro dia útil</p><p>imediato, exceto quando, pela gravidade do ato infracional e sua repercussão social, deva o ado-</p><p>lescente permanecer sob internação para garantia de sua segurança pessoal ou manutenção da</p><p>ordem pública.</p><p>Certo.</p><p>023. (CESPE/PC-PB/DELEGADO DE POLÍCIA/ADAPTADA) Durante o período de internação,</p><p>é vedado à autoridade judiciária ou policial suspender temporariamente a visita dos pais do</p><p>adolescente.</p><p>Na verdade, existe sim a possibilidade de suspensão da visita dos pais, nos termos do art. 124,</p><p>parágrafo 2º, do ECA:</p><p>Art. 124.</p><p>§ 2º A autoridade judiciária poderá suspender temporariamente a visita, inclusive de pais ou respon-</p><p>sável, se existirem motivos sérios e fundados de sua prejudicialidade aos interesses do adolescente.</p><p>Errado.</p><p>024. (FGV/SENADO FEDERAL/ADVOGADO/ADAPTADA) A internação constitui medida pri-</p><p>vativa da liberdade que não comporta prazo determinado e só poderá ser aplicada quando se</p><p>tratar de ato infracional cometido mediante grave ameaça ou violência a pessoa, por reiteração</p><p>no cometimento de outras infrações graves ou por descumprimento reiterado e injustificável</p><p>da medida anteriormente imposta.</p><p>É isso mesmo. Questão extraída do art. 121 e 122 do diploma legal. Vejamos:</p><p>Art. 121. A internação constitui medida privativa da liberdade, sujeita aos princípios de brevidade,</p><p>excepcionalidade e respeito à condição peculiar de pessoa em desenvolvimento.</p><p>§ 2º A medida não comporta prazo determinado, devendo sua manutenção ser reavaliada, mediante</p><p>decisão fundamentada, no máximo a cada seis meses.</p><p>§ 3º Em nenhuma hipótese o período máximo de internação excederá a três anos.</p><p>Art. 122. A medida de internação só poderá ser aplicada quando:</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>54 de 57www.grancursosonline.com.br</p><p>Lei n. 8.069/1990 – Estatuto da Criança e do Adolescente – Parte Criminal</p><p>LEGISLAÇÃO ESPECIAL</p><p>Douglas Vargas</p><p>I – tratar-se de ato infracional cometido mediante grave ameaça ou violência a pessoa;</p><p>II – por reiteração no cometimento de outras infrações graves;</p><p>III – por descumprimento reiterado e injustificável da medida anteriormente imposta.</p><p>Certo.</p><p>025. (MPE-RS/MPE-RS/PROMOTOR DE JUSTIÇA – PROVA ANULADA/ADAPTADA) Cons-</p><p>tituem crimes previstos no ECA os seguintes casos hipotéticos: (1) Ernesto, numa sala de</p><p>bate-papo na internet, sabendo que a interlocutora é uma criança, tenta aliciá-la a praticar ato</p><p>libidinoso; (2) Hugo, por puro prazer, recorta o rosto de um adolescente de uma fotografia</p><p>sem qualquer conotação sexual, e depois o insere, mediante colagem, numa imagem, ainda</p><p>que grosseira, que retrata uma orgia; (3) Edinho, sem qualquer interesse em contraprestação,</p><p>repassa, por e-mail, ao seu grupo de amigos, material pornográfico envolvendo adolescente.</p><p>Isso mesmo! Vamos analisar caso a caso:</p><p>• Ernesto praticou a conduta tipifica do art. Art. 244-B. Corromper ou facilitar a corrupção de</p><p>menor de 18 (dezoito) anos, com ele praticando infração penal ou induzindo-o a praticá-la;</p><p>• Hugo praticou a conduta do art. Art. 241-C. Simular a participação de criança ou ado-</p><p>lescente em cena de sexo explícito ou pornográfica por meio de adulteração, montagem</p><p>ou modificação de fotografia, vídeo ou qualquer outra forma de representação visual.</p><p>• Edinho praticou a conduta do art. Art. 241-A. Oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir,</p><p>distribuir, publicar ou divulgar por qualquer meio, inclusive por meio de sistema de in-</p><p>formática ou telemático, fotografia,</p><p>vídeo ou outro registro que contenha cena de sexo</p><p>explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente.</p><p>Conforme apresentado, todas as condutas estão tipificas no ECA, motivo pelo qual o item</p><p>está correto!</p><p>Certo.</p><p>026. (2022/CEBRASPE/DEFENSOR PÚBLICO/DPE-RS) Em atendimento a certa unidade de</p><p>cumprimento de medida socioeducativa de internação, o defensor público ouviu Caio, de de-</p><p>zoito anos de idade, que informou pretender casar-se com sua companheira, de dezenove anos</p><p>de idade, com quem mantém união estável, o que havia sido vedado pela direção da unidade,</p><p>sob o fundamento de que o casamento somente seria possível após a extinção da medida ou</p><p>de sua progressão para o meio aberto. Além disso, Caio questionou acerca da possibilidade</p><p>de receber visita íntima de sua companheira. Ao analisar o processo de execução da medida</p><p>socioeducativa imposta a Caio, o defensor público percebeu que o jovem estava cumprindo</p><p>internação-sanção havia 60 dias, em razão do reiterado e injustificado descumprimento da</p><p>medida de liberdade assistida a ele imposta em sede de remissão extintiva.</p><p>Com relação a essa situação hipotética, julgue o próximo item.</p><p>De acordo com o ECA, o prazo máximo da internação-sanção é de 45 dias, sendo improrrogável.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>55 de 57www.grancursosonline.com.br</p><p>Lei n. 8.069/1990 – Estatuto da Criança e do Adolescente – Parte Criminal</p><p>LEGISLAÇÃO ESPECIAL</p><p>Douglas Vargas</p><p>Primeiramente precisamos fazer uma releitura do art. 121 do ECA:</p><p>Art. 121. A internação constitui medida privativa da liberdade, sujeita aos princípios de brevidade,</p><p>excepcionalidade e respeito à condição peculiar de pessoa em desenvolvimento.</p><p>§ 2º A medida não comporta prazo determinado, devendo sua manutenção ser reavaliada, mediante</p><p>decisão fundamentada, no máximo a cada seis meses.</p><p>§ 3º Em nenhuma hipótese o período máximo de internação excederá a três anos.</p><p>Art. 122. A medida de internação só poderá ser aplicada quando:</p><p>I – tratar-se de ato infracional cometido mediante grave ameaça ou violência a pessoa;</p><p>II – por reiteração no cometimento de outras infrações graves;</p><p>III – por descumprimento reiterado e injustificável da medida anteriormente imposta.</p><p>Uma vez identificada a hipótese do inciso III, segundo o art. 122 do ECA, em seu § 1º, o prazo</p><p>de internação na hipótese do inciso III deste artigo não poderá ser superior a 3 (três) meses,</p><p>devendo ser decretada judicialmente após o devido processo legal.</p><p>Lembre-se, ainda, de que essa é uma hipótese de internação sanção – e não de internação</p><p>cautelar. No caso de internação antes da sentença, o prazo máximo é de 45 dias, nos termos</p><p>do art. 108:</p><p>Art. 108. A internação, antes da sentença, pode ser determinada pelo prazo máximo de quarenta e</p><p>cinco dias.</p><p>Errado.</p><p>027. (2022/FAPEC/PC-MS/DELEGADO/ADAPTADA) Configura crime previsto no art. 241-D</p><p>da Lei n. 8.069/1990 a conduta de aliciar, assediar, instigar ou constranger, por qualquer meio</p><p>de comunicação, criança ou adolescente, com o fim de com ela praticar ato libidinoso.</p><p>Questão maliciosa, removendo apenas uma palavra do art. 241-D:</p><p>Art. 241-D. Aliciar, assediar, instigar ou constranger, por qualquer meio de comunicação, criança,</p><p>com o fim de com ela praticar ato libidinoso [...].</p><p>Errado.</p><p>028. (2022/FAPEC/PC-MS/DELEGADO/ADAPTADA) A configuração do crime previsto no ar-</p><p>tigo 244-B do Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei n. 8.069/1990) independe da prova da</p><p>efetiva corrupção do menor, por se tratar de delito material.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>56 de 57www.grancursosonline.com.br</p><p>Lei n. 8.069/1990 – Estatuto da Criança e do Adolescente – Parte Criminal</p><p>LEGISLAÇÃO ESPECIAL</p><p>Douglas Vargas</p><p>O delito em questão é formal, e não material. Ademais, não seria correto afirmar que um de-</p><p>lito material (que altera o mundo naturalístico) independe de prova efetiva da ocorrência do</p><p>resultado.</p><p>Errado.</p><p>029. (2021/MPE-PR/PROMOTOR/ADAPTADA) O princípio da insignificância é aplicável aos</p><p>atos infracionais, desde que verificados os requisitos necessários para a configuração do de-</p><p>lito de bagatela.</p><p>Exatamente. Desde que respeitados os requisitos do princípio da insignificância previstos na</p><p>jurisprudência do STF, é admissível, segundo o STJ, a aplicabilidade do referido princípio aos</p><p>atos infracionais.</p><p>Certo.</p><p>Douglas Vargas</p><p>Agente da Polícia Civil do Distrito Federal, aprovado em 6º lugar no concurso realizado em 2013. Aprovado</p><p>em vários concursos, como Polícia Federal (Escrivão), PCDF (Escrivão e Agente), PRF (Agente), Ministério</p><p>da Integração, Ministério da Justiça, BRB e PMDF (Soldado – 2012 e Oficial – 2017).</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>art2p</p><p>art98i</p><p>art98ii</p><p>art98iii</p><p>art101i</p><p>art101ii</p><p>art101iii</p><p>art101iv</p><p>art101iv.</p><p>art101v</p><p>art101vi</p><p>art101vii.</p><p>art101vii</p><p>art101viii</p><p>art101viii.</p><p>art101ix</p><p>art112i</p><p>art112v</p><p>art112vi</p><p>art106p</p><p>art107</p><p>art107p</p><p>art108</p><p>art108p</p><p>art109</p><p>art120</p><p>art120§1</p><p>art120§2</p><p>art121§1</p><p>art121§2</p><p>art121§3</p><p>art122</p><p>art226</p><p>art227</p><p>art228p</p><p>art10i</p><p>art10ii</p><p>art10iii</p><p>art10iv</p><p>art243.</p><p>art238p</p><p>art89</p><p>art244b§1</p><p>art244b§2</p><p>art123p</p><p>art122i</p><p>art122ii</p><p>art122iii</p><p>Apresentação</p><p>Lei n. 8.069/1990 – Estatuto da Criança e do Adolescente – Parte Criminal</p><p>Estatuto da Criança e do Adolescente</p><p>Introdução</p><p>Conceitos Básicos</p><p>Atos Infracionais</p><p>Crianças X Adolescentes</p><p>Medidas Protetivas</p><p>Medidas Socioeducativas</p><p>Quadro Comparativo</p><p>Adolescentes & Privação de Liberdade</p><p>ECA – Título VII – Capítulo I – dos Crimes</p><p>Art. 228</p><p>Art. 229</p><p>Art. 230</p><p>Art. 231</p><p>Art. 232</p><p>Art. 234</p><p>Art. 235</p><p>Art. 236</p><p>Art. 237</p><p>Art. 238</p><p>Art. 239</p><p>Art. 240</p><p>Art. 241</p><p>Art. 241-A</p><p>Art. 241-B</p><p>Art. 241-C</p><p>Art. 241-D</p><p>Art. 242</p><p>Art. 243</p><p>Art. 244</p><p>Art. 244-A</p><p>Art. 244-B</p><p>Observações Finais</p><p>Dos Crimes Sexuais contra Vulnerável – Código Penal</p><p>Evitando Confusões: Crimes Correlatos – Código Penal</p><p>Estupro de Vulnerável</p><p>Corrupção de Menores</p><p>Satisfação de Lascívia mediante Presença de Criança ou Adolescente</p><p>Favorecimento da Prostituição ou de Outra Forma de Exploração Sexual de Criança ou Adolescente ou de Vulnerável</p><p>Resumo</p><p>Questões de Concurso</p><p>Gabarito</p><p>Gabarito Comentado</p><p>AVALIAR 5:</p><p>Página 57:</p><p>Questões de Concurso ...............................................................................................................................................39</p><p>Gabarito ..............................................................................................................................................................................44</p><p>Gabarito Comentado ...................................................................................................................................................45</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>4 de 57www.grancursosonline.com.br</p><p>Lei n. 8.069/1990 – Estatuto da Criança e do Adolescente – Parte Criminal</p><p>LEGISLAÇÃO ESPECIAL</p><p>Douglas Vargas</p><p>ApresentAção</p><p>E aí, querido(a) aluno(a)!</p><p>Na aula de legislação extravagante de hoje, iremos estudar a Lei n. 8.069/1990 – o famoso</p><p>ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente).</p><p>Cabe ressaltar que o ECA é uma lei extensa, com 267 artigos que versam sobre as mais</p><p>diversas esferas do Direito. Nosso foco estará apenas nos aspectos infracionais, sempre com</p><p>o direcionamento específico para provas de concursos públicos, em sede de Direito Penal.</p><p>Na aula de hoje, iremos abordar os crimes previstos na lei em estudo, bem como aspectos</p><p>básicos e conceituais sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente, pois sem estes conside-</p><p>ramos que o bom entendimento dos delitos resta prejudicado.</p><p>Por fim, iremos apresentar de forma complementar os crimes sexuais contra vulneráveis</p><p>previstos no Código Penal, haja vista que o assunto costuma causar uma verdadeira chuva de</p><p>dúvidas aos estudantes da legislação em comento.</p><p>E vamos em frente!</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>5 de 57www.grancursosonline.com.br</p><p>Lei n. 8.069/1990 – Estatuto da Criança e do Adolescente – Parte Criminal</p><p>LEGISLAÇÃO ESPECIAL</p><p>Douglas Vargas</p><p>LEI N. 8.069/1990 – ESTATUTO DA CRIANÇA E DO</p><p>ADOLESCENTE – PARTE CRIMINAL</p><p>estAtuto dA CriAnçA e do AdolesCente</p><p>introdução</p><p>Nos termos de seu art. 1, O Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei n. 8.069/1990) dis-</p><p>põe sobre a proteção integral à criança e ao adolescente.</p><p>O ECA é um regramento abrangente, que trata dos inúmeros deveres e direitos relaciona-</p><p>dos às crianças e adolescentes em diversas esferas do Direito. E entre tais esferas, é claro,</p><p>está a esfera socioeducativa, a qual muito se associa com a disciplina de Direito Penal.</p><p>Muito embora o ECA torne possível a responsabilização de uma criança ou adolescente</p><p>pela prática de ato análogo a um crime, como veremos mais à frente, existem diversas peculia-</p><p>ridades que se aplicam nesses casos. E é justamente essas peculiaridades que serão alvo da</p><p>primeira parte de nossa aula.</p><p>Comecemos, é claro, pelo conceito de criança e adolescente, segundo o estatuto.</p><p>ConCeitos BásiCos</p><p>Art. 2º Considera-se criança, para os efeitos desta Lei, a pessoa até doze anos de idade incomple-</p><p>tos, e adolescente aquela entre doze e dezoito anos de idade.</p><p>Parágrafo único. Nos casos expressos em lei, aplica-se excepcionalmente este Estatuto às pessoas</p><p>entre dezoito e vinte e um anos de idade.</p><p>Mais simples impossível: para o legislador, criança é a pessoa que ainda não completou 12</p><p>anos. Adolescente, por sua vez, é a pessoa entre doze e dezoito anos.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>6 de 57www.grancursosonline.com.br</p><p>Lei n. 8.069/1990 – Estatuto da Criança e do Adolescente – Parte Criminal</p><p>LEGISLAÇÃO ESPECIAL</p><p>Douglas Vargas</p><p>Ótimo. Já sabemos diferenciar crianças de adolescentes e adultos no âmbito do ECA.</p><p>Guarde bem esse conceito que será essencial para uma boa compreensão do próximo tópico</p><p>de nossa aula: existe crime praticado por criança ou adolescente?</p><p>Atos infrACionAis</p><p>Ao estudar a parte geral do Direito Penal, aprendemos que crime, sob o prisma analítico,</p><p>tem a seguinte definição:</p><p>Para que uma conduta configure um crime, portanto, deverá ser considerada como fato</p><p>típico, ilícito e culpável. Para bem entender o que preconiza o ECA, no entanto, precisamos</p><p>detalhar os elementos da culpabilidade:</p><p>A culpabilidade é um juízo de reprovabilidade da conduta. Ao analisar tal elemento, já sa-</p><p>bemos que o indivíduo praticou um fato típico e ilícito. Resta saber se ele pode ser considerado</p><p>culpável. Se é possível, diante das circunstâncias, esperar dele outra conduta que não aquela</p><p>que praticou.</p><p>E, entre os fatores para determinar se a conduta é ou não reprovável (e se o autor, portanto,</p><p>é ou não culpável) está a imputabilidade, que nada mais é do que a capacidade de entender o</p><p>caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com este entendimento.</p><p>Uma pessoa normal, adulta (com mais de 18 anos), com desenvolvimento mental com-</p><p>pleto, é em regra considerada imputável (de um modo bastante simples, capaz de entender o</p><p>caráter dos atos que pratica).</p><p>Já uma pessoa com desenvolvimento mental prejudicado, por sua vez, pode vir a ser con-</p><p>siderada inimputável, dependendo do caso. Ou seja, pode vir a ser, de acordo com sua condi-</p><p>ção pessoal, considerada absolutamente incapaz de entender o caráter dos atos que pratica.</p><p>Quando consideramos o autor de um fato delitivo inimputável, acaba faltando um dos ele-</p><p>mentos do crime (a culpabilidade). E se não há culpabilidade, não há crime!</p><p>E é agora que vem o “pulo do gato”:</p><p>Para o legislador brasileiro, o menor de 18 anos é sempre inimputável.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>7 de 57www.grancursosonline.com.br</p><p>Lei n. 8.069/1990 – Estatuto da Criança e do Adolescente – Parte Criminal</p><p>LEGISLAÇÃO ESPECIAL</p><p>Douglas Vargas</p><p>Ou seja: não há imputabilidade nos atos praticados por crianças e adolescentes. E dessa</p><p>forma, eles não cometem crimes – mesmo que pratiquem atos típicos e ilícitos!</p><p>Essa previsão absoluta de inimputabilidade está tanto na Constituição Federal quanto no</p><p>ECA. Veja só:</p><p>Art. 104. São penalmente inimputáveis os menores de dezoito anos, sujeitos às medidas previstas</p><p>nesta Lei.</p><p>Estatuto da Criança e do Adolescente</p><p>Art. 228. São penalmente inimputáveis os menores de dezoito anos, sujeitos às normas da legis-</p><p>lação especial.</p><p>CF/1988</p><p>Por esse motivo, quando uma criança (ou adolescente) pratica um ato que seria conside-</p><p>rado INFRAÇÃO PENAL se praticado por um adulto, irá na verdade incorrer em um ATO INFRA-</p><p>CIONAL ANÁLOGO àquela conduta:</p><p>Essa previsão está no ECA, em seu artigo 103:</p><p>Art. 103. Considera-se ato infracional a conduta descrita como crime ou contravenção penal.</p><p>Eu não posso ser mais enfático do que isso: em hipótese alguma a criança ou adolescente dei-</p><p>xarão de ser considerados inimputáveis. Não irão praticar crimes, mas sempre atos infracionais!</p><p>Isso acontece pois o legislador adotou o chamado critério biológico para determinar a</p><p>imputabilidade das crianças e adolescentes. Comprovou que não tem 18 anos, acabou: O indi-</p><p>víduo será considerado inimputável!</p><p>Não importa se a criança “é muito inteligente</p><p>para sua idade”. Não importa se o adolescente</p><p>já possui ocupação remunerada como menor aprendiz ou se já leu todo o Código Penal dez vezes.</p><p>Será considerado inimputável, de forma absoluta, unicamente tomando como base sua idade.</p><p>Importante: o STJ admite a aplicação do princípio da insignificância aos atos infracionais.</p><p>(HC 276.358/SP).</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>8 de 57www.grancursosonline.com.br</p><p>Lei n. 8.069/1990 – Estatuto da Criança e do Adolescente – Parte Criminal</p><p>LEGISLAÇÃO ESPECIAL</p><p>Douglas Vargas</p><p>Certo. Agora que você já sabe disso, precisa entender mais detalhes sobre o que acontece</p><p>com a criança e com o adolescente quando praticam um ato infracional. E este é o nosso pró-</p><p>ximo assunto. Vamos em frente.</p><p>CriAnçAs X AdolesCentes</p><p>Para começar, vamos imaginar o seguinte: uma determinada criança, aos 10 anos de idade, pra-</p><p>tica um ato infracional análogo ao crime de FURTO. No mesmo dia, um adolescente, de 15 anos</p><p>de idade, pratica outro ato infracional análogo ao crime de FURTO, nas mesmas condições.</p><p>Haverá diferença no tratamento entre eles?</p><p>A resposta é positiva. Mas antes de determinar especificamente o que acontece com cada</p><p>um, você precisa conhecer a diferença entre dois institutos do ECA: as medidas protetivas e</p><p>as medidas socioeducativas.</p><p>MedidAs protetivAs</p><p>Primeiramente, vejamos o que são as medidas protetivas:</p><p>Art. 98. As medidas de proteção à criança e ao adolescente são aplicáveis sempre que os direitos</p><p>reconhecidos nesta Lei forem ameaçados ou violados:</p><p>I – por ação ou omissão da sociedade ou do Estado;</p><p>II – por falta, omissão ou abuso dos pais ou responsável;</p><p>III – em razão de sua conduta.</p><p>Como você pode perceber, as medidas protetivas não são aplicáveis unicamente quando</p><p>a criança ou adolescente praticam um ato infracional (ou seja, em razão de sua conduta), mas</p><p>também em casos que o indivíduo se encontra sob omissão da sociedade ou mesmo de seus</p><p>responsáveis legais.</p><p>São medidas menos gravosas, que como o próprio nome diz, tem o objetivo de proteger a</p><p>criança e o adolescente de uma situação de risco.</p><p>Vejamos quais são elas:</p><p>Art. 101. Verificada qualquer das hipóteses previstas no art. 98, a autoridade competente poderá</p><p>determinar, dentre outras, as seguintes medidas:</p><p>I – encaminhamento aos pais ou responsável, mediante termo de responsabilidade;</p><p>II – orientação, apoio e acompanhamento temporários;</p><p>III – matrícula e frequência obrigatórias em estabelecimento oficial de ensino fundamental;</p><p>IV – inclusão em serviços e programas oficiais ou comunitários de proteção, apoio e promoção da</p><p>família, da criança e do adolescente;</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>9 de 57www.grancursosonline.com.br</p><p>Lei n. 8.069/1990 – Estatuto da Criança e do Adolescente – Parte Criminal</p><p>LEGISLAÇÃO ESPECIAL</p><p>Douglas Vargas</p><p>V – requisição de tratamento médico, psicológico ou psiquiátrico, em regime hospitalar ou ambula-</p><p>torial;</p><p>VI – inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio, orientação e tratamento a alcoólatras</p><p>e toxicômanos;</p><p>VII – acolhimento institucional</p><p>VIII – colocação em família substituta.</p><p>VIII – inclusão em programa de acolhimento familiar;</p><p>IX – colocação em família substituta.</p><p>As medidas protetivas, portanto, são aplicáveis tanto às crianças quanto aos adolescen-</p><p>tes, e não se restringem unicamente aos casos em que o jovem pratica um ato infracional.</p><p>MedidAs soCioeduCAtivAs</p><p>Já as medidas socioeducativas, por sua vez, são um pouco diferentes:</p><p>Art. 112. Verificada a prática de ato infracional, a autoridade competente poderá aplicar ao adoles-</p><p>cente as seguintes medidas:</p><p>I – advertência;</p><p>II – obrigação de reparar o dano;</p><p>III – prestação de serviços à comunidade;</p><p>IV – liberdade assistida;</p><p>V – inserção em regime de semiliberdade;</p><p>VI – internação em estabelecimento educacional;</p><p>VII – qualquer uma das previstas no art. 101, I a VI.</p><p>Veja como as medidas socioeducativas são menos numerosas e mais gravosas do que as</p><p>medidas protetivas. Tais medidas são aplicáveis apenas aos adolescentes, e apenas quando</p><p>há a prática de um ato infracional.</p><p>Além disso, é importante notar que as medidas protetivas previstas nos incisos de I a VI podem</p><p>também ser aplicadas como medidas socioeducativas, se o magistrado as entender suficientes.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>10 de 57www.grancursosonline.com.br</p><p>Lei n. 8.069/1990 – Estatuto da Criança e do Adolescente – Parte Criminal</p><p>LEGISLAÇÃO ESPECIAL</p><p>Douglas Vargas</p><p>QuAdro CoMpArAtivo</p><p>Comparando, temos o seguinte:</p><p>Agora, sim, podemos responder àquela pergunta:</p><p>Há diferença no tratamento entre a criança e o adolescente que praticam atos infracionais?</p><p>E a resposta é afirmativa!</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>11 de 57www.grancursosonline.com.br</p><p>Lei n. 8.069/1990 – Estatuto da Criança e do Adolescente – Parte Criminal</p><p>LEGISLAÇÃO ESPECIAL</p><p>Douglas Vargas</p><p>Maravilha! Já sabemos então quais são as medidas que podem ser aplicadas face à crian-</p><p>ça e ao adolescente no caso de prática de ato infracional. Vamos em frente!</p><p>AdolesCentes & privAção de liBerdAde</p><p>Como você já percebeu, a criança não estará sujeita à nenhuma medida que possa lhe privar</p><p>de sua liberdade ao praticar um ato infracional. É isso mesmo!</p><p>Se uma criança de 10 anos, por exemplo, por algum motivo qualquer praticar de um delito</p><p>de roubo, não será em hipótese alguma submetida à nenhuma medida socioeducativa – e é</p><p>nesse rol que estão inclusas as hipóteses que podem restringir a liberdade do menor:</p><p>Art. 112. Verificada a prática de ato infracional, a autoridade competente poderá aplicar ao adoles-</p><p>cente as seguintes medidas:</p><p>[...]</p><p>V – inserção em regime de semiliberdade;</p><p>VI – internação em estabelecimento educacional;</p><p>A criança, portanto, mesmo ao praticar um ato infracional análogo a um crime grave, não incor-</p><p>rerá em medidas que lhe privem de sua liberdade.</p><p>O mesmo, no entanto, não se aplica aos adolescentes. Caso um adolescente pratique um</p><p>delito de roubo, dependendo das circunstâncias, poderá ser submetido às medidas dos inci-</p><p>sos V e VI do art. 112, incorrendo em efetiva privação de sua liberdade.</p><p>No entanto, há uma série de direitos que o ECA garante ao adolescente antes que ele possa</p><p>ser submetido a tais medidas. Veja só:</p><p>Art. 106. Nenhum adolescente será privado de sua liberdade senão em flagrante de ato infracional</p><p>ou por ordem escrita e fundamentada da autoridade judiciária competente.</p><p>Parágrafo único. O adolescente tem direito à identificação dos responsáveis pela sua apreensão,</p><p>devendo ser informado acerca de seus direitos.</p><p>Art. 107. A apreensão de qualquer adolescente e o local onde se encontra recolhido serão inconti-</p><p>nenti comunicados à autoridade judiciária competente e à família do apreendido ou à pessoa por</p><p>ele indicada.</p><p>Parágrafo único. Examinar-se-á, desde logo e sob pena de responsabilidade, a possibilidade de li-</p><p>beração imediata.</p><p>Em nosso ordenamento jurídico, a privação de liberdade do adolescente é considerada</p><p>uma medida extrema a ser praticada em último caso, e pelo menor tempo possível. Veja, por</p><p>exemplo, o que rege o art. 108 do ECA:</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>12 de 57www.grancursosonline.com.br</p><p>Lei n. 8.069/1990 – Estatuto da Criança e do Adolescente – Parte Criminal</p><p>LEGISLAÇÃO ESPECIAL</p><p>Douglas Vargas</p><p>Art. 108. A internação, antes da sentença, pode ser determinada pelo prazo máximo de quarenta e</p><p>cinco dias.</p><p>Parágrafo único. A decisão deverá ser fundamentada e basear-se em indícios suficientes de autoria</p><p>e materialidade, demonstrada a necessidade imperiosa da medida.</p><p>É isso mesmo: a internação provisória do adolescente não pode ser determinada por mais</p><p>de 45 dias. Vejamos um exemplo:</p><p>Determinado adolescente, aos 17 anos, 11 meses e 29 dias de vida, praticou um duplo homicí-</p><p>dio qualificado, levando duas vítimas a óbito utilizando-se de meio insidioso ou cruel.</p><p>Foi preso em flagrante delito, e teve sua internação provisória decretada pelo magistrado res-</p><p>ponsável pelo processo.</p><p>Na situação acima, se decorrerem 45 dias sem o julgamento do mérito, o adolescente</p><p>terá de ser colocado em liberdade – independentemente da gravidade dos fatos, de sua peri-</p><p>culosidade ou de quaisquer outras circunstâncias. Sua internação provisória não estará mais</p><p>amparada pelo ECA.</p><p>Veja que essa é uma enorme diferença quando comparamos com o regramento de prisão</p><p>preventiva aplicado aos adultos, que sequer tem prazo máximo previsto em lei.</p><p>Além do que ocorre com a internação provisória, as medidas de internação e de inserção</p><p>em regime de semiliberdade também se submetem a algumas limitações:</p><p>Do Regime de Semiliberdade</p><p>Art. 120. O regime de semiliberdade pode ser determinado desde o início, ou como forma de tran-</p><p>sição para o meio aberto, possibilitada a realização de atividades externas, independentemente de</p><p>autorização judicial.</p><p>§ 1º São obrigatórias a escolarização e a profissionalização, devendo, sempre que possível, ser uti-</p><p>lizados os recursos existentes na comunidade.</p><p>§ 2º A medida não comporta prazo determinado aplicando-se, no que couber, as disposições rela-</p><p>tivas à internação.</p><p>Art. 121. A internação constitui medida privativa da liberdade, sujeita aos princípios de brevidade,</p><p>excepcionalidade e respeito à condição peculiar de pessoa em desenvolvimento.</p><p>§ 1º Será permitida a realização de atividades externas, a critério da equipe técnica da entidade,</p><p>salvo expressa determinação judicial em contrário.</p><p>§ 2º A medida não comporta prazo determinado, devendo sua manutenção ser reavaliada, mediante</p><p>decisão fundamentada, no máximo a cada seis meses.</p><p>§ 3º Em nenhuma hipótese o período máximo de internação excederá a três anos.</p><p>Ou seja: Em nenhuma hipótese, ante a prática de qualquer ato infracional praticado pelo</p><p>adolescente, este será submetido a um período de internação superior a três anos.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>13 de 57www.grancursosonline.com.br</p><p>Lei n. 8.069/1990 – Estatuto da Criança e do Adolescente – Parte Criminal</p><p>LEGISLAÇÃO ESPECIAL</p><p>Douglas Vargas</p><p>Não importa se o adolescente tinha 17 anos e 11 meses, e praticou um crime hediondo.</p><p>Não importa se a pena cominada para um imputável seria de 30 anos. O adolescente que</p><p>praticar um ato infracional análogo a qualquer crime não poderá ser submetido a um período</p><p>máximo de internação superior a três anos.</p><p>Muitas questões tratam sobre o tema, e é muito importante que você não hesite nesse</p><p>ponto. Os examinadores gostam de afirmar que quando o ato infracional for muito grave essa</p><p>regra não se aplica. Isso não é verdade!</p><p>Devemos ainda chamar a atenção para outro ponto fundamental sobre os adolescentes</p><p>infratores submetidos à internação:</p><p>§ 5º A liberação será compulsória aos vinte e um anos de idade.</p><p>Aos 21 anos, cessa o prazo limite para o cumprimento de eventual internação. Dessa for-</p><p>ma, se o adolescente estiver internado, deve ser liberado. Se estiver com Mandado de Busca e</p><p>Internação, este perderá seus efeitos!</p><p>Com efeito, uma vez que o indivíduo completa 21 anos, cessa a possibilidade de aplicação</p><p>do ECA. Dessa forma, nem mesmo as outras medidas socioeducativas poderão ser mantidas</p><p>após o indivíduo completar 21 anos.</p><p>Ademais, é preciso mencionar o importantíssimo art. 122:</p><p>Art. 122. A medida de internação só poderá ser aplicada quando:</p><p>I – tratar-se de ato infracional cometido mediante grave ameaça ou violência a pessoa;</p><p>II – por reiteração no cometimento de outras infrações graves;</p><p>III – por descumprimento reiterado e injustificável da medida anteriormente imposta.</p><p>§ 1º O prazo de internação na hipótese do inciso III deste artigo não poderá ser superior a 3 (três)</p><p>meses, devendo ser decretada judicialmente após o devido processo legal. (Redação dada pela Lei</p><p>n. 12.594, de 2012) (Vide)</p><p>§ 2º Em nenhuma hipótese será aplicada a internação, havendo outra medida adequada.</p><p>E para finalizar o assunto idade, é importante observar o seguinte:</p><p>Para o STJ, o indivíduo completa 18 anos à meia-noite do dia de seu aniversário!</p><p>Se o indivíduo, portanto, é preso em flagrante delito às 00h01 do dia de seu aniversário de</p><p>18 anos, não poderá argumentar, por exemplo, que nasceu às 7h da manhã, e que por isso,</p><p>ainda tinha 17 anos, 11 meses, 29 dias e 17 horas de idade quando foi preso.</p><p>Para o STJ, uma vez que você adentre a meia-noite do dia do seu aniversário, você já é maior</p><p>de idade, e será submetido ao regramento do Código Penal (ou de leis especiais) como verda-</p><p>deiro imputável. E este é o posicionamento que você deve adotar para provas de concursos!</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>14 de 57www.grancursosonline.com.br</p><p>Lei n. 8.069/1990 – Estatuto da Criança e do Adolescente – Parte Criminal</p><p>LEGISLAÇÃO ESPECIAL</p><p>Douglas Vargas</p><p>Observações Gerais</p><p>Todas as aulas elaboradas em nosso curso tomam como base a frequência com que de-</p><p>terminados assuntos são cobrados em provas de concursos. Tal estratégia ganha especial</p><p>importância em leis extensas, como o ECA, que possuem muitos artigos, e que tomam grande</p><p>tempo do aluno para o seu estudo.</p><p>Nesse sentido, normalmente as questões de Direito Penal sobre o ECA se limitam aos se-</p><p>guintes tópicos:</p><p>• Definição de ato infracional;</p><p>• Diferença entre crime e ato infracional;</p><p>• Diferença na responsabilização entre o imputável e o inimputável;</p><p>• Medidas protetivas e socioeducativas;</p><p>• Prazos de internação;</p><p>• Delitos previstos no ECA.</p><p>Como você pode perceber, todos esses temas, como exceção dos crimes específicos pre-</p><p>vistos no ECA, já foram abordados na aula de hoje. Focamos apenas nos assuntos recorrentes</p><p>em prova – o que você verá ao fazer os exercícios dessa aula. Objetividade SEMPRE!</p><p>A estratégia recomendada, portanto, é a seguinte (do ponto de vista das questões de Direi-</p><p>to Penal, é claro):</p><p>• Faça o estudo de nossa aula;</p><p>• Faça a leitura dos seguintes artigos do ECA, de forma complementar:</p><p>−	 Art. 1º ao 6º;</p><p>−	 Art. 98º ao 125º.</p><p>Dito isso, vamos passar agora para o estudo dos crimes previstos na parte especial do</p><p>ECA, finalizando assim a aula de hoje!</p><p>eCA – título vii – CApítulo i – dos CriMes</p><p>Introdução</p><p>Como você já sabe, crianças e adolescentes não praticam crimes, e sim atos infracionais.</p><p>Dessa forma, é essencial notar que os crimes previstos do art. 228 em diante do ECA não</p><p>são condutas praticadas por crianças e adolescentes, mas sim nos quais as vítimas são crian-</p><p>ças e adolescentes!</p><p>Essa disposição inclusive consta nas disposições gerais do Capítulo, que merecem ser lidas:</p><p>Art. 225. Este Capítulo dispõe sobre crimes praticados contra a criança e o adolescente, por ação</p><p>ou omissão, sem prejuízo do disposto na legislação penal.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>15 de 57www.grancursosonline.com.br</p><p>Lei n. 8.069/1990 – Estatuto da Criança e do Adolescente – Parte Criminal</p><p>LEGISLAÇÃO ESPECIAL</p><p>Douglas Vargas</p><p>Art. 226. Aplicam-se aos crimes definidos nesta Lei as normas da Parte Geral do Código Penal e,</p><p>quanto ao processo, as pertinentes ao Código de Processo Penal.</p><p>Art. 227. Os crimes definidos nesta Lei são de ação pública incondicionada.</p><p>Uma vez que sabemos disso, podemos finalmente passar para os crimes em espécie.</p><p>Art. 228</p><p>Art. 228. Deixar o encarregado de serviço ou o dirigente de estabelecimento de atenção à saúde de</p><p>gestante de manter registro das atividades desenvolvidas, na forma e prazo referidos no art. 10 des-</p><p>ta Lei, bem como de fornecer à parturiente ou a seu responsável, por ocasião da alta médica, decla-</p><p>ração de nascimento, onde constem as intercorrências do parto e do desenvolvimento do neonato:</p><p>Pena – detenção de seis meses a dois anos.</p><p>Parágrafo único. Se o crime é culposo:</p><p>Pena – detenção de dois a seis meses, ou multa.</p><p>Trata-se de crime próprio, praticado pelo responsável de cumprir as obrigações do art. 10</p><p>do ECA, qual seja:</p><p>Art. 10. Os hospitais e demais estabelecimentos de atenção à saúde de gestantes, públicos e parti-</p><p>culares, são obrigados a:</p><p>I – manter registro das atividades desenvolvidas, através de prontuários individuais, pelo prazo de</p><p>dezoito anos;</p><p>II – identificar o recém-nascido mediante o registro de sua impressão plantar e digital e da impres-</p><p>são digital da mãe, sem prejuízo de outras formas normatizadas pela autoridade administrativa</p><p>competente;</p><p>III – proceder a exames visando ao diagnóstico e terapêutica de anormalidades no metabolismo do</p><p>recém-nascido, bem como prestar orientação aos pais;</p><p>IV – fornecer declaração de nascimento onde constem necessariamente as intercorrências do parto</p><p>e do desenvolvimento do neonato;</p><p>Trata-se, portanto, de conduta omissiva, na qual o indivíduo viola seu dever deixando de</p><p>cumprir as obrigações que a lei lhe determina.</p><p>O delito se consuma com a mera omissão do agente (é crime omissivo próprio), de modo</p><p>que não admite a tentativa.</p><p>Cuidado! Existe a previsão de modalidade culposa para o delito em estudo.</p><p>Por fim, cabe informar que é considerado como de perigo abstrato pela doutrina, de modo</p><p>que não há necessidade demonstrar que houve dano no caso concreto. A lesão ao bem jurídico</p><p>causada pela omissão é presumida pelo legislador.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>16 de 57www.grancursosonline.com.br</p><p>Lei n. 8.069/1990 – Estatuto da Criança e do Adolescente – Parte Criminal</p><p>LEGISLAÇÃO ESPECIAL</p><p>Douglas Vargas</p><p>Art. 229</p><p>Art. 229. Deixar o médico, enfermeiro ou dirigente de estabelecimento de atenção à saúde de ges-</p><p>tante de identificar corretamente o neonato e a parturiente, por ocasião do parto, bem como deixar</p><p>de proceder aos exames referidos no art. 10 desta Lei:</p><p>Pena – detenção de seis meses a dois anos.</p><p>Parágrafo único. Se o crime é culposo:</p><p>Pena – detenção de dois a seis meses, ou multa.</p><p>O delito previsto no art. 229 também é crime próprio, mas dessa vez praticado apenas pelo</p><p>médico, pelo enfermeiro ou pelo dirigente do estabelecimento de saúde de gestante, os quais</p><p>deixam de identificar corretamente o neonato e sua mãe, por ocasião do parto.</p><p>Nesse caso, os sujeitos passivos do delito são tanto o neonato quanto a própria mãe!</p><p>Note que o objetivo do legislador ao criminalizar tal conduta é o de evitar a chamada “troca</p><p>de bebês na maternidade”, que pode ser evitada através da identificação cautelosa e correta</p><p>do neonato e de sua mãe.</p><p>Novamente, estamos diante de crime omissivo próprio, o qual por natureza não admite</p><p>tentativa. E, assim como no caso do art. 228, há também previsão de modalidade culposa.</p><p>Art. 230</p><p>Art. 230. Privar a criança ou o adolescente de sua liberdade, procedendo à sua apreensão sem estar</p><p>em flagrante de ato infracional ou inexistindo ordem escrita da autoridade judiciária competente:</p><p>Pena – detenção de seis meses a dois anos.</p><p>Parágrafo único. Incide na mesma pena aquele que procede à apreensão sem observância das for-</p><p>malidades legais.</p><p>Os alunos mais experientes devem estar se perguntando:</p><p>Mas, professor, proceder à prisão ou apreensão de alguém, sem os devidos requisitos</p><p>legais, não seria abuso de autoridade?</p><p>Se você pensou assim, parabéns, pois esse é um excelente raciocínio! No entanto, faltou</p><p>observar um pequeno detalhe: o chamado princípio da especialidade. A norma especial pre-</p><p>valece sobre a norma geral!</p><p>Nesse sentido, acontece o seguinte:</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>17 de 57www.grancursosonline.com.br</p><p>Lei n. 8.069/1990 – Estatuto da Criança e do Adolescente – Parte Criminal</p><p>LEGISLAÇÃO ESPECIAL</p><p>Douglas Vargas</p><p>Além disso, outra diferença importante é que a conduta do art. 230 do ECA é considerada</p><p>crime comum – que pode ser praticada por qualquer pessoa, e não apenas por agentes públi-</p><p>cos, como é o caso dos crimes de abuso de autoridade!</p><p>Trata-se de crime material, que se consuma com a efetiva privação da liberdade da vítima.</p><p>A tentativa, portanto, é perfeitamente admissível!</p><p>Art. 231</p><p>Art. 231. Deixar a autoridade policial responsável pela apreensão de criança ou adolescente de fazer</p><p>imediata comunicação à autoridade judiciária competente e à família do apreendido ou à pessoa</p><p>por ele indicada:</p><p>Pena – detenção de seis meses a dois anos.</p><p>O art. 231 do ECA também se assemelha muito à previsões relacionadas ao abuso de auto-</p><p>ridade. Entretanto, assim como ocorre no art. 230, aqui a vítima serão as crianças e adolescen-</p><p>tes que, apreendidos, não tem sua situação imediatamente comunicada à autoridade judiciária</p><p>competente ou à sua família.</p><p>O delito se consuma com a omissão do agente delitivo. Por se tratar de crime omissivo</p><p>próprio, não admite a tentativa.</p><p>É crime próprio, pois só pode ser praticado pela autoridade responsável por comunicar à</p><p>autoridade judiciária e à família da criança ou do adolescente sobre sua apreensão.</p><p>Art. 232</p><p>Art. 232. Submeter criança ou adolescente sob sua autoridade, guarda ou vigilância a vexame ou a</p><p>constrangimento:</p><p>Pena – detenção de seis meses a dois anos.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>18 de 57www.grancursosonline.com.br</p><p>Lei n. 8.069/1990 – Estatuto da Criança e do Adolescente – Parte Criminal</p><p>LEGISLAÇÃO ESPECIAL</p><p>Douglas Vargas</p><p>Mais uma vez o legislador tipifica no ECA uma conduta semelhante à prática de abuso de</p><p>autoridade. Entretanto, da mesma forma que nos casos anteriores, a diferença principal está</p><p>no fato de que a vítima será uma criança ou adolescente que está sob a autoridade, guarda ou</p><p>vigilância do autor.</p><p>O delito se consuma com a prática de qualquer ato que efetivamente venha a submeter à</p><p>vítima ao vexame ou constrangimento.</p><p>Trata-se de crime próprio e também material, admitindo a tentativa.</p><p>Art. 234</p><p>Art. 234. Deixar a autoridade competente, sem justa causa, de ordenar a imediata liberação de crian-</p><p>ça ou adolescente, tão logo tenha conhecimento da ilegalidade da apreensão:</p><p>Pena – detenção de seis meses a dois anos.</p><p>E, novamente, temos um delito parecido com condutas relacionadas ao abuso de autorida-</p><p>de. No entanto, trata-se de crime próprio, praticado pela autoridade competente que deixa de</p><p>ordenar a imediata liberação de criança ou adolescente apreendida ilegalmente.</p><p>O crime é omissivo próprio, de modo que não admite a tentativa.</p><p>Art. 235</p><p>Art. 235. Descumprir, injustificadamente, prazo fixado nesta Lei em benefício de adolescente priva-</p><p>do de liberdade:</p><p>Pena – detenção de seis meses a dois anos.</p><p>O ECA prevê diversos prazos que dizem respeito aos benefícios que podem ser concedidos</p><p>ao adolescente temporariamente privado de sua liberdade.</p><p>Caso o destinatário do prazo (ou seja, o agente responsável por respeitar tais normas)</p><p>deixe de cumpri-los injustificadamente, incorrerá no art. 235 do diploma legal. Dessa forma,</p><p>estamos novamente diante de crime próprio.</p><p>Também é crime omissivo próprio, de modo que não admite a tentativa.</p><p>Art. 236</p><p>Art. 236. Impedir ou embaraçar a ação de autoridade judiciária, membro do Conselho Tutelar ou</p><p>representante do Ministério Público no exercício de função prevista nesta Lei:</p><p>Pena – detenção de seis meses a dois anos.</p><p>A eficácia das ações das autoridades judiciárias, dos Conselhos Tutelares e do MP deve</p><p>ser especialmente preservada quando tratam das funções do ECA, haja vista a prioridade que</p><p>têm os interesses das crianças e adolescentes.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>19 de 57www.grancursosonline.com.br</p><p>Lei n. 8.069/1990 – Estatuto da Criança e do Adolescente – Parte Criminal</p><p>LEGISLAÇÃO ESPECIAL</p><p>Douglas Vargas</p><p>Por esse motivo, o legislador equiparou a conduta de tentar com a conduta de efetiva-</p><p>mente impedir a ação de tais agentes públicos no exercício de funções relacionadas à Lei n.</p><p>8.069/1990. Ou seja: estamos diante do chamado crime de atentado!</p><p>O delito em estudo se consuma com a prática de condutas típicas, entretanto, não admite</p><p>a tentativa, haja vista que a forma tentada já é suficiente para consumar o delito.</p><p>É crime comum, praticável por qualquer indivíduo.</p><p>Art. 237</p><p>Art. 237. Subtrair criança ou adolescente ao poder de quem o tem sob sua guarda em virtude de lei</p><p>ou ordem judicial, com o fim de colocação em lar substituto:</p><p>Pena – reclusão de dois a seis anos, e multa.</p><p>Este tipo penal difere bastante dos demais que estudamos até aqui. Enquanto nas normas</p><p>anteriores o legislador está preocupado com dar eficácia e respeitabilidade às medidas pre-</p><p>vistas no ECA, no art. 237 a preocupação é outra: inibir o comportamento daquele que deseja</p><p>subtrair uma criança ou adolescente com a finalidade de introduzi-lo em nova família.</p><p>O crime é comum, de modo que pode ser praticado por qualquer pessoa. É muito importan-</p><p>te que você se lembre que a configuração do art. 237 só se dá se houver o dolo específico de</p><p>inserir a criança ou adolescente em lar substituto – e não com a mera subtração.</p><p>Por força do princípio da especialidade, o art. 237 do ECA não se confunde com o delito de</p><p>subtração de incapazes previsto no art. 249 do Código Penal.</p><p>O delito se consuma com a subtração do menor, mesmo que o autor não tenha êxito em</p><p>inserir a vítima em lar substituto.</p><p>Trata-se de crime comum, formal e comissivo, o qual admite a tentativa.</p><p>Art. 238</p><p>Art. 238. Prometer ou efetivar a entrega de filho ou pupilo a terceiro, mediante paga ou recompensa:</p><p>Pena – reclusão de um a quatro anos, e multa.</p><p>Parágrafo único. Incide nas mesmas penas quem oferece ou efetiva a paga ou recompensa.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>20 de 57www.grancursosonline.com.br</p><p>Lei n. 8.069/1990 – Estatuto da Criança e do Adolescente – Parte Criminal</p><p>LEGISLAÇÃO ESPECIAL</p><p>Douglas Vargas</p><p>A preocupação do legislador ao editar o art. 238 do ECA é inibir o chamado tráfico de crian-</p><p>ças, prática que infelizmente ainda é comum em dias atuais.</p><p>Trata-se de crime próprio que só pode ser cometido pelos pais, tutores ou guardiões das</p><p>crianças ou adolescentes, que as entregam a terceiros em troca de dinheiro (o menor é entre-</p><p>gue a outro núcleo familiar em troca de recompensa).</p><p>A consumação do delito ocorre com a realização da promessa ou com a efetiva entrega do</p><p>menor, dependendo do caso.</p><p>O delito é próprio, formal na conduta prometer e material na conduta entregar. A tentativa,</p><p>segundo a doutrina, é admissível.</p><p>Lembre-se de que, por força do parágrafo único, quem oferece ou paga a recompensa pelo</p><p>menor também incide nas penas do art. 238.</p><p>Art. 239</p><p>Art. 239. Promover ou auxiliar a efetivação de ato destinado ao envio de criança ou adolescente</p><p>para o exterior com inobservância das formalidades legais ou com o fito de obter lucro:</p><p>Pena – reclusão de quatro a seis anos, e multa.</p><p>Parágrafo único. Se há emprego de violência, grave ameaça ou fraude:</p><p>Pena – reclusão, de 6 (seis) a 8 (oito) anos, além da pena correspondente à violência.</p><p>Outro delito relacionado ao tráfico de crianças, porém cuja pena é mais gravosa haja vista</p><p>o caráter de internacionalidade da conduta. Busca-se, portanto, reprimir o tráfico internacional</p><p>de crianças, através da previsão do art. 239 do ECA.</p><p>O delito se consuma em dois momentos distintos:</p><p>• Na modalidade efetivar, a consumação ocorre com o envio do menor ao exterior. É ne-</p><p>cessário que o menor saia do território nacional.</p><p>• Na modalidade auxiliar, o delito se consuma com a prática de qualquer ato idôneo para</p><p>contribuir com o efetivo envio da vítima ao exterior.</p><p>O crime é comum, de perigo abstrato e admite a tentativa.</p><p>Cabe observar que, por força da CF/1988, a competência para processar e julgar o autor</p><p>do delito previsto no art. 239 do ECA é da Justiça Federal.</p><p>Art. 240</p><p>Art. 240. Produzir, reproduzir, dirigir, fotografar, filmar ou registrar, por qualquer meio, cena de sexo</p><p>explícito ou pornográfica, envolvendo criança ou adolescente:</p><p>Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>21 de 57www.grancursosonline.com.br</p><p>Lei n. 8.069/1990 – Estatuto da Criança e do Adolescente – Parte Criminal</p><p>LEGISLAÇÃO ESPECIAL</p><p>Douglas Vargas</p><p>§ 1º Incorre nas mesmas penas quem agencia, facilita, recruta, coage, ou de qualquer modo inter-</p><p>medeia a participação de criança ou adolescente nas cenas referidas no caput deste artigo, ou ainda</p><p>quem com esses contracena.</p><p>§ 2º Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se o agente comete o crime:</p><p>I – no exercício de cargo ou função pública ou a pretexto</p><p>de exercê-la;</p><p>II – prevalecendo-se de relações domésticas, de coabitação ou de hospitalidade;</p><p>III – prevalecendo-se de relações de parentesco consanguíneo ou afim até o terceiro grau, ou por</p><p>adoção, de tutor, curador, preceptor, empregador da vítima ou de quem, a qualquer outro título, tenha</p><p>autoridade sobre ela, ou com seu consentimento.</p><p>O art. 240 trata da revoltante conduta de pedofilia. O tipo penal é considerado pela doutrina</p><p>como de livre execução, haja vista a preocupação do legislador em atingir o registro do mate-</p><p>rial sob qualquer meio.</p><p>Trata-se de norma penal em branco homogênea, que necessita de complementação para</p><p>definir o conceito de cena de sexo explícito ou pornográfica, o qual é apresentado pelo legisla-</p><p>dor no art. 241-E da Lei n. 8.069/1990:</p><p>Art. 241-E. Para efeito dos crimes previstos nesta Lei, a expressão “cena de sexo explícito ou porno-</p><p>gráfica” compreende qualquer situação que envolva criança ou adolescente em atividades sexuais</p><p>explícitas, reais ou simuladas, ou exibição dos órgãos genitais de uma criança ou adolescente para</p><p>fins primordialmente sexuais.</p><p>O delito em estudo se consuma com a prática das condutas típicas. É considerado como</p><p>crime comum e formal. A tentativa é admissível.</p><p>Art. 241</p><p>Art. 241. Vender ou expor à venda fotografia, vídeo ou outro registro que contenha cena de sexo</p><p>explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente:</p><p>Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.</p><p>Para repressão da pedofilia, o legislador não considerou suficiente limitar a criminalização</p><p>ao registro (produção) do material – tipificando também a conduta daquele que vende ou ex-</p><p>põe a venda tais tipos de registros.</p><p>Assim como o art. 240, o art. 241 é norma penal em branco complementada pelo art.</p><p>241-E do ECA.</p><p>O delito se consuma com a prática das condutas típicas. A tentativa é admissível, e o crime</p><p>é comum e formal, segundo a doutrina.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>22 de 57www.grancursosonline.com.br</p><p>Lei n. 8.069/1990 – Estatuto da Criança e do Adolescente – Parte Criminal</p><p>LEGISLAÇÃO ESPECIAL</p><p>Douglas Vargas</p><p>Art. 241-A</p><p>Art. 241-A. Oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir, distribuir, publicar ou divulgar por qualquer</p><p>meio, inclusive por meio de sistema de informática ou telemático, fotografia, vídeo ou outro registro</p><p>que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente:</p><p>Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa.</p><p>§ 1º Nas mesmas penas incorre quem:</p><p>I – assegura os meios ou serviços para o armazenamento das fotografias, cenas ou imagens de que</p><p>trata o caput deste artigo;</p><p>II – assegura, por qualquer meio, o acesso por rede de computadores às fotografias, cenas ou ima-</p><p>gens de que trata o caput deste artigo.</p><p>§ 2º As condutas tipificadas nos incisos I e II do § 1º deste artigo são puníveis quando o responsável</p><p>legal pela prestação do serviço, oficialmente notificado, deixa de desabilitar o acesso ao conteúdo</p><p>ilícito de que trata o caput deste artigo.</p><p>Indo além na busca da repressão da pedofilia, o legislador criminalizou também a conduta</p><p>daquele que compartilha ou dá circulação ao material com tal conteúdo.</p><p>Note que nesse caso, assim como acontece na comercialização, o material já foi produzido</p><p>anteriormente. E da mesma forma, trata-se de norma penal em branco que requer o comple-</p><p>mento do art. 241-E do ECA.</p><p>Conforme disposição condita no informativo 532/STJ, a competência para processar e julgar</p><p>tal delito é da Justiça Federal.</p><p>O crime é comum e formal. A tentativa é admissível.</p><p>Art. 241-B</p><p>Art. 241-B. Adquirir, possuir ou armazenar, por qualquer meio, fotografia, vídeo ou outra forma de</p><p>registro que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente:</p><p>Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. (Incluído pela Lei n. 11.829, de 2008)</p><p>§ 1º A pena é diminuída de 1 (um) a 2/3 (dois terços) se de pequena quantidade o material a que se</p><p>refere o caput deste artigo.</p><p>§ 2º Não há crime se a posse ou o armazenamento tem a finalidade de comunicar às autoridades</p><p>competentes a ocorrência das condutas descritas nos arts. 240, 241, 241-A e 241-C desta Lei, quan-</p><p>do a comunicação for feita por:</p><p>I – agente público no exercício de suas funções;</p><p>II – membro de entidade, legalmente constituída, que inclua, entre suas finalidades institucionais, o</p><p>recebimento, o processamento e o encaminhamento de notícia dos crimes referidos neste parágrafo;</p><p>III – representante legal e funcionários responsáveis de provedor de acesso ou serviço prestado por</p><p>meio de rede de computadores, até o recebimento do material relativo à notícia feita à autoridade</p><p>policial, ao Ministério Público ou ao Poder Judiciário.</p><p>§ 3º As pessoas referidas no § 2º deste artigo deverão manter sob sigilo o material ilícito referido.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>23 de 57www.grancursosonline.com.br</p><p>Lei n. 8.069/1990 – Estatuto da Criança e do Adolescente – Parte Criminal</p><p>LEGISLAÇÃO ESPECIAL</p><p>Douglas Vargas</p><p>Ainda tratando das condutas relacionadas à pedofilia, o legislador editou o art. 241-B, que</p><p>basicamente tipifica a conduta de manutenção de material contendo pedofilia.</p><p>A competência para julgar esse delito é da Justiça Estadual, salvo casos em que a conduta</p><p>ultrapassar os limites do território nacional (o que irá ensejar a competência da Justiça Fede-</p><p>ral, de forma excepcional).</p><p>O crime se consuma com a prática das condutas típicas previstas no tipo penal (é cri-</p><p>me formal).</p><p>É crime comum, que pode ser praticado por qualquer pessoa, e a tentativa é admissível.</p><p>Cabe observar que a causa de diminuição de pena prevista no parágrafo 1º (pequena quan-</p><p>tidade de material) acabou padecendo de complementação. O legislador não definiu o que é</p><p>“uma pequena quantidade de material” para fins de aplicação de tal norma penal, de modo</p><p>que a doutrina entende ser responsabilidade do magistrado analisar a quantidade apreendida</p><p>diante do caso concreto.</p><p>Art. 241-C</p><p>Art. 241-C. Simular a participação de criança ou adolescente em cena de sexo explícito ou porno-</p><p>gráfica por meio de adulteração, montagem ou modificação de fotografia, vídeo ou qualquer outra</p><p>forma de representação visual:</p><p>Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.</p><p>Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas quem vende, expõe à venda, disponibiliza, distribui,</p><p>publica ou divulga por qualquer meio, adquire, possui ou armazena o material produzido na forma</p><p>do caput deste artigo.</p><p>No art. 241-C temos a conduta daquele que simula a participação de criança ou adoles-</p><p>cente em cena de sexo explícito ou pornográfica. Segundo a doutrina, a simulação pode-se dar</p><p>através de qualquer tipo de adulteração, montagem ou modificação da filmagem ou fotografia,</p><p>de modo a dar a aparência de que a criança ou adolescente está envolvida em cena de sexo</p><p>explícito ou pornográfica.</p><p>Se o indivíduo, por exemplo, altera uma fotografia para simular uma cena de sexo entre</p><p>crianças, ou se edita um vídeo e substitui um objeto que está na mão de uma criança (como</p><p>um brinquedo) pela figura de um órgão sexual, irá incorrer nas penas do art. 241-C.</p><p>O delito se consuma com a finalização da simulação em fotografia, vídeo ou outra forma</p><p>de representação visual.</p><p>O delito é comum, formal e admite a tentativa.</p><p>Cabe ressaltar que aquele que dá circulação, divulgação, publicidade ou armazenamento</p><p>de material simulado irá também incorrer no art. 241-C, através</p><p>da conduta equiparada pre-</p><p>vista em seu parágrafo único.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>24 de 57www.grancursosonline.com.br</p><p>Lei n. 8.069/1990 – Estatuto da Criança e do Adolescente – Parte Criminal</p><p>LEGISLAÇÃO ESPECIAL</p><p>Douglas Vargas</p><p>Art. 241-d</p><p>Art. 241-D. Aliciar, assediar, instigar ou constranger, por qualquer meio de comunicação, criança,</p><p>com o fim de com ela praticar ato libidinoso:</p><p>Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa. (Incluído pela Lei n. 11.829, de 2008)</p><p>Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre quem:</p><p>I – facilita ou induz o acesso à criança de material contendo cena de sexo explícito ou pornográfica</p><p>com o fim de com ela praticar ato libidinoso;</p><p>II – pratica as condutas descritas no caput deste artigo com o fim de induzir criança a se exibir de</p><p>forma pornográfica ou sexualmente explícita.</p><p>Este tipo penal foi utilizado pelo legislador para inibir as condutas que são consideradas</p><p>como meio para a prática de ato libidinoso com a criança, buscando inibir o mal maior (a efe-</p><p>tiva prática do ato libidinoso) através da criminalização do aliciamento e da instigação para a</p><p>prática de tais atos.</p><p>É importante notar que o legislador se omitiu quanto ao ADOLESCENTE. Portanto, por força do</p><p>princípio da legalidade, este tipo penal só se aplica à conduta praticada em face de vítima criança.</p><p>O delito se consuma com a prática das condutas típicas. É crime comum, formal, doloso e</p><p>que admite a tentativa.</p><p>Art. 242</p><p>Art. 242. Vender, fornecer ainda que gratuitamente ou entregar, de qualquer forma, a criança ou</p><p>adolescente arma, munição ou explosivo:</p><p>Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos.</p><p>O art. 242 merece uma atenção especial – embora sua conduta seja uma das mais simples</p><p>de memorizar. O legislador simplesmente criminalizou as ações daquele que vende ou fornece</p><p>(mesmo que gratuitamente), arma, munição ou explosivo à criança ou adolescente.</p><p>A atenção especial se dá pelo fato de que este delito causa muita confusão com as previ-</p><p>sões contidas na Lei n. 10.826/2003 (O Estatuto do Desarmamento).</p><p>Logo, as seguintes observações são cabíveis:</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>25 de 57www.grancursosonline.com.br</p><p>Lei n. 8.069/1990 – Estatuto da Criança e do Adolescente – Parte Criminal</p><p>LEGISLAÇÃO ESPECIAL</p><p>Douglas Vargas</p><p>O crime é comum, formal e doloso. A tentativa é perfeitamente admissível.</p><p>Art. 243</p><p>Art. 243. Vender, fornecer, servir, ministrar ou entregar, ainda que gratuitamente, de qualquer forma,</p><p>a criança ou a adolescente, bebida alcoólica ou, sem justa causa, outros produtos cujos componen-</p><p>tes possam causar dependência física ou psíquica:</p><p>Pena – detenção de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa, se o fato não constitui crime mais grave.</p><p>Utilizando-se do art. 243 o legislador criminalizou as condutas que podem fazer chegar às</p><p>mãos de um menor qualquer produto que possa causar dependência, tais como bebidas alcoó-</p><p>licas. A conduta abrange até mesmo medicamentos que, quando utilizados de forma indevida,</p><p>possam causar dependência.</p><p>Trata-se de crime comum, praticável por qualquer pessoa. O delito só admite a modalidade</p><p>dolosa, e é considerado formal pela doutrina. A tentativa é admissível.</p><p>Art. 244</p><p>Art. 244. Vender, fornecer ainda que gratuitamente ou entregar, de qualquer forma, a criança ou ado-</p><p>lescente fogos de estampido ou de artifício, exceto aqueles que, pelo seu reduzido potencial, sejam</p><p>incapazes de provocar qualquer dano físico em caso de utilização indevida:</p><p>Pena – detenção de seis meses a dois anos, e multa.</p><p>O art. 244 trata da conduta daquele que vende ou entrega à criança ou adolescente fogos</p><p>de artifício que tenham potencial de lhes causar dano físico através de sua utilização indevida.</p><p>O crime é comum (pode ser praticado por qualquer pessoa). O objetivo do legislador foi o</p><p>de evitar o manuseio de fogos de estampido ou de artifício por menores, haja vista o risco para</p><p>a incolumidade física tanto do menor quando das pessoas à sua volta.</p><p>O crime é formal, de perigo abstrato, e admite a tentativa.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>26 de 57www.grancursosonline.com.br</p><p>Lei n. 8.069/1990 – Estatuto da Criança e do Adolescente – Parte Criminal</p><p>LEGISLAÇÃO ESPECIAL</p><p>Douglas Vargas</p><p>Art. 244-A</p><p>Art. 244-A. Submeter criança ou adolescente, como tais definidos no caput do art. 2º desta Lei, à</p><p>prostituição ou à exploração sexual:</p><p>Pena – reclusão de quatro a dez anos e multa, além da perda de bens e valores utilizados na prática</p><p>criminosa em favor do Fundo dos Direitos da Criança e do Adolescente da unidade da Federação</p><p>(Estado ou Distrito Federal) em que foi cometido o crime, ressalvado o direito de terceiro de boa-fé.</p><p>§ 1º Incorrem nas mesmas penas o proprietário, o gerente ou o responsável pelo local em que se</p><p>verifique a submissão de criança ou adolescente às práticas referidas no caput deste artigo.</p><p>§ 2º Constitui efeito obrigatório da condenação a cassação da licença de localização e de funciona-</p><p>mento do estabelecimento.</p><p>O art. 244-A encontra-se tacitamente revogado pelo artigo 218-B do Código Penal, o qual</p><p>foi inserido em nosso ordenamento jurídico pela Lei n. 12.015/2009.</p><p>Está aqui inserido apenas para ciência dos alunos que, de forma recomendável, também</p><p>estudem realizando a leitura do texto de lei.</p><p>Art. 244-B</p><p>Art. 244-B. Corromper ou facilitar a corrupção de menor de 18 (dezoito) anos, com ele praticando</p><p>infração penal ou induzindo-o a praticá-la:</p><p>Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos.</p><p>§ 1º Incorre nas penas previstas no caput deste artigo quem pratica as condutas ali tipificadas utili-</p><p>zando-se de quaisquer meios eletrônicos, inclusive salas de bate-papo da internet.</p><p>§ 2º As penas previstas no caput deste artigo são aumentadas de um terço no caso de a infração</p><p>cometida ou induzida estar incluída no rol do art. 1º da Lei no 8.072, de 25 de julho de 1990.</p><p>O art. 244-B do ECA trata da chamada corrupção de menores, influência realizada por impu-</p><p>tável que resulta no envolvimento de crianças ou adolescentes na prática de infrações penais.</p><p>O objetivo do legislador é de proteger a moralidade do menor de 18 anos, evitando que sua</p><p>conduta seja deturpada pela influência de terceiros que tem por objetivo induzir o menor à prá-</p><p>tica de qualquer tipo de infração penal.</p><p>Se um imputável que decide praticar um roubo (Art. 157 CP) vier a corromper um menor para</p><p>que este atue como seu comparsa, deverá responder tanto pelo delito de roubo quanto pelo</p><p>art. 244-B, em concurso material.</p><p>O delito se consuma com a mera prática das condutas previstas no tipo. Não importa se</p><p>efetivamente o menor se corrompe (o delito é formal).</p><p>Trata-se de crime comum, doloso, comissivo e que admite a tentativa.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>27 de 57www.grancursosonline.com.br</p><p>Lei n. 8.069/1990 – Estatuto da Criança e do Adolescente – Parte Criminal</p><p>LEGISLAÇÃO</p><p>ESPECIAL</p><p>Douglas Vargas</p><p>A forma equiparada do delito criminaliza a conduta daquele que pratica a corrupção de meno-</p><p>res até mesmo por meios eletrônicos, tais como salas de bate-papo na internet.</p><p>oBservAções finAis</p><p>Caros alunos, por fim uma observação geral antes que ingressemos na análise complemen-</p><p>tar dos crimes previstos no CP: em razão da nova Lei de Abuso de Autoridade (13.869/2019), o</p><p>ECA passa a contar com o seguinte artigo:</p><p>Art. 227-A Os efeitos da condenação prevista no inciso I do caput do art. 92 do Decreto-Lei n. 2.848,</p><p>de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), para os crimes previstos nesta Lei, praticados por servi-</p><p>dores públicos com abuso de autoridade, são condicionados à ocorrência de reincidência.</p><p>Parágrafo único. A perda do cargo, do mandato ou da função, nesse caso, independerá da pena</p><p>aplicada na reincidência.</p><p>dos CriMes seXuAis ContrA vulnerável – Código penAl</p><p>evitAndo Confusões: CriMes CorrelAtos – Código penAl</p><p>Para finalizar a aula de hoje, iremos estudar os crimes sexuais contra pessoa vulnerável,</p><p>previstos do art. 217-A do CP em diante, os quais costumam confundir os alunos no momento</p><p>da resolução da prova.</p><p>Note, portanto, que estamos tratando de temática do Código Penal, e não do ECA, mas que</p><p>para fins didáticos pode e deve ser ensinada no contexto da presente aula.</p><p>estupro de vulnerável</p><p>Estupro de vulnerável</p><p>Art. 217-A. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor de 14 (catorze) anos:</p><p>Pena – reclusão, de 8 (oito) a 15 (quinze) anos.</p><p>§ 1º Incorre na mesma pena quem pratica as ações descritas no caput com alguém que, por enfer-</p><p>midade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática do ato, ou que, por</p><p>qualquer outra causa, não pode oferecer resistência.</p><p>O estupro de vulnerável também foi uma adição realizada em 2009 ao Código Penal. O de-</p><p>lito tutela tanto a dignidade quanto o desenvolvimento sexual da pessoa vulnerável.</p><p>Trata-se de crime comum, praticável por qualquer pessoa.</p><p>A conduta praticada é basicamente a mesma do estupro (Art. 213 CP), com a diferença de</p><p>que o sujeito passivo será menor de 14 anos ou pessoa que por enfermidade ou deficiência</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>28 de 57www.grancursosonline.com.br</p><p>Lei n. 8.069/1990 – Estatuto da Criança e do Adolescente – Parte Criminal</p><p>LEGISLAÇÃO ESPECIAL</p><p>Douglas Vargas</p><p>mental não possui o discernimento para a prática do ato ou que, por qualquer outra causa, não</p><p>pode oferecer resistência.</p><p>Caso o delito seja perpetrado contra vítima menor de 14 anos, não é cabível argumentar que a</p><p>vítima era capaz de entender e consentir para a prática do ato libidinoso ou conjunção carnal:</p><p>a presunção de violência é absoluta!</p><p>Dessa forma, uma vez comprovado que a vítima é menor de 14 anos, o contexto fático em</p><p>que se deu a conjunção carnal ou o ato libidinoso é irrelevante: estará configurado o delito de</p><p>estupro de vulnerável.</p><p>Essa é a posição do STJ:</p><p>Para a caracterização do crime de estupro de vulnerável previsto no art. 217-A, caput, do</p><p>Código Penal, basta que o agente tenha conjunção carnal ou pratique qualquer ato libidi-</p><p>noso com pessoa menor de 14 anos. O consentimento da vítima, sua eventual experiên-</p><p>cia sexual anterior ou a existência de relacionamento amoroso entre o agente e a vítima</p><p>não afastam a ocorrência do crime.</p><p>Note, no entanto, que o autor do delito deve ter consciência de que está praticando o ato</p><p>libidinoso ou a conjunção carnal com menor de 14 anos! Caso o autor acreditasse que a vítima</p><p>possuía mais de 14 anos em razão de sua aparência, ocorre erro de tipo, o que irá excluir o dolo</p><p>e tornar a conduta atípica (não haverá crime).</p><p>Enfermos</p><p>É importante lembrar que o delito de estupro de vulnerável não pode ser perpetrado ape-</p><p>nas contra o menor de 14 anos. Se a vítima for enferma ou deficiente mental e não possuir o</p><p>necessário discernimento para a prática do ato, também será considerada vulnerável para fins</p><p>de configuração do art. 217-A.</p><p>Incapacidade de Resistência</p><p>Existe a possibilidade de que a vítima seja maior e completamente sã e ainda assim esteja</p><p>vulnerável pois foi reduzida à completa incapacidade de oferecer resistência. Nesse caso, tam-</p><p>bém irá se configurar o estupro de vulnerável. Por exemplo:</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>29 de 57www.grancursosonline.com.br</p><p>Lei n. 8.069/1990 – Estatuto da Criança e do Adolescente – Parte Criminal</p><p>LEGISLAÇÃO ESPECIAL</p><p>Douglas Vargas</p><p>Encontrando-se a vítima incapaz de oferecer resistência, seja o estado de incapacidade</p><p>causado ou não pelo agente, estará configurado o delito de estupro de vulnerável.</p><p>Características</p><p>O delito se consuma com a prática de conjunção carnal ou outro ato libidinoso (assim</p><p>como nos demais delitos relacionados ao estupro).</p><p>A tentativa é admissível.</p><p>Não há previsão de modalidade culposa.</p><p>As formas majoradas previstas no art. 226 CP aplicam-se também ao delito de estupro de</p><p>vulnerável.</p><p>Assim como o delito de estupro, o delito de estupro de vulnerável também é hediondo.</p><p>A ação penal é PÚBLICA INCONDICIONADA, em razão da vulnerabilidade da vítima.</p><p>Sabemos que há entendimento do STJ no sentido de que, no caso da vítima que estava apenas</p><p>temporariamente vulnerável (como ocorre no caso do golpe “boa noite Cinderela”), a ação pe-</p><p>nal deve ser pública condicionada à representação.</p><p>Entretanto, cuidado: esse entendimento é anterior à Lei n. 13.718/2018, a qual tornou todos</p><p>os crimes contra a dignidade sexual, em qualquer caso, de ação penal pública incondicionada.</p><p>Fique atento(a)!</p><p>Figuras Preterdolosas</p><p>O delito de estupro de vulnerável possui duas formas qualificadas, previstas nos parágrafos</p><p>3º e 4º do art. 217-A. Em ambos os casos, estamos diante de crimes preterdolosos (onde há</p><p>dolo na conduta de estupro e culpa no resultado mais gravoso):</p><p>§ 3º Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave:</p><p>Pena – reclusão, de 10 (dez) a 20 (vinte) anos.</p><p>§ 4º Se da conduta resulta morte:</p><p>Pena – reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>30 de 57www.grancursosonline.com.br</p><p>Lei n. 8.069/1990 – Estatuto da Criança e do Adolescente – Parte Criminal</p><p>LEGISLAÇÃO ESPECIAL</p><p>Douglas Vargas</p><p>Corrupção de Menores</p><p>Art. 218. Induzir alguém menor de 14 (catorze) anos a satisfazer a lascívia de outrem:</p><p>Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos.</p><p>A corrupção de menores é um delito que tem por objetivo tutelar não apenas a dignidade e</p><p>a liberdade sexual – mas o próprio desenvolvimento sadio do menor de 14 anos.</p><p>É crime comum, praticável por qualquer pessoa. Se configura quando um indivíduo induz o</p><p>menor de 14 anos a satisfazer a lascívia de outrem.</p><p>Nesse sentido, é importante observar que o autor deve induzir o menor a satisfazer a lascívia</p><p>de um terceiro DETERMINADO.</p><p>Se o menor for induzido a satisfazer lascívia de terceiros indeterminados, de forma genéri-</p><p>ca, pode-se configurar o delito de favorecimento da prostituição ou outra forma de exploração</p><p>sexual de vulnerável (Art. 218-B, CP).</p><p>Além disso, é importante verificar a diferença que a idade da vítima causa na tipificação</p><p>dessa categoria de delitos. Basicamente, temos</p>

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